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LIMINAR E TUTELA ANTECIPADA EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL 
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANIA APARECIDA DA SILVA VELES 
 
 
 
Caxias do Sul 
2017 
 
 
 
 
 
TRABALHO ACADÊMICO SOBRE LIMINAR E TUTELA ANTECIPADA EM 
MATÉRIA TRIBUTÁRIA, APRESENTADO COMO REQUISITO PARCIAL DA 
DISCIPLINADE DIREITO TRIBUTÁRIO II. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como parte dos requisitos 
parcial na disciplina de Direito Tributário II, na 
Universidade de Caxias do Sul, ministrada pelo 
Prof. Me. Jefferson Roberto Panarotto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul 
2017 
 
 
 
SUMÁRIO 
SUMÁRIO 2 
1 INTRODUÇÃO 3 
2 DA TUTELA PROVISÓRIA 4 
3 A TUTELA DE EVIDÊNCIA COMO CAUSA DE SUSPENSÃO DA 
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6 
4 TUTELA DE EVIDÊNCIA EM SEDE DE LIMINAR EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 11 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 14 
6. REFERÊNCIAS 15 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como objetivo estudar, bem como analisar as tutelas de urgência 
no âmbito tributário. 
A legislação tributária possui uma extensa gama de hipóteses geradoras de tributos. 
Havendo a incidência de um fato sobre umas dessas hipóteses previstas, nascerá a obrigação do 
contribuinte para com o Fisco. 
A tutela de urgência é uma decisão em princípio provisória. Suas espécies são as 
medidas cautelares e as antecipações da própria tutela de mérito. 
Essa pesquisa teve como temática a discussão da compatibilidade da tutela de evidência 
no âmbito do Direito Tributário como uma hipótese de suspensão do crédito tributário e o seu 
cabimento em sede de liminar em Mandado de Segurança. 
4 
 
2 DA TUTELA PROVISÓRIA 
 
 
Com a vigência do novo Código de Processo Civil de 2015 surgiu a Tutela 
Provisória, gênero esse dividido em duas espécies: a tutela de urgência e a tutela de evidência. 
O novo CPC uniu os institutos da tutela antecipada e as cautelares em um único 
instrumento chamado “tutela provisória”, acabando assim com a distinção que havia entre os 
mesmos, sendo de cunho satisfativo (antecipação do pedido) e cunho protetivo (uma resposta 
prévia do Estado-Juiz para assegurar o provimento final), respectivamente. 
A tutela de urgência se baseia quando houver indícios ou elementos mínimos que 
atestem ou corroborem a probabilidade do direito alegado. Fazendo-se uma analogia com o 
código anterior, especificamente com o procedimento cautelar, percebe-se a semelhança que 
esse requisito possui com o fumu boni iuris ou fumaça do bom direito, como um requisito para 
concessão das cautelares. 
Além da probabilidade do direito, a parte incumbe demonstrar o perigo de dano ou 
o possível risco que a não concessão pode ocasionar para a efetividade do processo com a 
possibilidade de perda do interesse processual ou a perda do bem objeto do litígio. Novamente 
é possível se fazer uma comparação com o antigo procedimento cautelar, com nítida 
similaridade com o requisito do periculum in mora ou perigo da demora que se pode causar ao 
resultado útil do processo. 
A tutela de evidência será concedida independentemente da demonstração da 
existência de perigo, dano ou risco ao resultado útil do processo, ou seja, nessa modalidade de 
tutela provisória, não há o que se falar do periculum in mora, apenas deve-se comprovar a 
probabilidade do direito alegado, encarregando-se o próprio Código de estabelecer suas 
hipóteses de cabimento. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório da parte; 
5 
 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente 
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de 
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente. 
Como se pode perceber, os casos expostos não trazem questões de urgência da 
prestação jurisdicional, são hipóteses em que o próprio legislador considerou que o direito do 
autor é tão cristalino que chega a ser “evidente”, não assistindo razão em se negar uma tutela 
jurisdicional prévia em relação ao julgamento final diante da robustez e liquidez de seu direito 
apresentado, mesmo que ausente o periculum in mora. 
Leciona Wambier1 a respeito que: 
Tais situações não se confundem, todavia com aquelas em que é dado ao juiz 
julgar antecipadamente o mérito (art. 355 e 356), porquanto na tutela de 
evidência, diferentemente do julgamento antecipado, a decisão pauta-se em 
cognição sumária e, portanto, traduz uma decisão revogável e provisória. 
O magistrado poderá decidir liminarmente nas hipóteses dos incisos II e III do art. 
311 do novo CPC, hipóteses essas que incumbe à parte demonstrar: (i) prova documental que 
ateste as alegações de fato somadas à tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em 
súmula vinculante; e prova documental adequada do contrato de depósito. 
Como se verá adiante, a tutela de evidência é perfeitamente compatível com o 
direito tributário, principalmente, pela disposição expressa no art. 311, inciso II, CPC. 
 
