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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
ALESSANDRA DA SILVA OLIVEIRA
ANA PAULA LEINEKER
CAMILA ANDREA PERUSSOLO
DÉBORA MILANI
LETÍCIA STEFANI MOREIRA
MIRRA SCARAMELLO LOPES
NICOLE DE MIRANDA ANDRADE
ORHANAFACHIA CAVALCANTE
TALITA MAYUMI DA SILVA
THAYANEGRACIELLE BATISTA DE LIMA MENEZES
CÂNCER
CURITIBA
2017
ALESSANDRA DA SILVA OLIVEIRA
ANA PAULA LEINEKER
CAMILA ANDREA PERUSSOLO
DÉBORA MILANI
LETÍCIA STEFANI MOREIRA
MIRRA SCARAMELLO LOPES
NICOLE DE MIRANDA ANDRADE
ORHANAFACHI A CAVALCANTE
TALITA MAYUMI DA SILVA
THAYANEGRACIELLE BATISTA DE LIMA MENEZES
CÂNCER
Trabalho elaborado para o Curso de Nutrição,
da Universidade Tuiuti do Paraná,
sob orientação da Profª. Katren Pedroso Corrêa
como requisito avaliativo do 2° semestre 
da disciplina de Patologia.
CURITIBA
2017
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 COMBINAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO E TERAPIA GÊNICA......12
FIGURA 2 AS CÉLULAS T MODIFICADAS ATACANDO A LEUCEMIA..........13
FIGURA 3 RECEPTOR DE ANTÍGENO QUIMÉRICO......................................14
FIGURA 4 COMBINAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO E TERAPIA GÊNICA 2..15
FIGURA 5 PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS......................................................16 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O câncer é a segunda causa de morte no mundo com grande impacto social e financeiro sobre a saúde pública. Considerada por muitos pesquisadores como uma doença de países desenvolvidos, porém essa visão tem mudado a cada dia e tem afetado cada vez mais países subdesenvolvidos como o Brasil.
No Brasil, trata-se de um dos problemas mais complexos que o Sistema Único de Saúde enfrenta, devido à sua magnitude epidemiológica, social e econômica, embora um terço de todos os casos novos que ocorre anualmente no mundo poderia ser evitado (INCA, 2012).
Para o ano 2030, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou cerca de 75 milhões de pessoas vivas com câncer, sendo 21 milhões de casos novos da doença e 13 milhões de mortes em todo mundo excetuando o câncer de pele tipo não melanoma. Atualmente, a estimativa é de 14 milhões de casos novos e 8 milhões de mortes por câncer. No Brasil, as estimativas para o ano de 2016, que valem para o de 2017, apontam a ocorrência de aproximadamente 600 mil novos casos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma, reforçando a magnitude desse problema no país.
CÂNCER BENIGNO
Para os tumores benignos, em geral se uso o sufixo ‘oma’ na célula de origem, outros nas arquiteturas microscópicas ou em seus padrões microscópico.
Todos os tumores benignos apresentam dois componentes básicos: células neoplásicas em proliferação e o estroma de sustentação formado por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. 
O crescimento e evolução dos neoplasmas são totalmente dependente do seu estroma. 
Adenoma é o termo aplicado a um neoplasma epitelial benigno que forma padrões glandulares, assim como os tumores derivados de glândulas. Surgem a partir de células tubulares que crescem na forma várias glândulas pequenas e agrupadas.
Cistoadenomas papilares são alguns tumores que produzem padrões papilares com protusão para os espaços císticos, como por exemplo, no ovário.
Pólipo são os tumores que podem ser benignos e malignos que possui uma projeção macroscopicamente visível, acima de uma superfície mucosa.
Em geral, os tumores benignos crescem como massa expansiva coesa que permanecem localizadas em seu sítio de origem e não têm capacidade de se infiltrar, invadir ou metastalizar para locais distantes, como os tumores malignos (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, ASTER, 2016, p. 528).
A seguir vamos comentar alguns dos tumores benignos.
2.1 TUMOR VASCULAR BENIGNO
Os tumores dos vasos sanguíneos e linfáticos são chamados de hemangioma benigno. Geralmente produzem óbvios canais vasculares cheios de células do sangue e linfa, sendo eles revestidos por uma camada de células endoteliais com aspecto normal.
