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UNIMAR - UNIVERSIDADE DE MARÍLIA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
JOICE A. S. MIYAZAKI 
 
 
 
 
 
 
 
CLUBE DA MELHOR IDADE 
ESPAÇO DE ESPORTE, CULTURA E LAZER. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARÍLIA 
2017 
 
 
 
 
JOICE A. S. MIYAZAKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLUBE DA MELHOR IDADE 
ESPAÇO DE ESPORTE, CULTURA E LAZER. 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso 
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de 
Marília, como requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. 
 
Orientadora: Profª. Ms. Walnyce Scalise 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARÍLIA 
2017 
 
 
 
 
JOICE A. S. MIYAZAKI 
 
 
CLUBE DA MELHOR IDADE 
ESPAÇO DE ESPORTE, CULTURA E LAZER. 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação de curso apresentado à Universidade de Marília com 
requisito parcial para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo, sob 
orientação da Profª. Ms. Walnyce Scalise. 
 
 
Aprovado em: __/__/_____ 
 
 
 
 
 
Membros da Banca Examinadora 
 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
__________________________________________________________________________________ 
Orientadora: Profª. Ms. Walnyce Scalise 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho a minha família e ao meu esposo, minha maior riqueza e 
conquista que me faz forte, segura e acima de tudo muito amada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Cada dia que se vive é uma história, que nos fornece emoções e sentimentos. 
Cada pessoa com a qual convivemos é um personagem dessa história; existem os 
personagens principais que são aqueles que estão sempre conosco, e são a esses 
que agradeço: 
Primeiramente a Deus, por tornar tudo possível, e pela oportunidade de estar 
finalizando este trabalho. 
A minha família, em especial a minha irmã Vânia, que sempre esteve ao meu 
lado me incentivando, me compreendendo e me apoiando nos momentos mais 
complicados que percorri nessa trajetória. 
Ao meu querido e amado esposo Renato, companheiro, amigo, alma gêmea, 
sempre me transmitindo entusiasmo e encorajamento ajudando-me a superar os 
obstáculos. 
A minha orientadora Profª. Ms. Walnyce Scalise que sou grata, por sua 
dedicação, incentivo e apoio. 
Aos amigos, professores e todos que direta ou indiretamente influenciaram a 
concluir essa grande etapa de minha vida. 
Muito obrigada!!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Imaginar é o princípio da criação”. Nós imaginamos o que 
desejamos, queremos o que imaginamos e, finalmente, 
criamos aquilo que queremos.” 
George Bernard Shaw 
 
 
 
 
CLUBE DA MELHOR IDADE 
ESPAÇO DE ESPORTE, CULTURA E LAZER. 
 
Resumo: A população brasileira que pertence ao grupo da terceira idade, vem 
aumentando de forma acelerada no crescimento de sua longevidade, graças há 
vários avanços na medicina e tecnologias, criando assim, expectativa média de vida 
maior para o futuro. Estima-se que até 2060 terá aproximadamente quatro vezes 
mais pessoas acima de 65 anos, sendo visível o envelhecimento acelerado da 
população. Em Marília, no interior de São Paulo, projeções da população idosa 
somente entre os anos de 2011 a 2017, haverá uma taxa de crescimento de 21%, 
em média de 37 mil idosos, com uma estimativa do índice de envelhecimento 
podendo chegar até o ano de 2030, com uma população de 60 anos ou mais de 57 
mil habitantes, alcançando 23% da população total da cidade de Marília. Por meio 
de relatórios ficou evidenciado que na região de Marília (62 municípios), 13,9% da 
população total de 1 milhão de habitantes, é idosa. Os estudos direcionados a 
terceira idade, têm apontado uma gama de benefícios à saúde e a qualidade de vida 
quando promovidos com a prática de atividades esportivas de lazer e recreação, 
porém, com o acelerado crescimento da população dessa faixa etária, surge um 
déficit de espaços especializados para esse seguimento. Na tentativa de garantir 
mais qualidade de vida, faz-se necessário a busca consciente de propostas para que 
essas pessoas possam desfrutar de atividades adequadas. Através de um estudo 
realizado no entorno do município, pode-se perceber a falta de locais que promovem 
a prática de esportes, atividades diversas, bem como um centro especializado. 
Deste modo, o propósito deste trabalho é mostrar um novo conceito de um clube, 
voltado para os cuidados da terceira idade, dando suporte necessário a essa faixa 
etária, suprindo as necessidades de conforto físico e mental, mantendo uma vida 
ativa e de inclusão social. Diante desta realidade, será elaborado um projeto de 
implantação de um Clube da Melhor Idade um espaço de esporte, cultura e lazer 
para o município de Marília-SP e região, com benefício de um cenário adequado, 
com diversas modalidades esportivas, academia, exercícios funcionais, atividades 
de lazer e recreação como oficina da memória, dança, música, teatro e outros. Uma 
arquitetura acessível de modo funcional e prático que agregue espaços com novos 
meios construtivos e tecnológicos destinados a melhor idade, com a integração ao 
meio-ambiente e a inserção de um jardim sensorial que se estenderá por todo 
terreno gerando uma harmonia entre os espaços. Para a elaboração do projeto, 
utilizou-se contexto histórico do envelhecimento, legislação como a Lei nº 10.741 
(Estatuto do Idoso), análise de projetos, acessibilidade e mobilidade, segurança e 
ergonomia do idoso segundo norma ABNT NBR 9050, buscando assim, respeitar 
todos os quesitos necessários de cada modalidade esportiva e de lazer. 
 
Palavras-chave: Acessibilidade. Esporte e lazer. Terceira idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
THE BEST AGE 
SPACE FOR SPORT, CULTURE AND LEISURE. 
 
Abstract: The Brazilian population that belongs to the group of the elderly, has been 
increasing in an accelerated way in the growth of its longevity, thanks to several 
advances in medicine and technologies, thus creating, average life expectancy 
greater for the future. It is estimated that by 2060 it will be approximately four times 
as many people over 65, with accelerated population aging visible. In Marília, in the 
interior of São Paulo, projections of the elderly population only between the years 
2011 to 2017, there will be a growth rate of 21%, an average of 37 thousand elderly, 
with an estimate of the aging rate that can reach the year of 2030, with a population 
of 60 years or more of 57 thousand inhabitants, reaching 23% of the total population 
of the city of Marília. Through reports it was evidenced that in the region of Marília 
(62 municipalities), 13.9% of the total population of 1 million inhabitants, is elderly. 
Studies aimed at the elderly have indicated a range of health benefits and quality of 
life when promoted through the practice of leisure and recreational sports activities, 
but with the accelerated growth of the population of this age group, there is a deficit 
of spaces for this follow-up. In an attempt to guarantee more quality of life, it is 
necessary to consciously seek proposals so that these people can enjoy adequate 
activities. Through a study carried out around the municipality, one can perceivethe 
lack of places that promote the practice of sports, diverse activities, as well as a 
specialized center. In this way, the purpose of this work is to show a new concept of 
a club, focused on the care of the elderly, providing necessary support to this age 
group, supplying the needs of physical and mental comfort, maintaining an active life 
and social inclusion. In view of this reality, a project of implantation of a Club of the 
Best Age will be elaborated a space of sport, culture and leisure for the municipality 
of Marília-SP and region, with the benefit of a suitable scenario, with several sports 
modalities, gym, functional exercises, leisure and recreation activities such as 
memory workshop, dance, music, theater and others. Architecture accessible in a 
functional and practical way that adds spaces with new constructive and 
technological means destined to better age, with the integration to the environment 
and the insertion of a sensorial garden that will be extended by all terrain generating 
a harmony between the spaces. For the elaboration of the project, we used the 
historical context of aging, legislation such as Law 10.741 (Statute of the Elderly), 
project analysis, accessibility and mobility, safety and ergonomics of the elderly 
according to ABNT NBR 9050 standard, seeking to respect all the necessary 
requirements of each sports and leisure modality. 
 
