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MONOGRAFIA Crédito Tributário

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Prévia do material em texto

FACULDADE DE DIREITO DO SUL DE MINAS 
 
 
 
 
 
WALLACE LUIZ DE OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, EXTINÇÃO, SUSPENSÃO 
E EXCLUSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POUSO ALEGRE – MG 
 2017
 
WALLACE LUIZ DE OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, EXTINÇÃO, SUSPENSÃO 
E EXCLUSÃO 
 
Trabalho de conclusão de curso, apresentado 
como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em 
Direito no Curso de Direito da Faculdade de Direito do 
Sul de Minas. 
 
Orientador: Prof. Nelson Fraga da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FDSM – MG 
 2017 
3 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 S237c Santos, Wallace Luiz de Oliveira. 
Crédito Tributário, Extinção, Suspensão e Exclusão / Wallace Luiz 
de Oliveira Santos. Pouso Alegre – MG:FDSM 2017. 
53p. 
 
Orientador: Prof. Nelson Fraga da Silva. 
Monografia (graduação) – Faculdade de Direito do Sul de Minas, 
Graduação em Direito. 
 
1. Crédito Tributário. 2. Direito Tributário. 3. Extinção do 
Crédito Tributário. 4. Suspensão do Crédito Tributário. 5. Exclusão do 
Crédito Tributário. I. Silva, Nelson Fraga da. II. Faculdade de Direito do Sul 
de Minas. Graduação em Direito. III. Título. 
 
 
 
 
CDU 340 
 
 
 
4 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A toda minha família, em especial aos meus pais. 
Obrigado por todo amor e carinho incondicionais e 
tudo por tudo o que sempre fizeram e fazem por 
mim! Sem vocês a realização deste sonho não seria 
possível! 
 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço em primeiro, à Deus pela saúde e força de vontade que possibilitam alcançar 
meus objetivos. 
 
A minha querida namorada, Lívia Maria, por toda ajuda amor e carinho. Este caminho 
seria insosso sem sua presença, muito obrigado. 
 
Ao meu orientador prof. Nelson Fraga da Silva por sua orientação, pelo seu grande 
empenho, dedicação e, sobretudo, por estar sempre à disposição, ensinando o caminho a 
ser seguido para a realização do presente trabalho. 
 
A esta universidade e todo seu corpo docente e funcionários, que muito nos ensinam 
diariamente, nos mostrando a responsabilidade e grandeza de ser um operador do direito. 
 
Aos professores que compõem a respectiva banca por sua disponibilidade e colaboração. 
 
Ao Prof. e diretor da Faculdade de Direito do Sul de Minas Leonardo de Oliveira Rezende 
a todos que compõe a estrutura organizacional desta instituição, pela busca contínua pela 
qualidade de ensino, bem como pela estrutura oferecida. 
 
A minha querida amiga Gabrielle Marques pela ajuda no trabalho com a tradução. 
 
Aos meus caros e importantíssimos colegas pelo companheirismo, amizade e dedicação 
ao longo do curso, Zona Leste Semper Fi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil 
encontrá-la - mas quem consegue descobre tudo.”. 
Frase de Charles Chaplin (1889 - 1977). 
8 
 
RESUMO 
 
SANTOS, Wallace Luiz de Oliveira Santos. Crédito Tributário, Extinção, Exclusão e 
Suspenção. 2017. 46f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de 
Direito do Sul de Minas. Bacharelado em Direito, Pouso Alegre, 2017. 
 
O presente trabalho visa à exploração dos institutos voltados para o entendimento do 
Crédito Tributário. Tem como fim demonstrar o passo a passo da constituição de tal ônus 
tributário em face ao contribuinte, tratando de temas conceituais básicos necessários para 
uma explicita compreensão. É dividido em três capítulos, tendo o primeiro o objetivo de 
especificar aspectos básicos do direito tributário e sua função junto ao direito financeiro 
para a manutenção do Estado, tal como a importância do tributo ao país. O segundo 
capítulo explora os institutos necessário para a concretização do Crédito Tributário, 
tratando desde a diferença entre a hipótese de incidência e o fato gerador, até os tipos 
específicos de lançamento de forma mista, por homologação e de ofício. Por fim, o 
terceiro capítulo explora as características do Crédito tributário constituído e 
principalmente os institutos capazes de acarretarem seu fim. 
 
Palavras-Chaves: Crédito Tributário; Direito Tributário; Extinção do Crédito Tributário; 
Suspenção do Crédito Tributário; Exclusão do Crédito Tributário. 
 
ABSTRACT 
SANTOS, Wallace Luiz de Oliveira Tax Credit, Extinction, Exclusion and Suspension. 
2017. 52f. Course Conclusion Monograph (Graduation) – Faculdade de Direito do Sul de 
Minas. Bachelor in Law, Pouso Alegre, 2017. 
 
The present assignment aims at the exploration of institutes focused on understanding the 
Tax Credit. Its purpose is to demonstrate the step by step of the constitution of such tax 
burden in relation to the taxpayer, dealing with basic conceptual themes necessary for an 
explicit comprehension. It is divided into three chapters, the first of which has the objective 
of specifying basic aspects of tax law and its function with the financial law for the 
maintenance of the State, as well as the importance of the tribute to the country. The 
second chapter explores the institutes necessary for the concretization of the Tax Credit, 
dealing with the difference between the incidence hypothesis and the generating fact, up 
to the specific types of mixed tax release, by homologation and ex officio. Lastly, the third 
chapter explores the characteristics of the Tax Credit constituted and mainly the institutes 
capable of bringing about its end. 
 
Keywords: Tax Credit; Tax Law; Extinction of Tax Credit; Suspension of Tax Credit; 
Exclusion of Tax Credit. 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12 
1. ASPECTOS BÁSICOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO E DO TRIBUTO ................ 13 
1.1. Tributos .......................................................................................................... 16 
1.1.1. Imposto ....................................................................................................... 17 
1.1.2. Taxa ............................................................................................................ 18 
1.1.3. Contribuição de Melhoria ............................................................................ 19 
1.1.4. Contribuição Social .................................................................................. 20 
1.1.5. Empréstimo Compulsório ............................................................................ 20 
2. A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO................................................. 22 
2.1. Hipótese de Incidência ................................................................................... 22 
2.2. Fato Gerador .................................................................................................. 23 
2.3. Obrigação Tributária ...................................................................................... 24 
2.3.1 O Sujeito ativo .............................................................................................. 25 
2.3.2 Sujeito Passivo ............................................................................................. 25 
2.3.3. Causa .......................................................................................................... 26 
2.3.4.Objeto........................................................................................................... 27 
2.4. Lançamento ................................................................................................... 28 
2.4.1. Modificação do Lançamento ....................................................................... 31 
2.4.2 Modalidadesde Lançamento ....................................................................... 31 
2.4.2.1 Lançamento Direto: ................................................................................... 31 
2.4.2.2 Lançamento Misto: .................................................................................... 32 
2.4.2.3 Lançamento por homologação: ................................................................. 33 
2.4.2.4 Lançamento por Arbitramento ................................................................... 34 
3. O Nascimento, Extinção, Suspensão e Exclusão do Crédito Tributário ........ 35 
3.1. Diferenciação de Contribuinte e Responsável ............................................... 36 
3.2. Diferenciação de responsabilidade por substituição e por transferência ....... 38 
3.2.1. Substituição Tributária................................................................................. 38 
3.2.2. Transferência Tributária .............................................................................. 39 
3.3. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário .................................................. 39 
3.4. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário .......................................... 40 
3.5. Extinção do Crédito Tributário ........................................................................ 42 
11 
 
