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Capítulo 35. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA

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2017 - 07 - 18 
Curso Avançado de Processo Civil - Volume 2 - Edição 2016
OITAVA PARTE - PRECEDENTES JUDICIAIS E OUTROS MECANISMOS DE SOLUÇÃO
DE CONFLITOS REITERADOS
CAPÍTULO 35. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
Capítulo 35. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
35.1. Noções gerais
A excessiva judicialização de questões, fruto da amplitude do acesso à justiça, se, por
um lado, evidencia o caráter democrático e inclusivo das instituições ligadas à prestação
da tutela jurisdicional, por outro lado gera efeitos colaterais graves, dentre os quais
desponta a espantosa grandiosidade do número de processos e de recursos que tramitam
perante o Poder Judiciário brasileiro, seja no plano da justiça comum (federal ou
estadual), seja no plano das assim chamadas justiças especializadas.1
O excesso de processos gera por consequência excesso de recursos e, correlatamente,
aumentam as chances de decisões diferentes para questões iguais. É comum que haja
interpretações distintas da mesma regra jurídica, fazendo com que jurisdicionados em
situações de fato absolutamente idênticas recebam decisões diferentes, o que gera, quando
pouco, redução da credibilidade do sistema, que passa a ser considerado como
desorganizado ou até mesmo "lotérico". A isso se acresce a tradicional concepção segundo
a qual o juiz tem, sempre, plena liberdade para decidir.
Diversas soluções foram engendradas, ao longo das últimas décadas, visando a gerar
maior racionalização nos julgamentos, assim como estabilidade e uniformidade nas
decisões judiciais que versem sobre a mesma questão jurídica. O processo coletivo,
notadamente aquele que envolve direitos individuais homogêneos, é uma dessas
tentativas.
Numa das sucessivas reformas a que foi submetido o CPC/73, foi incluído no sistema o
julgamento de recurso de apelação ou de agravo, em situações especiais, pelo órgão
colegiado que, por previsão regimental, se situasse acima do órgão fracionário
originariamente competente para julgar o recurso. Assim, se a Câmara de Tribunal de
Justiça estivesse vinculada a Órgão Especial, por exemplo, e se o relator propusesse que o
julgamento do recurso se desse por esse órgão, e esse julgamento se revestisse de uma
importância transcendental, o Órgão Especial substituiria ao órgão fracionário e julgaria o
recurso. Com esse julgamento, eventual falta de uniformidade entre decisões de órgãos
fracionários ficaria superada, gerando, consequentemente, maior previsibilidade quanto
ao resultado de julgamento de questões idênticas.
O CPC/2015 prevê dois institutos potencialmente aptos a gerar essa mesma
previsibilidade e, além disso, diminuir sensivelmente a carga de processos e de recursos
que efetivamente existe, por razões culturais e econômicas.
Um deles, tratado no capítulo 36, adiante, é o incidente de resolução de demandas
repetitivas, destinado a julgar e uniformizar o entendimento do Poder Judiciário a
respeito de questão de direito que se repita em múltiplos processos, pondo em risco o
tratamento isonômico que o sistema deve dar aos jurisdicionados e, também, a segurança
jurídica, na medida em que se torna imprevisível o resultado em demandas
absolutamente idênticas. Trata-se das chamadas "ações de massa" (por exemplo, as que
envolvem a mesma questão de direito relativamente à tarifa básica de telefonia).
O outro instituto é o incidente de assunção de competência, tratado agora com maior
detalhamento e precisão do que no diploma anterior.
35.2. Pressupostos
De acordo com o art. 947 do CPC/2015, poderá ocorrer a assunção de competência por
órgão jurisdicional superior à Câmara ou à Turma (superior ao órgão fracionário,
portanto), no julgamento de recurso, remessa necessária ou processo de competência
originária, que envolva relevante questão de direito, dotada de repercussão social
expressiva e que não se repita em múltiplos processos (não constituindo, portanto, em
"ação de massa"), tanto para prevenir divergência entre os órgãos fracionários do
Tribunal, quanto para resolvê-la (art. 947, § 4.º, do CPC/2015).