Keywords: Accessibility. Sports and leisure. Third Age. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Parque da Maturidade de José Dias da Silva de Barueri – SP 
Figura 01 - Vista externa de cima do parque. ........................................................... 90 
Figura 02 - Fachada principal envidraçada. ............................................................. 90 
Figura 03 - Fachada principal envidraçada. ............................................................. 90 
Figura 04 - Vista externa quadra coberta. ................................................................ 91 
Figura 05 - Fachada externa do restaurante. ........................................................... 91 
Figura 06 - Fachada externa setor de saúde. ........................................................... 91 
Figura 07 - Vista externa da biblioteca. .................................................................... 92 
Figura 08 - área externa deck suspenso do parque. ................................................ 92 
Figura 09 - Atendimento de saúde. .......................................................................... 92 
Figura 10 - Sala de Artesanato: pintura, tricô e crochê............................................. 93 
Figura 11 - Sala de aula alfabetização. .................................................................... 93 
Figura 12 - Aulas de informática............................................................................... 93 
Figura 13 - Sala de música. ..................................................................................... 94 
Figura 14 - Sala de jogos. ........................................................................................ 94 
Figura 15 - Sala de jogos. ........................................................................................ 94 
Figura 16 – Academia. ............................................................................................. 95 
Figura 17 - Academia ............................................................................................... 95 
Figura 18 - Piscina aquecida e coberta. ................................................................... 95 
Figura 19 - Piscina aquecida e coberta com estrutura metálica. .............................. 96 
Figura 20 - Complexo esportivo. .............................................................................. 96 
Figura 21 - Quadra de esporte. ................................................................................ 96 
Figura 22 - Arquibancada do ginásio. ....................................................................... 97 
Figura 23 - Quadra de esporte. ................................................................................ 97 
Figura 24 - Cozinha experimental. ........................................................................... 97 
Figura 25 – Restaurante. ......................................................................................... 98 
Figura 26 - Hall de entrada auditório. ....................................................................... 98 
Figura 27 – Auditório. ............................................................................................... 98 
 
Parque Municipal do Idoso de Manaus – AM 
Figura 28 - Vista superior do parque. ..................................................................... 100 
 
 
 
 
Figura 29 - Vista aérea do parque. ......................................................................... 100 
Figura 30 - Fachada da entrada. ............................................................................ 100 
Figura 31 - Vista superior. ...................................................................................... 101 
Figura 32 - Pista caminhada. ................................................................................. 101 
Figura 33 - Área externa. ....................................................................................... 101 
Figura 34 - Pátio de convívio. ................................................................................. 102 
Figura 35 - Pátio de convívio. ................................................................................. 102 
Figura 36 - Piscina coberta. ................................................................................... 102 
Figura 37 - Piscina coberta e arquibancada. .......................................................... 103 
Figura 38 - Complexa de esporte coberto. ............................................................. 103 
Figura 39 - Complexa de esporte coberto e arquibancada. .................................... 103 
Figura 40 - Sala de dança ...................................................................................... 104 
Figura 41 - Sala exercícios. .................................................................................... 104 
Figura 42 - Local de apresentações ....................................................................... 104 
 
Clube do Idoso de Sorocaba – SP 
Figura 43 - Fachada principal do clube. ................................................................. 105 
Figura 44 - Rampa interna. .................................................................................... 106 
Figura 45 - Salão de eventos: palestra. .................................................................. 106 
Figura 46 - Salão de eventos: poesia ..................................................................... 106 
Figura 47 - Salão de eventos: dança e música. ...................................................... 107 
Figura 48 – Academia. ........................................................................................... 107 
Figura 49 – Academia. ........................................................................................... 107 
Figura 50 - Aula alongamento. ............................................................................... 108 
Figura 51 - Atividade no pátio externo. ................................................................... 108 
Figura 52 – Cinema................................................................................................ 108 
Figura 53 - Corredor para sala de beleza. .............................................................. 109 
Figura 54 - Sala de beleza. .................................................................................... 109 
Figura55 - Sala de informática. ............................................................................. 109 
Figura 56 - Sala de jogos de mesa. ........................................................................ 110 
Figura 57 - Jogo dama. .......................................................................................... 110 
Figura 58 - Cozinha experimental. ......................................................................... 110 
Figura 59 - Sala de pintura. .................................................................................... 111 
 
 
 
 
Figura 60 - Sala de Artesanato. ............................................................................. 111 
 
Centro de Convivência para Idosos - SP 
Figura 61 – Implantação de projeto arquitetônico ................................................... 112 
Figura 62 – Pavimento Subsolo ............................................................................. 112 
Figura 63 – Pavimento Térreo ................................................................................ 113 
Figura 64 – Pavimento Superior ............................................................................. 114 
Figura 65 – Implantação de cobertura .................................................................... 114 
Figura 66 – Corte A ................................................................................................ 115 
Figura 01 – Cortes B e C ....................................................................................... 115 
Figura 67 – Vista frontal e lateral direito ................................................................. 115 
Figura 68 – Vista lateral esquerdo e posterior ........................................................ 116 
Figura 69 – Área externa ....................................................................................... 116 
Figura 70 - Área externa ....................................................................................... 116 
Figura 71 – Pátio interno ........................................................................................ 117 
Figura 72 – Pátio de cobertura ............................................................................... 117 
Figura 73 - Área externa ........................................................................................ 117 
 
Centro de Esportes para pessoas com Mobilidade Condicionada – EUA 
Figura 74 - Área externa ........................................................................................ 118 
Figura 75 - Implantação ......................................................................................... 119 
Figura 76 – Pavimento Térreo ................................................................................ 119 
Figura 77 – Pavimento superior ............................................................................. 120 
Figura 78 – Corte longitudinal ................................................................................ 120 
Figura 79 – Corte transversal ................................................................................. 120 
Figura 80 – Fachada principal externa no Norte..................................................... 121 
Figura 81 – Fachada posterior sudoeste ................................................................ 121 
Figura 82 – Passarela de acesso no Sul ................................................................ 122 
Figura 83 - Setor aquático ...................................................................................... 122 
Figura 84 – Recepção ............................................................................................ 123 
Figura 85 – Sala de espera .................................................................................... 123 
Figura 86 – Corredores adaptados ......................................................................... 124 
Figura 87 – Vestiários adaptados ........................................................................... 124 
 
 
 
 
Figura 88 – Banheiros adaptados .......................................................................... 124 
Figura 89 – Academia adaptada ............................................................................ 125 
Figura 90 – Ginásio de esporte .............................................................................. 125 
Figura 91 – Corredor ginásio de esporte ................................................................ 125 
Figura 92 – Pista interna ........................................................................................ 126 
Figura 93 – Área externa ....................................................................................... 126 
 
Centro Cultural e Esporte ZOUSHI – CHINA 
Figura 94 – Plano de sobreposição em camadas dos espaços funcionais ............ 127 
Figura 95 – Pavimento Térreo ................................................................................ 128 
Figura 96 – Segundo Pavimento ........................................................................... 128 
Figura 97 – Terceiro Pavimento ao quinto .............................................................. 129 
Figura 98 – Cobertura ............................................................................................ 129 
Figura 99 – Cortes ................................................................................................. 129 
Figura 102 – Vista sul e norte ................................................................................ 130 
Figura 103 – Vista leste e oeste ............................................................................. 130 
Figura 100 – Área externa...................................................................................... 131 
Figura 101 – Área externa...................................................................................... 131 
Figura 104 – Área interna Ginásio.......................................................................... 132 
Figura 105 – Área interna Biblioteca e hall ............................................................. 132 
Figura 106 – Área interna recinto de piscina .......................................................... 132 
 
EU - Centro de Esporte, Artes e Educação de Pimentas – SP 
Figura 107 – Área externa do complexo................................................................. 133 
Figura 108 – Setorização dos espaços .................................................................. 134 
Figura 109 - Implantação ....................................................................................... 134 
Figura 110 – Pavimento Térreo .............................................................................. 135 
Figura 111 – Pavimento Superior ........................................................................... 135 
Figura 112 – Cortes longitudinais ........................................................................... 136 
Figura 113 – Corte transversal ............................................................................... 136 
Figura 114 – Fachada ............................................................................................ 136 
Figura 115 – Fachada ............................................................................................ 137 
Figura 116 – Fachada ............................................................................................ 137 
 
 
 
 
Figura 117 – Área interna....................................................................................... 138 
Figura 118 – Área interna....................................................................................... 138 
Figura 119 – Ginásio esportivo ..............................................................................138 
 
