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suplementação nutricional e fitoterapia na saúde e book 1pdf

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2 
Sumário 
1. Fitoterápicos nos ciclos da vida ............................................................................ 3 
1.1. Fitoterápicos e usos em Pediatria .............................................................. 3 
1.2. Fitoterápicos e usos em Gestantes e Lactantes....................................... 10 
1.3. Fitoterápicos e usos em Adulto ............................................................... 19 
1.4. Fitoterápicos e usos em Geriatria ............................................................ 26 
 
2. Suplementação nos Ciclos da Vida ..................................................................... 31 
2.1. Suplementação na Gestação e Lactação ................................................. 31 
2.2. Suplementação em Pediatria ................................................................... 41 
2.3. Suplementação no Adulto ....................................................................... 44 
2.4. Suplementação no Idoso ......................................................................... 47 
 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1. Fitoterápicos nos Ciclos da Vida. 
 
1.1. Fitoterápicos e usos em Pediatria 
 
No uso de fitoterápicos, é importante que sejam respeitadas as 
indicações, dosagens e formas de administração sugeridas para que a utilização 
do fitoterápico seja segura e eficaz seja ela em qual faixa etária for. Porém na 
criança há necessidade redobrada, pois, a criança é distinta do adulto e as 
indicações são diferentes conforme a faixa etária. 
A idade permitida para utilização das plantas medicinais varia com relação a 
cada espécie e forma de utilização. A maioria das plantas usadas e relatadas na 
literatura para pediatria, tratam-se de distúrbios gastrointestinais, afecções 
respiratórias, inflamações laríngeas e lesões cutâneas e são indicadas para 
crianças acima de 2 anos de idade. A utilização é feita geralmente sob forma de 
chás, gargarejos, inalações, cataplasmas e banhos, de acordo com a queixa. De 
acordo com a RDC 02/2014, a indicação geral de fitoterápicos na pediatria segue 
a seguinte dosagem: 
 
 1/3 da dose do adulto: crianças de 2 a 6 anos; 
 1/2 da dose do adulto: crianças de 6 a 12 anos. 
 
Estudos são realizados em diversas regiões do país, com finalidade de 
averiguar o uso de fitoterápicos em crianças e o conhecimento dos pais em 
relação a estes, a exemplo de um estudo realizado no Piauí, com mães de 
crianças de até cinco anos de idade, para comparar saberes científicos e 
populares no uso de plantas medicinais em condições de saúde-doença. Essas 
mães tinham pouco contato com médicos, mas muito contato com farmácias 
vivas, criadas pela Universidade Federal do Ceará, a fim de viabilizar a utilização 
de plantas medicinais àqueles que não tinham acesso a alopatia. 
Em outro estudo, realizado em SP, 66% de mães de crianças de até cinco 
anos de idade que frequentam dois Centros de Saúde da cidade de São Paulo 
(região central e outro na região periférica) utilizavam a fitoterapia para o cuidado 
de seus filhos na cólica intestinal, sintomas de gripe e para tranquilizá-los 
(sedativo leve). Algumas ervas como a camomila, a erva-doce e a hortelã são 
tradicionalmente usadas em crianças, sendo seu conhecimento passado de 
geração para geração, independente da própria indicação que o profissional de 
saúde faça no atendimento da criança. 
Outro estudo no Sul do Rio Grande do Sul, visando identificar as plantas 
medicinais utilizadas na saúde da criança, por famílias de agricultores, foram 
citadas seis plantas (Chrysanthemun cinerariifolium, Foeniculum vulgare, 
Accasellowiana, Citrus sp., Origanun sp., Sambucus spp.), sendo que apenas 
 
 
4 
para uma (Foeniculum vulgare) encontramos estudos farmacológicos 
comprovando o que os sujeitos da pesquisa referiram. 
As regras básicas para utilização de fitoterápicos em pediatria são citadas 
por Schilcher, 2005 – uma das poucas referências especializadas em 
fitoterápicos e usos em pediatria. Esta referência Alemã tornou-se padrão, em 
conjunto com a IN2, que possui algumas indicações para esta faixa etária, 
indicando dosagens e idades mínimas para uso. 
Nesta literatura de Shilcher, 2005, verificamos apontamentos importantes 
para o uso de fitoterápicos em pediatria, como: 
 As doses terapêuticas prescritas para recém-nascidos e crianças deve-se 
levar em consideração, que a proporção de curas espontâneas de muitas 
condições agudas é maior do que em adultos. Em infecções causadas por 
vírus comuns, desaparecem em poucos dias, mesmo sem a aplicação de 
medicamentos. 
 
 A farmacodinâmica da maioria dos medicamentos, desencadeia a mesma 
ação em pessoas de diferentes idades. A dosagem necessária e os 
possíveis efeitos colaterais, em geral são bem diferentes. Há necessidade 
de conhecimento da farmacodinâmica relacionada à idade e dar atenção 
particular a esta e aos prováveis efeitos colaterais. 
 
 Questões relacionadas a automedicação ou medicação que os pais 
fornecem aos filhos, sem prescrição profissional: 
o Necessidade de detecção do problema/causa antes da medicação; 
o Evitar o uso de diversos medicamentos em conjunto; 
o Tratar os problemas com baixa dosagem; 
o Usado somente a curto prazo; 
o Sempre consultar um profissional habilitado; 
o Sintomas diversos (que aparecem com o uso do 
fitoterápico/medicamento) que ultrapassam 1 x ao dia, devem ser 
avaliados como efeitos adversos por um profissional habilitado; 
 
 É necessário avaliar as formas farmacêuticas de emprego, para que o 
objetivo seja alcançado e avaliando-se os riscos do consumo desta forma 
empregada e a concentração de fitoquímicos e marcadores em cada tipo 
de forma empregada. 
Em relação ao consumo de óleos essenciais via oral, citados nesta 
referência, observamos que os Alemães possuem alguns usos documentados e 
relatados como seguros, porém no Brasil o uso restringe-se a maioria dos óleos 
essenciais via externa (tópica, inalatória etc.) e poucos relatos de segurança de 
uso destes em via oral. Em pesquisas de diversos autores e profissionais da 
área, avaliamos que o uso é pontual e deve ser pesquisado cada óleo essencial 
de cada fitoterápico em específico, avaliando-se a concentração de fitoquímicos, 
 
 
5 
grau de pureza, potencial efeito e principalmente risco de intoxicação conforme 
seus componentes – uma vez que os óleos essenciais concentram os compostos 
e podem potencializar os efeitos tóxicos e hepatotóxicos. 
Nesta literatura Alemã há estes relatos de uso e ele será comentado neste 
material, porém há necessidade de estudo profundo de cada óleo essencial 
individualmente, bem como composição e teor de pureza para que o mesmo 
possa ser empregado com segurança, principalmente em crianças e idosos (que 
possuem absorção e metabolização diferenciadas em relação aos adultos, 
expondo estes a maior risco de consumo). 
Um Exemplo clássico de emprego do óleo essencial em pediatria é citado por 
Alexandrovitch et al, 2003 onde avalia-se como seguro e eficaz o óleo essencial 
de Foenicum vulgare, em forma de uma emulsão (comercializada em outros 
países) para tratamento de cólicas infantis. 
As orientações acerca dos óleos essenciais em emprego via oral são de 
pesquisas individualizadas, antes de sua utilização para que haja segurança 
científica deseu emprego. 
 Alguns dos fitoterápicos mais citados para uso em pediatria são: 
 
 Salvia officinallis (Sálvia): Inflamações da mucosa oral e faríngea. 
Gargarejo e lavagens - Infusão 10 minutos - (2-3x/dia) – 1 colher de chá 
da folha - 150ml de agua 
Tintura: 1 colher de chá - 1 copo de água 
Óleo Essencial: 1 ou 2 gotas do Óleo essencial para 100ml de agua 
 
 Malva silvestris L (Malva) e Verbascum densiflorum (Verbasco): 
Tosse improdutiva e seca 
Malva silvestris L (Malva) 
Infusão flores e folhas 
1,5g (1/ dose) 
2,5g (1/2 dose) 
Segundo critérios de doses da IN2 
 
 Verbascum densiflorum (Verbasco): Tosse Improdutiva e seca, Ótimo 
como base, adocicado. 
Infusão: 1 colher de sopa das flores para 200ml de água 
 
 
 Glycyrrhiza glabra L (Alcaçuz) e Hedera helix L (Hera): Tosse 
produtiva 
Glycyrrhiza glabra L (Alcaçuz) – raiz descascada 
• Xarope (0,5-1g – 1-5x/dia) 
 
 
6 
• Infusão (1 colher de chá - 150ml de agua) 
 
Hedera helix L (Hera): Tosse produtiva 
• Extrato padronizado das folhas manufaturado (1g do extrato – 10mg de 
papaverina) não utilizar a casca. 
As folhas de Hedera helix são pouco indicadas em preparações caseiras, 
pois a dose média diária de 0,3g é excedida em chás e também por 
conterem diferentes misturas de saponinas. Mas o extrato padronizado 
(manufaturado) é bem documentado e observado como seguro – sendo 
comercializado comumente em forma de xaropes. 
Atenção: ANVISA indica não utilizar em crianças menores de 2 anos 
 
 Salix alba (Salgueiro): Febre, Gripes e Resfriados 
Infusão 
Até 4 anos – 10mg de salicina (1g) 
4 anos ou mais – 15-20mg de salicina (2 a 2,5g) 
 
Padronização do Marcador: 
Adulto: 6-12g de droga vegetal 60-120mg de salicina (dosagem em adultos) 
Crianças: até 4 anos = 10mg salicina total, >4 anos=15 a 20mg salicina total. 
Associação: plantas sudoríferas: tilia (flores), camomila (flores), laranja 
(casca); 
Dose: 3 a 4 x ao dia, 1 xícara de chá (150ml) – infusão à 10min. 
 
