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VERMINOSES - considerações gerais - Parte II NEMATELMINTOS O filo Nemathelminthes (do grego, nematos = fio; helminthes = verme) é formado por uma grande variedade de animais de corpo alongado e cilíndrico e, por isso, conhecidos como vermes cilíndricos. Podem ter vida livre, sendo geralmente diminutos e até microscópicos ou ser parasitas, podendo alcançar vários centímetros de comprimento. Nome da espécie e tamanho máximo Nome da doença Principais sintomas Transmissão Profilaxia Ascaris lumbricóides (30 cm) (lombriga) Ascaridiose Bronquite, complicações pulmonares, convulsões, cólicas , enjôo, obstrução intestinal. Via oral, pela ingestão de ovos. Higiene pessoal. Uso de sanitários. Ancylostoma duodenale (15 mm) e Necator americanus (15 mm) Ancilostomose, opilação, amarelão Ulcerações intestinais, diarréia, anemia, enfraquecimento, geofagia. As larvas penetram na pele. Uso de calçados. Uso de sanitários. Ancylostoma braziliensis (12 mm) Dermatite serpiginosa (bicho geográfico) Parasita acidental da pele. Prurido e infecção. As larvas penetram na pele. Evitar o contato da pele com a areia das praias. Wuchereria bancrofti (filária) (10 cm) Filariose (elefantíase) Linfangite, linforragia, edema nas pernas, seios e escroto. Pela picada do pernilongo Culéx fatigans. Destruição do inseto. Enterobius (Oxyurus vermicularis) (2 cm) Enterobiose (Oxiurose) Forte irritação e prurido anal. Distúrbios intestinais. Ingestão de ovos. Higiene pessoal. Strongyloides stercoralis 92,5 mm) Estrongiloidose Distúrbios gastrointestinais, anemia, lesões pulmonares. As larvas filariformes penetram na pele. Higiene pessoal. Uso de sanitários. Principais nematódeos parasitas do homem Verme causador: Ancylostoma duodenale é um verme que pode chegar a medir de 7 a 15mm de comprimento. Aparecendo em grande número nas infecções - 500 e até 1000 - este verme também é conhecido como amarelão. Aloja-se no intestino e, fixado na mucosa através de pequenos ganchos, fica sugando o sangue da vítima, causando grandes perdas que, geralmente, resultam em anemia. Sintomas: desânimo, cansaço, fraqueza e pele amarela. Conseqüências: anemia cada vez mais grave. Como ocorre a contaminação: os ovos desses vermes são eliminados pelas fezes da pessoa portadora. No chão, os ovos se transformam em larvas que vivem semanas à espera de uma vítima, penetrando através da pele, principalmente pela sola dos pés de quem anda descalço. Ancilostomíase (Amarelão) Medidas profiláticas: tratamento dos doentes, evitar contato com solo contaminado (uso de calçado) e saneamento básico. A ancilostomose é uma helmintíase que pode ser causada tanto pelo Ancylostoma duodenale como pelo Necatur americanus. Ambos são vermes nematelmintes (asquelmintes), de pequenas dimensões, medindo entre 1 e 1,5 cm. A doença pode também ser conhecida popularmente como “amarelão”, “doença do jeca-tatu”, “mal-da-terra”, “anemia-dos-mineiros, “opilação”, etc. As pessoas portadoras desta verminose são pálidas, com a pele amarelada, pois os vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes, rasgam as paredes intestinais, sugam o sangue e provocam hemorragias e anemia. A pessoa se contagia ao manter contato com o solo contaminado por dejetos. As larvas filarióides penetram ativamente através da pele (quando ingeridas, podem penetrar através da mucosa). As larvas têm origem nos ovos eliminados pelo homem. Ancilostomose: considerações básicas As formas adultas vivem no intestino delgado da pessoa infestada, onde machos e fêmeas copulam. Os ovos são eliminados com as fezes da pessoa doente. Caso venham atingir o solo, os ovos eclodem liberando pequenas larvas filamentosas. As larvas vivem um determinado tempo se alimentando de bactérias até se tornarem capazes de penetrar ativamente na pele dos hospedeiros. As larvas atravessam a pele do hospedeiros e entram na corrente sanguínea. A seguir chegam aos pulmões ... perfuram os alvéolos pulmonares e sobem pela traquéia. A partir daí passam à faringe e são engolidas, chegando então ao intestino. No intestino as larvas se estabelecem