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TCC FINAL - 2014.1

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Campus Goiânia 
Faculdade de Letras 
Curso Língua Portuguesa e Literaturas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÁSSICOS DA LITERATURA POR MEIO DAS HISTÓRIAS 
EM QUADRINHOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EURIDE GONCALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2014 
 
EURIDE GONCALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÁSSICOS DA LITERATURA POR MEIO DAS HISTÓRIAS 
EM QUADRINHOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso elaborado 
junto ao Curso de Letras (modalidade EAD) 
da Universidade Estácio de Sá, como 
requisito necessários para a obtenção do grau 
de Licenciado em Letras - Língua Portuguesa. 
Orientadora: Profª Valéria Campos Muniz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2014 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho em memória da minha adorável mãe Alzira, a quem 
agradecerei eternamente por tudo, principalmente pela concretização deste sonho. 
Mãe, a senhora não está aqui presente comigo fisicamente, mas meu coração sente 
sua presença apoiando-me em todos os momentos. Amarei-te eternamente! 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a meu companheiro Roberto, por ter tido muita paciência comigo durante 
esta caminhada, pelos momentos em que virei à noite na frente do computador, 
passei finais de semana somente estudando, mas ele sempre compreensivo e me 
incentivando o tempo todo. 
 
Agradeço a meu pai Euclides, que contribuiu significativamente durante todo o 
curso, a fim de que eu pudesse ter minha formação superior. 
 
Não posso deixar de agradecer aqui, a Professora Doutora Valéria Campos Muniz, 
pela paciência nos momentos críticos que tive ao longo da elaboração desse 
trabalho. Com o auxílio de sua sabedoria e profissionalismo, pude concretizar mais 
esta etapa na minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, 
mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” 
Arthur Schopenhauer 
5 
 
CLÁSSICOS DA LITERATURA POR MEIO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 
O objetivo desse trabalho é mostrar a relação entre a literatura, o leitor e as 
histórias em quadrinhos. Serão apresentadas as principais dificuldades que os 
novos leitores encontram, impedindo-os de adquirirem o hábito pela leitura. 
Descobriremos alguns dos principais motivos dos jovens leitores em rejeitarem os 
cânones da literatura. Veremos também os possíveis entraves encontrados entre o 
ensinar e o aprender, numa relação professor e aluno em sala de aula e os métodos 
usados para conduzir o ensino por parte de alguns profissionais. Veremos também, 
que existem inúmeros motivos para levar as histórias em quadrinhos para a sala de 
aula, como fonte de incentivo a leitura. Será exposto um estudo de Dom Quixote em 
Quadrinhos, criado por Caco Galhardo, a partir do romance Dom Quixote de La 
Mancha, de Miguel de Cervantes. 
Em meio a tantas mudanças ocorridas até chegarmos aos tempos atuais, nos 
deparamos com um leitor com hábitos diferentes daqueles das nossas gerações 
passadas. Isso pode ocorrer devido às diversas transformações ocorridas ao logo 
das gerações, as mudanças sofridas com o passar dos anos devem-se também aos 
novos meios de comunicação que surgiram, novos meios de interagirmos no dia a 
dia, o que acaba fazendo com que nos tornemos mais seletivos em tudo. Na 
literatura não é diferente, em pleno século XXI, podemos escolher o que ler e como 
iremos ler, seja digital ou não, entre outras tantas possibilidades. Diante de novas 
tendências e gostos dos mais diversificados, o habito de lermos obras épicas pode 
tomar outros rumos. E por falarmos de literatura, obras importantes podem se 
perderem no velho dizer, de que as literaturas antigas são cansativas e que nada 
pode se aprender com elas, devido à linguagem de difícil compreensão ou a época 
em que foram escritas. 
Com tantas possibilidades encontradas, podemos nos perguntar, o que fazer 
para conscientizar esses novos leitores a interagirem com nossa história através da 
boa literatura histórica que diz muito sobre os povos antigos, as civilizações dos 
séculos passados, além de conhecer os costumes de nossos antepassados, o que 
acaba revelando muito de nós na atualidade, etc. Uma das possibilidades que 
possui forte influência na atual geração e com perspectivas para influenciar as 
futuras e que é capaz de amalgamar a linguagem escrita e a visual, torna-se 
necessária. Isso já é possível, como podemos verificar a seguir: 
6 
 
 
As figuras podem induzir sensações fortes no leitor, mas também podem 
carecer da especificidade das palavras. As palavras, por outro lado, 
oferecem essa especificidade, mas não contêm a carga emocional imediata 
das figuras, dependendo de um efeito cumulativo 
Gradual. MCCLOUD (2005, p. 135). 
 
