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Seminário II

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Seminário II: Suspensão da exigibilidade do crédito tributário, mandado de segurança e liminares
1) No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa “exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da “exigibilidade”? Impede-se (i) o lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos?
O termo “exigibilidade” do art. 151 do CTN, se refere a constatação da existência no plano fático da pratica do fato gerador disposto nas leis que regulam os diversos tributos que compõem o sistema tributário brasileiro, neste ponto, o ente federativo competente pelo tributo a que se refere o fato gerador praticado obtém um direito de exigir, de quem praticou o fato gerador, o quantum estipulado pela lei.
A “exigibilidade” surge com a constatação da pratica do fato gerador através do lançamento, seja ela por homologação, de oficio ou por declaração.
O efeito da suspensão da “exigibilidade” é a suspensão do direito do ente de exigir o quantum estipulado pela lei que dispõe sobre o tributo, porem não há a suspensão dos deveres assessórios, apenas da obrigação principal que é o pagamento integral do tributo.
A suspensão da exigibilidade impede a execução fiscal apenas, não impedindo o lançamento, a pesar de ser possível a suspensão da exigibilidade antes da constituição do credito tributário isso não impede que o fisco possa analisar o quantum devido e fazer o lançamento coma constituição do credito tributário; nem a inscrição na divida ativa, pois ela é apenas um meio de garantir o credito tributário e não uma forma de exigi-lo.
2) Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por desrespeito aos deveres instrumentais)?
 A expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN no sentido de suspensão da exigibilidade da obrigação principal, isso quer dizer o direito do fisco de cobrar credito tributário, não abrangendo as obrigações acessórias.
A pratica de atos ilícitos decorrentes dos liames do credito tributário em discussão como exemplo da mora que é dividida em multa e juros são consideradas como obrigação principal diferente da obrigação principal do credito tributário, e ficam suspensas nos termos do art. 151 do CTN se também forem garantidas, isto é, ate o momento do deposito.
3) As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” prevista no art. 151 do CTN são taxativas? (vide anexo V). Considerando que não houve alteração no art. 151 do CTN, pergunta-se:
Sim, o rol do art. 151 do CTN é taxativo, pois segundo entendimento doutrinário as únicas formas de suspensão da exigibilidade do credito tributário estão dispostas neste artigo, são elas: moratória; o depósito do seu montante integral; as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; a concessão de medida liminar em mandado de segurança; a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; o parcelamento.        
   
a. A equiparação, prevista pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN?
Não, pois segundo a sumula 112 do STJ, somente o deposito em dinheiro tem o condão de suspender o credito tributário previsto no art. 151, II do CTN.
b. As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao processo tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
Sim elas se aplicam, tanto a tutela de evidencia que se fundamenta no art. 311 do CPC, e neste aspecto a lei traz 4 hipóteses em que essa tutela poderá ser usada, que são: nos casos de abuso de direito de defesa ou atos protelatórios; quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e haver julgamento de casos repetitivos ou sumula vinculante sobre o tema; quando o autor reclama um bem ou direito que lhe pertence, porém não consta em seu patrimônio, com a comprovação documental do contrato de deposito; e quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor e não houver prova do réu capaz de gerar dúvida razoável.
Tais hipóteses dispostas nos incisos de I a IV do art. 311 do CPC[footnoteRef:1] tem o traço comum da necessidade de uma prova cabal que comprove completamente o fato jurídico descrito, e que faça o juiz reconhecer que existe uma probabilidade suficiente para aprovar a pretensão do autor da tutela. Além disso, apesar de ser controverso, entende-se que os incisos compõem um rol taxativo, impedido a sua aplicação em outros casos. [1: ] 
A tutela de evidência se baseia em um direito líquido e certo, e, apesar de ser necessária a parte demonstrar o risco de dano, essa medida se forma no princípio da celeridade, em que a duração do processo pode causar prejuízo ao autor.
Quanto ao momento em que se pode requerer a tutela de evidência, este é limitado, podendo apenas ser requerida incidentalmente, ou seja, durante o processo, no caso do inciso I, do art. 311, do CPC e na petição inicial, nos casos dos incisos II, III e IV, do art. 311, do CPC.
