Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR-MG CURSO DE DIREITO RAFAEL DE OLIVEIRA CASTRO COISAS E BENS FORMIGA-MG 2019 2 RAFAEL DE OLIVEIRA CASTRO COISAS E BENS Trabalho acadêmico para a obtenção de créditos na disciplina de Direito Civil I do curso de graduação de Direito 2º período do Centro Universitário de Formiga – Unifor-MG FORMIGA-MG 2019 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................04 2. COISAS E BENS SEGUNDO VENOSA................................................................05 3. COISAS E BENS SEGUNDO FARIAS E ROSENVALD.......................................10 4. COISAS E BENS SEGUNDO GAGLIANO E FILHO.............................................14 5. CONCLUSÃO E CRÍTICA.....................................................................................17 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................18 4 INTRODUÇÃO O foco principal deste trabalho fora demonstrar o pensamento de três doutrinas distintas sobre o entendimento de coisas e bens para o Direito Civil, apresentando o posicionamento das doutrinas, e como dar-se-ão a classificação de cada espécie de coisa e/ou bens no âmbito do Direito Civil. 5 COISAS E BENS VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil – Parte Geral. São Paulo: Atlas S.A, 2010. Venosa começa o capítulo falando sobre bens e coisas como objeto do Direito, ele fala então dos direitos da personalidade como a honra e a liberdade, e argumenta também que são imateriais e se violados podem eles serem avaliados em dinheiro, ou seja, indenizações, mas esses direitos não tem caráter pecuniário. Além disso fala também sobre os objetos do Direito serem corpóreos ou incorpóreos, ou seja, materiais ou imateriais como um carro e as produções intelectuais. Assim ele define: Entende-se por bens tudo o que pode proporcionar utilidade aos homens. Não deve o termo ser confundido com coisas, embora a doutrina longe está de ser uníssona. Bem, numa concepção ampla, é tudo que corresponde a nossos desejos, nosso afeto em uma visão não jurídica. No campo jurídico, bem deve ser considerado aquilo que tem valor, abstraindo-se daí a noção pecuniária do termo. Para o direito, bem é uma utilidade econômica ou não econômica. (VENOSA, 2010, p. 291/292). Pode-se dizer que todos os bens são coisas em sua concepção, porém nem todas as coisas são podem ser denominadas bens. Ele cita como exemplo o sol, o mar e a lua, que são coisas, porém não são classificadas como bens, motivo esse porque homem não pode tomar posse deles, não pode se apropriar. É mister salientar que não existe um acordo entre os doutrinadores sobre a definição coisas e bens, pois cada autor há a sua forma de classificar cada um desses itens do Direito. Coisas no Direito alemão é classificado apenas como algo corpóreo, já nas doutrinas de direito brasileiro a classificação pode abranger os objetos corpóreos e os incorpóreos. Neste tópico complementa ainda que a legislação e doutrina brasileira tratam de forma igual as duas noções. “Às vezes, coisa é gênero e bem é espécie, e vice- versa”.1 A expressão “bens” tem no Código Civil brasileiro amplo significado, classificando as coisas e direitos em variados aspectos. Em seu próximo tópico é tratado dos bens corpóreos e incorpóreos onde é classificado os corpóreos com aqueles em que nosso sentido pode perceber como animais, objetos e automóveis, já os incorpóreos são aqueles que são metafísicos, intangíveis, como seu intelecto e invenções. Em suas palavras: Bens corpóreos são aqueles que nossos sentidos podem perceber: um automóvel, um animal, um livro. Os bens incorpóreos não têm existência tangível. São direitos das pessoas sobre as coisas, sobre o produto de seu 1 VENOSA, 2010, p. 292 6 intelecto, ou em relação a outra pessoa, com valor econômico: direitos autorais, créditos, invenções. (VENOSA, 2010, p. 293) Conquanto, bens corpóreos podem ser instrumentos de compra e venda diferente dos incorpóreos, que não são passíveis de “penhora”. Entende-se que os bens incorpóreos não tem existência material, mas eles têm existência jurídica, então as relações jurídicas podem ser realizadas tanto com bens corpóreos quanto incorpóreos, ou seja, materiais e/ou imateriais. Ao se tratar de Móveis e Imóveis, ele