definitivamente. Atingem a maturidade sexual, completando assim o ciclo de vida. Ciclo de vida Ciclo de vida do Ancylostona duodenale ancilóstoma Jeca Tatu – contaminado pelo verme do amarelão INFESTAÇÃO POR LARVA MIGRANS (BICHO GEOGRÁFICO) Ancylostoma brazileinsis é um nematelminto parasita de cães e gatos, com ciclo semelhante ao dos vermes que causam o amarelão aos humanos. A Larva Migrans Cutânea, conhecida popularmente como “Bicho geográfico”, descrita pela primeira vez em 1874, é uma infecção cutânea e auto-limitada, com endemicidade documentada em zonas de clima subtropical e tropical. As espécies mais frequentemente implicadas são o Ancylostoma braziliensis e o Ancylostoma caninum, parasitas de gatos e cães, respectivamente. A larva migrans cutânea (LMC), dermatite serpiginosa ou dermatite pruriginosa, conhecida popularmente como bicho geográfico. Os parasitas adultos, que vivem no aparelho digestivo dos animais domésticos, no caso cães e gatos, produzem ovos que são eliminados pelas fezes e depositados no solo. Em condições de umidade, temperatura e oxigenação favoráveis, os ovos originam larvas em cerca de 7 dias. Estes locais são habitualmente quentes e úmidos como praias com vegetação próxima, parques infantis ou sob varandas. As larvas também penetram na pele das pessoas . Entretanto, não conseguem entrar na circulação sanguínea e passam a deslocar-se sob a epiderme, causando lesões em forma de linhas tortuosas. Esta larva é chamada de "Larva Migrans Cutânea" devido a migração promovida pela mesma no tecido subcutâneo do hospedeiro. A figura demonstra o ciclo biológico do Ancilostoma. O parasita adulto se encontra no intestino delgado dos cães e gatos e promove a liberação de ovos nas fezes dos animais parasitados. No ambiente os ovos eclodem e viram larvas, estas larvas podem ser ingeridas por um outro hospedeiro ou entrar ativamente na pele (causando a doença por exemplo no homem - "bicho geográfico"). Outra forma de contágio é a transplacentária e a transmamária onde a fêmea contamina o filhote antes mesmo de nascer pela placenta ou pelo leite, respectivamente. No ser humano as larvas não são capazes de completar o seu ciclo vital e morrem semanas ou meses depois. Permanecem confinadas à junção entre a derme e a epiderme por não possuírem colagenases específicas para atravessar a membrana basal e migram nesse plano a uma velocidade de 1 a 2 centímetros por dia. O principal sintoma do bicho geográfico é a coceira na pele que se intensifica a noite, podendo causar irritação da pele. O parasita entra na pele e instala-se ali, movimentando-se sempre, avançando cerca de 1 cm por dia. Ele pode entrar em qualquer parte do corpo, embora seja mais comum nos pés, por andar descalço em locais onde o cachorro e o gato podem fazer cocô. O diagnóstico é através do histórico de contato com locais que apresentam areia, frequentados por cães e gatos, sobretudo em praias, em praças, colégios e parques destinadosà recreação de crianças. O diagnóstico clínico se baseia na observação das lesões cutâneas. O tratamento recomendado é o uso de pomadas vermicidas, sendo que em casos mais graves, se faz uso da ingestão de vermífugos. A prevenção consiste no uso de calçados e também evitar que cães e gatos defequem em áreas frequentadas por pessoas, como por exemplo praias, parques, tanques de areia, etc. Verme causador: Ascaris lumbricóides, mais conhecido como lombriga. Este verme chega a medir de 15 a 40cm de comprimento, e aloja-se no intestino delgado, onde se alimenta de nutrientes ingeridos pelo hospedeiro. Pode eliminar até 200 mil ovos por dia, e nos casos de infestação maciça, uma pessoa pode abrigar até centenas de vermes. Porém, apenas 50 destes vermes são suficientes para roubar de 50 a 90% das proteínas de seu portador. ASCARIDÍASE (lombriga) É a verminose intestinal humana mais disseminada no mundo. A contaminação acontece ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos. Sintomas: cólicas abdominais, enjôo, alterações intestinais, mudança do apetite, falta de disposição, fraqueza e emagrecimento. Conseqüências: as grandes infestações