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Relatório sobre o processo de Gessagem

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Introdução
O sistema de plantio direto (PD) traz muitos benefícios físicos, químicos e biológicos para o solo, entretanto, alguns problemas surgem ao longo do tempo com a adoção deste sistema de manejo, como a compactação do solo, a acidez subsuperficial e a deficiência de cálcio em profundidade, que podem restringir o crescimento radicular das culturas. O revolvimento do solo, apesar de ser uma alternativa para melhoria do ambiente radicular, nem sempre pode ser adotado pelos produtores devido à inexistência de equipamentos apropriados, ao alto custo de energia, á necessidade de agilidade na semeadura, principalmente em regiões em que predominam as grandes propriedades e que se realiza o cultivo de segunda safra (safrinha). A aplicação de gesso agrícola é uma opção econômica para propiciar o aprofundamento do sistema radicular, embora pouco afete o PH do solo, pode diminuir a toxicidade do alumínio para as plantas, reduzindo a atividade desse elemento na solução do solo, e também fornecendo cálcio e sulfato em profundidade. O gesso agrícola é um subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados, de baixo custo para o agricultor se o transporte não encarecer demasiadamente. Sua composição química é sulfato de cálcio hidratado. É um sal de caráter praticamente neutro e, dessa maneira, não tem efeito prático na mudança da acidez do solo. O íon sulfato é muito mais solúvel do que o carbonato (calcário), permitindo que o efeito da reação seja realizado em menor tempo. Em consequência, também ocorre maior lixiviação do sulfato e dos seus cátions (Ca, Mg, K) acompanhantes, complexando o Al trocável e da solução. Este fenômeno diminui a fitotoxicidade do Al e disponibiliza os nutrientes catiônicos nas camadas mais profundas, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular em profundidade e a maior absorção de água e nutrientes. Portanto, o gesso aplicado pode diminuir determinado tipo de estresse químico do solo, principalmente relacionado à diminuição da saturação de alumínio e aumento da saturação por bases.
O Gesso
O gesso é um resíduo obtido durante a produção do fertilizante superfosfato simples, em que a rocha fosfatada reage com ácido sulfúrico resultando no fertilizante e no seu resíduo sulfato de cálcio (gesso). É uma fonte mais solúvel que o calcário e não promove a neutralização da acidez do solo. A sua aplicação no solo visa fornecer cálcio e enxofre melhorando o ambiente de subsuperfície (profundidade, 20-40 cm) do solo.
O sulfato de cálcio (gesso) forma complexos químicos no solo com o alumínio, formando o sulfato de alumínio, pouco absorvido pelas plantas. Dessa forma ocorre um maior e melhor desenvolvimento do sistema radicular dos vegetais, propiciando condições para que as raízes absorvam nutrientes e água nas camadas mais profundas do solo, ou seja, aumenta a exploração das raízes, diminuindo consequentemente o estresse hídrico em veranicos.
Benefícios da gessagem
Consegue penetrar com maior facilidade no perfil do solo, devido à alta solubilidade;
Fornece cálcio em profundidade;
Reduz a saturação de alumínio em subsuperfície;
Aprofunda o sistema radicular;
Melhora a distribuição do sistema radicular;
Melhora a absorção de água e nutrientes;
Promove uma maior tolerância a veranicos
A utilização do gesso agrícola tem proporcionado grandes aumentos em produtividade. Esses aumentos são atribuídos principalmente ao melhor desenvolvimento do sistema radicular, o que propicia uma melhora na absorção de água e nutrientes, como mencionado anteriormente.
Critérios para recomendação do gesso
A recomendação de gesso é feita com base na análise de solo, feita por amostragem em subsuperfície, profundidade (20-40 cm). Há uma maior probabilidade de resposta ao gesso quando a saturação por alumínio for maior que 30% e/ou teor de cálcio menor que 0,4 cmol/dm³.
Qual a quantidade de gesso deve aplicar?
Estabelecidas essas características, as quantidades recomendadas são:
Solos de textura arenosa (< 15 % de argila) = 0 a 0,4 t/ha;
Solos de textura m‚dia (15 a 35 % de argila) = 0,4 a 0,8 t/ha;
Solos argilosos (36 a 60 % de argila) = 0,8 a 1,2 t/ha;
Solos muito argilosos (> 60 % de argila) = 1,2 a 1,6 t/ha. (Alvares et al., 1999)
Como e quando devo distribuir o gesso na área?
Deve- se distribuir o gesso em área total, o mais recomendado é que seja feita a calagem com antecedência e posteriormente a gessagem. Aplicações de gesso, de forma aleatória, sem controle, podem ser excessivas e gerar um problema de desequilíbrio no solo: perdas de potássio (K) e de magnésio (Mg) por lixiviação. A utilização de gesso em solos arenosos, de baixa CTC, deve ser feita com cuidado, por poder provocar uma movimentação de cátions para as camadas muito profundas, fora do alcance das raízes. A partir de análises de solo, é importante fazer um controle frequente para acompanhar este movimento de bases trocáveis.
Como calcular a quantidade de gesso agrícola?
Existem várias fórmulas apresentadas pelos pesquisadores para calcular a necessidade de gesso. Vamos apresentá-las a seguir.
1) Necessidade de gessagem e quantidade de gesso:
MARTINS, André G. professor da UFV-MG estabelece a seguinte fórmula:
NG (kg/ha) = 0,30 x Necessidade de calcário recomendada para o solo.