 
 
 
 
 
 
 Equinacea purpúrea (Equinacea): Imunomodulação – até 4 dias para 
prevenção. 
Tintura: 
1-10 anos: 10-30 gotas/dia 
10 anos: 50-80 gotas/dia 
 
 
 
7 
Associações: Eupatorium cannabinum (Agrimonia), Eupatorium 
perfoliatum (Eupatorio), Thuja occidentalis (Tuia), Phytolacca americana 
(Fitolaca) 
Administrar 2 x ao dia: Manha e Noite, no Máximo por 4 dias, como 
profilaxia Imunomoduladora 
 
 Astragalus membranaceus (Astragalus): Infecções respiratórias do 
trato superior, regula imunidade, reduz Incidência de crises, pode diminuir 
a dose de glicocorticoide utilizada, aumenta IgA, IgM e IgG, Inibe vírus e 
bactérias comuns, como influenza e Streptococcus aureus 
Doses: 
2-7 anos 100-300mg ES/dia 
7-11 anos 200-500mg ES/dia 
 
 Melissa officinalis (Melissa): Queixas gástricas do dia a dia, como má 
digestão, fatores psicológicos que afetam o sistema digestório 
(ansiedade, medo, euforia etc.) e segundo pediatras muito comum em 
crianças em idade escolar – sem ligação com diagnósticos fechados de 
alguma patologia digestiva. 
Infusão: 1 colher de chá das folhas – 150 ml de agua (15 min) 
Bebês: suco fresco macerado das folhas (Maceração) – há falta de 
estudos que comprovem a eficácia e segurança e o mesmo é relatado na 
literatura Alemã como inconclusivo. 
 
 Pimpinela anisium (Erva doce): 
 Foenicum vulgare (Funcho): 
 Carum carvi (Cominho): 
 
Todos com usos em flatulência e meteorismo, com ação carminativa, 
devido à pertencerem a família das apiáceas aromáticas. A mistura do 
chá é bem aceito e de fácil consumo devido ao sabor. 
2 colheres de chá das ervas misturadas – 50 à 100ml de agua 
 
Importante saber que a Erva-doce pode provocar alergia, devido a 
sensibilidade ao anetol. Frutos da erva-doce, funcho e cominho devem 
ser triturados para que os óleos essenciais sejam liberados e possuam 
eficácia. 
 
 
 
 
 
8 
 Linum usitatissimum (Linhaça) e Plantago psyllium (Psillium): Em 
casos de diarreia aguda. Porém caso a mesma permaneça por período 
entre 3 a 4 dias ou superior, o médico deve ser consultado para avaliação 
de doenças crônicas. 
Podem ser usados como reguladores intestinais tanto em caso de 
diarreias quanto em casos de obstipação – sempre sem diagnóstico de 
doenças associadas. 
 
Linum usitatissimum (Linhaca) – semente 
Ingerir com muito líquido 
1-4 anos 1 colher de chá 
4-10 anos 1,5 colher de chá 
> 10 anos 1 colher de sopa (6-10g) 
2-3x/dia 
 
 Plantago psyllium (Psilium) – semente 
1-4 anos 4-6g 
4-10 anos 6-10g 
> 10 anos 10-20g 
Não nos esquecendo da importância do aporte hídrico tanto pelo sintoma, 
quanto pelo aumento de fibras na dieta – sendo que as fibras só passam a 
fazer eficácia em diarreia e obstipação em conjunto com a correta hidratação 
para que a goma/mucilagem seja formada. 
 
 Arctostaphylos ursi (Uva-ursi) – folhas: Infecção Urinaria 
Somente em crianças > 2 anos = < 5g da droga vegetal 
 
 Cucurbita pepo (Abobora) – semente: Enurese Noturna e Diurna 
< 4 anos 10g 
> 4 anos 20g 
 
 Crambery: Produtos à base de cranberry podem ser efetivos na 
prevenção de ITU recorrentes 
Suco (2-5ml/kg/dia) 
Estudos maiores – necessários 
Atenção a industrializados e a quantidade presente de suco da fruta, pois 
a grande maioria trata-se de néctar e possuem quantidade ínfima da 
polpa. 
 
 
 
 
9 
 Lavandula angustifolia (Lavanda) – flor: Agitação, Distúrbios do Sono e 
Ansiedade 
Infusão – 1 colher de chá da flor em 150ml de agua (10min) 
 
 
 Passiflora incarnata (Passiflora) – folha: Agitação, distúrbios do sono e 
Ansiedade 
Decocção – 1 colher de sopa em 150-200ml de agua (5min) 
< 3 anos 1 copo/dia 
> 3 anos 3 copos/dia 
 
 
 Allium sativun L. – Alho: Expectorante e antisséptico 
DOSES ADULTO (Fazer as conversões conforme regra de IN2 para 
dosagem em pediatria) 
 IN 2 de 2014: derivados com 3 a 5 mg de alicina 
Tintura (1:5): 50 a 70 gotas – 200ml água. De 12/12horas (preferência 
sem alimentos) 
 
 Mikania glomerata Spreng – Guaco: Gripes e resfriados, bronquite 
alérgica e infecciosa, expectorante. Broncodilatador, antitussígeno, anti-
inflamatório, antibacteriano. 
DOSES em adultos - (Fazer as conversões conforme regra de IN2 
para dosagem em pediatria) 
 
Infusão: 3g – 150ml de água. Tomar 1 dose, 3x/dia 
Tintura (1:5): 2 a 7 ml diluída 75 ml água, 3x/dia 
Xaropes (15 a 20%): 10 a 40ml ao dia (Farmacopeia Brasileira) 
 
Eucalyptus globus – ação antisséptica e Altheaea officinallis (Malva) – 
possuem sinergia no efeito expectorante e podem ser combinadas para 
potencialização da ação. 
 
 
 
 Própolis: Antimicrobiano, Imunoestimulante, Anti-inflamatório, 
Antioxidante. 
Doses observadas em literatura para crianças – Extrato Alcoólico/Aquoso a 
20% (Tintura 20% - ou 1:5) - Metade do peso corporal x gotas 
 
 
10 
Doses observacionais: 3 a 5 gotas ao dia. 
 
1.2. Fitoterápicos e usos em Gestantes e Lactantes 
 
A falta de conhecimento por parte da população evidencia a falta de 
preocupação a respeito dos possíveis efeitos colaterais que determinadas ervas 
podem causar no organismo. As gestantes estão expostas a muitas destas 
ervas, e por entenderem que os chás são de origem natural, não os relacionam 
a implicações negativas à saúde. Diante disso muitas gestantes se expõem, sem 
saber dos riscos que correm ao usar determinado tipo de planta. 
O uso sistêmico e indiscriminado de algumas espécies de plantas 
medicinais é contraindicado no primeiro trimestregestacional por causarem 
abortamento ou malformações fetais, enquanto outras plantas favorecem o alívio 
de alguns sintomas. Sendo assim, torna- se imprescindível o conhecimento dos 
profissionais de saúde, dos riscos e benefícios do uso fitoterápicos suas 
implicações. 
Pode-se notar na maioria dos estudos que, grande parte dos chás usados 
pelas gestantes está relacionada a efeitos abortivos ou a más formações fetais, 
o que vem a ratificar a importância dessa questão. Nessa ótica, autores 
destacam que os chás de plantas da família Lauraceae (como o chá de canela), 
em altas doses provocam irritação das mucosas e hematúria; e da família 
Curcubiaceae (como o chá de buchinha), que, dentre suas aplicações, destaca-
se no tratamento da amenorreia, estão diretamente relacionadas a ocorrência de 
aborto. 
Visualiza-se ainda, a necessidade de passar esse conhecimento para as 
mulheres e seus familiares durante as consultas de pré-natal, orientando-as 
quanto aos riscos que determinadas ervas representam para a saúde do binômio 
mãe-filho. Dessa forma, faz-se necessário compreender quais os chás as 
gestantes utilizam, a fim de qualificar a atenção à saúde. 
Em um dos estudos mais recentes e mais consistentes que temos até hoje 
de Kennedy et al 2016, sendo este multinacional transversal, sobre como as 
mulheres tratam doenças e doenças relacionadas à gravidez, foi realizado entre 
outubro de 2011 e fevereiro de 2012 na Europa, América do Norte e Austrália. O 
objetivo era avaliar e classificar os medicamentos à base de plantas utilizados 
de acordo com sua segurança na gravidez e, em segundo lugar, investigar os 
fatores de risco associados ao uso de medicamentos à base de plantas 
contraindicados durante a gravidez. No total, 29,3% das mulheres relataram o 
uso de ervas medicinais na gravidez - destas foram identificados 126 
medicamentos à base de plantas utilizados por 89,0%. Vinte e sete de 126 
medicamentos à base de plantas. Foram classificados como contraindicados na 
gravidez e foram utilizados por 20,0% das mulheres. Vinte e oito foram 
classificados como seguro para uso na gravidez e usado pelo maior número de 
 
 
11 
mulheres 47,4%. O maior número foi classificado como uso com cautela na 
gravidez - esses sessenta medicamentos à base de plantas foram utilizados por 
31,6%. 
O estudo mostrou, com base na literatura atual, que a maioria das 
mulheres neste estudo usou uma medicina herbal que classificada como seguro 
para uso na gravidez. 
Neste estudo, os autores elaboraram 4 tabelas de fitoterápicos e usos na 
gestação, bem como as comparações entre estudos diversos com o mesmo 
fitoterápico e sua segurança, sendo estes fitoterápicos classificados em 4 níveis 
de indicações na gestação - conforme abaixo. 
 Contraindicados 
 Seguros 
 Segurança desconhecida 
 Cautela no uso 
Apesar desta percepção comum de segurança, medicamentos à base de 
plantas podem conter potentes ações farmacológicas, e foram, de fato, usados 
há séculos, por exemplo como emenagogas, para promover o aborto. Além 
disso, pouco é conhecido sobre a medida em que o fitoterápico torna-se 
potencialmente prejudicial. 
 
 
 
 
 
Vários fatores maternos importantes foram encontrados como associados 
com o uso de medicamentos à base de plantas contraindicadas na gravidez. 
Com respeito ao uso de Vaccinium oxycoccus / macrocarpon (Cranberry), 
seu uso foi classificado como "seguro para uso" na gravidez. A Cranberry é 
frequentemente usada para a profilaxia da infecção do trato urinário (ITU) e 
tratamento. Há evidências de estudos com Pacientes não grávidas que sugerem 
que o Cranberry pode ser útil para reduzir a recorrência de ITU. Contudo, a 
evidência para apoiar a sua eficácia no tratamento de ITU na gravidez é fraca, 
 
 
12 
mas sem resultado negativo. Os resultados foram identificados em uma grande 
coorte retrospectiva Estudo envolvendo 68.522 mulheres, das quais 919 usavam 
cranberry na gravidez. No entanto, como ITU´s podem oferecer riscos na 
gestação, é essencial que haja a utilização dos antibióticos para controle e efeito 
curativo da infecção. No caso, o Cramberry pode ser usado como tratamento 
coadjuvante/complementar e em casos de prevenção. 
Discutiremos os fitoterápicos considerados seguros, bem como sua 
finalidade e alguma informação importante dos estudos observados (Estudo e 
Tabelas na íntegra nos artigos anexos) 
 
 
 
 
 
 
 
Fitoterápicos Classificados como Seguros, segundo Kennedy et al, 2016: 
 
 Aesculus hippocastanum: Venotônico, anti-inflamatório. Evidência 
limitada; um estudo na gravidez relacionado ao edema das pernas não 
encontrou efeitos adversos. 
 
