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19/09/2020
1
JURISDIÇÃO
“Função do Estado que tem por
escopo a atuação da vontade
c o n c re t a da lei p o r m e i o da
substituição, pela atividade de
órgãos públicos, da atividade
de particulares ou de o u t ro s
órgãos públicos, já no afirmar a
existência da vontade da lei, já no
torná-la, praticamente, efetiva.”
Giuseppe Chiovenda
Os Sistemas Processuais Penais,
são operações, em síntese crítica,
que organizam os princípios políticos
do processo focalizando-os a luz
das finalidades e dos objetivos do
próprio p r o c e s s o , p ro p o n d o a
identificação da atividade processual
entre os seguintes sistemas:
 INQUISITIVO;
 ACUSATÓRIO; e
 MISTO ou ACUSATÓRIO FORMAL.
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SISTEMA INQUISITIVO
É c a rac t e riz a do pe la
inexistência do contraditório
e a a m p l a d e f e s a , c o m
concentração das funções
de acusar, defender e julgar
em uma figura única, o JUIZ.
O procedimento é:
 Escrito e sigiloso;
 Início da persecução, produção da
prova e prolação de decisão é feita
pelo magistrado.
Obs.: é um erro crer que, uma mesma
pessoa possa, exercer funções tão
antagônicas como investigar, acusar,
defender e julgar.
No Sistema Inquisitivo, em nome de
um pretenso interesse coletivo em ver
o acusado punido, há uma mitigação
dos direitos e garantias individuais.
O discurso de fundo é a efetividade da
prestação jurisdicional, a celeridade e
a necessidade de segurança, razão
p e l a q u a l o r é u s u b m e t e -se ao
processo numa condição de absoluta
sujeição, sendo em verdade mais um
objeto da persecução do que sujeito de
direitos.
O Código de P ro c e s s o Pe n a l
Brasileiro, de 1941, foi inspirado, em
sua maior parte, no Código Rocco,
da Itália, de inspiração fascista.
Preponderava a ideia que, colocava
o juiz em uma posição superior,
hierarquicamente às p a r t e s da
relação jurídica processual, como
uma espécie de super-parte, sem
a devida cautela para preservar, de
maneira eficaz a IMPARCIALIDADE.
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O Código centralizou no juiz
a g e s t ã o d a p ro v a , c o m a
possibilidade de sua produção
sem necessidade de provocação
das p a r t e s , c o n f e r i n d o -l h e
poderes como os de iniciar ação
penal através do procedimento
denominado judicialiforme (sem
observar o princípio ne procedat
iudex ex officio).
Possibilitou ainda, o controle da
função investigatória, mediante a
fiscalização do arquivamento do
inquérito policial e o de modificar,
não só a capitulação dada ao fato
imputado pelo Ministério Público
(emendatio libelli), mas também o
de tomar a iniciativa para dar novo
enquadramento jurídico ao fato
n a r r a d o , p ro v o c a n d o o ó rg ã o
acusatório a aditar a inicial (mutatio
libelli).
E s s a s c a ra c t e r í s t i c a s do
S i s t e m a I n q u i s i t ó r i o ainda
encontram re s s o n â n c i a nas
reformas que sofreu o Código
de Processo Penal nos últimos
a n o s, n o t a d a m e n t e no q u e
se refere à gestão probatória,
especialmente o inciso I, do Art.
156, com a redação dada pela
Lei n. 11.690/2008.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Código de Processo Penal
Art. 156. A prova da alegação
incumbirá a quem a fizer, sendo,
porém, facultado ao juiz de ofício:
I – o r d e n a r, m e s m o a n t e s d e
iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando
a n e c e s s i d a d e, a d e q u a ç ã o e
proporcionalidade da medida;
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SISTEMA ACUSATÓRIO
Sua origem que remonta ao Direito
Grego; o sistema acusatório é o adotado no
Brasil, de acordo com o modelo plasmado
na Constituição Federal de 1988. Com
efeito, ao estabelecer como função privativa
do Ministério Público a promoção da ação
penal (Art. 129,1, CF/88), a Carta Magna
deixou nítida a preferência por esse modelo
que tem como características fundamentais
a separação entre as funções de acusar,
defender e julgar, conferidas a personagens
distintos (TÁVORA e ALENCAR, 2012).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 129. S ã o f u n ç õ e s
institucionais do Ministério
Público:
I - promover, privativamente,
a ação penal públ ica , na
forma da lei;
 Os princípios do contraditório,
da ampla defesa e da publicidade
regem todo o processo;
 O órgão julgador é dotado de
imparcialidade; e
 O sistema de apreciação das
provas é o do livre convencimento
motivado.
