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Formas de desenvolver o paragrafo (1)

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1.3.1 — FORMAS DE DESENVOLVER O PARÁGRAFO
Você já viu que o desenvolvimento de um parágrafo comporta dois tipos de frase: a frase principal de explanação e a frase secundária de explanação. Você já sabe, igualmente, de que modo cada uma delas apoia o tópico frasal na tarefa de transmitir a ideia central do parágrafo. Trataremos agora do conteúdo dessas frases. Como você já deve ter percebido em suas leituras, a explanação de uma ideia pode ser feita de muitas maneiras. Apresentaremos algumas delas; caberá a você escolher a mais adequada para cada uma das ideias-tópico que tiver de explanar.
a)DESENVOLVIMENTO POR DEFINIÇÃO
Use definições toda vez que você precisar explicar a seu leitor o significado dos conceitos empregados em seu trabalho. O método mais simples de definir é apresentar sinônimos. Neste caso, uma palavra que possa apresentar dificuldade de compreensão é explicada com o auxílio de outras palavras mais simples e que tenham um significado semelhante.
A escolha de uma profissão muitas vezes depende de fatores aleatórios — incertos, casuais, fortuitos.
O conceito é estabelecido por aproximação, já que cada sinônimo apresenta um aspecto diferente da palavra.
Para uma definição mais precisa, porém, utilize o processo de localizar o conceito a ser definido dentro da classe a que pertence e mostrar como ele se distingue dos demais conceitos pertencentes à mesma classe.
Uma ânfora é um vaso grande de cerâmica, com duas asas simétricas e fundo pontiagudo.
A definição pode tornar-se inexata quando (1) a classe não é adequada (definir livro como o lugar onde a gente aprende as coisas é indicar uma classe imprópria já que livro não é um lugar); ou (2) a característica específica do conceito não é enunciada. Por exemplo, definir revista apenas como publicação periódica é deixar de dizer como ela se distingue das demais publicações periódicas, como jornais, fascículos, etc.
Para bem definir, atenda ainda aos seguintes princípios:
a. não use as expressões é quando ou é onde ao apresentar a classe:
ERRADO	Um debate é quando duas pessoas ou dois grupos discutem, de forma regulamentada, um determinado assunto.
CORRETO	Um debate é a discussão regulamentada de um dado assunto entre duas pessoas ou dois grupos.
b. não use, para expressar a característica, o mesmo vocábulo que está sendo definido, ou outro dele derivado:
ERRADO As marés equinociais são as que se registram durante o equinócio.
CORRETO	As marés equinociais são as que se registram quando a órbita da Terra se encontra no ponto em que o dia e a noite têm igual duração.
c. não defina o vocábulo usando palavras ainda mais difíceis. A complexidade da definição abaixo é evidente:
Pederneira: um sílex que produz lume ao ser petiscado pelo fuzil.
d. não use definições negativas, a menos que a negação seja a característica distintiva:
ERRADO	Uma bicicleta motorizada não é uma motocicleta.
ERRADO	Um palimpsesto não é um livro.
CORRETO	O calvo é uma pessoa que não tem cabelos na cabeça.
e. não use linguagem figurada para definir:
ERRADO	O diafragma é o olho da máquina fotográfica.
EXERCÍCIO 4
Defina:
1. Poema épico
2. Peneira
3. Zagueiro central
4. Incunábulo
5. Fotômetro
EXERCÍCIO 5
Analise a validade das definições abaixo:
1. Um soneto é quando um poema tem quatorze versos.
2. História é a memória das coisas feitas e ditas.
3. Um abstêmio é uma pessoa que não bebe álcool.
4. Amnésia é quando um personagem de novela perde a memória.
5. Pedante é uma pessoa amaneirada, que ostenta erudição livresca e rebuscada.
6. Um silo é onde os cereais são armazenados.
7. A Ictiologia é o ramo da Zoologia que estuda os peixes.
8. Um sofá não é uma cadeira, nem uma poltrona.
9. O afogador serve para afogar o motor frio.
10. Envergadura é a dimensão máxima transversal de uma ponta à outra das asas de um avião.
A definição é um dos processos usuais para o desenvolvimento do parágrafo. Veja os exemplos abaixo:
a) Pergaminho é um material de escrever preparado com a pele de animais. O couro de cabras e ovelhas, lavado e raspado, é estendido em uma moldura para secar, É então trabalhado cuidadosamente para remover quaisquer restos de pelo ou de carne, branqueado com giz e alisado com pedra-pomes, tornando-se uma superfície branca e lisa o suficiente para nela escrever. Flexível e durável, espesso o bastante para ser escrito dos dois lados, terminou por superar o papiro como material para a confecção dos livros manuscritos.
b) Um bom goleiro tem de ser alto, ágil, frio e decidido. A altura é fundamental para disputar com o adversário as bolas lançadas sobre a pequena área. Deve ser ágil porque precisa mover-se constantemente, com extrema rapidez, de um canto a outro dos quase oito metros de sua trave. Sendo ele o último obstáculo entre o adversário e o gol, tem de manter, ao longo dos noventa minutos, por mais importante que seja o jogo, ai frieza indispensável para enfrentar as situações de perigo. Por fim, todo o gesto que fizer deve ser cheio de decisão, pois o adversário está sempre à espreita da menor hesitação do goleiro para marcar.
EXERCÍCIO 6
Escreva um parágrafo definindo:
1. Um palimpsesto
2. Um mau professor
3. Uma boa cozinheira
b) DESENVOLVIMENTO POR EXEMPLOS
Exemplos, além de serem de leitura interessante, têm a propriedade de tornar clara e concreta a ideia que se quer expressar. O tópico frasal pode ser desenvolvido por dois ou três exemplos representativos, ou por um só exemplo que seja especialmente detalhado. Como os exemplos, se nos forem familiares, trazem em si mesmos sua própria explicação, torna-se desnecessário explicar a ideia-tópico.
Um só exemplo:
Há muito que vem sendo estudada a possibilidade de haver, no reino animal, outros tipos de inteligência além da humana. Vejam, por exemplo, o golfinho. Dizem que esses simpáticos mamíferos pensam mais rápido do que o homem, têm linguagem própria e também podem aprender uma língua humana. Além disso, chegam a adquirir úlceras de origem psicológica e sofrem estresse por excesso de atividade.
Mais de um exemplo:
O homem contemporâneo não é onívoro como seu antepassado pré-histórico; nem todos os animais e vegetais da região figuram na sua cozinha. (1°exemplo) Nosso sertanejo, por exemplo, aprecia muito os peixes de água doce e a mandioca, mas não dá o menor valor aos crustáceos e às verduras. (2° exemplo) Os negros africanos também não valorizam as hortaliças e pouca atenção dão à carne de gado. (3° exemplo) O homem urbano do Ocidente, por sua vez, não tolera a ideia de mastigar os gafanhotos, as larvas e os besouros que fazem a delícia de tantos povos do Oriente e da África. (4° exemplo) Os hindus preferem morrer de fome a provar a carne das gordas reses que abundam em seu país. (Conclusão) Todos os povos apresentam limitações inarredáveis no tocante às coisas que comem.
EXERCÍCIO 7
Escreva um parágrafo que desenvolva, por meio de exemplos, cada um dos tópicos frasais abaixo:
1. Há muitos animais que, ao contrário do cão, do gato ou do cavalo, não se adaptam ao convívio com o homem.
2. A maioria dos heróis das histórias em quadrinhos é solteiro e tem medo das mulheres.
3. Nem todos os povos encaram o adolescente da mesma forma.
c) DESENVOLVIMENTO POR COMPARAÇÃO E CONTRASTE
A comparação e o contraste podem ser usados juntos ou separadamente para desenvolver a ideia-tópico.
Comparar é procurar semelhanças, contrastar é estabelecer diferenças. Tenha o cuidado de comparar ou contrastar apenas idéias pertencentes à mesma classe; é indispensável que as duas idéias tenham uma base comum. Assim, você pode comparar um técnico de futebol com um maestro, desde que consiga estabelecer entre eles uma relação que sirva de base.