destaca a importância dos imóveis sobre os móveis desde a idade média e que embora esse também seja o “pensamento” do código civil brasileiro, na atualidade tem se notado que os valores dos móveis já superam de forma significativa a importância dos bens imóveis. Classifica-se então imóveis como bens que não tem a possibilidade de serem transportados, e se forem irão ter algum dano, já móveis aqueles que há a possiblidade de movimenta-los sem perdas a ele. Em suas palavras: Imóveis são aqueles bens que não podem ser transportados sem perda ou deterioração, enquanto móveis são os que podem ser removidos, sem perda ou diminuição de sua substância, por força própria ou estranha. Semoventes são os animais. (VENOSA, 2010, p. 294) A distinção entre esses dois tipos de bens tem consequências ao âmbito jurídico pois se dois agentes casados um deles é livre para venda de bens móveis independente do seu valor seja monetário ou sentimental, porém não pode um deles sem prévio acordo com o outro agente vender bens imóveis. Destarte ainda que os bens imóveis são mais complexos para aquisição, sendo necessário registra-los no Registro de Imóveis e deverá esse conter um titular quando do registro, distintamente é os bens móveis cuja aquisição se dá de forma mais simples e descomplicada, não precisando de registros, salvo exceções. Aos Fungíveis e Infungíveis classifica-se então os fungíveis como sendo aqueles passíveis de substituição por outros de mesmas características, como peças e afins, conquanto os infungíveis são o contrário dos fungíveis, pois não podem ser substituídos de maneira alguma, como exemplo uma obra de arte. Pode-se dizer que fungibilidade é uma característica do próprio objeto, e haverá casos específicos onde só a concretude do caso pode classifica-lo, o autor cita como exemplo uma garrafa de vinho que é raro e resta poucas unidades, pode ele ser infungível enquanto os vinhos de maneira genérica e fungível.2 2 VENOSA, 2010, p. 303 7 Essas características são atribuídas pelo valor econômico e quantidades disponíveis do objeto, sendo a fungibilidade característica da própria coisa não podendo ser essa dada pelas próprias partes, ou seja, não podem alterar a “natureza” do objeto. Destarte que a fungibilidade e a infungibilidade é característica das coisas móveis, já os imóveis são naturalmente infungíveis embora o próprio autor destaca que existe outros doutrinadores com concepções distintas. Os bens Consumíveis e Não Consumíveis são trabalhados por ele basicamente com base no artigo 86 do Código Civil brasileiro3, destacando que é de suma importância tomar cuidado para não confundir os bens consumíveis com os fungíveis, aborda o fato de coisas fungíveis e infungíveis poderem ser consumíveis, um exemplo mais próximo seria o exemplo do vinho citado anteriormente. Portando entende-se por bens consumíveis aqueles que podem se desgastar ou ate mesmo “acabar” pela utilização, sendo os inconsumíveis aqueles que podem ser usados várias vezes sem apresentar desgastes ou término total ou parcial. E mister destacar que com a evolução dos meios de produção alguns objetos considerados inconsumíveis podem agora serem considerados descartáveis, ou seja, de uso único e/ou limitado tornando-os bens consumíveis. É tratado também por Venosaa questão dos bens Divisíveis e Indivisíveis. Os bens divisíveis podem ser partidos/fragmentados e mantêm as mesmas características/qualidades, sendo os indivisíveis aqueles que não admitem divisão, e caso ocorra eles perdem suas características/qualidades. Conquanto a indivisibilidade seja ela física, intelectual ou jurídica deve-se decorrer da norma ou da vontade das partes no contrato ou acordo entre elas, há também “obrigações” divisíveis ou indivisíveis conforme acordo definido entre as partes, havendo direitos que são sempre indivisíveis, como exemplo citado pelo autor, a hipoteca e as servidões, portando, conclui que essa questão deve-se ser tratada por determinação legal e por vontade das partes interessadas. Aos bens Singulares e Coletivos é abordado as coisas singulares como sendo simples e compostas segundo ele, sendo as simples constituídas de forma natural ou em consequência de um ato humano, já as compostas são coisas que se unem formando diferentes objetos, sem que desapareça a “essência”. Argumenta ainda que o patrimônio se constrói pela união de todos os bens da pessoa, seja corpóreo ou 3 “São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação”. 