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PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar

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PNAE
Programa Nacional de Alimentação Escolar
 
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), popularmente conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos. É considerado um dos maiores programas na área de alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado. 
Atendendo aos princípios e diretrizes de promover a alimentação escolar saudável e adequada, o respeito à cultura, às tradições e aos hábitos alimentares, o controle social, a segurança alimentar e nutricional e o desenvolvimento sustentável, com aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural.
O PNAE, além do fornecimento balanceado de macros e micronutrientes para a promoção de um estado nutricional adequado, vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, realizando, dentre esses, a erradicação da fome e da miséria, a garantia da educação de qualidade para todos e a garantia da qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental.
Histórico
O Programa tem sua origem no início da década de 40, quando o então Instituto de Nutrição defendia a proposta de o Governo Federal oferecer alimentação ao escolar. Entretanto, não foi possível concretizá-la, por indisponibilidade de recursos financeiros. 
Na década de 50, foi elaborado um abrangente Plano Nacional de Alimentação e Nutrição, denominado Conjuntura Alimentar e o Problema da Nutrição no Brasil. É nele que, pela primeira vez, se estrutura um programa de merenda escolar em âmbito nacional, sob a responsabilidade pública. 
Desse plano original, apenas o Programa de Alimentação Escolar sobreviveu, contando com o financiamento do Fundo Internacional de Socorro à Infância (Fisi), atualmente Unicef, que permitiu a distribuição do excedente de leite em pó destinado, inicialmente, à campanha de nutrição materno-infantil. 
Em 31 de março de 1955, foi assinado o Decreto n° 37.106, que instituiu a Campanha de Merenda Escolar (CME), subordinada ao Ministério da Educação. Na ocasião, foram celebrados convênios diretamente com o Fisi e outros organismos internacionais. 
 