A principal diferença entre escrever e falar é o tempo de que se pode dispor para fazer uma e outra coisa. Não é de estranhar, portanto, que essas atividades exijam habilidadesdiferentes e cheguem a produtos diferentes. Fala bem quem consegue organizar o maior número de idéias no exato momento da fala. Escreve bem quem é capaz de registrar, com precisão, clareza e organização, as idéias que pretende transmitir a seu leitor, não importando o tempo que leve para fazer isso.
EXERCÍCIO 8
 Escreva um parágrafo comparando ou contrastando os seguintes pares:
1. Os perigos das viagens por terra; Os perigos das viagens por ar.
2. O namoro em "A Moreninha"; O namoro nas telenovelas.
3. O atendimento em uma lanchonete; O atendimento em um restaurante.
d) DESENVOLVIMENTO POR CAUSA E EFEITO
Um parágrafo desenvolvido por causa e efeito explana o tópico frasal, apresentando as causas que ocasionaram determinada situação, ou que levaram a que uma determinada afirmação fosse feita.
A prática da redação é muito importante para a formação profissional. Não é apenas por causa da necessidade de redigir cartas, relatórios, ofícios e, eventualmente, artigos que um agrônomo, por exemplo, precisa saber escrever. A prática da| redação é fundamental porque é um excelente treinamento para a organização do raciocínio e para o desenvolvimento da capacidade de se expressar.
Esta é uma das formas mais seguras de compor um tópico frasal produtivo, desafiador, que conduza naturalmente ao desenvolvimento. Observe como as frases abaixo, pouco úteis como tópicos frasais, adquirem interesse quando a elas atribuímos uma causa:
1 . O vício do cigarro jamais será eliminado.
O vício do cigarro jamais será eliminado porque há fortes grupos econômicos interessados em mantê-lo e divulgá-lo.
2. A descoberta da fotografia teve grande repercussão na pintura.
A descoberta da fotografia teve grande repercussão na pintura porque veio libertar o pintor da incômoda obrigação de retratar fielmente a realidade.
EXERCÍCIO 9
Acrescente às frases abaixo uma causa que as torne mais eficientes como tópicos frasais:
1. A escola tradicional vai desaparecer.
2. Os pais deveriam conversar mais com seus filhos.
3. Você não deve passar dos 80 km/h.
4. Seria muito bom se um brasileiro ganhasse o prêmio Nobel.
5. A cidade grande está fazendo mal a seus habitantes.
6. Não se deve transportar gasolina na mala do automóvel.
e) DESENVOLVIMENTO POR FATOS E DETALHES ESPECÍFICOS
O uso de fatos e de detalhes específicos para desenvolver o parágrafo torna o texto mais concreto e mais atraente para o leitor. É evidente que esses elementos não podem ser apresentados desordenadamente. Geralmente, é o próprio assunto que vai determinar esse ordenamento.
A apresentação de fatos na ordem em que eles ocorreram no tempo é uma característica de parágrafos narrativos.
Nosso primeiro contato com os índios juruna falhou. Descíamos o Xingu e, abaixo da foz do rio Maritsauá, vimos um acampamento na praia, muito bonito. Fomos até lá e os índios fugiram em canoas. Saímos com nossos barcos a motor atrás de uma canoa com dois índios. Quando perceberam que estavam sendo seguidos, encostaram a canoa na margem e fugiram para a mata. Mas a outra canoa continuou descendo o rio e fomos atrás. Quando perceberam que não conseguiriam chegar na margem antes de nós, fugiram a nado. Por azar, o motor de nosso barco começou a falhar e encostamos numa ilha, onde passamos a noite, cercados pelos índios, que imitavam sons de passarinhos e bichos.
Visão, 10/2/75
A ordenação espacial de detalhes é própria de parágrafos descritivos.