N o t a - s e qu e, o q u e
efetivamente diferencia o
sistema inquisitorial do
acusatório é a posição
dos sujeitos processuais
e a gestão de prova, não
sendo mais o juiz, por
excelência, o seu gestor.
OBSERVAÇÃO
Ressalta-se, contudo, que o Brasil
não adotou o sistema acusatório
puro, e sim o não ortodoxo, pois
o magistrado não é um espectador
estático na persecução, tendo, ainda
que excepcionalmente, iniciativa
probatória, e podendo, de o u t r a
banda, conceder habeas corpus de
ofício.
É essa também a linha
expressamente afirmada
pela relatoria da Comissão
do Projeto de Código de
Processo Penal, sugerindo
uma leitura não radical do
princípio acusatório.
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A existência do inquérito policial não
descaracteriza o sistema acusatório,
p o i s , t r a t a - s e d e u m a f a s e pré-
processual, que visa dar embasamento
à formação da opinio delicti pelo titular
da ação penal, no qual não há partes,
contraditório ou ampla defesa.
Essa regra, a de s e r o inquérito
puramente inquisitivo deve ser aplicada
com cautela, máxime quando se está
diante de produção de prova que não
seja passível de repetição em juízo.
Embora o Código de Processo Penal
Brasileiro seja inspirado, basicamente
em princípios inquisitivos, em virtude
dos d i s p o s i t i v o s inseridos pelas
sucessivas reformas que prestigiam o
sistema acusatório, a sua leitura deve
ser feita à luz da Constituição, pelo que
o seu modelo de processo deve se
adequar ao constitucional acusatório,
corrigindo os excessos inquisitivos
(interpretação conforme à CF/88).
SISTEMA MISTO
ou
ACUSATÓRIO FORMAL
O sistema misto tem raízes na
Revolução Francesa, conjunto de
movimentos político-sociais cujos
ideais se disseminaram pela Europa
continental, e possui, como marco
legal, o Code d'instruction criminelle
francês de 1808.
Caracteriza-se por u ma
instrução preliminar, secreta
e escrita, a cargo do juiz,
com poderes inquisitivos, no
intuito da colheita de provas,
e por uma fase contraditória
( j u dic ia l ) em que s e dá o
j u lga m en t o.
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Na fase do julgamento,
admite-se o exercício do
princípio da ampla defesa
e de todos os direitos dela
decorrentes.
Dissecando toda a
persecução no sistema
misto, temos:
 Investigação preliminar – a
cargo da polícia judiciária;
 Instrução preparatória – é
patrocinada pelo juiz instrutor;
 J u l ga m e n t o – s ó e s t e
último, contudo, sob o crivo
do contraditório e da ampla
defesa; e
 Recurso – normalmente
há o “recurso de cassação”,
no qual se impugnam apenas
as questões de direito, mas
também é possível o “recurso
de apelação”, no qual são
impugnadas as questões de
fato e de direito.
Vislumbra-se ainda no sistema
i n q u i s i t i v o, uma o u t ra face,
chamada de “sistema inquisitivo
garantista”.
Trata-se, na realidade, de um
modelo processual intermediário.
Não é completamente inquisitivo,
já que há a observância de todas
as garantias constitucionais do
acusado.
Preserva ga ra n t i a s como a
p u bl i c i da d e do p ro c e s s o, a
presunção de inocência, a ampla
defesa e o contraditório, mas
t a m b é m não é i n t e i ra m e n t e
acusatório, dado que g u a rda
resquícios do sistema inquisitivo,
e m e s pe c i a l a f a c u l d a d e
conferida ao juiz de produção
probatória ex officio.
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Praticado u m fato q u e, p e l o
m e n o s t e n h a a a p a r ê n c i a de
constituir-se um ilícito penal, surge
o conflito de interesses entre o
DIREITO D E PUNIR DO ESTADO
e o DIREITO D E LIBERDADE DA
PESSOA acusada de praticá-lo.
E s s e c o n f l i t o n ã o p o d e s er
dirimido pela “AUTODEFESA” nem
tampouco pode s e e m p re ga r a
“AUTOCOMPOSIÇÃO”.
