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APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 1 | P á g i n a UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA DOCENTE: PROF. DR. RAIMUNDO ALVES BARRETO JUNIOR MONITORES: LETÍCIA CELY E SUSANA OLIVEIRA APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA 2017.1 APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 2 | P á g i n a SUMÁRIO: 1. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA................................................ Pág. 3 2. CONCEITOS GERAIS EM SEMIOLOGIA................................ Pág. 4 3. MÉTODOS GERAIS DE EXPLORAÇÃO CLÍNICA.................... Pág. 5 4. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA TEGUMENTAR..................... Pág. 9 5. EXAME CLÍNICO DAS MUCOSAS......................................... Pág. 11 6. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA LINFÁTICO........................... Pág. 14 7. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO.................... Pág. 17 8. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO.................... Pág. 20 9. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO........................ Pág. 27 10. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓGIO........................ Pág. 31 11. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO........................ Pág. 36 12. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA URINÁRIO............................ Pág. 40 13. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO.... Pág. 45 14. EXAME CLÍNICO DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO. Pág. 47 15. REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. Pág. 49 APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 3 | P á g i n a SEMIOLOGIA VETERINÁRIA A semiologia é a parte da medicina que estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os sintomas e os interpreta, reunindo elementos para construção de um diagnóstico, prognóstico e tratamento de uma enfermidade. A palavra semiologia provém do grego semeion: que quer dizer sintomas/sinais e logos: que significa ciência/estudo. Por que semiologia é arte e ciência? É uma ciência, pois existe sequências lógicas que exigem aplicação de conhecimentos científicos. É uma arte, pois seu êxito depende da habilidade e das técnicas empregadas por aqueles que a ela se dedicam. Pode ser subdividida em: Semiotécnica: É a utilização, por parte do examinador, de todos os recursos disponíveis para se examinar o paciente enfermo, desde a simples observação do animal até a realização de exames modernos e complexos. Clínica Propedêutica: Reúne e interpreta o grupo de dados obtidos através do exame do paciente. É um elemento de raciocínio e análise fundamental para o estabelecimento do diagnóstico. Semiogênese: Busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se desenvolvem. Divisão da semiotécnica APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 4 | P á g i n a CONCEITOS GERAIS EM SEMIOLOGIA Sintoma: é todo o fenômeno anormal pelo qual as doenças se revelam no animal. EX: tosse, claudicação, dispnéia. Sinal: não se limita à observação da manifestação anormal apresentada pelo animal, mas principalmente, a avaliação e a conclusão que o clínico retira do(s) sintoma(s) observado(s) e/ou por métodos físicos de exame. É um elemento de raciocínio! EX: quando se palpa uma determinada região com aumento de volume e onde se forma uma depressão que se mantém mesmo quando a pressão é retirada, é sugestivo de edema resultando no que se chama de sinal de godet positivo. O sintoma, nesse caso, é o aumento de volume, que, por si só, não o caracteriza, pois pode ser tanto um abscesso quanto um hematoma. OBS: Em Medicina Veterinária existem apenas os sinais clínicos, pois o sintoma é uma sensação subjetiva anormal, sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador. Já o sinal é um dado objetivo, que pode ser notado pelo examinador por inspeção, palpação, percussão, etc. Síndrome: Conjunto de sinais clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas. Quando adequadamente reconhecidos e considerados em conjunto, caracterizam uma determinada enfermidade. EX: Febre é um conjunto de sintomas, pois em decorrência da mesma ocorre ressecamento da boca, aumento da frequência respiratória e cardíaca, perda parcial de apetite, oligúria, dentre outros, sendo a elevação de temperatura (hipertermia), o sintoma preponderante. Diagnóstico: É reconhecer uma dada enfermidade por suas manifestações clínicas, bem como prever sua evolução, ou melhor, seu prognóstico. As principais causas de erro no estabelecimento de um diagnóstico são: anamnese incompleta, exame físico superficial, avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos, conhecimento insuficiente dos métodos, impulso precipitado em tratar o paciente antes mesmo de estabelecer o diagnóstico. OBS: Há duas fases para a resolução do problema clínico; a elaboração de hipóteses e avaliação das hipóteses obtidas. A elaboração das hipóteses inicia-se com informações mínimas sobre o paciente tais como idade, sexo, raça e queixa. O trabalho mais difícil é a avaliação das hipóteses obtidas ao analisar os dados clínicos e dos resultados dos exames complementares, quando solicitados. Por isso, vale a pena relembrar os princípios de Hutchinson: I. Não seja demasiadamente sagaz. II. Não tenha pressa. III. Não tenha predileções. IV. Não diagnostique raridades. Pense nas hipóteses mais simples. V. Não tome um rótulo por diagnóstico. VI. Não tenha prevenções. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 5 | P á g i n a VII. Não seja demasiado seguro de si. VIII. Não hesite em rever seu diagnóstico, de tempo em tempo, nos casos crônicos. Prognóstico: Consiste em se prever a evolução da enfermidade e suas prováveis conseqüências (salvar a vida, curar ou manter a capacidade funcional do órgão acometido). Pode ser: favorável, quando se espera uma evolução satisfatória, desfavorável, se prevê o término fatal ou possibilidade de óbito, e reservado (duvidoso) em casos de cursos imprevisíveis. MÉTODOS GERAIS DE EXPLORAÇÃO CLÍNICA O exame clínico é o conjunto de procedimentos executados pelo clinico de forma metódica e sistemática visando o estabelecimento de um diagnóstico presuntivo. Em tempos de tanta tecnologia disponível as pessoas se esquecem da importância do exame clínico para o diagnóstico e tratamento de doenças. O objetivo do exame clínico é a colheita de dados que constituirão a base do diagnóstico. O exame clínico é dividido em: identificação do paciente, anamnese e exame físico. A partir delas, é possível obter informações sobre o estado geral do paciente, podendo ser identificadas doenças a partir de seus sintomas. A identificação do animal e a realização da entrevista com o proprietário são de extrema importância, assim como é importante considerarmos espécie, raça, sexo e idade do paciente. A suscetibilidade de uma espécie varia consideravelmente em relação às doenças infecciosas e/ou parasitárias e ao comprometimento de determinados sistemas ou órgãos. As raças mais puras são mais suscetíveis a doenças. As raças mistas ou os animais sem raça definida (SRD) são animais de extrema rusticidade e geralmente reagem favoravelmente, quando devidamente diagnosticados e tratados. Também é evidente que existem certas doenças que acometem somente indivíduos de um mesmo sexo. Alguns processos febris em fêmeas ocorrem devido ao envolvimento do úbere ou do útero enquantohérnias escrotais são frequentes em animais machos, assim como várias doenças ocorrem com maior frequência em uma determinada faixa etária. O termo anamnese vem do grego “anamnésis”, que significa recordação, reminiscência e indica tudo o que se refere à manifestação dos sintomas da doença, desde suas manifestações prodrômicas (do início da doença) até o momento do exame. A anamnese, que consiste na entrevista feita pelo profissional quando da realização da consulta, é muito importante como uma etapa do exame clínico. A partir de um questionário, o médico obtém informações importantes sobre a história atual e pregressa do paciente. De maneira geral, a anamnese consiste em saber qual a queixa principal do proprietário o qual o fez procurar um profissional, contendo informações do início, durabilidade, como se deu a evolução e características sintomáticas, bem como a história médica pregressa, investigando-se dados sobre as patologias atuais ou passadas. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 6 | P á g i n a O exame físico é uma parte do exame clínico do animal, resumindo-se à colheita dos sintomas e dos sinais por métodos físicos de exame, tais como inspeção, palpação, percussão, auscultação e olfação. O objetivo do exame físico é obter informações válidas sobre a saúde do paciente. O examinador deve ser capaz de identificar, analisar e sintetizar o conhecimento acumulado em uma avaliação. No exame físico, utiliza-se fundamentalmente os sentidos naturais do profissional na exploração dos sintomas. Os principais métodos de exploração física são: Inspeção, Palpação, Percussão, Ausculta e Olfação. Inspeção: Utilizando o sentido da visão, esse procedimento de exame se inicia antes mesmo do início da anamnese. Pela inspeção investiga-se a superfície corporal e as partes mais acessíveis das cavidades em contato com o exterior. O exame deve ser feito em um lugar bem iluminado, fazendo, inicialmente, uma observação a distância e não faça a contenção nem manuseie o animal antes de uma inspeção cuidadosa, já que a manipulação o deixará estressado. A observação do animal pode fornecer inúmeras informações úteis para o diagnóstico, tais como estado mental, postura e marcha, condição física ou corporal, estado dos pêlos e pele, forma abdominal, entre outras. A inspeção pode ser: I. Direta. A visão é o principal meio utilizado pelo clínico. Nessas condições, observam-se principalmente os pêlos, pele, mucosas, movimentos respiratórios, secreções, aumento de volume, cicatrizes, claudicações, entre outros. II. Indireta. Feita com o auxílio de aparelhos, tais como: a) otoscópio, laringoscópio, oftalmoscópio (utilizados para examinar cavidades do organismo); b) de Raios X; c) microscópios; d) de registros gráficos (eletrocardiograma); e) de ultrassonografia. Palpação: É a utilização do sentido táctil ou da força muscular, usando-se as mãos, as pontas dos dedos, o punho, ou até instrumentos, para melhor determinar as características de um sistema orgânico ou da área explorada. O sentido do tato fornece informações sobre estruturas superficiais ou profundas, como, por exemplo, o grau de oleosidade da pele de pequenos animais e a avaliação de vísceras ou órgãos genitais internos de grandes animais, pela palpação abdominal e transretal, respectivamente. Para isso, entretanto, é necessário ter em mente as características da(s) estrutura(s) e sua localização dentro da cavidade explorada. Pela palpação, percebem-se modificações da textura, espessura, consistência, sensibilidade, temperatura, volume, dureza, além da percepção de frémitos, flutuação, elasticidade, edema e outros fenómenos. Quando se utiliza somente as mãos ou os dedos para avaliar uma determinada área, realiza-se a palpação direta. Entretanto, se for feito uso APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 7 | P á g i n a de algum aparelho ou instrumento com esse objetivo, a palpação torna-se indireta. É o que ocorre ao se examinar órgãos, estruturas ou cavidades inacessíveis à simples palpação externa, utilizando-se sondas, cateteres, pinças, agulhas, entre outros. Auscultação: A auscultação consiste na avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos produzem espontaneamente. Esta é a principal diferença entre a ausculta e a percussão, já que, na percussão, os sons são produzidos pelo examinador, a fim de se obter uma resposta sonora. A ausculta pode ser: I. Direta ou imediata. Quando se aplica o ouvido diretamente na área examinada protegido por um pano, evitando, assim, o contato com a pele do animal. As desvantagens são óbvias, incluindo a dificuldade de manter-se um contato íntimo com animais irrequietos e de excluir os sons provenientes do meio externo, além de a pele do animal estar úmida c conter restos de fezes ou secreções cutâneas, entre outras. II. Indireta ou mediata. Quando se utilizam aparelhos de ausculta (estetoscópio, fonendoscópio, Doppler). Percussão: É um método físico de exame em que, através de pequenos golpes ou batidas, aplicados a determinada parte do corpo, torna-se possível obter informações sobre a condição dos tecidos adjacentes e, mais particularmente, das porções mais profundas. O valor do método consiste na percepção das vibrações no ponto de impacto, produzindo sons audíveis, com intensidade ou tons variáveis quando refletidos de volta, devido às diferenças na densidade dos tecidos. Quando se percute diretamente com os dedos de uma das mãos a área a ser examinada, denomina-se percussão direta ou imediata, sendo mais comumente conhecida a percussão digital. Para tal, o dedo permanece fletido na tentativa de imitar a forma de um martelo. Entretanto, quando se interpõe o dedo de uma mão (médio) ou algum outro instrumento (plexímetro), entre a área a ser percutida e o objeto percutor (martelo e/ou dedo), a percussão é descrita como sendo indireta ou mediata, onde se destacam a percussão dígito-digital e a martelo-pleximétrica. Para realizarmos a percussão dígito-digital, deve-se golpear a segunda falange do dedo médio de uma mão estendido, com a porção ungueal do dedo médio da outra mão, agora encurvado. Na percussão martelo-pleximétrica, golpeamos com um martelo o plexímetro colocado na área a ser examinada. Olfação: Se baseia na exploração pelo olfato do clínico, empregado no exame das transpirações cutâneas, do ar expirado e das excreções. A técnica de olfação é simples, bastando, para isso, uma aproximação razoável da área do animal a ser examinada. Quando APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 8 | P á g i n a se trata de analisar o odor do ar expirado, aproxima-se a mão, em forma de concha, das fossas nasais do animal e desvia-se o ar expirado para o nariz do examinador, individualizando-o. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 9 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA TEGUMENTAR: caninos, felinos, equinos e ruminantes Importância: cobertura externa, maior órgão do corpo e o mais visível, possui componentes sensoriais (calor, dor, frio, prurido, toque e pressão), regulação da temperatura. As doenças dermatológicas podem ter “N” origens, como por exemplo doenças do trato urinário, hipotireoidismo, hipoadrenocorticismo, etc. Anamnese: idade, sexo, raça(predisposição), histórico geral, histórico dermatológico, contactantes, dieta, fase reprodutiva, queixa principal, localização da lesão originaria (aspecto, deflagração, velocidade de progressão). Como foi que apareceu? A quanto tempo apareceu? Foi dado algum medicamento? Qual a evolução? Exame físico geral: avaliar a condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: 1. PÊLOS: Inspeção direta: Liso, brilhante, eriçado, fosco, alopecia (localizada ou generalizada), etc. Presença de ectoparasitas: carrapato, berne, mosca do chifre, pulga, piolho, etc. Inspeção indireta: Uso de lupas. Palpação: Pêlos (queratinização – quebradiços) 2. PELE: Inspeção direta: Pápula, nódulo, tumor, urticária, escara, erosão, úlcera, hiperqueratose (pele seca, quebradiça, rachaduras), paraceratose (crostas, fendas em forma de mosaicos ou sebosa), prurido localizado ou generalizado, etc. Desenhar a lesão. Coloração: eritematosa (dermatites), equimoses e petéquias, despigmentação, etc. Neoplasia. Inspeção indireta: Uso de lupas. Palpação direta: verificar-se: 1. elasticidade (fisiológico) 2. espessura da pele 3. excicose (prega cutânea) APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 10 | P á g i n a 4. pele dura (aspecto de couro) 5. presença de ectoparasitas, etc. 6. temperatura geral (febre, exercícios musculares) e local (inflamação) 3. TECIDO SUBCUTÂNEO Inspeção direta: avaliar se há aumento de volume, edema, flegmão, abcessos, hematoma, enfisema subcutâneo, feridas externas. Palpação direta: verificar se há aumento de volume, edema, flegmão, abcessos, hematoma, enfisema subcutâneo, feridas externas. Olfação: Odor (subjetivo). Exames complementares: Raspado de pele superficial e profundo (Ex: Sarna, parasitas, dermatófitos, bactérias), histopatológico, cultivo e antibiograma em situações infecciosas (bacteriano ou fúngico), testes alérgicos (Ex: gatos a picada de pulga), testes imunológicos, testes endócrinos e Biópsia de diversos tipos de lesão (fases de lesão diferentes de um mesmo processo ou dermatopatias etiologicamente diferentes). APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 