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PSICOLOGIA SOCIAL I
AULA 1: INTRODUÇÃO: CONCEITO, MÉTODO, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES
Objetivos
1-Identificar seu objeto de estudo;
2-Descrever seus aspectos gerais;
3-Reconhecer suas principais características;
4-Relacionar suas aplicações com as situações práticas.
CONCEITO A Psicologia Social é a ciência que estuda a forma como as pessoas se influenciam e se relacionam entre si.
É uma ciência empírica procurando explicar o comportamento social do ser humano.
❢ A Psicologia Social, em contraste com a Sociologia, tem um foco de estudo mais individualista e uma metodologia mais experimentalista.
INFLUÊNCIA Todos são influenciados por outras pessoas. Muitas vezes nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos são influenciados pela simples presença de alguém.
Mesmo que a pessoa não se encontre fisicamente presente, ainda assim, podemos ser influenciados por ela. 
A expectativa em relação ao comportamento do outro (ou seus pensamentos ou sentimentos) pode igualmente modificar nossas ações.
Todos nós contamos com a influência de pessoas importantes e significativas, como os nossos pais e amigos. Por exemplo, quando tentamos tomar decisões que, de alguma forma, os fariam sentir orgulho de nós, estamos sendo fortemente influenciados por eles.
“A maior parte da nossa vida é passada em contato com outras pessoas, seja por escolha, seja por imposição das circunstâncias. Relacionamo-nos com nossos familiares, com nossos amigos, com nossos colegas na escola e no trabalho, com as pessoas que nos prestam ou a quem prestamos serviços e, quando não podemos de todo evitar, com pessoas de quem não gostamos, e até com inimigos”.
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA SOCIAL A partir dos relacionamentos com os outros, podemos observar uma grande variedade de fenômenos psicológicos, tais como:
Cooperação – Altruísmo – Agressão – Competição
Estes fenômenos são objeto de estudo da Psicologia Social, principalmente o indivíduo em sociedade e não a sociedade propriamente dita.
O fato de sermos animais sociais que precisamos do relacionamento com o outro, faz com que nosso pensamento e comportamento sejam afetados por esta realidade.
Cabe à Psicologia Social estudar como este convívio acontece e quais são as leis gerais que o dirigem, assim como quais são as consequências deste processo de interação social dentro de uma sociedade com uma cultura, uma história e uma economia própria.
❢ Resumindo, “Psicologia Social é o estudo científico da influência recíproca entre as pessoas (interação social) e do processo cognitivo gerado por esta interação (pensamento social).” Rodrigues, Assmar e Jablonski
O que destaca os estudos das interações humanas realizados pela Psicologia Social, das afirmações sobre o comportamento social, feitas por filósofos, poetas e qualquer conhecimento proveniente do sentido comum, é que a Psicologia Social se fundamenta principalmente no método científico e não em meras impressões ou intuições. 
As afirmações provenientes do sentido comum, embora possam ser verdadeiras, carecem de comprovação sistemática e não podem ser consideradas como conhecimento sólido e confiável.
Teoria
Teste Empírico das Hipóteses Levantadas
Levantamento de Hipóteses
Análise dos Dados Colhidos
Confirmação ou Rejeição das Hipóteses
GeneralizaçãoMÉTODO CIENTÍFICO 
O psicólogo social, ao utilizar o método experimental, cria situações sociais para observar seus efeitos no comportamento do indivíduo. 
O conhecimento derivado da pesquisa científica, em Psicologia Social, pode ser aplicado no entendimento e na solução de problemas sociais específicos. 
É uma importante perspectiva da qual podemos fundamentar diversas compreensões, mas sempre considerando  não ser a única forma existente para explicar os fenômenos psicológicos e sociais. 
HISTÓRIA A Psicologia Social tem uma longa história, pois os seus interesses e fundamentos epistemológicos remetem a filósofos das civilizações clássicas que alimentaram as raízes da cultura ocidental.
No entanto, considerando a Psicologia Social a partir da implementação de métodos e técnicas de pesquisa, entendemos esta área como caracteristicamente contemporânea. Vejamos:
1898 ⇾ Os primeiros experimentos foram relatados.
1924 ⇾ Publicação do primeiro texto.
1930 ⇾ A Psicologia Social assumiu a forma que conhecemos hoje.
Pós 2ª Guerra ⇾ A Psicologia Social começou a se destacar como o campo significativo que é hoje, com a divulgação de um vasto volume de pesquisas.
❢ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PSICOLOGIA SOCIAL , Segundo Helmuth Krüger (1986), os aspectos mais característicos da Psicologia Social são sete:
1. INDIVIDUALISMO		4. ETNOCENTRISMO			7. A-HISTORICISMO
2. EXPERIMENTALISMO		5. PRAGMATISMO (UTILITARISMO)
3. MICROTEORIZAÇÃO		6. COGNITIVISMO
APLICAÇÃO Vários são os setores nos quais podem ser aplicados os conhecimentos produzidos pelas pesquisas. Todas as situações que envolvem interação entre pessoas podem se beneficiar de achados da Psicologia Social. 
No entanto, os ensinamentos são muitas vezes incorporados por outras áreas do saber e passam a ser utilizados em suas respectivas atividades sem fazer justiça à sua origem, já que não é dado o crédito merecido à Psicologia Social.
Os conhecimentos fornecidos servem de orientação no entendimento e na solução de problemas concretos que devem ser encarados com todas as suas particularidades, já que cada caso é um caso.
Assim, podemos citar alguns setores em que encontramos importantes aplicações desta ciência. São eles:
EDUCAÇÃO – DIREITO – SAÚDE – POLÍTICA
EXEMPLOS PRÁTICOS
ESCOLA. Os achados da Psicologia Social nas áreas de cooperação e competição e de atribuição de causalidade podem ser aplicados a situações concretas da atividade escolar. Afinal de contas, o ambiente escolar é rico em interações sociais. Professores interagem com os alunos, estes interagem entre si e toda a equipe de diretores, coordenadores, orientadores, psicólogos e professores além de outros funcionários precisam estar interagindo entre eles, continuamente.
RELAÇÃO MÉDICO/PACIENTE. A Psicologia Social não dita ao clínico como fazer uso dos conhecimentos psicossociais, em sua atividade, no consultório. Um clínico possuindo o conhecimento derivado das pesquisas da Psicologia Social encontrará importantes considerações para sua atividade, em cada caso concreto, que faça parte da sua atividade profissional.
❢ INTERAÇÃO SOCIAL Processo de influência mútua promotora de processos cognitivos com poder de influenciar mudanças comportamentais.
A mudança comportamental não se dá apenas através da efetiva interação social, ocorrendo também apenas como efeito da mera expectativa de interação.
AULA 2: PERCEPÇÃO SOCIAL E COMPORTAMENTO SOCIAL
Objetivos
1- Reconhecer a importância de fatores individuais na percepção social;
2- Identificar os tipos de fatores ambientais e pessoais na teoria de atribuição de causalidade;
3- Relacionar o modelo de covariação com a teoria de atribuição de causalidade;
4- Entender a teoria da inferência correspondente.
❢ PERCEPÇÃO SOCIAL Processo que se encontra na base das interações sociais: a formação de impressões sobre os outros, que carrega consigo os referenciais dos grupos sociais dos quais o percebedor toma parte, seu contexto social, que predispõe a percepções.
O olhar a realidade não é neutro, é feito a partir de lentes sociais: o indivíduo percebe inserido numa sociedade.
COMPORTAMENTOS A ampla pesquisa na área de comportamento interpessoal nos leva a entender, através da Psicologia Social, os diversos comportamentos manifestos nas dinâmicas dos processos interativos dos sujeitos sociais. 
Neste campo, encontramos vários tópicos de destaque, como a definição e o estudo da proxêmica, da comunicação não verbal, da personalidade e da interação social.
PROXÊMICA Em relação ao estudo da proxêmica, observamos pesquisas sobre as distâncias físicas que mantemos com outras pessoase grupos em relação a diversos fatores como sexo, status, papel social, entre outros.
O quão próximo nos colocamos dos outros, em função de diversos elementos determinantes do grupo social.
Muitas vezes, mantemos uma proximidade maior daquelas pessoas que representam papeis sociais semelhantes ao nosso, ou das pessoas que realizam atividades sociais complementares à nossa. Como, por exemplo, quando vamos almoçar com colegas que exercem o mesmo cargo que nós.
Assim, dentro da sala de aula, é normal nos sentirmos mais próximos de nossos colegas do que do nosso professor, pois ainda que ele se posicione de maneira acessível à turma, o papel por ele desempenhado no momento, não permite uma proximidade total com o grupo de alunos. 
Mas, talvez, em outro ambiente, como, em uma confraternização, os alunos possam se sentir mais próximos de seus professores.