O porto era pequeno e sem atrativos. À esquerda ficava a doca de madeira, onde atracavam mirrados barcos de pesca. À direita, quase na linha d'agua, ao lado do prédio da Alfândega, ficava o cais dos navios, com seu guindaste solitário coberto de pó preto de carvão.
Em outros casos, essa ordem será arbitrada pelo interesse do autor:
O futebol tem várias regras destinadas a disciplinar a conduta dos jogadores e evitar os choques pessoais violentos. Assim, é considerado infração dar (ou tentar dar) pontapés no adversário. Também é proibido derrubá-lo, seja calçando-o com o pé, seja agachando-se na frente ou por trás dele, para que tropece e perca o equilíbrio. Da mesma forma, é vedado pular sobre o oponente ou empurrá-lo com a mão ou o braço. É infração, também, escorar o pé ou a perna do adversário com a sola da chuteira, mesmo que não haja a intenção de feri-lo.
DESENVOLVIMENTO POR FATOS E DETALHES ESPECÍFICOS
O uso de fatos e de detalhes específicos para desenvolver o parágrafo torna o texto mais concreto e mais atraente para o leitor. É evidente que esses elementos não podem ser apresentados desordenadamente. Geralmente, é o próprio assunto que vai determinar esse ordenamento.
A apresentação de fatos na ordem em que eles ocorreram no tempo é uma característica de parágrafos narrativos.
EXERCÍCIO 10
Desenvolva os tópicos frasais abaixo, usando detalhes ou fatos específicos:
1. O professor de.... era severo, sem ser grosseiro.
2. Um dia, no colégio, eu soube realmente o que era ter medo.
3. Fui a primeira pessoa a chegar ao local do acidente.
4. A cozinha de minha casa parecia-me um lugar quase celestial.
5. Nunca esquecerei a vitrina da confeitaria da esquina.
f) DESENVOLVIMENTO POR ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO
Desenvolver um parágrafo por análise é dividir a ideia-tópico em partes e tratar de cada uma delas; fazê-lo por classificação é colocar em classes definidas as coisas ou as pessoas compreendidas na ideia-tópico e falar sobre cada uma em separado.
Por classificação:
Há três espécies de donos de livros. Uns limitam-se a contemplá-los; acumulam-nos pelo simples prazer de ver, nas prateleiras, as extensas filas de volumes. Outros gostam apenas de falar dos livros que têm; transformam em seu assunto constante o fato de possuir tal ou tal obra. Há, por fim, o pequeno e discreto grupo dos que leem seus livros.
Por análise:
Dez anos depois, quando voltei àquela rua, percebi que ela me despertava variadas emoções. A pungente certeza de que ela jamais seria a mesma rua de meus folguedos infantis associava-se à alegre lembrança daqueles tempos despreocupados, Por outro lado, ela representava tempos de trabalhos e privações, logo depois da doença de meu pai, e me reconfortava pensar em nossa boa situação atual.
EXERCÍCIO 11
Escreva um parágrafo por análise e classificação, aproveitando os dois tópicos frasais abaixo:
1. Tenho três razões bem claras para escolher o curso de
2. Conheço quatro tipos de 
1.3.2. — TRANSIÇÃO
Para que um parágrafo se torne perfeitamente inteligível, não basta que as frases do desenvolvimento tenham uma ordenação clara e lógica. É preciso, também, que a relação entre uma frase e a anterior (ou a seguinte) possa ser facilmente percebida pelo leitor, sem que este se veja obrigado a tentar adivinhar o que tem uma frase a ver com a outra. Em outras palavras, a transição entre as frases tem de estar explicitada.
Há um grande número de recursos para indicar a relação natural e lógica entre as frases: (1) usar o mesmo sujeito de uma frase para outra, (2) usar pronomes que se refiram a palavras da frase anterior, (3) usar conjunções ou advérbios que exprimam a relação desejada e (4) usar construções paralelas.
a) USO DO MESMO SUJEITO
Manter o mesmo sujeito, repetindo-o com as mesmas palavras, substituindo-o por sinônimos ou representando-o por um pronome adequado, acentua a ligação entre as frases que se referem a um mesmo tema.
