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Microbiologia básica Enterobactérias – a maioria habita os intestinos do homem e dos animais; Constituem a principal causa das infecções intestinais; Fatores de virulência: resistência aos antimicrobianos; Maior parte das infecções são endógenas; Cepas que causam gastroenterite e meningite = adquiridas exogenamente; Ficam muito aderidas e formam biofilme = por isso são importantes causadoras de infecção = grande poder de virulência; O grande problema ocorre quando há troca de material genético, como do plasmídeo, de uma variedade de E. coli com outra. Exemplo: E. coli enterohemorrágica e enteroagregativa, juntas, causam grande infecção e danos ao hospedeiro; Transplante fecal: ocorre a retirada da microbiota através de antibióticos e uma nova microbiota sadia é inserida através das fezes de um indivíduo saudável; A mudança da microbiota de um paciente pode favorecer a melhora da resposta aos antibióticos; SALMONELLA Desde a intoxicação alimentar leve (gastroenterite) até a febre tifoide fatal; S. typhi: febre entérica; É encontrada no ambiente: solo, animais, ração de animais, currais, água contaminada com fezes de animais; Ingestão das bactérias, atravessam a mucosa gástrica (dose infectante é diferente para cada bactéria, ou seja, cada uma precisa de uma quantidade necessária para sobreviver ao ph) = chegam ao intestino e se aderem através de fímbrias ao epitélio = salmonela se liga aos receptores das células M e ocorre a endocitose (tanto as células M quanto o epitélio – enterócitos), formando o vacúolo contendo salmonela = não há ação do lisossomo e o patógeno permanece dentro da célula alterando suas características, favorecendo. O patógeno destrói células epiteliais da submucosa, fazendo com que ocorra diarreia com sangue; Tal processo favorece a indução de citocinas IL8 e TNF-alfa. A presença de leucócitos nas fezes favorece a identificação do patógeno; Gastroenterite por Salmonella: normalmente é auto-limitada (não consegue disseminar muito fácil para outras regiões, precisa do epitélio para sobreviver, ou seja, se o epitélio começa a morrer, as bactérias também), 48h de incubação (E. coli é em torno de 2 horas, é uma forma de diferenciação). Mesmo após o término da gastroenterite, pode ser identificada nas fezes (4 a 5 semanas); Choque hipovolêmico, megacolon tóxico e perfuração intestinal são complicações raras; Febre tifoide e paratifoide (S. typhi e S. paratyphi A e B): quando é a typhi, a diarreia é transitória e causa constipação. Ultrapassa o intestino e causa infecção em outros locais, como respiratório, hepático, baço e neurológico. Sem tratamento, a mortalidade pode chegar a 10 a 20% e diminui para menos de 1% quando se tem tratamento adequado. Reidratação oral e avaliar a sensibilidade ao antibiótico. Possui maior potencial de bacteremia devido aos plasmpídeos de resistência. Geralmente é auto-limitada. Só se usa antibiótico em casos graves, em casos de gastroenterite, somente a reidratação oral. SHIGELLA Possuem 4 espécies, com vários sorotipos cada; Todas são patogênicas; Água contaminada ou alimentos preparados com área contaminada; Shigelose = costuma apresentar fezes com sangue, muco e leucócitos (grande ativação da resposta imunológica); Localiza-se no íleo terminal e cólon; Invasão e destruição da mucosa epitelial, com intensa reação inflamatória; Inflamação = apresentação de grande quantidade de leucócitos, muco e sangue nas fezes; Dose infectante de 10 a 100 bacilos (voluntários), incubação média de 1 a 3 dias; Modelo de infecção é muito parecido com o modelo da Salmonella; Disseminação intra e intercelular de patógenos, transferindo de uma célula para outra; Causa morte celular e lesão no tecido, produzindo muita IL e grande presença de leucócitos = resposta imune exacerbada; Passar de uma célula para outra = consegue fazer um poro entre a célula e a célula vizinha; Sintomas: não ocorre dor de cabeça. Destruição da mucosa, diarreia aquosa, seguida de disenteria constituída por leucócitos, muco e sangue nas fezes; Sintomas começam entre 24 e 46 horas após a ingestão das bactérias. Raramente invade a circulação do paciente. Espécie infectante, idade e imunidade do hospedeiro põem influenciar no quadro infeccioso da doença. YERSINIA Três espécies patogênicas; Bacilos encapsulados = dificulta a fagocitose. Inibe a agregação plaquetária e possui grande atividade citotóxica; Enterocolítica: gastroenterite. Dose infectante: 106, infecção por ingestão em água e alimentos contaminados, contato com animais doentes e transfusão sanguínea (sobrevive a 4ºC e é um problema nos bancos de sangue); Amplamente distribuída nos ambientes; Roedores cães, gatos, aves e suínos = reservatórios. Principal forma de transmissão = pulgas. Destruição do epitélio e formação de microabcessos; Fagocitados pelos macrófagos = sobrevivem = são disseminados pelos órgãos