podem resultar em obstrução intestinal parcial ou total, chegando a provocar até mesmo a morte do paciente. Nas infestações menores, retardam o desenvolvimento físico e comprometem o comportamento das crianças e adultos. Como ocorre a contaminação: através de mãos sujas, água contaminada, alimentos mal lavados e poeira. Entre as medidas profiláticas destacam: higiene pessoal, lavar bem os alimentos e filtrar ou ferver a água antes do consumo e saneamento básico. Estrutura interna de uma fêmea de lombriga Estrutura interna de um macho de lombriga Ciclo de Ascaris lumbricoides OXIURÍASE OU ENTEROBÍASE A oxiurose é uma doença infecciosa provocada por vermes que se alojam no intestino de animais e homens. Ocorre em todo o mundo, principalmente em regiões onde a higiene é precária. É contraída quando se ingere os ovos desse verme através de alimentos contaminados, quando coçam a região anal e levam a mão à boca ou por retro-infestação. Ovos do verme visto por microscópio Vermes de oxiúros na região anal Verme causador: Oxiurus ou Enterobius vermiculares. Este verme tem cerca de 1cm de comprimento, é fininho como um fio de linha e aparece em grande quantidade, principalmente em crianças. Sintomas: muita coceira na região anal, secreção e outros sintomas como náuseas, tonturas, vômitos e cólicas, prurido anal, evacuações sanguinolentas, corrimento vaginal, insônia e irritabilidade. Como ocorre a contaminação: através de mãos sujas, água contaminada, alimentos mal lavados, poeira e auto-infestação, que acontece quando a criança, depois de se coçar, leva a mão à boca. O tratamento é feito através de medicamentos via oral, de preferência em jejum, pode-se repetir o tratamento após um tempo para reforçar a cura. Para prevenir a oxiurose, é necessário manter a higiene, principalmente das crianças. Ciclo de vida do Enterobius vermiculares A filaríase ou filariose é uma doença parasitária, considerada como doença tropical infecciosa, causada por nematóides filariais da superfamília Filarioidea, também conhecida como Filariae. A forma sintomática mais conhecida da doença é a filaríase linfática, popularmente chamada de elefantíase em referência do inchaço e engrossamento da pele e tecidos subjacentes, que foi a primeira, entre as enfermidades infecciosas transmitidas por insetos, a ser descoberta. FILARÍASE Existem nove nematóides filariais conhecidos, que usam os humanos como hospedeiros definitivos. São divididos em três grupos de acordo com o nicho que ocupam dentro do corpo: - filariose linfática - filariose subcutânea - filariose da cavidade serosa A filariose linfática é causada pelos vermes Wuchereria bancrofti , Brugia malayi e Brugia timori. Essas filárias ocupam o sistema linfático, incluindo os gânglios linfáticos, causando linfedema e, em casos crônicos, levando à doença conhecida como elefantíase. A filariose subcutânea é causada por loa loa (a "larva do olho"), Mansonella streptocerca , Onchocerca volvulus e Dracunculus medinensis (o "verme da Guiné"). Esses vermes ocupam a camada subcutânea de gordura. A filariose da cavidade serosa é causada pelos vermes Mansonella perstans e Mansonella ozzardi , que ocupam a cavidade serosa do abdômen. Em todos os casos, os vetores de transmissão são insetos sugadores de sangue (moscas ou mosquitos), ou copépode crustáceos no caso do Dracunculus medinensis . filariose subcutânea A filariose é a doença causada pelos parasitas nemátodes Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase. Endêmica em regiões tropicais (Brasil: Belém, Manaus e Recife). Mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a doença. Doença crônica Quadro grave: elefantíase A elefantíase é causada quando o parasito obstrói o sistema linfático, afetando principalmente as extremidades inferiores, embora a extensão dos sintomas dependa da espécie de filária envolvida. O sistema linfático é uma rede complexa de vasos e pequenas estruturas chamadas de nódulos linfáticos que transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos de volta para o sistema circulatório. O sistema linfático é um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores. O