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QUESTÃO DA AV DE DIREITO TRIBUTÁRIO 201201585545

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QUESTÃO DA AV DE DIREITO TRIBUTÁRIO, OS PROFESSORES APENAS SE DERAM AO TRABALHO DE COPIAR E COLAR DA PROVA DE CONCURSO PÚBLICO PARA AUDITORIA FISCAL DO INSS.
EQUIVALENTE A QUESTÃO DE CÓDIGO 201201585545
(ESAF/Auditor INSS/2002) QUESTÃO 61 - Em relação às contribuições sociais, inclusive às destinadas à seguridade social, a Constituição estabelece limitações que devem ser respeitadas pela legislação infraconstitucional. Isto posto, avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I. É vedada a concessão de remissão ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, do empregador, da empresa e da entidade equiparada a empresa na forma da lei, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Igual vedação se aplica, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar, à contribuição social de seguridade social, a que se sujeitam o trabalhador e os demais segurados da previdência social. II. É vedada a incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação e sobre a importação de petróleo e seus derivados. Vedada também é a incidência de contribuição para a seguridade social sobre o valor das aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social. III. É vedada a concessão de isenção ou anistia da contribuição social destinada à seguridade social, incidente sobre a receita de concursos de prognósticos, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. a) Somente I é verdadeira. b) I e II são verdadeiras. c) I e III são verdadeiras. d) II e III são verdadeiras. e) Todas são falsas. COMENTÁRIOS Como o concurso era para o INSS, seria mesmo de se esperar que, em Direito Tributário, fosse dada uma especial ênfase às contribuições, sobretudo às destinadas ao custeio da seguridade social. As regras constitucionais específicas relativas às contribuições de seguridade social encontram-se no art. 195 da Carta de 1988, bastante alterado pela EC 20/98 (conhecida como “Reforma da Previdência”). As regras genéricas concernentes às contribuições constam do seu art. 149, também muito modificado pela EC 33/2001. Além disso, devemos lembrar que as contribuições em geral sujeitam-se a todos os princípios tributários constitucionais, salvo quando há regra específica a elas aplicável que derrogue algum deles. A questão em estudo foi, a meu ver, muito difícil, pois, na verdade, exigia que o candidato soubesse de cor diversos dispositivos constitucionais densos e extensos. Ademais, exigia somente isso mesmo: “decoreba” das mais pesadas. Afirmativa 1 As regras descritas nessa afirmativa encontram-se integralmente no § 11 do art. 195, introduzido pela EC 20/98. A leitura desse parágrafo é trabalhosa, pois ele se reporta ao inciso I, alínea “a”, e ao inciso II do “caput” do art. 195. A simples transcrição dos dispositivos pertinentes resolve o assunto (grifei): “Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. ............................. § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.” Vejam que a afirmativa é literal. O que o elaborador fez foi simplesmente incorporar ao texto do § 11 do art. 195 o disposto no inciso I, “a”, e inciso II, de seu “caput”. A afirmativa, portanto, é verdadeira. Afirmativa II A segunda assertiva tem, na verdade, duas afirmativas distintas, correspondentes a regras absolutamente diversas. São elas: (1ª) É vedada a incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação e sobre a importação de petróleo e seus derivados. (2ª) É vedada a incidência de contribuição para a seguridade social sobre o valor das aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social. A 1ª afirmativa é falsa. A “importação de petróleo e seus derivados” corresponde justamente a uma base econômica expressa, introduzida pela EC 33/2001, especificamente no inciso II do § 2º do art. 149 da Constituição, passível de figurar como hipótese de incidência tanto de contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE), como de contribuição social. Essa base de incidência já é utilizada, hoje, constituindo a “importação de petróleo e seus derivados” fato gerador da conhecida CIDE-combustíveis. Não existe, ainda, contribuição social que possua essa hipótese de incidência, mas nada impede que uma lei (lei ordinária) crie uma contribuição social com essa configuração. Essa primeira frase do item II da questão afirma, também, ser “vedada a incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação”. Isso é verdade. Foi uma nova hipótese de imunidade estabelecida pela EC 33/2001 e se encontra expressa no inciso I do mesmo § 2º do art. 149. São os seguintes os dispositivos constitucionais que resolvem essa 1ª afirmativa desse item II (grifei): “Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. .................. § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível;” A segunda assertiva do item II da questão, ora sob análise, traz uma regra efetivamente constante do texto constitucional, acrescentada pela EC 20/98. Encontra-se ela na parte final do inciso II do “caput” do art. 195, transcrito acima. Como se vê, esse item II da questão apresentava, a rigor, três regras. Somente uma delas é falsa. Como devemos julgar o item como um todo, a existência de uma única regra falsa em seu texto contamina todo o item. O item II, portanto, é falso. Afirmativa III Essa afirmativa exigia conhecimento exatamente do mesmo dispositivo que embasou a afirmativa I: o § 11 do art. 195 da Constituição, precedentemente transcrito. Como vimos, esse parágrafo somente estabelece a vedação nele constante para as contribuições previstas no inciso I, “a”, e inciso II do “caput” do art. 195. As contribuições sociais incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos encontra-se no inciso III do “caput” do art. 195. Logo, a afirmativa desse item III também é falsa. Assim, o gabarito da questão, sem controvérsia (a questão é literal, embora pesadíssima), é a letra “A” (Somente I é verdadeira)

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