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A Educação de Jovens e Adultos para trabalho do chatão.

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A Educação de Jovens e Adultos (EJA) constitui uma modalidade educativa estruturada a partir da constatação de que seus sujeitos trazem consigo um conjunto de vivências e saberes que devem ser tomados como norteadores das práticas pedagógicas (FREIRE, 1978, 1992, 1999). Assim, atentando-se para tais especificidades inerentes ao campo da EJA, presume-se que o perfil do profissional que atua nessa modalidade deve também ser diferenciado. Entretanto, a discussão acerca das bases teóricas fundamentais para a formação dos educadores de jovens e adultos permanece sem parâmetros que possam orientá-la (ARROYO, 2006; VÓVIO, 2010). Nesse sentido, o presente artigo apresenta algumas reflexões acerca das especificidades inerentes ao campo da Educação de Jovens e Adultos, com o objetivo de demarcar essa modalidade educativa. Em seguida, a problemática da formação de seus educadores é abordada, explicitando-se seus principais desafios. Por fim, e sem ter a pretensão de esgotar a referida discussão, busca-se elencar alguns pressupostos defendidos por Paulo Freire, sobretudo os relacionados à dialogicidade, no intuito de contribuir para a discussão das questões mencionadas.
https://scholar.google.com.br/scholar?q=referencias+sobre+dialogicidade&hl=pt-BR&as_sdt=0&as_vis=1&oi=scholart&sa=X&ved=0ahUKEwjQiYvZ_pLTAhWKIJAKHReMCxEQgQMIIzAA
Em sua obra Pedagogia do Oprimido o autor ressalta que o diálogo se constitui da palavra verdadeira, que implica ação e reflexão. Se há valorização demasiada da ação em detrimento da reflexão, o que acaba por acontecer é um ativismo; e se há valorização demasiada da reflexão, o que há é verbalismo. Segundo Freire, não é no silêncio que os homens se fazem, mas nas palavras, no trabalho, na ação-reflexão (FREIRE, 2003, p. 92). Pensando na teoria dialógica de Freire, encontrei minha motivação pessoal para desenvolver este trabalho, especialmente porque realizei meu estágio em uma escola que abriga um dos projetos do Niase, intitulado Comunidades de Aprendizagem. Nesta escola, tive a oportunidade de trabalhar e conviver com várias pessoas (crianças, familiares, funcionárias/os, professoras/es e diretora), as quais me despertaram para uma melhor compreensão das relações de diálogo entre os seres humanos. Além disso, por tentarem estabelecer o diálogo em diversas relações, me fizeram enxergar também outras possibilidades de conviver com elas.
Grande parte desta vivência se deu ao lado da diretora da escola5 , que procurava manter suas ações pautadas na valorização das relações, no diálogo igualitário, e não no autoritarismo, despertando-me para tal compreensão. Além do contato com a diretora, outros fatos da minha experiência de estágio me estimularam a estudar e entender melhor a teoria freireana. Um deles foi perceber o quanto a realidade das crianças era diferente da minha e quão grande era meu esforço para compreendê-las. Por exemplo, causava-me estranhamento ver o quanto as crianças se batiam na hora do recreio, além de me surpreender com a naturalidade com que aceitavam o fato de muitos pais estarem encarcerados. Em busca de compreender a realidade exposta no ambiente escolar, encontrei em Paulo Freire uma grande identificação pessoal, pois o autor me trouxe respaldo teórico para pensar como é estar no mundo com o outro, dialogando. Diante desta nova visão sobre o mundo e os seres humanos, encontrada no autor, busquei na prática do estágio modificar minhas ações, de forma que se tornassem mais coerentes com o que penso. Isto ultrapassou as barreiras da escola, e hoje busco em minha vida a coerência entre o que leio e como pratico aquilo em que acredito. Então, observei no estágio que as crianças vivem efetivamente o mundo em que estão e, com naturalidade, uma realidade que, sob o meu olhar inicial, parecia estranha. Enquanto estagiária e pessoa de referência do Comunidades de Aprendizagem na escola, vivendo neste cenário constatei, entre outras experiências, que conhecer e respeitar o meio em que as/os educandas/os estavam inseridas/os conferia sentido a sua aprendizagem. As crianças melhoravam sua aprendizagem, e passavam a se interessar mais pelos conteúdos que até então desconheciam. O próprio Freire (2003) já considerava em sua teoria sobre a dialogicidade que não existe diálogo se não houver um profundo amor ao mundo e aos homens (FREIRE, 2003, p.79).
http://www.pedagogia.ufscar.br/documentos/arquivos/tcc-2003/a-dialogicidade-de-freire-na-construcao-do-dialogo-igualitario-e-suas-relacoes-com-os-principios-da-aprendizagem-dialogica

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