8 incorpóreo, e todo o ativo e passivo pertencente à ela, então essa formação é adquirido a “universalidade dos direitos”, do mesmo modo que é a deixa patrimonial, que também tem essa natureza. Os bens Públicos e Particulares é trabalhado com base no artigo 98 do Código Civil brasileiro4. Dizendo então a classificação desses bens, sendo os públicos as coisas corpóreas e incorpóreas que pertencem ao Estado, sendo classificados em três. Os “bens de uso comum do povo” que são aqueles que o povo utiliza, mas pertencem à União, Estados membros, e aos Municípios. Os “bens públicos de uso especial” fim reservados à determinada espécie de serviço público, entre eles os edifícios destinados aos ministérios, escolas públicas e presídios, portanto tem aplicação especial, eles se diferenciam dos outros, porque além de serem propriedades do poder público, é utilizado por ele, sendo o uso por particulares regulado. Por fim os bens dominiais/dominicais, eles constituem o patrimônio do poder público, são propriedades do Estado como se fosse de qualquer pessoa, sendo os direitos regidos pelos princípios constitucionais, administrativo e civil, citando como exemplo dado pelo próprio autor, as estradas de ferro, telégrafo e títulos da dívida pública. Porém nada impede o uso desses por particulares, desde que respeitado as normas que regulam sua utilização. Destarte ainda que os bens públicos independente da categoria são “alienáveis” e “imprescritíveis”. Para finalizar o capítulo Venosa trata dos bens que estão fora do comércio, é citado então o artigo 69 do código civil brasileiro de 1916: “são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apropriação e as legalmente inalienáveis”. Existem bens que são passíveis de serem comercializados, vendas, doações, e afins, porém esses não têm essas características, pois não podem ser comercializados. Entre eles estão os bens da personalidade que são inalienáveis, como honra e liberdade e no mesmo sentido não podem os órgãos e partes do corpo humano serem considerados bens comercializados, mesmo após a morte a doação tem um valor que não pode ser estipulado, é inestimável, portando elas não devem ser consideradas mercadorias. Podem ser classificados em: I – Inaproveitáveis por natureza que são o ar, o mar e o sol, porém a captação de energia dessas fontes, são alienáveis, podendo ser comercializadas. 4 “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem”. 9 II – Alienáveis por força da lei são aqueles que naturalmente poderiam ser comercializados, porém a lei barra essa alienação, ou seja, proíbe o comércio, são exemplos os bens públicos e os bens de menores. III – Os alienáveis pela vontade humana são aqueles aos quais se “apões a cláusula de inalienabilidade” como doações e testamentos. 10 COISAS E BENS FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. São Paulo: Atlas, 2015. Começa-se então falando sobre aas divergências e aproximações entre bem e coisa destacando que a diferença entre eles é um objeto de debate entre os doutrinadores, pois segundo ele, existem várias teses a respeito deste assunto, não sendo possível conceituar cada um de forma “certa”, pois a cada momento é formulada diferentes definições e as coisas podem representar ampla categoria da qual os bens fariam parte, e outrora diz-se que bem tem conceito amplo, podendo englobar as coisas. É destacado por eles a concepção de alguns doutrinadores em relação a este assunto, demostrando o pensamento de cada um deles a respeito, introduzindo então o assunto. Classifica-se então os bens Corpóreos e Incorpóreos, destaca os autores a não previsão de classificação desses bens no código civil de 1916 e nem do novo código de 2002, porém é certo a grande importância desses bens. São os bens corpóreos então aqueles que tem existência material, é físico e perceptível, citado como exemplo por eles, um relógio, um livro e uma casa. Já os incorpóreos são desprovidos de existência física, não são materiais, são abstratos. Destarte ainda que há consequências em relação à essa