Diante da contribuição do autor citado, podemos dizer que, o caminho que 
precisamos para chamar os novos leitores a interagirem com o mundo literário e 
ganharem gosto pelas obras clássicas, sem grandes resistências; é apresentarmos a 
eles uma obra que já faz parte de seu mundo. Estamos falando das tão conhecidas 
histórias em quadrinhos. Essas obras são capazes de levarem seus adeptos a um 
mundo de conhecimento e cultura, além de possuir uma riqueza visual através das 
formas diversificadas, da linguagem cinematográfica, das narrativas que também 
fazem parte de tais obras, e o que faz com que essas histórias em quadrinhos as 
tornem tão importantes, é que as mesmas fazem com que os leitores adquiram o 
gosto pela leitura e até mesmo o interesse em conhecer as obras originárias dos 
quadrinhos que leem, já que há uma tendência de transformarem as tão conhecidas 
como clássicas em histórias em quadrinhos, pois as obras que foram adaptadas têm 
agradado um grande público. 
Através dessa nova proposta literária, a resistência em ler será deixada de 
lado, onde ler não será mais um sacrifício, e aquela visão de que liam por imposição 
da escola, passará a ser recebida como algo que contribuirá para a vida toda e não 
apenas algo necessário somente enquanto estiverem estudando, sendo “forçados” a 
lerem. Nesse contexto, os clássicos passarão a fazer parte do cotidiano dos jovens 
sem grandes resistências por parte deles. Diante de tal proposta, poderemos refletir 
que a resistência em ler determinadas obras por parte dos adolescentes pode ser 
por causa do estilo das obras, ou de quem esteja conduzindo-o ao universo 
encantado da literatura, que em muitas situações, não considera a bagagem que 
muitos jovens já trazem consigo desde sua infância. 
É importante que o leitor saiba sobre a história da literatura, os períodos em 
que diversas obras foram escritas, o significado delas para os povos da época em 
que foram escritas e os autores que empenharam em produzi-las, entre outros 
fatores que possam contribuir para uma informação mais detalhada daquilo que o 
leitor busca conhecer através da literatura. Mas em muitos casos, o leitor carrega 
consigo um excesso de cobrança por fatores como os períodos em que as obras 
7 
 
foram lançadas, etc., que acabam perdendo outros aspectos importantes de ser 
conhecido também, como o texto propriamente dito. É importante que seja 
observado, que quando falarmos em literatura, mesmo que seja um cânone, não 
podemos ignorar seus autores, homens e mulheres dotados de infinita sabedoria, 
que foram capazes de deixar uma gama inesgotável de cultura e conhecimentos 
como herança para a atualidade, mas que continuarão sendo fonte de conhecimento 
paragerações posteriores. Esses autores foram e serão sempre, capazes de fazer 
seus leitores sentirem emoções diversas, levando-os a chorar, rir, odiar e se 
apaixonar ou simplesmente não ter nenhum tipo de reação perante aquilo que leram; 
o que de fato importa nessa situação, é a interação entre autor e leitor, independente 
da reação emocional que sentirem. Ler é sempre empolgante, no início um novo 
leitor pode não ter tanta empolgação, mas quando vão se aprofundando com a 
mensagem transmitida pela obra, o então resistente leitor passa a interagir com o 
conteúdo, e é aí que o profissional que estiver à frente de tamanha responsabilidade, 
que é o de auxiliar esse leitor, deve entrar em ação, conduzindo-o por diferentes 
obras, sejam elas um cânone ou não. Como vimos anteriormente à literatura é capaz 
de produzir inúmeras reações, conforme veremos a seguir. 
Uma obra literária também desperta expectativas que precisa cumprir, 
senão deixará de ser lida. As mais profundas ansiedades da literatura são 
literárias; na verdade, em minha opinião, elas definem o literário e se tornam 
quase idênticas a ele. BLOOM (1995, P. 27). 
 
Através do proposto por BLOOM, percebemos que o profissional conforme 
mencionamos anteriormente; deverá ser despido de qualquer sentimento 
preconceituoso que possa surgir sobre as diversas obras que encontramos no 
mercado atualmente, ele na verdade deve utilizá-las, a fim de aproximar seus alunos 
do universo mágico da leitura, as diversas formas encontradas não atrapalha o 
objetivo do profissional, pelo contrário, enriquece e muito suas aulas, e as histórias 
em quadrinhos são capazes de cumprirem seu papel, atuando não somente na 
escrita, mas também no visual, o qual é diversificado e leva a imaginação do leitor a 
viajar por um mundo encantador, sendo possível através dessas obras, trilharem o 
principal objetivo, o interesse pelas obras e pela leitura. Para Harold Bloom (1995, p. 
491), “Os motivos para ler, como para escrever, são muitos diversos, e muitas vezes 
não claros mesmo para leitores ou escritores mais autoconscientes”. 
8 
 