Quanto à sua natureza, existem controvérsias, pois o CPC/2015 não trouxe a subdivisão de tutela cautelar ou tutela antecipada. Dessa forma, muito se discutiu sobre qual natureza teria nas tutelas de evidência. A doutrina majoritária entende que, apesar dessa subdivisão não ter sido feita pelo código, a tutela de evidência poderia ser uma medida satisfativa e também conservativa dependendo da matéria tratada
Sobre a tutela de urgência, ela está disposta nos arts. 300 até 302 do CPC. Sua utilização está fundamentada no art. 300 do CPC, e, nesta norma, verifica-se que a tutela de urgência deve sempre observar dois critérios para requere-la. Primeiramente, o fumus boni juris, ou seja, a probabilidade do direito, que seria uma alta possibilidade de que o autor da tutela tenha os direitos que alega; em seguida tem-se o outro critério: periculum in mora, ou seja, o perigo de dano. Este segundo seria uma alta possibilidade de que, caso não seja tomada precauções necessárias o mais tempestivamente possível, o autor da tutela corre o risco de ter um direito seu violado, e, portanto, sofrer danos materiais ou morais de difícil ou impossível reparação.
Nessa tutela não se tem um rol para delimitar sua abrangência, sendo necessário apenas encontrar os dois requisitos descritos. No entanto, existe uma restrição para sua aplicação: o perigo de irreversibilidade da decisão que defere o pedido de tutela de urgência; nestes casos, o próprio art. 300 do CPC impede a concessão da tutela.
Quanto a sua natureza, a tutela de urgência pode ser aplicada como tutela de urgência cautelar ou tutela de urgência satisfativa; a diferença entra ambas se referem à classificação de ação principal ou ação acessória. Na ação principal ela é por si só suficiente para discussão de toda a situação jurídica que derivou o processo; todavia, a ação acessória segue a principal, e neste caso ela depende de uma ação principal para que toda a situação jurídica no processo possa ser resolvida definitivamente.
4) Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se: trata-se de faculdade do contribuinte? Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de caução? O levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito? (vide anexo VI)
O deposito judicial do valor integral ou parcial do suposto quantum do credito tributário só pode ser feito de modo voluntario pela contribuinte, caso contrario estará ferindo a apreciação do judiciário de uma lesão ou ameaça a um direito dispostono art. 5º, XXXV, da CF. 
Existe diferença entre deposito judicial e caução, e se refere a faculdade do contribuinte de fazer ou não fazer, no deposito judicial o contribuinte pode ou não realiza-lo sem risco de sua escolha atrapalha-lo na concessão de medidas liminares ou no curso do processo no que se refere estritamente ao modo como o processo será dirigido; já na caução o contribuinte o oferece para que sua liminar seja deferida, neste caso, o mandado de segurança algumas vezes é requerido a caução para que o juiz defira a medida liminar.
Sobre o levantamento do deposito judicial pelo contribuinte a qualquer tempo existem divergências, alguns doutrinadores entendem que o levantamento só poderia ser feito pelo contribuinte quando tiver êxito na ação proposta e outros entendem que o contribuinte pode a qualquer tempo fazer o levantamento do deposito judicial. Na minha opinião entendo que o deposito só poderia ser levantado quando o contribuinte tiver êxito na ação proposta, pois apesar do deposito ser voluntario pelo contribuinte, ele além de suspender a exigibilidade do credito tributário ele também garante ele, deste modo, o deposito está vinculado a sentença com transito em julgado para observar sua destinação, ou levantamento para o contribuinte ou a conversão em renda para o fisco.
5) A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se:
a. Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
A tutela de urgência pode ser aplicada como tutela de urgência cautelar ou tutela de urgência satisfativa ou também chamada de tutela antecipada; a diferença entra ambas se referem à classificação de ação principal (tutela antecipada) ou ação acessória (tutela cautelar). Na ação principal ela é por si só suficiente para discussão de toda a situação jurídica que derivou o processo; todavia, a ação acessória segue a principal, e neste caso ela depende de uma ação principal para que toda a situação jurídica no processo possa ser resolvida definitivamente.