sistema linfático possui três funções interrelacionadas: 1 - remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais, 2 - absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório e, 3 - produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos conhecidas como plasmócitos). Os vasos linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido que sai do sangue e banha as células. Esse excesso de líquido que circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue chama-se linfa. Wikipédia, a enciclopédia livre. Sobre o sistema linfático ... Modo de transmissão Não se transmite de pessoa a pessoa. Sua transmissão ocorre pela picada do mosquito vetor o Culex fatigans, que transmite o parasita causador da doença de pessoa a pessoa. Em geral, as microfilárias têm periodicidade para circular no sangue periférico, sendo mais detectadas à noite, entre as 22hs e 2 hs. Período de incubação Manifestações alérgicas podem aparecer um mês após a infecção. As microfilárias, em geral, aparecem no sangue periférico de 6 a 12 meses após o inóculo para W. bancrofti. O ser humano é a fonte primária de infecção; O parasita é transmitido de pessoa a pessoa por meio da picada do mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo ou muriçoca), possibilitando a penetração das microfilárias pela pele. As microfilárias larvas ganham a via linfática, onde se desenvolvem em vermes adultos, obstruindo seu fluxo. Verme Brugia malayi Verme Wuchereria bancrofti Ao se alimentar do sangue de um humanoinfectado, o mosquito engole as microfilárias junto, que crescem em seu organismo e contaminam os próximos humanos picados Aproximadamente 800 milhões de pessoas vivem em áreas de risco de contrair a parasitose e estimava-se, em 2004, em 119 milhões de portadores de filariose linfática no mundo, sendo 106 milhões o número de infectados por W. bancrofti e em torno de 12,9 milhões os parasitados por B. malayi ou B. timori. Apenas 10 a 15% dos infectados desenvolvem a elefantíase, e a doença leva cerca de 10 anos para progredir. Medicamentos e cirurgia podem prevenir o inchaço Microfilárias (morfologia) : possuem uma "bainha" envoltória, como uma membrana elástica. Há espaço entre a extremidade caudal e cefálica. A bainha se apoia em núcleos somáticos, que ajudam na caracterização de cada espécie. Mede de 250 a 300 μ e se movimenta ativamente na corrente sangüínea do hospedeiro. Quando o nematódeo obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível, daí a importância da prevenção com mosquiteiros e repelentes, além de evitar o acúmulo de águas paradas em pneus velhos, latas, potes e outros. - As formas adultas são vermes nemátodes - Apresentam dimorfismo sexual. - Reprodução sexuada, com geração de microfilárias... pequenas larvas fusiformes. Ciclo de Vida As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos do gênero Culex, principalmente. Da corrente sanguínea elas dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção inicial, começam a produzir microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. O mosquito é infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente para a cabeça do mosquito. As larvas do parasita, denominadas microfilárias, são encontradas no sangue de indivíduos infectados e são ingeridas por animais que se alimentam de sangue (hematófagos). Depois de passar parte do ciclo vital dentro destes insetos, as microfilárias são transmitidas a pessoas sadias através de picadas durante uma nova ingestão de sangue. As microfilárias se alojam nos vasos linfáticos, sobretudo nos braços e pernas onde, depois de alguns meses, atingirão a maturidade sexual. Quando adultas, as filarias fêmeas (macrofilárias) podem viver entre 5 e 10 anos em seu hospedeiro e se reproduzem gerando milhares de larvas, as quais passam novamente à circulação sanguínea. Diversas manifestações clínicas ... Existem indivíduos infectados que nunca desenvolvem sintomas, havendo ou não detecção de microfilárias no sangue periférico. Outros podem apresentar febre recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, urticária, pericardite, dor