Há diversas maneiras interessantes que são capazes de atraírem os alunos 
para que entrem em contato com a literatura, sendo exemplo expressivo disso, as 
tão conhecidas minisséries que são transmitidas em canal aberto que faz uso das 
diversas linguagens capazes de proporcionar uma forte interação com o 
telespectador, essas minisséries são na grande maioria inspiradas nos grandes 
clássicos da nossa literatura, como obras produzidas por Machado de Assis, Jorge 
Amado, entre tantos outros. Tais obras não ficam somente na dramaturgia 
cinematográfica, são inseridas também nos quadrinhos, uma tendência atual e que 
reflete também em um crescimento ainda maior no futuro. 
Atualmente, nos deparamos com inúmeras instituições que visa focar seus 
alunos em obras que são tendências a comporem provas de vestibulares e 
concursos, não se importando no prazer que a obra pode proporcionar a seus 
alunos. Isso torna um ciclo vicioso, já que os alunos passam a serem “treinados” 
com esse erro institucional. A partir desse pressuposto muitos continuarão a 
buscarem por livros e fragmentos de textos que são capazes apenas de saciar um 
desejo profissional, sendo portando o prazer de ler por cultura ou por novos saberes, 
deixados de lado, transformando nossos jovens “adestrados” por causa das 
competições de interesse individualista de muitas organizações educacionais. Com 
esse foco errôneo, surgirá a pergunta, para que ler os clássicos da literatura? Essas 
obras não são solicitadas apenas nos vestibular ou em algum concurso? 
Perguntas como as apresentadas, predominam no pensamento dos nossos 
jovens leitores, que usam sempre da tão comentada “linguagem complexa” das 
obras antigas, para justificarem o não desejo em ter contato com as mesmas. Ler e 
não ter compreensão da mensagem que o texto transmite, não adiantará de nada, 
isso já está fixado na mente da grande parcela dos alunos. Outros motivos que os 
levam a rejeitarem o contato com a leitura, deve-se ao fato de na maioria das 
situações se verem forçados a ler e interpretar textos, sem se quer ter tido alguma 
orientação de como proceder diante da atividade que é proposta, cobranças como 
essas e que, quase sempre não vem acompanhadas de orientações adequadas, 
acaba levando-os a rejeitarem o que lhes é proposto. A seguir, veremos um exemplo 
passível de reflexão sobre o assunto. 
 
A leitura não é tarefa apenas da escola. É por isso também que a formação 
dos professores deve incluir contato com os pais, com a biblioteca de bairro 
9 
 
e de empresa, com associações, de maneira a estabelecer intercambio 
entre as ações de informação e formação. FOUCABERT (1997, p.11). 
 
Assim sendo, deveremos nos conscientizar que uma educação de fato, só 
será possível com a participação dos pais, onde os mesmos devem ser presentes no 
processo de aprendizagem de seus filhos. Quanto ao professor, ele deve buscar 
sempre, novos caminhos, a fim de cumprir seu papel em uma tarefa que a cada dia 
parece mais complexa, o ato de conduzir ao caminho da educação, o fator ensinar. É 
necessário que o profissional esteja continuamente em um processo de 
aperfeiçoamento, buscando fazer uma articulação de eficiência e afetividade com 
aquilo que faz, ou seja, sendo capazes de produzirem uma educação de verdade. 
Veremos na sequência o que BORDINI & AGUIAR nos falam sobre esse assunto. 
 
Quando se trata de literatura, a experiência de leitura e o senso crítico 
do professor não podem ser substituídos pelo aparato metodológico, por 
mais aperfeiçoado e atualizado que este esteja. Uma aula de literatura 
bem planejada parte não da metodização das atividades, mas do 
próprio conteúdo dos textos a serem estudados. BORDINI & AGUIAR 
(1993, p. 28). 
 