3.5.1 Pagamento ................................................................................................... 43 
3.5.2. Remissão .................................................................................................... 43 
3.5.3. Transação ................................................................................................... 43 
3.5.4. Compensação ............................................................................................. 44 
3.5.5. Conversão do Depósito em Renda .......................................................... 45 
3.5.6 Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento .................... 45 
3.5.7 Consignação em Pagamento .................................................................. 46 
3.5.8 Decisão Administrativa Irreformável ........................................................ 46 
3.5.9 Decisão Judicial Passada em Julgado ................................................... 46 
3.5.10 Dação em Pagamento ............................................................................ 47 
3.6 Exclusão do Crédito Tributário .................................................................... 47 
3.6.1 Isenção .................................................................................................... 48 
3.6.2 Anistia ...................................................................................................... 49 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 52 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Trata-se o Estado de uma entidade com poder soberano para governar um povo 
dentro de uma área territorial delimitada, para a manutenção desta republica federativa 
que é o Brasil, um estado de direito que busca a igualdade e dignidade para seu povo, 
necessita o Estado captar recursos, seja de seu próprio povo ou de operações financeiras 
e industriais realizadas em seu território. 
Para a realização de tais fatos, o estado utiliza-se do direito tributário através de 
seus tributos, acarretando obrigações onerosas àqueles que se beneficiarem do sistema, 
dispondo hipóteses nas normas legais para a composição da obrigação tributária. 
No entanto, para haver a efetiva cobrança de tais obrigações, deve o estado 
transforma-las em liquidas e exigíveis, isto só ocorre através da constituição do Crédito 
Tributário, que deve ser lançado pela autoridade administrativa após a constatação da 
realização do fato gerador. 
Não só a constituição da obrigação é importante, mas também os meios capazes 
de acarretar seu fim e suspensão, constando todos presentes neste trabalho, relatando do 
início ao fim todo tramite administrativo referente a tais institutos. 
 
1. ASPECTOS BÁSICOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO E DO TRIBUTO 
 
 
 
Para compreender o instituto do crédito tributário, objeto deste estudo, deve 
entender o que é o direito tributário, ramo que possuí e regula tal instituto. O direito 
tributário como todas as áreas do direito é um complexo de normas reguladoras 
delimitadas pela sociedade, tem como objetivo a captação de recursos e é a principal 
fonte das receitas públicas. 
A principal característica do estado é a sua soberania política, que lhe confere 
poderes especiais, dentre o qual tributar, isto é a capacidade e necessidade de coletar 
valores dos particulares para manter sua estrutura e fornecer à sua população os serviços 
que lhe são competentes, como a concretização dos objetivos fundamentais previstos no 
artigo 3º da Constituição Federal, sendo o tributo a principal fonte de receita pública. 
Para o estado poder tributar é necessário que o mesmo crie tributos e especifique 
normas restritivas capazes de onerar o contribuinte quando este as descumprir, sendo 
regido pelo princípio da anterioridade, pois conforme determina a carta magna, é dever de 
todos conhecer as normas regulamentadoras a que se submetem, desta forma, o estado 
através do direito positivo emana e regulamenta as relações e normas jurídicas tributárias. 
 Um dos ramos criados pelo direito positivo é o Direito Financeiro, sendo o 
Direito Tributário, uma mera parcela desta área, que segundo Hugo de Brito Machado1 é 
o “ramo do direito que se ocupa das relações entre fisco e as pessoas sujeitas a 
imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o 
cidadão contra os abusos deste poder”. 
Como também entendido pelo professor Eduardo Sabbag2: 
 
“o Direito Tributário é ramificação autônoma da Ciência Jurídica, atrelada ao 
direito público, concentrando o plexo de relações jurídicas que imantam o elo 
“estado versus contribuinte”, na atividade financeira do Estado, quanto a 
instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.” 
 
1 MACHADO, Hugo de Brito, Curso de direito tributário, 29. Ed. p.49. 
2 SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, 9. Ed. p . 41. 
14 
 
 
As relações no direito tributário são construídas através de dois agentes, o ativo e 
o passivo, sendo o ativo o ente tributante ou pessoas jurídica de direito público interno e o 
passivo o contribuinte, seja ele pessoa física ou jurídica, sendo a jurídica representada 
por seu responsável. 
É fundado em diversos princípios, dentre os quais o da Legalidade Tributária, que 
requer a devida previsão legal para que se constituir uma relação jurídica tributária, visto 
que representa uma garantia individual do contribuinte e ressalta a importância da lei 
como um limite aos governantes, conforme apontamentos também realizados por 
Eduardo Sabagg3: 
 
“(...)o tributo depende da lei para ser instituído e para ser majorado. Se o tributo é 
veículo de incasçao patrimonial, é prudente que isso ocorra segundo a vontade 
popular, cuja lapidação se dá no Poder Legislativo e em suas Casa Legislativas. 
Tal atrelamento no trinômio “tributo-lei-povo” assegura no particular um “escudo” 
protetor contra injunções estatais feitas por instrumento diverso de lei.” 
 
Ainda completa Ruy Barbosa Nogueira4 ao aduzir que: “O princípio da legalidade 
tributária é o fundamento de toda tributação, sem o qual não há de se falar em Direito 
Tributário” 
Outro princípio voltado à legalidade é o princípio da anterioridade tributária, este 
respaldado no artigo 150, III, alíneas “b” e “c” da Constituição Federal, demonstra 
obrigatoriedade de anteriorprevisão legal para a cobrança de tributos, que em caso de 
incorrer em violação deste preceito, acarreta inescusável vício de inconstitucionalidade, 
sendo um princípio fundamental à boa manutenção do direito tributário, sendo de extrema 
valia a leitura de um trecho do voto proferido pelo Ministro Celso de Melo na ADI nº 939-7, 
do Supremo Tribunal Federal com relatoria do Ministro Sydney Sanches. 
 
“O principio da anterioridade da lei tributária, além de constituir limitação ao poder 
impositivo do Estado, representa um dos direitos fundamentais mais importantes 
outorgados pela Carta da República ao universo dos contribuintes. (...) O respeito 
incondicional aos princípios constitucionais evidencia-se como um dever 
inderrogável do Poder Público. A ofensa do Estado a esses valores que 
desempenham, enquanto categorias fundamentais que são, um papel 
subordinante na própria configuração dos direitos individuais ou coletivos, introduz 
um perigoso fator de desequilíbrio sistêmico e rompe, por completo, a harmonia 
 
3 SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, 9. Ed. p. 65. 
4 NOGUEIRA, Ruy Barbosa, Direito tributário: estudo de casos e problemas, p.139. 
15 
 
que deve presidir as relações sempre tão estruturalmente desiguais entre as 
pessoas e o Poder. Não posso desconhecer (...) que os princípios constitucionais 
tributários, sobre representarem importante conquista politico-jurídica dos 
contribuintes, constituem expressão fundamental dos direitos outorgados, pelo 
ordenamento positivo, aos sujeitos passivos das obrigações fiscais. Desde que 
existem para impor limitações ao poder de tributar, esse postulados têm por 
destinatário exclusivo o poder estatal, que se submete, quaisquer que sejam os 
contribuintes, à imperatividade de suas restrições”. 
 
O direito tributário é também regido pelo princípio da isonomia, ou da igualdade, 
conforme lecionado por Aristóteles, Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente 
os desiguais, na medida de sua desigualdade, é previsto no artigo 5º do texto 
constitucional, ao estabelecer que: 
 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, (...)”. 
 