de cabeça e inflamação de nódulos e vasos linfáticos , com ou sem microfilaremia. Os casos crônicos mais graves são de indivíduos que apresentam hidrocele (presença de líquido em quantidades anormais dentro da bolsa escrotal), presença de gordura na urina e elefantíase de membros, mamas e órgãos genitais. Descreve-se ainda casos de eosinofilia tropical, que é uma síndrome que se manifesta por crises paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira febre recorrente, cujo leucograma registra importante eosinofilia. Progressão e sintomas Na fase aguda podem aparecer fenômenos inflamatórios, entre eles inflamação dos vasos linfáticos e linfadenites, processo de inflamação e fibrose crônica do órgão atingido, hipertrofia do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos linfáticos e edema linfático. além de sintomas gerais, como febre, dor de cabeça, mal estar, entre outros. Mais tarde, por um período que pode levar meses ou anos, os pacientes podem apresentar inchaço de membros, e/ou mamas no caso das mulheres, e inchaço por retenção de líquido nos testículos no caso dos homens. As formas mais frequentes de elefantíase são: - Elefantíase das pernas: o edema começa no dorso do pé e chega até o joelho, mas dificilmente chega aos quadris. Apresenta a pele muito grossa, com muita fibrose e superfície enrugada, fato que lembra a pele do elefante. A ulceração é frequente no tecido danificado. - Elefantíase do saco escrotal e do pênis: é uma das manifestações mais frequentes, com grande crescimento destas partes, devido a sua natureza pendente. - Elefantíase de braços, mamas ou vulva: são zonas mais raramente afetadas com mudanças na pele semelhantes as das pernas. O diagnóstico de qualquer uma das filarioses passa pela observação clínica de algum dos sintomas associados à doença. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico é pela observação microscópica de microfilárias em amostras de sangue. A ecografia permite detectar as formas adultas. A serologia por ELISA também é útil. O tratamento é feito com medicamentos, de acordo com as manifestações clínicas resultantes da infecção pelos vermes adultos e depende do tipo e grau de lesão que estes vermes provocaram e suas conseqüências clínicas. Prevenção Há um programa da OMS que procura eliminar a doença com fármacos administrados como prevenção e inseticidas... repelentes. É útil usar roupas que cubram o máximo possível da pele, repelentes de insetos e dormir protegido com redes, para proteger-se dos mosquitos. Ciclo de Vida do Wuchereria bancrofti Prevenção a) Redução da densidade populacional do vetor: através de biocidas; mosquiteiros ou cortinas impregnadas com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; borrifação intradomiciliar com inseticidas de efeito residual (dirigida contra as formas adultas do Culex). b) Educação em Saúde: informar às comunidades das áreas afetadas, sobre a doença e as medidas que podem ser adotadas para sua redução/eliminação; identificação dos criadouros potenciais no domicílio e peridomicílio, estimulando a sua redução pela própria comunidade; c) Tratamento em massa: para as populações humanas que residem nos focos. Ao se acumular nos vasos linfáticos o parasita causa grande inchaço e engrossamento da pele na área, esse inchaço ocorre geralmente nos pés, pernas e genitais. O problema dessa doença é que o acúmulo de vermes provoca entupimento dos vasos linfáticos, o que faz com que a linfa se acumule nos tecidos, provocando inchaço. ESTRONGILOIDÍASE A Estrongiloidíase ou Estrongiloidose é uma infecção intestinal causada pelo parasita nemátode Strongyloides stercoralis. A forma parasita deste verme possui corpo cilíndrico, filiforme, esbranquiçada, com as extremidades afiladas. Ao contrário de outros parasitas, estes nemátodes podem viver indefinidamente no solo como formas livres. Só fêmeas podem ser parasitas, os machos vivem sempre livres no solo, alimentando-se de detritos orgânicos por toda a vida. No ciclo parasítico, as fêmeas reproduzem-se assexuadamente por partenogênese enquanto as formas livres são de