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Informativos relevantes STJ/STF 
(2016/2017) 
 
Tema: Dosimetria da pena 
 
1. Aumento da pena-base pelo fato de o crime funcional ter sido praticado por policial. Possibilidade? 
 
Critério de aplicação da PPL (art. 68, CP) 
 
1ª fase: 
2ª fase: 
3ª fase: 
 
É legítima a utilização da condição pessoal de policial civil como circunstância judicial desfavorável para fins de 
exasperação da pena-base aplicada a acusado pela prática do crime de concussão. 
 
Aquele que está investido de parcela de autoridade pública — como é o caso de um juiz, um membro do Minis-
tério Público ou uma autoridade policial — deve ser avaliado, no desempenho da sua função, com maior rigor do 
que as demais pessoas não ocupantes de tais cargos. STF. 1a Turma. HC 132990/PE, rel. orig. Min. Luiz Fux, 
red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 16/8/2016 (Info 835). 
 
2. Corrupção passiva. A obtenção de lucro fácil pode ser considerada pelo magistrado como circunstância judicial 
desfavorável? 
 
Dosimetria. Valoração indevida de uma das circunstâncias judiciais reputadas desfavoráveis ao réu. Utilização de 
elementares inerentes aos tipos penais de concussão e corrupção passiva (obtenção de lucro fácil e cobiça) como 
motivos dos crimes. 
 
A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e corrupção passiva (arts. 
316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las, para exasperação da pena base, no momento em que analisados os 
motivos do crime – circunstância judicial prevista no art. 59 do CP. 
 
Assim sendo, no exame das circunstâncias judiciais envolvendo a prática desses dois delitos, a jurisprudência 
desta Corte vem entendendo que a cobiça, a ganância e a intenção de obter lucro fácil constituem elementares 
dos delitos, não podendo, assim, serem utilizadas novamente na apreciação das circunstâncias judiciais para justi-
ficar a elevação da pena base. EDv nos EREsp 1.196.136-RO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por una-
nimidade, julgado em 24/5/2017, DJe 1/8/2017. 
 
Tema: Perdão judicial 
 
 Natureza jurídica do perdão judicial: 
 CTB e perdão judicial: O art. 300 do CTB previa o perdão judicial, mas foi vetado pelo Presidente da República. 
Pergunta-se: É possível aplicar o perdão judicial no CTB? 
 
Questão: Motorista, culposamente, deu causa a morte do namorado e do amigo. Concurso formal de crimes. O 
perdão judicial aplicado a um dos delitos alcança o outro 
 
Necessário um vínculo de parentesco? 
 
Extensão automática dos efeitos para o outro crime? 
 
STJ: Duplo homicídio culposo no trânsito. Concurso formal. Art. 302, caput, da Lei 9.503/97 c/c art. 70 do CP. 
Morte do namorado e do amigo. Perdão judicial. Art. 121, § 5º, do CP. Concessão. Vínculo afetivo entre réus e 
vítimas. Necessidade de comprovação. Extensão dos efeitos pelo concurso formal. Inviabilidade. O fato de os 
delitos haverem sido cometidos em concurso formal não autoriza a extensão dos efeitos do perdão judicial conce-
dido para um dos crimes, se não restou comprovado, quanto ao outro, a existência do liame subjetivo entre o in-
frator e a outra vítima fatal. REsp. 1.444.699-RS, Rel. Min. Rogério Shcietti Cruz, por unanimidade, julgado em 
1/6/2017, DJe 9/6/2017. 
 
 
 
 
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Tema: Crime ambiental e princípio da insignificância 
 
1. Requisitos para aplicação do princípio da insignificância: 
 
a) Mínima ofensividade da conduta do agente 
b) Ausência de periculosidade social da ação 
c) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
d) Inexpressividade da lesão jurídica causada. 
 
Questão: O crime de pesca ilegal admite a aplicação do princípio da insignificância? 
 