Enquanto o artigo 5º de maneira genérica preceitua a igualdade, o inciso II do 
artigo 150 da Constituição Federal, define de forma estrita ser vedado instituir tratamento 
diferenciado entre os contribuintes que se encontrem em caráter de igualdade, sendo 
proibida qualquer distinção pela sua ocupação profissional ou função que exerça. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:(...) 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos; 
 
A irretroatividade tributária, é também um princípio do Direito Tributário, expõe 
que as normas são irretroativas, devendo respeitar os direitos fundamentais do 
contribuinte, não podendo a lei prejudicar direito adquirio, ato jurídico perfeito e a coisa 
julgado, é um princípio passível de exceções, sendo ele previsto no artigo 150, III, “a” da 
Constituição Federal. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:(...) 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado. 
 
16 
 
Conforme elucidado, o direito tributário é constituído por diversos princípios, uns 
com importância fundamental para o entendimento do que este trabalho visa demonstrar, 
o ultimo princípio a ser descrito, tem suma importância na defesa do contribuinte, que é a 
vedação do confisco, cuja função é negar ao estado o direito retirar do contribuinte 
parcela considerável de seu bem sem lhe conceder retribuição financeira. 
Havendo exceções a este princípio, por exemplo, o bem poderá ser confiscado 
quando o contribuinte incorrer em pena de perdimento dos bens, como também em caso 
de utilização das terras para o plantio de plantas psicotrópicas, hipóteses previstas no 
artigo 5º, XLVI, “b” e no paragrafo único do artigo 243, ambos da Constituição Federal. 
 
 
1.1. Tributos 
 
 
Conforme Ruy Barbosa Nogueira, “os tributos (...) são as receitas derivadas que o 
Estado recolhe do patrimônio dos indivíduos, baseado no seu poder fiscal (poder de 
tributar, as vezes consorciado com o poder de regular), mas disciplinado por normas de 
direito público que constituem o Direito Tributário.”5 
De forma simplificada, conforme descreve o artigo 3º do Código Tributário 
Nacional, trata-se de toda prestação pecuniária e compulsória, que será instituída por 
meio de lei, não podendo ser multa e será cobrada mediante o lançamento. 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
É uma prestação pecuniária, ou seja, obriga o contribuinte a arcar com um 
pagamento ao estado em dinheiro, devendo ser feito conforme artigo 162, I do CTN, em 
moeda corrente ou cheque, sendo ainda previsto o pagamento por meio de vale postal, 
hoje não mais utilizado. 
É compulsório e não voluntário ou facultativo ao contribuinte, dada a supremacia 
do interesse público em relação ao particular, que é instituído por lei tendo seu 
 
5 NOGUEIRA, Ruy Barbosa, Curso de direito tributário, 14. Ed. 155. 
17 
 
nascimento com a concretização da hipótese de incidência prevista nas normas, não 
importando a vontade das partes. 
Não pode constituir sanção de ato ilícito, ou seja, não pode ser multa, multa não é 
tributo e tributo não é multa, não se confundem, a multa é uma sanção utilizada pelo 
direito tributário em face ao contribuinte, uma penalidade a ser cobrada em razão ao 
descumprimento da obrigação tributária, sendo um acréscimo ao principal, não excluindo 
a obrigação do pagamento integral do crédito constituído. 
Por fim deverá ser lançado, sendo o lançamento um procedimento administrativo 
vinculado à autoridade administrativa. 
O Tributo poderá ser Vinculado ou desvinculado, quando o tributo é vinculado o 
contribuinte arca com o pagamento de um valor em razão de haver uma contraprestação 
por parte do Estado, entendem-se como tributos vinculados as: taxas, contribuições de 
melhoria, contribuições sociais e o empréstimo compulsório. 
Já o desvinculado é aquele em que o contribuinte paga o devido tributo sem 
receber alguma contraprestação específica, o Estado poderá utilizar o dinheiro recebido 
da forma que entender necessária, não precisando haver uma ligação com o porquê do 
recebimento, havendo somente um tributo conhecido por esta forma, que é o imposto. 
De forma exemplificada, cada tributo possui as seguintes características: 
 
 
 1.1.1. Imposto 
 
 
É um tributo não vinculado, cuja obrigação tem seu fato gerador independente de 
qualquer atividade especifica estatal, mas sim relativa à vida privada do contribuinte, está 
previsto no artigo 16 do Código Tributário Nacional. Repisa-se que o mesmo não é ligado 
à atividade estatal, portanto interfere diretamente na esfera privada do contribuinte, 
bastando à realização do fato gerador para que a obrigação tributária nasça. 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independentede qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
18 
 
Conforme elucidado acima, o imposto é tributo desvinculado, portanto para o seu 
recebimento é simplesmente necessária a realização do fato gerador pelo contribuinte, 
não tendo caráter de retribuição ao mesmo, sendo facultativo ao estado utilizar tais 
valores da forma que melhor necessitar. 
Conforme José Eduardo de Melo, o imposto é “um tipo de tributo que tem como 
elemento fundamental um ato, negócio ou situação jurídica respaldada em substrato 
econômico, pertinente a uma pessoa privada, sem qualquer participação direta e imediata 
do Poder Público6”. 
 
 
 1.1.2. Taxa 
 
 
É possível notar uma modesta diferenciação entre o imposto e a taxa, conforme 
menciona Eduardo Sabagg, “fica fácil perceber que, no âmbito do imposto, “o contribuinte 
age e ele próprio arca com o gravame”; na seara da taxa, por sua vez, “o estado age, e o 
contribuinte arca com a exação”“. 
É uma prestação de serviço público, , tem como fato gerador uma ação estatal 
que beneficia o contribuinte de forma direta, portanto é vinculada a uma ação estatal 
realizada de forma direta pelo Estado, consta prevista nos artigos 77 a 79 do Código 
Tributário Nacional. 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato 
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou 
posto à sua disposição 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos 
que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das 
empresas. (Vide Ato Complementar nº 34, de 1967) 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à 
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
 
6 NOGUEIRA, Ruy Barbosa, Curso de direito tributário, 14. Ed. 155. 
MELO, José Eduardo Soares de. Curso de Direito Tributário, 8. ed., p. 55 
19 
 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966). 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com 
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como 
discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua 
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada 
um dos seus usuários. 
 
Tem seu fato gerador no exercício regular do poder de polícia do estado, ou em 
casos onde o contribuinte recebe utiliza forma efetiva algum serviço público posto a sua 
disposição, não sendo possível a existência de taxa com base de cálculo de imposto e 
imposto com taxa. 
Uma de suas espécies é o conhecido preço público, na qual se cobra um valor 
por serviço prestado ao contribuinte, porém quem presta os serviços é a iniciativa privada, 
por concessão do Estado, conforme estudo disponibilizado por Thiago do Vale7 no site 
Direito Diário: 
 
“(...) Já as tarifas, também chamadas de preços públicos, são justamente isto: 
preços públicos. Ou seja: são valores cobrados pela utilização efetiva de serviços 
públicos não essenciais. Por serem não essenciais, esses serviços não geram 
dano ao Estado ou à coletividade caso não sejam utilizados, o que os tornam 
delegáveis. É o caso dos serviços postais, de água, de esgoto, de eletricidade, de 
telefonia, de transporte público, entre outros. São comumente delegados (tanto 
por concessão quanto por permissão ou autorização) a empresas públicas ou 
privadas. Assim, esses serviços são disponibilizados aos particulares mediante 
contratos firmados com estes, e as tarifas são justamente o preço estipulado 
contratualmente pela realização desses serviços.” 
 