 Allium sativum: Antimicrobiano, anti-hipertensivo, anti-aterosclerótico, 
redução de lipídios. Alho administrado durante o terceiro trimestre para 
mulheres grávidas com alto risco de pré-eclâmpsia, foi encontrado para 
reduzir a hipertensão em um estudo RCT, um segundo estudo em 
mulheres com alto risco de pré-eclâmpsia não encontrou impacto nos 
resultados da gravidez, E em um estudo de coorte, o consumo de alho foi 
associado a uma redução de 50% no parto prematuro. 
 
 Aloe vera: Antiviral, anti-inflamatório. Gel: uso tópico apenas. 
 
 Avena sativa: sedativo leve 
 
 Camelia sinensis: Antiviral, antioxidante, anti-dislipidêmico. Como chá 
em quantidades limitadas, caso contrário, é contraindicado em altas 
doses devido ao teor de cafeína. 
 
 Cassia acutifólia: Laxativo 
 
 
 
13 
 Chamomilla recutita/ Matricaria recutita: anti-inflamatório, 
antiespasmódico, carminativo, sedativo leve. Como chá em quantidades 
limitadas. O uso em longos períodos, tem sido associado à constrição 
prematura do ducto arterial fetal. 
 
 Citrus sp (limão): Usado como alimento. 
 
 Curcumae longa: Anti-inflamatório. 
 
 Echinacea sp: Imunomodulador, anti-inflamatório, antimicrobiano, não 
houve nenhuma associação com um aumento da má-formação 
encontrada em um estudo prospectivo. 
 
 Eleutherococcus senticosus (Ginseng siberiano): Adaptógeno, 
imunomodulador. 
 
 Eucalyptus sp: Anti-inflamatório, expectorante - apenas uso externo. 
 
 Hypericum perforatum: Antidepressivo, antiviral. Um estudo prospectivo 
mostrou não haver diferenças entre má-formações importantes e parto 
prematuro com o uso deste fitoterápico na gestação. 
 
 Mentha piperita: Antiemético, espasmolítico, carminativo. Uso em forma 
de Chá (infusão/decocção). 
 
 Panax ginseng: Adaptógeno, Imunomodulador. 
 
 Passiflora incarnata: Ansiolítico, espasmolítico. 
 
 Pimpinella anisum: Antiespasmódico, carminativo, lactogogo. Uso em 
forma de chá (infusão/decocção). Evitar o extrato alcoólico e o óleo devido 
à potencial atividade anti-implantação do óvulo. 
 
 Prunus domestica: laxativo. Usado como alimento. 
 
 Plantago ovata: Laxativo. Possíveis efeitos colaterais de distensão 
abdominal caso aporte hídrico seja insuficiente. 
 
 Silybum marianum: Hepatoprotetora, antioxidante. 
 
 Ulmus fulva: Demulcente. 
 
 Urtica dioica / urens: Nutritivo, tônico vascular, antialérgico, diurético. 
 
 Vaccinium myrtillus: Vasoprotetor, queixas urinárias. 
 
 
14 
 
 Vaccinium oxycoccus / macrocarpon: Antisséptico urinário, 
adstringente. Um estudo de coorte investigou o consumo de cranberry 
na gravidez em malformações e resultados não encontraram impactos 
negativos. 
 
 Vitex agnus-castus: Inibidor da prolactina, agonista dopaminérgico. 
Apenas para o uso no primeiro trimestre da gestação. 
 
 Zingiber officinale: Anti-emético, anti-inflamatório,antiespasmódico, 
carminativo, anti agregante plaquetário. Doses <1 g / dia. Um estudo de 
coorte investigou o consumo de gengibre na gravidez em malformações 
e resultados que não encontraram impacto negativo. Uma meta-análise 
de gengibre na gravidez não encontrou eventos adversos associados à 
sua utilização para náuseas e vômitos na gravidez. 
 
Em relação ao Zingiber officinale, diversos estudos e autores apontam seu 
uso como seguro e indicado na gestação. 
Estudos realizados na América do Norte e Europa variam as doses em 
250mg até 4x ao dia (Pó). 11 estudos relataram a dose de 1g com significante 
redução nas náuseas e segurança, e outros estudos com dose mínima para 
eficácia de 500mg. Outro estudo comparou a sua eficácia com a 
Metroclopramida com segurança e com ponto positivo por não causar 
sonolência. Os efeitos se estendem na hiperemese gravídica. Também os 
efeitos foram comparados à Vitamina B6 com a mesma eficácia contra náuseas, 
porém com efeitos mais duradouros para o grupo que consumiu o Zingeber 
officinale. Não houveram relatos de efeitos adversos nos estudos citados. Desta 
forma o Gengibre é considerado seguro e parte das prescrições para as 
gestantes, em forma de alimento funcional, chás (infusões e decocções) e pó da 
planta. 
Estudo de Theot et al, 2013, com o objetivo de explorar o uso de ervas 
medicinais durante período da gestação e pós-parto entre mães, em um hospital 
terciário de uma cidade metropolitana de Malásia – estudo transversal com as 
pacientes sendo entrevistadas duas vezes após o parto. A prevalência de 
ingestão de ervas durante a gravidez foi de 13,9% - com metade dos usuários 
que o consumiram durante o primeiro trimestre. No total de 52,9% das mães 
ingeriram ervas durante a Período pós-parto. Bebês de mães que ingeriram 
ervas apresentaram maior taxa de icterícia neonatal, em comparação com 
lactentes de mães que não ingeriram ervas durante o período pós-parto (P = 
0,001). 13,9% das mães tinham história de ingerir ervas durante a gravidez 
sendo que 53,3% dessas mães ingeriram ervas durante o primeiro trimestre da 
gestação, enquanto 31,1% consumiram durante a gestação. O mais comum das 
ervas tomadas durante a gravidez eram ervas tradicionais chinesas ou misturas 
 
 
15 
entre elas. No entanto, não houve diferença na proporção de bebês que exigiu 
tratamento para icterícia. Neste estudo, a razão mais comum citada para tomar 
ervas gestação foi para melhorar a saúde das mães, semelhante ao relatado por 
vários outros estudos. 
Um número significativo de mães também acreditavam que as ervas 
melhoram a saúde de seus bebês, semelhante à descoberta de um estudo 
realizado em Congella, África do Sul. Um estudo nigeriano, relatou que as mães 
tomaram ervas porque é percebida como inofensivo, de fácil acesso e acessível. 
Além disso, muitas das mães do estudo de Kennedy et al, 2016, admitiram que 
as opiniões dos profissionais de saúde não eram consultadas porque 
acreditavam que os médicos não tinham conhecimento sobre ervas tradicionais 
e podem desencorajá-las de consumir. Em conclusão, a ingestão de ervas foi 
comum entre as mães. 
Em uma publicação da revista Mothering de Fev/2008, trouxe a discussão de 
diversos artigos de autores variados, sobre o consumo de fitoterápicos na 
gestação, bem como sua segurança e eficácia. 
Enquanto Ervas delicadas e remédios caseiros simples, tem um histórico 
longo de segurança (uso tradicional), as gestantes estão cada vez mais 
buscando conselhos de fontes que nem sempre podem ser confiáveis - por 
exemplo, a Internet - e na maioria das vezes com o objetivo de tratamentos 
potencialmente crônicos, que podem surgir durante a gestação. 
Alguns acreditam que as ervas não devem ser usadas na gestação, porque 
a maioria das ervas não são provadas seguras durante a gestação. Enquanto 
outros veem certas ervas, como alimentos que podem fornecer fontes de 
nutrição durante a gestação ou como tônicos que podem encorajar e apoiar a 
saúde ideal da gravidez, bem como a função uterina. Talvez o mais razoável é 
que a abordagem da segurança das ervas é a de risco / benefício, levando em 
consideração a segurança individual de cada fitoterápico e a gravidade da 
abordagem médica. No entanto, certos sinais e sintomas que surgem durante a 
gestação, sempre garantem atenção médica e não devem ser tratadas com 
fitoterápicos. 
Chás de fitoterápicos que são conhecidos por sua segurança em quantidades 
moderada (por exemplo, framboesa vermelha, Hortelã, camomila etc.) e a 
ingestão de quantidades normais e de dose de ervas usadas, geralmente são 
consideradas seguras. Os constituintes de muitas ervas, tais como: Urtica dioica, 
Avena Sativa e folha de Rubus idaeus - São principalmente substâncias 
benignas e nutritivas. 
Neste estudo os fitoterápicos também foram divididos conforme as 
classificações (Seguros, A evitar, Usos comuns em queixas da gestação), e vão 
de encontro com a maioria dos fitoterápicos citados por Kennedy et al, 2016. 
 
 
 
16 
 
 
 
Tabatabaee, 2011 mostra que o aumento do uso de produtos à base de 
plantas é notado em todo o mundo. A segurança de drogas à base de plantas 
torna-se particularmente importante em mulheres grávidas e crianças. Apesar do 
fato que, os dados disponíveis são insuficientes para justificar o uso de ervas 
durante a gravidez. Algumas das razões mais complexas para a preferência de 
ervas, estão associados a crenças culturais e pessoais e visões filosóficas em 
relação à vida e saúde. Na maioria dos casos, as mulheres relataram ter sido 
recomendado o uso de drogas à base de plantas por família (87,3%). 
 