11 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DAS MUCOSAS: caninos, felinos, equinos e ruminantes Importância: Pode revelar presença de enfermidades próprias (inflamação, edema, tumores), alterações do sistema circulatório ou a existência de doenças em outras partes do corpo (icterícia). Exame físico geral: avaliar a condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: Inspeção: das mucosas I. Oculopalpebrais: conjuntiva palpebral superior e inferior, 3ª pálpebra ou membrana nictante e conjuntiva bulbar ou esclerótica. II. Nasal: presença de secreções. III. Bucal: coloração, TPC, presença de formações vegetantes, hemorragias... IV. Vulvar ou vaginal: alterações na coloração, presença de ulcerações, hemorragias, secreções. V. Prepucial: alterações na coloração, presença de ulcerações, hemorragias, secreções. VI. Anal: raramente. Aspectos a serem avaliados: I. Coloração: pode indicar alterações na quantidade e qualidade do sangue circulante; qualidade das trocas gasosas; presença ou não de hemoparasitas; função hepática; medula óssea, etc. II. Fisiologia: úmidas, brilhantes, lisas, cor rósea clara com ligeiras variações de motiz, vendo-se pequenos vasos com suas ramificações. III. Pálidez: indica processos anêmicos. Ex: nutricional, hemorragia, eritrócitos, verminoses (Haemonchus ssp) e etc. IV. Amarelada (ictérica): anemias hemolíticas, problemas hepáticos. V. Azuladas (cianóticas): anóxia. Ex: doenças cárdio-respiratórias, intoxicação (mandioca, nitritos). VI. Congestas ou hiperêmicas: ingurgitamento dos vasos sanguíneos, por processo infeccioso ou inflamatório local ou sistêmico. VII. Generalizada ou difusa: coloração avermelhada uniforme. Processos tóxicos hemorrágicos infecciosos sistêmicos (febre, anorexia, apatia). Ex: septicemia, infecções virais, tétano, intoxicação. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 12 | P á g i n a VIII. Localizada ou ramiforme: vasos mais salientes com maior volume sanguíneo. Processo inflamatório, infeccioso, traumático restrito. IX. Secreções: Fisiológico: moderada, límpida, ligeiramente viscosa. Quantidade Aspecto: fluido, seroso, catarral, purulento, sanguinolento, etc. Alterações: processos inflamatórios. Se é uni ou bilateral X. Ulcerações XI. Hemorragias XII. Pápulas: estomatites papular. XIII. Vesículas: estomatite vesicular, vulvovaginite infecciosa, etc. XIV. TPC (Tempo de Preenchimento Capilar): indica o estado circulatório do animal (volemia). Sadio: 1-2 segundos. Desidratado: 2-4 segundos. Gravemente desidratado: > 5 segundos. Fatores a serem levados em consideração: o Recém-nascidos: coloração róseo menos intenso. o Fêmeas: levar em consideração o estado fisiológico, pois fêmeas no cio apresentam mucosa vulvar avermelhada além de presença de secreções. o Macho: presença de esmegma. o Atenção especial deve ser dada as raças de cães: Fila brasileiro, Cocker spaniel, Bulldog e Boxer, pois as mesmas apresentam mucosas avermelhadas. o Se uma mucosa apresentar alteração, deve-se examinar as outras. o Quando se avalia pacientes com palidez de mucosa, deve ficar estabelecido se a mudança de coloração é causada por hipoperfusão ou por anemia. o Evitar usar os termos hipocoradas e hipercoradas. o O TPC pode ser difícil de avaliar em cães e gatos em virtude da falta de contraste (resultante da palidez). o O maior tempo para a coloração normal voltar ao normal pode ser de vido a um quadro de desidratação, vasoconstrição periférica, associada a uma diminuição do débito cardíaco. o O TPC é normal em animais com anemia a menos que esteja havendo hipoperfusão. o TPC > 6 segundos indica um comprometimento circulatório grave, levado pelas alterações isquêmicas, a um comprometimento renal e hepático grave e muitas vezes irreversível. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 13 | P á g i n a o Animais com algia abdominal grave, pode apresentar mucosas pálidas, em virtude do estimulo do Sistema Nervoso Simpático e, consequentemente dos alfa-receptores, que induzem uma diminuição da luz vascular (vasoconstrição). Exames complementares: Swabs estéreis e raspados. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 14 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA LINFÁTICO: caninos, felinos, equinos e ruminantes Introdução: O sistema linfático inclui vasos linfáticos e linfonodos. Com exceção de alguns tecidos (parte superficial da pele, SNC e ossos), quase todos os tecidos corporais possuem canais linfáticos que drenam o excesso de liquido diretamente dos espaçosintersticiais. A linfa deriva do liquido intersticial que flui para os vasos linfáticos. O sistema linfático é uma das principais vias de absorção de nutrientes a partir do sistema gastrintestinal, sendo responsável principalmente pela absorção de lipídeos. A linfa antes de atingir o sangue atravessa pelo menos um linfonodo. Bactérias também podem estar presentes na linfa. Quando a linfa passa pelos linfonodos, essas partículas são removidas e destruídas. Os linfonodos são órgãos encapsulados constituídos por tecido linfóide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos (filtros de linfa). Importância: Participa de processos patológicos, podendo indicar o órgão ou a região que está sendo acometida. É um fator fundamental para diagnóstico nosológico, já que alterações nos linfonodos e vasos linfáticos podem caracterizar doenças infecciosas (ex: linfadenite caseosa, leucose bovina), e podem indicar se o processo é localizado ou generalizado. A dilatação e hipertrofia do sistema linfático que ocorre na maioria dos processos infecciosos e inflamatórios pode comprometer a função de alguns órgãos vizinhos gerando: a) Disfagia (cães e gatos) e timpanismo (bovinos): compressão do vago ou do esôfago pelo linfonodo mediastino, nos casos de tuberculose e actinobacilose. b) Dispnéia: compressão da traquéia e faringe (linfonodos retrofaringeos). c) Tosse: compressão da traquéia e arvore brônquica (linfonodos mediastinos). d) Retenção urinária: compressão da uretra (linfonodos inguinais superficiais). e) Edemas: outros linfonodos. Anamnese: Qual a queixa principal? Quando percebeu? Foi tratado? Evolução (teve alguma melhora? Piorou?) Linfonodos a serem examinados: Animais Linfonodos Cães Gatos Eqüídeos Ruminantes Mandibulares + + ± ± Parotídeo - - - +* Retrofaríngeos ± ± ± ± APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 15 | P á g i n a Pré-escapulares + ± ↓ + Pré-femorais NE NE ± + Poplíteos + + NE ± Mamários + ± ↓ ↓ Inguinais + ± ↓ ↓ += relativamente fácil; ±= não tão fácil; ↓= de difícil palpação; NE= não existe; +*= presente 1. Mandibulares ou maxilares: par. Drena cavidade nasal, lábios, língua e glândulas salivares. 2. Parotídeos 3. Retrofaringeos: só são palpados quando aumentados de volume (reativos). Laterais e mediais localizam-se na cervical, entre o atlas e a parede da faringe. Drenam as partes internas da cabeça, incluindo esôfago proximal, palato e faringe. 4. Cervicais ou pré-escapulares: localiza-se acima da articulação escapulo- umeral. Drena pavilhão auricular, pescoço, ombro, membros torácicos, terço proximal do tórax. 5. Pré-femorais ou subilíaco 6. Poplíteos: localizam-se na região posterior da articulação femoro-tibio- patelar. Drenam pele, músculos, tendões e articulações dos membros posteriores. 7. Mamários 8. Inguinais superficiais ou escrotais: medial ou lateral ao corpo do pênis. Serve de centro linfático para os órgãos genitais masculinos externos. 9. Axilar: podem ser palpados com certa facilidade em cães. Exame físico geral: avaliar a condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: Inspeção direta: é difícil quando a pele é muito pigmentada e quando o pelo é longo. Palpação direta: avalia-se: APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 16 | P á g i n a 1. Consistência: Firme é a normal, Duro indica processo inflamatório ou infeccioso, Mole indica flutuação com ou sem supuração. Ex: abscesso, metástases, etc. 2. Mobilidade: normal boa mobilidade, tanto em relação à pele quanto em relação às estruturas vizinhas quando palpadas. 3. Sensibilidade: normal ou discretamente aumentada. 4. Tamanho: depende da idade (maiores em animais jovens), localização e estado nutricional. Forma de grão de feijão em cães. 5. Temperatura: normal, igual a da pele. Geralmente quando à elevação da temperatura ocorre dor a palpação. Exames complementares: Os exames complementares são empregados nos casos de linfadenopatias localizadas ou generalizadas de etiologia desconhecida e em suspeitas de metástases. 