Viabilidade Técnica 
Figura 120 - Cidade de Marília - SP ....................................................................... 148 
Figura 121 – Localização do terreno 01 ................................................................. 149 
Figura 122 – Vista Norte do terreno 01 .................................................................. 150 
Figura 123 – Vista Sul do terreno 01 ...................................................................... 150 
Figura 124 – Vista Oeste do terreno 01.................................................................. 151 
Figura 125 – Estudo de vizinhança do terreno 01 .................................................. 151 
Figura 126 – Estudo de zoneamento urbano do terreno 01 ................................... 152 
Figura 127 – Topografia do Terreno 01 .................................................................. 153 
Figura 128 – Corte longitudinal do terreno 01 ........................................................ 153 
Figura 129 – Corte transversal do terreno 01 ......................................................... 153 
Figura 130 – Localização do Terreno 02 ................................................................ 154 
Figura 131 – Vista Leste do terreno 02 .................................................................. 154 
Figura 132 – Vista Oeste do terreno 02.................................................................. 155 
Figura 133 – Vista Sul do terreno 02 ...................................................................... 155 
Figura 134 – Estudo de vizinhança do terreno 02 .................................................. 156 
Figura 135 – Estudo de zoneamento urbano do terreno 02 ................................... 156 
Figura 136 – Topografia do terreno 02 ................................................................... 157 
Figura 137 – corte longitudinal do terreno 02 ......................................................... 158 
Figura 138 – corte transversal do terreno 02 .......................................................... 158 
Figura 139 – Localização do terreno 03 ................................................................. 159 
Figura 140 – Vista Oeste do terreno 03.................................................................. 159 
Figura 141 – Vista Sul do terreno 03 ...................................................................... 160 
Figura 142 – Vista Leste do terreno 03 .................................................................. 160 
Figura 143 – Estudo de vizinhança do terreno 03 .................................................. 161 
Figura 144 – Estudo de zoneamento urbano do terreno 03 ................................... 161 
Figura 145 – Topografia do terreno 03 ................................................................... 162 
Figura 146 – Corte longitudinal do terreno 03 ........................................................ 163 
Figura 147 – Corte transversal do terreno 03 ......................................................... 163 
 
 
 
 
Materiais e Métodos 
Figura 148 – Organograma .................................................................................... 172 
Figura 149 – Fluxograma Geral ............................................................................. 174 
Figura 150 – Fluxograma Setor Social ................................................................... 174 
Figura 151 – Fluxograma Setor Administrativo....................................................... 175 
Figura 152 – Fluxograma Setor Serviço ................................................................. 175 
Figura 153 – Fluxograma Setor de Convívio .......................................................... 176 
Figura 154 – Fluxograma Setor Cultural................................................................. 176 
Figura 155 – Fluxograma Setor Lazer .................................................................... 177 
Figura 156 – Fluxograma Setor Esportivo .............................................................. 178 
Figura 157 – Fluxograma Setor de Saúde .............................................................. 179 
Figura 158 – Fluxograma Área Externa.................................................................. 179 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01 - Quantidade da população mundial acima de 60 anos........................... 27 
Gráfico 02 - Porcentagem da população de 60 anos ou mais por continente de 1950 
a 2060. ..................................................................................................................... 27 
Gráfico 03 - Idade mediana da população por continente de 1950 a 2060. .............. 28 
Gráfico 05 - Porcentagem da população por idade da cidade de Marilia em 2030. 141 
Gráfico 04 - Taxa de dependência de idosos de 1950 a 2060 (Proporção da 
população com 65 anos e mais por 100 habitantes 15-64) ......................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE MAPAS 
 
Mapa 01 - Localização de Marilia - SP no Brasil. ................................................... 146 
Mapa 02 - Localização da cidade de Marilia - SP no mapa de São Paulo .............. 147 
Mapa 03 - Mapa da cidade de Marilia-SP .............................................................. 147 
Mapa 04 - Localização das rodovias SP 294 e SP- 333 ......................................... 147 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
CLUBE DA MELHOR IDADE: ESPAÇO DE ESPORTE, CULTURA E LAZER. ..... 20 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 20 
1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 21 
2. COLETA DE DADOS ........................................................................................ 23 
2.1. O PERCURSO DO ENVELHECIMENTO ANTROPOLÓGICO ....................... 23 
2.1.1. Visão histórica ......................................................................................... 23 
2.1.2. O processo de envelhecer no mundo ...................................................... 26 
2.1.3. A terceira idade na sociedade contemporânea ........................................ 29 
2.1.4. A evolução do idoso no Brasil .................................................................. 35 
2.2. IDADE CRONOLÓGICA, BIOLÓGICA, PSICOLÓGICA E SOCIAL DO 
ENVELHECIMENTO ................................................................................................ 38 
2.2.1. Idade cronológica .................................................................................... 38 
2.2.2. Idade biológica ......................................................................................... 39 
2.2.3. Idade social.............................................................................................. 40 
2.2.4. Idade psicológica ..................................................................................... 42 
2.3. ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO E SUAS 
NECESSIDADES COGNITIVAS .............................................................................. 44 
2.3.1. Envelhecimento do sistema nervoso ........................................................ 44 
2.3.2. Plasticidade do cérebro ........................................................................... 44 
2.3.3. Atuação dos efeitos cognitivos no idoso ..................................................46 
2.3.4. Elementos que influenciam na cognição de idosos .................................. 48 
2.3.5. Atividades e jogos que estimulam a memória do idoso ............................ 49 
2.4. A ATUAÇÃO DAS ATIVIDADES FÍSICA NAS CAPACIDADES FUNCIONAIS 
DO IDOSO ............................................................................................................... 54 
2.4.1. Alterações fisiológicas do envelhecimento ............................................... 56 
2.4.2. Sedentarismo ........................................................................................... 57 
2.4.3. As vantagens do exercício físico na terceira idade .................................. 59 
 
 
 
 
2.4.4. Exercícios físicos para o idoso ................................................................. 60 
2.4.5. Programas de treinamento ....................................................................... 61 
2.4.6. Cuidados na prática de atividades físicas ................................................ 65 
2.4.7. Modalidades de exercícios e atividades para o idoso .............................. 67 
2.4.8. Esporte adaptado para terceira idade ...................................................... 70 
2.4.9. Terapia Ocupacional ................................................................................ 71 
2.4.10. Nutrição na Terceira Idade ....................................................................... 72 
2.5. LEGISLAÇÃO ................................................................................................ 74 
2.5.1. Os direitos do idoso no Brasil .................................................................. 74 
2.5.2. Estatuto do idoso ..................................................................................... 75 
2.5.3. Acessibilidade .......................................................................................... 79 
2.5.4. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9050 ............... 82 
2.5.5. Código Sanitário do município de São Paulo ........................................... 85 
2.5.6. Código de Obras e Edificações do município de Marília-SP .................... 86 
2.6. LEITURA DE PROJETOS .............................................................................. 89 
2.6.1. Parque da Maturidade José Dias da Silva de Barueri – SP...................... 89 
2.6.2. Parque Municipal do Idoso de Manaus – AM ........................................... 99 
2.6.3. Clube do Idoso de Sorocaba – SP ......................................................... 105 
2.6.4. Centro de convivência para idosos ........................................................ 111 
2.6.5. Centro de esportes para pessoas com mobilidade condicionada ........... 118 
2.6.6. Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI ................................................... 126 
2.6.7. CEU Centro de esporte, artes e educação de Pimentas. ....................... 133 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 140 
3.1. PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................. 140 
3.2. OBJETIVO ................................................................................................... 144 
4. VIABILIDADE TÉCNICA ................................................................................. 145 
4.1. ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO ...................................................................... 145 
4.1.1. A cidade de Marília-SP .......................................................................... 145 
 
 
 
 
4.2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS TERRENOS ......................... 148 
4.2.1. Zoneamento urbano da cidade de Marilia .............................................. 148 
4.2.2. Opção de terreno 01 .............................................................................. 149 
4.2.3. Opção de terreno 02 .............................................................................. 153 
4.2.4. Opção de terreno 03 .............................................................................. 158 
5. MATERIAIS E METODOS .............................................................................. 164 
5.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES .............................................................. 164 
5.2. PRÉ - DIMENSIONAMENTO ....................................................................... 168 
5.3. ORGANOGRAMA ........................................................................................ 172 
5.4. FLUXOGRAMA ............................................................................................ 174 
5.5. PARTIDO ARQUITETÔNICO ....................................................................... 180 
5.6. MEMORIAL JUSTIFICATIVO ....................................................................... 181 
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 186 
 
 
 
 
 
20 
 
 
CLUBE DA MELHOR IDADE: ESPAÇO DE ESPORTE, CULTURA E LAZER. 
 