No Estado moderno, a solução
do conflito de interesses, em
especial, no campo penal, se
e xe rc e at rav é s da F U N Ç Ã O
JURISDICIONAL DO ESTADO no
que se denomina processo e, em
se tratando de uma lide penal,
Processo Penal.
PROCESSO PENAL
É o conjunto de atos, cronologicamente
concatenados (procedimentos), submetido a
princípios e regras jurídicas destinadas a
compor as lides de caráter penal.
Sua finalidade é a aplicação do Direito
Penal Objetivo, com a apuração do delito e a
atuação do Direito Estatal de punir em
relação ao réu, bem como a aplicação das
medidas de s e g u r a n ç a adequadas às
pessoas socialmente perigosas e a decisão
sobre as ações conexas ao Direito Penal.
O Direito Penal estabelece
normas de abste n ção de
comportamentos so ciais
nocivos e reprováveis.
O Processo Penal somente
será aplicado a pa rt i r da
vi o laç ão de u m a no rm a
penal: INFRAÇÃO PENAL.
• PROCESSO – é a “atividade”,
“avanço”, “encaminhamento”,
conjunto de atos legalmente
ordenados para apuração do
fato, de sua autoria e da exata
ap l i c a çã o da l e i , qu e s e
ex t e r i o r i z a p o r m e i o d a
persecutio criminis.
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• P R O C E D I M E N TO – é u m a
coordenação sucessiva de atos
que exteriorizam o processo,
sendo que: o PROCESSO cria
uma relação entre pessoas –
autor, juiz e réu, enquanto o
procedimento é u m a m e ra
relação entre atos.
• jus puniendi – direito subjetivo de
punir do Estado. Pode ser: abstrato
(previsão da n o r m a ) e c o n c r e t o
(ocorre a conduta delituosa).
• jus persequendi – direito subjetivo
conferido ao Estado para promover a
perseguição a o a u t o r d o d e l i t o .
Exterioriza-se na chamada persecutio
criminis, na qual o Estado-Administração
pede ao Estado-Juiz a realização
do Direito Penal objetivo no caso
concreto.
• CARACTERÍSTICAS DO DIREITO
PROCESSUAL PENAL:
- AUTONOMIA – é uma ciência autônoma
no campo da dogmática jurídica, uma vez
que tem objeto e princípios que lhe são
próprios.
- INSTRUMENTALIDADE – para se aplicar
o Direito Penal, ou seja, c o n s e g u i r a
realização da pretensão punitiva em virtude
da prática de um ilícito penal, usa-se como
instrumento o Direito Processual Penal.
- FINALIDADE – a doutrina defende
a existência de duas. MIRABETTE4
assim as define:
 Mediata – se confunde com
a do Direito Penal, ou seja, é a
p ro t e ç ã o d a sociedade, a p a z
social, a defesa dos interesses
jurídicos, a convivência harmônica
das pessoas no território da nação.
____________
4 MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed.
ver. atual. até 31 de dezembro de 2005, por Renato
N. Fabbrini – 5. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007.
 Imediata – é conseguir, mediante
a intervenção do juiz, a realização da
pretensão punitiva do Estado derivada da
prática de uma infração penal, em suma,
a realização do Direito Penal Objetivo.
Incidindo sobre uma situação concreta;
o Estado, no processo, torna efetiva,
através dos órgãos judiciários, a ordem
normativa do Direito Penal, com o que
assegura a aplicação de suas regras e
preceitos. Para solucionar com exatidão
o litígio penal, o juiz, no processo, deve
apurar a verdade dos fatos a fim de
aplicar, com justiça, a lei penal.
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Fonte, lato sensu, é aquilo
de o n de p rové m a lgo. No
Direito, significa: tudo aquilo
de onde emana um preceito
jurídico.
Como em todos os ramos do
Direito, as fontes do Direito
Processual Penal podem ser
classificadas em:
• DE PRODUÇÃO (materiais) – são
aquelas que constituem, criam o
direito.
Fonte de produção do Processo
Penal é o Estado.
- As fontes materiais mediatas –
são as remotas que se manifestam
através da sociedade em dado
momento histórico por meio de
valores, ideais e interesses;
- As Fontes Materiais Imediatas – são
os órgãos encarregados da elaboração
da norma processual penal que é o
Estado.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 22. Compete privativamente
à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal,
processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial
e do trabalho;
• FORMAIS (de cognição) – são as que
revelam o direito, que são os seus
modos de expressão. Podem ser:
- Diretas (a própria lei):
a) Fontes processuais penais
principais (CF e CPP);
b) Fontes processuais penais
extravagantes, que p o d e m ser
complementares (Lei de Imprensa)
ou modificativas (Lei n. 1.408/51
sobre contagem de prazos); e
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c) Fontes orgânicas, que podem
ser principais (leis de organização
j u d i c i á r i a ) o u complementares
(Regimentos Internos dos Tribunais).