Em relação a isto, Helmuth Krüger aponta: “Presume-se que as pessoas tendem a preservar distâncias médias estabelecidas pelo grupo social do qual façam parte, nas diversas situações interativas de que venham a participar. Desse modo, é de supor que haja a tendência à manutenção de espaços considerados (social e culturalmente) convenientes entre leitores de bibliotecas, doentes hospitalizados, passageiros de elevadores e professores e alunos em salas de aula”.
DISTÂNCIA SOCIAL Preservamos distâncias sociais compatíveis com as relações, semelhanças, grau de identificação com o outro.
CONCEITOS E FATORES DO COMPORTAMENTO SOCIAL Como o domínio da pesquisa da Psicologia Social sobre a interação social carece de teorias gerais, é necessário recorrer a conceitos e definições de fatores centrais que participam no comportamento social interpessoal. 
Alguns desses conceitos e fatores básicos são:
PERCEPÇÃO DE PESSOA O ato de perceber implica a possibilidade de tornar conscientes informações dos estímulos ambientais decodificadas pelos nossos órgãos sensoriais.
Por outro lado, este processo perceptivo não pode ser considerado como linear ou passivo.
A percepção implica a construção destas informações de forma que as mesmas passem a ser significativas para o sujeito que as percebe. 
Krüger identifica esta condição da percepção como a subjetividade do processo perceptivo.
Desta forma, entendemos como percepção de pessoa as contribuições de cada um de nós na obtenção de informações dos objetos examinados.
Para tornar consciente e dar sentido às sensações provenientes do mundo externo, todos os sujeitos interpretam com certo grau de subjetividade, dando sentido a todas essas informações.
Esta subjetividade da percepção de pessoa pode ser definida através de várias particularidades.
A percepção é o processo pelo qual se formam as impressões.
PARTICULARIDADES A subjetividade da percepção de pessoa pode ser caracterizada de acordo com a sua:
Seletividade ⇾ Para Krüger, os diversos elementos que compõem a realidade objetiva não se apresentam em iguais condições para todos os sujeitos. (Uma espécie de recorte)
Qualidade de ser organizada e significativa ⇾ Do ponto de vista psicológico, nossas percepções dos objetos são ordenadas, ou seja, respondem às leis de ordem e significado, e que precisamos delas para significar nossas sensações.
Categorização ⇾ É inevitável aplicar rótulos verbais a tudo que estimula os nossos sentidos no mundo ao redor. Os psicólogos se preocupam com o estudo da categorização para entender as influências de termos generalizados, na percepção de membros de grupos sociais, tais como étnicos, profissionais, ideológicos e outros.
Formação de impressões ⇾ Em antigos trabalhos experimentais, como os de Asch (1946), pesquisou-se a hipótese de que os traços centrais da personalidade influem, significativamente, a impressão global que temos de outra pessoa.
Para Asch (1946), “...uma constelação de traços da personalidade não deve ser interpretada aditivamente, pois essas variáveis se interinfluenciam, determinando uma resultante que decorre da articulação peculiar das características arroladas, não sendo, por conseguinte, redutível à sua mera adição”.
Podemos entender que a forma como percebemos os outros é o resultado da inter-relação do conjunto de traços que caracterizam o sujeito. O resultado desta mistura de características nos permite formar impressões sobre os outros, muito mais do que uma simples soma de cada traço.
Por outro lado, o comportamento não verbal nos permite entender também a maneira como formamos impressões sobre as outras pessoas.
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL Normalmente, prestamos enorme atenção ao que o outro fala quando interagimos. Mas, na verdade, as palavras que ouvimos não representam a totalidade do que percebemos no momento. Existem outras fontes de informação muito importantes além da fala que, muitas das vezes, percebemos sem tomar plena consciência delas.
Esta é a comunicação não verbal, estudada de forma significativa para desvendar como as pessoas se comunicam, seja intencionalmente ou não, sem o emprego das palavras. 
As fontes de informação mais importantes aqui estão representadas pelas expressões faciais, o tom de voz, os gestos, a linguagem corporal, e o modo de olhar.
Segundo Aronson et al. (2002), a comunicação não verbal serve a vários fins. Através dela podemos expressar emoções, transmitir atitudes, opiniões e preferências, comunicar traços de personalidade e facilitar a comunicação não verbal complementando a mensagem falada.
Certamente, o comportamento não verbal nos fornece diferentes pistas que contribuem de forma significativa na construção de nossas impressões gerais sobre os outros.
Existem várias outras formas de comunicação não verbal obedecendo a fatores culturais. Temos o contato do olhar, o espaço pessoal, o toque físico, os gestos das mãos e cabeça, entre outros. 
Como Aronson, Wilson e Akert destacam: o fenômeno da comunicação acaba acontecendo por uma multiplicidade de canais, permitindo-nos obter informações completas e complementares da mensagem que está sendo transmitida.
Quando explicamos o que acontece com os outros temos uma perspectiva diferente do que quando expressamos o que nos ocorre.
Existe uma perspectiva diferente quando explicamos o nosso comportamento e de quando analisamos o comportamento dos outros. Quando agimos, o ambiente exige nossa atenção. Já quando observamos o que outra pessoa faz, é ela quem ocupa nosso centro de atenção e, por este motivo, ela parece responsável por tudo o que acontece.
EXPRESSÕES FACIAIS Representam o ponto forte da comunicação não verbal. Elas vêm recebendo atenção e sendo pesquisadas desde longa data. O próprio Charles Darwin (1872) escreveu um livro sobre este assunto destacando as expressões emotivas tanto em animais como em humanos.
 
Segundo Darwin, as expressões primárias transmitidas pelo rosto são universais. Os animais de uma mesma espécie expressam as emoções da mesma forma e os outros conseguem interpretá-las com a mesma precisão. Este processo de codificação e decodificação das emoções pelas expressões faciais estaria relacionado, segundo o autor, com o fenômeno da evolução e não com fatores culturais.
Para Darwin, as expressões faciais foram adquirindo uma função adaptativa e, por tanto, a expressão de certos estados emocionais acaba tendo, na verdade, um valor de sobrevivência para a espécie. 
Por este motivo, a maioria dos autores, hoje, coincide em afirmar que existem pelo menos seis grandes manifestações emocionais: raiva, felicidade, surpresa, medo, nojo e tristeza. 
A decodificação de fotos de pessoas representando facialmente estes seis tipos de emoções é feita com precisão, independentemente, do grupo cultural dos indivíduos fotografados ou de quem os decodificam.
No entanto, Paul Elkman e seus colegas notaram existirem regras de manifestações das emoções determinadas por fatores culturais. 
Estes autores destacaram que manifestamos de forma específica nossas emoções dependendo do grupo cultural ao qual pertencemos.Assim, por exemplo, na cultura americana, os meninos são desestimulados a expressar tristeza de forma aberta como o choro. Já em outras culturas como no Japão, as mulheres não devem exibir um sorriso largo e completo.
COMO EXPLICAMOS O COMPORTAMENTO DAS PESSOAS
❢ ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE Essa teoria analisa como explicamos o comportamento das pessoas. Apesar de existirem diferentes variações desta teoria elas compartilham vários pontos em comum. 
Normalmente encontramos dois grupos de fatores relevantes, que podem exercer pressão em conjunto ou não, e a dinâmica resultante se manifesta no comportamento observável.
Um dos grandes representantes das teorias de atribuição, Fritz Heider (1958), observou como as pessoas explicam os eventos cotidianos e concluiu que a maioria tem a tendência de atribuir o comportamento dos outros a CAUSAS EXTERNAS (fatores ambientais, situacionais) ou CAUSAS INTERNAS (fatores pessoais, características da pessoa).
Esta diferenciação entre os dois grupos de fatores/causas se torna, muitas das vezes, pouco clara, já que em muitos casos fatores externos podem produzir mudanças internas.
Por exemplo, quando afirmamos que alguém é pouco capaz (atribuição pessoal) quando na verdade as condições do ambiente e das circunstâncias são as responsáveis pela falta de motivação dessa pessoa (atribuição situacional).
❢ ERRO FUNDAMENTAL DE ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE Na atribuição de causalidade é um tipo de erro que muitas vezes realizamos quando tentamos explicar porque alguém fez o que fez.
Em muitas ocasiões consideramos que os outros são responsáveis pelo que acontece e quando se trata de nós mesmos, consideramos que as nossas ações foram determinadas pelas circunstâncias.
Da mesma forma, quando nos referimos a nós mesmos usamos verbos que descrevem as nossas ações, já quando falamos de outra pessoa temos a tendência de usar o verbo ser, como por exemplo, “Ele é pouco interessante”.
Assim, existe uma distorção na maneira como explicamos o comportamento dos outros, onde muitas vezes ignoramos importantes determinantes situacionais. Isto pode ser explicado através da diversidade de perspectivas e percepção situacional.
 
Existe uma perspectiva diferente quando analisamos o nosso comportamento e de quando analisamos o comportamento dos outros. Ao agirmos, o ambiente exige a nossa atenção. Já quando observamos o que outra pessoa faz, é ela quem ocupa nosso centro de atenção e por este motivo, ela parece responsável por tudo o que acontece.