 
1 WAMBIER, Teresa; RIBEIRO, Leonardo Ferres da Silva; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins e; MELLO, Rogério 
Licastro Torres de. Primeiros comentários ao Novo CPC. Artigo por artigo. São Paulo: RT, 2015 
6 
 
3 A TUTELA DE EVIDÊNCIA COMO CAUSA DE SUSPENSÃO DA 
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O termo exigibilidade é referente ao direito do crédito oriundo da obrigação 
tributária que se forma entre o sujeito ativo (credor) e o passivo (devedor), característica essa 
só conferida graças à certeza e liquidez que o mesmo possui. 
A certeza e a liquidez só serão verificadas no ato de lançamento que homologa o 
procedimento tendente a verificar a ocorrência do evento jurídico tributário (fato gerador), 
montante devido (base de cálculo x alíquota), sujeitos da relação, etc., surgindo assim à 
exigibilidade da obrigação tributária e consequentemente do seu crédito. 
A suspensão da exigibilidade serve para impossibilitar o Fisco na promoção de atos 
de cobrança do crédito respectivo da obrigação tributária. O que se suspende é a exigibilidade 
e não o crédito em si. Para ser executável um título precisa ter os seguintes atributos: certeza, 
liquidez e exigibilidade. A falta de uma delas desnatura a execução. 
Ainda, sobre os tipos ou modalidades de lançamento, Ichihara Yoshiaki2, com o 
nascimento da obrigação tributária, ou antes de seu nascimento, o crédito poderá́ ser suspenso, 
extinto ou excluído. 
Pretende-se fixar o que seja exclusão, extinção e suspensão do crédito tributário, 
além de apresentar estudo nominal de cada uma das hipóteses previstas no Código Tributário 
Nacional, tais como: “suspensão do crédito tributário” (a moratória, o depósito do montante 
integral, as reclamações e os recursos e a concessão da medida liminar em mandado de 
segurança, em medidas cautelares e tutela antecipada emqualquer tipo de ações); “extinção do 
crédito tributário” (o pagamento, a compensação, a transação, a remissão, a prescrição e a 
decadência, a conversão do depósito em renda, o pagamento antecipado, a decisão 
administrativa e judicial e a consignação em pagamento) e “exclusão do crédito tributário” (a 
isenção e a anistia). 
Concluindo, as noções sobre repetição do indébito e as garantias e privilégios do 
crédito tributário. 
 
2 Ichihara, Yoshiaki . Direito Tributário, 19ª edição. Atlas, 07/2015. [Minha Biblioteca]. 
7 
 
 
 
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário tem a característica de ser 
transitória ou temporária. Daí podermos dizer que a suspensaõ do crédito tribu- tário nada mais 
é do que a dilatação ou prorrogaçaõ do prazo de pagamento; isto é, aquilo que era exigível, com 
a prorrogaçaõ do prazo para pagamento, fica suspenso, ou seja, o crédito e sua exigibilidade. 
Tal assunto é tratado nos arts. 151 a 155 do CTN. 
Elenca o art. 151 do CTN os casos em que se suspende a exigibilidade do crédito 
tributário: 
“I – a moratória; 
II – o depósito do seu montante integral; 
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
IV – a concessão da medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outra espécies de 
ação judicial; 
VI – o parcelamento.”3 
A doutrina majoritária entende que as hipóteses de suspensão da exigibilidade são 
taxativas, esse entendimento é corroborado pelo fato que o art. 141 do CTN afirmar que: 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, 
nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, 
a sua efetivação ou as respectivas garantias. 
 