- Supletivas (embora ainda não
seja lei, pode produzi-la):
a) Indiretas (costumes, jurisprudência,
princípios gerais do Direito);
Os c o s t u m e s são formados pelo
conjunto de normas de comportamento.
As pessoas obedecem, de forma uniforme
e constante, convictos de ser obrigatório.
Observação: em processo penal, só se
admite a aplicação dos costumes secundum
legem e praeter legem (nunca contra legem,
pois seria uma revogação).
Somente uma lei, de igual ou superior
hierarquia, pode revogar a lei vigente, em
face do PRINCÍPIO DA IRREFRAGIBILIDADE
DA NORMA.
b) S e c u n d á r i a s (o D i re i t o
histórico, o Direito estrangeiro, as
construções doutrinárias nacionais
ou alienígenas).
ANALOGIA
É uma forma, ef icaz de auto-integração
da lei. Portanto, cabe anotar que a analogia
não é fonte formal mediata do direito, mas
f o r m a de auto-integração d a n o r m a
processual penal.
Os requisitos para se aplicar a analogia:
1. Caso o fato considerado não tenha
sido regulado pela lei;
2. A lei, no entanto, regulou situação
que oferece relação de coincidência, de
similaridade com o caso não regulado; e
3. O ponto comum às duas situações
(a regulada e a não prevista) constitui o
ponto determinante na implantação do
princípio referente à situação considerada
pelo julgador.
Observação: em geral, a maioria dos países,
em p r o c e s s o penal, admite o u s o da
analogia, tanto em bonam partem quanto in
malam partem. Entretanto, no Direito Penal
e Processual Penal Brasileiro só se admitem
a aplicação in bonam partem.
• DIREITO CONSTITUCIONAL – guarda
í n t i m a s r e l a ç õ e s c o m o D i r e i t o
Processual Penal, haja vista, é este que
estabelece e enuncia os princípios que
servem de base à jurisdição penal.
• DIREITO PENAL – a maior relação do
Direito Processual Penal é c o m a
norma penal, pois é ele que dita como
o Direito Penal vai atuar. Durante muito
tempo as duas disciplinam estava num
só todo, mostrando a estreita ligação
entre ambas.
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• DIREITO C I VI L – o Direito
Processual Pe n a l t am bé m
s e l i ga a o D i re i t o C i v i l ,
especialmente, naqueles atos
cuja p rova é l im i t ada pela
lei civil (Art. 155, parágrafo
único do CPP); na reparação
do dano ex delicto; no que
re s pe i ta a o i n s t i t u t o da
capacidade; nas qu e s t õ e s
prejudiciais civis, etc.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Código de Processo Penal
Art. 155. O juiz formará sua convicção
pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao
estado das pessoas serão observadas as
restrições estabelecidas na lei civil.
• DIREITO ADMINISTRATIVO – O Código
de Processo Penal, como se infere da
leitura do parágrafo único do Art. 4º,
não exclui a competência de certas
autoridades administrativas para a
apuração de certas infrações penais
e sua autoria. Afina-se com o Direito
Administrativo, no q u e respeita à
organização judiciária, às atividades
a d m i n i s t r a t i v a s d o s ó r g ã o s
jurisdicionais e no que tange à Polícia
Judiciária.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Código de Processo Penal
Art. 4°A polícia judiciária será exercida
pelas autoridades policiais no território
de suas respectivas circunscrições e
terá por fim a apuração das infrações
penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A c o m p e t ê n c i a
definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem
por lei seja cometida a mesma função.
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL – dignas de
nota as influências recíprocas das ações
e sentenças penais e civis. O Art. 63 do
Código de Processo Penal proclama a
inf luência que exerce no juízo cível a
sentença penal condenatória com trânsito
em julgado.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 63. Transitada em julgado a sentença
condenatória, poderão promover-lhe
a execução, no juízo cível, para o efeito
da reparação do dano, o ofendido, seu
representante legal ou seus herdeiros.
• DIREITO EMPRESARIAL (Comercial) – o
Direito Processual Penal entronca-se
com o Direito Empresarial (Comercial),
especialmente, concernente ao campo
das falências.