Classificação dos tumores vasculares benignos e afecções semelhantes a tumores:
Hemangioma – hemangioma capilar, hemangioma cavernoso, granuloma piogênico
Linfangioma – linfangioma simples, linfagioma cavernoso
Tumor glômico
Ectasias vasculares – nevo flâmeo, telangiectasia em aranha, telangiectasias hemorrágicas hereditárias
Proliferações vasculares reativas – angiomatose bacilar
2.2 TUMOR DO TIMO BENIGNO
Chamados de timomas, são tumores de células epiteliais tímicas. Tipicamente possuem células T imaturas benignas (timócitos).
Macroscopicamente são massas de cor cinza esbranquiçada, firmes e lobulosas, de até 15 a 20cm de tamanho
Ocorre normalmente em adultos com idade superior a 40 anos, sendo raro os casos em crianças.
Os timomas representam de 20% a 30% dos tumores no mediantino anterossuperior.
2.3 TUMOR DO BAÇO BENIGNO
Os casos de neoplásicos do baço são raro. Os fibromas benignos, osteomas, condromas, linfangiomas e hemangiomas podem surgir no baço, sendo o linfangiomas e hemangimas mais comuns e muitas vezes são do tipo cavernoso.
2.4 TUMOR DO PULMÃO BENIGNO
Existe uma variedade de tumores que podem surgir no pulmão, porém de 90% a 95% são carcinomas (maligno).
2.5 TUMOR DO TRATO GASTROINTESTINAL BENIGNO
Os adenomas gástricos representam cerca de 10% de todos os pólipos gástricos. A incidência aumenta de acordo com a idade, mas normalmente ocorre entre os 50 e 60 anos sendo os homens três vezes mais afetados do que as mulheres.
O adenoma ocorre quase que sempre após a gastrite crônica com antrofia e metaplasia intestinal.
O risco de adenocarcinoma em adenomas gástricos está diretamente relacionado ao tamanho da lesão, que no geral pode estar presente em mais de 30% dos adenomas gástricos.
Os linfomas ocorrem em todos os tecidos, porém mais comumente no trato gastrointestinal e no estômago.
2.6 TUMOR DO FÍCAGO E TRATO BILIAR BENIGNO
São os hemangiomas cavernosos mais comuns encontrados no fígado. Aparecem como nódulos distintos, moles, vermelho azulado e geralmente com menos de 2cm de diâmetro.
Adenoma hepático ocorre mais frequentemente em mulheres jovens que utilizam contraceptivos orais, os tumores geralmente regridem se o uso dos contraceptivos for interrompido.
A incidência dessa adenoma é de 1 para 100.000.
2.7 TUMOR DO PÂNCREAS BENIGNO
O cistoadenoma seroso é uma neoplasia benigna do pâncreas. É formado por pequenos cistos que se forma através de células cubóides.
Mais comum em mulheres do que em homens e geralmente surgem no corpo após 70 anos de idade.
 
CÂNCER MALIGNO
A diferença entre maligno e benigno, está, basicamente, ligada à aparência e à estrutura das células atacadas pelo tumor. Enquanto os tumores benignos são constituídos por células semelhantes àquelas que os originaram e não provocam metástases, os tumores malignos são agressivos e podem se infiltrar em outros órgãos.
Neoplasia é o crescimento anormal, acelerado e descontrolado de um tecido ou uma célula gerando o que chamamos de tumor, o qual pode ser tanto maligno quanto benigno. O tumor quando maligno pode ser chamado de câncer ou neoplasia maligna, por possuir células “defeituosas” que não desempenham a função biológica adequada.
Atualmente, existem tratamentos capazes de curar cerca de um terço dos tipos de câncer, principalmente nos casos de câncer de mama, colo do útero, boca e cólon.
Mesmo alguns tipos de neoplasias malignas em que é difícil de obter um diagnóstico precoce, como o câncer de testículo, a leucemia aguda e os linfomas, ainda apresentam alto potencial de cura.