3 Acréscimos de redação nos termos da Lei Complementar no 104, de 10-1-0 
8 
 
Ademais, afirma o art. 111, I, do CTN que as hipóteses de suspensão do crédito 
tributário serão interpretadas literalmente. 
Todavia, Ichihara Yoshiaki4, ressalta ainda que no caso de ultrapassado o prazo 
decadencial, ou quando naõ for possível a comprovaçaõ do direito líquido e certo, por exemplo, 
por necessidade de produçaõ de provas, no caso existiria uma alternativa, que seriam as medidas 
cautelares ou a tutela antecipada, onde a liminar poderá ser pleiteada em qual- quer tipo de açaõ. 
Não se pode confundir esta açaõ mandamental com açaõ de cobrança ou para 
pretender efeitos patrimoniais pretéritos. 
Apesar do entendimento majoritário, corrente considerável da doutrina e 
jurisprudência tem se inclinado pela flexibilização das hipóteses de suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário, art. 151, do CTN. 
Nesse sentido, entende Íris Vânia Santos Rosa[5] afirmando ser possível admitir 
novas possibilidades, lastreada em princípios constitucionais, podendo ser aplicadas por 
analogia às existentes. 
O próprio STJ admite certa flexibilização das hipóteses de suspensão da 
exigibilidade, afirmando que o pedido administrativo de compensação de tributo suspende a 
exigibilidade e impede o ajuizamento da execução fiscal. Nesse sentido: 
EMENTA 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. 
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. 
CAUSA DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CITAÇÃO DO EXECUTADO E 
CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO PARA OPOSIÇÃO DE EXCEÇÃO DE 
PRÉ-EXECUTIVIDADE. VERBA HONORÁRIA A SER SUPORTADA PELA 
FAZENDA. CABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. É 
firme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça em que o pedido 
administrativo de compensação de tributos possui o condão de suspender a 
exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inciso III, do 
Código Tributário Nacional. Precedentes. 2. São devidos honorários 
advocatícios contra Fazenda Pública se a execução fiscal foi extinta após a 
 
4 Ichihara, Yoshiaki . Direito Tributário, 19ª edição. Atlas, 07/2015. [Minha Biblioteca]. 
9 
 
citação do devedor e, em especial, se houve a contratação do advogado para 
que fosse apresentada exceção de pré-executividade. Precedentes. 3. Agravo 
regimental improvido. (AgRg no REsp 1192182/PR, Rel. min. HAMILTON 
CARVALHIDO, primeira turma, julgado em 24/08/2010, DJe 04/10/2010) 
O pedido de compensação não se trata de impugnação nem de recurso 
administrativo, sendo uma nova hipótese não elencada no art. 151 do CTN e amplamente aceita 
pela doutrina e jurisprudência do STJ como causa de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário, ressaltando assim a posição adotada mesmo que discretamente pela flexibilização 
das hipóteses de suspensão. 
O próprio artigo 151 do CTN possui dois incisos afirmando ser possível a concessão 
de liminares como hipóteses de suspensão da exigibilidade, inciso IV e V. 
Como o Direito Tributário não possui um código de processo tributário específico, 
muitas de suas disposições processuais se amparam na utilização do Código de Processo Civil 
naquilo que não lhe seja contrário, sendo lá estipulado a definição, conteúdo e alcance das 
liminares. 
Percebe-se que o CTN utilizou da lei geral sobre processo, o CPC, para definir sua 
aplicação no âmbito tributário. Com a mudança da legislação processual do CPC 73 para as 
novas disposições já sobre vigência do CPC 2015, como já anteriormente afirmado, não existe 
mais a separação de liminares (cautelares) e tutelas antecipadas, sendo ambas conceituadas 
como parte do gênero tutelas provisórias. 
Como o CTN embasava processualmente essa temática na lei geral, o CPC, se 
houvesse qualquer alteração nesse tema, também se repercutiria no âmbito do Direito 
Tributário, devendo as disposições do CTN serem atualizadas, sendo agora possível a tutela de 
urgência e a tutela de evidência, não mais havendo o que se falar de tutela antecipada e suas 
implicações na suspensão da exigibilidade, art. 151, V do CTN. 
Com a devida vênia, no meu entender não se trata de novas hipóteses de suspensão 
da exigibilidade, cuida-se de uma releitura atualizada dos institutos estipulados na lei geral 
processual então vigente, o CPC 2015, para sua correta adequação e cabimento no âmbito do 
Direito Tributário. 
10 
 