• D I R E I T O INTERNACIONAL – c o m
relação aos tratados, às convenções, às
r e g r a s de Direito Internacional, ao
instituto das r o g a t ó r i a s , à matéria
concernente à extradição, àquelas
pertinentes às imunidades diplomáticas,
à extraterritorialidade.
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• ORDENAÇÕES FILIPINAS – embora
muito alteradas, as Ordenações
Filipinas, constituíram a base do
direito português até à promulgação
dos sucessivos códigos do século
XIX, sendo que algumas disposições
vigeram no Brasil até o advento do
Código Civil de 1916.
• CÓDIGO DE PROCESSO
CRIMINAL (1832);
• CÓDIGOS PROCESSUAIS
DOS ESTADOS (Constituição
de 1891);
• RETORNO À UNIDADE
PROCESSUAL NACIONAL
(Constituição de 1934);
• CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL (1941) – em vigência; e
• L E I D E E X E C U Ç Ã O
P E N A L (1984) - p a s s o u a
re g u l a r a m at é r i a .
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• MEDICINA LEGAL – aplicação dos
c o n h e c i m e n t o s m é d i c o s p a r a a
realização de leis penais ou civis para a
comprovação da materialidade dos
delitos.
• PSIQUIATRIA FORENSE (Judiciária) – é
a ciência que tem como objetivo, o
estudo dos distúrbios mentais em face
dos problemas judiciários; verificação
das hipóteses de inimputabil idade;
realização de incidente de insanidade
mental do acusado.
• PSICOLOGIA JUDICIÁRIA – se ocupa
de e x a m e s de personalidade, p a r a a
classificação dos criminosos com vistas a
classificação da execução, além de estudar
os participantes do processo judicial (réu,
testemunha, juiz, advogado).
• CRIMINALÍSTICA – também chamada
Polícia Científica; é a técnica de aplicação
de vários ramos da ciências na investigação
criminal, colaborando na descoberta de
crimes, na identificação dos seus autores,
na apuração das circunstâncias do fato.
OBJETIVA O ESTUDO DE PROVAS PERICIAIS.
A interpretação, pelo seu aspecto
subjetivo, sempre foi contestada e
combatida, especialmente no apego
à interpretação gramatical ou literal.
Justificativa política: d e i x a r a
cargo do Juiz a interpretação, dar-
lhe-ia ainda mais poderes, segundo
a melhor doutrina. Deve-se buscar a
mens legislatoris.
Necessário se faz, o uso de
uma técnica de interpretação
d a L e i P ro c e s s u a l Pe n a l ,
evidentemente, em virtude das
impropriedades técnicas da
lei, que exigem interpretação.
A l e i , e m alguns c a so s, é
ambígua, contraditória e não
inteligível.
• INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA – quando
a própria lei interpreta.
Exemplo: “Dos crimes praticados por
funcionário público”, que é crime
próprio (somente determinados
agentes podem praticá-lo).
O Art. 327 CP traz a interpretação
do que seja funcionário público para
a lei penal, interpretando a norma.
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DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
Código Penal
Art. 327. Considera-se funcionário
público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
• INTERPRETAÇÃO DOUTRINAL – a
própria doutrina. Fo r ç a livre e
criadora, vai além da lei (critica,
sugere modificação, revogação,
etc.). É ampla.
• INTERPRETAÇÃO JUDICIAL – é
m e n o s a b ra n ge n t e d o q u e a
doutrinal. É limitada à lei.
• INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL
(l i t e ra l ) – P r i m e i ra f o r m a d e
interpretação procurada pelo
aplicador da lei, sem prejuízo das
demais, pois, em alguns casos, a
lei não basta.
Exemplo: Art. 4o CPP que antes,
de forma equivocada, tratava
de “jurisdição”, necessitando de
outra forma interpretativa.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Código de Processo Penal
Art. 4° A polícia judiciária será exercida
pelas autoridades policiais no território
de suas respectivas circunscrições e
terá por fim a apuração das infrações
penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A c o m p e t ê n c i a
definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem
por lei seja cometida a mesma função.
• INTERPRETAÇÃO LÓGICA (teleológica) –
O artigo 155 CP trata de “furto simples”,
e o parágrafo p r i m e i r o , de sua figura
a g r a v a d a . O parágrafo segundo traz
a figura privi legiada e o quarto t r a t a
das figuras qualif icadas. Não existe um
crime qualificado e privilegiado ao mesmo
tempo. Portanto, se aplicasse a lógica,
somente poderia se estivesse em um
parágrafo após a forma qualificada. Na
prática, porém, o privi légio também se
estende às figuras qualificadas. Tudo em
virtude da “política criminal”.