Em 1956, com a edição do Decreto n° 39.007, de 11 de abril de 1956, ela passou a se denominar Campanha Nacional de Merenda Escolar (CNME), com a intenção de promover o atendimento em âmbito nacional. 
 No ano de 1965, o nome da CNME foi alterado para Campanha Nacional de Alimentação Escolar (CNAE) pelo Decreto n° 56.886/65 e surgiu um elenco de programas de ajuda americana, entre os quais destacavam-se o Alimentos para a Paz, financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid); o Programa de Alimentos para o Desenvolvimento, voltado ao atendimento das populações carentes e à alimentação de crianças em idade escolar; e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). 
 A partir de 1976, embora financiado pelo Ministério da Educação e gerenciado pela Campanha Nacional de Alimentação Escolar, o programa era parte do II Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (Pronan). Somente em 1979 passou a denominar-se Programa Nacional de Alimentação Escolar. 
 Com a promulgação da Constituição Federal, em 1988, ficou assegurado o direito à alimentação escolar a todos os alunos do ensino fundamental por meio de programa suplementar de alimentação escolar a ser oferecido pelos governos federal, estaduais e municipais. 
 Desde sua criação até 1993, a execução do programa se deu de forma centralizada, ou seja, o órgão gerenciador planejava os cardápios, adquiria os gêneros por processo licitatório, contratava laboratórios especializados para efetuar o controle de qualidade e ainda se responsabilizava pela distribuição dos alimentos em todo o território nacional. 
 Descentralização
Em 1994, a descentralização dos recursos para execução do Programa foi instituída por meio da Lei n° 8.913, de 12/7/94, mediante celebração de convênios com os municípios e com o envolvimento das Secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal, às quais delegou-se competência para atendimento aos alunos de suas redes e das redes municipais das prefeituras que não haviam aderido à descentralização. 
Nesse período, o número de municípios que aderiram à descentralização evoluiu de 1.532, em 1994, para 4.314, em 1998, representando mais de 70% dos municípios brasileiros. 
A consolidação da descentralização, já sob o gerenciamento do FNDE, se deu com a Medida Provisória n° 1.784, de 14/12/98, em que, além do repasse direto a todos os municípios e Secretarias de Educação, a transferência passou a ser feita automaticamente, sem a necessidade de celebração de convênios ou quaisquer outros instrumentos similares, permitindo maior agilidade ao processo. Nessa época, o valor diário per capita era de R$ 0,13, ou US$ 0,13 (o câmbio real/dólar nesse período era de 1/1). 
Principais avanços
A Medida Provisória n° 2.178, de 28/6/2001 (uma das reedições da MP nº 1784/98), propiciou grandes avanços ao PNAE. Dentre eles, destacam-se a obrigatoriedade de que 70% dos recursos transferidos pelo governo federal sejam aplicados exclusivamente em produtos básicos e o respeito aos hábitos alimentares regionais e à vocação agrícola do município, fomentando o desenvolvimento da economia local. 
Outra grande conquista foi a instituição, em cada município brasileiro, do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) como órgão deliberativo, fiscalizador e de assessoramento para a execução do Programa. Isso se deu a partir de outra reedição da MP nº 1.784/98, em 2 de junho de 2000, sob o número 1979-19. Atualmente, os CAEs são formados por representantes de entidades civis organizadas, dos trabalhadores da educação, dos discentes, dos pais de alunos e representantes do poder Executivo. 
A partir de 2006, uma conquista fundamental foi a exigência da presença do nutricionista como Responsável Técnico pelo Programa, bem como do quadro técnico composto por esses profissionais em todas as Entidades Executoras, o que permitiu uma melhoria significativa na qualidade do Pnae quanto ao alcance de seu objetivo. 
Outro marco que merece destaque, a partir de 2006, foi estabelecimento de parceria do FNDE com as Instituições Federais de Ensino Superior, culminando na criação dos Centros Colaboradores de Alimentação e Nutrição Escolar – Cecanes, que são unidades de referência e apoio constituídas para desenvolver ações e projetos de interesse e necessidade do Pnae, com estrutura e equipe para execução das atividades de extensão, pesquisa e ensino. Dentre essas atividades, merece destaque as capacitações dos atores sociais envolvidos no Programa. 
 