Como lei posterior revoga lei anterior, não faz sentido o CTN amparar suas 
hipóteses processuais no antigo código se existe um novo então vigente, sendo perfeitamente 
compatível com suas disposições. 
11 
 
4 TUTELA DE EVIDÊNCIA EM SEDE DE LIMINAR EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 
A lei que prevê o Mandado de Segurança é a lei 12.016/09, afirmando que será 
cabível nas hipóteses em que se planeja proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa 
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja 
em que categoria for e sejam quais forem as suas funções. 
O art. 7, inciso III da referida Lei prevê expressamente a possibilidade de concessão 
de medida liminar desde que haja “fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a 
ineficácia da medida”, sendo facultado do juiz se exigir caução, fiança ou depósito do 
impetrante. 
O §2º desse mesmo artigo prevê as hipóteses que não será concedida a medida 
liminar: (i) objeto de compensação de créditos; (ii) entrega de mercadorias e bens provenientes 
do exterior; (iii) reclassificação ou equiparaçãode servidores públicos; (iv) concessão de 
aumento ou extensão de vantagens ou pagamentos de qualquer natureza. 
Novamente, como a Lei especial do Mandado de Segurança foi feita amparada na 
lei geral processual, CPC, a medida tinha de ter sempre natureza cautelar, protetiva, não 
podendo possuir cunho satisfativo, uma vez que esse elemento era característico das tutelas 
antecipadas. 
Como já explicado, com a vigência do novo CPC 15, acabou-se a distinção de 
antecipações de tutela e procedimentos cautelares e criou-se a espécie tutela de evidência, sem 
o requisito do risco de dano, podendo ser ainda concedida em liminar. 
Paulo Cesar Conrado5 a respeito do tema entende: 
Como o CPC/15 não define, materialmente, os efeitos extraíveis da tutela de 
evidência (deixando de apontar, por outros termos, se a providência por ela aparelhada é 
cautelar ou satisfativa), fica a questão desde logo: o jurisdicionado pode pedir tutela de 
evidência apenas para um, para outro ou para ambos os fins? 
 
5 CONRADO, PAULO CESAR; TUTELA DE EVIDÊNCIA DE MANDADO DE SEGURANÇA 
12 
 
Em princípio, poderíamos dizer que, por não restritivo, o novo estatuto 
caminharia para uma posição mais abrangente, contemplando, via tutela de 
evidência, tanto as providências cautelares como as satisfativas. 
Se assim for, partindo-se da premissa (já assentada) de que liminar em 
mandado de segurança é submodelo de cautelar, o que se poderia concluir é 
para além das condições gerais fixadas nos incisos do artigo 7º da Lei 
12.016/2009, seria possível a concessão da aludida medida sob o regime do 
art. 311 (especificamente o seu inciso II) 
Como anteriormente já afirmado sobre a necessidade de atualização da linguagem 
empregada no código e a interpretação de seus signos pelo intérprete segundo a nova sistemática 
adotada, não haveria o que se falar de ofensa a nenhuma lei, uma vez que a Lei especial deve 
ser interpretada em conjunto com a lei geral e não isoladamente. 
Nesse sentido entendeu o Fórum Permanente de Processualistas Civis – FPPC no 
enunciado nº 422 “A tutela de evidência é compatível com os procedimentos especiais”. 
André Vasconcelos Roque6, traz um exemplo para elucidar melhor um caso: 
Imaginemos que a ilicitude de determinado tributo tenha sido 
reconhecida em recurso especial repetitivo. Nas ações individuais 
subsequentes sobre a mesma matéria, bastaria ao autor, por exemplo, 
demonstrar documentalmente suas alegações e o enquadramento de 
seu caso na tese jurídica definida no recurso especial repetitivo para 
fazer jus à tutela de evidência que suspendesse a exigibilidade do 
tributo (art. 311, II), sem que fosse necessário demonstrar o periculum 
in mora. 
Como se pode ver, perfeitamente cabível o manejo do Mandado de Segurança 
cumulado com pedido de concessão de liminar com base na tutela de evidência do art. 311, II, 
do novo CPC 2015, desde que corroborada por prova exclusivamente documental, o que 
caminha lado a lado com a necessidade de prova pré-constituída em sede de Mandado de 
Segurança e a impossibilidade de dilação probatória; sendo a tese firmada em julgamento de 
recursos repetitivos ou súmula vinculante para embasar ainda mais a probabilidade do direito 
líquido e certo. 
 