distinção pois os bens incorpóreos não contam com tutela possessória, e esses não impossíveis de apreensão pois não tem características físicas. Ulteriormente é tratado a respeito dos bens móveis e imóveis, é destacado por eles alguns tópicos em relação à esses bens, sendo os bens imóveis aqueles que só podem ser adquiridos mediante escritura com registro no cartório de imóveis, enquanto os móveis não necessitam disto, destaca também que os imóveis de incapazes não podem ser vendidos pelos representantes ou assistentes sem uma autorização judicial. Define então bens imóveis como aqueles incapazes de serem transportados sem causa a eles alguma lesão/destruição, não podem então serem removidos sem que se altere sua “essência”. Já os bens móveis segundo o Código vigente são aqueles que tem movimento próprio ou que podem ser movimentados por uma força exterior a eles sem alterar sua “essência”, a exemplo as moedas (móveis propriamente dito) e os animais (bens semoventes). São ainda considerados bens 11 móveis aqueles destinados a uma obra (construção civil) como grades, janelas e portas enquanto não utilizados, bem como o material resultante de uma demolição. É tratado também sobre os bens fungíveis e infungíveis, onde a distinção se da pela possibilidade de serem substituídos ou não. São classificados então nos Fungíveis como aqueles que admitem substituição por outro de mesma qualidade, espécie e quantidade, determinado por massa, volume, medidas e outros, um exemplo trazido pelo autor é o dinheiro. Já os Infungíveis são os bens que não há possibilidade de sua substituição por outro de igual espécie, massa, volume medidas, como exemplo uma pintura famosa, mais especificadamente trazido pelo autor um quadro de Portinari, pois em razão de suas qualidades únicas, é atribuído um valor único e inadmite a substituição sem que o seu conteúdo seja alterado. Ela pode ser encontrada em bens móveis e/ou imóveis. Vale dizer que essas características podem resultar da força humana, entre a vontade das partes em tornar ou não uma coisa infungível, pode-se dizer que a intervenção do homem, pode ser critério determinante na classificação. Ressalta-se ainda que há a possibilidade de empregar a fungibilidade em relação as obrigações de“omissão” e “ação” no direito Civil, sendo as que só podem ser realizadas pelo próprio devedor que são infungíveis e as outras espécies de “ação” ou “omissão” que podem ser realizadas por outras pessoas sendo fungíveis. É tratado também dos bens consumíveis e inconsumíveis, sendo os bens móveis que ao ser usado importa destruição desse bem, chamada pelos autores de “consumibilidade natural” ou “consumibilidade de fato” como exemplo os alimentos. Já os inconsumíveis são aqueles que podem ser usados mais de uma única vez, sem que se o destrua, dado como exemplo um livro. Pode-se dizer então que os consumíveis são “estragados” no seu primeiro uso, enquanto os inconsumíveis perduram por mais de um uso. Destarte ainda a possibilidade de um bem consumível se tornar inconsumível como a exposição de uma garrafa de vinho rara, ou de alimentos. Classifica-se então os bens principais e acessórios, sendo os bens principais aqueles que existem por si próprio, de forma física ou abstrata, ele independe de outro objeto para exercer sua função, os autores cita como exemplo o solo e o crédito. Então, os bens acessórios são aqueles que não tem existência própria, ele depende de um outro bem, que consequentemente é um bem principal, outro exemplo dado pelos autores foi a árvore (depende do solo) e os juros (que estão subordinados ao 12 crédito). O autor entra também em outros aspectos destes bens, que não serão citados aqui, ele usa fontes alternativas como citações de outros autores cujo não será abordado neste trabalho. Bens Públicos e Privados. São bens públicos aqueles que podem ser materiais ou imateriais, sendo titular deles uma pessoa jurídica de direito público, pode ser também uma pessoa jurídica de direito privado, desde que esta preste serviços públicos, são bens de domínio público que podem ser da União, dos Estados membros, dos Municípios ou do Distrito Federal. Eles podem ser divididos em três espécies: I – bens de uso comum, são aqueles que podem ser usados por qualquer