“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder 
público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, 
ao respeito e à convivência familiar e comunitária.” 
(Estatuto do Idoso, Lei n° 10.741). 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A população brasileira vem dando passos cada vez mais largos no crescimento 
de sua longevidade. Estima-se que até 2060 terá aproximadamente quatro vezes 
mais pessoas acima de 65 anos, sendo visível o envelhecimento acelerado da 
população, passando de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões 
(26,7% do total), conforme dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). Visto também pela presença, cada vez maior de demandas, 
postas pelo envelhecimento humano, como parte integrante no curso da vida. 
O avanço da saúde e das tecnologias tem favorecido ao prolongamento da vida 
humana, e na ajuda para a melhor qualidade de vida, buscando fatores que 
proporcionam a nossa desejada longevidade, criando expectativa de vida média 
para o futuro, de até 84 anos mulheres e 78 anos os homens. 
O aumento da taxa populacional de idosos não está somente no fator de se 
viver mais, tão pouco em alcançar a maioridade, mas parte se dá à diminuição da 
taxa de natalidade. 
No Brasil, esse fato tem ocorrido devido à evolução da sociedade no meio 
urbano, avanços nos métodos contraceptivos, educação sexual, crescimento da 
mulher no mercado de trabalho, planejamento familiar e outros. 
Dados divulgados pelo IBGE relata que o país registra uma média de 1,94 
filhos por mulher, estando abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 
filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária 
para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva. 
Assim, as questões em relação à velhice têm aumentado muito ultimamente, e 
com isso as pessoas que já estão na melhor idade estão mais conscientes que para 
ter uma velhice saudável, bem aproveitada, sem solidão e depressão é necessário 
21 
 
 
ter um bom convívio social, se distraindo participando de clubes, praticando 
atividades turísticas, lazer, recreação, exercícios físicos, enfim tudo para que 
realmente essa fase da vida seja bem aproveitada. 
Com isso surgiu à ideia de um Clube para terceira idade que terá foco no 
esporte, cultura e lazer, e com a finalidade de proporcionar um estilo de vida com 
diversos benefícios ao corpo e mente, para a melhor qualidade e independência 
funcional do idoso. 
A arquiteturaprojetada será de acordo com as necessidades ergonômica do 
idoso, segundo as leis, normas e agregando comodidade e tecnologia que os 
favoreçam. 
Os espaços serão integrados com uma área verde, academia ao ar livre e 
jardim sensorial que permitirá aos idosos, sensações dos cinco sentidos. 
Ao realizar essa proposta de lazer e recreação pode-se perceber que as 
pessoas do Clube para terceira idade têm muito ainda o que fazer, em relação a 
conquistar novos espaços na sociedade e viverem felizes, eles podem muito mais do 
que eles imaginam, basta surgirem oportunidades para eles mostrarem do que são 
capazes. 
 
1.1. JUSTIFICATIVA 
 
A cada ano que passa a população que pertence ao grupo da melhor idade 
aumenta de forma acelerada, deparando-se com esse fato, é necessário cada vez 
mais buscar alternativas para que essas pessoas apesar de terem uma idade 
avançada possam desfrutar dessa etapa da vida da melhor maneira possível. 
Os estudos direcionados a melhor idade, têm apontado uma gama de 
benefícios à saúde e a qualidade de vida quando promovidos com a prática de 
atividades de lazer e recreação, porém, com o acelerado crescimento da população 
nessa faixa etária, ocorrem indevidos esclarecimentos sobre a grande importância 
dessas atividades. Uma vida ativa com simples tarefas, incluindo atividades leves 
com lazer e recreação, juntando ainda a interação com as pessoas, faz com que 
melhore a condição física e psicológica dessas pessoas. 
Além disso, profissionais da área de saúde têm enfatizado sobre a importância 
da atividade física para pessoas acima de 40 anos, devido à progressão da perda da 
22 
 
 
massa muscular com o avanço da idade, que é de 0,5% da massa muscular por 
ano, chegando a 1% anual após os 65 anos. Nesse sentido, os exercícios físicos, 
aliados a uma alimentação balanceada, são importantes para garantir uma vida mais 
saudável, que fortalecem a musculatura e contribuem para prevenir algumas 
doenças e também na integração social com outros de sua idade. 
Diante do exposto, a principal justificativa para o tema proposto está associada 
na tentativa de mostrar que a prática de esportes, cultura e lazer proporcionará 
vários benefícios para as pessoas da terceira idade, pois desenvolver atividades 
adequadas para as pessoas nessa faixa etária é um grande desafio, afinal trata-se 
de atividades que devem ser direcionadas e acompanhadas por um profissional. 
Sendo assim, o Clube para Terceira idade com a prática de esportes, cultura e 
lazer, trará para cidade de Marília-SP e região, o benefício de um cenário adequado, 
apropriado às limitações físicas de cada indivíduo, com a preocupação dos direitos e 
de uma vida mais saudável, melhorando a qualidade de vida física e mental, através 
das atividades exercidas no complexo, usufruindo com prazer, comportando cada 
necessidade de suas respectivas carências sem obstáculos. 
 
 
“Uma sociedade para todas as idades possui metas para dar aos idosos a 
oportunidade de continuar contribuindo com a sociedade. Para trabalhar 
neste sentido é necessário remover tudo que representa exclusão e 
discriminação contra eles”. 
 Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento 
(Parágrafo 19), Madrid, 2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
2. COLETA DE DADOS 
 
2.1. O PERCURSO DO ENVELHECIMENTO ANTROPOLÓGICO 
 
2.1.1. Visão histórica 
 
O aumento crescente da população idosa na sociedade fez com que 
estudiosos buscassem compreender o processo de envelhecimento que tem 
determinantes sociais que se modificam de indivíduo para indivíduo, de cultura para 
cultura, de época para época (SALES, 2003). 
No entendimento de Beauvoir (1970, p.97): 
 
O que define o sentido e o valor da velhice é o sentido atribuído pelos 
homens à existência, é o sistema global de valores [...]. Segundo a maneira 
pela qual se comporta para com os seus velhos, a sociedade desvenda, 
sem equívocos, a verdade – tantas vezes cuidadosamente mascarada – de 
seus princípios e seus fins. 
 
Diante do exposto pela autora, verifica-se que a definição de “ser velho” na 
Antiguidade não é igual ao entendimento apresentado hoje de velhice (SALES, 
2003). 
Nas sociedades antigas, como o tempo não era contado, pessoas velhas eram 
aquelas que viam passar uma ou duas gerações de seus descendentes. Esses 
velhos eram vistos como detentores de conhecimento e eram bastante respeitados 
pela sociedade. Porém, nessas sociedades, consideravam-se velhos apenas os 
homens detentores de poder, ou seja, os homens pertencentes à classe dominante 
recebiam atenção e cuidados especiais, já aqueles que não faziam parte da classe 
dominante, e as mulheres, ficavam excluídos desse grupo social. 
De acordo com Dallepiane (2009, p.36), “a respeito dos velhos que ficaram na 
sobra da História, deles podemos dizer quase nada, e só indiretamente os 
apanhamos como vítimas ou sujeitos das leis, ou em relatos que narram exclusões 
de classe, raça, etnia, crença”, além disso, só eram merecedores de respeito os 
velhos que fossem válidos, visto que aqueles dementes ou improdutivos eram 
negados pela sociedade. 
 
 
24 
 
 
Os velhos úteis, validos, mereciam estima, respeito, alimento e cuidados. 
Os velhos dementes e senis deixavam de ser gente, não mereciam a 
consideração dos mais novos e não podiam continuar vivendo. Eram, por 
isso, sacrificados ritualmente ou abandonados a sua sorte e morriam de 
fome e doença. O velho, por isso, deslizava de uma condição para outra 
muito rapidamente. A consciência coletiva das sociedades antigas não 
atribuía ao velho demente uma condição propriamente humana. Por isso, 
podia ser abandonado ou morto (BELATO, 2009, p.25). 
 
Já na Idade Média os velhos pobres eram mantidos em espécies de hospícios 
ou em enfermarias e conventos, e eram considerados pertencentes à categoria dos 
desvalidos. 
Foi no Renascimento que as concepções sobre velhice ganham bases da 
modernidade, pois foi nessa época que Gabriela Zerbi, considerada precursora da 
geriatria – apesar de não ter sido essa termologia dada na época –, publicou a obra 
gerontologia. Também nessa época, os traços da velhice eram considerados como 
doenças que devem ser escondidas. 
 