Diante do exposto, os professores são ferramentas fundamentais nessa 
trajetória que os alunos percorreram, sendo esse educador, pautado de 
conhecimentos específicos daquilo que ensinam; se assim não for, diversas 
metodologias usadas não ajudarão muito nesse processo de transmissão de 
conhecimento. Uma aula bem planejada vai além da metodologia, é preciso que o 
conteúdo a ser usado seja selecionado, capaz de atender as necessidades dos 
alunos de forma individual, já que sabemos que há alunos que apresentam maiores 
dificuldades de compreensão do conteúdo em relação aos demais, por isso a 
necessidade de uma boa seleção dos textos e materiais a serem trabalhados em 
sala de aula, e as histórias em quadrinho vem ganhando espaço nesse contexto, por 
trabalhar diversas possibilidades de aprendizado durante as aulas. 
Com toda essa problemática que estamos nos referindo, o cânone concorre 
com inúmeras obras, para que não seja abandonado pelas gerações. Harold Bloom 
(1995, p. 491) afirma que “sempre haverá (espera-se) leitores incessantes, que 
continuarão a ler apesar da proliferação de novas tecnologias de distração”. Nas 
séries do Ensino Médio, acontecem momentos de mudanças profundas na formação 
educacional dos nossos alunos, podendo haver uma profunda negação em relação a 
10 
 
determinadas obras devido sua difícil linguagem. Com essa situação é preciso 
estimular o lado curioso dos alunos através de códigos linguísticos, utilizando de 
outras metodologias, o que acabará provocando um sentimento de decisão, onde a 
maiorias dos adolescentes acabam compreendendo o real valor da literatura e 
conscientizando-se da importância de terem o habito de ler outras obras que inclui 
também os clássicos. A seguir temos uma reflexão do que estamos falando. 
 
Os clássicos são livros que exercem uma influencia particular quando se 
impõe como inesquecíveise também quando nas dobras da memória, 
mimetizando-se como inconsciente coletivo e individual. Um clássico é um 
livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. Os clássicos 
são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das 
leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na 
cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na 
linguagem ou nos costumes). CALVINO (2001, p. 11). 
 
 
Sobre o que diz CALVINO, notamos que os clássicos não são meramente 
uma obra como outra qualquer, tais obras fazem parte de um legado importante da 
nossa literatura, sendo capaz de perdurar várias gerações, pelo seu importante 
papel, em exercer marcas de linguagem e costumes. Se refletirmos a fundo, 
notaremos que até mesmo na atualidade, as obras que se surgem, acabam em sua 
maioria, seguindo os traços de escritores que fizeram parte do cânone, de uma 
forma ou de outra, as obras do presente só foram possíveis, devido às obras de 
nossas gerações passadas, que serviram de inspiração para muitos escritores, já 
que os clássicos nunca terminaram de dizer o que queria na época em que foram 
escritos, nossos autores contemporâneos, continuam com o papel em transmitir 
aquilo que ficou por dizer. 
Já que vivemos em um mundo onde a comunicação se estabelece por meio 
da comunicação através das múltiplas linguagens, não podemos então seguir um 
caminho que possa dificultar a comunicação, independente do ambiente em que 
estivermos inseridos. No ambiente escolar, por exemplo, a linguagem deve ser 
facilitadora, levando os alunos a compreenderem melhor, aquilo que lhes são 
transmitidos, o que não quer dizer que a linguagem usada possa ser qualquer uma, 
mas deve ser aquela que considere a bagagem que os alunos trazem consigo, 
herança de toda uma trajetória e costumes de suas famílias. Nessa perspectiva, as 
histórias em quadrinhos é uma arma que se faz possível na compreensão da leitura, 
11 
 
reunindo diversas formas de linguagem em um único texto, como podemos refletir a 
seguir: 
 
A história em quadrinhos lida com dois importantes dispositivos de 
comunicação, palavras e imagens. De certo trata-se de uma separação 
arbitrária, Mas parece válida, já que no moderno mundo da comunicação 
esses dispositivos são tratados separadamente. Na verdade, eles derivam 
da mesma origem, e no emprego habilidoso de palavras e imagens 
encontra-se o potencial expressivo do veiculo. EISNER (1998, p. 13). 
 
O uso das imagens existe desde a pré-história, essa relação com seu uso, 
contribuía com a comunicação da época, e muitas existem até hoje, onde diversos 
pesquisadores confirmam que as imagens foram bastante utilizadas no processo de 
comunicação da época; os hieróglifos egípcios que eram formados por uma 
combinação de palavras e desenhos, foram usados na época para contar histórias; 
os palácios monumentais da Grécia com inúmeras imagens desenhadas em alto 
relevo foram capazes de trazer a nosso conhecimento, a existência dos jogos 
olímpicos daquele período. Há também diversos desenhos sequenciais nas paredes 
de várias igrejas católicas, em que esses desenhos se encarregavam de narrar a 
história de Jesus Cristo, tais desenhos cumprem essa função na atualidade também. 
Com esse histórico de informações, vimos que os desenhos foram de suma 
importância no papel de contribuir com a comunicação no passado; onde as diversas 
motivações podem ter sido surgidas através das ilustrações e acontecimentos a fim 
de que as futuras gerações conhecessem esses fatos sobre o uso da linguagem. 
Com o passar dos tempos tais desenhos foram tornando formas capazes de 
dialogarem com outras linguagens, simplificando ainda mais a comunicação. 
Vejamos: 
 
[...] a história contada por sucessão de imagens. A fim de traduzir comunicar 
uma mensagem verbal que por ventura devesse ser transmitida por um 
personagem da história, duas soluções foram encontradas no decorrer dos 
séculos: Palavras abaixo das ilustrações como legendas e palavras saindo 
da própria boca de quem fala. ANSELMO (1975, p. 40). 
 