Adicionalmente, o tempo pode alterar nossas perspectivas sobre a explicação de nosso comportamento ou do comportamento dos outros. Com o passar do tempo, consideramos que os determinantes do comportamento são mais relativos a fatores externos, às circunstâncias.
 
Outro fator que contribui no erro de atribuição é a cultura. Em uma visão do mundo ocidental é mais frequente considerar que os determinantes do comportamento são pessoais mais do que circunstanciais. Segundo Myers (2000, p. 47): “Na cultura ocidental, à medida que as crianças crescem, tendem cada vez mais a explicar o comportamento a partir das características pessoais dos outros”.
❢ TEORIA DA INFERÊNCIA CORRESPONDENTE O pai da teoria da atribuição, Fritz Heider (1958), destacou que as atribuições internas são particularmente atraentes para os observadores. 
Este fato constitui o ponto de partida da teoria da inferência correspondente, formulada por Edward Jones e Keith Davis (1965).
Frente a uma história ou relato de alguém, costumamos inferir aquilo que desconhecemos, como os motivos internos ou as características de personalidade dos envolvidos.
Assim, consideramos que as verdadeiras causas por trás do acontecido estão relacionadas com fatores pessoais e passamos a explicar os atos através de disposições internas.
Imagine você no supermercado fazendo compras, e vê uma senhora de aproximadamente 35 anos brigando com uma criança de mais ou menos 4 e que aparenta ser sua filha, o que você pensa a respeito dessa suposta mãe? Na maioria das vezes, quando não presenciamos o acontecimento anterior, consideramos a mulher pouco paciente ou muito estressada e que briga com o filho por todas estas condições internas.
MODELO DE COVARIAÇÃO É outra teoria que tenta explicar este processo de atribuição causal e foi proposto por Harold Kelley (1967) que se preocupou em explicar como decidimos em fazer uma atribuição interna ou externa. 
Esse pensamento coincide com o do Heider ao supor que no processo de atribuição, reunimos informações que nos facilitam poder chegar a uma conclusão.
Estes dados são variações do comportamento do sujeito avaliado ao longo de certo tempo. 
Ou seja, para poder explicar porque alguém fez o que fez, podemos usar informações relativas à maneira como o sujeito vem agindo.
TIPOS DE MODELO DE COVARIAÇÃO
CONSENSO ⇾ Informação relacionada à forma como a pessoa avaliada se comporta frente ao mesmo estímulo. Como a pessoa usualmente se comporta diante do mesmo estímulo?
DISTINTIVIDADE ⇾ A informação distintiva refere-se como o sujeito avaliado reage frente outros estímulos. Como o sujeito observado reage frente a outros estímulos?
CONSISTÊNCIA ⇾ Descreve a frequência com a qual o comportamento observado frente ao estímulo específico se apresenta em tempo e situações diferentes. Com que frequência o comportamento observado se apresenta em tempo e em situações distintas?
COMPARANDO AS TEORIAS
Para as duas teorias apresentadas, a da inferência e a de covariação, as atribuições causais são feitas de forma racional e lógica.
Mas porque nos parece que nossas impressões são corretas quando na maioria das vezes elas acabam sendo erradas? Segundo Aronson, Wilson e Akert, este fato pode ter várias razões. Destacamos algumas:
1º lugar, vemos as pessoas em um número limitado de situações e, portanto, nunca temos a oportunidade de verificar que as nossas impressões estão erradas.
2º Em segundo lugar, muitas vezes não percebemos que nossas atribuições são erradas porque, sem notar, fazemos com que elas se transformem em realidade. Este fenômeno é conhecido como profecias autorrealizadoras. 
Isto acontece quando interagimos de tal forma com as pessoas que elas acabam reagindo a nós da maneira que esperamos. Por exemplo, podemos cumprimentar secamente a alguém que consideramos antipático e esta pessoa acaba cumprindo com as nossas expectativas, sendo antipático conosco pelo jeito pouco sociável com o qual nos aproximamos.
3º Em terceiro lugar, talvez deixemos de compreender que estamos enganados se várias outras pessoas concordem a respeito do que outra é (ainda que estejamos errados).
Para podermos entender melhor a precisão de nossas atribuições e impressões, não podemos esquecer a existência do erro fundamental de atribuição e das profecias autorrealizadoras. Na medida em que somos mais conscientes das nossas tendencionalidades, poderemos ser mais justos ao julgar os outros.
No entanto, segundo Myers, o erro de atribuição é, na verdade, fundamental, já que nos permite entender porque explicamos da nossa forma os outros, e desta maneira podemos estudar com mais clareza as atribuições que fazemos e suas consequências. De fato, as atribuições podem estar relacionadas a diversos fatores importantes dos comportamentos interpessoais.
AULA 3: A FORMAÇÃO DO SER SOCIAL
Objetivos
1- Entender a formação do Eu no contexto social e as suas implicações;
2- Relacionar o processo de socialização e aprendizagem social com os fenômenos de autoconceito e autopercepção;
3- Reconhecer a importância dos outros na formação do autoconceito, no desenvolvimento da moralidade e na necessidade de autorrealização.
DESEJABILIDADE SOCIAL Consiste nos cuidados que os sujeitos têm para se mostrar como mais “certinhos” a fim de serem socialmente aceitos.
Alguns inventários (testes) de personalidade tentam controlar este fator de maneira que se possa verificar quando os sujeitos avaliados manipulam excessivamenteas respostas.
Quando me apresento não me importo com que os outros pensam, falo com absoluta naturalidade.
A forma como me apresento está fortemente relacionada ao grupo ao qual estou me apresentando.
Ainda que me apresente de diferentes formas, isso não altera quem eu sou na verdade e as máscaras devem cair eventualmente.
É normal que a autopercepção se veja influenciada pela presença dos outros.
O autoconceito está intimamente relacionado às informações que revelo aos outros sobre mim mesmo influencia a forma como me apresento.
O sentido do Eu se encontra no centro de nossos mundos. Assim, podemos nos ver como atores principais das nossas vidas e tendemos a nos ver no centro do palco, como protagonistas, ao ponto de, às vezes, esquecermos o grau em que o comportamento dos outros está relacionado conosco.
Quando nos apresentamos, de que forma nos caracterizamos? Como finalizamos a frase: “Eu sou... ?
Às vezes, fazemos isso sem pensar e, na verdade, através da informação que compartilhamos sobre nós mesmos existem diferentes significados relacionados com a forma como nos autopercebemos.
Assim, no conteúdo da frase “Eu sou isto ou aquilo”, podemos visualizar o autoconceito.
❢ O AUTOCONCEITO Representa as crenças específicas pelas quais definimos quem somos.
❢ Representa nossos AUTOESQUEMAS, os modelos mentais que utilizamos para representar o que somos para nós mesmos. Estes autoesquemas afetam de forma significativa a maneira como processamos as informações sociais. 
Assim, a forma como percebemos, lembramos e julgamos os outros e a nós mesmos, depende desses autoesquemas.
Por exemplo, se me considero muito capaz intelectualmente, terei uma grande tendência a avaliar aos outros em termos de capacidade intelectual. 
Terei uma forte inclinação em lembrar eventos relativos à atividade intelectual e me apresentarei como mais disponível a informações coerentes e relativas a este autoesquema.
Os autoesquemas constituem o autoconceito e facilitam a recuperação e a classificação das informações que chegam até nós. Assim, as nossas experiências são, em parte, determinadas pelo autoconceito.
Um exemplo claro deste fenômeno está representado pelo efeito de autorreferência onde o nosso Eu acaba influenciando a nossa memória.
A maioria das nossas memórias se forma em torno de nosso interesse primário que somos nós mesmos.
Alguns exemplos disto: Quantas vezes nós lembramos melhor das partes de uma história que estão diretamente associadas a nós, ou aquelas relacionadas com os elementos com os quais nos identificamos?
Quantas vezes ao recordar de uma conversa, lembramos melhor das partes que dizem sobre nós mesmos?
Temos a tendência de lembrar melhor dos detalhes e das questões relacionadas com a gente.
❢ O “EU” O sentido do Eu se encontra no centro de nossos mundos. Assim, podemos nos ver como atores principais das nossas vidas e tendemos a nos ver como o palco central, como os protagonistas, e superestimamos o grau em que o comportamento dos outros está relacionado com nós mesmos.
Este fenômeno passa a ser mais evidente em crianças as quais reconhecemos como egocêntricas. Mas, o egocentrismo é uma característica presente em maior ou menor extensão, em todos nós.
❢ Os autoconceitos incluem não somente os autoesquemas em relação a nossa identidade atual. No autoconceito podemos incluir também os “eus possíveis”, ou seja, o que gostaríamos ou desejamos ser no futuro. 
Os autoconceitos englobam diversas características em diversos contextos, e assim, o conjunto como um todo determina como nos sentimos com nós mesmos.
EU REAL Conhecimento que temos sobre quem somos.