 Crime ambiental. Pesca em local proibido. Princípio da insignificância. Ausência de dano efetivo ao meio ambi-
ente. Atipicidade material da conduta. Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei 9.605/98 na hipótese em 
que há a devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado. A controvérsia gira em torno do prin-
cípio da insignificância à conduta do pescador que, ao retirar espécime do rio, não concretiza a pesca, pois realiza 
a devolução do peixe ainda vivo ao seu habitat. Desse modo, tem-se que a devolução do peixe vivo ao rio de-
monstra a mínima ofensividade do meio ambiente, (...) REsp 1.409.051-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, por unanimi-
dade, julgado em 20/4/2017, DJe 28/4/2017. 
 
Tema: Princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública 
 
Divergência 
 
STF: Ex-prefeito condenado pela prática do crime previsto no art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/1967, por ter utilizado 
máquinas e caminhões de propriedade da Prefeitura para efetuar terraplanagem no terreno de sua residência. 3. 
Aplicação do princípio da insignificância. Possibilidade. (...) (HC 104286, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Tur-
ma, julgado em 03/05/2011) 
 
STF: Delito de peculato-furto. Apropriação, por carcereiro, de farol de milha que guarnecia motocicleta apreendida. 
Coisa estimada em treze reais. Res furtiva de valor insignificante. Periculosidade não considerável do agente. 
Circunstâncias relevantes. Crime de bagatela. Irrelevância no caso. Aplicação do princípio da insignificância. Atipi-
cidade reconhecida (STF – HC 112.388/SP, Min. Rel. Ricardo Lewandowski, 21/08/2012). 
 
STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes cometidos contra a Administração Pública, ainda que o 
valor seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não somente o patrimônio, mas também a moral admi-
nistrativa AgRg no AREsp 487715/CE,Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, Julgado em 
18/08/2015,DJE 01/09/2015 
 
STJ: Não é possível a aplicação do princípio da insignificância a prefeito, em razão mesmo da própria condição 
que ostenta, devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela ética e pela moral, não havendo espa-
ço para quaisquer desvios de conduta. (...) (HC 148.765/SP, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, Sexta Tur-
ma, julgado em 11/05/2010). 
 
Súmula 599, STJ: ”O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública”. 
 
Aprofundando o tema 
 
Questão: Essa súmula do STJ aplica-se a todos os crimes contra a Administração Pública? 
 
Título XI – Dos crimes contra a Administração Pública 
 
 Capítulo I – Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral. 
 Capítulo II – Dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral 
 Capítulo II – A. Dos crimes praticados por particular contra a Administração Pública estrangeira 
 Capítulo III – Dos crimes contra a Administração da Justiça 
 Capítulo IV – Dos crimes contra as finanças públicas. 
 
 
 
 
 
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Obs. Embora o texto da súmula se refira genericamente aos crimes contra a Administração Pública, parece-nos 
que sua incidência deve se concentrar nos crimes funcionais. Em primeiro lugar, porque é no entorno desses cri-
mes que a moralidade administrativa é mais atingida. 
 
E, em segundo lugar, porque há ao menos um crime contra a Administração Pública – cometido por particular – 
em que tanto o STJ quanto o STF admitem a insignificância: o descaminho (Rogério Sanches) 
 
Código Penal 
 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo 
consumo de mercadoria. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 
Questão: Qual o valor a ser considerado para a incidência desse principio? 
 
Lei 10.522/2002. Não será ajuizada execução fiscal quando o valor da dívida for igual ou inferior a 10mil. 
 
Atenção! O Ministério da Fazenda editou as Portarias 75/2012 e 130/2012 elevando esse patamar para 20mil. 
 
Tema: Princípio da insignificânciae Lei Maria da Penha 
 
Súmula 589, STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados con-
tra a mulher no âmbito das relações domésticas (13/09/2017). 
 
"[...] Lei Maria da Penha. Princípio da bagatela imprópria. Inaplicabilidade. Violência doméstica. [...] 2. A jurispru-
dência desta Corte Superior está consolidada no sentido de não admitir a aplicação dos princípios da insignificân-
cia e da bagatela imprópria aos crimes e contravenções praticados com violência ou grave ameaça contra mulher, 
no âmbito das relações domésticas, dada a relevância penal da conduta, não implicando a reconciliação do casal 
atipicidade material da conduta ou desnecessidade de pena. [...]" (HC 333195 MS, Rel. Ministro RIBEIRO DAN-
TAS, QUINTA TURMA, julgado em 12/04/2016, DJe 26/04/2016) 
 
Tema: Teoria do domínio do fato 
 
 Quem é o autor para o Direito Penal Brasileiro? 
 Doutrina tradicional: O CP acolheu a teoria objetivo-formal. 
 