A junção das imagens e da escrita é usada até hoje, principalmente nas 
histórias em quadrinhos, sendo possível comunicar com nossos jovens leitores, já 
que se trata de algo que eles gostam. As palavras, gestos e imagens inseridas nos 
quadrinhos, são capazes de produzir uma forma de sentimento para aquele leitor 
que ainda não está familiarizado com o mundo da literatura. Os quadrinhos 
12 
 
cumprem um importante papel levando o leitor ao mundo da linguagem verbal e não 
verbal (desenhos e imagens). Os desenhos das histórias em quadrinhos possuem 
clareza, trazendo formas diversas no comportamento e sentimento de cada 
personagem ali inserido. Os personagens épicos têm uma forma e estilo diferente de 
interagir com o leitor em relação aos personagens dos dias de hoje, com isso o leitor 
passará a aprender e diferenciar um estilo do outro e uma época da outra. 
As histórias em quadrinhos é um gênero recente na sociedade, seu 
reconhecimento é mais lento com relação a outras obras, sua aparição ficou mais 
evidente a partir do século XIX, quando sua aparição passou a ser divulgada em 
veículos de comunicação de maça. Pelo fato de trazerem uma linguagem que 
interage com crianças e adolescentes, os quadrinhos estão sendo mais divulgados 
nas escolas, sendo capazes de produzirem o desejo pela leitura entre os alunos; 
muitas escolas passaram a inserir o estilo nas aulas de literatura pelo fato dos 
quadrinhos trazerem fatores capazes de formarem leitores, como já vimos, o cânone 
está incorporando o estilo dessas histórias. É importante notarmos que os 
quadrinhos vêm sendo também, fonte de pesquisa por diversas instituições. 
Quando surgiram as histórias em quadrinhos, o que predominava naquela 
época era o fator humorístico. As primeiras obras faziam uma conjunção de piadas 
fazendo uma junção de dois temas que envolvia as crianças e a fantasia. Os 
quadrinhos surgiram nos Estados Unidos da América, passando a serem conhecidos 
mundialmente e sendo usados com intensidade até hoje, seja ele através das novas 
tecnologias ou na versão antiga, impressa. Aqui no Brasil, as histórias em 
quadrinhos são conhecidas como gibi, principalmente pelas crianças e adolescentes. 
 Inicialmente eram inseridas em jornais como tablóides, em publicações 
dominicais, mas surgiram diversos fatores que mudaram a sua forma de publicação 
para um estilo mais cômico, com o surgimento de novos desenhistas, a expansão 
começou a ser renovada. Os donos de jornais da época queriam algo que trouxesse 
uma maior aproximação da realidade da população infantojuvenil. IANNONE ralata 
que: 
 
No novo formato, as tiras cômicas transferiam-se dos suplementos 
dominicais pra as páginas internas dos jornais, tornando-se diárias. Foram 
reduzidas a três ou quatro quadrinhos e deixaram de ser impressas em 
cores. Criaram-se histórias em capítulos, sempre com uma situação de 
suspense no último quadro. Assim, o leitor ficava na expectativa da próxima 
tira e era obrigado a comprar o jornal no dia seguinte. Os capítulos duravam 
13 
 
algumas semanas e as tiras acabaram convertendo-se em seção fixa nos 
periódicos norte-americanos. IANNONE (1994, P. 42). 
 