pessoa, de forma gratuita, como exemplos praças e parques públicos. Será possível também a cobrança de taxas de utilização em determinados casos específicos (pagamento de retribuição), pode também o poder público suspender o uso de certas coisas, por questões de segurança, como no desabamento de pontes e estradas. II – bens de uso especial, são bens de uso do próprio poder público, a serviço do poder público, como os prédios de escolas, ou da administração pública. III – dominiais/dominicais, são bens que integram o patrimônio estatal disponível, compondo relações com a União, Estados membros, Municípios e Distrito Federal, abrangendo bens móveis e imóveis. Vale dizer também que os bens públicos não são regidos por normas do direito privado, eles possuem características próprias, são inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis, esses bens não podem ser adquiridos por usucapião. Para finalizar, é tratado dos bens no comércio e fora do comércio. Salvo exceções todos os bens podem ser adquiridos/apropriados de forma onerosa ou gratuita, são as exceções os “bens fora do comércio” /inalienáveis, eles não podem ser negociados nem transferidos de patrimônio e insusceptíveis de apropriação. Já os bens comerciais são aqueles que tem a possibilidade de serem alienados como compras, vendas doação, troca. Os bens fora do comércio podem ser classificados em: I – fora do comércio por sua natureza, que são aqueles que não são passíveis de posse do homem, como a água corrente, o ar atmosférico e a luz solar exemplificam os autores. II – legalmente fora do comércio, são bens que apesar de serem passíveis de apropriação, é vedada sua comercialização determinada em lei, pode-se dizer que é para atender interesses sociais e/ou econômicos, nestes casos, a inalienabilidade é relativa. III – fora do comércio pela vontade humana, é quando o titular do bem o 13 transfere para outrem por deixa patrimonial por exemplo, e deixa uma cláusula de inalienabilidade, que pode ser temporária ou indeterminada. 14 COISAS E BENS GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil – Parte Geral. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Os autores começam o capítulo de forma direta, já introduzindo o conceito de bem, que segundo eles é “tudo quanto corresponde à solicitação de nossos desejos” e que para o direito bem possui uma funcionalidade própria. É destacado a distinção entre bem e coisa, que entre os doutrinadores não há um consenso em relação entre a distinção, é destacado alguns doutrinadores como Orlando Gomes, Maria Helena Diniz e Silvio Venosa e o entendimento de cada um em relação à distinção, é citado também Washington de Barros e Francisco Amaral. A primeira classificação de bens foram os bens corpóreos e incorpóreos. São bens corpóreos aqueles que tem existência física/material como móveis, objetos, já os incorpóreos são abstratos/metafísicos, são intangíveis como propriedade intelectual. Destarte ainda que embora ambos poderem ser frutos de relações jurídicas, porém há algumas diferenciações como apenas os bens corpóreos podem ser objeto de contrato de compra e venda, enquanto os incorpóreos se transferem apenas por contratos de cessão. Posteriormente são os bens móveis e imóveis, são os bens imóveis aqueles que não permitem serem transportados de um ponto para outro sem que haja uma alteração em sua “essência”, já os bens móveis por sua vez são passíveis de serem transportados sem que altere sua “essência”, sem danos, os bens que tem movimento próprio, como um cavalo por exemplo, se enquadram nos bens móveis obviamente, porem são chamados de semoventes. Os autores esquematizam a classificação dos bens, dando explicações sobre cada um deles que estão classificados dentro dos bens móveis e imóveis, porém, como tratado anteriormente com os outros autores, não há tamanha necessidade de adentrar nestas classificações com nesta resenha. Trata-se também dos bens fungíveis e infungíveis, sendo fungíveis aqueles que tem a possiblidade de serem substituídos por outros de mesma espécie, características, qualidade e quantidade, são exemplos citados na doutrina a soja, o milho, o carvão e o dinheiro, sendo este último um bem fungível por excelência. Já os infungíveis são ao contrário dos fungíveis, eles não aceitam substituição, por serem raros e/ou únicos, tais como uma obra de arte. A fungibilidade pode se dar por vontade das partes ou por um contexto histórico do objeto. 