Autor: é quem realiza o núcleo do tipo. 
 
Partícipe: todos os demais que concorrem para o crime sem executá-lo. 
 
 Doutrina moderna e jurisprudência: adotam a teoria do domínio do fato. 
 
Autor: não é simplesmente aquele que executa o verbo. Autor é quem controla o fato, ou seja, quem decide a sua 
forma de execução, seu início, cessação e demais condições. 
 
Partícipe: aquele que, embora colabore dolosamente para o alcance do resultado, não exerça domínio sobre a 
ação. 
 
 Doutrina tradicional: O CP acolheu a teoria objetivo-formal. Autor é quem realiza o núcleo do tipo. Todos os 
demais que concorrem para o crime sem executá-los são partícipes. 
 Doutrina moderna e jurisprudência: adotam a teoria do domínio do fato. Autor não é simplesmente aquele que 
executa o verbo. 
 
Questão: De acordo com a teoria do domínio do fato, aquele que está numa posição hierarquicamente superior 
sempre terá o domínio do fato? 
 
STF: A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal concedeu Habeas Corpus ao ex-presidente da OPP Petro-
química S/A e da OPP Polietilenos S/A (empresas incorporadas pela Braskem), acusado de evasão de divisas. 
 
 
 
 
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A decisão do colegiado determinou o trancamento de ação penal por inépcia da denúncia, uma vez que a acusa-
ção se baseava na teoria do domínio do fato, sem contudo apresentar descrição mínima da conduta delituosa 
atribuída ao executivo (HC 127397) – 6/12/2016 
 
STF: A Segunda Turma, por unanimidade, concedeu ordem em habeas corpus para trancar ação penal envolven-
do ex-diretores de empresa de telefonia por crimes contra a Fazenda Pública (art.1º, II, da Lei 8.137/90 c/c art. 71 
do CP). De acordo com a denúncia, os impetrantes, com domínio dos fatos na administração da sociedade anô-
nima, teriam fraudado a Fazenda Pública de Pernambuco por meio da inserção de elementos inexatos em livros 
fiscais. Créditos tributários supostamente inexistentes teriam sido destacados em notas fiscais de aquisição de 
serviços de telecomunicações para reduzir o valor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
(ICMS). Além disso, os acusados não apenas detinham poder para decidir sobre a ilicitude, como também para 
persuadir os funcionários contratados a executarem o ato, sendo os responsáveis pela ocorrência da redução do 
tributo. O Min. Ricardo Lewandowski (relator) asseverou que não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura 
e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica os diretores estatutários da empresa, espa-
lhados pelo Brasil, para lhes imputar um crime fiscal que teria sido supostamente praticado no Estado-membro 
(HC 136250, Min. Ricardo Lewandowski, 23/05/2017). 
 
STF: A teoria do domínio do fato não preceitua que a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para 
demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Do mesmo modo também não permite a condenação de um agente 
com base em conjecturas (...). 
 
No caso, o apelante, deputado federal e ex-governador, foi condenado por peculato-desvio, por supostas irregula-
ridades verificadas no durante a fase licitatória e de execução de obras para drenagem de águas pluviais na cons-
trução e ampliação de quatro grandes lagoas para deságue final que objetivava pôr termo a enchentes (...) 
 
Destacou que nada mais se argumentou sobre a atuação do réu na empreitada criminosa além do fato de ele ter 
assinado os instrumentos de repasse e ter dado continuidade à obra que foi considerada irregular pelo TCU. (...) A 
razão para a ausência de argumentos mais concretos a comprovar o dolo e autoria, ao que tudo indica pela fre-
quente menção à “superioridade hierárquica do réu” é a consideração pelo Ministério Público de que a adoção da 
teoria do domínio do fato dispensaria o aprofundamento do papel por ele desenvolvido nas fraudes denunciadas. 
É por isso que a adoção da teoria do domínio do fato, nos moldes em que utilizada pelo juízo de primeiro grau, 
não socorre ao apelo acusatório. 
 