EU IDEAL O que gostaríamos de ser.
No autoconceito usamos: introspecção, autoconsciência, observação de nosso próprio comportamento e de nossas reações emocionais, autoesquemas e a reação daqueles que nos cercam.
❢ DESENVOLVIMENTO DO EU SOCIAL A socialização é um processo de preparação das pessoas para o desempenho de papéis sociais, e para isto elas devem desenvolver habilidades psicológicas e físicas de maneira a serem capazes de preencher expectativas comportamentais do grupo ao qual pertencem.
Mas o que origina e determina o autoconceito? Diversos estudos apontam para vários fatores, entre eles os genéticos e os sociais.
Na compreensão deste processo, Myers destaca diversas experiências, tais como, os papéis que desempenhamos as comparações sociais, as experiências de sucesso e o fracasso, os julgamentos das outras pessoas e as relações do indivíduo com a sua cultura.
❢ PAPÉIS SOCIAIS No caso dos papéis que desempenhamos dentro de nosso grupo social, podemos entender como progressivamente aprendemos e desenvolvemos aspectos de nós mesmos. Isto pode ser observado especialmente ao assumirmos um novo rol.
No começo, podemos nos sentir um pouco constrangidos, mas progressivamente incorporamos esse papel no nosso Eu.
Os papéis sociais são sistemas de prescrições comportamentais objetivos com conteúdo socialmente definido. 
❢ O aprendizado destes papéis sociais confirma o processo de socialização que acontece de maneira contínua, ao longo da existência de cada indivíduo no seu grupo social.
Em toda sociedade, estes papéis são diferenciados segundo sexo, idade, gênero, parentesco, diversas atividades de subsistência e convivência, e nas relações de poder.
Além do mais, os indivíduos experimentam vários ritos de passagem quando transitam de um papel social para outro.
Este processo de socialização acontece através da intervenção de pais, companheiros e adultos de uma forma geral.
Estes agentes de socialização influenciam as crianças e os adolescentes durante o desenvolvimento de papéis sociais básicos.
SOCIALIZAÇÃO Processo através do qual uma pessoa se torna membro de um conjunto social.
Processo de acesso e aprendizagem de todo o conjunto sistematizado e acumulado de códigos, crenças, valores e significações relevantes a certo conjunto social.
❢ COMPARAÇÕES SOCIAIS Myers ressalta como elas moldam a nossa identidade.
Na verdade, o autoconceito não se compõe unicamente pela identidade pessoal, mas também pela nossa identidade social.
E assim, a identidade social de quem somos implica, de alguma forma, uma definição de quem não somos. Ainda quando nos sentimos parte de um grupo, temos consciência de nossa particularidade. 
Assim, sempre estamos nos comparando com as outras pessoas ao nosso redor e isto, por sua vez, nos permite entender melhor como diferimos deles.
Como Myers observa: “Num lago pequeno, um peixe sente-se maior”.
❢ EXPERIÊNCIAS As experiências de sucesso e de fracasso alimentam o autoconceito. Estas experiências cotidianas permitem que os indivíduos se autoavaliem. 
Assim, ao assumir tarefas desafiadoras e ter sucesso possibilita nos sentir mais competentes. Este é o princípio de que o sucesso alimenta a autoestima.
Em contraparte, problemas e fracassos parecem causar baixa autoestima. E, segundo diversas pesquisas, esta baixa autoestima pode causar problemas.
Podemos pensar então que os sentimentos seguem, até certo ponto, a realidade.
Como Myers destaca: “A autoestima vem não apenas de dizer às crianças como elas são maravilhosas, mas também das realizações conquistadas com esforço”.
FENÔMENO DE “EU ESPECULAR” Os julgamentos das outras pessoas também causam importante impacto na autoestima. Quando as pessoas pensam bem de nós, isso ajuda a pensarmos bem de nós mesmos. Desta forma, usamos as avaliações que os outros fazem de nós como espelhos para nos perceber.
Charles Cooley chamou a este fenômeno de “eu especular”. Mas, o que importa para o autoconceito não é o que os outros pensam de nós, e sim o que nós percebemos que eles pensam. Isto pode nos levar a uma autoavaliação um pouco inflada em muitas ocasiões.
Enquanto ao Eu e as influências culturais, Myers expõe: “Para algumas pessoas, especialmente as que vivem nas culturas ocidentais industrializadas, o individualismo prevalece.A identidade é bastante pessoal (...). A psicologia das culturas ocidentais presume que a sua vida será enriquecida pela definição de seus Eus possíveis e por acreditar em seu poder de controle pessoal”. Já outras culturas como as nativas da Ásia valorizam mais o coletivismo do que o individualismo. Desta forma, as pessoas passam a ter um maior censo de pertencer e a identidade é mais definida em relação aos outros.
Na verdade, nossas ligações sociais definem quem somos, pois o nosso Eu é interdependente. E, por tanto, a autoestima correlaciona-se de forma direta com o que os outros pensam de nós. Nas culturas individualistas, este fato talvez não tenha tanto peso como nas culturas orientais, pois no ocidente a autoestima é mais pessoal.
❢ AUTOCONTROLE PERCEBIDO O autoconceito influencia o comportamento. Desta forma, o autocontrole percebido é muito importante na forma como enfrentamos as coisas.
O autocontrole percebido difere da noção de autocontrole em si. De fato, o autocontrole exercido com esforço pode esgotar as reservas de resistência que um indivíduo tem frente a uma determinada situação. 
Quando tentamos nos autocontrolar para resistir a uma determinada tentação ou a uma determinada condição, os esforços realizados são muitas das vezes ineficazes e acabamos nos dando por vencidos.
O autocontrole percebido é mais do que o esforço realizado para lutar contra, ele representa a nossa percepção do quão forte podemos ser. Este conceito está relacionado com a teoria da autoeficácia de Bandura (1997). 
Para Bandura, uma convicção positiva das nossas possibilidades é altamente benéfica, pois permite que o indivíduo seja mais persistente e mais centrado nos seus objetivos.
O grau de autoeficácia é a medida de quão competente nos sentimos para fazer alguma coisa.
Mas os sentimentos de competência e de eficácia dependem da maneira como explicamos os nossos reverses.
As pessoas bem sucedidas têm maior probabilidade de encarar os reverses com otimismo se sentindo capazes e reverter a situação.
Assim, podemos dividir as pessoas em dois grandes grupos:
As que apresentam um desempenho adquirido Pessoas deprimidas que se tornam passivas porque acreditam que seus esforços não têm qualquer efeito. 
Nestas pessoas predomina um sentimento de perda de controle sobre o que fazem e como consequência os eventos desagradáveis se tornam profundamente estressantes.
Os que se apresentam com determinação Pessoas que assumem o comando da própria vida para procurar realizar todo o seu potencial.
Estes sentimentos estão demonstrados que aumentam a saúde e a sobrevivência.
Pessoas deste grupo são bem menos ansiosas e menos deprimidas, se adaptam com maior facilidade e superam expectativas no desempenho das tarefas que realizam.
❢ TENDENCIOSIDADE PERSONALISTA É o viés que adotamos quando justificamos nossos atos ou quando nos comparamos aos outros.
Com muita frequência aceitamos créditos quando nos informam de nossos sucessos, mas somos altamente resistentes a aceitar os nossos fracassos. 
Quando fracassamos colocamos a culpa fora de nós. Em relação a comparações é interessante observar que a maioria das pessoas se considera melhor do que a média. Também apoiamos a autoimagem atribuindo importância às coisas em que somos bons.
Temos uma particular tendência em aumentar a autoimagem distorcendo a extensão em que os outros pensam sobre nós. É por isto que em questões de opinião encontramos apoio para nossos pensamentos superestimando o grau em que os outros concordam conosco.
Myers reúne algumas das explicações para estas diversas tendenciosidades personalistas: 
“... o indicador de autoestima nos alerta para a ameaça de rejeição social, motivando-nos a agir com maior sensibilidade para as expectativas dos outros.
Estudos confirmam que a rejeição social baixa nossa autoestima, o que reforça nossa ansiedade por aprovação. Rejeitados ou desprezados, sentimo-nos sem atrativos ou inadequados.
Essa dor pode motivar esforços para melhorar e uma busca por aceitação em outro lugar”.
Desta forma, podemos entender que a tendenciosidade personalista pode ser vista como um importante fator adaptativo das pessoas, permitindo que as mesmas se protejam da depressão e da rejeição social.
Mas, por outro lado, a tendenciosidade personalista pode ser vista também como um fator desadaptativo. Nesse caso, pessoas que culpam os outros pelos seus fracassos ou dificuldades sociais são, com frequência, mais infelizes daquelas que conseguem reconhecer seus erros. 
Além do mais, os reveses personalistas também inflam os julgamentos que as pessoas fazem de seus grupos, achando que seu grupo é melhor que os dos outros.