Com a proliferação das tiras, novos artistas passaram a usarem o novo estilo, 
porém a expansão das historinhas no novo formato ficou meio que aprisionada, já 
que sua publicação era condicionada a jornais, o que impediam a publicação em 
grande escala de forma imediata. No Brasil, a circulação de O Tico Tico, uma revista 
produzida em nossa terra, era publicada pelo gênero em quadrinhos, foi a primeira 
do mundo que publicavam as histórias por completo,seu lançamento foi em 1905, 
através do então jornalista Luiz Bartolomeu de Souza e Silva. Sua obra trazia temas 
variados, todos destinados ao público infantil. O personagem central da trama 
recebeu o nome de Chiquinho. A sobrevivência da revista Tico Tico durou apenas 
até o ano de 1956. 
Nos Estados Unidos da América, o principal percussor do estilo quadrinhos foi 
o jornalista e autor Adolfo Aizen, ele é apontado também, como o principal 
incentivador dos quadrinhos no meio da população infantojuvenil na década de 
1930.o autor notou nessa época que, as histórias em quadrinhos eram repletas de 
temas cômicos, levando-o a fazer uma implementação em jornais aqui no Brasil, 
onde lançou na cidade do Rio de Janeiro o Suplemento Juvenil. Adolfo Aizen 
começou na época a promover inúmeros concursos, capazes de revelarem novos 
talentos. 
A tão conhecida como a era de ouro das histórias em quadrinhos, por volta do 
início dos anos de 1950, ano em que passou a vigorar o então conhecido “Comics 
Code Autority”, um tipo de código responsável por regulamentar os quadrinhos nos 
Estados Unidos da América, sendo capaz de fazer censura ao estilo, mas o 
congresso na época, fez com que as indústrias dos quadrinhos passassem a ganhar 
mais apoio na publicação, sendo a censura, ficando incapaz de provocar prejuízos 
para os quadrinhos, já que ela era exageradamente taxativa, alegando que o estilo 
quadrinhos seria capaz de provocarem problemas graves de desvio na juventude, 
incluindo desde as formas de desvios sexuais ao aumento da criminalidade e 
delinquência, mas como o congresso interveio a favor das publicações, o “Comics 
Code Autority” não prosseguiu adiante com a ideia de censura. Vejamos o que dizia 
tal código: 
 
14 
 
Os “intelectuais” acreditavam que as histórias em quadrinhos seriam 
capazes de afastar crianças e jovens do hábito da leitura de livros 
tradicionais e do estudo de assuntos “sérios”, diminuindo o rendimento 
escolar e podendo trazer prejuízos mais graves ao seu desenvolvimento, 
tais como o “embotamento do raciocínio lógico, a dificuldade para 
apreensão de ideias abstratas e o mergulho em um ambiente imaginativo 
prejudicial ao relacionamento social afetivo de seus leitores”. RAMA & 
VERQUEIRO (2005, P. 16). 
 
Com todas as dificuldades impostas na época, as histórias em quadrinhos 
foram ganhando espaço até mesmo em universidades, pesquisadores passaram a 
interagir com o gênero e pesquisarem sobre o assunto, com o intuito de inseri-lo 
como mais um recurso pedagógico de grande relevância nas salas de alfabetização. 
Com toda essa trajetória que os quadrinhos percorreram, o importante é 
observarmos que o estilo prevaleceu e com mais força ainda e aos poucos foram 
sendo aceitos, sendo destaque mundialmente, como um sistema de comunicação 
que une múltiplas linguagens; além de ser um elemento que produz diversas 
manifestações com sua própria característica. Com o reconhecimento, no mundo 
inteiro as histórias em quadrinhos vão percorrendo diversas maneiras de serem 
trabalhadas, sendo encorpadas em inúmeros ambientes educacionais, com o 
objetivo de produzirem efeito entre os jovens leitores. Como falamos anteriormente 
que os Estados Unidos quem expandiu a modalidade, foram lá também que tiveram 
início às adaptações para serem usados em sala de aula. 
As histórias em quadrinhos possuem diferentes formas, para que possa haver 
de fato uma comunicação sem complicações, sendo os quadrinhos o veículo 
encarregado da ação que leva a interação com o leitor, possibilitando assim a 
mensagem com o seu leitor através das imagens. A imagem toma conta do papel de 
fazer a junção entre uma cena e outra, levando meios que facilite o entendimento do 
que está ocorrendo na narrativa, tornando possível o entendimento da ação que está 
acontecendo naquele instante. Essa interação entre a imagem e o leitor é muito 
importante, por esse motivo, o artista usa de temas que na maioria das vezes já está 
fixado na memória de quem está lendo a obra. Eisner (1998, p. 44), destaca que, o 
“sucesso ou fracasso desse método de comunicação depende da facilidade com que 
o leitor reconhece o significado e o impacto emocional da imagem”. Com a utilização 
de dois elementos indispensáveis, o visual e o linguístico. Em algumas histórias o 
elemento mais usado é o visual que passa a encorpar a trama existente no texto, 
15 
 