 
 1.1.3. Contribuição de Melhoria 
 
 
 
7 Disponível em:< https://direitodiario.com.br/diferencas-entre-taxas-de-servico-e-tarifas/ />. Acesso em: 22 
de outubro 2017 
20 
 
Diferentemente da taxa, a contribuição de melhoria é prevista em razão de uma 
atuação estatal indireta ao contribuinte, através de obras públicas o Estado é capaz de 
acarretar uma valoração imobiliária aos bens de diversos contribuintes que puderem 
dispor de tais melhorias, razão que enseja uma cobrança compensatória ao Estado, 
sendo assim um tributo vinculado previsto no artigo 81 do Código Tributário Nacional. 
 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é 
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
 
 1.1.4. Contribuição Social 
 
 
As contribuições sociais tratam-se de tributos responsáveis por financiar a 
intervenção estatal na sociedade, atua diretamente no campo social e econômico, 
buscando sempre cumprir com as politicas estatais necessárias ao bom funcionamento do 
Estado, determinando instituir contribuições de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, consta previsto no artigo 149, 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado 
o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 
6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
 
 1.1.5. Empréstimo Compulsório 
 
 
Apesar do nome, não se trata de um empréstimo propriamente dito, é 
considerado pela doutrina brasileira como um tributo vinculado, dado que atende 
necessidades especiais e somente pode ser instituído pela união, devendo respeitar o 
princípio da anterioridade conforme sua previsão do artigo 148 da Constituição Federal de 
1988. 
21 
 
É considerado tributo por haver uma prestação pecuniária instituída por lei, com 
caráter compulsório, e cuja satisfação independe de atividade discricionária do poder 
público. 
Se o mesmo for restituído, o empréstimo compulsório não corresponderá a uma 
receita pública, mas sim a um simples ingresso de caixa as contas do governo. 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, 
de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
2. A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
O crédito Tributário se constitui através de etapas jurídicas administrativasprevistas no ordenamento jurídico, devendo haver compreensão das mesmas para que se 
torne possível seu entendimento. 
Vale relembrar que o mesmo é fundado no cumprimento dos preceitos 
fundamentais previstos na Constituição Federal, tais como a construção de uma 
sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação 
da pobreza e da marginalização, buscar a redução das desigualdades sociais e regionais, 
bem como a promoção do bem-estar da coletividade, razão pela qual tal área jurídica tem 
a finalidade obter a captação de recursos dos contribuintes. 
 
 
 2.1. Hipótese de Incidência 
 
 
A hipótese de incidência trata-se de uma tese hipotética que representa a 
previsão legal capaz de incidir a obrigação tributária, foi definida e prevista pelo legislador 
no plano hipotético e abstrato das leis, atrelada ao princípio da anterioridade tributária, 
representa fatos expostos no mundo fenomênico capazes de ensejar o nascimento da 
obrigação jurídica tributária, ou seja, é a hipótese que dá origem ao fato gerador, 
conforme definido pelo professor Eduardo Sabbag: 
 
 “A hipótese de incidência tributária representa o momento abstrato, previsto em 
lei, hábil a deflagrar a relação jurídico-tributária. Caracteriza-se pela abstração, 
que se opõe à concretude fática, definindo-se pela escolha feita pelo legislador de 
fatos quaisquer do mundo fenomênico, propensos a ensejar o nascimento do 
episódio jurídico-tributário.8” 
 
Hipótese de incidência é um conceito legal, tem como sentido ser a representação 
de um fato. 
 
8 SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, pág. 763, 9ª edição. 
23 
 
Desta feita, nota-se a necessidade da utilização de outro instituto tributário que 
seja apto a realizar a hipótese legal prevista no mundo hipotético, estando este previsto 
no artigo 114, do Código Tributário Nacional, tendo função diferente da hipótese de 
incidência, o chamado fato gerador, ou “fato imponível” como definido pelo professor 
Geraldo Ataliba9, é também instituto de extrema e essencial importância ao estudo do 
crédito tributário. 
 
 
 2.2. Fato Gerador 
 
 
O fato gerador é a concretização da hipótese de incidência pelo contribuinte, é a 
realização do ato que torna exigível o cumprimento de um ônus por parte do contribuinte, 
devendo respeitar três elementos básicos, estes são: legalidade, economicidade e 
causalidade. É no momento em que ocorre o fato gerador que será definido a natureza 
jurídica do tributo, vale dizer, taxas, impostos, contribuições de melhoria. 
Está disposto no artigo 116 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador 
e existentes os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente 
lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação 
tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
 
Para o fato gerador, não importa a validade do ato praticado pelo contribuinte, ou 
se o mesmo obteve algum efeito jurídico efetivo, desta forma atos nulos e ilícitos podem 
ser tributados, para Ricardo Lobo Torres10, “se o cidadão pratica atividades ilícitas com 
consistência econômica deve pagar o tributo sobre o lucro obtido, para não ser agraciado 
 
9 ATALIBA, Geraldo, Hipótese de Incidência Tributária. 6. Ed., 3. tir. São Paulo: Malheiros, 2002, p.68 
 
10 TORRES, Ricardo Lobo, Tratado de direito constitucional financeiro e tributário, v. III, p.372. 
24 
 
com tratamento desigual frente as pessoas que sofrem a incidência tributária sobre os 
ganhos provenientes do trabalho honesto ou da propriedade legitima”. Todo este 
entendimento consta expresso no próprio CTN, nos artigos 118 e 126 com o fim de evitar 
fraudes, este entendimento regula o princípio da interpretação objetiva do fato gerador. 
 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, 
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
É regido pelo princípio da interpretação objetiva do fato gerador, fundamenta que 
para o fato gerador não há importância das características subjetivas relacionadas à 
pessoa destinatária do tributo, mas sim aos seus aspectos constitutivos dispostos nas 
normas jurídicas, razão que acarreta a tributação dos produtos que foram resultado de 
atividade criminosa, conforme entendido pelo Supremo Tribunal Federal no HC 77.530-
RS1998. 
 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
 I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
 II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou 
limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da 
administração direta de seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure 
uma unidade econômica ou profissional. 
 
Conforme define o artigo 126, a capacidade tributária trata da aptidão do agente 
que irá ocupar o polo passivo da obrigação tributária, dado que para a relação jurídica 
tributária conforme seus incisos são irrelevantes a capacidade civil, a aptidão para o total 
exercício de suas capacidades civis do contribuinte, vindo o terceiro a expor sobre a 
pessoa jurídica, vez que basta a configuração de uma unidade econômica ou profissional 
para que a mesma possa compor o polo passivo da relação tributária. 
 
 
2.3. Obrigação Tributária 
 
 
25 
 
Conforme apoiado pela maioria da doutrina, a obrigação tributária basicamente 
possui quatro elementos, sendo estes, o sujeito ativo, o sujeito passivo, o objeto e a 
causa. 
 
 
2.3.1 O Sujeito ativo 
 
 
O sujeito ativo é o credor da obrigação, divide-se em direto e indireto, o sujeito 
ativo direto é representado pelos entes da federação, União Estados, Municípios e Distrito 
Federal, já o sujeito ativo indireto, é uma fuga a regra imposta pelo artigo 119 do CTN, 
vez que o detentor dessa capacidade tributaria ativa são entes parafiscais, que assumem 
tal prerrogativa por delegação. Ambas modalidades possuem capacidade de proceder 
fiscalizações e arrecadações em face ao sujeito passivo à título de tributos. 
 