De acordo com esse dispositivo, o legitimado afetará ao órgão colegiado competente o
julgamento da questão que repute de grande relevância social, isto é, de questão que não
seja corriqueira, mas cujo julgamento possua a potencialidade de afetar a todo o conjunto
social ou ao menos a expressiva parte dele.
Como um dos autores deste Curso já teve a oportunidade de observar, a relevância
transcendental da questão não se afere apenas pela perspectiva de que a matéria abranja
um grande número de jurisdicionados. A possibilidade de a questão repetir-se em um
grande número de processos é, sem dúvida, uma das hipóteses de configuração da sua
especial relevância (caso em que se aplicarão, se preciso, o incidente de resolução de
demandas repetitivas e os procedimentos de recursos especiais e extraordinários
repetitivos). Mas não é a única. Tal relevância geral igualmente estará presente em
questões que, embora sem a tendência de reproduzir-se em uma significativa quantidade
de litígios, versem sobre temas fundamentais para a ordem jurídico-constitucional. Vale
dizer, questões cuja solução, apesar de não vir a ser aplicada em termos idênticos em
casos repetitivos, poderá constituir um importante vetor na adequada definição do
sentido de preceitos constitucionais fundamentais, que repercutem, ainda que de modo
indireto, sob os mais variados aspectos na dinâmica das instituições ou mesmo na vida dos
jurisdicionados. Em síntese: não existe apenas uma relevância quantitativa (o alcance
numérico); é também concebível - e frequente - a especial relevância qualitativa (a
profundidade da questão). Para esse segundo grupo de situações é que se utilizará o
incidente de assunção de competência.2
Pense-se numa disputa judicial sobre a possibilidade de se adotar determinada medida
processual coerciva contra o Presidente da República, em ação popular. Não se trata de
questão recorrente em uma grande quantidade de processos, mas se reveste de grande
importância sociopolítica.
35.3. Legitimidade
A legitimidade para a arguição do incidente de assunção de competência é múltipla. Ao
perceber que se trata de hipótese de questão de ampla repercussão, tanto qualquer das
partes, quanto o Ministério Público, a Defensoria Pública ou o próprio relator do recurso,
de ofício, podem propor que o julgamento do recurso se dê pelo órgão jurisdicional
competente (art. 947, § 1.º, do CPC/2015). Ainda que a lei não o refira, o próprio terceiro
detentor de direto interesse jurídico sobre a causa posta parece legitimar-se também para
a medida, como extensão dos outros poderes que lhe são expressamente atribuídos pelo
ordenamento.
Em relação à Defensoria Pública, a legitimidade fica restrita aos processos nos quais ela
já esteja atuando. Ou seja, o incidente de assunção de competência somente poderá ser
suscitado pela Defensoria Pública no bojo de recurso, remessa necessária ou processo de
competência originária envolvendo pessoa necessitada por ela representada.
35.4. Competência
A competência, tanto para examinar a admissibilidade da afetação da tese jurídica
como suficientemente relevante para autorizar a assunção de competência, quanto para
julgar o recurso, a remessa necessária ou a ação de competência originária, será do órgão
jurisdicional a quem regimentalmente caiba a tarefa de decidir com quórum privilegiado
(art. 947, § 2.º, do CPC/2015). Assim, nos termos do que acontece na generalidade dos
Tribunais, será a Seção Especializada, o Órgão Especial ou o Pleno que deterá essa
competência, exatamente de acordo com a respectiva previsão regimental.
35.5. Procedimento
Requerida a afetação do recurso, da remessa necessária ou da ação de competência
originária, por qualquer um dos legitimados, deverá o órgão competente decidir se admite
a assunção de competência. Esse julgamento preliminar, de admissibilidade do
requerimento de assunçãode competência, levará em conta os requisitos previstos no art.
947, caput, do CPC/2015. Admitida, far-se-á o julgamento da causa nos termos do que
disponha o respectivo regimento interno.