linfoides; Muitas complicações após infecção: artrite reativa (acometimento dos joelhos em crianças, eritema nodosa não quente, glomerulonefrite; Yersinia pseudotuberculosis: relacionada às linfoadenites mesentéricas (comprometimento de órgãos linfoides), diarreia em adultos jovens; Yersinia pestis: peste bubônica, contato com roedores e pulgas, infecção rara. Aumento na população de roedores leva a pulgas picarem os homens, transmitindo a bactéria; Através da produção de hemolisina, atinge a corrente sanguínea; Migração para os linfonodos causa o inchaço intenso = bulbo. Causa a bacteremia = febre, dor de cabeça, calafrios, e linfonodos inchados e dolorosos. A destruição dos tecidos nessas regiões causa necrose, aparecendo diversas manchas negras na pele; Taxa de mortalidade próxima a 100% quando não houver tratamento. Variando de 30 a 50% com tratamento; Se há suspeita, a intervenção precisa ser imediata. A chance de ser letal é muito grande; Disseminação por gotículas respiratórias de pacientes infectados; Não é muito comum a transmissão de forma entérica; BACILOS GRAM NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES Aeróbios; Não esporulados; Reação positiva a citocromo oxidase; Habitati natural: meio ambiente; Oportunistas, principalmente em ambiente hospitalar; Principal exemplo: Pseudômonas aeruginosa. Infecções pulmonares (traqueobronquite benigna a broncopneumonia necrosante grave); Infecções primarias da pele (queimadura); Infecções do trato urinário; Infecções nos ouvidos; Infecções oculares (após traumatismo na córnea). Muito comum que pessoas que usam a água da torneira para manter lentes de contato umedecidas apresentem problemas com esse tipo de bactéria e até perda da visão. LISTERIA Gram positivas; Bastonetes regulares, anaeróbias facultativas e não formadoras de esportos; Listeria monocytogenes: divididas em 13 sorotipos, com base no antígeno somático (S) e flagelar (H); Sintomas semelhantes a influenza: febre, faringite, mialgia, mal estar, dor na parte inferior do abdome, e dor nas costas. Secreção vaginal algumas vezes, diarreia e sintomas no trato urinário; Expressa internalina que se liga à E-caderina (entre as células e sobre elas, são moléculas de adesão e qualquer célula que expressa, é susceptível à Listeria) no epitélio do hospedeiro > fagocitose > fagossoma; Prouz listeriolisina O e várias fosfolipases > escape do fagossoma antes que ocorra a fusão lisossomal; No citosol, outra proteína de superfície da Listeria, ActA, induz polimerização intracelular da actina > translocação das bactérias para a superfície da membrana celular alvo (sem exposição a fatores imunológicos – anticorpos e complemento); Não precisa romper a célula e liberar bactérias para infectar outras, esse processo da bactéria consegue passar de uma para outra, nesse processo, ela não fica exposta, então o anticorpo não consegue eliminar o patógeno (é uma forma de escapar da resposta imunológica); Problema: quando a infecção ocorre em gestantes > invade a placenta e se desenvolve com a reprodução das células fetais; BACILLUS Grande grupo de bacilos gram-positivos aeróbios facultativos; Catalase-positivos;Capacidade de formar esporos em condições aeróbias; Doença de animais herbívoros, seres humanos são infectados em decorrência de seu contato com animais infectados e produtos desses animais; Bacillus anthracis: antraz. Pode ser dividido em 4 formas clínicas: Cutâneo: 95% dos casos (pápulas e vesículas); Inalação ou pulmonar: mortal, hemorrágica/edema; Orofaríngeo; Gastrintestinal: menos frequente, causa diarreia hemorrágica/vômitos. LEPTOSPIRA Leptospira interrogans: finas, helicoidais, alongadas com extremidade de gancho/reta e são móveis. Possui endoflagelos (rotação e translocação). Aeróbias obrigatórias, fastidiosa (difícil de identificar em laboratório). Sobrevivem em água doce (rios, lagos, açudes e poças) e solo/lama. São bastante sensíveis às mudanças ambientais. Vida séssil em biofilme. Zoonose com ampla distribuição e colonizam vários mamíferos (ratos); Rato adquire a bactéria no solo > elimina leptospiras na urina > contamina a água > transmissão para o homem através de lesões (podem ser microlesões difíceis de enxergar, além da conjuntiva. Outros meios mais raros: aerossol e ingestão. Tem tropismo pelos rins: causa necrose tubular, nefrite intersticial, ambas agudas e insuficiência renal aguda (nessa etapa, não se tem mais o que fazer); Diagnóstico: sinais e sintomas inespecíficos (dengue, hantavirose e hepatite) TREPONEMA Membros da microbiota oral de indivíduos sadios e podem estar associados a biofilmes e periodontites; Morfologia Sífilis primária e secundária com regressão natural; Sífilis latente pode evoluir para a cura espontânea ou para a neurosífilis (em gestantes, nos primeiros meses de gestação pode causar aborto espontâneo); Coloração de BAAR
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