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* Esquizofrenia e seus subtipos * Principal transtorno PSICÓTICO Causas permanecem desconhecidas Efeitos devastadores Comum: desde adolescência ou início idade adulta Diminuição acentuada qualidade de vida / produtividade Necessidade de tratamento medicamentoso a longo prazo 10% morrem por suicídio Sobrecarga para família e sociedade / Grandes custos humanos e financeiros * Prevalência da esquizofrenia na população geral e em famílias População geral 1% Filho 13% Irmão 9% Pai/Mãe 6% Neto 5% Sobrinho/Sobrinha 4% Tio/Tia 2% Primo/Prima 2% * Caracterização clínica Considerável heterogeneidade de sintomas e curso Nenhum sinal ou sintoma é patognomônico Quadro agudo, florido (sintomas positivos) * Conceitos básicos - Sintomatologia Sintomas positivos (mais comuns em surtos psicóticos agudos) Delírios Alucinações Incoerência do pensamento Alterações afetivas Alterações psicomotoras Sintomas negativos (presentes cronicamente) Embotamento afetivo Pobreza do discurso Pobreza do conteúdo do discurso Empobrecimento conativo Distratibilidade Isolamento social Sintomas catatônicos podem predominar numa minoria de quadros agudos * “Demência precoce”: quadros psicóticos de início precoce (adolescência) e de curso crônico. Dicotomização versus psicoses “maníaco depressivas” (diferentes por serem episódicas, com volta completa à normalidade). Base orgânica pressuposta, mas não definida. Classificação agrupa quadros de sintomatologia distinta, mas curso a longo prazo semelhante: Kahlbaum ( 1869 ): catatonia E. Hecker ( 1871 ): hebefrenia Emil Kraepelin (1856–1926) * Forma mais comum, caracterizada pela presença de delírios persecutórios e alucinações Paranóide (F20.0) * Caracterizada por comportamento bizarro, pueril, risos imotivados, pensamento desorganizado, prognóstico sombrio. Desorganizada ou hebefrênica (F20.1) * Caracterizada por alterações motoras, da hiperatividade ao estupor , flexibilidade de cera, mutismo, negativismo. * Embotamento afetivo, afastamento social, pensamento ilógico, pouca manifestação de sintoma positivo * Heterogeneidade clínica: sub-tipos Hebefrênico (ou desorganizado) / Paranóide / Catatônico / Simples (?) / Indiferenciado / Residual * Diagnóstico diferencial Transtornos psicóticos orgânicos Transtornos do humor Transtorno esquizoafetivo Outros transtornos psicóticos Transtornos paranóides Transtorno esquizofreniforme Psicoses reativas breves Transtornos de personalidade Esquizotípica - Paranóide Esquizóide - Borderline * Critérios Operacionais Presença de sintomas de pelo menos um dos seguintes subgrupos , por 1 mês: (a) Eco, inserção, roubo ou difusão do pensamento (b) Delirírios de controle, passividade; percepção delirante (c) Alucinações auditivas (d) Delírios bizarros ( políticos, religiosos, grandeza) Presença de sintomas de pelo menos dois dos seguintes subgrupos, por 1 mês: (e) alucinações, em geral acompanhadas de delírios pouco estruturados (f) incoerência do pensamento, neologismos (g) comportamento catatônico (h) sintomas negativos Ausência de sintomas afetivos proeminentes concomitantes Ausência de doenças cerebrais, intoxicações por drogas, ou síndromes de abstinência * Neuropatologia Conclusão: dados sugerem alterações do neurodesenvolvimento * Alteração dopaminérgica? A eficácia dos antipsicóticos tradicionais está diretamente ligadas à potência do bloqueio de receptores dopaminérgicos Fisiopatologia: alterações neuroquímicas * Hipótese de hiperdopaminergia “Os sintomas positivos da esquizofrenia estão associados a um aumento da atividade dopaminérgica cerebral” (Davis et al 1991) Investigações: Metabólitos dopaminérgicos em fluídos corporais (liquor, por exemplo) Dopamina e metabólitos em cérebros post-mortem Alteraçoes de receptores em cérebros post-mortem Estudos de neuroimagem com PET ou SPECT * Heteregeneidade etiológica é provável, com múltiplos fatores envolvidos * Genética epidemiológica Estudos em famílias, gêmeos e em adotivos demonstram a existência de um componente genético para a esquizofrenia * A genome-wide scan for linkage in schizophrenia DeLisi et al, Am J Psychiatry 2002 (309 famílias – 396 marcadores em todo o genoma) * Fatores de risco ambientais na esquizofrenia Complicações obstétricas (O´Callaghan et al 1992; Seidman et al, 2000) Infecções virais (Mednick et al 1988; Cooper 1992; Tsuang & Faraone, 1995) Vida em áreas urbanas (Lewis et al 1992) Privação sócio-econômica na gestação e vida precoce (Castle et al 1993) Desnutrição durante gestação (Susser et al 1995) Temperatura ambiental (Gupta & Murray 1992) Estresse materno durante gravidez (Van Os et al 1998) * Aspectos psico-sociais na esquizofrenia - A relevância do ambiente familiar - Alta emoção expressa Brown et al (Londres): Ano No Pacientes Seguimento Taxa de recaída (%) Alta EE Baixa EE 1962 97 1 ano 56 21 1972 101 9 meses 58 16 Recaídas Re–hospitalizações * O papel do estresse (tanto psicossocial quanto físico) como fator de risco para o desencadear de transtornos psiquiátricos tem sido formulado e investigado há várias décadas (Holmes e Rahe, 1967; Brown, 1974) Piora Sintomatológica Hirsch et al 1996 Aspectos psico-sociais na esquizofrenia - O papel dos “Eventos Vitais” - Estressores psico-sociais * Opções limitadas até o início do século XX... * Efeitos agudos: Tranquilização Controle de agitação psicomotora / agressividade Ao longo de dias / semanas: Redução de sintomas positivos (alucinações, delírios e confusão mental) A médio / longo prazo: Prevenção de recaídas * Estratégias psico-sociais na esquizofrenia Abordagem familiar Programas de tratamento assertivo na comunidade (“case management”). Treinamento de habilidades sociais Programas tutorados de emprego (reabilitação vocacional). Psicoterapias individuais (de apoio, cognitivo-comportamentais, não-interpretativas). Todas as estratégias acima têm sido avaliadas em ensaios clínicos controlados (Penn & Mueser, 1996; Bustillo e cols, 2001) * Ganho de peso, irregularidade menstrual Hipotensão ortostática Boca seca, visão turva, constipação intestinal, retenção urinária e íleo paralítico sonolência, tonturas Hipersalivação (clozapina) Disfunções sexuais diversas
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