Art. 119. sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da 
competência para exigir o seu cumprimento. 
 
Importante ressaltar a impossibilidade no direito tributário de haver solidariedade 
no polo ativo, dada razão de que somente se paga o tributo a um único ente credor, sob 
as penas de incorrer em fato jurídico não tolerado por nossa legislação que é a 
bitributação. 
 
 
2.3.2 Sujeito Passivo 
 
 
Sujeito passivo, é o polo oposto do ativo, é disposto no artigo 121 do CTN, 
representa o lado devedor da obrigação, divide-se também como o sujeito ativo em direto 
e indireto, sendo o direto o contribuinte que tenha uma relação pessoal e direta com o fato 
gerador, já o indireto é uma terceira pessoa escolhida por lei para pagar devido tributo, 
mesmo que esse nunca tenha realizado o fato gerador. Possuem também 
26 
 
responsabilidade solidária junto ao contribuinte terceiros preceituados nos incisos do 
artigo 134do CTN. 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação 
principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que 
in"tervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou 
curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
 IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou 
pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos 
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu 
ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
 
 
2.3.3. Causa 
 
 
 A obrigação tributária tem como causa o vínculo jurídico pré-existente no liame 
jurídico tributário nacional, devendo o fato gerador estar expresso em lei quando da 
obrigação principal , diferentemente da acessória, que se fundamenta em qualquer 
situação fática prevista no direito tributário, conforme ilustrado no livro Manural de direito 
tributário do professor Sabbag. 
 
Lei Tributária (art. 97) Legislação tributária (art. 96) 
O FATO GERADOR da obrigação 
tributária principal é a situação prevista em LEI 
como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
O FATO GERADOR da obrigação 
tributária acessória é qualquer situação fática, 
prevista na LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA, que 
não configure pagamento de tributo ou multa. 
 
 
Lei 
 
 
Causa ou FG 
Da Obrigação Principal 
 
 
Legislação Tributária 
 
 
Causa ou FG 
Da Obrigação Acessória 
27 
 
(art. 114 do CTN) (art. 115 do CTN) 
 
Cabe entendimento omitido anteriormente quanto ao fato gerador da obrigação 
principal e acessória, possível desentendimento ser sanado com mera leitura dos artigos 
114 e 115 do CTN. Faz-se também necessária a explanação do objeto da obrigação 
tributária, fato que será aludido logo em seguida. 
 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma 
da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal. 
 
 
2.3.4.Objeto 
 
 
O objeto da obrigação tributária é basicamente, a prestação imposta ao sujeito 
passivo contribuinte em razão da concretização do fato gerador (causa), podendo esta ser 
de cunho pecuniário ou de cunho não pecuniário, quando pecuniário tratará de uma 
obrigação principal, sendo esta a concretização do ato de pagar, quando for obrigação de 
fazer ou não fazer, ou seja, de cunho não pecuniário, considerar-se-á este uma obrigação 
acessória. 
A obrigação tributária principal tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito que dela for decorrente, já 
a acessória advém da legislação tributária e tem por objeto as obrigações de fazer ou não 
fazer, contendo o interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, segundo 
Harada: 
 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
28 
 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto 
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o 
crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou 
da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se 
em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
 
Destarte resta de suma importância diferencia obrigação tributária de Crédito 
Tributário, onde a primeira materialmente possui as mesmas partes, objeto e vinculo 
jurídico que o crédito tributário, porém é ilíquida, sendo então dependente do lançamento 
para que se se torne liquida e assim constitua o crédito tributário, sendo possível então 
ela existir sem o crédito tributário, mas não o contrário, como exposto pelo mestre 
Harada11: 
 
“Do ponto de vista material, obrigação e crédito se confundem. As partes são as 
mesmas, o objeto é idêntico e o vínculo jurídico, idem. Surgida a obrigação, deve 
a Fazenda declarar sua existência, através do lançamento, apurando o quantum e 
identificando o sujeito passivo, quando então, aquela obrigação passará a existir 
sob a denominação de crédito tributário. Disso resulta que pode existir obrigação 
tributária sem o crédito tributário, mas o contrário não poderá ocorrer”. 
 
O artigo 140 do CTN, estabelece que a obrigação tributária principal é autônoma 
e que as circunstâncias que modificam o crédito tributário não afetam a obrigação 
tributária principal, ou seja, mesmo sendo anulado o lançamento e consequentemente 
pondo fim ao crédito tributário, a obrigação tributária continuará a existir. 
 
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou 
seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua 
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. 
 
 
2.4. Lançamento 
 
 
Como dispõe o artigo 142 do CTN, o lançamento é um procedimento 
administrativo, vinculado e obrigatório, que compete privativamente a uma autoridade 
administrativa, direcionado a identificar a ocorrência do fato gerador, o montante do tributo 
 
11 HARADA, kiyoshi, Direito financeiro e tributário: 19. ed. p. 495. 
29 
 
devido e identificar o sujeito passivo e se necessário propor a aplicação da penalidade 
cabível. 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo 
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, 
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o 
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória sob pena de responsabilidade funcional. 
 
No entanto, há na doutrina uma divisão em relação a sua natureza jurídica, uma 
parte realmente o conceitua como um procedimento igual ao descrito no CTN, já outra, o 
enxerga como um ato jurídico. Para o Professor Kiyoshi Harada o mesmo é como o 
exposto no código, um procedimento administrativo onde o agente público competente 
procede a verificação da subsunção do fato concreto à hipótese legal prevista, calcula o 
tributo devido, identifica o sujeito e se necessário aplica a pena cabível. 
 
“O lançamento é um procedimento administrativo no sentido de que um agente 
capaz procede a averiguação da subsunção do fato concreto à hipótese legal 
(ocorrência do fato gerador), a valoração dos elementos que integram o fato 
concreto (base de cálculo), a aplicação da alíquota prevista na lei para a apuração 
do montante do tributo devido, a identificação do sujeito passivo, e, sendo o caso, 
a propositura de penalidade cabível. Esta série de atos podem ser praticados, 
inclusive, em diferentes dias, mas no final da verificação dos requisitos previstos 
no art. 142 do CTN haverá sempre um documento exteriorizador daqueles atos, 
que é o lançamento eficiente para a constituição definitiva do crédito tributário”.12 
 
Outra parte da doutrina, como o Professor Paulo de Barros, entende que o 
lançamento é ato jurídico e não um procedimento, para ele o mesmo consiste, muitas 
vezes, no resultado de um procedimento, mas quecom ele não se confunde. Para ele o 
procedimento não é imprescindível para o lançamento, e pode consubstanciar em ato 
isolado, independentemente de qualquer outro. 
 