6 Roque, Andre Vasconcelos; Uma tutela nada evidente: a tutela da evidência recursal. 
13 
 
 
14 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Procurou-se mostrar nesse trabalho a disposição do novo CPC 2015 acerca do tema 
tutela provisória e a sua divisão em tutela de urgência e tutela de evidência, conceituando e 
distinguindo seus institutos, características e requisitos. 
Percebe-se que a perfeita compatibilidade da tutela de evidência com o Direito 
Tributário, podendo ser concedida em sede de liminar em Mandado de Segurança por suas 
disposições terem a mesma sintonia com os requisitos do prova pré-constituída, direito líquido 
e certo e desnecessidade de dilação probatória. 
Tentou-se aprofundar sem esgotar o tema acerca das implicações da tutela de 
evidência no Direito Tributário, como uma verdadeira hipótese de suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário sem se inovar o rol do art. 151, do CTN. 
Também se estudou sua possível concessão em sede de liminar em Mandado de 
Segurança sem ofensa a lei especial, uma vez que as disposições lá têm de ser interpretadas em 
conjunto com a lei geral, o CPC. 
 
15 
 
6. REFERÊNCIAS 
 
CÓDIGO 3 EM 1: TRIBUTÁRIO; PROCESSO CIVIL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL/ OBRA COLETIVA DE 
AUTORIA DA EDITORA SARAIVA COM COLABORAÇÃO DE LUIZ ROBERTO CURIA, LIVIA 
CÉSPEDES E JULIANA NICOLETTI – 11ª ED. SÃO PAULO: SARAIVA, 2015. 
WAMBIER, TERESA; RIBEIRO, LEONARDO FERRES DA SILVA; CONCEIÇÃO, MARIA LÚCIA 
LINS E; MELLO, ROGÉRIO LICASTRO TORRES DE. PRIMEIROS COMENTÁRIOS AO NOVO CPC. 
ARTIGO POR ARTIGO. SÃO PAULO: RT, 2015. 
ROQUE, ANDRE VASCONCELOS; UMA TUTELA NADA EVIDENTE: A TUTELA DA 
EVIDÊNCIA RECURSAL; JOTA; DISPONÍVEL EM: 
< HTTP://JOTA.UOL.COM.BR/UMA-TUTELA-NADA-EVIDENTE-A-TUTELA-DA-
EVIDENCIA-RECURSAL> ACESSADO EM 29. SET.2017. 
CONRADO, PAULO CESAR; TUTELA DE EVIDÊNCIA DE MANDADO DE SEGURANÇA; CONJUR, 
DISPONÍVEL EM: < HTTP://WWW.CONJUR.COM.BR/2016-MAI-25/PAULO-CONRADO-TUTELA-
EVIDENCIA-MS-AFETA-DIREITO-TRIBUTARIO > ; ACESSADO EM 11.OUT.2017. 
ICHIHARA, YOSHIAKI . DIREITO TRIBUTÁRIO, 19ª EDIÇÃO. ATLAS, 07/2015.

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