reprodução sexual. Segundo a OMS estima-se 100 milhões de pessoas infectadas. Existe em todo o mundo mas é mais predominante nas regiões tropicais. http://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/2013/08/Strongyloides-stercoralis.jpg A transmissão da doença acontece pela penetração das larvas filarióides na pele (geralmente nas áreas da pele mais fina dos pés), ingestão de alimentos contaminados por larvas, autoinfestação interna (mudança das larvas rabditóides para filarióidesna região perianal infestando o hospedeiro). Contaminado, o indivíduo apresenta os seguintes sintomas: Lesões cutâneas Geralmente discretas, podendo haver pequenas alergias. A pele pode apresentar manchas vermelhas, coceira e inchaço. Estes sintomas tendem a desaparecer espontaneamente dentro de 1 a 2 semanas. Lesões pulmonares: Quando as larvas perfuram os alvéolos ocorrem pequenas hemorragias, alterações inflamatórias, que podem complicar com o aparecimento de fenômenos alérgicos e invasão bacteriana secundária. No intestino, as fêmeas partenogenéticas ao nível da mucosa, possuem uma ação mecânica e irritativa capaz de provocar enterite. Assim a mucosa parasitada contém uma inflamação catarral e com a presença de pontos ulcerados. Essas úlceras podem complicar-se por invasão bacteriana, dando extensas áreas necróticas. Além de tudo isto, o paciente apresenta anemia, diarréia, emagrecimento, desidratação e irritabilidade, que são agravados em caso de subnutrição. O problema desta parasitose é autoinfecção, diferente dos outros parasitas, que excretam ovos, nesta condição são excretadas larvas, pois podem penetrar na mucosa antes de saírem com as fezes. A autoinfecção é combatida quando o individuo tem o sistema imunológico saudável e em casos contrários ocorre problemas graves devido à multiplicação e constante invasão das larvas. Nestes casos há por essa razão disseminação das larvas causando danos nos órgãos como no pulmão, fígado ou canais biliares. A infecção pode se eternizar devido à autoinfecção, mesmo em indivíduos com sistema imunológico competente. Larvas rabditóides são de vida livre, e larvas filarióides são as formas infectantes. Rabditóide: os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. Depois do acasalamento, os ovos são expulsos com as fezes. Encontrando condições favoráveis no calor (calor e umidade), tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão. A larva assim originada denomina-se rabditóide. Abandona a casca do ovo, passando a ter vida livre no solo. Filarióide: depois de uma semana, em média, (a larva descrita acima) transforma-se numa larva que pode penetrar através da pele do homem, denominada larva filarióide infestante. Obs. Strongyloides stercoralis é a espécie que parasita o homem, e também cão e gato (por conseguinte, Strongyloides é o gênero desse parasita) Etiologia Infestação através da penetração das larvas infestantes pela pele do homem, ganhando a via linfática ou a corrente sangüínea. As larvas atingem câmaras cardíacas direitas e circulação pulmonar, atravessam alvéolos, alcançando brônquios e traquéia, sendo deglutidas e desenvolvendo- se em verme adulto no duodeno. Os estágios larvais são normalmente eliminados nas fezes, mas podem também penetrar a mucosa do cólon ou da região perianal, causando auto-infestação. Larva de Strongyloides stercoralis Diagnóstico O diagnóstico clínico é pouco preciso em decorrência da grande diversidade clínica. O diagnóstico laboratorial é feito pela pesquisa de larvas nas amostras fecais pelos métodos laboratoriais recomendados. Pode-se realizar também pesquisas de larvas nas secreções, além de métodos imunológicos... Prevenção É muito importante para evitar a doença, usar sapatos em áreas endêmicas para proteger os pés, abolir por completo adubação com fezes humanas e tratar os doentes de modo a evitar a proliferação da verminose. O tratamento tradicional é com medicamentos utilizados conforme recomendações médicas. TOXOCARÍASE Os toxocaras são vermes fusiformes do grupo dos nemátodes. Helminto nematódeo, causador da toxocaríase. O nematódeo Toxocara canis vive no