 
17 
 
 
Tieraona, 2009 mostra em seu estudo uma pesquisa de 578 gestantes 
Mulheres no leste dos Estados Unidos, e 45% dos entrevistados usaram 
medicamentos à base de plantas. Uma pesquisa de 588 Mulheres na Austrália 
revelou que 36% usaram pelo menos 1 fitoterápico durante a gestação. 
Dant et al, 2014 em uma revisão, avaliaram através de revisão e o objetivo 
de relatar a prevalência de produtos à base de plantas utilizadas na gestação e 
para avaliar a evidência de eficácia e segurança dos remédios mais populares. 
Achados recentes dos 671 artigos identificados, 15 ensaios controlados 
randomizados e 16 não randomizados foram elegíveis. 
O gengibre foi o remédio mais investigado e foi consistentemente relatado 
para melhorar a náusea e Vômito na gravidez. Dados sobre a segurança de 
Hypericum perforatum na gestação ou a lactação são tranquilizadoras, enquanto 
que a eficácia foi demonstrada apenas em não grávidas. Ainda há provas 
insuficientes quanto à eficácia e segurança de Echinacea, alho e Cranberry na 
gravidez. Resumo Estudos epidemiológicos relataram uma ampla gama de uso 
de remédios herbal na gravidez. 
 
 
18 
Smeriglio et al, 2014 mostraram um estudo com o objetivo de fornecer 
uma atualização a partir de uma visão geral da literatura de consumo mais 
frequente de fitoterápicos durante a gestação, sozinhos ou combinados com 
medicamentos prescritos, bem como efeitos colaterais. 
Em estudos experimentais: este estudo apresentou alta taxa de resposta 
e consequentemente pode ser considerado representativo para parteiras no Sul 
Austrália. Entre as mulheres matriculadas que responderam ao questionário, 
apenas 9% tomaram fitoterápicos e 69% destes pelo menos uma vez, 
simultaneamente com medicamentos prescritos. Matricaria recutita L. (flor) em 
forma de chá, Camellia sinensis L., (folhas) infusão, Mentha piperita L., Linum 
usitatissimum L. - Os autores concluíram que o uso foi comum. 
Nesse sentido, Langhammer e Nilsen (2013) publicaram um artigo 
interessantesobre inibição in vitro de várias isoformas humanas de CYP450 por 
seis ervas comumente usados durante a gravidez. Nele, foram investigados por 
seus potenciais inibitórios sobre estas importantes enzimas envolvidas no 
metabolismo de várias, sendo assim a interação na absorção e na metabolização 
no CYP450 uma importante avaliação a ser feita com os fitoterápicos. 
Em estudos clínicos: dados de segurança e eficácia: alguns trabalhos 
originais e principalmente revisões, pesquisas ou Estudos in vitro ou animais que 
examinam a segurança e / ou Eficácia de gengibre, cranberry, framboesa, 
camomila, Hortelã e equinácea (Echinacea sp., Asteraceae) Partes aéreas e 
extrato de raiz, o mais utilizado durante a gestação. Como outras plantas 
compostas, a camomila causa raros reações alérgicas (extremamente raras). 
 
 
1.3. Fitoterapia e usos em Adultos 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde 80% da população mundial faz 
uso de medicamentos derivados de plantas medicinais. No Brasil pesquisas 
demonstram que 91,9% da população fizeram uso de alguma planta medicinal, 
sendo que 46% da mesma mantêm cultivo caseiro dessas plantas (ABIFISA, 
2007). De acordo com Melo et al, 2007, existe no Brasil uma farmacopeia popular 
muito diversa baseada em plantas medicinais, resultado da miscigenação 
cultural envolvendo africanos, europeus e indígenas. 
O fitoterápico mais usado para a população adulta, segundo diversos estudos 
e literaturas, mostra que há uma procura por doenças de baixa gravidade 
(sintomas de baixa duração como gripes, resfriados, questões relacionadas a 
fertilidade e bem-estar geral (melhora da saúde em geral). 
Outra característica da população apresentada pelos estudiosos do assunto 
diz respeito ao uso indiscriminado de anti-inflamatórios e analgésicos. Esse 
coquetel de fármacos pode representar riscos para a saúde, que fica à mercê 
 
 
19 
dos efeitos colaterais e das interações medicamentosas. Neste contexto, a 
fitoterapia se insere como alternativa de minimização de efeitos adversos e de 
custo. É oportuno lembrar que as plantas medicinais fazem parte do cotidiano de 
vida comum do cliente; logo é preciso que se considere não somente a 
cientificidade desse recurso, mas a práxis cultural da clientela à qual se destina. 
As classes terapêuticas mais usadas por adultos e idosos são as que agem 
sobre o aparelho digestivo, sistemas nervosos central, aparelho cardiovascular 
e analgésicos como mostram vários estudos realizados em diferentes centros 
urbanos. A farmacopeia fitoterápica tem enorme contribuição a oferecer a este 
grupo consumidor. 
Dentre eles, podemos destacar os fitos abaixo, dentre outros muitos que 
estão presentes devido à tradicionalidade – uso tradicional de um povo ou região 
que perfazem grande porcentagem de uso dos fitoterápicos atualmente. Sendo 
os mais citados: 
 
 Glycine max (Soja) 
Parte utilizada: Sementes 
Origem: Ásia 
Componentes: Sais minerais, Isoflavonas (genisteína, daidzeína, 
gliciteína), Proteínas, Lipídeos, Fitoesteróis (estigmasterol, campesterol e 
sitosterol), saponinas, Vitaminas do complexo B, Vitamina E e traços de 
vitamina D. 
 
Usos: Alimento Funcional, Transtornos associados à síndrome 
climatérica, Prevenção e tratamento da Osteopenia, Prevenção da 
Dislipidemia e aterogênese, Prevenção a neoplasias de mama e próstata. 
 
Via de Ação: As isoflavonas podem ser administradas principalmente 
como terapia de reposição hormonal durante a menopausa, como 
coadjuvante em processos osteoporóticos, hipertrofia benigna de próstata 
e no combate à sintomas do climatério. A lecitina de soja é usada como 
hipolipemiante. 
 
Contraindicações: Não administrar durante a gestação, uma vez que 
possuem efeitos tônicos uterinos. O auto teor de purinas, também 
contraindica o uso em pessoas com risco de cálculos de ácido úrico ou 
com pré-disposição à gota. O alto consumo ou prolongado, pode levar a 
distúrbios tireoidianos. Esse fitoterápico é contraindicado para menores 
de 12 anos. Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a 
qualquer um dos componentes do fitoterápico não devem fazer uso do 
mesmo. 
 
Dosagem: Isoflavonas: A dose diária deve estar entre 50 e 120 mg de 
 
 
20 
Isoflavonas. 
 
 
 
 Trifolium pratense (Trevo vermelho) 
Parte utilizada: Inflorescências secas 
 
Origem: Europa, Ásia Central e Norte da África. 
 
Componentes: Rico em Isoflavonas (dadzeína, genisteína, biochanina A e 
formonetina), óleo essencial, comestanas, glicosídeos cianogênicos, flavonoides 
e saponinas. 
 
Usos: Alívio dos sintomas da menopausa (principalmente fogachos), mastalgia 
e síndrome pré-menstrual. 
 
Via de Ação: A atividade estrogênica é devida principalmente às isoflavonas, e 
em menor intensidade, às comestanas. A estrutura moleclar destes constituintes 
é semelhante molecularmente aos estrogênios. 
 
Contraindicações: Deverão ser observadas as condições que podem ser 
agravadas pelo aumento do nível de estrogênio, como a endometriose ou 
miomas uterinos. Produtos à base da inflorescência de Trifolium pratense são 
contraindicados em casos de hipersensibilidade ou alergia a droga vegetal ou a 
espécie in natura. Está também contraindicado durante a gravidez, na 
amamentação e para crianças menores de 12 anos, e em casos de doenças 
hormonais associadas, ao efeito potencial dos hormônios. 
 
Dosagem: Extrato bruto: 240-480 mg correspondendo a 40-80 mg/dia de 
isoflavonas 
Atenção: Prescrição exclusivamente médica. 
 
 
 Glycyrrhiza glabra (Alcaçuz) 
Parte utilizada: raiz 
 
Origem: Sul da Europa, Ásia Central e Ocidental 
 
 
21 
 
Componentes: Saponinas triterpenoídias pentacíclicas, saponinas diversas 
(principal glicirriza – 50 x mais doce que o açúcar). Isoflavonóides, flavonóides, 
chalconas, glicose e sacarose, dentre outros. 
 
Usos: O alcaçuz é amplamente utilizado em alimentos como agente 
aromatizante. Expectorante, demulcente, antiespasmódico, Propriedades anti-
inflamatórias e laxantes. Também é relatado para afetar as glândulas 
suprarrenais. Coadjuvante no tratamento de úlceras gástricas e duodenais. 
Antioxidante. Hepatoprotetora. 
 
Via de Ação: Inibição da ativação de NF-kB. Efeitos anti-inflamatórios 
secundários à prevenção da indução de um mediador pró-inflamatório - 
Mecanismo de ação relativamente novo para nutracêuticos. 
Chalconas: Suprime secreção de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6, iNOS) 
Inibe COX-2 secundária à ativação inibidora de AP-1 e NF-kB (in vitro e 
experimental). Semelhante aos corticosteroides, impedindo a formação de 
substâncias que induzem inflamação; 
Potencializa ação da hidrocortisona (sem lesão na mucosa gástrica) 
Inibe migração leucocitária até o local da inflamação. Polissacarídeos e 
saponinas – Efeito Imonoestimulante. Eleva atividade fagocitária das células. 
Defesa, aumenta síntese de Óxido Nítrico. Aumenta atividade macrófagos e 
Liberação de interferona. 
Flavonóides – inibem liberação da gastrina – cicatrização da mucosa gástrica 
(uso de aspirinas) 
 
Contraindicações: HAS, DM II, Insuficiência Respiratória, Hiper estrogenismo 
Hepatopapia colestática (por ser colerético), Glaucoma, ICC, ex-etilistas, 
Gestante (Atividade estrogênica), Lactação. 
Causa retenção de sódio e perda de potássio, o que leva ao aumento da pressão 
sanguínea. 
 