Em 2009, a sanção da Lei nº 11.947, de 16 de junho, trouxe novos avanços para o PNAE, como a extensão do Programa para toda a rede pública de educação básica, inclusive aos alunos participantes do Programa Mais Educação, e de jovens e adultos, e a garantia de que, no mínimo, 30% dos repasses do FNDE sejam investidos na aquisição de produtos da agricultura familiar.
 Outra mudança importante foi a inclusão do atendimento, em 2013, para os alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado – AEE, para os da Educação de Jovens e Adultos semipresencial e para aqueles matriculados em escolas de tempo integral. 
Em 17 de junho de 2013, foi publicada a Resolução FNDE nº 26, que fortalece um dos eixos do Programa, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN), ao dedicar uma Seção às ações de EAN. Essa medida vai ao encontro das políticas públicas atuais relacionadas à Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), visto a existência do Plano de SAN, do Plano Nacional Combate à Obesidade e do Plano de Ações Estratégicas para o enfretamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). 
E finalmente
vale destacar que, em 2000, o PNAE atendia cerca de 37,1 milhões de alunos com um investimento de R$ 901,7 milhões. Em 2013, foram atendidos aproximadamente 43 milhões de alunos com um investimento de cerca de R$ 3,5 bilhões.
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 Entidade Executora (EE) no PNAE 
Os responsáveis pela execução do PNAE são os governos municipais, estaduais e do Distrito Federal, por meio de suas prefeituras, Secretarias Estaduais e Distrital de Educação e as Escolas Federais.
O nutricionista que atua no PNAE deverá estar obrigato- riamente vinculado ao setor da alimentação escolar da EE, assim como estar cadastrado no FNDE.
 Responsabilidade da EE no PNAE
A responsabilidade da EE é a operacionalização da alimentação escolar, isto é, a correta utilização e complementação dos recursos financeiros recebidos, a logística, o controle de qualidade dos alimentos e a prestação de contas do Programa, a oferta de alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional
 Formas de gestão do PNAE pela EE
Descentralizada: quando a prefeitura repassa o recurso para a escola que fica responsável pela compra;
 •Centralizada: quando a prefeitura compra os alimentos e distribui às escolas; 
•Mista: quando no município/estado acontece mais de uma modalidade, concomitantemente.
Quais os estudantes são atendidos pelo PNAE ?
Os estudantes de toda a educação básica (educação infantil, en- sino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas e comunitárias, inclusive escolas indígenas e localizadas em comunidades qui- lombolas por, no mínimo, 200 (duzentos) dias letivos/ano
Como é feito o repasse dos recursos financeiros, acompanhamento e fiscalização pelo FNDE para a execução do PNAE?
A transferência dos recursos financeiros do orçamento do FNDE para execução do PNAE, em caráter complementar aos aportados pelas EE, será feita automaticamente pelo FNDE, sem necessidade de convênio, ajuste, acordo, contrato ou instrumento congênere, nos termos do disposto na Lei 11.947/2009, mediante depósito em conta corrente específica, diretamente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, com base no Censo Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. No caso das escolas federais, o atendimento é feito por meio de descentralização de créditos orçamentários. 
O Programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos CAEs, pelo FNDE, pelo TCU, pela CGU e pelo MP.
Em que situações os gestores serão obrigados a devolver os valores ao FNDE?
Ao FNDE é facultado estornar ou bloquear, nas seguintes situações: 
Ocorrência de depósitos indevidos;
Determinação do Poder Judiciário ou requisição do Minis- tério Público;
Constatação de irregularidades na execução do Programa; 
Constatação de incorreções nos dados cadastrais das contas correntes.
O que é o CAE e qual a sua importância no PNAE?
O CAE é um órgão colegiado, de caráter permanente, deliberativo e de assessoramento, instituído no âmbito dos Estados, do Dis- trito Federal e dos Municípios, tendo grande importância para a tomada de decisões necessárias à execução do PNAE.
 
 O CAE deve ser composto por: 
1 (um) representante titular indicado pelo Poder Executivo; 
2 (dois) representantes titulares da área da educação (professores, estudante maior de 18 anos ou trabalhadores do setor), indicados pelo respectivo segmento, sendo obriga- tória a participação de, pelo menos, um docente;
2 (dois) representantes titulares de pais de escolares, indicados pelo conselho escolar; 
2 (dois) representantes titulares indicados por entidades civis (igreja, sindicato rural, associação de moradores, etc.).
Quais as atribuições do CAE
O conselho deve acompanhar a execução do PNAE em todos os níveis, desde o recebimento do recurso até a prestação de contas. Portanto, o CAE deve atuar respeitando os princípios e diretrizes do PNAE, acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à alimentação escolar, zelar pela qualidade dos alimentos, emitir parecer conclusivo acerca da aprovação ou não da execução do Programa e elaborar o Regimento Interno.
A importância e o papel do nutricionista no PNAE
O nutricionista é o profissional habilitado que assume o planeja- mento, coordenação, direção, supervisão e avaliação na área de alimentação e nutrição, dentro da secretaria (municipal, estadual e distrital) de educação quanto à alimentação escolar. 
 Compete ao nutricionista exercer as seguintes atividades obrigatórias: 
Realizar o diagnóstico e o acompanhamento do estado nutricional dos escolares da educação pública, 
 Estimular a identificação de escolares com necessidades nutricionais específicas, 
Planejar, elaborar, acompanhar e avaliar o cardápio da alimentação escolar,
 