isso ocorre sempre nas histórias muda. Para interpretar essas histórias mudas, é 
preciso que o leitor busque um sentimento de profunda apreciação para com o texto. 
Sobre o uso da narrativa visual nos textos, Eisner (1998, p. 28) diz que 
“existem dois “quadrinhos” nesse sentido: a página total, que pode conter vários 
quadrinhos, e o quadrinho em si, dentro do qual se desenrola a ação narrativa”. Para 
o autor isso é um fato normal. Para se criar uma história em quadrinho, é importante 
que haja uma escolha minuciosa dos elementos que irão compor o texto: os 
desenhos a serem criados, a composição que deverá ser inserida, e o alcance que a 
narrativa poderá abranger. 
Só poderá haver uma compreensão completa através das histórias em 
quadrinhos, quando é possível conhecer os inúmeros elementos que figuram tal 
narrativa. Existe nesta modalidade de gênero uma característica peculiar passível de 
entendimento e compreensão, tais elementos são o tempo e o “Timinng”. Com esses 
elementos o texto fica claro para que não haja confusão de interpretação por parte 
do leitor, conforme relatado a seguir: 
 
Uma história em quadrinhos torna-se “real” quando o tempo e o timing 
tornam-se componentes ativos na criação. Na música ou em outras formas 
de comunicação auditiva, onde se consegue ritmo ou “cadência”, isso é feito 
com extensões reais de tempo. Nas artes gráficas, a experiência é expressa 
por meio de ilusões e símbolos e do seu ornamento. EISNER (1998, p. 26). 
 