“Lançamento tributário é o ato jurídico administrativo, da categoria dos simples, 
constitutivos e vinculados, mediante o qual se insere na ordem jurídica brasileira 
uma norma individual e concreta, que tem como antecedente o fato jurídico 
tributário e, como consequente, a formalização do vínculo obrigacional pela 
individualização dos sujeitos ativo e passivo, a determinação do objeto da 
prestação, formado pela base de cálculo e correspondente alíquota, bem como 
 
12 HARADA, kiyoshi, Direito financeiro e tributário: 19. ed. p. 496. 
30 
 
pelo estabelecimento dos termos espaço-temporais em que o crédito há de ser 
exigido.” 13 
 
O certo é que o lançamento não é um termo unívoco, mas sim uma terminologia 
equívoca, podendo significar tanto como procedimento ou ato jurídico, dependendo do 
contexto em que o mesmo é empregado ao longo do Código. 
Quando o sujeito passivo realiza o fato gerador da obrigação tributária, o poder 
público passa a exigir o crédito tributário da respectiva obrigação, ocorre o lançamento, 
mas este somente tem eficácia após o sujeito passivo ser notificado para que se 
transforme em liquido e exigível, onde ao não realizar o pagamento ou não apresentar 
sua defesa, estará o sujeito passivo suscetível à execução fiscal. 
Segundo demonstrado de forma brilhante e simplista por Sabbag14, o artigo 142 
do CTN necessita de um estudo cauteloso para a compreensão do lançamento, posto que 
é o meio que dá liquides a obrigação tributária, segundo ele, conforme determina tal regra 
legal deve a autoridade administrativa: 
 
“1. Verificar a ocorrência do fato gerador: a ocorrência do fato imponível, como 
fato da vida real, descrito na norma, enseja o nascimento da obrigação tributária. 
Havendo a constituição do liame obrigacional, é possível se falar em quantificação 
e qualificação da obrigação tributária, por meio do lançamento; 
2. Determinar a matéria tributável: visa reproduzir o espectro material de 
incidência, ou seja, ater-se ao elemento nuclear do tributo exigível. Com o 
lançamento, permite-se a aferição do an debeatur (o “se devido”). Exemplo: exige-
se uma taxa espécie “taxa de serviço”, em razão da particularização do fato 
gerador na “prestação de um serviço público especifico e divisível”; ou, ainda, 
exige-se um imposto, o IR, em razão de seu fato gerador , particularizado no 
“acréscimo patrimonial”. Cabe ao lançamento externar tal núcleo tributável de 
incidência; 
3. Calcular o montante do tributo devido: permite-se a aferição do quantum 
debeatur (o “quanto devido”). Assim, o lançamento torna o crédito tributário, antes 
inexigível e ilíquido, em crédito exigível e liquido. A liquidez, como é cediço, é 
atributo daquilo que se define, com precisão, quanto à extensão e limites; 
4. Identificar o sujeito passivo: o lançamento tem o condão de demarcar, 
concretamente, a sujeição passiva, definida, normativa e abstratamente, na lei 
tributária, no bojo da estrita legalidade (Art. 97, III, CTN); 
5. Propor, se for o caso, a aplicação da penalidade cabível: É o veículo hábil à 
exigibilidade das sanções cobradas em virtude do descumprimento da obrigação 
tributária. Nessa medida, o lançamento particulariza, concretamente, a 
exigibilidade da multa, definitiva, normativa, restritiva e abstratamente, na lei 
tributária (art. 97, v, CTN)”. 
 
 
 
13 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário : 21. ed. p.390. 
14 SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, 9. ed. p . 867. 
31 
 
2.4.1. Modificação do Lançamento 
 
 
É direito do sujeito passivo ao não concordar com um lançamento, impugnar o 
que lhe é exigido, sendo a impugnação analisada pelos órgãos de primeira instância nos 
processos administrativos da Fazenda, caso a decisão seja favorável, o lançamento será 
modificado através de sua impugnação. Isto está previsto no artigo 145 do CTN além de 
mais duas hipóteses para alterar um lançamento que foi regularmente notificado ao 
sujeito passivo, onde o terceiro inciso se utiliza dos casos elencados no artigo 149 do 
mesmo código. 
 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser 
Alterado em virtude de: 
I. Impugnação do sujeito passivo; 
II. Recurso de ofício; 
III. Iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no Artigo 
149. 
 
 
2.4.2 Modalidades de Lançamento 
 
 
O lançamento é feito pela autoridade administrativa e pelo próprio contribuinte, 
podendo ser realizado de quatro formas: 
I. Lançamento Direto ou de Ofício; 
II. Lançamento Misto; 
III. Lançamento por Homologação. 
IV. Arbitramento 
 
 
 
2.4.2.1 Lançamento Direto: 
 
 
O lançamento de ofício ou direto está previsto no artigo 149 do CTN. É efetuado 
diretamente pelo agente público competente sem qualquer ajuda do sujeito passivo, ao 
identificar a ocorrência do fato gerador, o próprio fisco identifica o sujeito, calcula o 
32 
 
montante do tributo devido e promove a notificação do sujeito passivo. Nesta modalidade 
de lançamento, o risco pela interpretação da lei é de total responsabilidade do agente 
público competente, visto que o mesmo é também responsável pela entrega tempestiva 
da notificação do lançamento ao sujeito passivo. 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade 
administrativa nos seguintes casos: 
I. Quando a lei assim o determine; 
II. Quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na 
forma da legislação tributária; 
III. Quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração 
nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação 
tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, 
recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela 
autoridade; 
IV. Quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer 
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V. Quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa 
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI. Quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro 
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
VII. Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício 
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; 
VIII. Quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião 
do lançamento anterior; 
IX. Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta 
funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato 
ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não 
extinto o direito da Fazenda Pública. 
 
 
2.4.2.2 Lançamento Misto: 
 
 
O lançamento misto é efetuado com base nas declarações tributárias prestadas 
pelo sujeito passivo ou terceiro à autoridade administrativa. O lançamento depende da 
declaração a ser efetuada pelo sujeito passivo e assim ser lançada pelo fisco nos termos 
do artigo 147 do CTN, podendo o fisco que incumbido de revisar a declaração em caso de 
erro, retificar de oficio, ou até mesmo ao declarante que perceber e comprovar o erro, 
retificar a declaração antes que o lançamento seja notificado. Quando constatar que a 
declaração está dotada de reticência, insinceridade ou omissão visando em relação ao 
33 
 
valor, poderá a autoridade administrativa desprezar a declaração e arbitrar um valor 
referente a mesma mediante processo regular como consta no artigo 148 do CTN.Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou 
de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à 
autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua 
efetivação. 
§1ºA retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a 
reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que 
se funde, e antes de notificado o lançamento. 
§2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados 
de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. 
 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o 
valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade 
lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que 
sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos 
prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro 
legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial. 
 
 
2.4.2.3 Lançamento por homologação: 
 
 
No lançamento por homologação, o sujeito passivo antecipa o pagamento do 
tributo, sem o exame prévio da autoridade administrativa, ao tomar conhecimento, a 
autoridade administrativa poderá homologa-lo quando correto, extinguindo então o crédito 
tributário, caso não seja homologado abre-se espaço para o lançamento de ofício para 
haver a diferença de valor ainda existente. Deve o fisco observar os valores já pagos pelo 
sujeito passivo, salvo em caso de dolo. O lançamento por homologação efetuado de duas 
formas pelo fisco, através da forma expressa e da forma tácita, estando previsto no artigo 
150 do CTN. 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja 
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio 
exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida 
autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, 
expressamente 
a homologa. 
§ 1o o pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o 
crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. 
§ 2o Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à 
homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção 
total ou parcial do crédito. 
34 
 
§ 3o os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na 
apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de 
penalidade, ou sua graduação. 
§ 4o Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da 
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se 
tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente 
extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
 
2.4.2.4 Lançamento por Arbitramento 
 
 
Apesar de grande parte da doutrina voltada ao estudo da área financeira do 
direito, em especial o direito tributário, não considerar o arbitramento uma forma de 
lançamento, o CTN expressa em seu artigo 148 que quando o cálculo tenha por base ou 
considere o valor do preço dos bens, direitos e serviços, a autoridade responsável 
arbitrará o valor ou preço caso as declarações, esclarecimentos e documentos não 
mereçam fé ou sejam omissos. 
 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o 
valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade 
lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que 
sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos 
prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro 
legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial. 
 