1. Biópsia por excisão: remoção cirúrgica de uma parte ou de todo o linfonodo para futuro exame histopatológico. 2. Biópsia por aspiração: faz-se punção com uma agulha apropriada e, após ser acoplada em uma seringa, aspira-se o material proveniente do linfonodo, ejetando-o sobre uma lâmina de vidro para posterior exame. OBS: Antes da realização da biopsia, deve-se fazer tricotomia e assepsia do local sobre o nódulo linfático. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 17 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO: caninos, felinos, equinos e ruminantes Importância: Diagnóstico das Doenças do Coração, Sangue, Sistema Vascular (artérias e veias), Sistema Linfático. Anatomia: Coração está ligeiramente deslocado para a esquerda, localizado topograficamente entre 3º ao 6º par de costelas. Anamnese: Qual a queixa principal (sinais e sintomas), evolução clinica da doença atual, animais contactantes, manejo nutricional e higiênico-sanitário, condicionamento físico do animal e carga de trabalho, medicamentos, cansaço fácil, desmaios, tosse noturna, edemas, ascite, ingurgitamento da jugular, abdução dos membros torácicos, decúbito e perda parcial do apetite, febre variável, desenvolvimento retardado e incompleto, intolerância ao exercício, presença de petéquias, sufusões e equimoses, alteração na coloração das mucosas, etc. Exame físico geral: avaliar a condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: Inspeção direta: Avaliação das atitudes relacionadas a distúrbios cardiovasculares, observação de anormalidades anatômicas e funcionais, coloração das mucosas e TPC. Edema – Submandibular, barbela, peito e membros. Dilatação abdominal – Ascite Ruminantes: Veia jugular – Prova do garrote (ingurgitar-se apenas próximo a cabeça). Ex.: Estenose, Insuficiência da tricúspide. Inspeção indireta: Radiografia, exame ecocardiográfico, tomografia computadorizada, etc. Auscultação: Avaliação da freqüência e ritmos cardíacos e respiratórios. Realizada no lado esquerdo, 3º ao 4º EIC. Lado Esquerdo Lado Direito Pulmonar – 3º EIC Tricúspide – 3º ou 4° EIC Aórtico – 4º EIC Mitral – 5º EIC APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 18 | P á g i n a 1ª bulha – Válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide), mais longo e alto. 2ª bulha – Válvulas sigmóides (pulmonar e aórtica). ESPÉCIE CÃES GATOS EQUINOS BOV. ADUL. BEZERR CAPRINOS OVINOS Bpm 60-160 120-240 28-40 60-80 70-110 95-120 90-115 Taquicardia: Inervação cardíaca – Paralisia do vago retardador da atividade do coração; Desfalecimento da força contrátil – Miocardite. Bradicardia: Inervação cardíaca – Excitação do pneumogástrico, lesão do vago; Intoxicação; Estenose aórtica. Intensidade (forte e uniforme): Hiperfonese – Adelgaçamento das paredes costais ou das atividadescardíacas (hipertrofia, anemia); Hipofonese - energia contrátil no miocárdio (miocardite, hidropericárdio). Ritmo (regular): Arritmia (Causa – eletrocardiograma); Completa – Desordem completa (insuficiência cardíaca); Galope – Sérias perturbações do miocárdio. Ruídos: nítidos do começo ao fim Sopros (1ª ou 2ª bulha): Lesões valvulares (sopros orgânicos) – Inflamação ou lesão cicatricial (estenose); Insuficiência funcional dos músculos cardíacos (sopros funcionais); Acidentais ou anêmicos – Não estão associados a lesões funcionais ou anatômicas (velocidade da passagem do sangue). Percussão: Determinação de área cardíaca. Palpação: Choque cardíaco ou de ponta - 4º EIC; Vibração da parede torácica ao nível da região cardíaca. Alterações: Hipertrofia cardíaca, endocardite; Debilidade cardíaca, hidropericárdio, pericardite fibrinosa. Desviado: Cranialmente: Ascite, timpanismo, gestação avançada, etc; Caudalmente: Tumores na parede torácica. Avaliação do pulso arterial: expansão ou contração (palpação), artéria coccígea, femoral, facial e maxilar; Freqüência: 40 a 80; Taquisfigmia: doenças APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 19 | P á g i n a febris, cardiopatias, anemias, etc; Bradisfigmia: rara. Tumores cerebrais, icterícias graves. Detecção de frêmitos e detecção de edemas. Exames complementares: Hemograma; Exame de Sangue (dosagem de PTNs, função hepática, função renal); Hipoproteínemia x insuficiência cardíaca; Punção do abdome (líquido ascítico); Inflamatórios dos não inflamatórios; Raios-X; Eletrocardiograma (ECG); Ecodopler; Teste de esforço (Esteira); Ruminante - Teste da Atropina (40mg/SC); Bradicardia Extrínseca de intrínseca. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 20 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: caninos, felinos, equinos e ruminantes Introdução: O sistema respiratório dos animais é composto por: 1. Narinas – Vias Aéreas Superiores (VAS) 2. Seios paranasais (VAS) 3. Faringe (VAS) 4. Laringe (VAS) 5. Traquéia (VAS) 6. Pulmões: I. Brônquios principais – Vias Aéreas Inferiores (VAI) II. Brônquios segmentares (VAP) III. Bronquíolos e alvéolos (VAP) Importância: Participa da oxigenação sangüínea e eliminação do gás carbônico (trocas gasosas - hematose), manutenção do equilíbrio ácido-base, termorregulação e fonação. Anamnese: Qual a queixa principal? Individual ou de rebanho? Súbito ou casos esporádicos? Tempo? Evolução? Tratamento e resultado? Corrimento nasal? Espirro? Tosse? Fadiga durante o exercício? Ruídos durante a respiração? Respiração rápida (taquipnéia) ou dificuldade de respirar (dispnéia)? Tipo de ração? Altura do cocho? Local onde o animal dorme (umidade, temperatura interna, insolação, tipo de cama, etc)? Febre? Stress? Exame físico geral: avaliar a condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: 1. NARINAS: Inspeção direta: avaliar a presença de secreções nasais (uni ou bilateral, consistência, volume, continua ou intermitente, etc). obs: Lembre-se da umidade fisiológica da narina dos cães e da mufla dos bovinos. Observar presença de assimetria, lesões, ressecamento, etc. Examinar comedouros e bebedouros em busca de presença de secreções. A aparência de pele “queimada” ou perda de pêlos abaixo das narinas indica secreção intermitente. Inspeção indireta: Uso de lupas. Palpação direta APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 21 | P á g i n a 2. SEIOS PARANASAIS: Inspeção direta: Observação de assimetria, presença de lesões, etc. Inspeção indireta: Endoscopia, raio-X, etc. Palpação direta Palpação indireta Percussão direta e indireta: Digital, digito – digital, cabo do martelo de percussão, etc. Comparativa entre o lado esquerdo e entre o lado direito. A principal alteração que se pode ouvir é uma alteração do som normal (claro) para o som maciço. Em pequenos animais a percussão não tem aplicação prática, pois as diferenças entre os sons são de difícil identificação pelo menor tamanho das cavidades. 3. FARINGE Inspeção direta: Abre bocas, abaixadores de língua, etc. Inspeção indireta: Endoscopia. Palpação direta 4. LARINGE Inspeção direta Inspeção indireta: Endoscopia Palpação direta: Presença de ânsia de vômito ou tosse (faringite, laringite, abscessos, etc.). 5. TRAQUEIA: porção cervical e torácica. Inspeção direta: Porção cervical Inspeção indireta: Endoscopia - porção cervical e porção torácica, e Raio-x. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 22 | P á g i n a Auscultação indireta: Porção cervical - ruído laringotraqueal (vibração das paredes da laringe e da traquéia). Presença de sibilos (traquéia colapsada, lesão obstrutiva) e crepitações ou estertores (traqueíte). Palpação direta: Porção cervical. Percussão auscultatória: Com o dedo ou com o cabo do martelo (em grandes animais) e a auscultação pulmonar conjuntamente. Pode-se ouvir: um ruído débil, impreciso, distante e difuso (em tecido normal); ruído breve, seco e preciso, como nascido imediatamente debaixo do ponto que se esta auscultando (em tecido atelectásico ou congesto); ruído longe, mas preciso e breve (em coleções liquidas no espaço pleural). OBS: A tosse pode ser estimulada pela palpação da laringe ou pela compressão dos primeiros anéis traqueais. Um animal normal tosse uma ou duas vezes, enquanto o enfermo pode tossir repetidas vezes após a compressão da traquéia. 