ADIMINISTRAÇÃO DA IMAGEM Existe uma preocupação em nós em relação à autoimagem. Em diversos graus, estamos sempre administrando as impressões que criamos nos outros. Não podemos esquecer que, afinal de contas, somos animais sociais e precisamos do outro para nos reafirmar.
AUTORREPRESENTAÇÃO Nossa necessidade de representar tanto para uma audiência externa, confirmada pelas outras pessoas, como para uma audiência interna, confirmada por nós mesmos, tudo isto com a finalidade de escorar a autoestima e de confirmar a autoimagem.
AUTOMONITORAÇÃO A nossa consciência sobre o outro faz com que muitas vezes ajustemos nosso comportamento procurando um acerto social.
Este processo se apresenta em diversos graus em cada um, podendo estar presente em grande extensão em alguns indivíduos que se comportam como camaleões ou em menor extensão em pessoas que se importam menos com o que os outros pensam.
O equilíbrio entre estes dois extremos não é fácil. Causar boa impressão como uma pessoa modesta, mas competente, exige uma grande habilidade social. Neste fenômeno a cultura tem um papel importante. 
A tendência para apresentar modéstia e otimismo contido é especialmente grande em sociedades que valorizam o comedimento como algumas populações orientais.
DESENVOLVIMENTO DA MORALIDADE As pesquisas do desenvolvimento da moralidade interessam a diferentes áreas, tais como, à Pedagogia, à Filosofia e às Ciências Sociais em geral. Este ponto encontra-se relacionado com estudos psicossociológicos referentes a comportamentos pró-sociais e de equidade.
Sobre o desenvolvimento da moralidade não podemos deixar de citar Kohlberg, que assim como Piaget, estudou a formação de estruturas psíquicas que dependem da interação do sujeito com elementos socioambientais. 
Para estes autores, há uma grande importância nas interações sociais que o indivíduo mantém com o que está a sua volta, na busca de um equilíbrio entre o organismo e o meio ambiente.
O sistema de desenvolvimento da moralidade proposto por Kohlberg compreende três níveis, cada um com dois estágios seguindo uma sequência progressiva, onde a passagem de um para o próximo depende da boa resolução das demandas do estágio prévio.
Tais estágios são:
Punição e obediência
Moralidade Pré-Convencional
Orientação segundo expectativas dos outros
Moralidade Convencional
Contrato social e direto
Lei e ordem
Realismo instrumental
Ética universal
Moralidade P
ós
-Convencional
Linha da vida
Desta forma, o sujeito vai evoluindo seus princípios morais partindo de uma ética concreta e dependente das figuras parentais até uma ética mais individual e complexa. 
A partir de testes fundamentados na teoria de Kohlberg observa-se que os dois últimos estágios são muito difíceis de alcançar e que existem diferenças culturais na média atingida por um determinado grupo.
❢ DESENVOLVIMENTO DA NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO A socialização também está relacionada com o surgimento de motivos sociais como, por exemplo, a necessidade de realização.
A necessidade de realização é uma motivação que também se desenvolve ao longo do processo de socialização e que pode ser qualificada como proativa. Em vez de existir um déficit a ser corrigido na necessidade de realização, destaca-se um fator de motivaçãoe dinamização que orienta o comportamento em direção a seus alvos ou metas, situados em planos distantes, em relação aos que já alcançados pela pessoa.
Assim, a necessidade de realização se relaciona com padrões de busca de excelência no desempenho individual em diversos setores, como por exemplo, no aspecto profissional, acadêmico, artístico, financeiro, entre outros.
A partir das pesquisas realizadas observa-se que as principais fontes da necessidade de realização são encontradas no ambiente familiar. É importante a criança vivenciar uma atmosfera que valorize elevados padrões de qualidade na execução de tarefas para promover, inclusive, a independência nas diversas situações da vida.
Essa necessidade de realização tem consequências socioculturais importantes. Pessoas com alta necessidade de realização têm uma maior tendência a se orientar ao trabalho de forma competitiva sendo autoconfiantes e seguras. Isto pode derivar em efeitos macrossociais de grande relevância para sociedade.
Assim, a necessidade de realização tem consequências tanto no plano individual como no plano macrossocial. Ao lado de fatores socioculturais e históricos, a necessidade de realização pode ser considerada uma importante variável psicológica a influir no desenvolvimento socioeconômico de um grupo cultural.
AULA 4: PROCESSOS GRUPAIS
Objetivos
1. Entender a dinâmica interna dos grupos;
2. Definir grupos sociais, não sociais e outros tipos de grupos;
3. Entender e reconhecer diversos processos e interações grupais;
4. Reconhecer a importância do tipo de grupo e tarefas desempenhadas na facilitação social, vadiagem e liderança.
Somos seres sociais. Nascemos e crescemos dentro de um grupo que é a nossa família (seja ela natural ou não) e à medida que o tempo passa, entramos e saímos de diferentes grupos nos permitindo ser o que somos. 
Alguns desses grupos se mantêm ao longo de nossas vidas como família e amigos. Outros fazem parte de momentos específicos do nosso desenvolvimento como nossos amigos da adolescência e os colegas de faculdade. E, ainda, outros cobram força na nossa fase adulta, como, por exemplo, os companheiros de trabalho e os pais dos colegas de escola de nossos filhos.
Todos nós precisamos das outras pessoas e dos grupos para poder ser o que somos e para poder viver nossa vida como seres sociais. 
 
Por tanto, os grupos desempenham um importante papel em nossa existência. De tal forma, se faz necessário que entendamos melhor a natureza, a formação, a evolução, a composição e a estrutura deles.
PRIMEIROS ESTUDOS Na Segunda Guerra Mundial surgiram os primeiros estudos dos grupos na Psicologia Social evidenciados em experimentos de laboratório, conduzidos por Sherif (1936), Lewin (1939) e Newcomb (1943). 
Seguidamente, Festinger (1950) e pesquisas sobre conflito, liderança, conformidade e outros processos grupais foram sendo desenvolvidas mostrando o interesse da época pela dinâmica de grupo como Zander (1968) chamou.
Não entanto, todo este entusiasmo pela dinâmica de grupo foi minguando nas últimas décadas por diversos motivos. De fato, como Rodrigues, Assmar e Jablonski (2000) assinalam:
 
“(...) a Psicologia Social norte-americana passou a se especializar, progressivamente, no estudo de fenômenos intrapsíquicos, interpessoais e microgrupais, inicialmente com a teoria da dissonância cognitiva e, em seguida, com as teorias sobre a atribuição de causalidade e sobre processamento da informação social, constitutivas da cognição social, hoje seu paradigma dominante. (...) Nesse sentido, o estudo dos processos de influência social de minorias, de identidade social e relações intergrupais, bem como de conflito e cooperação entre grupos, continua sendo foco privilegiado de interesse da Psicologia Social europeia”.
❢ GRUPO NÃO SOCIAL Refere-se a um conjunto de pessoas que se encontram em um mesmo lugar ao mesmo tempo sem necessariamente interagir ou se influenciar significativamente.
Este é o caso de pessoas que se encontram em uma sala de cinema, em um domingo a tarde assistindo o mesmo filme.
É claro que o fato de simplesmente estar na presença de mais alguém já modifica o nosso comportamento, mas a maioria dos psicólogos quando se refere a grupo está falando de algo mais do que um bando de pessoas, que por qualquer motivo, ocupam um espaço em comum.
Para Cottrell (1968) a presença de outras pessoas pode levar à facilitação social ou à indolência social. Assim, quando as pessoas estão na presença de outras ficam mais excitadas ou agitadas e este fato pode facilitar certos comportamentos como desempenhar tarefas mundanas e conhecidas, mas também pode atrapalhar outras funções como, por exemplo, aprender novas informações ou comportamentos.
❢ GRUPO SOCIAL Cartwright e Zander (1968) consideram esse grupo como duas ou mais pessoas que não só interagem entre si, mas que também são interdependentes em relação às suas necessidades e objetivos.
Assim, um grupo seria várias pessoas que possuem uma relação estável e partilham objetivos em comum com a consciência de que fazem parte de um mesmo grupo (por exemplo, família, amigos, colegas de trabalhos, colegas de faculdade, etc.)
Quando estamos em grupo somos mais do que observadores passivos uns dos outros. Quando estamos em grupo nos socializamos, nos misturamos, nos tornamos íntimos. Em outras palavras, interagimos e nos influenciamos. Este é o caso de grupos sociais.
Para sermos mais claros nesta diferenciação contamos com o conceito de grupo de McGrath (1984) que se fundamenta na noção de conjuntos vazios da matemática. Para este autor, a definição de grupo pode ser entendida em termos de grau. Mais explicitamente, um conjunto de pessoas pode ser melhor identificado como grupo em função de quatro condições: 
Na medida que o número de membros seja mais reduzido;
Na medida que estes poucos membros mantenham interações mais estreitas;
Na medida que estas interações se mantenham por mais tempo e;
Na medida que conservem perspectivas futuras compartilhadas.