[...] Na Idade Média e no Renascimento, a velhice é vista como uma idade 
triste, marcada por angustia e confusão. O pensamento cristão tentou 
reconciliar e familiarizar os crentes com a velhice, concebida como um 
momento de passagem para vida eterna. O pensamento laico 
(renascentista) concebe a velhice como um momento tão dramático que 
justificaria inclusive o suicídio. Retorna ao Renascimento a velha justificativa 
pré-cristão do suicídio e da eutanásia (GUARANI apud BELATO, 2009, 
p.26-27). 
 
Conforme Beauvoir (1970), no Baixo-Império e na alta Idade Média, enquanto 
os jovens conduziam o mundo, os idosos ficavam excluídos da vida pública. Na 
China, o idoso exercia um papel privilegiado na sociedade, pois, para eles, chegar 
até a velhice significava “a vida sob sua forma suprema". Até a mulher, depois de 
velha, tinha seu estatuto muito mais elevado do que os dos jovens de ambos os 
sexos. 
Segundo Siqueira, Botelho e Coelho (2002, p.904), 
Na França do século XIX, de acordo com Peixoto (1998), a questão da 
velhice se impunha essencialmente para caracterizar as pessoas que não 
podiam assegurar financeiramente seu futuro o indivíduo despossuído, o 
indigente, pois as pessoas com certo patrimônio eram designadas [...] os 
patriarcas com experiência preciosa [...], que detinham certa posição social, 
administravam seus bens e desfrutavam de respeito. Esse recorte social da 
população de mais de 60 anos foi acompanhadode locuções diferenciadas 
para tratar cada grupo de pessoas da mesma idade: designava-se 
correntemente como velho (Vieux) ou velhote (Viellard) os indivíduos que 
não detinham status social; enquanto os que possuíam eram, em geral, 
designados idosos (Personne âgée). 
 
25 
 
 
 
Já nas sociedades judaicas, a longevidade era considerada a máxima 
recompensa à virtude, sendo abençoada por Deus e, por isso, a velhice exigia 
obediência e respeito. 
Dessa forma, nas sociedades antigas, a velhice era uma qualificação. Porém, 
enquanto ser singular, a velhice era vista de forma sombria sendo expressa de 
maneira dolorosa pelos poetas. Ptah-hotep, filósofo e poeta, escreveu sua visão 
sobre a velhice em 2500 antes de Cristo: 
 
Como é penoso o fim de um velho! Ele se enfraquece a cada dia; sua vista 
cansa, seus ouvidos tornam-se surdos; sua força declina; seu coração não 
tem mais repouso; sua boca torna-se silenciosa e não fala mais. Suas 
faculdades intelectuais diminuem, e lhe é impossível lembrar-se hoje do que 
aconteceu ontem. Todos os seus ossos doem. As ocupações que até 
recentemente causavam prazer só se realizam com dificuldade, e o sentido 
do paladar desaparece. A velhice é o pior dos infortúnios que pode afligir 
um homem. O nariz entope, e não se pode mais sentir nenhum odor. 
(BEAUVOIR, 1970, p.114) 
 
De acordo com Platão, a velhice estava associada a questões políticas. Para 
ele, os mais velhos deveriam mandar, enquanto os mais jovens tinham que 
obedecer. Sendo assim, só a partir dos 50 anos que os filósofos possuíam a 
verdade e se tornavam guardiões da Polis1. 
 
Quando escreveu a república, sua experiência lhe inspirava aversão à 
oligarquia e à tirania, fazendo com que criticasse severamente os homens, 
os costumes políticos, o espírito público da democracia ateniense: 
considerava esta última anárquica, condenando seu igualitarismo. Essa 
democracia não respeitava suficientemente as competências. Platão 
estimava a “timocracia” de Esparta, mas deplorava que Esparta escolhesse 
para magistrados não os homens mais sábios, mas aqueles que a guerra 
formara. A Polis ideal, segundo ele, é aquela que garante a felicidade do 
homem; mas a felicidade é a virtude, e a virtude emana do conhecimento da 
verdade. Apenas os homens que saíram da caverna, que contemplaram as 
ideias são, portanto, indicados para governar (BEAUVOIR, 1970, p.134). 
 
A concepção de Aristóteles é bem diferente da filosofia de Platão. Para ele, a 
experiência significa um fator de involução e não de progresso. “Um velho é um 
homem que passou toda uma longa vida a se enganar, e isto não lhe poderia 
conferir superioridade sobre os mais jovens, que não acumularam tantos erros 
 
1
 A polis era o centro de cada um dos estados gregos -- uma cidade rodeada de uma pequena 
comarca. Estados autónomos, o seu governo foi inicialmente monárquico, ten do passado depois 
para as mãos da aristocracia e, mais tarde, ocupado nalgumas cidades por tiranos apoiados pelo 
povo. De Polis derivou o termo português Política (online, 2017). 
26 
 
 
quanto ele. ” (BEAUVOIR, 1970, p. 137). Além disso, Aristóteles acreditava que os 
velhos, por já estarem fracos, deveriam ser afastados do poder, e que o ideal seria 
que todos os cidadãos fossem de alta virtude para governar e ser governado. 
 
2.1.2. O processo de envelhecer no mundo 
 
O processo de envelhecimento é um fenômeno mundial que requer um olhar 
diferenciado, pois é uma realidade vivida atualmente pelos quatro cantos do mundo. 
Devido a esta proporção e complexidade de aspectos que o envolve, deve ser 
analisado com cautela, considerando os impactos econômicos, sociais e 
emocionais, causados aos indivíduos e à sociedade. 
Esta realidade traz consigo uma série de transformações, inclusive 
demográficas, não anteriormente registradas pela história da humanidade e uma das 
causas do envelhecimento populacional é o aumento da longevidade, ou seja, o 
homem passou a viver melhor - se comparado a outras épocas e em outros 
contextos históricos - e mais tempo. 
Com os avanços tecnológicos, surgimentos de vacinas, melhor qualidade de 
vida e, consequentemente diminuição nas taxas de mortalidade e aumento nas 
taxas de natalidade, em termos mundiais, os indivíduos puderam/podem 
experimentar viver longos anos o que ocasiona e propicia o envelhecimento. 
Nas últimas décadas, o mundo tem passado por um processo de 
envelhecimento acelerado e intenso. 
A Organização das Nações Unidas (ONU) tornou-se público, no ano de 2015, a 
revisão das projeções populacionais para todos os países do mundo. 
Em 1950, apenas 8% da população mundial tinham 60 anos ou mais. Em 2015, 
essa proporção aumentaria para 12,3% e deverá atingir 23,1% em 2060, 
globalmente, o número de idosos 60 anos ou mais aumentará em um fator de 2,6, 
passando de 900 milhões em 2015 para mais de 2,3 bilhões em 2060. 
 
27 
 
 
Gráfico 01 - Quantidade da população mundial acima de 60 anos. 
 
Fonte: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Download/Standard/Population/>. 
 
Examinando por continente, a participação da população total acima de 60 
anos, em 2060, pode se chegar a 34% na Europa onde se encontra o percentual 
maior, e a apenas 10% na África com percentual menor. 
 
Gráfico 02 - Porcentagem da população de 60 anos ou mais por continente de 1950 a 2060. 
 
Fonte: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Download/Standard/Population/>. 
 
As projeções também mostraram indicativos do envelhecimento da população 
em relação com sua idade mediana, com avançando em proporções maiores em 
países desenvolvidos. 
Mundialmente grande parte dos continentes como na Europa passou de uma 
idade mediana mínima de 28 anos em 1950, chegando em 2060 em 46 anos. Em 
continentes em desenvolvimento como a África sua idade mediana mínima é mais 
jovem, sendo a menor idade entre os continentes de 19 anos em 1950, podendo 
chegar em 2060 a 26 anos. 
28 
 
 
 
Gráfico 03 - Idade mediana da população por continente de 1950 a 2060. 
 
Fonte: https://esa.un.org/unpd/wpp/Download/Standard/Population/ 
 
O envelhecimento da população, que já está presente nos países 
desenvolvidos, deverá ser comum no mundo em desenvolvimento do futuro e prevê-
se que ocorra mais rapidamente nos países em desenvolvimento do que nos países 
desenvolvidos. 
Tal acontecimento causará mudanças desafiadoras em relação de 
dependência econômicas no ciclo de vida, tanto nas regiões em desenvolvimento e 
desenvolvidas. Essa transição é medida como o número de pessoas em idade 
potencialmente inativa, em relação à população em idade ativa. 
 