6. PULMÕES Espécie Equinos Ruminantes Caninos Linha ilíaca 17° EIC 12° EIC 11° EIC Linha isquiática 14° EIC 11° EIC 10° EIC Linha de encontro (AEU) 10° EIC 8° EIC 8° EIC Inspeção direta: Observar o animal sem excitá-lo e sem tocá-lo. Observar os animais obliquamente, colocando-se de preferência na parte posterior ou na dianteira do animal, de maneira que se possa observar o ponto de transição costoabdominal. Em cães e gatos, a observação da respiração pode ser feita olhando-se de cima para baixo, com o animal ainda mantido no chão. a) Freqüência respiratória: número de movimentos por minuto. OBS: Deve-se contar FR em 1 min e verificar o tipo e o ritmo respiratório. Ritmo normal: inspiração – peq. pausa – expiração - pausa maior – inspiração. Qualquer alteração no ritmo respiratório caracteriza uma arritmia respiratória. b) Oscilações fisiológicas: i. Eupnéia: todos os achados normais. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 23 | P á g i n a ii. Quanto menor a idade do animal, maior será a frequência respiratória, que diminui com o avançar da idade. iii. Animais de grande porte e animais obesos apresentam FR menores que os de pequeno porte e magros. iv. A FR aumenta gradativamente durante a gestação, é mais elevada durante o exercício, em ambientes quentes e úmidos e em situações de estresse, especialmente nos cães e nos suínos. c) Oscilações patológicas: I. Taquipnéia:aumento da FR. Ocorre em situações de febre, dor ou diminuição da oxigenação sanguínea, redução da superfície alveolar respiratória, insuficiência circulatória, anemia. II. Bradipnéia: diminuição da FR. Pode ocorrer nas depressões do sistema nervoso central ou próximo a morte do animal, coma. III. Apnéia: ausência total de respiração. IV. Respiração entrecortada: estresse, miodistrofia, botulismo. V. Dispnéia: o Dispnéia Inspiratória: inspiração difícil (“puxar”), Frequência e intensidade respiratória , Tipo respiratório costal (estenose das vias aéreas superiores, broncopneumonia). o Dispnéia Expiratória: Expiração dificultada (“empurrar”), Intensidade respiratória , Tipo respiratório – abdominal (bronquite) o Dispnéia Mista (inspiração e expiração dificultada): Frequência e intensidade respiratória , Tipo respiratório – costoabdominal (transtornos circulatórios, estenose das válvulas cardíacas, anemias, pericardites, broncopneumonia complicada por enfisema, intoxicações). FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (mpm) Espécie Bovina Ovina Caprina Equina Cães Gatos Jovens 24-36 36-48 36-48 10-40 20-30 - Adultos 10-30 20-30 20-30 8-16 18-36 20-30 d) Intensidade Respiratória (Profundidade Respiratória) APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 24 | P á g i n a I. Fisiológica: levemente profunda II. Patológica: Profunda ou Superficial e) Tipos de Respiração: I. Costoabdominal: transtornos circulatórios, estenose das válvulas cardíacas, anemias, pericardites, broncopneumonia complicada por enfisema, intoxicações. II. Predominantemente costal: estenose das vias aéreas superiores, broncopneumonia. III. Predominantemente abdominal: bronquite. Inspeção indireta: Endoscopia, radiografia, ultrassonografia, etc. Auscultação indireta: Deve-se auscultar em cada local no mínimo 2 movimentos respiratórios. Ruídos respiratórios fisiológicos: I. Porções ventrais e anteriores (terço anterior do tórax): Traqueobrônquicos (produzido pela passagem do ar pelos grandes brônquios e porção final da traquéia, com vibração de suas paredes). È um ruído rude, ouvido tanto na inspiração, quanto na expiração. Obs: No cavalo adulto, excetuando-se os magros, ausculta-se somente o ruído bronco-bronquiolar na área torácica, sendo considerada patológica a ausculta do ruído traqueobrônquico. II. Porções dorsais e posteriores: Broncobronquiolar (ruído produzido pela vibração das paredes de brônquios menores e bronquíolos). É um ruído suave, ouvido nos dois terços posteriores do tórax, durante a inspiração. Ruídos respiratórios patológicos: I. Ausência total (silêncio pulmonar) II. Crepitações III. Sibilos APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 25 | P á g i n a Percussão direta e indireta: Percussão dolorosa (martelo de borracha). Avalia se: I. Sensibilidade: pleurite grave, enfisema pulmonar e fratura de costela (tosse). De acordo com a topografia Pulmonar: I. Campo pulmonar caudal pode indicar enfisema pulmonar, pneumotórax; II. Campo pulmonar caudal pode indicar gestação adiantada, sobrecarga dos pré-estômagos e deslocamento do abomaso para a direita (ruminantes), torção gástrica (cães), hepatomegalia, etc. Ruminantes: campo torácico relativamente pequeno. I. Reduzido número de costelas II. Posicionamento do diafragma III. Grande parte do pulmão não pode ser acessada (sob a escápula) Som: I. Fisiológico: claro. II. Patológico: o Submaciço: Congestão e edema pulmonar o Hipersonoro: Enfisema pulmonar o Macicez na região ventral: Acúmulo de líquido seroso (hidrotórax) ou de exsudato inflamatório (pleurite). Exames complementares: Exame de fezes para pesquisa de larvas de vermes pulmonares (Dictyocaulus viviparus); Prova intradérmica de tuberculina; Fibrinogênio plasmático; Sorologia empregando-se principalmente para diagnóstico da micoplasmose em caprinos e bovinos e rinotraqueíte infecciosa dos bovinos (IBR); Punção exploratória ou toracocentese: Equinos: 6° EIC (esquerdo) ou 5° EIC (direito) do tórax, Ruminantes e suínos: 5 EIC (esquerdo) ou 4° EIC (direito) do tórax, Carnívoros: no ângulo entre a área de macicez cardíaca e o limite do pulmão, fazendo-se a percussão com o animal sentado (a agulha deve ser sempre introduzida acima da veia torácica e sempre no bordo oral da costela, para evitar nervos e vasos intercostais); Lavagem e aspiração transtraqueal percutânea ou endoscópica; Ventigrafia; Raio x, Ultra-sonografia; Endoscopia, APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 26 | P á g i n a Pleuroscopia; Biópsia pulmonar percutânea; Hemograma, Titulação e sorologia de anticorpos; Lavados traqueobrônquicos e broncoalveolares; Gasometria; Necropsia. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 27 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO: caninos e felinos Anamnese: Queixa principal, tentativa de tratamento, resultado, manejo, tipo de alimentação, ambiente em que o animal vive, inicio dos sintomas, histórico médico, apetite, perda ou ganho de peso, defecação, características fecais, postura ao defecar, água, etc. Exame físico geral: Condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: 1. CAVIDADE ORAL (LÁBIOS ATÉ A ENTRADA DA FARINGE): Inspeção direta: Mucosas (cor, umidade), lábios (simetria, cor, movimentos, lesões), gengivas, dentes, língua, palato duro (reflexo de abertura da boca) e mole, faringe e tonsilas. Uso de abre-bocas. Inspeção indireta: Laringoscópio, radiografia, endoscopia, especulo tubular, etc. Palpação direta: Palato mole, faringe (palpação externa) Exames complementares: Citologia e histopatologia. 2. ESÔFAGO: possui 3 porções: 1. Cervical: no lado esquerdo. 2. Torácido: simétrico e dorsal à traquéia. 3. Abdominal: curto. Distúrbios: motilidade, obstrução, inflamação e/ou degenerativas. Inspeção direta: Apenas da porção cervical. Inspeção indireta: Endoscopia, radiografias do torácico e do cervical (simples ou contrastados). Palpação direta: Apenas da porção cervical. Palpação indireta: Com uso de sonda. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 28 | P á g i n a Auscultação indireta 3. ESTÔMAGO: Localização: abdome cranial, a esquerda da linha média, caudal ao fígado. Quando vazio, mantem- se no interior carcada costal. Inspeção direta: se abaulado. Inspeção indireta: ultrassonografia, endoscopia, radiografias (simples ou contrastados). Palpação direta Percussão: som timpânico. Auscultação Exames complementares: hemograma completo, coprológico, urinálise, dosagem ALT, dosagem FA, uréia e creatinina, histopatológico, etc. 4. INTESTINO: DELGADO Inspeção direta: laparotomia exploratória. Inspeção indireta: ultrassonografia, endoscopia, radiografias (simples ou contrastados). Palpação direta Auscultação Exames complementares: coprológico, biópsia aspirativa, citologia, histopatológico, etc. GROSSO Inspeção direta: da região perianal. Inspeção indireta: endoscopia (reto e colo), radiografias (simples ou contrastados). APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 29 | P á g i n a Palpação direta: abdominal e interna. Exames complementares: histopatológico, coprológico, etc. 5. FÍGADO Localização: região epigástrica do abdome, medial, levemente deslocado a direita, abaixo dos arcos costais. Inspeção direta: mucosas aparentes, abdômen abaulado (ascite). Inspeção indireta: ultrassonografia, radiografias, laparoscopia, etc. Palpação direta: laparotomia. Percussão Exames complementares: biopsia, função hepática, abdominocentese, histopatológico, etc. 6. PÂNCREAS Inspeção indireta: ultrassonografia, laparoscopia, laparotomia, etc. Exames complementares: hemograma, perfil bioquímico, lípase, adipase e urinalise. 