O balão é um importante elemento que faz um apanhado geral, dando a 
noção de tempo na narrativa. As imagens e os textos são os itens que compõem os 
balões, tornando possível o diálogo dos personagens ali inseridos, reproduzindo 
elementos como o som, possibilitando uma visão ampla e compreensiva da narrativa 
exposta nas histórias em quadrinhos. São variados os modelos de balões existente, 
encarregados da função de causar expressões como dor, amor, grito, medo, choro, 
etc. Com tantos elementos contidos nos quadrinhos, não há mais motivos para 
classificá-los como apenas um gibi, mas sim, como um elemento literário rico, que 
traz consigo inúmeros motivos passíveis de inseri-los nas aulas de literatura. 
O elemento que marcará uma história em quadrinhos adaptada de outra obra, 
seja ela um cânone ou não, é a essência da obra original, capaz de permancer na 
nova obra, mesmo ela tendo sofrido drásticas transformações. Nessas adaptações, 
os quadrinhos devem ser capazes de unir a imagem e a escrita, tornando possível 
uma leitura clara dos elementos ali contidos, para que a obra principal a qual foi 
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fonte de inspiração, não pareça algo que não serviu de base para a criação das 
histórias em quadrinhos. Sabemos que uma adaptação ou “recriação” de 
determinada obra por alguns autores, tentam expor uma ideia diferenciada que não 
foi exposta anteriormente, porém isso ocasionará um erro, já que a essência 
principal ficará comprometida. Muitas vezes fazemos julgamento das obras que 
outras pessoas leem, o que é um erro tal comportamento, devemos respeitar, já que 
sabemos da afinidade existente entre uma obra e o seu leitor, ou seja, cada leitor se 
identifica com determinada temática e busca através da mesma, fazer uma viagem 
pela poética de seus textos. Na verdade não existe uma obra pior, ou melhor,apenas há obras diferentes, que foram criadas por escritores que pensam diferente 
um do outro e direcionadas para um público que é oposto do outro, mesmo assim 
como vimos anteriormente, que em muitas situações, o leitor se depara lendo aquilo 
que não deseja, já que foi imposta a ele tal situação, seja numa escola ou por outros 
fatores diversos. 
É perceptível a capacidade que as histórias em quadrinhos têm em aproximar 
o leitor da leitura, esse gênero é eficiente, pois inicialmente o leitor poderá aderir por 
acreditar que é um fascículo, descobrindo em seguida que sua riqueza vá além 
daquilo que esperava anteriormente. Através de uma análise minuciosa da obra 
“Dom Quixote”, adaptada em quadrinhos pelo escritor Caco Galhardo, nota-se que o 
autor acredita fielmente que o estilo possibilita uma oportunidade para os leitores 
aderirem ao desejo de terem contato com as obras originais que deram origem as 
adaptações dos quadrinhos. Através de “Dom Quixote” adaptado, o leitor pode 
conferir que há uma tonalidade humorística, o que faz parte da característica do 
gênero. 
Nas páginas iniciais da adaptação, há um foco nas características do fidalgo, 
que por vez possui um desejo incontrolável por novelas de cavalaria, além de um 
mundo que existe somente na imaginação do protagonista, proporcionado pela 
loucura. Sendo esse o principal fator para que Dom Quixote buscasse em suas 
coisas, uma velha armadura e se pusesse no mundo em busca das aventuras 
idealizadas. É interessante perceber como o traço caricato faz uma divisão do 
mundo da razão e do mundo da loucura, que é apresentado através do olhar de um 
cavaleiro andante e a do visto pelo leitor. Através das ilustrações, percebe-se o 
mundo da loucura, essa sequencia de requadros desprovidas de balões na obra tem 
a intenção de mostrar a loucura do protagonista, numa visão que não condiz à 
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realidade. Através das inúmeras características existentes nos desenhos, torna 
possível a representação hiperbólica que se assemelha aos humanos, através dos 
traços com cores fortes e uma pitada humorística, atraindo adolescentes e adultos. 
Assim, mesmo aqueles que nunca leram a obra original, sentirão tentados ao convite 
através das imagens expostas no livro. 
Pelas concepções inseridas ao longo do trabalho, podemos afirmar que o 
êxito do leitor se dará pelo equilíbrio entre esses dois aspectos de ler: o gosto e a 
necessidade. No entanto, a escola tem falhado na obtenção desse equilíbrio e, 
consequentemente, desmotivando os prováveis leitores. Ao consideramos a 
utilização dos quadrinhos em sala de aula como um valioso recurso literário, que 
permite ao professor trabalhar suas diversas possibilidades no intuito de obter 
resultados positivos, através da construção dos personagens, será possível a 
análise expressiva e as características que envolva a cada um em um nível estético, 
moral e intelectual. Hoje em dia, é impossível abandonarmos as possibilidades 
proporcionadas pelas novas tecnologias, onde surgem inúmeros meios para ensinar 
e aprender. Com tantas oportunidades existentes, ao mesmo tempo em que o 
professor ensina, o mesmo está aprendendo um pouco a mais daquilo que está 
ensinando. Pode-se dizer que este estudo não teve a pretensão de apresentar uma 
versão determinante sobre o tema. Tem-se a convicção de que os resultados 
apresentados na pesquisa exigem a continuidade desses estudos. As histórias em 
quadrinhos são a expressão artística do momento presente e que podem sim 
contribuir em muito para a cultura e para o aprendizado da literatura. Enfim, o 
professor tradicional deve reconsiderar novas possibilidades e métodos, já que 
ensinar literatura em um país no qual o hábito da leitura não é comum se torna um 
trabalho árduo. Faz-se necessário rever conceitos tradicionais, elaborar estratégias 
de trabalho e, sobretudo conseguir que para o aluno o conteúdo aplicado faça 
sentido. Por fim, fica registrado que o esforço empreendido na realização do 
presente trabalho é mais uma busca de uma aprendizagem significativa de um 
processo de formação continuada e profissional, que não termina nesse trabalho. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Através deste trabalho, é possível considerar que as histórias em quadrinhos 
é um gênero importantíssimo para ser usado em sala de aula, devido a seu 
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grandioso valor no contexto formativo do leitor. Os quadrinhos cativam todos os 
públicos, desde o infantil ao juvenil, apresentando diferentes caminhos na criação 
textual e nas diversas maneiras de leitura. O gênero história em quadrinhos é uma 
forma de ensinar diferenciada, a junção de imagem e palavras, “prende” mais a 
atenção do leitor, sendo eficaz no aprendizado. Além de desenvolver o hábito de 
leitura, o aluno também amplia o vocabulário, fazendo uso da própria imaginação 
nas histórias ali narradas; devido a gama de possibilidades nas diferentes 
linguagens que as histórias em quadrinhos utilizam. O professor também acaba 
ganhando, ao utilizar o gênero história em quadrinhos em suas aulas. Ao fazer uso 
dessa ferramenta, o profissional da educação perceberá o desenvolvimento e a 
criatividade de seus alunos. Enfim, as histórias em quadrinhos são capazes de 
formarem leitores amadurecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas: 
 
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BLOOM, Harold. O Cânone Ocidental: Os livros e a Escola do Tempo. Trad. 
Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. 
BORDINI, Maria da Glória & AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura - a formação do 
leitor. Alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. 
CALVINO, Ítalo. "Por que ler os clássicos". Trad. de Nilson Moulin. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2001. 
EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 
1998. 
FOUCAMBERT, Jean. A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1997. 
GALHARDO, Caco. Dom Quixote em quadrinhos. 2. ed. São Paulo: Petrópolis, 
2005. 
IANNONE, Rentroia, IANNONE, Roberto. O Mundo Das Histórias em Quadrinhos, 
São Paulo: Moderna, 1994. 
MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos: história, criação, desenho, 
animação, roteiro. São Paulo: M. Books, 2005. 
VERGUEIRO, Waldomiro. O uso das HQS no ensino. In: RAMA, Angela, 
VERQUEIRO, Waldomiro (Orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala 
de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 16-17.

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