As neoplasias malignas recebem o sufixo “sarcoma” na sua nomenclatura, como “fibrossarcoma” e “osteossarcoma”. Porém, as neoplasias malignas com origem no tecido epitelial possuem a denominação “carcinoma”.
Alguns desses tumores ainda apresentam a característica de possuírem células que se soltam facilmente umas das outras. Essas células podem migrar para outra parte do organismo, por meio da circulação sanguínea ou do sistema linfático, se instalarem e começarem a crescer novamente. 
Em condições normais,a divisão celular é responsável pela formação, crescimento e regeneração dos tecidos saudáveis do corpo (oncogenese). Mas ao perder a capacidade de frear seu desenvolvimento, a célula forma um tumor (câncer), que pode invadir tecidos e órgãos e espalhar-se pela corrente sanguínea ou pelo sistema linfático – processo denominado como metástase.
Disseminação através de cavidades e superfícies corporais: Esse tipo de disseminação ocorre quando células neoplásicas penetram em uma cavidade natural, como a peritonial. Em casos de carcinomas de ovário não é raro que as superfícies peritoniais fiquem revestidas por células neoplásicas. Outras cavidades corporais podem estar envolvidas como a pleural, pericardial e subaracnóide. B) Disseminação linfática: As células tumorais são transportadas pelos vasos linfáticos. É a via preferencial dos carcinomas, e a menos freqüente nos sarcomas. Os gânglios linfáticos regionais funcionam como barreiras contra a disseminação generalizada do tumor, pelo menos por algum tempo. 
CRESCIMENTO
Neoplasia significa literalmente o processo de um novo crescimento e um novo crescimento é chamado de neoplasma. (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005, p. 282).
Nosso organismo possui um sistema de crescimento ou proliferação celular, que a níveis homeostáticos, substitui células velhas em processo de apoptose por novas com melhor funcionalidade.
Um desequilíbrio desse sistema, que pode ser causado por vários fatores, faz com que as células em crescimento (multiplicação) sofram alterações genéticas.
“...essas alterações genéticas permitem uma proliferação excessiva e não regulada que se torna autônoma, independentes dos estímulos fisiológico. (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005, p. 282).
As células adquirem autonomia e não obedecem aos estímulos enviados, ou seja, continuam crescendo desordenadamente mesmo quando todas as células em processo de apoptose já tenham sido substituídas, a taxa de crescimento ultrapassa a de apoptose celular, paralelo a isso elas perdem a capacidade de diferenciação, se tornando atípicas. 
Em outras palavras, neoplasia, é um amontoado de células desnecessárias no parênquima de um órgão ou em um tecido sem função específica naquele local, podendo ser benigna ou maligna.
 
TRATAMENTO
O tratamento pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante demedula.
5.1 RADIOTERAPIA
Tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas, e durante a aplicação o paciente não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos.
5.2 QUIMIOTERAPIA
Tratamento que utiliza medicamentos para combater o câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia. Os medicamentos junto ao sangue vão destruindo as células doentes. 
5.3 TRANSPLANTE
É mais usado nos tipos de câncer que afetam o sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.
Em muitos casos esses tratamentos são todos usados, isso é, tanto a radio como a quimioterapia e o transplante para um paciente só.
5.4 TERAPIA GÊNICA E CÉLULAS-TRONCO
As células-tronco têm se tornado alvos ideais para a transferência gênica, por apresentar elevado potencial de longevidade e a capacidade de se renovar. Um exemplo desta combinação de terapia gênica e células-tronco seria a geração de vetores de transferência gênica para a criação de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), a fim de gerar a diferenciação das iPS e proporcionar um fenótipo adicional a partir desta célula derivada diferenciada. Pacientes com doença hepática crônica com infecção pelo vírus da hepatite (por exemplo, vírus da hepatite B e vírus da hepatite C), que requerem transplante hepático, podem ser passíveis do transplante hepático de hepatócitos maduros ou derivados de iPS. Não só a transferência de genes pode ser necessária para converter células-tronco em hepatócitos; como as células transplantadas são suscetíveis de serem reinfectadas pelo vírus da hepatite, a transferência de um vetor codificando um short hairpin RNA dirigido contra o vírus constituiria às células transplantadas resistência ou ‘imunidade’ à reinfecção. As células resistentes podem repovoar o fígado ao longo do tempo e restaurar a função hepática normal.