7. ABDOME Inspeção direta Inspeção indireta: ultrassonografia, radiografias, etc. Palpação direta Percussão: prova de ondulação. Auscultação: capoteio. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 30 | P á g i n a Exames complementares: biopsia, função hepática, abdominocentese, histopatológico, etc. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 31 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO: equinos Anamnese: manejo e alimentação, controle parasitário, inicio do processo, características da crise, manifestações de episódios anteriores, tratamentos anteriores, defecação e micção, ingestão hídrica, prenhez, etc. Exame físico geral: Condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, TPC, coloração das mucosas, estado de hidratação, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: 1. CAVIDADE ORAL (LÁBIOS ATÉ A ENTRADA DA FARINGE): Inspeção direta: Mucosas (cor, umidade), lábios (simetria, cor, movimentos, lesões), gengivas, dentes, língua, palato duro (reflexo de abertura da boca) e mole, faringe e tonsilas. Uso de abre-bocas. Inspeção indireta: Laringoscópio, radiografia, endoscopia, especulo tubular, etc. Palato mole (endoscopia nasofaringea). Palpação direta: Palato mole, faringe (palpação externa). Exames complementares: Citologia e histopatologia. 2. ESÔFAGO: normalmente não é palpável no cavalo, mas durante a passagem da sonda nasogástrica, pode-se observar distensão da parede do esôfago dorsal ao sulco da veia jugular esquerda. É dividido em 3 porções: I. Cervical no lado esquerdo. II. Torácico: Simétrico e dorsal à traquéia. III. Abdominal: Curto. Distúrbios: motilidade, obstrução, inflamação e/ou degenerativas. Inspeção direta: cervical, estiramento do pescoço e intranqüilidade, etc. Inspeção indireta: endoscopia, radiografias do torácico e do cervical (simples ou contrastados). APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 32 | P á g i n a Palpação direta: normalmente não é palpável no cavalo, mas durante a passagem da sonda nasogástrica, pode-se observar distensão da parede do esôfago dorsal ao sulco da veia jugular esquerda. Palpação indireta: sonda nasogástrica. Auscultação indireta: estetoscópio. Exames complementares: radiografias, esofagograma, ultrassonografias, endoscopia. 3. ESTÔMAGO: é uma grande dilatação do canal alimentar, caudal ao diafragma, entre o esôfago e o intestino delgado. È um saco em formato de J fortemente encurvado, sendo o lado direito bem mais curto que o esquerdo. Relativamente pequeno e situado na parte dorsal da cavidade abdominal em estreita relação com o baço, caudal ao diafragma e ao fígado, principalmente para a esquerda do plano mediano; relaciona-se com a parte terminal do cólon maior, do cólon menor e pâncreas. Inspeção indireta: endoscopia. Exames complementares: hemograma completo, coprológico, urinálise, dosagem ALT, dosagem FA, uréia e creatinina, histopatológico, etc. 4. INTESTINO Inspeção: Avalia-se o comportamento (cólica) e a distensão abdominal (torção, dilatação, obstruções, íleo paralítico, meteorismo e etc.). DELGADO Inspeção direta: laparotomia exploratória. Inspeção indireta: ultrassonografia, endoscopia, radiografias (simples ou contrastados). Auscultação: Sons característicos- Ceco, cólons e intestino delgado. Exames complementares: coprológico, biópsia aspirativa, citologia, histopatológico, etc. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 33 | P á g i n a GROSSO Composto pelas estruturas: 1. Ceco: Possui formato de vírgula e está localizado na região do flanco direito, até a cartilagem xifoide. 2. Cólon ventral direito 3. Flexura esternal 4. Cólon ventral esquerdo 5. Flexura pélvica 6. Cólon dorsal esquerdo 7. Flexura diafragmática 8. Cólon transverso 9. Cólon menor 10. Reto Inspeção direta: da região perianal. Inspeção indireta: endoscopia (reto e colo), radiografias (simples ou contrastados). Auscultação indireta Palpação direta: Verifica-se a tensão (se está aumentada), a sensibilidade. Na palpação Retal, verifica-se Reto, Alças intestinais e se há deslocamentos, impactações, torções e etc. Exames complementares: histopatológico, etc. 5. FÍGADO Localizado na região epigástrica do abdome, medial, levemente deslocado a direita, abaixo dos arcos costais. Inspeção direta: das mucosas aparentes (icterícia). Inspeção indireta: Raio x, ultrassonografia, laparoscopia. Palpação: por baixo das costelas, ou por laparoscopia, avaliando sensibilidade. I. Alterações APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 34 | P á g i n a o Deslocamento cranial: Prenhez, ascite, processos intra- abdominais o Deslocamento Caudal: Enfizema pulmonar, hepatomegalia Percussão Exames complementares: biopsia, abdominocentese, histopatológico, Teste de Função Hepática (avalia funções secretoras e excretoras, quantidade de pigmentos biliares no sangue, urina e nas fezes, funções Metabólicas, metabolismos dos carboidratos e lipídico e síntese de proteínas e as enzimas Séricas) 6. PÂNCREAS Inspeção indireta: ultrassonografia, laparoscopia, laparotomia, etc. Exames complementares: hemograma, perfil bioquímico, lípase, adipase e urinalise. 7. ABDOME Inspeção direta Inspeção indireta: ultrassonografia, radiografias, etc. Palpação direta: teste do rebote (peritonite-dolorosa). Percussão: prova de ondulação, pode indicar presença de gases ou líquidos dentro das alças ou na cavidade peritoneal. Deve-se percutir alternadamente os dois lados do animal, descendo verticalmente desde o flanco ate a linha branca,a espaços de quatro a seis centímetros, com o animal em posição quadrupedal. Auscultação: realizada nos quatro quadrantes abdominais (ventrais direito e esquerdo, dorsais direito e esquerdo), em pelo menos 3 pontos de ausculta com no mínimo de 30 segundos em cada um desses pontos. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 35 | P á g i n a Exames complementares: biopsia, função hepática, abdominocentese, histopatológico, Laparoscopia, ultrassonografia, endoscopia, radiologia, teste de absorção de glicose, volume globular e proteína total, abdominocentese, etc. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 36 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA DIGESTÓRIO: ruminantes Anamnese: Queixa principal? Quando percebeu? Tratamento? Evolução? Mudança de manejo nos últimos 15 dias? Tipo, quantidade, natureza, composição % do alimento? Leite (quantidade e freqüência/dia) ou substituto? Sede? Ingestão de líquidos? Ruminação? Eructação? Timpanismo? Eventual regurgitação do alimento ingerido ou vômito de conteúdo proventricular? Presença, tipo e natureza da defecação? Postura ao defecar? Ambiente no qual o animal vive? Histórico médico? Apetite? Perda ou ganho de peso? Distúrbio individual ou coletivo? Tipo de relevo do ambiente no qual o animal vive? Exame físico geral: Condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, déficits neurológicos, interesse por alimentos ou água (preensão e deglutição normais), FC, FR, conformação e simetria, peso, temperatura, etc. Exame físico específico: 1. BOCA: Inspeção interna e externa Palpação externa Exames complementares: Saliva (esponja de material sintético). 2. LARINGE: 3. ESÔFAGO: dividido em 3 porções: i. Cervical no lado esquerdo. ii. Torácico: Simétrico e dorsal à traquéia. iii. Abdominal: Curto. Distúrbios: motilidade, obstrução, inflamação e/ou degenerativas. Inspeção direta: da porção cervical. Inspeção indireta: endoscopia, radiografias do torácico e do cervical (simples ou contrastados). Palpação direta: da porção cervical. Palpação indireta: por sonda. Auscultação indireta: com uso do estetoscópios da porção cervical e torácica. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 37 | P á g i n a 4. RÚMEN: Localização: abdome cranial, a esquerda da linha média, caudal ao fígado. Quando vazio, mantem- se no interior carcada costal. Inspeção direta: se abaulado. Inspeção indireta: ultrassonografia, endoscopia, radiografias (simples ou contrastados). Palpação direta Percussão: som timpânico. Auscultação Exames complementares: hemograma completo, coprológico, urinálise, dosagem ALT, dosagem FA, uréia e creatinina, histopatológico, análise do suco ruminal. 