Antes disso, acaba por infirmá-lo, na medida em que restringe o conceito aberto de autor preceituado pelo art. 29 
do CP. AP 975/AL, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 3.10.2017. 
 
Tema: Desacato 
 
 STJ, 5ª Turma - Resp. 1.640.084 - 15/12/2016. O desacato é incompatível com a ordem constitucional e com a 
legislação internacional de que o Brasil faz parte. 
 
Fundamento: 
 
 Terceira Seção: HC 379.269. O desacato continua sendo crime. A tipificação penal da ofensa contra o funcio-
nário público no exercício de suas funções é uma proteção adicional que não impede a liberdade de expressão, 
desde que exercida sem exageros. 
 
E afastar a figura criminosa do desacato não traria mudança significativa nos limites do direito de expressão, pois 
o exagero poderia de qualquer forma ser punido como injúria majorada. 
 
Logo, o esforço para discernir a censura do insulto permaneceria. O importante não é afastar a priori a possibili-
dade de punição do desacato, mas, mantendo a proteção ao exercício da função pública, exercer o controle sobre 
eventuais abusos desse exercício. 
 
Noutras palavras, compete ao Poder Judiciário garantir tanto a punição do exagero do direito de crítica à atividade 
desempenhada pelo funcionário público quanto a punição do abuso na reação do funcionário diante de uma crítica 
justa proferida pelo cidadão. Não bastasse, embora a Comissão Interamericana de Direitos Humanos tenha se 
 
 
 
 
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manifestado contrariamente à punição criminal do desacato, a Corte Interamericana tem admitido que se invoque 
o Direito Penal para punir excessos no exercício da liberdade de expressão. 
 
Tema: Perda do cargo 
 
1º ponto: A perda do cargo é efeito automático da condenação? 
 
 Regra geral: 
 Exceção: 
 
Código Penal 
 
Art. 92: São também efeitos da condenação: 
 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
(...) 
 
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados 
na sentença. 
 
Lei 9.455/97 
 
Art. 1º § 5º. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exer-
cício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
 
Lei 7.716/89 
 
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão 
do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses. 
(...) 
 
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente 
declarados na sentença. 
 
2º ponto: A perda do cargo guarda uma relação de contemporaneidade com o crime, ou seja, o agente só perde o 
cargo que ele ocupava no momento da prática do crime? 
 
STJ: Pena de perda do cargo público. Restrição ao cargo exercido no momento do delito. Art. 92 do CP. A pena 
deperdimento deve ser restrita ao cargo ocupado ou função pública exercida no momento do delito, à exceção da 
hipótese em que o magistrado, motivadamente, entender que o novo cargo ou função guarda correlação com as 
atribuições anteriores. REsp 1.452.935-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por unanimidade, julgado em 
14/3/2017, DJe 17/3/2017. 
 
Tema: Classificação doutrinária de crimes quanto ao resultado jurídico 
 
Crime de dano: 
 
 Crime de perigo: 
 
O crime de perigo classifica-se em: 
 
 Perigo abstrato: 
 Perigo concreto: 
 
Atenção! Parcela da doutrina defende que os crimes de perigo abstrato são inconstitucionais, por violarem o prin-
cípio da ofensividade ou da lesividade. 
 
Fundamento: 
 
 
 
 
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Obs. A doutrina amplamente dominante e também a jurisprudência admitem os crimes de perigo abstrato. Trata-
se de uma técnica que deve ser utilizada pelo legislador para proteger de forma eficiente bens jurídicos. 
 
Questão: Como saber se o crime é de perigo concreto ou de perigo abstrato? 
 
Lei 11.343/06 
 
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade 
de outrem: 
Pena: (...) 
Questão: Entregar o veículo automotor a pessoa não habilitada é crime de perigo abstrato ou concreto? 
 