Gráfico 04 - Taxa de dependência de idosos de 1950 a 2060 (Proporção da população com 
65 anos e mais por 100 habitantes 15-64). 
 
Fonte: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Download/Standard/Population/>. 
 
Nos países desenvolvidos, observa-se que a taxa de dependência dos idosos 
representa a maior parte, em virtude da baixa fecundidade que vem ocorrendo no 
29 
 
 
decorrer dos anos. 
Deste modo, o envelhecimento populacional é, 
 
uma das consequências da transição demográfica, isto é, do declínio das 
taxas de fecundidade e mortalidade (BLOOM, 2011). Essa transição se 
inicia com o declínio da mortalidade, relacionado, principalmente, aos 
avanços na medicina e na saúde pública, às melhores condições de 
alimentação, ao aumento da renda, ao controle de vetores causadores de 
doenças infecciosas, entre outros (LEE, 2003; BLOOM, 2011 apud LIMA et 
al., 2015, p.56). 
 
Outro elemento significativo que envolve este processo é o sistema econômico 
vigente, onde a capacidade produtiva do homem é que determinamos seus papéis e 
o lugar que ele ocupa na sociedade, sendo que pessoas que iniciam a fase da 
velhice tendem a ser automaticamente afastadas do mundo laboral e também do 
meio social. 
 
2.1.3. A terceira idade na sociedade contemporânea 
 
Considerando o aumento da população idosa como visto no capítulo anterior, e 
entendendo as modificações sociais ocorridas com o passar do tempo, 
procuraremos elencar algumas situações relacionadas ao a terceira idade na 
sociedade contemporânea. 
 
Pasqualotti (2008, p.74) diz que, 
 
A velhice é uma fase natural da vida de qualquer indivíduo e que poderia 
ser vivida com mais tranquilidade. Porém, a preocupação de depender dos 
outros se acentua quando aliada à problemas físicos, financeiros e a falta 
de apoio sócio familiar. 
 
Percebe-se que mesmo a velhice sendo um processo natural para todo 
indivíduo, ela não se mostra tratada dessa maneira. O idoso se preocupa tanto em 
não ser dependente que algumas vezes esse fator é agravado quando está 
associado a outros aspectos como, por exemplo, doenças, fatores econômicos ou 
quando esse indivíduo passa a não ter o apoio da família e muito menos da 
sociedade. 
Muitos indivíduos acreditam que idosos não são pessoas capazes de se 
manter na sociedade e de ter uma vida independente e ativa assim, alguns pensam 
30 
 
 
que ao atingir a velhice, o ser se torna incapacitado para continuar a realizar as suas 
tarefas de maneira correta e eficaz. 
Em relação às questões acima relatadas Pasqualotti (2008 p.75), diz que, 
 
A condição social é determinada, pelo equilíbrio entre o custo de 
manutenção para sobreviver e a contribuição social que o indivíduo oferece 
para a sociedade. Nesse contexto, uma sociedade contemporânea se 
caracteriza pela racionalidade que liberta o sujeito dos seus temores, 
proporcionando-lhe uma existência mais feliz. 
 
Para este autor, a condição imposta pela sociedade está relacionada ao custo 
de vida e ao lucro que o idoso oferece para a mesma. A preocupação está no que 
esse ser ainda pode oferecer tanto no aspecto pessoal como profissional. Isto nos 
leva a entender do ponto de vista do autor que por ser o idoso considerado como 
indivíduo incapaz, este normalmente tem o papel de menor importância no âmbito 
social. 
Considerando os estudos acima, percebemos que a maioria da sociedade pode 
acreditar que a velhice é uma fase onde o indivíduo pode ter o seu papel bastante 
reduzindo no meio social. 
É o que se observa quando Berger (2004 apud FALCÃO; DIAS, 2006, p.143) 
nos aponta a velhice “como uma etapa de vulnerabilidade social, tendo em vista que 
há mudanças consideráveis na identidade do idoso. Geralmente com a 
aposentadoria, diminuem as redes de apoio, aumentam as dificuldades econômicas 
e os problemas de saúde”. 
O idoso sofre grandes alterações tanto a nível fisiológico, como biológico e 
psicológico, durante o processo de envelhecimento. Os aspectos psicossociais dos 
quais estamos falando, dizem respeito ao afastamento do trabalho. Isso faz com que 
o idoso passe a enfrentar um aumento de problemas tanto financeiros como de 
convívio social podendo acarretar em uma maior possibilidade de ocorrerem 
problemas de saúde. 
Berger (2004 apud FALCÃO; DIAS, 2006, p. 143) considera que, 
 
Os avanços científico-tecnológicos têm oferecido maiores oportunidades na 
sociedade e praticidade da vida cotidiana, no entanto, neste mundo 
moderno surgiu uma série de problemáticas psicossociais como: situações 
de desigualdades sociais e, consequentemente, de discriminação, que 
aumentam a sensação de incerteza, risco e exclusão, principalmente para 
os grupos vulneráveis da sociedade. 
31 
 
 
Observa-se com isso que os avanços científico-tecnológicos têm gerado na 
sociedade uma maior praticidade no seu cotidiano, porém, acompanhada dessa 
praticidade ocorrem situações de discriminação pelo fato de muitas camadas da 
população não ter acesso a tais avanços, como, por exemplo, os idosos que fazem 
parte do grupo dos excluídos socialmente. 
Dentre vários avanços científico-tecnológicos podemos citar o uso de 
computador. Sobre isso, Pasqualotti (2008, p.79) nos diz que, 
 
A possibilidade de interação virtual que o uso do computador propicia é de 
extrema importância para o idoso. Essa inserção tecnológica no mundo 
moderno é, contudo, frequentemente excludente, pois, muitas camadas da 
população não lhe têm acesso, como, por exemplo, o idoso, que muitas 
vezes tem seus espaços de interação diminuídos seja em função de 
aspectos sociais ou individuais. 
 
Considerando o que o autor fala sobre a importância do uso do computador 
para a interação social do idoso, percebe-se que, por ele ser um meio onde as 
pessoas podem se comunicar, isso poderá diminuir o isolamento desse indivíduo, e 
ainda proporcionar ao mesmo com que se interesse pelo conhecimento em algumas 
áreas como na educação, medicina, dentre outros, porém, sabemos que o 
computador não substitui uma interação pessoal até porque as questões afetivas 
são fundamentais no processo de envelhecimento. É importante que além do uso do 
computador haja uma inserção desse indivíduo com o meio social, e exista assim, 
um convívio com essa sociedade. 
Pasqualotti (2008) afirma que a inserção do idoso no meio tecnológico 
possibilitaria ao mesmo sentir-se um ser capaz de acompanhar o desenvolvimento 
da sociedade em que vive sem se sentir excluído ou diminuído diante da mesma, 
podendo assim, continuar a exercer o seu papel como antes. 
Apesar do grande aumento dessa população e a experiência de vida obtida 
pelos mesmos, em nossa atual sociedade, em maior ou em menor grau, eles fazem 
parte do grupo do socialmente excluídos, que do ponto de vista de Spozatti (apud 
POZZOLI; SOUZA, 2001, p. 175), “exclusão social é a impossibilidade de poder 
partilhar da sociedade e leva a vivência da privação, da recusa, do abandono e da 
expulsão, inclusive com violência, de uma parcela significativa da população”. 
Muitas vezes, o idoso é tido como um indivíduo impossibilitado de realizar as 
tarefas cotidianas da mesma maneira que um indivíduo jovem sendo, portanto, 
32 
 
 
considerado um ser incapaz e discriminado muitas vezes até pela sua própria 
família. 
Na metade do século passado, diz Rodrigues (2006, p. 56), “houvera grandes 
transformações sociais e naquela época, os idosos eram tratados com respeito e 
amparados quando precisavam. ” O idoso era um indivíduo significativamente 
respeitado e amparado quando necessitavam, assim, era visto com bastante 
admiração pela sociedade em geral. 
Segundo Duby (1999, p. 74 apud BRAICK; MOTA, 2009, p. 20) diz que, 
 
Os idosos não eram encarcerados para morrer em asilos como hoje. As 
pessoas terminavam sua vida no interior do grupo, no seio da família. Elas 
não eram afastadas, como em nossa sociedade, para ir morrer longe do 
olhar dos outros. 
 