Figura: 1 - Combinação de células-tronco e terapia gênica. Fonte: Sciencemag.org.
5.5 TERAPIA COM CAR-T CELLS
Na terapia com células T, o receptor de antígenos quiméricos (CAR-Tcells -chimericantigen receptor T celltherapy) é uma imunoterapia que envolve manipulação/reprogramação de células imunes (linfócitos T) dos próprios pacientes, a fim de reconhecer e atacar as células tumorais. O avanço inicial no desenho da primeira geração de CAR, realizado foi marcado pela fusão de um fragmento variável de cadeia única a um domínio transmembrana e uma unidade de sinalização intracelular: a cadeia CD3 zeta. Este desenho combinou o elemento alvo de um anticorpo monoclonal bem caracterizado com um domínio de sinalização, aumentando o reconhecimento do epítopo tumor-especifico e a ativação de células T, sem depender de moléculas do complexo de histocompatibilidade.
Um melhoramento na primeira geração de CAR foi feito por meio da integração de moléculas coestimuladoras necessárias para a transdução de sinal. O receptor estimulatório mais comumente usado nesta geração de CAR é o CD28. Este receptor age como segundo evento ativador da via, permitindo acentuada proliferação de células T, junto de um aumento na expressão de citocinas.
O ponto mais crítico dos efeitos adversos da terapia CAR-T é a identificação de células não tumorais que expressam o epitopo alvo pelo CAR. Antígenos tumorais são moléculas altamente expressas nas células tumorais, mas não são exclusivas destas células. Por exemplo, o antígeno CD19 pode ser encontrado em células B normais ou malignas, e o desenho de CAR para o alvo CD19 é incapaz de distinguir as duas. Outra toxicidade comum para a terapia de CAR-T (e muitas outras imunoterapias para o câncer) é a síndrome de liberação de citocinas (CRS - cytokine release syndrome). A ativação do sistema imune após infusão de CAR-T pode induzir um aumento rápido nos níveis de citocinas inflamatórias.
Novos desenvolvimentos no desenho de vetores e ensaios em CAR-T dão equilíbrio e reforço na segurança para a ampliação da aplicação clínica. A melhoria progressiva nos ensaios de CAR já avançou, como foi observado da primeira à terceira geração. O conhecimento e a experiência adquirida na avaliação da toxicidade de CAR-T aumentarão o sucesso das melhorias progressivas para os futuros ensaios.
Figura: 2 - As células T modificadas que atacam a leucemia tornam-se a primeira terapia genética aprovada nos Estados Unidos. Fonte: Eyeof Science/Science Source.
Figura: 3 - Um receptor de antígeno quimérico - célula T (laranja) em uma célula de câncer (verde). Fonte: Eye of Science/Science Source.
5.6 CRISPR-CAS 9
No genoma da bactéria Escherichia coli uma região altamente variável era intercalada por uma sequência repetida sem função conhecida. Em 2005, foi postulado que as sequências variáveis eram de origem extracromossomal, atuando como uma memória imunológica contra fagos e plasmídeos, dando início ao então desconhecido sistema ClusteredRegularlyInterspaced Short PalindromicRepeats (CRISPR) e Cas (Associated Proteins). Oriundo do sistema imune-adaptativo de procariontes, este mecanismo reconhece o material genético invasor, cliva-o em pequenos fragmentos e o integra ao seu próprio DNA. Em uma segunda infecção pelo mesmo agente, ocorrem: transcrição do locus CRISPR, processamento do RNAm e criação de pequenos fragmentos de RNA (crRNAs), que formam complexos com as proteínas Cas, e estes reconhecem os ácidos nucleicos estranhos e finalmente os matam.
Com base neste mecanismo natural, foi desenvolvida a técnica CRISPR, que viabiliza a edição desequências de DNA alvo-específica do genoma de qualquer organismo de somente 3 moléculas: a nuclease (Cas9), responsável pela clivagem do DNA dupla fita; um RNA guia, que guia o complexo até o alvo; e o DNA alvo, conforme mostra na figura.
