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Objeto do Direito - Direito público e Privado

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INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
PROFa Kátia Cristina Cruz Santos
 PROFESSORAKATIACRUZ.BLOGSPOT.COM
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PROFESSORA KÁTIA CRUZ
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Objeto do direito
Bens: conceito
Chamam-se bens, em direito, todas as coisas sobre as quais recaem os direitos das pessoas.
Essas coisas podem ser materiais ou imateriais. São materiais as coisas corpóreas, ou seja, os bens fisicamente palpáveis, como os objetos de uso, um terreno, um automóvel etc.
Materiais são as coisas incorpóreas, objetos ideais sobre os quais se firmam relações jurídicas, como os direitos autorais, o nome comercial, os serviços, as marcas de indústria e comércio, os privilégios de invenção etc.
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Classificação dos bens
Os bens, no direito brasileiro, podem ser considerados em si mesmos, podem ser reciprocamente considerados, podem ser públicos e particulares e podem estar fora do comércio. 
Esta é a classificação genérica dos bens.
Considerados em si mesmos, os bens podem ser imóveis, móveis e semoventes; fungíveis, infungíveis e consumíveis; divisíveis e indivisíveis; singulares e coletivos.
Reciprocamente considerados os bens se classificam em principais e acessórios.
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São bens imóveis todas as coisas que não podem ser removidas sem modificação ou dano em sua estrutura, ou ainda por­que sua remoção é naturalmente impossível.
As coisas imóveis podem assim considerar-se por natureza própria, por força de lei ou por destinação do proprietário.
Nestas condições, são imóveis por natureza própria: o solo, sua superfície, acessórios e adjacências naturais, inclusive as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.
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São imóveis por destinação do proprietário todas as coisas que o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possam retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
São também imóveis por destinação os bens que o proprietário mantiver intencionalmente empregados em sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade. 
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Estes últimos, no entanto, poderão ser mobilizados em qualquer tempo.
São considerados bens imóveis por força de lei, ainda que em sua compostura física sejam móveis:
a) os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
b) o direito à sucessão aberta;
c) as edificações que, separadas do solo, conservando sua unidade, forem removidas para outro local;
d) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele mesmo serem reempregados.
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São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, também conhecidos por semoventes, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico social.
Consideram-se móveis para os efeitos legais:
a) as energias que tenham valor econômico;
b) os direitos reais sobre os objetos móveis e as ações correspondentes;
c) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
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Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis, readquirindo essa qualidade os materiais provenientes da demolição de algum edifício.
São coisas fungíveis os bens que podem ser substituídos por outros, da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Exemplo: o dinheiro, uma dúzia de ovos, um saco de arroz etc.
Infungíveis são os bens que não podem ser substituídos por outros, da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Exemplo: um quadro raro, um livro de edição incomum, uma peça filatélica etc. 
Mesmo um simples automóvel ou determinados objetos de uso pessoal são coisas infungíveis porque guardam certas condições especiais ou personalíssimas que não as tornam passíveis de substituição.
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Coisas consumíveis são os bens móveis cujo uso implica imediata destruição de sua própria substância. 
É o caso dos alimentos, dos medicamentos etc. São também consumíveis os bens destinados à alienação.
Coisas divisíveis são os bens que podem ser partidos em porções reais e distintas, de modo que cada porção forme um todo perfeito. 
Exemplo: um terreno de vinte metros de frente por quarenta metros da frente aos fundos.
São indivisíveis os bens que não podem ser partidos sem que sua substância se altere. 
Exemplo: um relógio, uma casa etc.
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Consideram-se coisas indivisíveis os bens que, embora possam, por sua natureza, ser divididos, a vontade das partes ou a lei não permite sua divisão. 
Exemplo disso é a hipoteca: mesmo que o devedor pague uma parte do débito por conta da dívida, o bem dado em garantia continua onerado por inteiro.
Certos autores consideram, ainda, indivisíveis os bens que, não obstante possam ser seccionados sem alteração da sua substância, tenham, com o fracionamento, redução de seu valor econômico. 
Seria a hipótese, por exemplo, de uma pedra preciosa que, mantida intacta, terá maior valor econômico do que cada uma das partes em que venha a ser dividida (v. Silvio Rodrigues, Direito civil, São Paulo, Saraiva, 1972, v. 2).
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As coisas podem ainda ser singulares ou coletivas. 
As primeiras são os bens considerados em sua individualidade, embora reunidos a outros bens, como é o caso dos móveis que guarnecem uma casa.
As coisas coletivas, também chamadas universais, são os bens agregados a um todo, como uma biblioteca ou uma herança.
As coisas coletivas formam, em direito, o que se chama "universalidade". 
São duas as espécies de universalidades: a de fato e a de direito. Um rebanho, uma biblioteca são exemplos de universalidade de fato. 
Já a herança, o patrimônio da pessoa, o fundo de comércio, a massa falida constituem universalidades de direito.
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O Código Civil explicitou que a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária constitui universalidade de fato, podendo ser objeto de relações jurídicas próprias.
Já por definição também da nova lei civil, constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
De seu turno, o mesmo diploma legal introduz uma definição não existente na lei civil anterior, dizendo serem "pertenças" os bens que não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro bem. 
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Isso para o efeito de estabelecer que os negócios jurídicos respeitantes ao bem principal não abrangem as pertenças, exceto se o contrário resultar da lei, da manifestação da vontade ou das circunstâncias do caso.