5. RETICULO Localização: é o mais cranial dos pré-estômagos e o menor dos 4 compartimentos. Está apoiado na cartilagem xifoide entre 5º e 7º espaço intercostal, sendo mais lateralizado para a esquerda. Inspeção direta: Observando o comportamento do animal. Ex: se o membro torácico encontra-se mais elevado, se a locomoção é lenta. Inspeção indireta: Ultrassonografia, Raio-x, endoscopia. Percussão: dolorosa. Auscultação: na porção ventral, entre a 6º e 7º costela, mas é dispensável devido a sobreposição de ruídos. 6. OMASO Localização: região epigástrica do abdome, entre 7º e 9º espaço intercostal, levemente deslocado para a direita. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 38 | P á g i n a Inspeção indireta: ultrassonografia, Raio-x, laparotomia e laparoscopia. Palpação: laparotomia. 7. ABOMASO Localização: nos primeiros meses de vida está à esquerda do abdômen, enquanto na vida adulta encontra-se no lado direito, caudal ao rúmen e omaso, do 7º espaço intercostal até uma linha imaginária transversa da 1º e 2º vertebras lombares. Inspeção direta: se aumentado. Inspeção indireta: Ultrassonografia e raio-x. Palpação direta: por punção, sentindo-se o atrito. Percussão: no terço distal do abdômen do 7º ao 11º espaço intercostal no lado direito. Pode ser digito-digital ou martelo-plexímetro: som submaciço. 8. INTESTINO DELGADO Inspeção direta: laparotomia exploratória. Inspeção indireta: ultrassonografia, endoscopia, radiografias (simples ou contrastados). Palpação direta: retal. Auscultação Exames complementares: coprológico, biópsia aspirativa, citologia, histopatológico, etc. GROSSO Inspeção direta: da região perianal. Inspeção indireta: endoscopia (reto e colo), radiografias (simples ou contrastados). Palpação: retal. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 39 | P á g i n a Exames complementares: histopatológico, etc. 9. FÍGADO Inspeção indireta: Ultrassonografia. Exames complementares: biopsia, função hepática, abdominocentese, histopatológico, etc. OBSERVAÇÕES: o A motilidade é um meio de proteção contra distúrbios digestivos, como também sua paralisação é um meio de proteção como ocorre nos casos de reticulopericardite traumática. o Em bezerros lactantes, devem-se apurar as quantidades de leite oferecidas e ingeridas, em quantas refeições por dia, e o método de alimentação (balde, teta artificial, sucção na mãe, em uma vaca criadeira ou em bebedouro automático). Se é dado um substituto do leite, devem ser observadas finalidade, composição, concentração e preparação. o A anamnese pode nos mostrar se o distúrbio que acomete o sistema digestório é de origem idiopática ou secundária (sintomática) o É importante saber a idade na qual se completa o desenvolvimento dos pré-estômagos. o A partir da composição quantitativa da ração, se pode saber se existe um distúrbio na digestão proventricular. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 40 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA URINÁRIO: canino, felinos, equinos e ruminantes Introdução: o sistema urinário é composto por: 1. Rins (Trato Urinário Superior – TUS) 2. Ureter (TUS) 3. Bexiga (TUI) 4. Uretra (TUI) Os rins: 1. Nos gatos: forma de feijão. Tamanho: 2,5 a 3x a 2ª vértebra lombar (comprimento)/1,6 a 1,9x a 2ª vértebra lombar (largura). Sua fixação à parede do corpo é frouxa. Rins bastante móveis, fáceis de palpar. ESQUERDO: posição ligeiramente pendulosa (fácil palpação), vai da 2ª até a 5ª lombar. Por sua localização esse órgão pode ser mal interpretado como uma massa abdominal anormal. DIREITO: 1° até o 4° lombar. 2. Nos cães: forma de feijão. Tamanho: 2,5 a 3x a 2ª vértebra lombar (comprimento)/1,6 a 1,9x a 2ª vértebra lombar (largura). Sua fixação a parede do corpo é frouxa. Rins bastante móveis, fáceis de palpar. ESQUERDO: posição pode variar mais, vai da 2ª até a 4ª lombar. DIREITO: 13° torácica e a 1° lombar. 3. Nos equinos: DIREITO: forma de triângulo equilátero com os dois bordos arredondados. Tamanho: 13 a 15 cm de comprimento estando entre a 15ª costelae a apófise transversa da 1ª lombar, não sendo acessível à palpação retal. ESQUERDO: forma de feijão. Tamanho: 15 a 20 cm de comprimento, e tem mais mobilidade, podendo haver variação na sua localização, que normalmente é mais caudal do que a do rim direito. Geralmente o pólo caudal do rim esquerdo esta em relação com a apófise transversa da 3ª lombar. 4. Nos bovinos: rins lobulados. DIREITO: relacionado dorsalmente com a última costela e com as apófises transversas das 3 primeiras vértebras, podendo em alguns casos ter localização mais caudal (cerca de 8 cm). Tamanho: 18 a 24 cm. ESQUERDO: posição variável. Dependendo do grau de enchimento do rúmen. Tamanho: 19 a 24 cm. Anamnese: é de extrema importância, pois quando bem feita vai mostrar ao clinico a origem do problema, se é primária ou secundária e se teve inicio no sistema urinário e se espalhou ou se espalhou atingindo o sistema urinário. Qual a queixa principal? Se houve tratamentos anteriores, duração do problema, evolução da doença, apetite, se há vomito, tipo de alimento, hidratação, fezes, defecação, comportamento, déficit locomotor, funções e transtornos reprodutivos, doenças/tratamentos anteriores, APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 41 | P á g i n a vacinação, vermifugação, tratamento em andamento ou efetuado nos últimos dias, possíveis cirurgias, acidentes, espaço físico recente, etc. Questionar sobre: 1. Urina: volume, aspecto (coloração, transparência, presença de material sólido ou semi- sólido, viscosidade, sangue, etc). 2. Micção: frequência (n° de vezes e intervalo), tipo (postura, sinais de dificuldade, sinais de dor ou desconforto, tenesmo, incontinência, etc). 3. Água: frequência e volume. 4. Doença urinaria anterior: histórico completo de doenças do trato urinário (com ou sem conclusão diagnosticável), incluindo tratamentos feitos. 5. Sinais relacionados a outros órgãos. Exame físico geral: Peso, condição corporal, marcha do animal, comportamento, atitude, postura, mucosas, interesse por alimentos ou água, FC, FR, peso, temperatura, boca (úlceras, alterações da língua, inserção dos dentes, aumento maxilar, hálito urêmico), etc. Exame geral dos demais órgãos e sistemas. Exame físico específico: 1. RINS Inspeção direta: Caso ocorra aumento aberrante. Inspeção indireta: Radiografias simples ou contrastadas e ultrassonografia. Palpação direta: Realizada com as gemas dos dedos que são posicionadas o mais profundamente possível, abaixo das apófises transversas das vértebras lombares, a partir do ângulo formado com as ultimas costelas, e vão sendo deslizadas em direção caudal ou caudo ventral. A palpação deve ser realizada com ambas as mãos, dirigidas uma contra a outra. Localizando o órgão deve-se avaliar: i. Tamanho ii. Forma iii. Características da superfície (contorno) iv. Consistência v. Sensibilidade (dor) vi. Palpação de ambos vii. Simetria viii. Posição APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 42 | P á g i n a Ao encontrar o rim deve-se atentar para: I. Doença renal em curso, sem comprometimento importante da função. II. Déficit da função renal (procurar a causa). Exames complementares: Urinálise, provas de função renal (insuficiência renal), cultura de urina (ITU), biopsia renal (prognostico e tratamento), etc. 2. URETERES: estrutura de difícil acesso e que pode ser sede de anomalias congênitas ou de processos obstrutivos adquiridos que resultam em danos renais graves. Inspeção indireta: ultrassonografia (em condições excepcionais), radiografias contrastada (urografia excretora), etc. Nos casos de megaureter em grandes animais, a anormalidade, algumas vezes, pode ser detectada por meio de palpação retal. 