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DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 1 – Teoria do Direito Constitucional Bom dia! Seja bem-vindo(a) à primeira aula do nosso curso. Espero que este curso consiga atender às suas expectativas. Antes de começar, devo lembrar que este curso de exercícios tem como pressuposto o fato de o aluno já ter estudado a teoria de Direito Constitucional. É que a partir disso, posso ser mais sucinto nos comentários em geral (o que me permite apresentar mais questões). Claro que isso não impede que você utilize o fórum de dúvidas para questionar qualquer dúvida, por mais básica e inicial que ela seja (sei que eu nem precisava falar isso, por óbvio, mas é só para garantir). Hoje trataremos de aspectos relacionados com a teoria geral do Direito Constitucional. Em primeiro lugar, observe que o direito divide-se em três grandes ramos. 1) Público (abrangendo constitucional, administrativo, urbanístico, econômico, financeiro, tributário, processual, penal e internacional). 2) Social (abrangendo previdenciário e do trabalho). 3) Privado (abrangendo civil e comercial). Como você deve ter observado, o Direito Constitucional integra o Direito Público, mas se distingue dos seus demais ramos pela natureza específica de seu objeto e por seus princípios peculiares. Afinal, o Direito Constitucional refere-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Sendo assim, podemos definir o Direito Constitucional como o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. E tem como objeto a Constituição desse Estado. Quanto ao conceito de Constituição, podemos relacioná-lo à noção de forma de organização do Estado. Qualquer Estado tem sua Constituição, independentemente de estar essa organização compilada em um livro, um documento específico. Todavia, você tem de saber que o estudo sistemático da Constituição somente se desenvolve a partir do momento em que os Estados passam a compilar em um único documento as regras de organização de suas estruturas. E isso ocorre especialmente a partir das revoluções burguesas do fim do séc. XVIII, cujos ideais iluministas e liberais coincidiam com a necessidade de se estabelecer normas para o funcionamento do Estado (até como forma de limitar seu poder). DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 2 www.pontodosconcursos.com.br É nesse ambiente que surge o constitucionalismo, movimento que concebeu a ideia de limitação do poder estatal por meio da criação de um documento escrito, que estabelecesse as regras fundamentais e supremas de organização do Estado. Assim, essas primeiras Constituições escritas e rígidas tinham uma orientação puramente liberal. Entretanto, com o passar do tempo, elas foram expandindo seu objeto e passaram a ganhar uma vertente social. Passaram a traçar os fins estatais e estabelecer programas e linhas de direção para o futuro. Bem, esse início é importante para contextualizar o assunto. Vamos às questões... 1) (ESAF/AFRFB/2010) O conceito ideal de constituição, o qual surgiu no movimento constitucional do século XIX, considera como um de seus elementos materiais caracterizadores que a constituição não deve ser escrita. A noção de Constituição ideal decorre do movimento constitucional do séc. XIX e se relaciona com determinados elementos caracterizadores. Segundo J. J. Gomes Canotilho, a Constituição ideal identifica-se com os postulados político-liberais e deve: (i) ser escrita; (ii) consagrar um sistema de garantias de liberdades (reconhecimento de direitos individuais e sistema democrático formal); e (iii) limitar o poder do Estado por meio do princípio da divisão dos poderes. Assim, a assertiva está errada, pois a Constituição ideal deve ser escrita (solenemente elaborada por um órgão constituinte num determinado momento, como veremos a seguir). Item errado. 2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição contém normas fundamentais da ordenação estatal que servem para regular os princípios básicos relativos ao território, à população, ao governo, à finalidade do Estado e suas relações recíprocas. O Estado é a forma histórica de organização jurídica limitada a um determinado território e com população definida e dotada de soberania. Assim, o Estado seria constituído de um governo (poder institucionalizado/soberania) que tem por finalidade essencial a regulamentação das relações sociais travadas pelos membros de uma população distribuída em determinado território. Já a noção de Constituição está ligada à Organização do Estado. Assim, de fato, a Constituição regula os princípios básicos relativos a esses quatro elementos constitutivos: território, população, governo e finalidade. Item certo. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 3 www.pontodosconcursos.com.br 3) (FUNIVERSA/ADVOGADO/CEB/2010 - adaptada) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. O item está correto, pois reproduz o art. 1° da nossa Constituição. Quanto ao Estado Democrático de Direito, pode ser entendido como uma evolução do Estado de Direito. O Estado de Direito é um conceito tipicamente liberal e se relaciona com a primazia da lei, divisão de poderes e garantia de direitos fundamentais. Em suma, está ligado à limitação do poder estatal. Segundo o prof. José Afonso da o Estado Democrático de Direito reúne os princípios do Estado Democrático e do Estado de Direito, mas não como simples reunião formal dos respectivos elementos, na medida em que revela um conceito novo que os supera. Nesse sentido, incorpora uma vertente de transformação da realidade, superação das desigualdades e realização da justiça social. Item certo. 4) (CESPE/ANALISTA/DIREITO/INCA/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel. Essa questão tenta te confundir misturando os sentidos político, jurídico e sociológico de Constituição. Excepcionalmente, neste assunto, é importante que você memorize os nomes relacionados a cada uma das concepções de Constituição: política, sociológica e jurídica. Carl Schmitt defende o sentido político de Constituição, segundo o qual a Constituição é uma decisão política fundamental (do poder constituinte). A questão está errada, pois a definição apresentada refere-se ao sentido sociológico de Constituição, defendido por Ferdinand Lassalle. Mas, vamos revisar brevemente esses aspectos. I) Carl Schmitt desenvolve a concepção política de Constituição. Segundo esse conceito, a Constituição é uma decisão política fundamental. Assim, a Constituição surge a partir de uma vontade política fundamental de definir a forma e modo de organização do Estado. Carl Schmitt estabeleceu uma distinção entre Constituição e leis constitucionais. A Constituição disporia somente sobre as matérias substancialmente constitucionais, materialmente constitucionais devido à sua grande relevância jurídica (organização do Estado, direitos e DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 4 www.pontodosconcursos.com.br garantias fundamentais etc.). Essas sim seriam, por excelência, as decisões políticas fundamentais. As demais matérias integrantes do texto da Constituição, de menor relevância, seriam tão somente leis constitucionais.II) Na concepção sociológica, a Constituição é concebida como fato social, como resultado da realidade social do país, e não propriamente como norma. A Constituição seria a soma dos fatores reais de poder que imperam na sociedade (tais como a aristocracia, a burguesia, os banqueiros etc.). Aquele documento escrito teria a função de simplesmente sistematizar essa correlação de forças, e só teria eficácia se, de fato, representasse os valores sociais da sociedade. Essa noção é defendida por Ferdinand Lassalle, segundo o qual há duas Constituições: a real e a escrita. Constituição real → “soma dos fatores reais de poder” Constituição escrita →mera “folha de papel” (caso não represente a Constituição real). III) Hans Kelsen defende a concepção jurídica de Constituição. Para ele, a Constituição é norma jurídica pura, sem qualquer consideração de ordem social, política, moral ou filosófica (perspectiva estritamente formal). Item errado. 5) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado. Carl Schmitt estabeleceu uma distinção entre Constituição (que disporia somente sobre as matérias substancialmente constitucionais, de grande relevância jurídica, as ditas decisões políticas fundamentais) e leis constitucionais (as demais matérias integrantes do texto da Constituição, de menor relevância). Item errado. 6) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras. Ferdinand Lassalle defende o conceito sociológico de Constituição, enquanto a definição apresentada na questão relaciona-se com a noção DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 5 www.pontodosconcursos.com.br de sentido político de constituição (ao mencionar a decisão política fundamental). Assim, no conceito apresentado pela questão, a Constituição trata das matérias de grande relevância jurídica, as decisões políticas fundamentais. Diferentemente, as demais normas da Constituição são tão somente leis constitucionais. Item errado. 