Dosagem: 
IN2/2014: 200 a 600 mg de ácido glicirrizínico 
Decocção: 2 a 3% (20 a 30g/litro) - 3 a 5 min – 2 a 3 doses ao dia 
Pó: 2 a 5g – 1 a 3x/dia 
ES (5:1): 0,2 a 1g/dia 
Tintura 1:5: 50 a 100 gotas – 1 a 3 x ao dia 
 
 
22 
Atenção: Usomáximo por 6 semanas. Após este período – Prescrição 
Exclusivamente Médica. 
 
 
 
 Panax ginseng (Ginseng) 
Parte utilizada: Raiz 
Origem: China, Coréia Vietnã e Japão. 
Componentes: Ginsenosídeos, Óleo essencial, Glicídeos, Oligoelementos, 
Vitaminas B e C entre outros. 
 
Usos: Tonico geral do organismo, estimulante do apetite, aumenta a capacidade 
da memória e melhora a capacidade pulmonar. Adaptógeno. 
 
Via de Ação: Os Ginsenosídeos são os principais responsáveis pela maioria das 
ações. Muitos deles têm efeitos antagônicos entre si, daí a importância de 
padronização do extrato. Os polissacarídeos têm função imunomoduladora. 
Também com ações hipoglicemiante e antitumoral. 
 
Contraindicações: Doenças agudas, trombose coronária, doenças cardíacas 
graves, hipertensão e hemorragias. Pacientes com hipersensibilidade nervosa, 
esquizofrenia, histeria ou mania. A segurança na gestação e lactação não foi 
definida. 
Dosagem: 
Padronização: Ginsenosídeos - 8 a 16 mg – Extrato Seco. 
Decocção: 3 a 10g de raízes partidas em 500ml de água – utilizar 3 doses de 
150ml cada ao dia. 
Pó da Planta: 1 a 4g/dia – em cápsulas. 
Atenção: Prescrição exclusivamente médica. 
 
 
 Lepidium meyenii (Maca, Maca Peruana) 
Parte utilizada: Raiz 
Origem: Perú, Chile, Bolívia e Colômbia. 
Componentes: Glicosinolatos, Óleo essencial, Compostos fenólicos, Aminas, 
Taninos (galato de epigalocatequina, galato de epicatequina etc.), cumarinas, 
flavonóides, compostos fenólicos, macaenos (ácidos graxos). 
 
 
23 
 
Usos: energizantes, auxilio da fertilidade, rendimento esportivo em atletas, 
regulação hormonal na mulher, antianêmico, afrodisíaco, estimulante, e contra 
fadiga crônica. 
 
Via de Ação: Quanto a ação na fertilidade, os primeiros trabalhos em 1961 
mostraram papel importante dos glicosinolatos, os quais estimulariam o 
desenvolvimento dos folículos de Graaf. Já em estudos mais novos de 2005, 
2008 mostram aumento da atividade sexual, manutenção do peso e menor 
mortalidade nos partos – estudos experimentais. 
Em estudos clínicos, por período de 4 meses de uso de dosagem de Extrato 
Seco da Maca em indivíduos sadios (dose de 1500 a 3000mg/dia), proporciona 
um incremento no volume do sêmen, aumento da mobilidade de 
espermatozoides e sem alterações de níveis hormonais. Também são citados 
aumento do desejo sexual em homens em outros estudos. 
Estudos mostram também que pode reduzir a perda de cálcio femural, com 
mecanismo diferenciado da terapia de reposição hormonal durante a 
menopausa. No pós-menopausa reduz ansiedade e depressão, com redução 
dos níveis de lipídeos, melhorando a atividade sexual. 
 
Contraindicações: Não foram observados e não existem dados científicos 
suficientes. Em nível popular, alguns não recomendam usar em pacientes 
hipertensos – recomendação similar ocorre com o Panax ginseng. 
 
Dosagem: 
Farinha/pó: recomenda-se 3 a 4 colheres diárias por até 1 mês. Fazer whash-
out de 1 semana e logo após reiniciar novo ciclo. 
Raiz rasurada 1,5 a 3 gramas 
Extrato Seco: 
Alonso, 2016 indica dosagem em forma de apresentações comerciais utilizam 
500mg do Extrato, padronizados em glicosinolatos. 
Outros autores citam Extrato Seco 200 a 400mg/dia padronizados em 
macaenos. 
 
 
 Mucuna pruriens (Mucuna) 
Parte utilizada: Sementes 
Origem: África tropical, Índia e Caribe. 
 
 
24 
Componentes: lL-di-hidroxifenilalanina, alcaloides (mucunina, prurienina etc.), 
alcaloides indólicos, glicosídeos cianogênicos, taninos, coenzima Q10 entre 
outros. 
 
Usos: Na medicina Ayurvédica, empregado por anos o pó da semente como 
energizante, afrodisíaco, hipoglicemiante, antianêmico, e recentemente usos em 
doença de Parkinson. 
Tradicional propriedade afrodisíaca - cientificamente analisada e provada em 
experimentos usando sementes de Mucuna pruriens. 
Demonstrou aumentar os níveis de testosterona levando a deposição de 
proteínas no músculo e aumentando a massa muscular e a força. A semente é 
um profilático contra oligosperma e é útil no aumento da contagem de esperma, 
ovulação em mulheres. 
 
Via de Ação: 
Em estudos relacionados a reprodução humana, a semente mostrou aumento 
da atividade sexual, mantida inclusive em animais diabéticos – estudos 
experimentais. Em estudos clínicos, de homens com infertilidade, o fornecimento 
do pó da semente evidenciou estímulo da espermatogênese e melhor motilidade 
espermática. Outro estudo com homens com problemas de fertilidade, melhora 
mecanismos de stress psicológicos, com redução dos peróxidos lipídicos em 
plasma seminal e incremento na recontagem e motilidade de espermatozoides. 
 
Contraindicações: Não se recomenda uso na gestação e lactação – apesar de 
não haver relatos de toxicidade em estudos experimentais com ratas gestantes, 
ainda são necessários melhores estudos e parâmetros. 
 
DOSE: 
Extrato Seco: a dosagem média citada é de 200 -400 mg do extrato seco, 1 ou 
2x/dia. 
Alonso, 2016 indica produtos em forma de suplemento alimentar (pó da semente 
moída) – 350mg a 500g com padronização de 10 a 15% de L-dopa em 2 a 3 
doses diárias. 
Estudos com infertilidade masculina citam 5g do pó da semente ao dia em forma 
de suplemento alimentar. 
 
 
1.4. Fitoterápicos e usos em Geriatria 
 
 
25 
Os fitoterápicos são considerados uma modalidade de terapia 
complementar ou alternativa em saúde e seu uso tem sido crescente. Inquéritos 
de saúde realizados em vários países têm focalizado o uso desses 
medicamentos entre os idosos, sendo que alguns apontam uma maior utilização 
desses em comparação aos adultos jovens e que os principais fitoterápicos 
utilizados por idosos são ginkgo, equinacea e ginseng. 
Resultados do National Health Interview Survey (NHIS) revelaram que 
12,9% dos idosos norte-americanos utilizaram ao menos um fitoterápico nos 
últimos 12 meses. Nos países tomados como comparação, os fitoterápicos são 
considerados suplemento alimentar, de forma que podem ser consumidos sem 
prescrição médica. Logo, a maior utilização pelos idosos desses países pode ser 
devida ao acesso facilitado a tais produtos. 
No Brasil, fitoterápicos são considerados medicamentos pelos órgãos 
sanitários. Ademais, alguns fitoterápicos utilizados pelos idosos do presente 
estudo, necessitam de prescrição médica para sua aquisição. Isso ocorre, por 
exemplo, com ginkgo, hamamelis e valeriana. 
Estudos demonstram a necessidade de ações educativas que aprimorem 
a prescrição e o uso desses produtos entre idosos no País. Uma maior 
divulgação e acesso à informação sobre esses medicamentos entre os 
prescritores e demais profissionais da área da saúde pode ser uma estratégia 
importante. 
Não podemos esquecer também da questão presente, até em maior 
prevalência do que na população adulta, que é a utilização dos fitoterápicos de 
uso tradicional, presente em populações ao longo de todo país e seguindo uma 
utilização regional também. 
A Caderneta do Idoso relacionado ao uso de plantas e fitoterápicos, dividida 
em itens e aborda dados referentes à identificação do idoso, problemas de 
saúde, medicamentos, fitoterápicos e plantas medicinais utilizadas, alergia ou 
intolerância a algum medicamento ou alimento, medicamentos já utilizados e que 
foram suspensos, registro do controle de pressão arterial, glicemia e peso e a 
sua agenda de consultas. A caderneta foi baseada na “Caderneta de saúde da 
pessoa idosa” que não aborda nenhum item em relação à fitoterapia. 
 Em relação ao uso na qualidade de vida e saúde, destacamos nas 
literaturas alguns fitoterápicos mais utilizados pelapopulação geriátrica, e 
discutidos abaixo: 
 
 
 
 
 
 Harphagophito procumbens – Garra do Diabo - (Devil-s claw) 
 
 
26 
Parte utilizada: raiz 
 
Origem: Originária dos lençóis de areia do deserto de Kalahari – entre a Namíbia, 
Bostwana e Transvaal (África do Sul). 
 
Componentes: Glicosídeos Iridóides (harpagosídeo e derivados (procumbina), 
Derivados fenólicos, Triterpenos, Fitoesteróides, Flavonóides, Óleos essenciais 
entre outros. 
 
Usos: Anti-Inflamatório e analgésico leve, Osteoartrite Artrite reumatoide, Artrose 
Gota úrica, Reumatismo, Contusões, entorses, lombalgias, mialgias e demais 
alterações ósteo-mioarticulares, estimulante do apetite – por conta de seus 
tônicos amargos digestivos. Quanto à ação Anti-Inflamatória, tem efeito 
comparado a cortisona e fenilbutazona. 
 
Via de Ação: Redução da síntese de prostaglandinas Cox1, Cox2, 
prostaglandina das séries E2, Redução da síntese de leucotrienos - LTB4, 
Inibição da liberação: TNF-alfa, IL-6, IL-1b, Inibição da síntese do óxido nítrico, 
Inibição da síntese de metaloproteinases. 
Os tratamentos com Harphagophytum procumbens permitem de alguma 
maneira substituir ou reduzir os tratamentos convencionais, nos quais o excesso 
de corticosteroides e anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) provoca reações 
adversas ou indesejadas que levam à sua interrupção. Seu benefício máximo é 
observado em processos inflamatórios crônicos, mas também em transtornos 
hepatobiliares. 
Em pacientes idosos as doses deverão ser ajustadas a ½ dose ou ¾ das 
sugeridas a adultos. Em processos crônicos o uso pode ser prolongado por até 
3 meses. 
 
