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Resenha Neoconstitucionalismo e Positivismo Jurídico

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Universidade Estadual do Piauí – UESPI 
Campus Poeta Torquato Neto 
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas – CCSA 
Coordenação do Curso de Direito – CCD 
Disciplina: Filosofia Geral e Jurídica 
Professora: Esther Maria Sá Castelo Branco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA 
 
Neoconstitucionalismo e Positivismo Jurídico: As Faces da Teoria do Direito em Tempos de 
Interpretação Moral da Constituição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alinne Pereira Jorge 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina, PI 
16/02/17 
 
 
 2 
RESENHA CRÍTICA 
 
 
INFORMAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
 
OTTO, Écio; POZZOLO, Susanna. Neoconstitucionalismo e Positivismo Jurídico: As 
Faces da Teoria do Direito em Tempos de Interpretação Moral da Constituição. 3ª ed. 
Florianópolis: Conceito Editorial, 2012. 220p. 
 
 
DADOS SOBRE OS AUTORES 
 
Écio Oto Ramos Duarte é Doutor em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza 
- UNIFOR, cursou Mestrado em Direito pela Universidade Federal do Ceará - UFC, possui 
Diploma de Estudos Avançados na área de Filosofia do Direito pela Universidad Carlos III de 
Madrid, Bacharelado em Direito pela UFPI, dentre outros cursos. Tem experiência na área das 
ciências humanas, com ênfase em Direito, Filosofia e Ciência Política, sendo autor de várias obras 
publicadas de Teoria do Direito e Teoria Constitucional. A italiana Susanna Pozzolo é Doutora em 
Filosofia Analítica e Teoria Geral do Direito, Docente do Curso de Direito do Departamento de 
Ciência Jurídica da Università degli Studi di Brescia. 
Possuidores que são de vasto conhecimento acerca do tema sobre o qual discorrem, 
conseguiram criar um cabedal de informações de suma importância para quem quer que se 
interesse pelo Direito e queira adquirir conhecimento sobre os paradigmas que permeiam a cena 
jurídica da atualidade. 
 
 
DADOS SOBRE A OBRA 
 
O livro é constituído de duas partes, cada uma delas sob a responsabilidade de um autor, 
traduzindo sua experiência e fundamentação sobre o Neoconstitucionalismo e seus contrapontos ao 
Positivismo Jurídico, em abordagens que se complementam, sendo a primeira parte escrita por 
Écio Otto e a segunda por Susanna Pozzolo. Conta ainda com um posfácio redigido pelo jurista 
Lenio Luiz Streck. 
Na primeira parte, Écio Otto realiza, em cinco capítulos, uma introdução ao 
neoconstitucionalismo e às formas atuais do positivismo jurídico, onde aquele figura como 
“primeira expressão de uma efetiva tentativa teórica antagonista ao positivismo jurídico”. 
No primeiro capítulo, o autor expõe sua idéia acerca dos rumos que vêm tomando o Estado 
e o Direito, os quais estariam se encaminhando para o neoconstitucionalismo, explicitando as 
razões pelas quais o positivismo jurídico contempla o seu ocaso, face à palpitante necessidade de 
uma ordem normativa capaz de promover a dignidade da pessoa humana. Cita, ainda neste 
capítulo, as três formas de neoconstitucionalismo enumerados por Paolo Comanducci, quais sejam: 
o neoconstitucionalismo teórico, o neoconstitucionalismo ideológico e o neoconstitucionalismo 
metodológico. Continuando sua abordagem, no segundo capítulo, o autor explana as classes do 
Positivismo Jurídico Contemporâneo, delineando seus modelos qualificativos e teses diversas, 
discordantes quanto à incorporação ou não da moral na composição do direito juridicamente 
válido. Otto apresenta, no terceiro capítulo, uma explanação sucinta do jusnaturalismo 
contemporâneo e suas concepções de direito: uma dualista – que defenderia a existência de um 
direito natural junto ao direito positivo e a outra monista, a qual admitiria a junção do direito à 
moral. O quarto capítulo foi utilizado para explanar a necessidade da construção de uma 
metodologia jurídica constituída sob a égide do princípio democrático, a partir de uma mediação 
epistemicamente vinculada à supremacia da Constituição. Nas palavras do autor: “[...] um conceito 
conjunto que compreende uma dogmática jurídica, uma metodologia, uma teoria da norma jurídica 
e uma teoria da justiça.” O autor conclui esta primeira parte condensando as propriedades e teses 
 3 
que se podem atribuir ao paradigma neoconstitucionalista, quais sejam: pragmatismo, ecletismo, 
principialismo, estatalismo garantista, judicialismo ético-jurídico, interpretativismo moral-
constitucional, pós-positivismo, juízo de ponderação, especificidade interpretativa, ampliação do 
conteúdo da Grundnorm e conceito não-positivista de direito. Ademais, a crítica a alguns aspectos 
do neoconstitucionalismo permeia todo o seu texto. 
Na segunda parte, Susanna Pozzolo - também em cinco capítulos - oferece um panorama 
reconstrutivo do neoconstitucionalismo, sublinhando seus pontos problemáticos e buscando dar 
sua contribuição na busca de uma solução para tais pontos. 
A autora utiliza o primeiro capítulo para introduzir o assunto, destacando a origem e 
características da doutrina neoconstitucionalista, enquanto política constitucional, “que indica não 
como o direito é, mas como o direito deve ser”. No segundo capítulo, Susanna Pozzolo discorre 
acerca de constitucionalismo e democracia, destacando o argumento neoconstitucionalista, 
esclarecendo e enumerando os instrumentos por ele propostos, ao tempo que pontua as 
inadequações do juspositivismo em relação ao direito constitucionalizado. O terceiro capítulo é 
dedicado a dar enfoque aos possíveis problemas inerentes à doutrina neoconstitucionalista, 
arrolando possíveis soluções, observando os posicionamentos de diversos pensadores do Direito, 
como Hart, Kelsen, Coleman, Comanducci, Schiavelo, entre outros. Já no quarto capítulo, o 
propósito é analisar a admissão da jurisprudência como fonte do direito, desenvolvendo 
observações, levantando questionamentos pertinentes e evidenciando as dificuldades relativas a 
esta temática. Neste ínterim, faz distinção entre indeterminação e subdeterminação; 
subdeterminação local e global. A autora conclui o seu texto levantando uma reflexão acerca das 
tarefas pragmáticas da teoria do direito, evidenciando as dificuldades presentes nas abordagens 
positivista e neoconstitucionalista, afirmando que “não pode existir uma teoria do direito que se 
limite a mostrar o que o direito é, mantendo-o separado do que deveria ser. 
No posfácio, Lenio Streck nomeia seu “lugar de fala” como Constitucionalismo 
Contemporâneo, a fim de distinguir o movimento teórico sobre o qual se posiciona do controverso 
neoconstitucionalismo que se coloca, discorrendo acerca das opiniões dos autores de forma crítica, 
enquanto evidencia a proximidade das ideias destes com o seu próprio pensamento, no sentido de 
crerem necessária a construção de uma teoria do direito remodelada para suprir as necessidades da 
sociedade atual e defenderem uma ruptura das tradições do positivismo normativista. 
 