7) (ESAF/AFTE/RN/2005) A constituição em sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas constitucionais positivas. Caro aluno, você deve observar que é comum as bancas apresentarem determinado conceito, trocando o sentido de Constituição que a ele se refere. Nessa questão, por exemplo, foi apresentada uma característica relacionada com o sentido jurídico de Constituição. Com efeito, em seu sentido jurídico, a Constituição é compreendida como norma fundamental do Estado, paradigma de validade de todo ordenamento jurídico. Já no sentido político, a validade da Constituição apóia-se na decisão política fundamental que lhe dá existência. Item errado. 8) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto de uma decisão política. Para a visão política de Constituição (Carl Schmitt) é que a Constituição é uma decisão política fundamental (do poder constituinte). Para Lassale (concepção sociológica), a Constituição é concebida como fato social, como resultado da realidade social do país, e não propriamente como norma; a Constituição seria, assim, a soma dos fatores reais de poder que imperam na sociedade. Ou seja, você precisa relacionar cada concepção com sua definição e seu principal teórico. Não deixe de memorizar isso! Item errado. 9) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica. Na visão jurídica (Hans Kelsen), a Constituição é percebida de uma perspectiva estritamente formal: norma jurídica pura, desprovida de influências de ordem sociológica, política, moral ou filosófica. Item certo. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 6 www.pontodosconcursos.com.br 10) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) A constituição é, na visão de Ferdinand Lassalle, uma decisão política fundamental e, não, uma mera folha de papel. Para Ferdinand Lassalle, a Constituição escrita só terá eficácia caso retrate, em seu texto, a soma dos fatores reais de poder (visão sociológica). De outro modo, não passará de uma folha de papel. A ideia da Constituição como uma decisão política fundamental decorre da visão política (Carl Schmitt). Item errado. 11) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p. 41...). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico. Como vimos, na concepção jurídica de Constituição (Hans Kelsen), a Constituição é vista a partir de uma perspectiva estritamente formal, como norma pura, desprovida de qualquer consideração de cunho sociológico, moral, político ou filosófico. Vale acrescentar a distinção estabelecida por Kelsen entre Constituição em sentido lógico-jurídico e Constituição em sentido jurídico-positivo. De acordo com o sentido lógico-jurídico, a Constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva. Ou seja, trata-se de fato instaurador não positivado (já que apenas pressuposto, pensado, imaginado), origem de todo o processo de criação das normas. Já em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. Assim, enquanto o jurídico-positivo está corporificado pelas normas postas, positivadas, o lógico-jurídico situa-se em nível do suposto, do hipotético (haja vista não configurar norma editada por nenhuma autoridade). A partir desse conceito de Kelsen, você já pode observar algo interessante: há um escalonamento das normas, em que uma constitui DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 7 www.pontodosconcursos.com.br fundamento de validade para a outra (hierarquicamente inferior), constituindo uma verticalidade hierárquica. Assim, podemos dizer que as normas inferiores buscam seu fundamento de validade numa norma superior, e esta na Constituição (lei nacional no seu mais alto grau), que se caracteriza como fundamento de validade de todo ordenamento jurídico. Segundo Kelsen, essa Constituição positivada busca seu fundamento de validade na norma hipotética fundamental (sentido lógico-jurídico). O que você acha de esquematizarmos esses importantes sentidos da Constituição? Já fiz isso por você... Sintetizando: Item certo. 12) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) Para Carl Schimidt, o objeto da constituição são asnormas que se encontram no texto constitucional, não fazendo qualquer distinção entre normas de cunho formal ou material. De acordo com o que vimos, a questão está errada, pois Carl Schmitt faz uma distinção entre “Constituição” e “leis constitucionais”: a Constituição dispõe somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, isto é, sobre as decisões políticas fundamentais (normas substancialmente constitucionais); as demais normas integrantes do texto da Constituição seriam, apenas, leis constitucionais (normas apenas formalmente constitucionais). Item errado. Vejamos algo sobre a Classificação das Constituições... DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 8 www.pontodosconcursos.com.br Antes de entrar nos exercícios, deixe-me refrescar a sua memória a partir de um esquema que sintetiza as principais classificações. Sintetizando: 13) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA/SECAD/TO/2008) Constituição em sentido formal é a que trata de temas e matérias de índole constitucional, legitimando o poder transferido pela sociedade ao Estado. No sentido material de Constituição, as normas constitucionais são identificadas a partir do seu conteúdo (somente são constitucionais as normas que tratam de temas substancialmente constitucionais, como: organização e finalidades do Estado e direitos fundamentais, por exemplo). Já as demais normas constitucionais são apenas formalmente constitucionais (têm “forma” de Constituição, na medida em que integram um documento constitucional solenemente elaborado; mas, não têm conteúdo constitucional). Portanto, errada a questão, que inverteu os conceitos. Item errado. 14) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Quanto ao modo de elaboração, a constituição dogmática decorre do lento processo de absorção de ideias, da contínua síntese da história e das tradições de determinado povo. Quanto ao modo de elaboração, as constituições dividem-se em dogmáticas e históricas. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 9 www.pontodosconcursos.com.br Constituição dogmática é formada em determinado momento histórico, baseada nas ideias, ideologias e princípios da teoria política e do direito daquele tempo. Ao contrário, a Constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da história daquele povo, constituindo um longo processo de formação. Item errado. 15) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Sob o ponto de vista da extensão, a constituição analítica consubstancia apenas normas gerais de organização do Estado e disposições pertinentes aos direitos fundamentais. Quanto à extensão, as constituições classificam-se em sintéticas e analíticas. A Constituição sintética (breve ou concisa) é aquela de texto abreviado, que trata apenas de matérias substancialmente constitucionais (organização do Estado e direitos fundamentais). De outra forma, a Constituição analítica (extensa ou prolixa) é aquela de texto extenso, tratando de matérias variadas, e não só de temas substancialmente constitucionais. Mais uma vez, houve a inversão dos conceitos. Item errado. 16) (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada. Quanto à estabilidade (ou alterabilidade) as constituições classificam-se em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas. A Constituição imutável é aquela que não admite alteração do seu texto em nenhuma hipótese. A Constituição rígida é aquela que admite alteração do seu texto, mas somente mediante um processo legislativo solene, mais dificultoso do que aquele de elaboração das leis. Portanto, errada a questão. A Constituição flexível admite alteração do seu texto mediante processo legislativo simples, igual ao de elaboração das leis. A Constituição semirrígida (ou semi-flexível) mescla os dois tipos anteriores. Exige um procedimento especial para alteração de parte do seu texto (parte rígida) e permite a alteração da outra parte mediante procedimento simples, igual ao de elaboração das leis (parte flexível). Cabe destacar que, apesar de a Constituição de 1988 ser do tipo rígida, há na doutrina (Alexandre de Moraes) quem a classifique como super rígida, uma vez que possui um núcleo não passível de supressão (cláusulas pétreas). Item errado. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 10 www.pontodosconcursos.com.br 17) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela ausência da participação popular na sua formação. Quanto à origem, as constituições podem ser segmentadas em promulgadas, outorgadas e cesaristas. Constituição promulgada (democrática ou popular) é produzida pela participação popular, normalmente por força do regime de democracia representativa. Assim, a Constituição surge do trabalho de uma assembléia constituinte, formada por representantes do povo (eleitos democraticamente). Por outro lado, a Constituição outorgada é imposta de forma unilateral pelo poder da época, sem a participação popular. Trata-se de obra de um agente revolucionário que atua sem legitimidade para representar o povo. Há, por fim, a Constituição cesarista, que também não é democrática. Trata-se de uma Constituição elaborada pelo detentor do poder e submetida ao povo, com vistas a referendar aquele documento, dando a ele ares de aparente legitimidade. Assim, o enunciado está incorreto, pois na formação de uma Constituição do tipo cesarista há, sim, participação do povo, haja vista que caberá a este referendar o texto constitucional previamente elaborado. Item errado. 18) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Uma Constituição classificada como semiflexível ou semirrígida significa que ela é tanto rígida como flexível, com certas matérias que exigem um processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para alteração de leis infraconstitucionais. De fato, a Constituição semirrígida constitui-se de parte rígida, parte flexível. Item certo. 19) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) A CF, quanto à origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática. De fato, a nossa Constituição Federal de 1988 é do tipo: (i) promulgada (elaborada com participação popular, por meio de representação); (ii) analítica (de texto extenso, tratando das mais variadas matérias); e (iii) dogmática (escrita por um órgão constituinte, apresentando as idéias reinantes no momento de sua elaboração). Item certo. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 11 www.pontodosconcursos.com.br 20) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 1ª REGIÃO/2008) A atual CF foi outorgada porque não foi votada diretamente pelo povo, mas sim por seus representantes. A Constituição Federal de 1988 é do tipo promulgada (ou democrática). Nessa classificação não há necessidade de votação direta, uma vez que as constituições promulgadas também podem ser aprovadas por meio do regime de democracia representativa (Assembleia Nacional Constituinte). Item errado. 21) (CESPE/DELEGADO/SECAD/TO/2008) Constituição-garantia é a que, além de legitimar e limitar o poder do Estado em face da sociedade, traça um plano de evolução política e metas a serem alcançadas no futuro. Quanto à finalidade, as constituições dividem-se em garantia, balanço e dirigente. A Constituição garantia (negativa) é aquela de texto abreviado (sintéticas) que se limita a estabelecer as garantias fundamentais e limites frente ao Estado. Podemos dizer que elas “olham para o passado”, no sentido de garantir aquelas conquistas. A Constituição balançoé aquela elaborada para retratar a vida do Estado por um período certo de tempo. Podemos dizer que elas “olham o presente”. A Constituição dirigente (ou programática) tem texto extenso (analíticas) e, além de estabelecer as garantias fundamentais frente ao Estado, fixam programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais, normalmente de cunho social. Em suma, elas “olham para frente, para o futuro”. Portanto, a questão está errada, pois são as constituições dirigentes que traçam planos e metas a serem alcançadas no futuro (e não as constituições garantias). Item errado. 22) (ESAF/AFRFB/2010) A constituição dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante. De fato, a definição de Constituição dogmática relaciona-se ao conceito de constituições escritas por um órgão constituinte, segundo as ideias reinantes no momento histórico de sua elaboração. Item certo. 23) (ESAF/AFRFB/2010) A constituição sintética, que é constituição negativa, caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade- negativa ou liberdade-impedimento, oposta à autoridade. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 12 www.pontodosconcursos.com.br As Constituições sintéticas são aquelas de texto abreviado, que tratam apenas da proteção do indivíduo frente ao Estado. Relacionam-se com a definição de “constituições negativas”, tendo em vista sua preocupação na fixação de limites à atuação do Estado, em respeito às garantias dos indivíduos. Contrapõem-se a uma Constituição positiva, concepção que surge junto ao conceito de Estado Social. Item certo. 24) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) São constitucionais as normas que dizem respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos fundamentais. As demais disposições que estejam na Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido para a aprovação das leis ordinárias. No sentido material de Constituição, as normas constitucionais são identificadas a partir do seu conteúdo, isto é, nessa concepção só são normas constitucionais aquelas que tratam de matérias substancialmente constitucionais (organização e finalidades do Estado e direitos fundamentais, por exemplo). Aí você me pergunta: Afinal, quais são, exatamente, esses temas substancialmente constitucionais? Bom, esse assunto não é nada pacífico, mas você deve conhecer aquele núcleo de temas sobre os quais não há muita controvérsia. Nesse sentido, pode ser considerado materialmente constitucional aquele conteúdo que verse sobre organização do Estado, distribuição de competências, regulação do exercício do poder e limites ao poder do Estado (direitos fundamentais). A questão está errada, pois, como vimos, quando determinado Estado concentra a Constituição em um documento solene e rígido, escrito por um órgão soberano, são consideradas constitucionais não só as normas materialmente constitucionais, mas também as demais. É como a CF/88. Ao tratar de educação, saúde, cultura (ordem social), ela traz normas que podem não ser materialmente constitucionais, mas são hierarquicamente equivalentes às demais, tendo sim caráter constitucional. E, com isso, sua alteração requer procedimento mais rígido que o das leis ordinárias, como qualquer outra norma constitucional. Daí o erro da questão. Por fim, guarde os seguintes detalhes sobre esse assunto: I – O conceito de Constituição em sentido formal só existe em Estados de Constituição rígida e escrita; II – O fato de determinada norma não tratar de temas propriamente (materialmente, substancialmente) constitucionais não a torna inferior às demais; DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 13 www.pontodosconcursos.com.br III – Para fins de controle de constitucionalidade e de aplicabilidade das normas constitucionais não importa se a norma inserida na Constituição é (ou não) substancialmente constitucional. Item errado. 25) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a classificação das Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir como instrumento limitador do poder real. O conceito apresentado refere-se à Constituição semântica (e não à Constituição nominativa, como afirmado). Vamos dar uma relembrada nesses conceitos? Karl Loewenstein formulou uma classificação que leva em conta a correspondência entre o texto constitucional e a realidade política do Estado. A Constituição normativa é aquela que consegue efetivamente normatizar a vida política do Estado, limitando sua ingerência por meio da garantia de direitos aos indivíduos. Existe em países em que há perfeita correspondência entre as normas estabelecidas (pela Constituição) e a realidade (o que, de fato, ocorre na vida política do Estado). A Constituição nominativa é aquela que tem o objetivo de regular a vida política do Estado, mas não consegue cumprir essa função. Ou seja, até que se busca essa normatização das relações em sociedade, mas sem sucesso. Por fim, há ainda a Constituição semântica, em que não há sequer o objetivo de limitar a ingerência estatal em favor do indivíduo. Busca-se apenas conferir legitimidade meramente formal aos governantes, servindo como instrumento em favor dos detentores do poder. Item errado. 26) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição material é o peculiar modo de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos. Observe que a assertiva trouxe a noção de Constituição formal, que se relaciona com um documento solene e rígido, independentemente do conteúdo tratado. Item errado. 27) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A constituição formal designa as normas escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 14 www.pontodosconcursos.com.br escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais. A assertiva trouxe a definição de constituição material. Só faz sentido falarmos em constituição formal caso haja um documento solene único, com formalidades especiais (constituições escritas e rígidas). Item errado. 28) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Assinale a opção correta relativa à classificação da Constituição Federal de 1988. a) É costumeira, rígida, analítica. b) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética. c) É rígida, outorgada, analítica. d) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada. e) É flexível, promulgada, analítica. Tratando da nossa Constituição de 1988, podemos dizer que ela é classificada como: promulgada (elaborada com participação popular), dogmática (escrita por um órgão constituinte, apresentando as idéias reinantes no momento de sua elaboração), rígida (sua alteração exige procedimento mais dificultoso do que o das leis ordinárias) e analítica (de texto extenso, tratando das mais variadas matérias). Assim, a única alternativa que satisfaz corretamente a classificação da CF/88 é a letra “d”. Cabe destacar que nossa Constituição pode ser caracterizada como parcialmente inalterável, tendo em vista a existência de um núcleo que não está sujeito à supressão: as cláusulas pétreas. De qualquer forma, como veremos em aulas posteriores, a rigor, aquelas normas que configuram cláusulas pétreas não podem é sofrer alteração que tenda a aboli-las. Gabarito:“d” Veja como a FGV elaborou questões bastante similares a essa da Esaf. 29) (FGV/ADVOGADO/BADESC/2010) Considerando os critérios de classificação das constituições quanto à sua origem, estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é: (A) promulgada, rígida e sintética. (B) outorgada, semi-rígida e analítica. (C) promulgada, rígida e analítica. (D) outorgada, semi-rígida e sintética. (E) promulgada, flexível e analítica. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 15 www.pontodosconcursos.com.br A Constituição de 1988 é classificada como: (i) promulgada, por ser elaborada com participação popular; (ii) rígida, pois sua alteração exige procedimento mais árduo do que o exigido para a edição de leis ordinárias; e (iii) analítica, pois se trata de texto extenso, abordando as mais variadas matérias. Gabarito: “c” 30) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2007) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 deve ser classificada como: (A) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; flexível, quanto à estabilidade. (B) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade. (C) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade. (D) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade, haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes. (E) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade. A letra “a” está errada, pois a CF/88 não é nem material, nem histórica e nem flexível. É formal (quanto ao conteúdo); dogmática (quanto ao modo de elaboração); e rígida (quanto à estabilidade). A letra “b” está errada, pois a CF/88 não é semiflexível. É rígida quanto à estabilidade. A letra “c” está errada, pois a CF/88 não é histórica e nem outorgada. É dogmática (quanto ao modo de elaboração); e promulgada (quanto à origem). A letra “d” está errada, pois a CF/88 não é nem material, nem outorgada e nem semiflexível. É formal (quanto ao conteúdo); promulgada (quanto à origem); e rígida (quanto à estabilidade). A letra “e” está correta. A CF/88 é formal, pois não inclui somente normas substancialmente constitucionais. É escrita, pois codificada em um documento escrito. É dogmática, pois elaborada em determinado momento histórico (1988), segundo as ideias reinantes naquela época. É promulgada, por ter sido elaborada pelos legítimos representantes do povo. E é rígida, uma vez que exige procedimento especial, mais árduo, para sua alteração. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 16 www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: “e” 31) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em sua concepção materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as matérias consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o texto positivado. A primeira parte do enunciado está correta, pois, de fato, na concepção materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, haja vista que a Constituição, na concepção material, é identificada a partir do conteúdo das normas. Entretanto, não é pacífico na doutrina quais seriam as matérias substancialmente constitucionais. Portanto, errada a questão. Item errado. 32) (FGV/PROCURADOR/TCM/RJ/2008) É conseqüência da rigidez constitucional: (A) o princípio do Estado Democrático de Direito. (B) o princípio da Supremacia da Constituição. (C) a inalterabilidade do texto constitucional. (D) o controle concentrado da constituição. (E) a presença, em seu texto, de normas fundamentais. Pense assim: uma Constituição é rígida por exigir um procedimento especial para sua alteração, mais dificultoso do que o das demais normas. Pois se o procedimento de alteração da Constituição for o mesmo das demais leis, uma simples lei poderia alterar a Constituição. Afinal, num sistema de Constituição flexível, em que tanto as normas constitucionais quanto as demais normas exigem apenas maioria simples e votos para sua produção, qualquer lei aprovada após a Constituição que esteja em conflito com ela poderá revogar seus dispositivos. Isso porque nos sistemas de Constituição flexível, não há superioridade formal entre as normas constitucionais e as demais leis. Assim sendo, estas não precisam respeitar aquelas. Em suma, a rigidez é que posiciona a nossa Constituição Federal no vértice, no topo do ordenamento jurídico. É nos ordenamentos de Constituição rígida que vigora o princípio da supremacia da Constituição. E, por conseqüência, todos os atos e manifestações jurídicas, para permanecerem no ordenamento jurídico, devem estar de acordo com a Lei Maior, a Constituição. Assim, a letra “b” é o gabarito. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 17 www.pontodosconcursos.com.br A letra “a” está errada, afinal o Estado Democrático de Direito não decorre da rigidez constitucional. A letra “c” está errada, pois a rigidez relaciona-se com a maior dificuldade de mudança da Constituição, e não sua inalterabilidade. A letra “d” foi considerada errada pela FGV, uma vez que o controle concentrado não é consequência da rigidez. Bem, na verdade, o controle de constitucionalidade é uma das conseqüências da supremacia constitucional e, por lógica, da rigidez constitucional. Entretanto, a banca considerou que não o controle concentrado em si, mas o controle de constitucionalidade de maneira genérica. Entendo que não foi bem formulada a assertiva. A letra “e” está errada, pois a presença de normas fundamentais não decorre da rigidez constitucional. Gabarito: “b” 33) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) As normas presentes na Constituição Federal em vigor, nos termos da jurisprudência prevalecente do Supremo Tribunal Federal, classificam-se, quanto à sua aplicabilidade, em normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. A assertiva está errada, pois, na nossa Constituição, não há divisão entre normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais. Todas as normas integrantes da Constituição têm forma de Constituição. Ou seja, todas integram uma Constituição escrita e são formalmente constitucionais. Entretanto, algumas são apenas formalmente constitucionais (quando não tratam de matéria relevante, de conteúdo substancialmente constitucional). Outras, por sua vez, são formal e materialmente constitucionais (quando, além de integrar o texto constitucional, elas têm conteúdo substancialmente constitucional). De qualquer forma, não há nenhuma hierarquia entre essas normas. Item errado. 34) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição Federal de 1988 possui normas de hierarquia diferenciada. Todas as normas da Constituição Federal dispõem da mesma hierarquia. Ou seja, não há norma constitucional que seja hierarquicamente superior às outras. Assim, a questão está incorreta. Aproveitando esse comentário, vou adiantar algo que será tratado com mais detalhes mais à frente (especialmente na aula de controle de constitucionalidade)... DIREITO CONSTITUCIONAL EMEXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 18 www.pontodosconcursos.com.br É que, se não há hierarquia entre normas constitucionais, não há controle de constitucionalidade de normas originárias da Constituição. Esses conceitos serão mais bem desenvolvidos ao longo do curso... Item errado. 35) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Segundo a doutrina, quanto ao critério ontológico, que busca identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto constitucional, é possível classificar as constituições em normativas, nominalistas e semânticas. Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico), Karl Loewenstein divide as constituições em normativas, nominativas (ou nominalistas) e semânticas. Portanto, correto o item. Objetivamente: Normativa → consegue efetivamente normatizar a vida política do Estado Nominativa → tenta, mas não consegue normatizar a vida política do Estado Semântica → objetiva apenas conferir legitimidade formal aos governantes Item certo. 36) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Uma constituição não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, não havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição de textos constitucionais. O exemplo doutrinário para a Constituição não escrita é a Constituição inglesa. Lá, uma lei constitucional não surge a partir da sua elaboração solene por um órgão constituinte. A lei é elaborada ordinariamente pelo parlamento e, com o passar do tempo, caso essa norma assuma relevância para o Estado inglês, os Tribunais passam a considerá-la uma norma constitucional (ela é alçada ao “status” constitucional). Esse tipo de Constituição se distingue da Constituição escrita (como é o caso da CF/88). Para Alexandre de Moraes, a Constituição escrita é o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, para fixar-se a organização fundamental. É aquela solenemente elaborada por um órgão constituinte num determinado momento. O enunciado está errado porque as Constituições não-escritas são formadas por normas costumeiras, jurisprudência e convenções, mas também por leis escritas esparsas. A diferença é que elas não foram formalmente elaboradas como uma Constituição, num procedimento solene, e não estão consolidadas num único documento. Item errado. 37) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) São classificadas como dogmáticas, escritas e outorgadas as constituições que se originam de um órgão constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 19 www.pontodosconcursos.com.br de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. Realmente, podemos dizer que são classificadas como dogmáticas e escritas as Constituições que se originam de um órgão constituinte composto por representantes do povo, escolhidos em determinado momento para o fim de elaborar a Constituição como um documento solene. Todavia, essa definição não se aplica às Constituições outorgadas, que são aquelas impostas, originadas sem a participação popular. Daí o erro da questão. Observe que todas as Constituições brasileiras citadas na questão foram promulgadas ou democráticas. Item errado. 38) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a tendência constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade governamental. A tendência moderna é de elaboração de Constituições analíticas. Essa tendência decorre da necessidade de (i) conferir maior estabilidade a certas matérias, no intuito de limitar a discricionariedade do Estado; e (ii) assegurar uma maior proteção social aos indivíduos (com o surgimento do Estado social, a partir do estabelecimento de programas e diretrizes para a concretização futura pelos órgãos estatais). Item errado. 39) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Na concepção materialista de Constituição, é dada relevância ao processo de formação das normas constitucionais, que, além de ser intencional, deve produzir um conjunto sistemático com unidade, coerência e força jurídica próprias, dentro do sistema jurídico do Estado. Na concepção material de Constituição, é dada relevância ao conteúdo da norma. São normas constitucionais aquelas que tratem dos elementos essenciais de organização do Estado. Em nada interessa o seu processo de sua elaboração. Sobre esse assunto, guarde dois importantes aspectos: I) o fato de determinada norma não tratar de temas propriamente (materialmente, substancialmente) constitucionais não a torna inferior às demais; e II) para fins de controle de constitucionalidade e de aplicabilidade das normas constitucionais não importa se a norma inserida na Constituição é (ou não) substancialmente constitucional. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 20 www.pontodosconcursos.com.br Item errado. 40) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Segundo a doutrina, são características das constituições concisas: a menor estabilidade do arcabouço constitucional e a maior dificuldade de adaptação do conteúdo constitucional. Ao contrário do afirmado no enunciado, as Constituições sintéticas são mais estáveis, exatamente por tratar apenas dos temas fundamentais, aqueles princípios mais basilares de organização do Estado. Não descem aos detalhes e, assim, se adaptam com maior facilidade à evolução da sociedade, na medida em que seus princípios são interpretados e adequados aos novos anseios. Segundo Paulo Bonavides, essas Constituições resultam numa maior estabilidade do arcabouço constitucional, bem como numa flexibilidade que permite adaptar a Constituição a situações novas e imprevistas do desenvolvimento institucional de um povo. Item errado. 41) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) As constituições classificadas quanto à forma como legais são aquelas sistematizadas e apresentadas em um texto único. Com esse enunciado, vou apresentar uma classificação pouco tradicional (e pouco cobrada), apresentada pelo Professor André Ramos Tavares e que divide as Constituições em codificadas ou legais. As primeiras (codificadas) são aquelas sistematizadas em um único documento. As Constituições legais são aquelas integradas por documentos diversos, espalhados. Assim, são formadas por inúmeras leis constitucionais, redigidas em momentos distintos, tratando cada qual de elementos substancialmente constitucionais. O enunciado apresenta o conceito de Constituição codificada, e não de Constituição legal. Item errado. 42) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Tanto as constituições rígidas como as flexíveis apresentam superioridade material e formal em relação às demais normas do ordenamento jurídico. Se a nossa Constituição é rígida, ela exige um procedimento especial para sua alteração, mais dificultoso (mais árduo) do que o das demais normas. Ou seja, alterar a Constituição é mais difícil que alterar uma simples lei. Como resultado, não pode uma simples lei revogar uma norma constitucional qualquer, afinal a Constituição é mais forte do que as leis. Se o procedimento de alteração da Constituição fosse o mesmo das demais leis (Constituição flexível), uma simples lei poderia alterar a DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 21 www.pontodosconcursos.com.br Constituição. Significa dizer que, nos sistemas de Constituição flexível, não há superioridade formal entre as normas constitucionais e as demais leis. Assimsendo, estas (as leis) não precisam respeitar aquelas (as normas constitucionais). Portanto, errada a questão. Entretanto, a supremacia material não decorre do procedimento, mas da matéria, do conteúdo da norma. Essa supremacia decorre do fato de uma norma tratar de matéria relevante, substancialmente constitucional. E, nesse caso, mesmo as constituições flexíveis dispõem de superioridade material. Supremacia formal → relaciona-se ao processo de elaboração Supremacia material → relaciona-se à dignidade do conteúdo Item errado. 43) (ESAF/AFRFB/2009) A ideia de escalonamento normativo é pressuposto necessário para a supremacia constitucional e, além disso, nas constituições materiais se verifica a superioridade da norma magna em relação àquelas produzidas pelo Poder Legislativo. De fato, a supremacia constitucional relaciona-se ao fato de a Carta Maior estar no topo do ordenamento jurídico (noção de escalonamento normativo), funcionando como parâmetro de validade das demais normas. Todavia, essa noção tem relação com a Constituição formal e, não material. Item errado. 44) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) Sob o ponto de vista jurídico, a supremacia da Constituição sob os aspectos formal e material se apóia na regra da rigidez decorrente da maior dificuldade para modificação da Constituição do que para a alteração das demais normas jurídicas. A supremacia formal da Constituição relaciona-se com as Constituições escritas e rígidas. Assim, ela se apóia na rigidez da Constituição como um documento solene que exige mais rigor na alteração de seu texto do que é exigido para as demais normas. Todavia, essa não é uma característica da supremacia no aspecto material, que se apóia no conteúdo da norma. Item errado. 45) (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) A idéia de supremacia material da CF, segundo o STF, é o que possibilita o controle de constitucionalidade. A supremacia formal é que posiciona a Constituição no vértice, no topo do ordenamento jurídico. Como conseqüência, todos os atos e DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 22 www.pontodosconcursos.com.br manifestações jurídicas, para permanecerem no ordenamento jurídico, devem estar de acordo com a Lei Maior, a Constituição. Daí a necessidade da existência de controle de constitucionalidade, para verificar a compatibilidade desses atos e manifestações com as regras e princípios da Constituição Federal. Assim, errada a questão, pois só faz sentido falar-se em controle de constitucionalidade se a Constituição estiver acima das leis (onde haja supremacia formal constitucional). Item errado. 46) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2005) A Constituição brasileira de 1988 é rígida, porque estabelece separação rígida de poderes. De fato, a CF/88 é rígida, mas não por estabelecer a separação de poderes, mas por ser alterada por procedimento especial, mais árduo do que o exigido para a alteração das demais normas do ordenamento jurídico. Item errado. 47) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2005) O controle judicial da constitucionalidade é típico das constituições rígidas, pressupondo hierarquia formal entre as normas do sistema jurídico. Como já comentado, o controle de constitucionalidade decorre da hierarquia entre as normas jurídicas, que situa a Constituição no topo do ordenamento. Assim, todas as normas passam a se submeter à Lei Fundamental, e somente serão válidas se estiverem de acordo com esta última. Entretanto, é só nos sistemas de Constituição rígida que faz sentido se falar em hierarquia entre a Constituição e as demais normas. Item certo. Vejamos algumas questões relacionadas à interpretação constitucional. 48) (ESAF/AFT/2010) Praticamente toda a doutrina constitucionalista cita os princípios e regras de interpretações enumeradas por Canotilho. Entre os princípios e as regras de interpretação abaixo, assinale aquele(a) que não foi elencado por Canotilho. a) Unidade da constituição. b) Da máxima efetividade ou da eficiência. c) Da supremacia eficaz. d) Do efeito integrador. e) Da concordância prática ou da harmonização. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 23 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa “a” está correta. Segundo o princípio da unidade da Constituição, suas normas devem ser interpretadas de forma a se evitar a existência de contradições entre suas normas. A alternativa “b” está correta. Segundo o princípio da máxima efetividade ou da eficiência, a Constituição deve ser interpretada de forma a se extrair o sentido que dê maior eficácia às suas normas (maior efetividade social). A alternativa “c” está errada e é o gabarito. No rol dos princípios de interpretação da Constituição, não há menção a esse princípio da supremacia eficaz. A alternativa “d” está correta. Segundo o princípio do efeito integrador, na interpretação da Constituição, deve-se dar preferência aos pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. A alternativa “e” está correta. Segundo o princípio da harmonização, no caso de conflito entre dois bens jurídicos, não se deve afastar uns totalmente em relação aos outros; assim, esse princípio, em caso de conflito, impõe o estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos. Gabarito: “c” 49) (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Pelo princípio da conformidade funcional, a contradição entre princípios deve ser superada por meio da redução proporcional do âmbito de alcance de cada um deles ou pelo reconhecimento da preferência ou prioridade de certos princípios em relação a outros. O conceito apresentado na assertiva não tem relação com o princípio da conformidade funcional. O princípio da conformidade funcional (ou da justeza) preconiza que os intérpretes não poderão chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte, especialmente no que se refere à repartição de funções entre os poderes. Item errado. 50) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Pelo princípio da concordância prática ou harmonização, na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre bens jurídicos constitucionalizados, deve-se buscar a coexistência entre eles, evitando-se o sacrifício total de um princípio em relação ao outro. O princípio da concordância prática (ou da harmonização) exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou concorrência entre eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros. Ou seja, esse princípio decorre da inexistência de DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 24 www.pontodosconcursos.com.br hierarquia entre os bens jurídicos constitucionalizados, ocasionando uma necessidade de coexistência harmônica entre eles. Item certo. 51) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO DE MANDADOS/TRT 17ª REGIÃO/2009) Segundo o princípio da unidade da constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de modo que a aprovação de nova constituição implica a automática revogação da anterior. Segundo o princípio da unidade, o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas normas. Isso porque a Constituição deve ser considerada na sua globalidade, exigindo-se do intérprete a busca da interpretação que harmonize suas aparentes contradições. Como decorrência desse princípio, temos que não existem antinomias normativas verdadeiras entre os dispositivos constitucionais. Cabe ao intérprete o exercício de eliminar as eventuais contradições (antinomias) aparentes. Item errado. 52) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006)Na aplicação do princípio da interpretação das leis em conformidade com a Constituição, o intérprete deve considerar, no ato de interpretação, o princípio da prevalência da constituição e o princípio da conservação das normas. Podemos dizer que na interpretação conforme a Constituição prevalece a supremacia da Constituição, na medida em que repele a aplicação inconstitucional por contrariar na norma superior, a Constituição. E também prevalece o princípio da conservação das normas, como associado ao princípio de presunção de constitucionalidade das leis, na medida em que o método inclui um esforço de preservação da norma, segundo sua interpretação constitucional, deixando de declará-la inconstitucional como um todo. Item certo. 53) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006) Quando o intérprete, na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, dá primazia aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política, pode-se afirmar que, no trabalho hermenêutico, ele fez uso do princípio da conformidade funcional. Não tem jeito, você vai ter que memorizar os princípios de interpretação. Na verdade você tem de memorizar quais “expressões” estão associadas a cada um dos princípios. Para isso, dê uma olhada no esquema apresentado logo abaixo. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 25 www.pontodosconcursos.com.br Sintetizando: A assertiva trocou os conceitos do princípio do efeito integrador com o princípio da conformidade funcional. Em verdade, segundo o princípio da conformidade funcional, ou da justeza, o intérprete deve prezar pelo esquema organizatório funcional estabelecido pelo constituinte, evitando subvertê-lo. Já o princípio do efeito integrador preconiza que, na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. Item errado. 54) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) Pelo princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas em conjunto, para evitar possíveis contradições com outras normas da própria Constituição. Segundo o princípio da unidade, as normas constitucionais devem ser interpretadas em sua globalidade, evitando-se antinomias entre as suas normas. Nesse sentido, deve-se considerar que não há contradições verdadeiras entre as normas constitucionais. Item certo. 55) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) O princípio da concordância prática estabelece que a Constituição, para manter-se atualizada, deve ser interpretada no sentido de tornar sempre atuais os seus preceptivos, os quais devem acompanhar as condições reais dominantes numa determinada situação. A definição apresentada não se relacionada com o princípio da concordância prática (ou da harmonização). O referido princípio exige a Unidade da Constituição Efeito integrador Máxima efetividade Justeza (conformidade funcional) Harmonização Força normativa da constituição Interpretação conforme a constituição evitar contradições (antinomias) integração política e social e o reforço da unidade política sentido que dê maior eficácia, mais ampla efetividade social esquema organizatório-funcional evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros atualização normativa, a eficácia e a permanência da Constituição preferência ao sentido da norma que a compatibilize com o conteúdo da Constituição DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 26 www.pontodosconcursos.com.br coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou concorrência entre eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros. Ou seja, esse princípio decorre da inexistência de hierarquia entre os bens jurídicos constitucionalizados, ocasionando uma necessidade de coexistência harmônica entre eles. Item errado. 56) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) O princípio da força normativa da Constituição estabelece que os bens jurídicos, constitucionalmente protegidos, devem ser coordenados com vistas à resolução dos problemas concretos. A definição apresentada relaciona-se com o princípio da harmonização, e não com o princípio da força normativa. O princípio da força normativa da Constituição preconiza que o intérprete dê prevalência aos pontos de vista que contribuem para uma eficácia ótima da Constituição (haja vista seu caráter normativo). Nesse sentido, valorizam-se as soluções que possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a permanência da Carta Maior. Item errado. 57) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) O princípio do critério da correção funcional estabelece que, se a Constituição propõe criar e manter a unidade política, os pontos de vista, incumbidos de interpretar as suas normas, diante dos problemas jurídico-constitucionais, devem promover a manutenção de tal unidade. A definição está incorreta. Segundo o princípio da correção funcional, os intérpretes não poderão chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte, especialmente no que se refere à repartição de funções entre os poderes. Item errado. 58) (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal – STF está juridicamente autorizado para interpretar a Constituição. Podemos considerar que a tarefa de interpretar as normas constitucionais consiste em captar, compreender o conteúdo do texto constitucional, buscando o seu sentido. Isso não é função exclusiva do STF, mas de todos os juízes e tribunais ao exercer a jurisdição. Aliás (e isso talvez não seja tão intuitivo), a interpretação da Constituição é tarefa que não se restringe nem mesmo ao Judiciário, visto que desempenhada pelos demais poderes no exercício de suas funções. Item errado. 59) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) A interpretação conforme a Constituição consiste em procurar extrair o significado DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 27 www.pontodosconcursos.com.br de uma norma da Lei Maior a partir do que dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela. O princípio da interpretação conforme a Constituição impõe que, no caso daquelas normas que admitem mais de uma interpretação, dê-se preferência à interpretação que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo da Constituição. Ao contrário, o conceito apresentado na questão seria o de interpretar as normas constitucionais de acordo com as leis pré-existentes. Ora, não se interpreta a Constituição segundo as leis, mas sim estas em confronto com aquela! Item errado. 60) (ESAF/AFC/STN/2008) “E preciso, pois, dizer o óbvio: a Constituição constitui (no sentido fenomenológico-hermenêutico); a Constituição vincula (não metafisicamente); a Constituição estabelece as condições do agir político-estatal. Afinal, como bem assinala Miguel Angel Pérez, uma Constituição democrática é, antes de tudo, normativa, de onde se extrai duas conclusões: que a Constituição contém mandatos jurídicos obrigatórios, e que estes mandatos jurídicos não somente são obrigatórios senão que, muito mais do que isso, possuem uma especial força de obrigar, uma vez que a Constituição é a forma suprema de todo o ordenamento jurídico.” (STRECK, Lenio Luiz, Jurisdição constitucional e hermenêutica: uma crítica do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p.287). Assinale a opção que indica com exatidão os princípios de hermenêutica constitucional utilizados no texto para sustentar a aplicabilidade das normas constitucionais. a) Unidade da Constituição e razoabilidade. b) Eficácia integradora e lógicado razoável. c) Harmonização e proporcionalidade. d) Reserva do possível e conformidade funcional. e) Máxima efetividade e força normativa da Constituição. Observa-se que o trecho ressalta a máxima efetividade e força normativa da Constituição. Pelas definições apresentadas anteriormente, é de se notar que, como observa a doutrina, os conceitos dos princípios da máxima efetividade e força normativa da Constituição estão estreitamente vinculados, havendo vozes que consideram o primeiro como subprincípio do segundo. Gabarito: “e” 61) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) De acordo com o princípio da máxima efetividade ou da eficiência, princípio de interpretação constitucional, a interpretação de uma norma DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 28 www.pontodosconcursos.com.br constitucional exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito, de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a outros. O conceito apresentado refere-se ao princípio da harmonização. Item errado. 62) (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Pelo princípio da força normativa da CF, às normas constitucionais deve ser atribuído o sentido que maior eficácia lhes conceda. Desenvolvido por Konrad Hesse, o princípio da força normativa da Constituição preconiza que o intérprete dê sempre prevalência aos pontos de vista que contribuem para uma eficácia ótima da Constituição (haja vista seu caráter normativo). Assim, devem ser valorizadas as soluções que possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a permanência da Carta Maior. A assertiva apresentou o sentido do princípio da máxima efetividade, segundo o qual o intérprete deve extrair da norma constitucional interpretada o sentido que lhe dê maior eficácia. Item errado. 63) (ESAF/AFC/CGU/2006) A eficácia do método de interpretação jurídico clássico não é afetada pela estrutura normativo-material da norma constitucional a serem interpretada. O método jurídico (hermenêutico clássico) adota a premissa de que a Constituição é uma lei. Logo, interpretar a Constituição é interpretar uma lei. Assim, a estrutura normativo-material da norma influenciará de maneira preponderante o processo de interpretação. É dizer, o texto da norma, seu sentido literal, é sim importante para a interpretação constitucional segundo o método jurídico clássico. Daí o erro da questão. Aliás, nesse método, a função do intérprete é desvendar o sentido do texto, sem ir além do teor literal dos seus preceitos. Item errado. 64) (ESAF/AFC/CGU/2006) O método de interpretação hermenêutico- concretizador prescinde de uma pré-compreensão da norma a ser interpretada. O método de interpretação hermenêutico-concretizador reconhece a importância do aspecto subjetivo, da pré-compreensão que o intérprete tem daquela situação. Assim, a interpretação constitucional dá- se pela conjugação dessa pré-compreensão (juízo abstrato e antecipado sobre a norma) e o caso concreto (problema em relação ao qual a norma constitucional é aplicada). DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 29 www.pontodosconcursos.com.br Em outras palavras, a interpretação tem como ponto de partida a pré- compreensão do intérprete, a quem compete concretizar a norma a partir de uma dada situação histórica. Assim, a questão está incorreta, uma vez que o método hermenêutico- concretizador valoriza a pré-compreensão do intérprete sobre a norma a ser interpretada. Item errado. 65) (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA DIREITO/2010) Entre os métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do problema para a norma. De fato, o método tópico-problemático baseia-se na priorização do estudo do caso concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que a interpretação tem um caráter prático. Assim, a Constituição é entendida como um sistema aberto de regras e princípios. Nesse sentido, a questão está correta, pois, nesse método, o caso concreto é o foco: o problema concreto prevalece sobre a norma. Item certo. 66) (ESAF/AFC/CGU/2006) No método de interpretação constitucional tópico-problemático, há prevalência da norma sobre o problema concreto a ser resolvido. E aí, o que prevalece: o problema ou a norma? Para a doutrina: Método tópico problemático → primazia do problema sobre a norma Método hermenêutico concretizador → primazia da norma sobre o problema Você já percebeu o erro, não é? Diferentemente do que afirma a assertiva, no método tópico-problemático, o problema prevalece sobre a norma. Item errado. 67) (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA DIREITO/2010) Entre os métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do problema para a norma. De fato, o método tópico-problemático baseia-se na priorização do estudo do caso concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que a interpretação tem um caráter prático. Assim, a Constituição é entendida como um sistema aberto de regras e princípios. Nesse sentido, a questão está correta, pois, nesse método, o caso concreto é o foco: o problema concreto prevalece sobre a norma. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 30 www.pontodosconcursos.com.br Item certo. 