15 Ulteriormente é tratado dos bens consumíveis e inconsumíveis, sendo os consumíveis aqueles que ao serem usados são “destruídos”, perdem sua “essência” tais como o alimento. Já os inconsumíveis são aqueles que seu uso não importa a destruição, podem ser usados mais de uma vez, a exemplo um automóvel. Vale dizer que em determinadas situações um bem inconsumível pode se tornar consumível, a exemplo trazido pela doutrina um aparelho celular vendido em uma loja especializada, é passivo de ser considerado consumível. Por outro diapasão um item consumível pode-se tornar inconsumível pela vontade das partes, como uma raríssima garrafa de vinho, que é coloca em exposição em um determinado evento. Destaque ainda que alguns direitos não podem recair sobre bens consumíveis, como o direito real de usufruto segundo os autores. Classifica-se também os bens divisíveis e indivisíveis, sendo características dos bens divisíveis a possibilidade de serem partidos em porções distintas e assim cada uma dessas porções tornando-se um todo perfeito, sendo bens indivisíveis o contrário destes. Os indivisíveis se forem partidos, perdem suas características, e as porções não se tornam perfeitas igual o bem como um todo. “Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração nasua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”.5 Após tem-se a classificação dos bens singulares e coletivos, são bens singulares as coisas que são consideradas individuais, representadas por uma unidade autônoma, e assim distinguindo-se dos demais, esses bens podem ser subdivididos em simples que são aqueles ligados naturalmente citado a exemplo pelos autores as árvore e os cavalos, ou compostos que são componentes ligados pela vontade humana a exemplo um relógio, avião. Já os coletivos são compostos de várias coisas singulares, são um conjunto, por exemplo florestas e uma biblioteca. Para finalizar os bens públicos e particulares/privados, os bens privados são aqueles que não são pertencentes ao domínio público, porem à iniciativa privada. Públicos são aqueles que pertencem à União, Estados membros, municípios e Distrito Federal, e são subdivididos em três classes: I – Bens de uso comum do povo que são aqueles que estão disponíveis ao uso de toda a sociedade (praias, estradas e praças); 5 Artigo 87 do Código Civil vigente (código de 2002. 16 II – Bens de uso especial são aqueles que cujo uso é restringido a certas pessoas, tais como aqueles utilizados pelo poder público para realização das atividades públicas6 (prédios públicos); III – Bens dominicais/dominiais são aqueles que não são afetados pela utilização pública, são pertencentes ao patrimônio do Estado tais como terras devolutas. São também de caráter inalienável na forma 6 Esses bens são alienáveis 17 CONCLUSÃO E CRÍTICA Conclui-se então que a classificação de coisas e bens é de suma importância para o direito, mais especificadamente o Direito Civil, nesse diapasão, como fora visto, é mister dizer que a diferente classificação de coisas e/ou bens é necessária no âmbito jurídico, pois existe diversas espécies que se não forem classificadas causaria desavenças com os “operadores” do direito quanto à classificação desses. As três doutrinas são muito bem explicativas, trazendo informações relevantes acerca do tema tratado, bem como exemplos simples e de fácil entendimento, é usada uma linguagem culta da língua portuguesa, na presente data de formulação deste trabalho não há uma crítica negativa a atribuir aos doutrinadores, pois todos foram objetivos, a organização em tópicos é um ponto importante para a busca pelos assuntos desejados pelo leitor, e ambas doutrinas fora elaboradas em tópicos, que facilitou muito na busca do assunto pala elaboração deste trabalho. 18 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil – Parte Geral. São Paulo: Atlas S.A, 2010. FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. São Paulo: Atlas, 2015. GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil – Parte Geral. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
Compartilhar