Mostrando que parte da sociedade se mostra preconceituosa em relação ao 
idoso, Dorneles e Costa (2003, p. 29) nos diz que, “tipicamente, uma pessoa idosa 
sofre discriminação não somente pelo que ela é como um indivíduo, mas pelo que 
ela se torna enquanto pertencente a um grupo que foi estereotipado de forma 
negativa”. Ou seja, parte da sociedade tem a imagem de que o idoso é um indivíduo 
frágil que precisa da ajuda de outras pessoas e não consegue viver sozinho, porém 
o que essas mesmas pessoas não enxergam é que no mundo de hoje essa é uma 
realidade bem distante. Esses indivíduos podem continuar levando uma vida normal, 
trabalhando, estudando e até morarem sozinhos. 
Como aspecto relevante para a manutenção da atividade do idoso, seja física 
e/ou intelectualé a presença de hábitos que lhes proporcione uma boa qualidade de 
vida. Como qualidade de vida, podemos considerar o conceito da Organização 
Mundial de Saúde – OMS (1994 apud ALBUQUERQUE, 2003, p.84) que diz ser este 
“a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e dos 
sistemas de valores em que está inserido e em relação aos seus objetivos, 
expectativas, normas e preocupações”. 
Percebe-se então que, qualidade de vida seria como o indivíduo se observa e 
se posiciona em relação há alguns aspectos da vida como, por exemplo, na cultura e 
através dos valores da sociedade, relacionado a alguns anseios desse ser. 
Spirduso (1989 apud OKUMA, 1998, p. 51) afirma que, “a mais importante das 
questões é de saber se o ciclo de vida aumentado pode ser vivido com qualidade, ou 
33 
 
 
se tratará apenas de um período aumentado de estados patológicos e morbidade 
que precede a morte”. 
Para ele, junto com aumento da expectativa de vida tem que existir uma 
preocupação com a qualidade desse processo. Não adianta aumentar os anos 
vividos se não houver um projeto de como será esse período. Percebemos que 
alguns fatores podem auxiliar no processo de envelhecimento saudável, como, por 
exemplo, uma boa alimentação, a prática regular de atividade física, convívio social, 
dentre outros. 
Okuma (1998, p.53) afirma que, “para a sociedade, ter um contingente com um 
número maior de indivíduos atingindo o limite do ciclo de vida em condições onde o 
idoso está pode representar sua falência devido aos altos custos com serviços 
sociais e de saúde”. 
Para a autora, com o crescimento da população idosa haverá um aumento nos 
gastos do governo pelo fato desses indivíduos utilizarem alguns serviços 
especializados como, por exemplo, serviços na área da saúde física e mental, que 
nesse momento da vida poderão ser os principais utilizados pelo idoso. 
Dornelles e Costa (2003, p. 96) falam que, 
 
Idosos que são sujeitos participantes e ativos nesses novos espaços sociais 
possuem um familiar, com mais idade, que vive a velhice de maneira 
diferenciada. Para os idosos mais velhos, os contatos sociais podem ser 
restritos ao âmbito familiar. Assim, a atividade e passividade, os 
relacionamentos amplos e o isolamento podem coexistir num mesmo núcleo 
familiar, demonstrando as formas diversas de viver velhice. 
 
Estes autores concluem que num mesmo ambiente familiar podem existir 
idosos participativos, e idosos que se isolam da sociedade. Entendemos como idoso 
participativo, aqueles que de alguma forma buscam se mostrar ativos na sociedade 
como, por exemplo, continuam a trabalhar, lutam pelos seus direitos, e buscam se 
mostrar presentes na sociedade e como idosos que se isolam da sociedade, 
entendemos ser aqueles que acreditam que a sua atuação nesta já não é mais tão 
necessária, e acabam se restringindo apenas ao contato familiar. 
 
 
 
 
34 
 
 
Dornelles e Costa (2003, p.93) falam que, 
 
Viver numa sociedade com maior número de pessoas idosas requer 
estruturas sociais, que consigam dar respostas as necessidades, 
demandas, interesses e reivindicações desse segmento populacional, em 
particular, e do resto da sociedade, em geral. Entram em jogo, aspectos 
culturais muito importantes, pois os valores, costumes, normas e hábitos de 
uma determinada população exercem uma significativa influência no modo 
como o envelhecimento é percebido e tratado, bem como a forma como a 
velhice é vivida. 
 
Portanto, com o envelhecimento da população tem que haver um aumento na 
estrutura social para dar conta dos interesses que serão gerados através deste. 
Aspectos da cultura como, por exemplo, costumes e hábitos, irão influenciar essa 
sociedade no seu modo de enxergar o envelhecimento e como ele deve ser aceito e 
vivido pela mesma. 
Para Mercadante, Côrte e Arcuri (2006, p. 244), 
 
A mesma sociedade que desejou que seus integrantes vivessem muitos 
anos, não criou condições para que eles pudessem usufruir dessa 
conquista. A sociedade, notadamente a brasileira, não se preparou para 
enfrentar as questões referentes à longevidade. 
 
Pelas questões até então estudadas percebe-se que, mesmo com todo o 
anseio que a sociedade obtinha em aumentar a perspectiva de vida do seu país, 
parece não ter criado condições para que tais indivíduos usufruam deste benefício. 
Para Dornelles e Costa (2003, p. 95), 
 
Atualmente, tanto o perfil do idoso com o da estrutura familiar vem 
ganhando novos matizes. A segurança que a família proporcionava aos 
seus idosos, em determinados momentos da velhice, quando as pessoas 
necessitavam de maior amparo, está passando por transformações nos 
tempos atuais. 
 
Antigamente a população idosa necessitava de um maior amparo dos 
familiares e os parentes achavam que eles precisavam de muitos cuidados, porém 
nos momentos atuais percebe-se uma maior independência dos mesmos em relação 
à família. Essa independência da família pode trazer ao idoso uma maior disposição 
a executar suas tarefas e se tornar um indivíduo mais ativo e independente. 
Dornelles e Costa (2003) nos dizem que existem idosos ativos, dispostos a 
usufruir das novas oportunidades que a sociedade, lentamente, oferece para eles, 
35 
 
 
frequentando grupos de convivência e usufruindo das várias possibilidades e 
espaços de relacionamentos sociais, nos quais a descontração, o divertimento e o 
lazer ocupam um lugar de destaque. 
 
2.1.4. A evolução do idoso no Brasil 
 
É fato que a população no Brasil e no mundo está envelhecendo de forma 
rápida, incorrendo numa mudança na estrutura da população, caracterizada pela 
transição demográfica que, segundo Rodrigues (2005), é o processo de alteração de 
uma situação com altas taxas de fecundidade e mortalidade para outra com baixas 
taxas desses indicadores, gerando uma nova expectativa devida da população 
brasileira. 
Estudos de Veras (2001) têm chamado atenção para o acelerado processo de 
envelhecimento da população brasileira verificado desde a década de 1960. Na 
década de 80, o Brasil ocupava o décimo lugar entre os países mais velhos no 
mundo, ou seja, países com uma população idosa elevada. 
No Brasil, conforme exposto por Telles et al. (2015, p.352), 
 
O processo de envelhecimento tem desencadeado uma série de mudanças 
em vários setores da sociedade tais como saúde, economia e política, 
alterando inclusive a visão sobre a velhice, e como esse “novo” quantitativo 
de cidadãos está impactando no cenário social. Diversas ações como 
criação de leis, estatutos, políticas públicas, e reformas no sistema 
previdenciário, buscam dar conta de contribuir para adequar essas novas 
demandas da população idosa que, nas últimas décadas, tem se mostrado 
numerosa e carente de atenção básica por parte do Estado. 
 