Conforme a incidência de entendimentos diversos sobre tal modalidade utiliza-se 
de exemplo o doutrinador Sacha Calmon Navarro Coêlho, que define o arbitramento como 
uma mera apenas técnica do lançamento de ofício, ocorrendo tal procedimento “tanto nos 
tributos que deveriam ser lançados com base em declaração do contribuinte quanto nos 
lançados por homologação”, hipótese em que a Fazenda está autorizada a “pôr de lado a 
escrita, os livros e demais informações prestadas pelo sujeito passivo (havendo omissão, 
fraude ou simulação)” com o fito de garantir o recolhimento do tributo (COÊLHO, 2006, p. 
768). 
 
 
 
 
 
35 
 
3. O NASCIMENTO, EXTINÇÃO, SUSPENSÃO E EXCLUSÃO DO 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
O Crédito tributário, conforme já demonstrado necessita da incidência de outros 
institutos para se concretizar e trata-se de um direito subjetivo do Estado de gerar uma 
obrigação a ser paga em forma de tributo, este decorrente de uma obrigação tributária, 
que conforme aponta a teoria dualista, deve ser declarado através do lançamento, tendo 
assim, uma data ou prazo determinado em lei. 
Este Crédito Tributário é decorrente da Obrigação Tributária, possuindo a mesma 
natureza desta, inclusive não são diferenciados pela teoria monista, restando como 
resultado da conjugação da lei, do fato gerador e do lançamento, podendo ele ser 
modificado, extinto, excluído ou ter sua exigibilidade suspensa quando resultar em algum 
dos casos previstos em lei, entretanto estas alterações podem ou não afetar a obrigação 
tributária que lhe deu origem. 
Conforme o entendimento da teoria dualista é apoiado pela maior parte da 
doutrina, é o lançamento que caracteriza natureza constitutiva e exigível da obrigação 
tributária, melhor dizendo, somente através do lançamento é que o Crédito Tributário é 
declarado existente, sendo assim possível de cobrança por parte do estado daquilo 
anteriormente constatado como uma mera obrigação tributária, criada pelo contribuinte ao 
concretizar o fato gerador, possuí efeitos ex tunc, retroage no tempo atuando a partir e 
com a vigência da lei da época do fato gerador, não sofrendo qualquer alteração em 
relação a modificação ou revogação da lei. 
Porém, resta compreendido que em regra, que fica exposto através da lei ao 
sujeito passivo da obrigação todos os elementos de sua responsabilidade, seja a hipótese 
de incidência que acarreta ao fato gerador, mas também quanto aos aspectos financeiros 
que concretizam a relação tributária. Assim sendo, muitas vezes a depender do caso, se a 
lei forneceu todos os meios para o sujeito passivo arcar com tal cumprimento, não deve o 
mesmo aguardar o sujeito ativo requerer-lhe tal obrigação, mas sim cumpri-la 
independentemente da autoridade administrativa competente manter-se inerte ou não 
36 
 
Caso o lançamento com fins de arrecadação do tributo não seja efetuado, pode 
até mesmo sujeitar os funcionários públicos responsáveis a crime de responsabilidade 
funcional, dada sua importância. Ele possuí diferentes modalidade de lançamento, 
podendo ser de ofício, por declaração e por homologação, podendo-se utilizar de 
arbitramento, que é uma técnica que pode ser empregada tanto no efetuado por 
declaração, quanto por homologação, sendo ela cabida somente quando o sujeito passivo 
apresentar declarações omissas, incompletas, controversas ou indignas de fé. 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo 
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, 
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o 
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória, sob pena de responsabilidadefuncional. 
 
O Crédito Tributário é disposto no Código Tributário Nacional, havendo diversas 
menções a sua natureza, nascimento, modificação e fim, como os artigos descritos 
abaixo: 
 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma 
natureza desta. 
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou 
seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua 
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou 
extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos em 
Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade 
funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. 
 
 
3.1. Diferenciação de Contribuinte e Responsável 
 
 
Há de se fazer a diferenciação entre o contribuinte e o responsável, previstos no 
artigo 121 do CTN, a fim de se entender os integrantes do polo passivo, posto que o 
contribuinte seja toda pessoa física ou jurídica que efetivamente efetue o fato gerador e 
se revista da condição de contribuinte, ele assume uma relação pessoal e direta com o 
fato gerador, ficando evidenciado que o contribuinte auferiu vantagem devido a realização 
do fato imponível. 
37 
 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação 
decorra de disposição expressa de lei. 
 
O responsável é aquele que tem uma obrigação tributária decorrente de norma 
legal, mesmo com o mesmo não assumindo a condição de contribuinte, sendo sujeito 
passivo indireto, dada a vinculação ao fato gerador e o crédito tributário, conforme artigo 
128 do CTN. 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao 
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte 
ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da 
referida obrigação. 
 
O contribuinte possui responsabilidade meramente pessoal, dado que possui 
vinculo direto com a obrigação tributária, enquanto o responsável pode ser 
responsabilizado de forma pessoa ou subsidiária, sendo as diferenciações previstas nos 
artigos 131, 134 e 135 do CTN, definindo os artigos 134 e 135 a responsabilidade de 
terceiros. 
 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou 
remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 28, de 1966) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de 
cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao 
montante do quinhão do legado ou da meação; 
 III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão. 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação 
principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que 
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou 
curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo 
concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos 
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu 
ofício; 
38 
 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, 
às de caráter moratório. 
 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a 
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito 
privado. 
 
 
3.2. Diferenciação de responsabilidade por substituição e por transferência 
 
 
3.2.1. Substituição Tributária 
 
 
Substituição Tributária A substituição tributária é atribuída por lei, já é uma 
previsão legal que acarreta a responsabilidade antes da incidência do fato gerador, 
responsabilidade não há mudança subjetiva, vez que o substituto ocupa o polo passivo da 
obrigação tributária desde o início. Obriga o terceiro a arcar com a com o valor da 
obrigação tributária sem o contribuinte sequer compor também o polo passivo, não tendo 
o contribuinte dever algum de arcar com a obrigação. 
Segundo José Eduardo de Melo15: 
 
“Trata-se a substituição de imputação de responsabilidade por obrigação tributária 
de terceiro que não praticou o fato gerador, mas que tem vinculação indireta com 
o real contribuinte. O substituto tem que decorrer naturalmente do fato imponível, 
da materialidade descrita (hipoteticamente) na norma jurídica, não podendo ser 
configurado por mera ficção do legislador. Deve inserir-se em uma realidade do 
sistema jurídico, permeada pelos princípios da segurança, certeza e do direito de 
propriedade, uma vez que o patrimônio das pessoas só pode ser desfalcado por 
fatos efetivamente realizados, e que contenham ínsita a capacidade contributiva”. 
 
É um instituto fundado em atender o interesse da administração tributária, vez 
que, é de extrema dificuldade para a administração fiscalizar uma gama grande e 
complexa de contribuintes, tentar evitar a evasão tributária se utilizado de uma 
fiscalização concentrada e também, acelerar a arrecadação ao estado, acarretando uma 
disponibilização de recursos mais rápida. 
 
15 MELO, José Eduardo Soares. Curso de direito tributário, 8. ed., p.274 
39 
 
Bons exemplos de substituição tributária, para um melhor entendimento, são a 
obrigação do empregador já descontar o valor do IRRF do empregado, a retenção na 
fonte do imposto de renda nos fundos de previdência privada para o repasse à união, 
além do dever da Caixa Econômica Federal reter o valor do IR na fonte no caso de 
alguém vencer prêmio de loteria. 
 