Figura: 4 - Combinação de células-tronco e terapia gênica 2. Fonte: Sciencemag.org.
Sucessos pontuais já solidificam a viabilidade de tratamentos por terapia gênica na prática clínica, sendo uma alternativa para pacientes com câncer, especialmente quando as intervenções farmacológicas ou cirúrgicas não apresentam bons resultados.
Ainda, o conhecimento e a experiência adquiridos com a avaliação cuidadosa da toxicidade destas tecnologias também permitem importantes avanços na aplicação destes métodos.
Portanto, historicamente, a terapia gênica, assim como a descoberta dos antibióticos e quimioterápicos, ou qualquer nova tecnologia necessita de mais estudos pré-clínicos. Futuramente, há a promessa da aplicação destas técnicas em vários campos da medicina e um maior percentual de estudos clínicos.
INVASÃO LOCAL
O primeiro estágio em que o câncer pode ser classificado é o não invasivo ou carcinoma in situ (essa classificação não se aplica aos cânceres do sistema sanguíneo). Nesse estágio (in situ), as células cancerosas ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem, estão somente na camada de tecido na qual se desenvolveram. A maioria dos cânceres in situ é curável se for tratada antes de progredir para a fase de câncer invasivo.
Já no câncer invasivo, as células cancerosas invadem outras camadas celulares do órgão e tem a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo através da corrente sanguínea ou linfática.
As células malignas podem invadir os tecidos adjacentes, pois são menos coesas e possui mobilidade, o processo de invasão não é consequência natural da pressão aumentada pelo crescimento da massa neoplásica, mas deriva da locomoção ativa das células através dos componentes teciduais.(FILHO).
A capacidade invasiva das neoplasias malignas é a principal responsável pela dificuldade da erradicação cirúrgica das mesmas.
Figura: 5 – Proliferação de Células. Fonte: Oncologia, 2002.
	
As neoplasias benignas crescem por expansão, permanecendo no local deorigem, sem infiltrar ou invadir tecidos vizinhos ou provocar metástase para outros locais. As neoplasias benignas são geralmente circunscritas por uma cápsula de tecido fibroso que delimita as margens do tumor. Devido à cápsula, os tumores benignos formam massas isoladas, palpáveis e móveis, passíveis de enucleação cirúrgica. Entretanto, alguns tumores benignos são localmente invasivos e recidivantes, como os ameloblastomas e mixomas. As neoplasias malignas são invasivas provocando destruição dos tecidos adjacentes e podendo desenvolver metástase regional e à distância. Devido a essa característica invasiva, é necessária a ressecção cirúrgica de considerável margem de tecido aparentemente normal, conhecida como cirurgia radical. É preciso ressaltar que alguns tipos de câncer evoluem de uma lesão inicial conhecida como carcinoma in situ. Neste estágio as células tumorais estão restritas ao epitélio e não romperam a membrana basal com conseqüente invasão do conjuntivo. As ressecções cirúrgicas nesta fase são menores com um maior índice de cura. (CARACTERISTICAS GERAIS DAS NEOPLASIAS, 2017).
Os tumores malignos são processos relacionados com a invasão e metástase e se desenvolvem em várias etapas. Embora milhões de células do tumor primário sejam lançadas diariamente na circulação, somente algumas metástases são produzidas, devido ao fato de células de um mesmo tumor ser heterogêneas e apenas algumas terem potencial metastático. Para que uma célula neoplásica obtenha sucesso na metastatização ela deve inicialmente se destacar do tumor primário, invadir e migrar nos tecidos adjacentes, infiltrar e sobreviver na corrente circulatória, aderir e atravessar os capilares sanguíneos e sobreviver em um tecido estranho ao de sua origem.
Cada uma destas etapas requer habilidades especiais, fazendo com que o processo de metástase seja seletivo. As células normais expressam glicoproteínas transmembrânicas que promovem adesão intercelular que dependem de vários fatores, desempenhando importante papel na manutenção da integridade estrutural, entre eles uma categoria de proteínas chamadas caderinas, das quais a caderina E (de epitélio) é a mais estudada em relação às células malignas.Alterações nestas proteínas diminuem a adesão entre as células e facilitam o desprendimento do tumor primário e invasão dos tecidos vizinhos.