A partir desta definição, temos a possibilidade de caracterizar diversos tipos de grupos. Assim, podemos reunir os grupos em vários sistemas de classificação considerando várias dimensões e critérios.
TIPOS DE GRUPO E DEFINIÇÕES BÁSICAS
GRUPOS SOCIOLÓGICOS - CATEGORIA SOCIAL Conjunto de pessoas que se distingue de outras por ter em comum um atributo reconhecível a partir da perspectiva de um observador externo. 
Como grupos formados pela categoria gênero, idade, profissão, etc. Grupo de pessoas que fumam são da catergria de fumantes.
GRUPO PSICOLÓGICO Os próprios membros do grupo se identificam como fazendo parte dele por pertencer à mesma categoria social.
❢ A diferença dos grupos sociológicos é que eles não precisam da perspectiva de um observador externo.
GRUPO MÍNIMO São pessoas que passam a ser classificadas de forma casual, não intencional dentro de um mesmo grupo e que começam a atuar em função dessa identificação, chegando a interagir uns com os outros. 
❢ Na medida em que estas pessoas adquirem consciência de objetivos em comum elas passam a formar grupos sociais.
GRUPOS COMPACTOS São grupos sociais onde seus membros passam a cooperar entre si visando o alcance de objetivos interdependentes.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL São grupos sociais que se organizam definindo uma estrutura de poder reconhecível com papéis, regras e normas que regulam as interações entre seus membros e formando um sistema social hierarquizado que pode competir com outros grupos.
GRUPOS NATURAIS Podem ser permanentes ou temporários, formais ou informais, mas se diferenciam pelo fato de existirem independentemente das considerações de estudiosos e especialistas.
GRUPOS ARTIFICIAIS Grupos organizados e identificados pelo pesquisador com o fim de avaliar os efeitos da manipulação de variáveis sobre seus membros, na observação sistemática de uma pesquisa ou experimento.
INTERAÇÕES SOCIAIS E PROCESSOS GRUPAIS Certos fenômenos estudadosna Psicologia Social costumam ser identificados como efeitos da mera presença de outras pessoas e, por tanto, só podem ser observados nas interações dos indivíduos de um determinado grupo onde há uma interação social mínima. 
Alguns destes fenômenos são:
☞ FACILITAÇÃO SOCIAL A presença de outros melhora o nosso desempenho em tarefas simples, e as executamos de maneira mais rápida e efetiva do que quando estamos sozinhos.
Várias pesquisas na Psicologia Social procuraram entender como a mera presença de outros pode afetar o comportamento dos indivíduos. Mera presença significa as pessoas que não estão diretamente competindo ou sendo recompensadas, ou punidas, mas simplesmente se encontram presentes como uma espécie de audiência ou coatores.
Em 1898, Triplett observou que ciclistas eram mais rápidos quando corriam juntos do que quando corriam sozinhos contra o relógio. De forma similar observou que crianças solicitadas para enrolar o mais depressa possível a linha em um molinete, eram muito mais rápidas quando trabalhavam na presença de coatores do que quando realizavam a mesma tarefa sozinhas.
Por volta de 1940 as pesquisas sobre facilitação social ficaram estagnadas pela observação de resultados, aparentemente contraditórios, evidenciando que a presença dos outros ora facilita o desempenho ora atrapalha. 
Somente em 1965 foi esclarecida esta contradição quando Zajonc observou que “A ativação acentua qualquer tendência à reação que seja dominante.
O aumento da ativação acentua o desempenho em tarefas fáceis para as quais a reação mais provável – “dominante” – é a correta.
Em tarefas complexas, para as quais a resposta correta não é dominante, o aumento da ativação promove a reação incorreta”.
Assim, o conceito de facilitação social pode ser definido de duas formas: 
Em primeiro lugar, facilitação social é quando o grupo social atua como elemento facilitador e as pessoas tendem a ter um melhor desempenho em tarefas simples ou familiares frente à presença dos outros. 
Em segundo lugar, a facilitação social pode ser entendida na verdade como um fator fortalecedor das reações dominantes ou prevalentes em decorrência da presença dos outros. Esta seria a definição mais utilizada atualmente.
A presença de outras pessoas favorece o desempenho quando a pessoa domina bem a resposta a ser emitida; em caso contrário, a presença de outros inibe o desempenho.
☞ VADIAGEM SOCIAL Tendência de membros de um grupo gastar menos esforços na realização de tarefas em grupo em comparação dos esforços mostrados quando realizam as mesmas tarefas sozinhos.
Podemos observar isso na escola, no trabalho ou mesmo em casa. O grupo oferece a oportunidade de juntar esforços de forma cooperativa para alcançar objetivos comuns, já que no final é difícil que nossos esforços individuais sejam apreciados separadamente do grupo.
Aos olhos de observadores externos, os esforços individuais não se diferenciam dos esforços de todos e ficam diluídos nos empenhos do grupo em geral.
Nesse caso, muitas pessoas passam a economizar seus esforços e tentam, inclusive, se beneficiar da situação. claro que estamos falando de tendências e que existem particularidades na forma como cada indivíduo age nestas situações.
❢ REALIZAÇÃO DAS TAREFAS O fenômeno da vadiagem social pode ser visto como contrário à facilitação social, em que o esforço do sujeito quando avaliado na presença dos outros sofre uma excitação emocional.
No caso da vadiagem a excitação provocada pela avaliação dos outros é trocada por certo relaxamento.
Mas o desempenho melhora ou piora? Depende do nível de complexidade das tarefas.
 No caso de tarefas simples, como foi estudado por Ringelmann (1913), o esforço coletivo da equipe é apenas a metade da soma dos esforços individuais.
Podemos pensar que os membros da equipe se sentem menos motivados quando desempenham tarefas aditivas onde a realização do grupo depende da soma dos esforços individuais.
O sujeito sente que o seu esforço não se diferencia dos outros. Este fenômeno de preguiça social pode ser visto como se os sujeitos pegassem carona no esforço do grupo.
 Por outro lado, quando a tarefa realizada implica um nível maior de complexidade, como os participantes do grupo não se sentem diretamente avaliados, podem melhorar o seu desempenho.
❢ Então, os fenômenos de vadiagem social e facilitação social se diferenciam em relação à força psicológica da apreensão frente à avaliação.
Como no fenômeno de vadiagem o medo da avaliação diminui pelo fato da pessoa se sentir diluída no grupo, ela pode até melhorar o desempenho em tarefas mais complexas que, em outras condições, poderia se sentir mais nervosa.
 FORMAS DE DIMINUIÇÂO DA VADIAGEM SOCIAL Existem várias formas:
Aumentando a identificação e a avaliação de cada contribuição;
Aumentando o envolvimento e a responsabilidade de cada um;
Aumentando o nível de motivação e o atrativo das tarefas realizadas.
☞ LIDERANÇA Existem algumas teorias para explicar liderança:
 TEORIA DO INDIVÍDUO SUPERIOR ⇾ Existe certos traços de personalidade decisivos e que nos permitem identificar quem é líder de quem não é, qualquer que seja a natureza da situação enfrentada.
No entanto, um dos mais importantes conceitos da Psicologia Social é que para compreender o comportamento social não basta levar somente em conta os traços de personalidade, pois temos sempre que considerar também a situação.
 TEORIA DA CONTINGÊNCIA DA LIDERANÇA DE FIEDLER (1967 E 1978) Centra-se nas características do líder, de seus seguidores e da situação.
Afirma que a efetividade de todo líder depende do quão orientado ele é para a tarefa ou para o relacionamento e como ele controla sua influência sobre o grupo.
Para Fiedler existem dois tipos de líderes
 O líder orientado para sua tarefa ⇾ Que se preocupa mais em conseguir com o trabalho a ser feito do que com os sentimentos das pessoas envolvidas e
 O líder orientado para o relacionamento ⇾ Que se preocupa mais com os sentimentos e a forma como as pessoas envolvidas se relacionam. 
Mas na verdade, um dos problemas desta teoria é que nenhum dos dois tipos de líder é invariavelmente mais efetivo que o outro, já que tudo depende da natureza da situação.
 CONFLITO E COOPERAÇÃO São fenômenos que também formam parte dos grupos sociais. 
O conflito ocorre frequentemente quando há tensão entre dois ou mais indivíduos como é no caso do dilema social, onde a ação que seria mais benéfica para um indivíduo, se escolhida pela maioria, produziria efeitos prejudiciais para o grupo como um todo.
 DILEMA SOCIL DO PRISIONEIRO É um dos dilemas sociais mais comuns porque coloca o desejo de uma pessoa em cuidar de seus próprios interesses contra o desejo de também cuidar dos interesses do seu parceiro. Para chegar a uma solução desejável a ambas as partes, as pessoas devem confiar umas nas outras.