Propor e realizar ações de educação alimentar e nutricional para a comunidade escolar, 
Elaborar fichas técnicas das preparações que compõem o cardápio, 
Planejar, orientar e supervisionar as atividades de seleção, compra, armazenamento, produção e distribuição dos ali- mentos, 
Planejar, coordenar e supervisionar a aplicação de teste de aceitabilidade quando se fizer necessário, •	Interagir com os agricultores familiares e empreendedores familiares rurais e suas organizações, 
Participar do processo de licitação e da compra direta da agricultura familiar para aquisição e gêneros alimentícios, 
Elaborar e implementar o Manual de Boas Práticas para serviço de alimentação de fabricação e controle para UAN, 
Elaborar o plano anual de trabalho do PNAE, 
Assessorar o CAE.
Aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar e do Empreendedor Familiar Rural
 
A agricultura familiar é responsável pela produção de aproximadamente 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Responde atualmente por 07 em cada 10 empregos e por cerca de 40% da produção agrícola. 
Além disso, detém 84,4% dos estabelecimentos rurais. Este numeroso contingente de agricultores familiares ocupa uma área de 80,25 milhões de hectares, ou seja, 24,3% da área ocupada pelos estabelecimentos agro- pecuários brasileiros. 
Estes dados mostram uma estrutura agrária ainda concentrada no país: os estabelecimentos não familiares, apesar de representarem 15,6% do total dos estabelecimentos, ocupam 75,7% da área. 
A área média dos estabelecimentos familiares é de 18,37 hectares, e a dos não familiares, de 309,18 hectares.
 
Neste contexto Promover o desenvolvimento rural, manter o produtor e sua família no campo, ofertar alimentos mais saudáveis e diversificados aos escolares, são alguns benefícios que podem ser destacados com a introdução de alimentos da agricultura familiar no PNAE. 
A Lei 11.947/2009 determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo FNDE para alimentação escolar.
 
A aquisição de gêneros alimentícios deverá ser realizada, sempre que possível no mesmo município das escolas. Quando o fornecimento não puder ser feito localmente, as escolas poderão complementar a demanda entre agricultores da região, território rural, estado e país, nesta ordem de prioridade. 
Segundo o Artigo 12 da Lei 11.947/2009, os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados pelo nutricionista responsável técnico, respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura e a tradição alimentar da localidade, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região e na alimentação saudável e adequada.
Como adquirir produtos da agricultura familiar?
1º Passo: Elaboração do cardápio
Responsável: nutricionista 
2º Passo: Elaboração e divulgação de chamada pública
Responsável: Entidade Executora 
3º Passo: Definição do preço de referência
Responsável: Entidade Executora 
4º Passo: Elaboração do projeto de venda
Responsável: Grupo formal e Entidade Articuladora (Grupo in- formal) 
 
5º Passo: Recebimento do projeto de venda
Responsável: Entidades Executoras e Agriculto- res Familiares 
6º Passo: Seleção dos projetos de venda
Responsável: Entidade Executora
Terão prioridade nesta ordem os projetos do município, da região, do território rural, do estado e do país
 Os produtos da agricultura familiar devem atender a legislação sanitária: SIM/SIE, SUASA (facilita a produção e inserção dos produtos no mercado formal local, regional e nacional) e/ou ANVISA 
	Limite individual de venda do agricultor familiar é de R$ 20.000,00 por DAP/ano
 
7º Passo: Assinatura do contrato
Responsável: EE e Agricultores familiares fornecedores
 O Contrato estabelece: 
Cronograma de entrega dos produtos 
Data de pagamento dos agricultores familiar
Cláusulas de compra e venda 
8º Passo: Entrega dos produtos
Responsável: Agricultores familiares fornecedores 
 
DS: Doação Simultânea 
CDLAF: Compra Direta Local da Agricultura Familiar 
FE: Formação de Estoques pela Agricultura Familiar 
CD: Compra Direta da Agricultura Familiar 
Leite: Programa de Incentivo ao Consumo do Leit

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