IMPORTANTE: a necessidade de calcário é aquela recomendada para a camada de 20-40 cm onde vai ser aplicado o gesso. Esta fórmula tem apenas a importância de calcular a necessidade de gessagem (NG) e não a quantidade de gesso a ser aplicada no solo. Esta última vai ser definida pela fórmula abaixo:
QG (t/ha) = NG x (SC/100) x (PF/20), onde,
QG = quantidade de gesso em t/ha
NG = necessidade de gessagem em t/ha calculada na fórmula anterior.
SC = superfície coberta pelo gesso (%). Para área total, utiliza-se PF=100% e para aplicação no café em faixas, PF=75%.
PF = espessura da camada onde o gesso deverá agir, em cm. Para camada de 20-40 PF = 20 cm. Para camada de 30-60 cm, PF=30 cm.
O gesso deve ser aplicado após o calcário. O calcário na camada de 0-20 cm e o gesso na camada de 20-40 cm ou 30-60 cm. O gesso pode ser aplicado em cobertura, pois é muito móvel. Se a camada de 0-20 cm não exige calcário, pode-se aplicar o gesso em cobertura. Não há necessidade de incorporação do gesso. Uma corrente de pesquisadores recomendam aplicar calcário e gesso juntos. Outra corrente não aconselha.
2) Outra fórmula usada no café, leva em consideração o teor de argila das camadas inferiores do solo.
NG (kg/ha) = 75 x argila (%), segundo Souza et al (1997). O gesso deve apresentar, no mínimo, 15% de enxofre (S).
3) Outra fórmula utilizada é:
Para culturas anuais – DG (kg/ha) = 50 x teor de argila (%) ou DG (kg/ha) = 5,0 x argila (g/kg)
Para culturas perenes – DG (kg/ha) = 75 x argila (%) ou DG (kg/ha) = 7,5 x argila (g/kg)
Quando aplicar? 
O bom é no período chuvoso, pois facilita que o gesso se dissolva e atinja as camadas abaixo dos primeiros 20 cm. É nesta faixa que irá propiciar o maior desenvolvimento radicular, como no cafeeiro, e reduzir a toxidez do alumínio. Quando há necessidade de se aplicar o gesso a lanço ou incorporação de maneira imediata pode-se lançar mão da irrigação.
No café, o gesso proporciona um aumento de produção de sacas de café beneficiado que compensa o custo de aquisição e de aplicação. São necessários de 3 a 4 t/ha. O efeito residual do gesso é grande e na dosagem de 4 t/ha atinge até 10 anos. Mas o importante é observar que o gesso deve ser aplicado conforme o recomendado pela análise do solo. Alguns cafeicultores insistem em aplicar o gesso agrícola em altas dosagens sem fazer análise do solo. Aqueles que aplicam o gesso sem levar em conta a recomendação podem obter aumentos de produções até um certo ponto. À medida que se aumenta a dosagem, os rendimentos vão aumentando, mas não de maneira proporcional até um momento que eles não compensam os gastos com aquisição e aplicação do produto. Os rendimentos podem até diminuir. Isto é ocasionado pelo desequilíbrio de cátionsno solo. Doses elevadas de gesso ocasionam perdas de potássio (K) e magnésio (MG) por lixiviação.
Outras aplicações do gesso agrícola
O gesso agrícola pode ser usado em solos sódicos, pois o cálcio substitui o sódio (Na) no complexo de troca formando o sulfato de sódio que é lixiviado. O cálcio é mais fortemente retido pelo solo do que o sódio.
O gesso pode ser usado, também, no processo de compostagem para reduzir as perdas de nitrogênio (N).
Um solo arenoso, com baixa CTC e pequena capacidade de adsorver sulfato, a movimentação de bases seria maior que aquela para um solo argiloso com alta CTC e alta adsorção de sulfato. É neste tipo de solo, onde o potencial de movimentação de bases é elevado, o produtor deve ter o cuidado com a quantidade de gesso aplicado para evitar uma movimentação além das camadas exploradas pelo sistema radicular. Uma amostragem de solo deve ser feita periodicamente para acompanhar a movimentação de bases para evitar uma drástica movimentação para camadas mais profundas longe da área das raízes.
O gesso é uma fonte de enxofre (S). O uso de fertilizantes concentrados é uma das causas para o aparecimento de deficiências de S. Na produção de fertilizantes concentrados, altos teores de N, P e K, utilizam-se, basicamente, matérias-primas que possuem pouco ou nenhum S. Outra causa é o baixo consumo de fertilizantes simples como os sulfatos de amônio e de potássio, os quais contêm alto teor de enxofre.
O aumento da produtividade das culturas extrai nutrientes do solo e que não são repostos na sua totalidade ou cultivos sucessivos sem reposição do que foi exportado. O manejo inadequado do solo ocasiona uma diminuição no teor de matéria orgânica.
As leguminosas têm uma exigência de 40 kg/ha de S, enquanto as gramíneas pedem 15-30 kg/ha de S. As espécies das famílias das crucíferas são as mais exigentes chegando a 80 kg/ha de S. Os solos com bom teor de matéria orgânica apresentam bons índices de enxofre. Para corrigir as deficiências de S, são recomendados de 100 a 250 kg/ha de gesso agrícola.
Fontes de pesquisa:
Gismonti – http://agronomiacomgismonti.blogspot.com
3rLab -https://3rlab.wordpress.com/2016/04/22/os-beneficios-da-utilizacao-do-gesso-na-agricultura/
Lucimeire Neis - https://posagronomia.jatai.ufg.br/p/22097-lucimeire-neis
ILHÉUS-BAHIA
2017

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