68) (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) De acordo com o método de interpretação constitucional denominado científico-espiritual, a Constituição é instrumento de integração, não apenas sob o ponto de vista jurídico-formal, mas também, e principalmente, em perspectiva política e sociológica, como instrumento de solução de conflitos, de construção e de preservação da unidade social. O método científico-espiritual caracteriza-se como um método de interpretação sistêmico e espiritualista, que se baseia na premissa de que o intérprete deve levar em conta os valores subjacentes à Constituição (econômicos, sociais, políticos e culturais), integrando o sentido de suas normas a partir da "captação espiritual" da realidade da comunidade. Ou seja, as normas são analisadas menos pelo seu sentido textual (aspecto jurídico-formal) e mais pela ordem de valores do mundo real (realidade social), a fim de alcançar a integração da Constituição com a realidade espiritual da comunidade. Item certo. 69) (CESPE/ANALISTA/ÁREA: JUDICIÁRIA/TRE/GO/2008) Esse método parte da premissa de que existe uma relação necessária entre o texto e a realidade, entre preceitos jurídicos e os fatos que eles intentam regular. Para Müller, na tarefa de interpretar- concretizar a norma constitucional, o intérprete aplicador deve considerar tanto os elementos resultantes da interpretação do texto (programa normativo), como os decorrentes da investigação da realidade (domínio normativo). Isso porque, partindo do pressuposto de que a norma não se confunde com o texto normativo, afirma Müller que o texto é apenas a ‘ponta do iceberg’; mas a norma não compreende apenas o texto, pois abrange também “um pedaço de realidade social”, sendo esta talvez a parte mais significativa que o intérprete aplicador deve levar em conta para realizar o direito. Dirley da Cunha Júnior. Curso de Direito Constitucional. 2.ª ed. Salvador: Editora Juspodivum, 2008, p. 214. (com adaptações). O trecho acima descreve o método de interpretação constitucional denominado a) método científico-espiritual. b) método normativo-estruturante. c) método tópico-problemático. d) método hermenêutico-clássico. Os defensores do método normativo-estruturante distinguem a “norma constitucional” do “texto da norma” (inexistência de identidade entre a normajurídica e o texto normativo). Ou seja, além do texto, a norma constitucional compreende também um domínio normativo, isto é, pedaço da realidade concreta, que o programa normativo só DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 31 www.pontodosconcursos.com.br parcialmente contempla. Assim, a tarefa do intérprete abrange interpretar o texto da norma (elemento literal) e também verificar os modos de sua concretização na realidade social. Daí a questão mencionar a necessidade de que o intérprete considere tanto os elementos resultantes da interpretação do texto (programa normativo), como os decorrentes da investigação da realidade (domínio normativo), pois a norma jurídica é mais do que o texto em si. Este texto normativo é apenas a “ponta do iceberg”, na medida em que a norma compreende também a realidade social, e esta realidade deve ser levada em conta pelo intérprete para realizar o direito. Portanto, o trecho destacado pela questão relaciona-se ao método normativo-estruturante. Gabarito: “b” Acredito que valha a pena sintetizar os métodos de interpretação apresentados pela doutrina. Sintetizando: I) método jurídico = interpreta-se a constituição como se interpreta uma lei; II) método tópico problemático = confere primazia ao problema perante a norma, parte-se do problema para a norma; III) método hermenêutico concretizador = pré-compreensão do sentido do texto constitucional, conferindo primazia à norma perante o problema, formando um círculo hermenêutico; IV) método científico-espiritual = leva em conta a ordem de valores subjacente ao texto, bem assim a integração do texto constitucional com a realidade da comunidade; V) método normativo-estruturante = a norma constitucional abrange um pedaço da realidade social; assim, a interpretação deve verificar o texto da norma, bem como sua concretização na realidade; VI) método comparativo = comparação entre diferentes ordenamentos constitucionais. 70) (FGV/FISCAL/SEFAZ/RJ/2008) São elementos orgânicos da Constituição: (A) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais. (B) a tributação e o orçamento e os direitos sociais. (C) a divisão dos poderes e o sistema de governo. (D) as forças armadas e a nacionalidade. (E) a segurança pública e a intervenção. Esta questão trata dos elementos das constituições, assunto apresentado por José Afonso da Silva. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 32 www.pontodosconcursos.com.br O doutrinador observa o fenômeno da ampliação do conteúdo das constituições, que vem ocorrendo ao longo da história e resultando na distinção, já comentada, entre sentido formal e material de Constituição. Assim, as constituições contemporâneas têm se apresentado repletas de normas que tratam das matérias mais variadas. A partir dessa diversidade, José Afonso da Silva agrupa cinco categorias de elementos constitucionais, a saber: I) elementos orgânicos – reúnem os dispositivos constitucionais relacionados à organização, ao funcionamento e à estrutura do poder e do Estado. São exemplos os títulos III (organização do Estado); IV (organização dos poderes e do sistema de governo); VI (tributação e orçamento); e capítulos II e III do título V (forças armadas e segurança pública); II) elementos limitativos – abrangem os dispositivos referentes aos direitos e garantias fundamentais (com exceção dos direitos sociais), que, como se sabe, visam a limitar o poder do Estado. III) elementos sócio-ideológicos – incluem as normas relacionadas à noção de Estado de bem-estar social, que indicam o caráter intervencionista e social das constituições modernas. São exemplos os direitos sociais e os títulos VII (ordem econômica e financeira) e VIII (ordem social); IV) elementos de estabilização constitucional – consubstanciam normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Inclui os arts. 102 e 103 (jurisdição constitucional); o art. 60 (processo de emenda constitucional); os arts. 34 a 36 (intervenção); e o capítulo I do título V (estado de defesa e estado de sítio); V) elementos formais de aplicabilidade – normas que estatuem regras de aplicação das constituições. São exemplos o preâmbulo, as disposições constitucionais transitórias (ADCT); bem como o § 1° do art. 5°, segundo o qual “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. Feitos esses comentários, observamos a resposta correta é a letra “c”. A alternativa “a” está incorreta, pois os direitos fundamentais constituem elementos limitativos, embora a estruturação do Estado seja elemento orgânico. A alternativa “b” está incorreta, pois os direitos sociais constituem elementos sócio-ideológicos, embora o assunto “tributação e orçamento” seja elemento orgânico. A alternativa “d” está incorreta, pois nacionalidade constitui elemento limitativo, embora o tema “forças armadas” seja elemento orgânico. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 33 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa “e” está incorreta, pois intervenção constitui elemento de estabilização constitucional, embora segurança pública seja elemento orgânico. Gabarito: “c” Por hoje é só! Até a nossa próxima aula. Um grande abraço e bons estudos! Frederico Dias DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS – ICMS/RJ PROFESSOR: FREDERICO DIAS 34 www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1) (ESAF/AFRFB/2010) O conceito ideal de constituição, o qual surgiu no movimento constitucional do século XIX, considera como um de seus elementos materiais caracterizadores que a constituição não deve ser escrita. 2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição contém normas fundamentais da ordenação estatal que servem para regular os princípios básicos relativos ao território, à população, ao governo, à finalidade do Estado e suas relações recíprocas. 3) (FUNIVERSA/ADVOGADO/CEB/2010 - adaptada) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. 4) (CESPE/ANALISTA/DIREITO/INCA/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel. 5) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado. 6) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras. 7) (ESAF/AFTE/RN/2005) A constituição em sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas constitucionais positivas. 8) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto de uma decisão política. 9) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica. 10) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) A constituição é, na visão de Ferdinand Lassalle, uma decisão
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