35.6. Efeitos
Proferida decisão em assunção de competência, o que se dará por meio de acórdão do
órgão competente, ocorrerá a vinculação de todos os juízes e órgãos fracionários do
respectivo Tribunal, até que ocorra eventual revisão da tese de direito, hipótese em que
deve ser descartada a necessidade de prevenção ou resolução de divergência de
entendimento, já que este estará pacificado pela decisão a ser eventualmente revista.
Haverá a possibilidade de revisão da tese por iniciativa do próprio órgão que a fixou.
O desrespeito à decisão do órgão que tenha fixado o entendimento a respeito da
questão de direito, em incidente de assunção de competência, sujeita o juiz ou o órgão
fracionário (Câmara ou Turma) à reclamação perante o próprio órgão prolator da decisão
vinculante (§ 1º do art. 988 do CPC/2015), nos termos do que dispõe o inc. IV do art. 988 do
CPC/2015.
Noções gerais
Pressupostos
Recurso, remessa necessária ou processo de competência originária
Relevante questão de direito (qualitativa e não quantitativa)
Repercussão social expressiva
Legitimidade
Partes
Terceiro interessado
Ministério Público
Defensoria Pública
De ofício
Competência Órgão jurisdicional comquórum privilegiado
 Seção Especializada
 Órgão Especial
 Pleno
Procedimento - Art. 947 do CPC/2015 e Regimento Interno
Efeitos Vinculação de todos os juízes e órgãos fracionários do respectivoTribunal
Doutrina Complementar
· Alexandre Freitas Câmara (O Novo Processo..., p. 453) esclarece que: "O incidente de
assunção de competência pode ser suscitado de ofício pelo relator (ou de qualquer outro
integrante do órgão colegiado fracionário), ou por requerimento de parte, do Ministério
Público ou da Defensoria Pública (art. 947, § 1.º, do CPC/2015). Ao colegiado, então,
incumbirá votar para decidir se estão ou não presentes os requisitos da instauração do
incidente e, caso seus componentes entendam - por maioria ou por unanimidade - pela
sua presença. Neste caso, a competência para julgar o processo de competência originária,
a remessa necessária ou o recurso será assumida por outro órgão, mais amplo, indicado
pelo regimento interno do tribunal. A este órgão, então, caberá, reconhecendo a presença
dos requisitos de admissibilidade do incidente, assumir competência que originalmente
não lhe cabia e julgar o caso concreto (art. 947, § 2.º, do CPC/2015). Fixe-se bem este ponto:
o órgão que assume competência não se limita a fixar a tese para que esta seja
posteriormente aplicada pelo órgão originariamente competente. A ele cabe, como indica
o próprio nome do incidente, assumir a competência e, assim, julgar o caso concreto"
·                  Humberto Theodoro Júnior (Curso..., 47. ed., vol. 2, p. 811) assevera que: "A
assunção de competência possui clara afinidade procedimental com a arguição de
inconstitucionalidade, eis que o julgamento da matéria também é direcionado ao órgão
superior àquele que, inicialmente, era o competente para decidir, a fim de conferir-lhe
força vinculativa. Entretanto, os incidentes se distinguem no que se refere à extensão do
objeto da análise. Enquanto na arguição de inconstitucionalidade o órgão colegiado
analisará comente a tese que fundamenta a controvérsia, sem imiscuir-se nas
especificidades do caso concreto, na assunção de competência o objeto do julgamento será
a própria lide levada a conhecimento ao Poder Judiciário. Mas é justamente a relevância e
a repercussão social da questão de direito envolvida, bem como a potencialidade de gerar
(ou já existente) divergência entre as câmaras ou turmas do tribunal que justificam e até
mesmo impõem a sua análise por um colegiado maior".