Contraindicações: Cautela a associar com antiarrítmicos, em casos de ulcera 
gástrica e duodenal. 
Em uso excessivo pode tornar-se laxativo. 
Na Gravidez e Lactação cautela no uso, devido à falta de dados seguros. 
Pode causar diarreia, vômito, dor abdominal e reações alérgicas na pele. 
Leve efeito hipoglicemiante e tônico cardíaco. 
 
 
DOSE: 
 
 
27 
RDC 10/2010 – infusão 1 colher de chá, 150ml água, 2 a 3 x/dia 
Tintura: 60 a 80 gotas em 150ml água, 8/8h 
Infusão: 1g à 3g em 150ml água, 2 a 3 x/dia 
ES: 2 a 3g/dia (divididos em 3 tomadas pós-prandiais) – 2 meses consecutivos 
– whash out 1 a 2 semanas 
OMS preconiza: artrose e tendinite=1,5 a 3g – decocção ou preparações 
equivalentes 50 -100mg de harpagosídeo/dia - uso em Cápsulas gastro-
resistentes para evitar sensibilidade gástrica. 
 
 
 
 Boswellia serrata – Boswelia 
Parte utilizada: Goma/Resina. 
Origem: Gomo-resina de origem indiana, com tradição milenar como anti-
inflamatório - Origem na medicina Ayurvédica. 
 
Componentes: Constituintes Fitoquímicos: Monoterpenos e Sesqui-terpenos, 
Ácidos Boswélicos, limoneno, carvona, triterpenos pentacíclicos. 
 
Usos: Patologias anti-inflamatórias gerais, para doenças inflamatórias do 
intestino. 
Arsenal de tradicionalidade de cerca de 2 mil anos de uso. 
 
Via de Ação: Inibição do sistema complemento. 
Inibidor da enzima pró-inflamatória: 5-Lipoxigenase, Inibição de nF-kB 
Suprimir a dor e a imobilidade associadas à Osteoartrite com significância. 
Efeitos que levam apenas uma semana para ocorrer, geralmente usados quando 
paciente tem queixa de dor. 
Estudos são bem conduzidos, mas financiados pelos produtores dos 
suplementos testados, porém sua ação é clinicamente comprovada. 
Redução de dor e outros sintomas de osteoartrite são mais profundas do que 
outros suplementos, incluindo a da glucosamina (droga de referência utilizada 
para esta patologia). 
 
Contraindicações: Usar para patologias de baixa gravidade, até o tempo máximo 
de 30 dias. 
Podem ocorrer Dermatites de contato, queimação retroesternal, náuseas, 
 
 
28 
flatulência abdominal, dor epigástrica, Anorexia, dermatite. 
Cautela a utilizar em Gestante e Nutriz, devido falta de segurança nos dados. 
Gastrite e refluxo gastroesofágico exigem cautela. 
 
DOSE: Quantidade de extrato seco que forneça 7 a 21 mg dos triterpenos 
pentacíclicos padronizados em (11-ceto-beta-boswélicoe3-acetil-11-ceto-beta- 
boswélico) - 2 a 3 tomadas diárias – Dados de base de estudo utilizado como 
referência para a Boswelia serrata. 
Alguns outros estudos mostram 1.800 mg tomadas três vezes por dia (5,400mg 
diariamente). Porém os compilados de doses comumente observadas são de 
800-1,200 mg - três vezes ao dia (dose diária de 2.400-2.600mg) 
Os benefícios parecem ser dependentes da dose (dose-dependente) conforme 
a gravidade dos mesmos. 
 
 
 Curcuma longa (Cúrcuma) 
Parte utilizada: rizoma 
 
Origem: Índia e Sudeste Asiático e posteriormente foi introduzida na América 
(Antilhas) e regiões temperadas da Europa. 
 
Componentes: Curcuminóides (2 a 9%): curcumina (60%), Curcumina I, II e II, 
ciclocurcumina. Óleo essencial (1,5 a 5,5%): 60% lactona sesquiterpênicas, 
bisaboleno, cineol. Polissacarídeos, resina e amido. 
 
Usos: No oriente popularmente usada como hepatoprotetor, estimulante da 
secreção de vias biliares, antiflatulento, diurético, processos de secreções das 
vias aéreas, antiparasitário, circulatório, anti-inflamatório. Hipolipêmico, 
aterosclerose, gastro-protetor, em casos de intoxicação por substâncias tóxicas, 
Artrites, artroses, Osteoartrites, Estress Oxidativo. 
 
Via de Ação: o fitocomplexo presente na Curcuma longa apresenta as atividades 
em amplo perfil de utilização, e pode ser atribuído principalmente à curcumina, 
que demonstra alta afinidade por proteínas, que juntamente com terpenóides e 
polissacarídeos que fazem interações com os resíduos e aminoácidos (lisina, 
arginina, histidina) presentes nos receptores, influenciando a atividade de vários 
mediadores bioquímicos. 
 
 
29 
Assim como os bioativos, auxiliam no controle de diversas doenças de múltiplos 
alvos, como doenças degenerativas e inflamatórias, sendo a sua principal função 
a anti-inflamatória. 
A curcumina age no processo inflamatório em vários alvos biológicos, tais como 
citocinas pró-inflamatórias que englobam interleucinas IL-1ß, IL-6, IL-8, IL-17, IL-
18, fator de necrose tumoral, fator inibitório da leucemia, fatores de crescimento 
transcricionais, NF-kB e receptores, genes que regulam a ação de apoptose 
celular, enzimas envolvidas no metabolismo do ácido aracdônico (Ciclo-
Oxigenase e Lipo-Oxifenase), óxido nítrico sintase induzida, e metaloproteinases 
de matriz. Desta forma, o mecanismo de ação da curcumina é multifacetado e 
atua como inibidor da síntese de prostaglandinas, estabilizador de membranas 
lipossomiais, inibidor da atividade de leucotrienos e do tromboxano B4. Sem 
afetar a síntese de prostaglandinas, incrementa a esteroidogênese da adrenal 
com ação antioxidante. 
 
Contraindicações: Portadoras de obstrução dos dutos biliares. Em caso de 
ulcera gastroduodenal. Em caso de cálculos biliares, utilizar somente sob 
prescrição Médica. Não utilizar junto com anticoagulantes. 
 
DOSE: 
Decocção 1% - 2 a 3 x ao dia 
Infusão: 20g/L – administrar 200 a 300ml/dia 
Tintura (1:10): 2,5 a 5 ml – 1 a 3 x/dia 
ES (5:1): 50 a 100mg -2 a 3 x ao dia 
ES padronizado: 95% curcuminóides (mais comum utilizado) 
OBS: há necessidade de administração de Piper Nigrum (capsaicina) para que 
a ação da curcumina seja potencializada, uma vez que sozinha, a 
biodisponibilidade é baixa. Caso haja administração da cúrcuma como alimento 
funcional, adicionar a cúrcuma e a pimenta, veículo oleoso para auxílio na 
potencialização do efeito (ex: Azeite aromatizado – cúrcuma, pimenta preta e 
azeite). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
302. Suplementação nos Ciclos da Vida 
 
 
2.1. Suplementação na Gestação e Lactação 
 
A suplementação da dieta de uma mãe durante a gestação pode assumir 
a forma de caloria adicional, proteína, vitaminas ou minerais que excedem sua 
rotina de consumo diário. 
Quanto mais comprometido o estado nutricional da mulher, maior será o 
benefício para o êxito da gravidez com dieta melhorada e suplementação 
nutricional. O uso contínuo de suplementos é necessário em gestações de alto 
risco em mulheres subnutridas, mulheres fazendo uso abusivo de substâncias, 
mães adolescentes, mulheres com curto intervalo entre gestações, mulheres 
com história de nascimento de um bebê BPN e em gestações múltiplas. Segundo 
Silva et al (2007): 
Vitamina A, ferro e zinco são considerados essenciais para as funções 
metabólicas e, durante a gestação, o requerimento destes são aumentados por 
conta do crescimento e proliferação celular potencializados durante este período. 
Durante a lactação o leite materno é que irá oferecer estes nutrientes ao recém-
nascido, sendo eles considerados um grupo de risco para o desenvolvimento 
destas e de outras carências nutricionais. Ressaltado ainda que, o diagnóstico 
precoce e correto destas deficiências, são de suma importância para esta fase 
da vida. 
Sabe-se que a Vitamina A está envolvida em diversos processos 
metabólicos: diferenciação celular, o crescimento, a visão, a reprodução, nos 
funcionamento do sistema imunológico e ações antioxidantes, e principalmente 
em fases da vida quando há grande diferenciação celular, incluindo a gestação, 
e algumas fazes da infância. Também há necessidade de conhecermos a 
questão de que a Vitamina A está em reservas reduzidas no feto, e este fato é 
provavelmente esclarecido pela seletividade da barreira placentária, evitando 
assim efeitos teratogênicos na passagem desta vitamina para o feto. Sendo 
assim, os níveis séricos de Vitamina A dos recém-nascidos são reduzidos em 
torno de 50% dos níveis maternos. Atenção especial deve ser dada em casos de 
recém-nascidos prematuros devido à redução tanto do nível sérico quanto da 
reserva hepática desta vitamina. 
 