A Bossa Nova, da década de 60, foi o mais importante movimento de renovação da música popular brasileira neste século. 
Ela, Este movimento, etc. = contudo, não é lembrada pelos jovens de hoje.
USO DE PRONOMES 
 Os pronomes, por sua própria natureza, representam palavras anteriormente usadas. Sua utilidade na transição, portanto, é evidente.
Acender uma fogueira ao ar livre é muito mais difícil do que se pensa. Antes de mais nada, é necessário montá-la com muita ciência e capricho. Devemospreparar-lhe um local especial, plano, seco e limpo de vegetação. Além disso, ela deve ficar ao abrigo do vento e da chuva.
Para um pescador, é fundamental a diferença entre uma enchova e uma anchova. Esta é pequenina, do tamanho de uma sardinha, enquanto aquela pode chegar a mais de 10 kg e tem dentes capazes de arrancar os dedos dos mais incautos.
c) USO DE CONJUNÇÕES E ADVÉRBIOS
As conjunções e os advérbios expressam, por si mesmos, relações de transição. A classificação que a gramática dá às conjunções e aos advérbios é exatamente a classificação das relações que exprimem: causa, tempo, modo, lugar, condição, fim, consequência, etc.
Os jornais noticiaram o fato como suicídio. Contudo, o inspetor tinha fortes razões para desconfiar de que aquilo fora assassinato. Sabia, por exemplo, que a vítima sempre detestara armas de fogo. Além disso, nada havia em sua vida particular ou econômica que justificasse o gesto. Era sabido, por outro lado, que tinha vários inimigos que haviam jurado sua morte. Em suma, tudo parecia apontar para um homicídio. Resolveu, em vista disso, investigar por conta própria.
d) USO DE CONSTRUÇÕES PARALELAS
Construir as frases de forma paralela, com o mesmo padrão frasal, torna fácil de ser mantida a relação entre elas.
Se houvesse uma lei que proibisse, a circulação de automóveis no centro da cidade, todos seriam beneficiados. Para os pedestres, esta lei representaria uma liberdade e segurança até agora desconhecidas. Para os comerciantes, significaria uma clientela que teria maior tempo e maior disposição. Para os que moram ou trabalham no centro da cidade, a medida restauraria o silêncio e a pureza do ar há muito tempo perdidos. Para o próprio automobilista, finalmente, a caminhada que teria de fazer dos estacionamentos periféricos até seu destino contribuiria para sua saúde e abriria seus olhos para coisas que, até agora, só vislumbrara de passagem.
Essas formas de evidenciar a transição aparecem, geralmente, combinadas entre si. Observe o parágrafo abaixo.
Além dos escritores profissionais, há um grande número de pessoas que se dedica a escrever. Algumas escrevem cartas para os jornais. Outras fazem-no para amigos. Há pessoas que escrevem contos e poemas para concursos literários. Outras, no entanto, contentam-se em mostrá-los para seus familiares ou guardá-los na gaveta. Há ainda os autores anônimos, isto é, os que se expressam por escrito nos muros e nas portas e paredes dos banheiros. Finalmente, já em extinção, há os entalhadores que gravam mensagens e iniciais no tronco das árvores.
EXERCÍCIO 12
Identifique, no parágrafo abaixo, os recursos de transição empregados:
A telenovela é a primeira forma de arte narrativa brasileira que conseguiu conquistar um grande público. Enquanto a literatura dirigiu-se sempre a um grupo muito restrito de pessoas com condições de comprar livros e com instrução para lê-los, a telenovela pôde atingir até mesmo analfabetos. A presença de aparelhos de TV por toda parte, até em praças públicas, levou-a inclusive àqueles que não têm dinheiro para comprar seu próprio receptor. O cinema brasileiro, por outro lado, sempre foi sufocado pela concorrência de filmes estrangeiros, mais numerosos e tecnicamente mais bem feitos. A telenovela, no entanto, logo impôs sua qualidade técnica e artística sobre os enlatados estrangeiros que poderiam fazer-lhe concorrência. Dessa forma, pela primeira vez em nossa história cultural, observamos hábitos e comportamentos do dia-a-dia serem influenciados por uma forma de expressão genuinamente brasileira.