A tutela de urgência satisfativa (também chamada de antecipada), possuindo características de uma ação principal, isto é, tem natureza satisfativa e não depende de outra ação para produzir efeitos definitivos. Já a tutela cautelar possui características de ação acessória, necessitando assim de uma ação principal para que possa ter efeitos. 
Além disso, a tutela cautelar é utilizada de três maneiras: primeiro, como medida para assegurar bens; segundo, como medida para assegurar pessoas; terceiro, como medida para assegurar provas. Já na tutela antecipada se tem um adiantamento do resultado da decisão para evitar que o dano se prolongue até o final do processo.
Sobre o mandado de segurança ele admite tanto a tutela antecipada com cautelar em nosso ordenamento jurídico, devendo apenas observar os critérios para utilização de cada um deles.
b. É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
Sim, é cabível a liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito, devendo observar os requisitos de se ter um direito liquido e certo e prova cabal sobre o fato, devendo também se enquadrar em uma das hipóteses do art. 311 do CPC e de acordo com a jurisprudência deve ser feito deposito caução para que a liminar possa ser deferida.
6) Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. Obteve liminar em mandado de segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi “cassada” pela sentença denegação da segurança. Pergunta-se:
a. Na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII).
A apelação tem efeito suspensivo, deste modo, ela não reestabelece os efeitos da liminar ela tem seus próprios efeitos, de acordo com o art. 1012, §1º, V, do CPC e art. 1013 do CPC. Sendo assim a apelação não reconstitui os efeitos suspensivos e devolutivos da liminar, ela aplica seu próprio efeito suspensivo (art. 1012, §1º, V, do CPC) e o efeito devolutivo (art. 1013 do CPC).
b. Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em mandado de segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX)
Não há incidência de multa moratória em relação ao período em que o crédito tributário ficou com a exigibilidade suspensa por força de liminar em mandado de segurança, pois de acordo com o art. 63, §2º da lei 9.430/96 e a súmula 405 do STF, a liminar interrompe desde quando foi concedida ate 30 dias depois da decisão que à cassou. Já os juros moratórios devem incidir neste período já que o artigo anteriormente citado apenas impede a aplicação de multa e não dos juros, e também por entender que os juros são uma compensação do atraso no pagamento do credito tributário, visando restituir a desvalorização monetária, já a multa tem caráter punitivo que não poderia ocorrer, pois o contribuinte não tinha a obrigação de pagar devidamente constituída.
No caso da liminar ser concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo os juros iram ser contados por todo o tempo transcorrido, mesmo no período de suspensão da exigibilidade e a multa será aplica, pois houve atraso no pagamento do tributo, entretanto, não incide juros sobre a multa no período em que a exigibilidade do credito tributário estava suspenso.
7) Primeiramente distinga tutela antecipada e tutela cautelar. Fixados esses conceitos, responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?
A Tutela de Evidência se fundamenta no art. 311 do CPC, e neste aspecto a lei traz 4 hipóteses em que essa tutela poderá ser usada, que são: nos casos de abuso de direito de defesa ou atos protelatórios; quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e tiver julgamentos de casos repetitivos ou sumula vinculante sobre o tema; quando o autor reclama um bem ou direito que lhe pertence, porém não consta em seu patrimônio, com a comprovação documental do contrato de deposito; e quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor e não houver prova do réu capaz de gerar dúvida razoável.
Tais hipóteses dispostas nos incisos de I a IV do art. 311 do CPC tem o traço comum da necessidade de uma prova cabal que comprove completamente o fato jurídico descrito, e que faça o juiz reconhecer que existe uma probabilidade suficiente para aprovar a pretensão do autor da tutela. Além disso, apesar de ser controverso, entende-se que os incisos compõem um rol taxativo, impedido a sua aplicação em outros casos.
A tutela de evidência se baseia em um direito líquido e certo, e, apesar de ser necessária a parte demonstrar o risco de dano, essa medida se forma no princípio da celeridade, em que a duração do processo pode causar prejuízo ao autor.