O ferro também desempenha papel importante, primeiro por ser o 
oligoelemento mais abundante no corpo humano e em segundo por participar de 
diversos processos metabólicos - como transporte de elétrons e síntese de DNA. 
A carência deste oligoelemento possui prevalência mundial e dados de autores 
mostram que, aproximadamente 60% das gestantes possuem anemia. Estes 
valores são mais acentuados ainda nos países em desenvolvimento e atenção 
 
 
31 
especial deve ser dada, devido ao fato de que as necessidades de ferro variam 
conforme a fase da gestação. 
Durante o primeiro trimestre não há alteração destas necessidades, pois 
o fato da ausência da menstruação neste período, acaba balanceando este 
oligoelemento no organismo mesmo com o aumento da vasodilatação do volume 
de plasma sanguíneo maternos. Já no segundo trimestre há aumento das 
necessidades, devido à maior demanda de oxigênio para a mãe e o feto – 
necessitando-se então de manter os níveis de hemoglobina, sendo esta situação 
perdurada até o final da gestação. Caso este correto fornecimento de ferro não 
ocorra, o recém-nascido terá mais chances de apresentar baixo peso ao nascer. 
Logo após o nascimento e durante os primeiros meses de vida do recém-
nascido, há uma redução da concentração de hemoglobina e aumento 
proporcional das reservas de ferro. Nesta fase a absorção de ferro na 
alimentação é pequena, mas vai aumentando a medida que as reservas 
corporais se diminuem. Esta redução ocorre por volta de 4 a 6 meses de vida do 
bebê. Em crianças com aleitamento materno exclusivo é possível manter estas 
reservas corporais de ferro até o período de 4 a 6 meses e este é independente 
da quantidade de consumo de ferro que a lactante ingere. Após esta fase as 
reservas corporais do recém-nascido são reduzidas, a quantidade de ferro 
presente no leite materno diminui e em contrapartida as necessidades para 
processos metabólicos estão aumentadas (formação de novos tecidos e 
expansão do número de hemácias). Caso haja deficiência neste período citado 
acima, a anemia causa danos e prejuízos a memória, que não são irreversíveis 
mesmo após a correção desta carência. 
Mesmo não havendo anemia na gestação, a suplementação de ferro é 
recomendada, devido as necessidades aumentadas nos dois últimos trimestres 
de gestação. 
O Zinco também é de suma importância para esta fase, participando de 
processos como a reprodução, a diferenciação celular, imunidade, crescimento 
e reparação tecidual e participando ativamente de metaloenzimas que atuam nos 
processos de vias antioxidantes, metabolismo de macronutrientes e da síntese 
e degradação de ácidos nucléicos. A deficiência de zinco implica em 
anormalidades bioquímicas e de velocidade de crescimento entre outras. 
Somando-se a esta importância nos processos metabólicos, suas necessidades 
estão aumentadas em diversas fases da vida, como na gestação e lactação – 
onde a ocorrência de carências são maiores devido a demanda de utilização pelo 
organismo. Importante ressaltar que estas consequências podem ser corrigidas 
através da correta suplementação de zinco. 
Diversas são as repercussões da carência de zinco no período 
gestacional, sendo esta relacionada a: 
- Aborto espontâneo 
- Retardo do Crescimento intrauterino e nascimentos prematuros 
 
 
32 
- Pré-eclâmpsia 
- Anormalidades congênitas (retardo neural e alterações imunológicas 
fetais) 
- Alteração da função dos Linfócitos T - sistema de defesa imunológica. 
 
Na fase fetal (segunda metade da gestação), boa parte das reservas 
nutricionais da mãe é utilizada. Nesse período, o feto experimenta extraordinário 
crescimento: na 14ª semana, pesa cerca de 20 g; na 34ª, aproximadamente 
2.500 g, ou seja, 125 vezes maior. É interessante salientar que, apesar da 
intensidade do crescimento fetal, as reservas nutricionais da mãe permanecem 
praticamente estáveis nos últimos meses da gravidez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição do ganho de peso materno durante a gestação 
1. Produtos da concepção 
 Feto 2,7 Kg a 3,6 Kg 
 Líquido amniótico 0,9 Kg a 1,4 Kg 
 Placenta 0,9 kg a 1,4 kg. 
 
 
33 
 Total: 4,5 a 6,4 Kg 
 
2. Aumento dos tecidos maternos 
 Expansão do volume sanguíneo 1,6 kg a 1,8 kg. 
 Expansão do líquido extracelular 0,9 kg a 1,4 kg. 
 Crescimento do útero 1,4 kg a 1,8 kg. 
 Aumento do volume de mamas 0,7 kg a 0,9 kg. 
 Aumento dos depósitos maternos – tecido adiposo 3,6 kg a 4,5 kg. 
 Total: 8,2Kg a 10,4 Kg 
SOMA: 12,7Kg a 16,8 Kg 
Parizzi e Fonseca (2010) descrevem que: 
Avaliando as necessidades de ingestão de kcal por uma mulher, não 
gestante, possuindo atividade física moderada, objetivando-se suprir as suas 
necessidades energéticas e manter o peso corporal, gira em torno de 25 a 30 
Kcal/kg peso/dia. 
Uma gestação, normalmente consome cerca de 80.000 Kcal – durante os 
280 dias de gestação – mostrando-se assim que as necessidades calóricas na 
gestante passam a ser em torno de 25 a 35Kcal/kg peso/dia. No raciocínio lógico 
desta diferença, chegamos a um valor aumentado para a gestante de apenas 
300 Kcal/dia – sendo este valor considerado baixo quando o comparamos com 
a quantidade de alimentos incluídos para chegar neste total de calorias. 
As gestantes possuem a ideia de que a ingestão de alimentos está muito 
aumentada, o famoso “comer por dois”, quando na verdade a necessidade 
calórica está pouco alterada como vimos. O excesso de consumo de calorias é 
sabidamente prejudicial à gestantee ao feto, sendo assim o ritmo de ganho de 
peso na gestação o principal preditor de que há consumo adequado ou não de 
calorias (excessos refletem em ganho de peso excessivo). 
Em relação ao consumo de proteínas na gestação, a média de consumo 
durante toda a gestação gira em torno de 500g para o feto, 60g para a placenta 
e 440g no organismo da gestante, totalizando 1000g de proteína. Porém estes 
valores variam muito na literatura, não havendo consenso de valores 
específicos, mas sim de médias. 
Os estudos mais atuais sugerem que o aporte protéico seja de 1,1g 
proteína/kg peso/dia sendo: 2/3 de origem vegetal e 1/3 de origem animal) e as 
mesmas observações são encontradas para nutrizes. Comparando-se o 
consumo de proteínas por mulher não grávida e da gestante, a mulher adulta 
necessita de 0,8g proteína/kg peso/dia com a mesma proporção entre a origem 
vegetal e animal. Portanto a diferença do consumo da mulher adulta não 
gestante, e de uma gestante, em relação às proteínas é de aproximadamente 
duas porções de leite mais 1 unidade de ovo. 
 
 
 
34 
Quanto a avaliação nutricional da gestante, preconiza-se o 
acompanhamento através da Curva de Atalah, 1997, e parâmetros de ganho de 
peso segundo Institute of Medicine, 1990. 
 
 
 
 
35 
 
 
 
36 
 
 
 
 
37 
 
 
 
Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável - Alimentação e Nutrição na 
Gravidez, Portugal. 2015. 
 
 
38 
 
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 2013, a estimativa de 
gestantes anêmicas no mundo gira em torno de 41,8%, sendo no mínimo metade 
deste valor ocorrido pela deficiência de ferro. A OMS fornece aos estados e 
países orientações de ações para a correta suplementação de ferro e de ácido 
fólico, como medida de saúde pública e como meta para atingir os Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio. 
A OMS publicou então uma Diretriz de Suplementação diária de ferro e 
ácido fólico em gestantes adotando passos como: evidências; avaliação e 
síntese das evidências, formulação de recomendações - prioridades de pesquisa 
e planejamento para disseminação, avaliação de impactos e atualização da 
diretriz. A metodologia de análise de recomendação foi utilizada com base em 
revisões sistemáticas atualizadas sendo portanto a recomendação de 
suplementação diária oral de ferro e ácido fólico parte da assistência pré-natal 
com o objetivo de redução de baixo peso ao nascer, anemia da gestante e 
deficiência de ferro, sendo estas de forte recomendação. 
Há também alguns pontos importantes destacados nesta diretriz, como a 
questão de prevalência de anemia em gestantes em regiões específicas, onde a 
anemia na gestação é considerada problema de saúde pública – sendo 
caracterizada com a prevalência de 40% ou mais – possuindo valores de 
recomendação para a suplementação diária de 60mg de ferro elementar. Outro 
ponto ressaltado é que de, a gestante que for diagnosticada com anemia em 
qualquer fase da gestação, deve receber administração diária de 120mg de ferro 
elementar + 400mcg de ácido fólico, até que a concentração de hemoglobina 
atinja os valores recomendados. Após estes valores normalizados, a gestante 
volt a receber a dose pré-natal padrão, evitando assim a recorrência da anemia. 
 
 
 
 
 
39 
 
OMS. Diretriz: Suplementação diária de ferro e ácido fólico em gestantes. Genebra: Organização Mundial da 
Saúde; 2013 
 
 
Em relação as necessidades nutricionais, as DRI´s são utilizadas para as 
Gestantes e Lactantes e estão disponíveis nos artigos anexos. 
 
 Ômega 3 
Os ácidos graxos são encontrados em todas as membranas celulares. 
Eles compõem, do peso seco do cérebro fetal, metade do qual é ω-6 e a outra 
metade é ω-3 (ácido araquidônico) e ácido docosahexaenoico [DHA], 
respectivamente. Pelo fato de o DHA ser importante para o crescimento e 
desenvolvimento do sistema nervoso central e daretina, a dieta pré-natal deve 
incluir quantidades adequadas de DHA pré-formado. É recomendado 300 mg 
durante a gravidez e durante a lactação, segundo o Instituto de Medicina em 
2002. A principal fonte alimentar de DHA é o peixe gorduroso de água fria, e 
duas a três refeições com peixes com baixo teor de mercúrio, por semana, 
 
 
40 
durante a gravidez, parece fornecer as quantidades adequadas de DHA. Um 
exemplo de peixe com baixo teor de mercúrio no DHA é a sardinha e também 
peixes pequenos. Outra estratégia proposta pelas organizações Européias de 
Nutrição são a de limitar o consumo de peixes a 2x/semana devido a 
contaminação destes peixes por mercúrio, que este sim pode ser prejudicial à 
saúde materna e do bebê. 
 