intestino delgado do cão e de canídeos selvagens. O parasito adulto mede de 4 a 18 cm, No cão ou gato são parasitas intestinais (como as lombrigas no homem). Existe em todo o mundo, onde haja cães e gatos. As crianças são particularmente afetadas. Toxocara canis - ovo embrionado. Os ovos saem para a terra nas fezes dos cães ou gatos. A infecção é por ingestão de terra, alimentos ou água contaminados. Os ovos embrionados, quando ingeridos pelo homem, liberam no intestino delgado as larvas, que invadem a mucosa e ganham a circulação, sendo levadas ao fígado, coração e depois pulmões; lesam, além desses órgãos, cérebro e olhos. A lesão típica é o granuloma alérgico. A incubação dura de semanas a meses. Manifesta-se comumente em crianças por sintomas inespecíficos, podendo ocorrer febre, eosinofilia, leucocitose, manifestações pulmonares, cardíacas, hepatomegalia, lesões cerebrais, síndrome de Loeffler (tosse, febre, infiltrado pulmonar e eosinofilia). O diagnóstico é feito por dados laboratoriais e provas imunológicas. A prevenção consiste em tratar os animais domésticos, dar destino adequado às fezes desses, cuidados com crianças em bancos de areia que podem conter fezes de animais domésticos. Controlar as infecções dos gatos e cães. Não deixar o cão ou gato defecar em locais onde podem brincar crianças. Limpar regularmente a caixa de areia do gato; lavar sempre as mãos antes de comer. TRIQUINOSE A triquinose é nematelminto causado por Trichinella spiralis, cujas formas adultas vivem no intestino delgado de diversos animais, como porcos, ratos, ursos, etc, sendo que a espécie humana é hospedeira eventual. Você pode contrair a triquinose comendo carne infectada pelas larvas Trichinella spiralis que não morreram durante o cozimento. Triquinose é uma doença que os seres humanos contraem de carne contendo a lombriga microscópica Trichinella spiralis. Muitas infecções são subclínicos, significando que os sintomas são despercebidos. Casos graves devem ser tratados imediatamente, a fim de minimizar o seu impacto. A triquinose causa náusea, diarréia, vômito, fadiga, febre e cólicas. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos por cefaléia, tosse, olhos inchados, músculos e articulações doloridas e coceira na pele. Os casos graves podem causar problemas cardíacos e respiratórios. Os sintomas de triquinose surgem, normalmente, 7 a 15 dias após a ingestão do alimento contaminado. A prevenção da triquinose envolve o consumo de carne de porco ou javali, principalmente, e seus derivados, bem cozidos, porque a transmissão da triquinose acontece devido à presença da larva na carne mal passada. Medidas rigorosas de inspeção e controle sanitário de matadouros e frigoríficos. O tratamento para triquinose pode ser feito em casa com a tomada de remédios antiparasitários, sob recomendações médicas. Lembre-se de cozinhar muito bem as carnes antes de consumi-las. Verme causador: Trichuris trichiura. Não é rara a sua presença. Mede cerca de 3 a 5cm de comprimento e aloja-se no intestino da vítima, sugando seu sangue. Sintomas: perda de peso, fraqueza, cólicas, diarréia crônica ou aguda, com ou sem perda de sangue. Como ocorre a contaminação: através de mãos sujas, alimentos mal lavados e água contaminada. TRICURÍASE OU TRICOCEFALÍASE É uma parasitose intestinal causada pelo nemátode Trichuris trichiura, que se localiza no intestino grosso. Os vermes adultos medem cerca de 3 a 5cm de tamanho, sendo o macho pouco menor que a fêmea; tem cor branca ou rósea e em ambos os sexos, a parte anterior do corpo é afilada e mais longa que a posterior, que é mais larga. O macho apresenta a extremidadeposterior enrolada ventralmente em espiral. A fêmea pode por mais de 3000 ovos por dia, excretados nas fezes. As formas adultas podem sobreviver durante vários anos. Alimentam-se do bolo intestinal mas também de sangue. Os ovos são expelidos com as fezes e permanecem viáveis durante vários meses ou anos em solo úmido e quente, e são infecciosos assim que se desenvolve a larva no seu interior, o que demora algumas semanas. Se ingeridas, as larvas saem dos ovos no lúmen do