ANAPLASIA
Para entender o conceito de anaplasia, primeiramente devemos definir o conceito de diferenciação. A diferenciação se refere a extensão com que as células neoclássicas lembram as células normais comparáveis tanto morfologicamente como funcionalmente, a falta de diferenciação é chamada de anaplasia (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005, p. 285).
Os tumores bem diferenciados sano aqueles que as células cancerígenas apresentam características funcionais e estruturais muito semelhantes as células normais maduras do tecido atingido.
Na anaplasia, ou falta de diferenciação, as células são tão primitivas, que perderam as características celulares daquele tecido. É como se se a célula retrocedesse de um alto nível de diferenciação celular para um menor nível.
Os neoplasmas malignos, em comparação, variam desde bem diferenciados até indiferenciados. Os neoplasmas malignos compostos por células indiferenciadas são chamados de anaplásicos. (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005, p. 285).
A anaplasia é marcada pelas seguintes alterações morfológicas:
• Pleomorfismo: Variação do tamanho e forma da célula e do seu núcleo.
• Morfologia nuclear anormal: os núcleos dessas células apresentam uma coloração extremamente escura e DNA em abundância. Além disso os núcleos são desproporcionais grandes quanto ao tamanho da célula.
• Mitoses: Os tumores indiferenciados apresentam grande número de mitoses, refletindo maior capacidade de proliferação das células.
• Perda de polaridade: As células tumorais crescem de maneira desorganizada.
• Outras alterações: formação de células tumorais gigantes, com um ou mais núcleos polimórficos.
CONCLUSÃO
Em setembro de 2011 e em julho de 2014 ocorreram importantes Reuniões de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O governo Brasileiro levou para a reunião da ONU de 2011 seu Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, 2011-2022, que estabeleceu compromissos de gestão, priorizou ações e investimentos necessários para enfrentar e deter as DCNT e seus fatores de risco. O plano abrangeu os quatro principais grupos de doenças crônicas: cardiovasculares, câncer, respiratórias crônicas e diabetes e seus fatores de risco em comum modificáveis como o tabagismo, consumo nocivo de álcool, inatividade física e alimentação inadequada, e, definiu três eixos estratégicos: 
Vigilância, Informação, Avaliação e Monitoramento; 
Promoção da Saúde 
Cuidado Integral
O Plano também estabeleceu metas e compromissos assumidos pelo Brasil frente às doenças crônicas não transmissíveis, encarregando sua coordenação nacional e monitoramento à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2011).
E cabe a nós da sociedade realizar um monitoramente periódico do Plano apresentado a ONU pelo governo brasileiro, reforçando e cobrando o governo de suas responsabilidades para melhorar a saúde do povo brasileiro e reduzir o índice de mortalidade por Doenças Crônicas não Transmissíveis.
REFERÊNCIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS NEOPLASIAS. Disponível em: 
http://w2.fop.unicamp.br/ddo/patologia/downloads/db301_un5_Aula44CaracGerNeop.pdf.
DENGLER, Rony. Cancer immunotherapy company tries to explain deaths in recent trial. Sciencmag.org. Disponível em:
http://www.sciencemag.org/news/2017/09/cancer-immunotherapy-company-tries-to-explain-deaths-in-recent-trial.FILHO, Geraldo B. Bogliolo Patologia Geral. 2. ed. Belo Horizonte: Guanabara Koogan.
GADELHA, Maria I. PORDEUS… (et al). Estadiamento de Tumores Malignos - análise e sugestões a partir de dados da APAC. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/rbc/n_51/v03/pdf/artigo1.pdf.
GONSALVES, Guilliana A R. PAIVA, Raquel M A. Terapia gênica: avanços, desafios e perspectivas. Hospital Albert Einstein. Vol15 no.3. São Paulo Julho/Setembro. 2017. Disponível também em: http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082017rb4024. 
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise e Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
KAISER, Jocelyn. Modified T cells that attack leukemia become first gene therapy approved in the United States.Sciencemag.org ,USA. Disponível em:
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