 
2.2. Suplementação em Pediatria 
 
O leite humano é, sem dúvida, o melhor alimento para a criança. Sua 
composição fornece a energia e os nutrientes necessários em quantidades 
apropriadas. Contém, ainda, fatores imunes específicos e não específicos que 
fortalecem o sistema imune imaturo dos recém-nascidos, protegendo-os contra 
infecções. Adicionalmente, o leite humano ajuda a prevenir diarreia e otite média, 
segundo orientações da American Academy of Pediatrics em 2005. São raras as 
reações alérgicas às proteínas contidas no leite humano. 
Além disso, o contato da mãe com a criança durante o aleitamento 
materno promove a afeição e a união, e o leite humano possui vantagens 
nutricionais (p. ex., composição adequada, fácil digestão e melhor 
biodisponibilidade dos nutrientes), diminui a morbidade infantil, proporciona 
benefícios à saúde materna (p. ex., amenorreia da lactação, redução do peso 
corporal e alguma proteção contra o câncer) e oferece benefícios econômicos e 
ambientais. 
Como as crianças estão crescendo e desenvolvendo ossos, dentes, 
músculos e sangue, elas precisam de alimentos em proporção ao seu tamanho, 
mais nutritivos do que os adultos. Elas podem estar em risco de má nutrição 
quando têm diminuição de apetite por muito tempo, ingerem um número limitado 
de alimentos ou diluem suas dietas significativamente com alimentos pobres em 
nutrientes. 
As ingestões dietéticas de referência (DRI´s, do inglês dietary references 
intakes) são baseadas no conhecimento atual das ingestões de nutrientes 
necessários para a saúde ótima. 
Sugere-se uma avaliação cuidadosa de cada suplemento pediátrico, já 
que vários tipos estão disponíveis, mas são incompletos. Suplementos de 
vitaminas e minerais deveriam ser prescritos somente depois de cuidadosa 
avaliação das ingestões das crianças. As fórmulas infantis são fortificadas com 
todas as vitaminas e minerais necessários. Logo, crianças alimentadas com 
fórmulas raramente precisam de suplementos. Bebês amamentados necessitam 
de suplementação adicional de vitamina D logo após o nascimento, e de ferro 
aos 4 a 6 meses de idade. 
 
 
41 
As evidências mostram que o fluoreto pode ajudar a prevenir a cárie 
dentária. Se o suprimento de água de uma comunidade não for fluoretada, os 
suplementos de fluoreto são recomendados dos 6 meses até os 16 anos de 
idade. Entretanto, as práticas familiares individuais devem ser avaliadas, 
incluindo as fontes primárias de líquidos das crianças (p. ex., água, sucos ou 
outras bebidas) e fontes de fluoreto da creche, da escola, das pastas de dente e 
dos líquidos para higiene bucal. 
A American Academy of Pediatrics não apoia a suplementação de rotina 
de vitaminas e minerais para as crianças saudáveis, exceto para o flúor. 
Entretanto, crianças com risco de nutrição inadequada que devem se beneficiar 
da suplementação incluem aquelas (1) com anorexia, apetite inadequado ou que 
fazem dietas da moda; (2) com doença crônica(p. ex., fibrose cística, doença 
inflamatória do intestino, doença hepática); (3) de famílias carentes ou aquelas 
que são abusadas ou negligenciadas; (4) que fazem uso de um programa 
dietético para controlar a obesidade; (5) que não consomem quantidades 
adequadas de produtos lácteos; e (6) com dificuldade em se desenvolver. 
As crianças que rotineiramente tomam um suplemento multivitamínico ou 
de vitaminas ou de minerais não têm quaisquer efeitos negativos se o 
suplemento contiver nutrientes em quantidades que não excedam a DRI, 
especialmente o teor de ingestão superior tolerável. Entretanto, as crianças não 
devem tomar megadoses, particularmente de vitaminas lipossolúveis, pois 
grandes quantidades podem resultar em toxicidade. Em função de muitos 
suplementos de vitaminas e minerais terem aparência e sabor doce, os pais 
devem mantê-los fora do alcance das crianças para evitar a ingestão excessiva 
de nutrientes como o ferro. 
Já na adolescência, as ingestões dietéticas de referência (DRI, do inglês, 
dietary reference intakes) para adolescentes são listadas por idade cronológica 
e sexo. Embora as DRI forneçam uma estimativa das necessidades de energia 
e nutrientes para um adolescente individual, as necessidades reais variam muito 
entre adolescentes, como resultado de diferenças em composição corporal, grau 
de maturação física e grau de atividade física. 
Consequentemente, os profissionais de saúde devem utilizar as DRI como 
diretrizes durante a avaliação nutricional, mas devem se basear no julgamento 
clínico e em indicadores de crescimento e maturação física para fazer a 
determinação final das necessidades individuais de nutrientes e energia. O 
consumo de porções moderadas de uma grande variedade de alimentos é 
preferido para a suplementação nutricional como um método para obter a 
ingestão de nutrientes adequados. Apesar dessa recomendação, os estudos 
mostram que os adolescentes não consomem alimentos densos em nutrientes e 
geralmente têm ingestão inadequada de várias vitaminas e minerais; assim, os 
suplementos podem ser benéficos para muitos adolescentes. O levantamento 
nacional mostra que 30% a 40% dos adolescentes relatam a utilização de 
suplementos de vitaminas e minerais. 
 
 
42 
Quanto as necessidades nutricionais, utiliza-se as DRI´s, assim como nas 
gestantes e lactantes, e caso haja necessidade de suplementação, sempre 
avaliar a ingesta x Necessidade Diária. 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
2.3. Suplementação no Adulto 
 
A postura adotada pela ADA afirma que a melhor estratégia para 
promover a saúde e reduzir o risco de doenças crônicas consiste em escolher 
sabiamente uma grande variedade de alimentos ricos em nutrientes. Nutrientes 
adicionados aos alimentos fortificados ou suplementos alimentares podem 
ajudar algumas pessoas a alcançar as necessidades nutricionais especificadas 
pelos padrões baseados na ciência da nutrição, tais como as DRI´s. Com a 
afirmação anterior, a ADA coloca os alimentos em primeiro lugar, mas deixa a 
porta aberta para a suplementação para aquelas pessoas com necessidades 
nutricionais específicas identificadas por meio de avaliação feita por profissionais 
da saúde e nutrição. 
Tradicionalmente, pensa-se em vitaminas, minerais, fibras e proteínas 
como suplementos, administrados geralmente em pílulas, em cápsulas ou de 
forma líquida. As DRI são os padrões utilizados com a maioria dos adultos. 
Contudo, a fortificação dos alimentos constitui outra forma de suplementação 
nutricional. 
 
 
44 
O grau de fortificação dos alimentos (tais como “barrinhas energéticas” ou 
bebidas para desportistas) existentes no mercado acrescenta um novo tipo de 
possíveis fontes nutricionais, misturadas com os suplementos tradicionais. 
Suplementos menos nutricionais tais como fitossuplementos (herbais) e outros 
“ativadores” dietéticos naturais são também acrescentados à mistura 
suplementar comercial, estando à disposição dos consumidores Adultos 
interessados em alcançar e manter o bem-estar estão frequentemente 
interessados em alterar os padrões dietéticos ou em escolher alimentos que 
acrescentem benefícios à saúde. 
O desejo por menos calorias e múltiplos benefícios à saúde, 
especialmente quando há crianças na família, está fazendo crescer os mercados 
de alimentos funcionais nos Estados Unidos. Exemplos de alimentos funcionais 
são frutas, vegetais, sementes de linhaça, óleos de peixe, grãos integrais, certos 
temperos, iogurte, nozes, soja e legumes que estão associados a benefícios que 
vão além de seus valores nutritivos usuais. 
Alimentos funcionais podem incluir alimentos integrais e fortificados, 
enriquecidos, ou alimentos reforçados. O potencial benefício à saúde ocorre 
quando estes alimentos são consumidos como parte de uma alimentação 
variada, de forma regular. Fitoquímicos ou fitonutrientes (do termo grego phyto = 
planta) são componentes químicos naturais e biologicamente ativos dos 
alimentos vegetais. 
Nas plantas, os fitoquímicos atuam como sistemas naturais de defesa de 
seus hospedeiros e oferecem proteção contra as invasões microbianas ou 
infecções. Eles também proporcionam cor, aroma e sabor, havendo mais de 
2.000 pigmentos vegetais identificados. Estes incluem flavonoides, antocianinas 
e carotenoides. Existe ainda mais interesse no resveratrol do suco de uva e 
vinhos tintos. 
Conforme estudos de consumo x adequação de nutrientes da população 
adulta do Brasil, as vitaminas E e D e os minerais sódio e cálcio possuem 
inadequação de consumo tanto na população masculina quanto na feminina. Em 
relação ao sódio o consumo mostra-se elevado em 89,3% nos homens e 70% 
nas mulheres. Quanto ao consumo de cálcio, a maior inadequação foi verificada 
em mulheres com faixa etária entre 51 a 59 anos, com valores de 96,4%. 
Avaliando-se ainda o consumo de magnésio e Vitamina A, a inadequação 
foi verificada em todos os grupos avaliados, com valores maiores que 70% de 
inadequação. Tanto no sexo masculino quanto no feminino, as maiores 
inadequações de ingestão de nutrientes foram na área rural, exceto sobre o 
consumo de sódio, magnésio e vitamina D. 
Um dado interessante da área rural foi a de que a inadequação da 
ingestão de fósforo e ferro das mulheres, sendo de 3 à 5 vezes maiores em 
relação aos homens também da área rural. 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4. Suplementação no Idoso 
 
 
 
46 
Muitos adultos idosos têm necessidades nutricionais especiais porque o 
envelhecimento afeta a absorção, o uso e a excreção de nutrientes. As ingestões 
diárias recomendadas (DRI, do inglês, dietary reference intakes) separam o 
grupo de pessoas com 50 anos ou mais em dois grupos, com idades entre 50-
70 anos e com 71 anos e mais velhos. 
Com base no Índice de Alimentação Saudável, os americanos mais velhos 
precisam aumentar a ingestão de grãos integrais, vegetais verde-escuros e 
laranja, legumes e leite; escolher formas de alimentos mais ricos em nutrientes, 
isto é, alimentos pobres em gorduras sólidas e livres de adição de açúcares, e 
diminuir o consumo de sódio e gordura saturada. Outros estudos mostram que 
pessoas mais velhas têm baixa ingestão de calorias, gordura total, fibra, cálcio, 
magnésio, zinco, cobre, ácido fólico e vitaminas B12, C, E e D. Tabelas de DRI´s 
podem também ser utilizadas. Aqui no Brasil, DRI para a energia sugerem 3.067 
kcal/dia para homens e 2.403/kcal dia para mulheres de 18 anos; subtrair 10 
kcal/dia para homens e 7 kcal/dia para mulheres para cada ano de idade superior 
a 19 anos. As DRI não são específicas para proteínas em adultos idosos. 
Após 65 anos de idade, o

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