EXERCÍCIO 13
Coloque, no parágrafo abaixo, as expressões de transição que julgar necessário:
O ressurgimento do chorinho parece datar do ano de 1968. Uma empresa de publicidade distribuiu, como brinde de fim de ano, um disco contendo vários clássicos do gênero. O compositor Paulinho da Viola fez, em 1974, um espetáculo chamado Sarau, em que era acompanhado pelo tradicional conjunto Época de Ouro e o levou, com sucesso, por todo o País. Como conseqüência desse espetáculo, foi fundado no Rio de Janeiro o Clube do Choro. O exemplo foi seguido em outras capitais brasileiras. Vários bares passaram a contratar veteranos instrumentistas para animar suas noitadas. Vários grupos, contando com a participação de muitos jovens, foram criados. Um festival de choro, promovido por uma emissora de televisão, teve 200 músicas inéditas.
1.3.3 — A CONCLUSÃO
A conclusão é uma frase final que encerra o desenvolvimento do parágrafo. Ela completa a discussão do assunto, indicando o ponto mais importante dessa discussão, como no primeiro exemplo, ou resumindo o conteúdo do parágrafo, como no segundo exemplo.
Primeiro exemplo: a conclusão expressa a parte mais importante do desenvolvimento do parágrafo.
Um bom churrasco resulta sempre de uma combinação de bons ingredientes e de uma apurada técnica. Há vários tipos de churrasqueira, desde as sofisticadas construções de tijolos, com chaminé, até o simples buraco no chão. Para cada uma delas há um modo mais adequado de distribuir o carvão, para que o fogo produza o calor necessário. O fogo, por sua vez, não pode ser muito forte para não queimar a carne por fora, deixando-a crua por dentro, nem muito fraco de modo a levar muito tempo para assar a carne. A distância do fogo precisa ser regulada de acordo com o tipo de carne que está sendo assada. O sal é outro problema delicado: pode-se usar sal grosso ou salmoura, mas é necessário saber dosar cada um deles para que a carne não fique insossa ou muito salgada. Mas a habilidade fundamental do bom assador é saber escolher bem a carne que vai assar, porque ela é o fator decisivo de um bom churrasco.
Segundo exemplo: a conclusão resume o conteúdo do parágrafo.
Um bom churrasco resulta sempre de uma combinação de bons ingredientes e de uma apurada técnica. O principal ingrediente é a carne. Saber escolhê-la é a habilidade fundamental do bom assador. Há vários tipos de churrasqueira, desde as sofisticadas construções de tijolos, com chaminé, até o simples buraco no chão. Para cada uma delas há um modo mais adequado de distribuir o carvão, para que o fogo produza o calor necessário. O fogo, por sua vez, não pode ser muito forte para não queimar a carne por fora, deixando-a crua por dentro, nem muito fraco de modo a levar muito tempo para assar a carne. A distância do fogo precisa ser regulada de acordo com o tipo de carne que está sendo assada. O sal é outro problema delicado: pode-se usar sal grosso ou salmoura, mas é necessário saber dosar cada um deles para que a carne não fique insossa ou muito salgada. Assim, além de escolher a melhor carne, o bom assador precisa saber fazer o fogo, regular bem a distância do fogo e salgar a carne adequadamente.
A escolha de um ou de outro tipo de conclusão vai depender da intenção do autor e do tipo de texto que tiver de produzir, além do tipo de informação que julgar mais importante ser retido pelo leitor. Lembre-se de que a conclusão do parágrafo é a última impressão que o leitor leva de seu trabalho, e a última impressão é seguramente mais forte do que a primeira.
MORENO, C.; GUEDES, P. Curso Básico de Redação. 10. ed. São Paulo: Ática, 1995.

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