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
Código Penal
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem,
coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1° A pena aumenta-se de um terço, se o
crime é praticado durante o repouso
noturno.
§ 2° Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços,
ou aplicar somente a pena de multa.
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§ 3° E q u i p a r a - s e à c o i s a móvel a
energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.
§ 4° A pena é de reclusão de dois a oito
anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de
obstáculo à subtração da coisa;
II - com a b u s o d e c o n f i a n ç a , o u
mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou
mais pessoas.
• INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA – história
da lei, evolução histórica da lei.
• INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA – exame
d e um g r u p o de d i s p o s i t i v o s p a r a
m e l h o r interpretar um, se analisado
separadamente pode ser erroneamente
entendido.
Exemplo: se analisarmos, separadamente,
o Art. 28 CPP entenderíamos que não há
“Princípio da Obrigatoriedade”, mas, se
analisarmos c/c o Art. 24 percebe-se que
o MP está adstrito ao princípio.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Código de Processo Penal
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao
invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer peças de informação, o juiz, no
c a s o de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito
ou peças de informação ao procurador-
g e r a l , e e s t e oferecerá a d e n ú n c i a ,
designará outro órgão do Ministério Público
para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz
obrigado a atender.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
Código de Processo Penal
Art. 24. Nos c r i m e s de a ç ã o
pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público,
mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro
da Justiça, ou de representação
do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
• INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA – para
os casos em que a lei diz menos do que
deveria.
Exemplo: acessórios de celular apreendidos
no ambiente carcerário, considera-se falta,
com fulcro no Art. 50, VII, da Lei n. 7.210/84,
que diz:
Art. 50. Comete falta grave o condenado à
pena privativa de liberdade que:
(omissis)
VII- tiver em sua posse, utilizar ou fornecer
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo.
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
“Institui a Lei de Execução Penal”
Art. 127. Em cas o de fa l ta
grave, o juiz poderá revogar
até 1/3 (um terço) do tempo
remido, observado o disposto
no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da
infração disciplinar.
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STF - SÚMULA VINCULANTE N. 9 
O disposto no artigo 127 da
Lei nº 7.210/1984 (Lei de
Execução Penal) foi recebido
pela ordem constitucional
vigente, e não se lhe aplica o
limite temporal previsto no
caput do artigo 58.
JURISPRUDÊNCIA
CONSTITUCIONAL E PENAL. ACESSÓRIOS
D E C E L U L A R A P R E E N D I D O S N O
AMBIENTE CARCERÁRIO. FALTA GRAVE
CARACTERIZADA. INTELIGÊNCIA AO ART.
5 0 , VII, D A LEI 7.210/84, C O M A S
ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI
11.466/2007. INEXISTÊNCIA DE OFENSA
AO PRINCIPIO DA RESERVA LEGAL.
I N T E R P R E TA Ç Ã O E X T E N S I V A .
P O S S I B I L I D A D E . P R E C E D E N T E .
1. Pratica infração grave, na forma
prevista no art. 50, VII, da Lei 7.210/84,
com as alterações introduzidas pela
Lei 11.466/2007, o condenado à pena
privativa de liberdade que é flagrado
na posse de acessórios de aparelhos
celulares em unidade prisional.
2. A interpretação extensiva no direito
penal é vedada apenas naquelas
situações em que se identif ica um
desvirtuamento na mens legis.
3. A punição imposta ao condenado
por falta grave acarreta a perda dos
dias remidos, conforme previsto no
art. 127 da Lei 7.210/84 e na Súmula
Vinculante nº 9, e a consequente
interrupção do lapso exigido para a
progressão de regime.
4. Negar provimento ao recurso.
(RHC 106481, Relator(a): Min.
CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma,
julgado em 08/02/2011).
• INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA – para os
casos em que a lei diz mais do que deveria.
Exemplo: Artigo 271 CPP – “exceto a prova
testemunhal”.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 271. Ao assistente será permit ido
propor meios de prova, requerer perguntas
às t e s t e m u n h a s , aditar o libelo e os
art iculados, participar do debate oral e
arrazoar os recursos interpostos pelo
Ministério Público, ou por ele próprio, nos
casos dos arts. 584, § 1o, e 598.
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