 
POSICIONAMENTO CRÍTICO 
 
Do ponto de vista acadêmico, não se poderia descartar a obra como fonte de conhecimento 
sobre uma temática extremamente atual e pulsante no cenário vigente, posto que - nos últimos anos 
- o debate ao redor do positivismo jurídico tem se intensificado e tomado também novas vias. O 
tradicional desafio posto pelo jusnaturalismo vê-se enriquecido de argumentos que agora provêm 
da mesma área juspositivista e do neoconstitucionalismo. 
De um modo geral, os autores apóiam-se em diversos estudiosos para emitir seus pontos de 
vista. Buscou-se, na obra, enfatizar a necessidade premente na sociedade contemporânea de uma 
reconstrução dos padrões seguidos pelos juristas e pelo Estado, em busca de um “Estado de Direito 
Constitucional”, onde a lei não pode mais ter qualquer conteúdo e,principalmente, o direito não se 
exaure na lei. 
Os autores utilizam-se de linguagem formal e terminologia específica, exigindo do leitor 
conhecimento preexistente acerca dos paradigmas do Direito, ao tempo que convida à pesquisa a 
fim de melhor compreender suas abordagens. Não pode ser considerada uma obra de fácil 
compreensão para não iniciados na filosofia do direito por conter enunciados, citar paradigmas e 
postulados que requerem conhecimento prévio por parte do leitor. Contudo, o texto não se 
apresenta cansativo ou enfadonho, mas induz à reflexão por haver sido redigido de forma 
dinâmica, sendo evitadas as repetições desnecessárias de informações presentes nos trabalhos de 
alguns autores. As ideias expostas encontram-se embasadas nas teorias de grandes filósofos do 
direito, evidenciando a seriedade com que foi desenvolvida, bem como a notória respeitabilidade 
 4 
do livro de que ora tratamos. Os autores expõem os aspectos positivos e negativos dos paradigmas 
abordados, traçando sempre o comparativo e buscando uma problematização com possíveis 
soluções para as questões levantadas. 
O posfácio de Lenio Streck vem abrilhantar ainda o compêndio de que ora nos ocupamos, 
ao trazer as opiniões, posicionamentos e convicções próprias deste renomado jurista relativamente 
aos fenômenos advindos do pós-positivismo, mormente o neoconstitucionalismo, além de 
observações deveras valorosas concernentes ao trabalho dos autores. 
A obra pode ser compreendida como sendo de grande importância na literatura jurídica e 
para todos os que se interessam pelo estudo da teoria do direito e suas diversas perspectivas. 
Considerando a contemporaneidade dos temas discutidos, desenha-se como uma obra de imenso 
valor tanto para os acadêmicos do Direito quanto para juristas e demais operadores do direito, visto 
que elucida as mudanças que figuram no panorama da sociedade, Estado e direito hodiernos. 
 
 
 
Alinne Pereira Jorge 
Acadêmica do Curso de Direito da Universidade Estadual do Piauí - UESPI

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