3. BEXIGA: tamanho e posição varia de acordo com a quantidade de urina. Vazia: pequena e forma globular. Cheia: pêra, contorno regular. A bexiga se estende amplamente para a cavidade abdominal, mesmo quando vazia. Ela pose se distender pelo enchimento ate que seu vértice alcance, ou mesmo ultrapasse o umbigo e suas paredes se tornem tão finas quanto um papel. Superfície ventral, em sua porção imediatamente cranial ao púbis, é separado da parede abdominal apenas por peritônio visceral e parietal pelo omento maior. Este fato favorece muito o exame vesical e a cistocentese. Inspeção direta: em animais não obesos, observa-se em pequenos animais com grandes distensões de bexiga, causada por retenção de urina. Inspeção indireta: Inspeção indireta: ultrassonografia, radiografias (simples ou contrastados), cistoscopia, etc. Palpação: em pequenos animais é realizada em animais não obesos. Pacientes devem estar em posição quadrupedal ou em decúbito lateral. Paredes laterais da porção mais caudal do abdome, a frente do púbis. Entre as virilhas. Gemas dos dedos: com única mão em forma de pinça. Em grandes animais é feita por palpação retal. Se a bexiga contiver pouco volume de urina, pode ser avaliada a espessura da parede e de presença de cálculos ou massas anormais. Pode ser feita também a expressão manual da bexiga para verificar se a uretra esta potente (desobstruída) ou para coleta de amostra de urina. Deve-se avaliar: I. Localização APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 43 | P á g i n a II. Volume III. Forma IV. Consistência V. Tensão VI. Sensibilidade VII. Se vazia: avaliar espessura da parede, presença de cálculos ou de massas anormais. Percussão: digito-digital, com som maciço Exames complementares: cateterismo vesical (com sonda flexível), urinalise, citopatologia, cistoscopia, etc. 4. URETRA: possui das porções: 1. Pélvica: porção pré-prostática continua após a próstata (cães). 2. Peniana ou esponjosa: os gatos apresentam afunilamento da uretra em direção a extremidade do pênis, característica esta que pode facilitar acumulo de material sólido, resultando em obstrução uretral. Cateterização mais difícil, devido ao reduzido diâmetro, tamanho, forma e posicionamento do pênis. Inspeção direta: meato urinário externo. Inspeção indireta: uretroscopia, ultrassonografia (exame de alguns segmentos da uretra, radiografias contrastados (pequenos animais). Palpação direta: uretra peniana. Palpação indireta: sonda uretral. Só é possível em cães, gatos e cavalos. OBS: Secreção uretral ou prepucial. Tamanho, forma e consistência das porções palpáveis ou anormalidades periuretrais. OBS2: Sobre a micção: I. Freqüência Normal: o Cães pequenos e Gatos: 40 a 200ml (24 horas) 2 a 4 vezes por dia. o Cães grandes: 0,5 a 2L (24 horas) variável. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 44 | P á g i n a o Bovinos: 6 a 12 L – máx de 25 L (24 horas) 5 a 7 vezes por dia. o Equinos: 3 a 6 L – máx. de 10 L(24 horas) 5 a 7 vezes por dia. II. Quantidade: o Poliúria o Oligúria o Anúria o Iscúria o Disúria o Polaquiúria ( quantidade freqüência) o Incontinência III. Cor: o Fisiológica o Patológica: Escura, Avermelhada, Sangue (inicial, intermediário, final, intervalo), Castanha. IV. Odor Exames complementares: Urinálise. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 45 | P á g i n a EXAMECLÍNICO DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO: caninos e pequenos ruminantes Introdução: O sistema reprodutor feminino é formado por: 1. Genitália Externa (vulva e clitóris) 2. Vagina 3. Cervix 4. Útero 5. Ovidutos 6. Ovários Anamnese: se a fêmea é primipara ou pluripara, histórico reprodutivo do animal, alimentação, manejo sanitário, medidas preventivas, utilização de drogas medicamentosas, situação de outros animais do grupo ou do rebanho. Exame físico geral: Peso, condição corporal, linfonodos, pele e anexos, exame convencional dos grandes sistemas e glândulas mamarias, comportamento, atitude, postura, mucosas, FC, FR, temperatura, atentar para distúrbios circulatórios, etc. Exame físico específico: Inspeção: Avaliar a distensão e a tensão abdominal, sinais de movimentos fetais ou contrações musculares e de timpanismo. Examinar região perineal, vulva, cauda e glândula mamária (tamanho, forma, coloração, nodosidades, etc) verificando edemas, quantidade, qualidade, odor e cor da secreção vaginal. Observar a forma, tamanho, simetria dos lábios vulvares, posição, fechamento dos lábios, presença cicatrizes, aderências, inflamações, posição, grau de dilatação e relaxamento da vulva e ligamentos sacro-isquiaticos. A procura de aumento de volume, cicatrizes, prolapsos e lesões. Inspecionar ossos pélvicos. A inspeção da cervix é dificultada nos cães, devido a inúmeras dobras da mucosa vaginal. A inspeção indireta é feita com auxílio de vaginoscópio. Palpação: do Abdome, vulva e glândulas mamárias. OBS: Para caprinos, ovinos, grandes cães e animais obesos a manipulação do abdome é difícil, comprometendo em algumas circunstancias o diagnostico, sendo assim pouco eficaz. Exames complementares: Radiografias, Ultrassonografia, Endoscopia – histeroscopia (vagina e útero/serosa dos órgãos e ovários/parede abdominal), Exames hematológicos, Bioquímicos, exames microbiológicos e sorológicos, Citológico e histológico (esfregaço APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 46 | P á g i n a vaginal), Dosagem hormonal (soro, plasma, leite, urina e fezes – estado fisiológico e distúrbios endócrinos). APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 47 | P á g i n a EXAME CLÍNICO DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO: caninos, felinos, equinos e ruminantes Anamnese: Qual o problema? Qual a idade? Acompanha certificado andrológico? Foi adquirido recentemente? Já possui produtos? Consegue cobrir? Foi medicado? Qual a evolução? Desde quando percebeu? Apresenta dificuldade de se locomover? Exame físico geral: Desenvolvimento corporal conforme a idade, temperamento, estado geral (nutrição), características sexuais, aparelho circulatório, aparelho respiratório, aparelho digestório, aparelho locomotor (aprumos, articulações, coluna, etc.), parâmetros vitais, coloração das mucosas, etc. Exame físico específico: 1. BOLSA TESTICULAR/TESTICULOS/EPIDÍDIMOS: Inspeção direta: em pequenos animais é realizada em posição quadrupedal, no chão ou em cima de uma mesa de superfície não escorregadia, em bovinos é realizada em um tronco de contenção examinando por trás, e em equinos é realizada lateralmente. Observar a presença de escaras, cicatrizes, edemas, dermatites, assimetrias graves, etc. Analisar a circunferência escrotal. OBS: A bolsa testicular é geralmente elástica, lisa, fina, com pouco pêlo e relativamente pendulosa. Inspeção indireta: Ultrassom. Palpação: É realizada palpando-se o testículo individualmente, ao mesmo tempo em que é imobilizado na bolsa testicular. Avalia-se a consistência (que deve ser firme, assemelhando-se a um bíceps semiflexionado), tamanho, forma e simetria testicular. Verificar se ambos os testículos estão presentes na bolsa escrotal. Tentar identificar cabeça, corpo e cauda do epidídimo. Verificar simetria entre os cordões espermáticos. 2. PREPÚCIO E PÊNIS: Inspeção direta: em pequenos animais é feita em decúbito lateral, e em Grandes animais é feita lateralmente. Analisar no prepúcio: edemas, alterações congênitas, hemorragias, abcessos, grau de abertura do ostio prepucial. Pele deve ser fina, elástica e móvel, sem evidencia de inflamação. O pênis: pode ser exteriorizado, introduzindo-se a mão enluvada no prepúcio (cavalos), deixar o animal em decubito lateral e empurrar o prepúcio para trás com os dedos de uma das mãos (cães), utilizando drogas como APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 48 | P á g i n a acepromazina ou fêmeas no cio. Após exteriorização do pênis deve-se retirar o esmegma para correta avaliação. Palpação: O pênis deve ser palpado em toda a sua extensão. 3. GLÂNDULAS ANEXAS: Os animais domésticos apresentam geralmente 4 pares de glândulas, com exceção dos cães. Sua exploração pode ser feita de forma manual ou digital retal. 1. Duas glândulas bulbouretrais 2. Uma próstata (Sensibilidade, tamanho). 3. Duas ampolas, as quais envolvem cada segmento terminal dos ductos deferentes (Tamanho, sensibilidade, espessura, mobilidade). 4. Um par de glândulas vesiculares (Tamanho, forma, consistência, sensibilidade, espessura, mobilidade). OBS: deve-se examinar o animal em ação, avaliando-se: Libido, Ereção e Cópula. Exames complementares: Biópsia testicular, Biópsia por excisão, Biópsia por aspiração, Coleta de sêmen para análise espermática. APOSTILA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS DOMÉSTICOS 49 | P á g i n a REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. FEITOSA, F. Semiologia Veterinária: a arte do diagnóstico. São Paulo: Roca, 2004.
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