Ao se observar os dados apresentados pelos dois últimos censos, realizados 
em 2000 e 2010 pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), pode-se 
verificar que a população de idosos no Brasil aumentou expressivamente. Segundo 
exposto por Telles et al. (2015), nos dados apresentados pelo censo de 2000, o 
número de idosos eram de aproximadamente 15 milhões, correspondendo a 8,6% 
da população total. Entretanto, os autores observaram que em 2010, esse número 
aumentou significativamente, chegando a quase 23 milhões, concebendo um pouco 
mais de 10% de toda a população brasileira. 
Já em 2015, existia no Brasil, 23 milhões de pessoas acima de 60 anos, 
correspondendo a 12,5% da população. De acordo com a Organização Mundial de 
36 
 
 
Saúde (OMS) até 2050, o número de idosos triplicará no Brasil, chegando a 64 
milhões de pessoas acima de 60 anos, correspondendoa 30% da população. 
Assim, o envelhecimento populacional é um dos grandes desafios a serem 
enfrentados nas próximas décadas, devido ao fato que a população idosa requer 
cuidados específicos e direcionados a suas peculiaridades advindas do processo do 
envelhecimento, carecendo de políticas públicas voltadas ao atendimento de suas 
necessidades que não estão sendo suficientemente atendidas até o presente 
momento. 
Segundo Veras (2001), pode-se destacar como o principal fator que favoreceu 
o aumento da população idosa, a diminuição das taxas de mortalidade, destacando 
os avanços da medicina, como por exemplo: o advento das vacinas, que 
contribuíram para a redução das doenças infectocontagiosas, bem como as 
melhorias nas condições sanitárias e urbanização, que colaboraram com estas 
mudanças, melhorando a qualidade de vida de toda a população e 
consequentemente, sendo o reflexo da vida mais saudável e mais longa. 
Assim, os avanços da medicina associados às novas tecnologias tornaram 
possível o aumento da longevidade. A expectativa de vida no Brasil dobrou, 
passando dos 34,7 anos em 1900 para 68,5 em 2000, idade que atualmente já 
atinge a marca dos 71 anos, para a população masculina; e para a feminina, 78.3 
anos, com perspectiva de aumentar ainda mais (PLANO FUTURIDADE, 2009). 
Pode-se notar com esses dados estatísticos que o fenômeno da longevidade 
é de escala mundial e principalmente a sobrevida feminina em relação à sobrevida 
masculina é um fato interessante. 
Conforme Veras (2001), existem fatores diversos que favorecem as mulheres, 
fatores esses de caráter biológico, social e cultural, podendo ser destacado: o 
número de mulheres que fumam e ingerem álcool ainda é menor que o de homens; 
tecnologias que auxiliam nos serviços de parto (contribuições das políticas públicas 
de saúde voltadas para as mulheres), diminuem o número de mortes de mulheres, 
historicamente a demora da mulher em entrar no mercado de trabalho, com isso se 
expondo menos em acidentes de trabalho; menor exposição a riscos, como 
acidentes de transito e homicídios e culturalmente as mulheres são mais cuidadosas 
com isso procuram mais os serviços de saúde do que os homens. 
Com a diminuição da taxa de natalidade e um aumento significativo do 
número de anos vividos, praticamente todos os países apresentam uma mudança na 
37 
 
 
forma da sua pirâmide etária. Mas enquanto nos países mais desenvolvidos tal 
fenômeno ocorre de forma gradativa, nos países em desenvolvimento, esse 
aumento tem sido mais notável e rápido. 
O Brasil vem passando por profundas mudanças na sua dinâmica 
demográfica, com quedas drásticas nos níveis de fecundidade das mulheres. 
 
Tendo como base as últimas informações das Pesquisas Nacionais por 
Amostra de Domicílios (PNAD), realizadas no início do presente século, 
pode-se afirmar que a taxa de fecundidade total das mulheres brasileiras já 
se encontra em patamares próximos aos níveis de reposição, ou seja, 
valores em torno de 2,1 filhos por mulher, em média. Assim, para o ano de 
2050, segundo projeções realizadas pelo IBGE, 2004, o grupo etário de 0 a 
14 anos teria uma redução absoluta, quando comparada a 2000, algo em 
torno de 4,7 milhões de crianças e adolescentes. Por outro lado, mantidas 
as atuais tendências, espera-se, para o ano de 2050, um aumento de 
aproximadamente 44 milhões de pessoas com idades ente 15 e 60 anos 
(PARAHYBA; SIMÕES, 2006, p.968). 
 
O que hoje em dia é uma raridade em um futuro não muito distante vai passar 
a ser uma realidade: completar um século de vida. 
A pesquisa da ONU, apresentada na 2ª Conferência Nacional dos Direitos da 
Pessoa Idosa/Avaliação da Rede Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos da 
Pessoa Idosa: Avanços e Desafios em março de 2009, também aponta um aumento 
significativo no número de pessoas com mais de 100 anos até 2050. Dos 135 mil de 
hoje para 2,2 milhões, ou seja, 16 vezes mais. 
O envelhecimento diz respeito diretamente à própria afirmação dos direitos 
humanos fundamentais. Atente-se para o fato de que a velhice significa o próprio 
direito que cada ser humano tem de viver muito, mas certamente, viver com 
dignidade. 
No Brasil, o número de idosos corresponde a 12,5% do total da população. 
Infelizmente o país não tem conseguido proporcionar uma velhice tranquila a seus 
cidadãos e boa parte dos idosos sofre muitos e profundos problemas sociais. 
Diante deste quadro que se apresenta e que assumirá contornos ainda mais 
significativos, cresce a necessidade de encontrar soluções concretas para a 
manutenção da qualidade de vida das pessoas idosas, uma vez que, à medida que 
os anos passam, os idosos têm diminuída sua capacidade funcional, 
comprometendo sua independência física, mental e finalmente, sua autonomia. 
38 
 
 
2.2. IDADE CRONOLÓGICA, BIOLÓGICA, PSICOLÓGICA E SOCIAL DO 
ENVELHECIMENTO. 
 
Segundo Oliveira (1999, p.25) “para efeito e de análise e entendimento da 
definição de velhice, alguns fatores devem ser considerados como o cronológico, o 
biológico, o psicológico e o social”. 
 
2.2.1. Idade cronológica 
 
De acordo com a idade cronológica, velho é aquela pessoa que, com o passar 
dos anos, atingiu certa idade, ou seja, o envelhecimento cronológico está 
relacionado ao tempo de vivência das pessoas sem levar em consideração o seu 
estado biopsicossocial. 
 
A idade cronológica, que mensura a passagem do tempo decorrido em dias, 
meses e anos desde o nascimento, é um dos meios mais usuais e simples 
de se obter informações sobre uma pessoa. Porém, o conceito de idade é 
multidimensional e, por isso, a idade cronológica não se torna uma boa 
medida da função desenvolvimental (HOYER; ROODIN, 2003 apud 
SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008, p.589). 
 
Assim, a idade cronológica está ligada em relação ao tempo, pois de acordo 
com Oliveira (1999, p.26), “velho é aquele que tem sobre os ombros um 
considerável número de anos [...], o organismo, por força do tempo, sofre um 
desgaste geral tendendo ao declínio”. O tempo e o envelhecimento possuem laço 
estreito, o envelhecimento mostra seu tempo com toda sua força. 
Segundo Oliveira (1999, p.28), “o aspecto cronológico é um dos limites mais 
fortes e preciosos para se delimitar o início da terceira idade [...]”. 
Ainda diante do aspecto cronológico, o envelhecimento pode ser considerado 
como uma série de estágios que se organizam em torno de características de certas 
ordens: física, psicológica e social. Muitas vezes podem acontecer fatos muito 
marcantes como mortes de um ente querido, divórcio, e assim podem influenciar 
radicalmente na vida dessas pessoas e adiantar o passo de um estágio para o outro. 
No entanto, existe uma forte relação entre a idade cronológica e os acontecimentos 
da vida. 
 
39 
 
 
2.2.2. Idade biológica 
 
Quanto à idade biológica, Oliveira (1999, p.43), menciona que, “o 
envelhecimento biológico, referem-se a uma diminuição de competências fisiológicas 
e, como um incremento na vulnerabilidade, às mudanças ambientais que aumentam 
a probabilidade de morte”. 
Muitas pessoas sentem muito medo de chegar a velhice por tudo o que 
causa, além de sentirem medo de passar por essa etapa abandonados e sofrerem 
muito. 
Do ponto de vista biológico, o envelhecimento incomoda as pessoas, pois 
causa um impacto da imagem, pois surgem os cabelos brancos, a flacidez as rugas, 
e esse impacto causado faz com que as pessoas busquem um sentido de 
conservação da aparência, indo à procura de vários métodos como cosméticos, 
tinturas para o cabelo etc., como uma forma de disfarce para garantir a beleza e 
resgatar a juventude. O envelhecimento causa mudanças drásticas quanto à 
questão da

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