 
3.2.2. Transferência Tributária 
 
 
Na transferência tributária, diferentemente da substituição, o terceiro ocupa o 
lugar do contribuinte no polo passivo, dado que a mesma só acontece após a incidência 
do fato gerador devido a um preceito legal que define outra pessoa para ocupar o lugar do 
contribuinte, como exemplo, no caso de morte do contribuinte. 
Conforme explicita Sabagg16, “depois de surgida a obrigação tributária contra uma 
pessoa certa e determinada, é ela transferida a outrem, em consequência de um fato que 
lhe é posterior”, sendo dispostas nos artigos 124 e 125, além dos já colacionados acima. 
 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato 
gerador da obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de 
ordem. 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão decrédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade 
quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais. 
 
 
3.3. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
 
 
 
16 SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, 9. Ed. p . 811. 
40 
 
O crédito tributário faz com que todos os bens do integrante polo passivo 
respondam pelo seu pagamento, independente da origem e natureza dos bens, podendo 
até mesmo utilizar aqueles onerados com clausula de direito real de inalienabilidade. Tal 
instituto possui, com exceção dos créditos decorrentes de relação ou acidente trabalhista, 
preferencia em relação a todos os outros tipos de crédito, sendo assim realizado primeiro 
ante todos os outros, inclusive no inventário e arrolamento, só podendo haver a real 
partilha após provada quitação dos tributos devidos . 
Caso o sujeito passivo possua um ônus tributário perante o estado, conforme o 
artigo 185, toda alienação ou oneração realizada pelo mesmo será fraudulenta, visto que 
tal ação pode estar sendo realizada visando à evasão tributária, fato que não ocorrerá 
caso o contribuinte possua patrimônio superior ao da obrigação devida. 
Há uma exceção da exceção à incidência dos créditos tributários, quando 
decretada a falência do integrante do polo passivo, tal obrigação será considerada 
extraconcursal, sendo assim, pagos antes dos créditos originados do direito trabalhista, 
devendo a empresa apresentar a prova de quitação dos tributos para poder ser 
beneficiada com a recuperação judicial. 
Devendo ainda a administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos municípios, e as suas autarquias, conforme artigo 193 do CTN, requerer a 
comprovação da regularidade da empresa concorrente para aceitar a proposta em 
concorrência publica. 
 
 
3.4. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
A Suspensão do Crédito Tributário é descrita no artigo 151 do Código Tributário 
Nacional. Conforme já aludido se o fato gerador ocorreu, a exigibilidade do crédito é 
legitima e de fato cabe ao contribuinte a obrigação de arcar com o tributo advindo da 
obrigação tributária, entretanto, por força da suspensão, esta exigibilidade fica paralisada, 
não surtindo mais seus efeitos enquanto a causa que a gerou não for integralmente 
resolvida. 
 
41 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I – moratória; 
II – o depósito do seu montante integral; 
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança; 
V – a concessão de medida liminar ou tutela antecipada, em outras espécies de 
ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja 
suspenso, ou dela consequentes. 
 
Repisa-se que o fato gerador constitui a obrigação tributária, tendo a exigibilidade 
conferida através do lançamento, sendo assim passível de cobrança pelo sujeito ativo, 
estando previsto no artigo 141 do CTN que o crédito tributário regularmente constituído 
poderá ser suspenso somente nos casos previstos no artigo 151, assim sendo, entende 
ser um rol taxativo, somente as hipóteses contidas em tal dispositivo podem gerar sua 
suspenção, impedindo assim do sujeito ativo cobrar temporariamente do sujeito passivo. 
As hipóteses previstas dispostas no artigo aludido podem ser plenamente 
compreendidas através da leitura de um elucidativo estudo disponibilizado pela EBRADI 
disposto no site da jusbrasil17: 
 
“1. Moratória: versa sobre a dilação do prazo para pagamento do tributo. Logo, 
uma vez concedida, tem-se a extensão do prazo para adimplemento da obrigação 
tributária. 
A moratória é dada em circunstâncias excepcionais, como calamidade pública e 
desastres naturais. É excepcional, pois – em regra – o ente público de respeitar o 
princípio da indisponibilidade dos bens públicos, ainda que não esteja renunciando 
ao pagamento, a retardamento deste impacta no orçamento. 
2. Parcelamento: é a hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
incluída ao CTN em 2001. Constitui instituto que visa à recuperação do crédito 
vencido. 
Deve ser instituído, exclusivamente, por meio de lei, a fim de tentar recuperar os 
tributos que foram deixados de pagar. A lei dá benefício para incentivar o 
pagamento, como desconto na multa e juros e pagamentos em longo prazo. 
É diferente da moratória, pois no parcelamento o crédito já está vencido e, por 
isso, além da correção monetária, há a incidência de juros e multa. 
3. Depósito de seu montante integral: é a modalidade suspensiva do crédito 
tributário em que já há em andamento uma discussão administrativa ou judicial 
acerca do crédito. É um meio de suspender a exigibilidade do crédito tributário 
enquanto se discute a obrigação tributária principal. 
Vale mencionar que é a única modalidade de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário do rol do art. 151 do CTN que suspende a incidência de juros e 
multa. Sendo que a correção do valor se dará na conta judicial. 
 
17 EBRADI, Entenda as cinco hipóteses de suspensão do crédito tributário, 2017. Disponível 
em:<https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/448301005/entenda-as-cinco-hipoteses-de-suspensao-do-credito-
tributario />. Acesso em: 22 de outubro 2017. 
42 
 
4. Reclamações e recursos nos termos do processo administrativo tributário: é a 
modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, em razão do 
processo administrativo iniciado. 
Aqui, a impugnação do lançamento feito de ofício ou por declaração suspende a 
exigibilidade do crédito tributário. Já o lançamento por homologação não permite 
discussão por processo administrativo (pois, não há erro do Fisco, uma vez que 
quem faz é o próprio contribuinte). 
Ademais, não é possível discutir em processo administrativo a 
inconstitucionalidade de lei, pois é prerrogativa do Poder Judiciário. 
5. Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em mandado de segurança 
e outras espécies de ação judicial: a concessão da liminar, igualmente, suspende 
a exigibilidade do crédito tributário, mas não cessa a correção monetária. 
Vale notar que no direito tributário, é utilizado o termo “liminar” para qualquer 
decisão de cognição sumária.” 
 
 
3.5. Extinção do Crédito Tributário 
 
 
A extinção do crédito tributário faz com que ocorra seu desaparecimento, 
podendo este ser arrazoado por inúmeros motivos, sendo normalmente extinto pelo seu 
mero pagamento. 
Todas as causas que acarretam tal fim ao crédito tributário encontram-se 
previstas no artigo 156 do CTN, ao ser tal ônus extinto, não mais poderá o sujeito ativo 
cobra-lo novamente. É importante ressaltar que tal extinção quando arrazoada por vício 
presente no lançamento, esta estritamente ligada ao crédito tributário que ela é ligada, 
não extinguindo a obrigação tributária, podendo esta ser objeto de um novo lançamento. 
Dispõe o art. 156 do Código Tributário Nacional que: 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I – o pagamento; 
II – a compensação; 
III – a transação; 
IV – a remissão; 
V – a prescrição e a decadência; 
VI – a conversão do depósito em renda; 
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do 
disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII – a consignação em pagamento; 
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X – a decisão judicial passada em julgado; 
XI – a dação

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