Lei 9.503/97 
 
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação 
cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por 
embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
 
Súmula 575-STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veiculo automotor à pes-
soa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, inde-
pendentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo. 
 
Tema: Estupro 
 
1. Para a caracterização do estupro é necessário o contato físico entre o autor e a vítima? 
 
A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos desnuda em 
motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito de estupro de vulnerável. Segundo a 
posição majoritária na doutrina, a simples contemplação lasciva já configura o “ato libidinoso” descrito nos arts. 
213 e 217-A do Código Penal, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre 
ofensor e ofendido. STJ. 5ª Turma. RHC 70.976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016 (Info 587). 
 
Questão: Tício, com 18 anos de idade, mantém relação sexual consentida com sua namorada de 13 anos. Nesse 
caso, há crime de estupro de vulnerável? 
 
Estupro de vulnerável 
 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
 
Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato libidi-
noso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experi-
ência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 
25/10/2017, DJe 06/11/2017. 
 
Obs. Nossos tribunais não acolhem a chamada ”exceção de Romeu e Julieta”. Há crime, mesmo que a diferença 
de idade entre autor e vítima seja menor que cinco anos e ainda que o ato seja consentido. 
 
Questão: Qual a ação penal no caso de estupro de vulnerável? 
 
Estupro de vulnerável 
 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
 
 
 
 
 
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§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou defi-
ciência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não 
pode oferecer resistência. 
 
Código Penal 
 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicio-
nada à representação. 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
 
1 C - A “pessoa vulnerável” é somente aquela que possui uma incapacidade permanente de oferecer resistência à 
prática dos atos libidinosos. Se a pessoa é incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência dos 
atos libidinosos, ela não pode ser considerada vulnerável para os fins do parágrafo único do art. 225, de forma 
que a ação penal permanece sendo condicionada à representação da vítima. (STJ. 6ª Turma. HC 276.510-RJ, 
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/11/2014 (Info 553). 
 
2 C - Em casos de vulnerabilidade da ofendida, a ação penal é pública incondicionada, nos moldes do parágrafo 
único do art. 225 do CP. Esse dispositivo não fez qualquer distinção entre a vulnerabilidade temporária ou perma-
nente, haja vista que a condição de vulnerável é aferível no momento do cometimento do crime, ocasião em que 
há a prática dos atos executórios com vistas à consumação do delito. STJ. 5ª Turma. HC 389.610/SP, Rel. Min. 
Felix Fischer, julgado em 08/08/2017. 
 
Tema: Cumprimento de pena 
 
Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em 
regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. 
 
Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, 
para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como 
'colônia agrícola, industrial' (regime semiaberto) ou 'casa de albergado ou estabelecimento adequado' (regime 
aberto) (art. 33, § 1º, alíneas "b" e "c"). 
 
No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do 
regime fechado. 
 
Questão: Condenado ao cumprimento de PPL em regime semiaberto. Cumprimento em local inadequado. Ajuizou 
Reclamação postulando prisão domiciliar ou antecipação do regime aberto. Possibilidade? 
 
STF: A segunda turma julgou improcedente reclamação ajuizada para garantir a observância, pela instância de 
origem, da SV 56. O reclamante cumpre pena em regime semiaberto. Em razão de não estar recolhido em colônia 
penal, pleiteou lhe fosse concedida prisão domiciliar ou antecipação de regime aberto, o que foi negado. 
 
O colegiado ressaltou o direito de o apenado cumprir a reprimenda em estabelecimento adequado ao regime im-
posto. Ponderou que a concessão de prisão domiciliar ou regime aberto é inviável, diante do regramento previsto 
na Lei de Execução Penal. Informou que o reclamante cumpre pena em ala de penitenciária destinada exclusiva-
mente a internos do regime semiaberto e que todos os benefícios inerentes ao regime lhe são assegurados. A 
Turma deliberou no no sentido de serem aceitáveis estabelecimentos não qualificados como colônia agrícola ou 
industrial (regime semiaberto) ou casa de albergado ou estabelecimento adequado (regime aberto). Entretanto, 
não é permitido o alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 
Rcl 25123/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18.4.2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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