Uma boa estratégia para lidar com este conflito dentro do grupo é permitindo ao indivíduo responder de maneira cooperativa ou competitiva a partir da resposta da outra pessoa. Esta estratégia é conhecida como pagar na mesma moeda e o sujeito tem a oportunidade de reagir da maneira como agiu o adversário na jogada anterior e assim poder comunicar a sua disposição de cooperar e ou a recusa de ser explorado.
 DILEMA SOCIAL DO BEM PÚBLICO Os indivíduos têm que contribuir para um fundo comum a fim de manter o bem público. Um exemplo são os bancos de sangue. Para que eles possam continuar funcionando, todos devem contribuir com ele.
A melhor maneira de poder solucionar estes dilemas é através de negociação, procurando uma solução integrativa, na qual cada parte concede o máximo em assuntos que são sem importância para ela, mas muito importante para as outras partes.
☞ COESÃO GRUPAL E NORMAS 
COESÃO GRUPAL Quantidade de pressão exercida sobre os membros de um grupo a fim de que nele permaneçam. Os grupos tendem a produzir pressões para a conformidade entre os membros. 
As pressõesem geral se dirigem mais especificamente para os dissidentes com o objetivo de persuadi-los. Caso não tenha sucesso a tendência do grupo será marginalizar os membros não conformistas.
NORMAS GRUPAIS Fazem parte de todo grupo social. Sem elas o grupo não sobreviveria. As normas são aprendidas e constituem um dos mecanismos mais importantes de controle social.
Assim, os membros de um grupo usam as mesmas para julgar e avaliar as percepções, sentimentos e ações de seus seguidores.
O estabelecimento de normas grupais representa um excelente substituto para o uso de poder, que , muitas vezes, provoca tensão e desgaste aos membros do grupo. Em vez do líder precisar usar constantemente sua capacidade de influenciar seus orientados, a presença de normas facilita seu trabalho e dispensa o exercício constante de demonstração de poder.
AULA 5: ATITUDES, VALORES E CRENÇAS
Objetivos
1. Entender os conceitos de crenças, valores e atitude;
2. Relacionar o conceito de atitudes com o comportamento social expresso;
3. Reconhecer a importância e a existência dos processos de mudança de atitudes e entender como podemos medi-las.
De que maneira os publicitários tentam mudar nossas atitudes? Procurando manipular nossas emoções associando o produto com sentimentos agradáveis, até questões relacionadas à sexualidade. Também nos fornecendo uma série de fatos, dados estatísticos e números sobre as qualidades do produto. Ainda utilizando imagens de pessoas executando aquilo que gostaríamos de estar fazendo. Principalmente utilizando todas essas informações, misturando dados com emoções e ações para nos convencer melhor.
ATITUDE Entre os psicólogos sociais de orientação cognitivista encontramos a definição de atitude a partir da ideia de que ela constitui uma disposição afetiva favorável (quando positiva) ou desfavorável (quando negativa) a um objeto social.
Uma organização duradoura de crenças e cognições em geral, dotada de carga afetiva pró ou contra um objeto social definido, que predispõe a uma ação coerente com as cognições e afetos relativos a este objeto.
Predisposições internas (do próprio organismo), estáveis e duradouras, para que as pessoas se comportem ou reajam de determinada forma em relação a outras pessoas, objetos ou situações específicas. (Infopedia)
As atitudes, apesar de serem bons preditores do comportamento manifesto, nem sempre se verifica absoluta coerência entre os componentes das atitudes.
OBJETO SOCIAL Qualquer pessoa, grupo, objeto, entidade abstrata ou animal que pode despertar algum tipo de afeição ou interesse social nas pessoas.
❢ As atitudes sociais têm uma configuração tridimensional composta pelos elementos cognitivos, afetivos e comportamentais.
Quantas vezes, na segunda-feira, logo depois do jogo do final de semana, presenciamos a forte discussão de dois colegas de trabalho sobre a arbitragem no jogo ou o desempenho dos jogadores, ou um duvidoso pênalti?
Na verdade, determinados objetos sociais, como é o futebol, podem despertar fortes sentimentos fazendo com que pessoas com atitudes opostas vejam a realidade de formas distintas.
Podemos assim predizer o comportamento das pessoas através das suas atitudes frente a certos temas?
COMPORTAMENTOS E ATITUDES Um estudo do professor americano LaPière, em 1935, apontou para uma significativa contradição entre o comportamento das pessoas e as atitudes por elas demonstradas.
É claro que este estudo não pode ser considerado como perfeito, no entanto revela que nem sempre as atitudes nos permitem predizer com exatidão o comportamento que, por lógica, as seguiria.
Apesar de não existir uma total correspondência entre atitude e comportamento, é mais do que aceito, na Psicologia Social, que o conhecimento das atitudes de um sujeito nos permite antecipar, com certa margem de erro, os comportamentos que ele pode manifestar em qualquer momento.
Desta forma, podemos considerar as atitudes como instigadoras de comportamento mais do que como seus determinantes.
Segundo alguns psicólogos sociais, um melhor preditor do comportamento é a intenção de comportar-se de uma determinada maneira. Estes autores destacam muito mais do que as normas ou as atitudes. 
A intenção de comportar-se é o fator que melhor permite predizer os comportamentos que os sujeitos exibem. As atitudes e as normas sociais influenciam a intenção de comportar-se de um jeito ou de outro. Por isso a intenção é o fator mais próximo da expressão do comportamento final e o prediz melhor.
Por exemplo, se uma moça tem a intenção de manter relações extraconjugais com um completo estranho, sua finalidade de fazê-lo dependerá em parte, pelo posicionamento (atitudes) pró ou contra tal fato, assim como pela forma como as pessoas mais próximas e significativas para ela pensam sobre isso (normas sociais). Mas na verdade, se conhecermos a intenção desta moça teremos uma perspectiva mais clara de como ela pode agir em último caso.
NATUREZA E ORIGEM DAS ATITUDES Existem diversas explicações para a origem das atitudes. Por exemplo, segundo Tesser (1993) a origem seria genética já que elas se relacionam com coisas tais como nosso temperamento e nossa personalidade, e estes últimos se relacionam diretamente com os nossos genes.
Mas mesmo que exista um componente genético, a experiência social desempenha um papel importante na modelagem das nossas atitudes.
No entanto, nem todas as atitudes são formadas da mesma maneira. Embora todas elas tenham componentes afetivos, cognitivos e comportamentais, uma determinada atitude pode basear-se mais em um tipo de experiência ou componente do que em outro.
Vejamos então os diversos tipos de atitudes que podemos identificar e classificar segundo a predominância de um destes três componentes.
É importante destacar que os nomes da classificação de atitudes usados, a seguir, não dizem respeito à inexistência dos outros componentes, mas sim à preponderância de um deles.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATITUDES
❢ ATITUDES DE BASE COGNITIVA A avaliação da pessoa se fundamenta em dados relevantes sobre a propriedade do objeto em questão.
Nesse caso, a função dessa atitude é a apreciação do objeto, onde a avaliação é feita considerando as vantagens e as desvantagens que tal objeto pode nos trazer. 
O objetivo desse tipo de atitude consiste em classificar e pesar os aspectos positivos e os negativos de um determinado objeto, para que a partir de tal avaliação o sujeito seja capaz de decidir se vale a pena ou não.
As crenças e os sistemas de crenças são os elementos principais da cognição.
Por exemplo, quando queremos comprar um carro ou desejamos fazer uma viagem, na hora de decidir por uma determinada marca ou por certo lugar isto depende da avaliação que realizamos de forma mais ou menos consciente de dados relevantes sobre esses objetos tais como desempenho do motor, os atrativos turísticos do lugar em questão etc.
❢ ATITUDES DE BASE AFETIVA Atitudes baseadas em emoções. Por exemplo, podemos pensar quando escolhemos um lugar para viajar não pelas informações relevantes sobre tal lugar, mas sim por certo valor afetivo, porque de alguma forma esse lugar representa, para nós, um local relacionado com alegria ou bem-estar, independentemente do que os guias turísticos ou as outras pessoas possam nos informar a respeito.
Em geral, estas atitudes não resultam da revisão racional de informações, não se orientam pela lógica, estão fortemente ligadas a valores pessoais e por isso são muito difíceis de serem mudadas.
Atitudes afetivas parecem estar relacionadas com reações sensoriais ou estéticas (apreciações estéticas ou gustativas em geral). Como quando gostamos de um determinado tempero ou da linha estética da marca de um carro ou de uma determinada cor.
Outras atitudes podem ser ainda o resultado de condicionamentos (clássico ou operante). Elas podem assumir uma característica emocional positiva ou negativa tanto por meio do condicionamento clássico quanto do condicionamento operante.Condicionamento Clássico Um EN é associado a um EI que provoca uma resposta emocional e por repetições sucessivas, o EN acaba provocando uma resposta semelhante e se torna um EC. 
Imagine que você associa uma experiência agradável, como o carinho da sua mãe ou da sua avó com determinado local, por exemplo, um shopping center, onde costumavam ir quando você era criança, no final você acaba tendo uma postura muito positiva em relação a esse shopping, associando-o com essas boas lembranças.