intestino, migram para o ceco e penetram na mucosa intestinal. O parasitismo por Trichuris trichiura é geralmente assintomático. As manifestações mais frequentes nos casos sintomáticos são: - cólicas intestinais - náuseas, vômitos - dor abdominal - diarréia - insônia - perda de peso. Nas infecções severas podem ocorrer tenesmo e enterorragia, acompanhada por anemia microcítica e hipocrômica. Em se tratando de crianças menores de cinco anos, desnutridas e com elevada carga parasitária pode ocorrer o prolapso retal. Haverá segundo a OMS mil milhões de pessoas infectadas em todo o mundo (um quinto da humanidade), principalmente em países tropicais em locais com condições pouco higiênicas. Este parasita só afeta primatas. Modo de transmissão Ingestão de ovos larvados, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas. Progressão e Sintomas O parasitismo por Trichuris trichiura é geralmente assintomático. Se a carga de parasitas é baixa, a doença é assintomática, porém se for elevada ( manifestações mais frequentes nos casos sintomáticos) pode ocorrer extensa necrose da mucosa intestinal com hemorragias e diarreia sanguinolenta, podendo progredir para anemia por deficiência de ferro. Outros sintomas são a dor abdominal, perda de peso em indivíduos já desnutridos, flatulência e fadiga. Em casos incomuns pode ocorrer apendicite (se o verme entrar no apêndice e não conseguir sair) e prolapso retal com hemorróidas. O diagnóstico é feito pela observação ao microscópio dos ovos do parasita em amostras fecais. Os vermes adultos podem ser encontrados ao exame macroscópico das fezes. No tratamento dos doentes, uso de medicamentos conforme recomendações médicas. Ovos de Trichuris trichiura Vermes adultos de Trichuris trichiura Como evitar as verminoses 1. Lave as mãos sempre que usar o banheiro e antes das refeições. 2. Coma somente carne bem passada. 3. Mantenha limpa a casa e o terreno ao redor, evitando a presença de moscas e outros insetos. 4. Lave bem todos os alimentos antes do preparo e principalmente se forem consumidos crus. 5. Beba somente água filtrada ou fervida. 6. Conserve as mãos sempre limpas, as unhas aparadas e evite colocar a mão na boca. 7. Não deixe as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água poluída. 8. Ande sempre com os pés calçados. 9. Procure periodicamente um médico ou posto de saúde. Doenças infecciosas e parasitárias : aspectos clínicos, de vigilãncia epidemiológica e de controle - guia de bolso / elaborado por Gerson Oliveira Pena [et al]. - Brasília : Ministério da Saúde : Fundação Nacional de Saúde, 1998. 220 p. 1. Vigilância epidemiológica . 2. Prevenção e controle. 3. Doenças Infecciosas. 4. Doenças parasitárias. I. Penna, Gerson de Oliveira. II. Teixeira, Maria da Glória. III. Pereira, Susan Martins. IV. MInistério da Saúde. V. Fundação Nacional de Saúde. VI. Centro Nacional de Epidemiologia. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 372 p.: Il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) ISBN 978-85-334-1527-0 1. Doenças transmissíveis. 2. Vigilância epidemiológica. 3. Saúde pública. I. Título. II. Série. www.colegiosacramentinas.com.br Biologia Parasitária - Depto de Microbiologia e Parasitologia - UFSC http://www.zump.com/vestibanet/ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 4. ed. ampl.– Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 332 p.: il. color. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) Fontes: http://www.sobiologia.com.br/ http://www.ebah.com.br/ http://accbarroso60.wordpress.com/ Raquel Patro - http://www.jardineiro.net/pragas/caramujo-africano.html Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fiocruz http://www.fiocruz.br/ http://amigodepatas.vet.br/ http://aprenderaaprender.webnode.com.br/ http://www.mundoeducacao.com/ http://nossomeioporinteiro.wordpress.com/ http://www.parasitologiaclinica.ufsc.br/ http://saude.hsw.uol.com.br/ Amabis, J.M.; Martho, J.R.. Biologia. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2004. https://www.tuasaude.com/cisticercose/ http://pt.slideshare.net/
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