Quanto ao momento em que se pode requerer a tutela de evidência, este é limitado, podendo apenas ser requerida incidentalmente, ou seja,durante o processo, no caso do inciso I, do art. 311, do CPC e na petição inicial, nos casos dos incisos II, III e IV, do art. 311, do CPC.
Quanto à sua natureza, existem controvérsias, pois o CPC/2015 não trouxe a subdivisão de tutela cautelar ou tutela antecipada. Dessa forma, muito se discutiu sobre qual natureza teria nas tutelas de evidência. A doutrina majoritária entende que, apesar dessa subdivisão não ter sido feita pelo código, a tutela de evidência poderia ser uma medida satisfativa e também conservativa dependendo da matéria tratada.
A priori a tutela de evidência terá natureza satisfativa, já que ela visa a proteção de um direito material; entretanto, existe alguns casos que ela pode ser utilizada com natureza conservativa: todos estes exemplos se baseiam na liquidez do direito da parte sem a transferência do risco para a outra parte, como no art. 830 do CPC ou art. 100, §6º, da CF. Deste modo, a utilização da tutela de urgência cautelar se encontra muito restrita e de difícil utilização em casos práticos, apesar de teoricamente ainda ser possível.
É importante ressaltar também que, à essa tutela não é aplicável o princípio da fungibilidade, e isto se deve porque como esta medida visa a proteção de um direito material, se mudar a tutela na situação, muda-se o direito material protegido, causando danos à outra parte. Também é importante destacar que essa medida não permite o julgamento antecipado do mérito, pois sua natureza é provisória, o que impede qualquer ato definitivo derivado dela.
A tutela de urgência que está disposta nos arts. 300 até 302 do CPC. Sua utilização está fundamentada no art. 300 do CPC, e, nesta norma, verifica-se que a tutela de urgência deve sempre observar dois critérios para requere-la. Primeiramente, o fumus boni juris, ou seja, a probabilidade do direito, que seria uma alta possibilidade de que o autor da tutela tenha os direitos que alega; em seguida tem-se o outro critério: periculum in mora, ou seja, o perigo de dano. Este segundo seria uma alta possibilidade de que, caso não seja tomada precauções necessárias o mais tempestivamente possível, o autor da tutela corre o risco de ter um direito seu violado, e, portanto, sofrer danos materiais ou morais de difícil ou impossível reparação.
Nessa tutela não se tem um rol para delimitar sua abrangência, sendo necessário apenas encontrar os dois requisitos descritos. No entanto, existe uma restrição para sua aplicação: o perigo de irreversibilidade da decisão que defere o pedido de tutela de urgência; nestes casos, o próprio art. 300 do CPC impede a concessão da tutela.
Quanto a sua natureza, a tutela de urgência pode ser aplicada como tutela de urgência cautelar ou tutela de urgência satisfativa.
Quanto ao momento em que a tutela de urgência será proposta o legislador não definiu um instante correto para requerê-la, portanto, entende-se que, segundo a doutrina majoritária, ela pode ser requerida a qualquer tempo (desde que anteriormente à decisão definitiva sobre a situação fática).
É de suma importância destacar que, na tutela de urgência, aplica-se o princípio da fungibilidade, portanto, caso o autor venha a propor esta tutela provisória, e o juiz entender que no caso em praxe deveria ter sido proposta a tutela de evidência, o magistrado poderá desconsiderar a denominação dada à medida e avaliar somente os requisitos. Em outras palavras, o juiz irá desconsiderar que foi proposto a tutela de urgência e considerará que a medida é uma tutela de evidência.
Sobre a suspensão da exigibilidade do credito tributário observando o CPC/2015, acredito que a melhor medida para ser utilizada depende do momento em que o contribuinte se encontra, pois se ele quiser propor uma liminar em caráter antecedente para prevenir uma lesão ou por conta de uma ameaça a um direito, deve se utilizar a tutela de urgência. Já se o momento for incidente a situação fática estiver elencada nas hipóteses do 311 do CPC ou se tiver alguma dúvida a respeito de qualquer medida utilizar, acredito ser melhor utilizar a tutela de evidencia por sua segurança com a aplicação do princípio da fungibilidade.

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