Condicionamento Operante Somos reforçados ou punidos após apresentar um determinado comportamento e, assim passamos a aumentar ou a diminuir a frequência dessa determinada resposta. 
Por exemplo, você pode acabar tendo grande afinidade em relação a um determinado time de futebol porque seus pais sempre reforçaram esse comportamento quando você era criança.
❢ ATITUDES DE BASE COMPORTAMENTAL Segundo a teoria da autopercepção (Daryl Bem, 1972) em certas circunstâncias, as pessoas não sabem como se sentem até conseguirem observar como se comportam. Desta forma, as atitudes de base comportamental têm como fundamento as observações que fazemos sobre como nos comportamentos em relação ao objeto da atitude.
Neste grupo, onde as atitudes são inferidas a partir do comportamento, temos de destacar que a atitude inicial é, na realidade, um pouco ambígua ou pouco clara para o sujeito, já que ele precisa do comportamento para poder ter certeza.
Além do mais, o sujeito não conta com outras explicações para poder entender seu próprio comportamento, ou seja, a única explicação de por que faz o que faz é porque simplesmente gosta.
Exemplo: Quando alguém nos pergunta se gostamos de praticar exercício e respondemos que achamos que sim, já que estamos sempre praticando algum tipo de esporte. 
Neste caso, podemos pensar que a nossa atitude se fundamenta mais no comportamento realizado do que na parte cognitiva ou afetiva.
ATITUDES
COMPORTAMENTAIS
Instigador
 de comportamentos coerentes com as cognições e afetos sobre os objetos 
atitudinais
.
Baseadas nas observações que fazemos sobre como nos comportamos em relação aos objetos 
atitudinais
.
COGNITIV
OS
Representação cognitiva sobre o objeto social, correspondendo ou não à realidade.
Relacionada às crenças e aos sistemas de crenças da pessoa sobre os objetos 
atitudinais
. 
AFETIVOS
Sentimentos 
pró
 ou 
contra
 o objeto social.
Relacionada aos afetos desenvolvidos pelos objetos 
atitudinais
. 
FUNÇÕES DAS ATITUDES A principal função é a de avaliar.
Através das atitudes podemos ter uma postura determinada frente aos objetos sociais que nos rodeiam. Mas as atitudes têm outras funções além da avaliativa. Elas nos permitem organizar o nosso comportamento em diferentes planos, no plano da cognição, no plano dos afetos e no plano da conação (Processo mental de formação da vontade e da intenção).
Conhecendo as atitudes de uma pessoa em relação a determinado objeto, podemos entender porque tal pessoa pensa como pensa, sente o que sente e age como age frente a esse objeto social.
As atitudes também contribuem na orientação do comportamento, já que elas contêm uma discriminação afetiva de tudo e do todo existente no nosso ambiente psicológico. 
Por outro lado, as atitudes nos ajudam a formar argumentos e, assim, contribuem nas defesas de nosso eu na medida em que podemos nos justificar ou afastar de objetos ou situações desagradáveis.
Por último, as atitudes desempenham um papel expressivo em relação aos nossos valores.
MUDANÇA DE ATITUDE Apesar de serem relativamente estáveis, é possível mudar de atitudes em diferentes momentos e por diversas razões.
Vivemos rodeados de contínuas informações que nos instigam continuamente a mudar, a pensar diferente, a nos comportar diferente.
A televisão, o cinema e o rádio competem muitas das vezes com as instituições clássicas responsáveis pelo processo de socialização, família, Igreja e escola.
❢ No modelo tridimensional de atitudes, os componentes cognitivo, afetivo e comportamental influenciam-se mutuamente procurando uma harmonia. De tal forma, qualquer tipo de mudança em um desses três componentes pode gerar mudança nos outros na procura de uma reestruturação.
Assim, uma informação nova, uma nova experiência ou uma nova prática pode gerar um estado de inconsistência entre os componentes das atitudes e levar a uma mudança atitudinal.
Por exemplo, quando temos alguma desavença com alguém podemos passar a desgostar dessa pessoa. Ou quando temos algum tipo de preconceito em relação a um grupo que não conhecemos e passamos a ter contato com ele, podemos mudar a forma como pensamos desse grupo, a forma como nos sentimos em relação a ele e a forma como agimos com ele.
TEORIA DA DISSONÂNCIA DE FESTINGER Explica as mudanças de atitude. Afirma que existem diversos fatores capazes de propiciar mudanças de atitudes no sentido de tornar as novas atitudes coerentes com uma cognição de mais difícil mudança, fazendo com que se valorize a posição discrepante com que a pessoa se comprometeu mais.
No entanto, embora sejam poderosas as técnicas de dissonância, elas são muito difíceis de aplicar em escala macro, com um grupo numeroso de pessoas. Nesses casos a comunicação persuasiva é mais adequada.
A partir dos estudos clássicos realizados por um grupo de pesquisadores, na Universidade de Yale, no início da década de 1950, foi verificado o que torna mais eficaz uma comunicação persuasiva, tomando por base três aspectos principais:
A fonte da comunicação,
A comunicação em si mesma,
O tipo de audiência (quem recebe, se está resistente ou receptiva).
A partir dos dados encontrados foi comprovado que a eficácia de mensagens persuasivas depende de quem diz o que a quem. Portanto, para entender o quão eficaz pode ser uma mensagem persuasiva é importante saber se a pessoa que fala é atraente e conhece bem o assunto, se existem bons argumentos para serem apresentados e se as pessoas que escutam são mais ou menos receptivas.
A Psicologia Social dispõe de uma forma objetiva de verificar a eficácia das tentativas de persuasão a partir do fato de que as atitudes podem ser medidas.
Existem várias escalas que nos permitem medir as atitudes antes e depois da tentativa de mudança.
ESCALA DE FORMATO LIKERT Uma das mais utilizadas. consiste em uma série de afirmações relativas a um objeto atitudinal (por exemplo: aborto, pena de morte, fumar em público e outros temas) onde se trabalha com afirmações favoráveis e desfavoráveis sobre o assunto.
Para cada afirmação o sujeito responde em uma escala de cinco alternativas (concordo totalmente, concordo parcialmente, sem opinião, discordo totalmente, discordo parcialmente) que são posteriormente identificadas com valores numéricos na escala de 1 a 5 permitindo a soma das respostas de cada sujeito para avaliar o tipo e o grau de atitude de uma determinada população, em relação ao tema específico estudado.
As escalas são de fácil elaboração e seguem todos os princípios e os cuidados do preparo de qualquer teste padronizado, verificando sua adequação psicométrica (fidedignidade e validade). Desta forma, elas representam medidas válidas e fidedignas das atitudes sociais.
CRENÇAS Condição psicológica que se define pela sensação de veracidade relativa a uma determinada ideia a despeito de sua procedência ou possibilidade de verificação objetiva.
Longe de ser fidedigna à realidade a criança passa a ser mais um elemento subjetivo do conhecimento.
Através desta definição, podemos entender que o interesse dos psicólogos sociais sobre as crenças independe delas serem consideradas como verdades ou não.
O interesse da Psicologia social pelas crenças reside especialmente na sua origem, formação, estrutura e grau de aceitação.
A pesquisa psicosociológica das crenças possibilita obter esclarecimentos sobre a grande variedade de estilos interpretativos da realidade sociocultural e das correspondentescondutas sociais, tão distintas em cada sociedade.
Segundo Kruguer (1986), as crianças podem ser qualificadas como opiniões, boatos, dogmas, convicções e estereótipos que se evidenciam como a relação afetiva entre uma pessoa e algum objeto social, quando a pessoa manifesta uma determinada atitude em relação a este objeto.
VALORES O conceito de valor faz parte de várias ciências e campos como a Filosofia, a Sociologia, a Política e a Psicologia, para citar algumas.
Na Psicologia Social, o estudo dos valores vai estar mais centrado com o estudo do comportamento e das atitudes dos indivíduos. Como exemplo de valores podemos mencionar o belo a verdade.
Os valores são dotados de uma estrutura atitudinal, mas com a característica de não se aplicarem a objetos particularizados. Assim, podemos entender que as atitudes detonam valores na medida em que elas se manifestam sobre objetos mais claramente delineados. Portanto, atitude congruente com o valor e ela pode nos permitir inferir o valor que está por trás.
Ex.1: No caso de uma garota que não aceita ter relações sexuais antes de se casar com namorado está denotando fortes valores morais e religiosos em relação à importância que para ela tem o casamento no início da sua vida sexual.
Ex. 2: Quando uma pessoa vota a favor da pena de morte no estado ou país onde vive está expressão os valores pessoais em relação a diversos aspectos éticos, morais, religiosos, entre outros.
Ambos os exemplos representam temas muito polêmicos, pois envolvem valores que normalmente as pessoas têm de forma muito arraigada.
Estes temas são pouco recomendados de serem abordados em situações casuais como quando estamos apenas conhecendo alguém.

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