O mesmo já não acontece com os frutos e produtos que, conquanto não separados do bem principal, podem ser objeto de negócio jurídico, como é, por exemplo, o caso dos juros do capital.
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Chamam-se principais as coisas que têm existência própria; acessórias são as coisas cuja existência depende da principal.
O importante nessa classificação é a regra jurídica que dela emerge: o acessório segue a sorte do principal.
Os frutos, produtos ou rendimentos se consideram coisas acessórias, como os juros, aluguéis etc.
São também acessórios do solo os produtos orgânicos da superfície; bem assim, qualquer benfeitoria que se efetue numa coisa se considera acessório, seja qual for o valor dessa benfeitoria.
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Chama-se benfeitoria o melhoramento que se introduz numa coisa, no sentido de conserva-la, dar-lhe maior utilidade ou, simplesmente, embelezá-la.
Assim, as benfeitorias podem ser necessárias, úteis ou voluptuárias
— também chamadas suntuárias.
Benfeitorias necessárias são os melhoramentos efetuados num bem com o intuito de conservá-lo ou evitar a sua deterioração.
Benfeitorias úteis são os melhoramentos que se efetuam num bem com a finalidade de aumentar ou facilitar sua utilização.
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Benfeitorias voluptuárias ou suntuárias são os melhoramentos que se introduzem num bem, como escopo de mero deleite, do prazer da pompa ou de recreação, mas que não aumentam sua utilidade ainda que tornem a coisa mais agradável, mesmo que a benfeitoria seja de muito valor.
A importância da discriminação das benfeitorias reside nas conseqüências jurídicas que tais melhoramentos suscitam, em termos de indenização ou retenção. 
O caso é que, se o possuidor de boa-fé efetuar, na coisa que possui, benfeitorias necessárias, o proprietário da coisa é obrigado a indenizar o possuidor pelas benfeitorias que este tiver introduzido no bem, ainda que sem a autorização daquele. 
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É a hipótese, por exemplo, do inquilino que efetua benfeitorias necessárias no imóvel locado (conserto de instalação elétrica ou hidráulica, consolidação de rachaduras etc.); o proprietário é obrigado, salvo convenção em contrário, a indenizar o inquilino desse melhoramento, sob pena de o locatário reter o imóvel em seu poder até que seja indenizado. 
Se as benfeitorias forem úteis, o proprietário só é obrigado a indenizar o possuidor de boa-fé se este fora autorizado por aquele a efetuar os melhoramentos. 
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As benfeitorias voluptuárias não são indenizáveis. 
Pode, no entanto, o possuidor retirá-las ao entregar a coisa, desde que essa retirada não lhe cause danos, visto que a coisa deverá ser restituída no estado em que se achava quando foi ocupada, salvo o desgaste natural decorrente do uso normal.
Quando a posse é de má-fé, as benfeitorias não são indenizáveis nem o possuidor terá o direito de retenção da coisa ou de levantar as benfeitorias voluptuárias. 
Mas tem direito ao ressarcimento das benfeitorias necessárias.
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Bens públicos são as coisas pertencentes à União Federal, aos Estados ou aos Municípios.
Todos os demais bens são particulares, seja qual fora pessoa a que pertençam.
Consideram-se bens públicos:
a) os de uso comum do povo, como os mares, rios, estradas, ruas e praças;
b),os de uso especial, como os edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento federal estadual ou municipal;
c) os bens dominicais (ou dominiais) que constituam patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades, como o leito das estradas de ferro, os terrenos de marinha etc. (v. "Direito administrativo" e "Bens públicos", neste livro).
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Bens fora do comércio são as coisas, que não são suscetíveis de apropriação e também as legalmente inalienáveis (que não podem ser transacionadas, ou seja, vendidas, doadas, permutadas etc.). 
Por exemplo: as partes comuns a todos os condôminos de um edifício são coisas fora do comércio, porque não podem ser objeto de transação isolada. 
Genericamente também os bens públicos são fora do comércio, inclusive monumentos ou coisas que constituam patrimônio histórico etc.
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Bens do comércio, por exclusão, são todos os demais, isto é, todas as coisas que não estejam fora do comércio e que, portanto, podem ser alienadas.
São três as espécies de cláusulas que podem gravar um bem: a cláusula ou vínculo de inalienabilidade — que não permite que a coisa seja vendida, doada ou permutada, ou mesmo hipotecada à cláusula ou vínculo de incomunicabilidade- que não permite que a coisa entre na comunhão de bens na hipótese de ser este o regime adota cônjuges ao casar.
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Penhora é a apreensão de bens, por ordem de juiz, para garantir a execução de uma divida. 
Apreensão de uma coisa por ordem do juiz, até que se resolva sobre quem seja seu verdadeiro dono chama-se seqüestro. 
Finalmente o arresto seria, digamos assim, uma penhora antecipada: efetua-se por ordem do juiz antes da existência de um processo principal e destina-se a garantir a ação e a execução.
As cláusulas vinculativas de bens podem ser temporárias ou vitalícias mas não podem ultrapassar uma geração. 
Exemplo- uma pessoa vincula seus bens com todas as cláusulas —ou com uma ou duas delas. 
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O vínculo só é válido por uma geração após aquela a que pertence o instituidor do vínculo; depois disso os bens se consideram desonerados ou desvinculados.
Claro está que, dadas certas circunstâncias, pode o juiz autorizar a transferência do vínculo de um bem para outro bem livre, de igual valor. 
Nesse caso, onera-se o segundo e libera-se do vínculo o primeiro bem. 
A isto se dá o nome de "sub-rogação de vínculo".
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