·                  Leonardo Carneiro da Cunha e Fredie Didier Jr. (Comentários..., p. 1.366),
sobre a participação de amici curiae no incidente de assunção de competência, afirma: "O
art. 983 do CPC/2015 - inserido no capítulo relativo ao incidente de resolução de demandas
repetitivas - determina que o relator ouvirá as partes e os demais interessados, os
chamados amicicuriae. Cada amici curiae deve contribuir com sua experiência, seus
estudos, documentos, materiais, dados, informações, enfim, com material que amplie a
qualidade do debate e permita um melhor aprofundamento do assunto pelo tribunal. Essa
mesma previsão é repetida no art. 1.038, I, do CPC/2015, segundo o qual o relator do
recurso selecionado para julgamento, no âmbito dos recursos repetitivos, poderá solicitar
ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia,
considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento interno. A
exemplo do que ocorre no julgamento de casos repetitivos, o relator, no incidente de
assunção de competência, deve solicitar ou admitir a manifestação de amici curiae (nesse
sentido, Enunciado 201 do FPPC: 'Aplicam-se ao incidente de assunção de competência as
regras previstas nos arts. 983 e 984 do CPC/2015'). É preciso aplicar a regra do
microssistema (de formação concentrada de precedentes obrigatórios) ao incidente de
assunção de competência".
·                  Osmar Mendes Paixão Côrtes (Breves..., p. 2.112) sustenta que: "O novo CPC
reflete a cautela do legislador e expressamente diferenciou o incidente de assunção de
competência de instrumentos ligados a demandas ou recursos repetitivos. A função pode
parecer semelhante, pelas consequências vinculantes, mas os institutos são distintos. Na
assunção de competência existe a finalidade clara de se otimizar a prestação jurisdicional,
com o pronunciamento por um colegiado superior no âmbito do tribunal acerca de
questão relevante de direito com repercussão social. Mas o incidente não pode ser
aplicado quando houver repetição em múltiplos processos, pois existem instrumentos
próprios no atual CPC/2015 acerca de demandas ou recursos repetitivos. Evita-se, com a
assunção, que relevante questão com repercussão social seja julgada por órgãos
fracionários, com possibilidade de divergência, e cria-se a possibilidade de o tribunal,
prontamente, justamente pela relevância da questão, definir a tese. Não se trata de uma
simples seleção de processos, mas de tratar questões relevantes com grande repercussão
na sociedade de uma forma mais prudente e diferenciada de questões corriqueiras e
ordinárias".
· Teresa Arruda Alvim Wambier, Maria Lúcia Lins Conceição, Leonardo Ferres Da
Silva Ribeiro E Rogerio Licastro Torres De Mello (Primeiros..., p. 1.346) enfatizam que:
"A grande novidade do CPC/2015, em absoluta harmonia com uma das principais linhas
mestras do novo Código, é tornar a decisão vinculante para todos os órgãos fracionários
daquele Tribunal. (...) É vinculante em grau máximo, por exemplo, a súmula vinculante -
desrespeitada, cabe reclamação. Quando há um remédio específico no sistema para
corrigir ou determinar a correção da decisão, a vinculatividade é forte. Casos, entretanto,
existem, em que a lei se limita a usar a expressão vinculação, sem que tenha sido
concebido um remédio específico contra a insubordinação, hipótese em que se pode falar
em vinculatividade com menor intensidade ou intensidade média. Por fim, há a vinculação
que decorre do sistema e da razão de ser da estrutura do Poder Judiciário. E a vinculação
natural, como aquela, que ocorre para os Ministros dos Tribunais Superiores em relação
às suas próprias decisões, e aos demais órgãos do Poder Judiciário, em relação às decisões
do STF e do STJ. Este mesmo § 3.º prevê a possibilidade de que a tese fixada seja revista,
em redação que pode dar margem à dúvida. A revisão da tese há de ocorrer por obra do
órgão que a fixou, e não por meio dos órgãos fracionários nem de juízes singulares,
vinculados ao Tribunal. Do contrário, ficaria inteiramenteesvaziada a vinculatividade.
Imagina-se que, nesta hipótese, deva haver a possibilidade de instauração de incidente de
assunção de competência sem que seja preenchido o requisito da necessidade de que seja
composta a divergência ou prevenida".
Enunciados do FPPC
N.º 167. (Art. 926; art. 947, § 3.º; art. 976; art. 15, CPC/2015) Os tribunais regionais do
trabalho estão vinculados aos enunciados de suas próprias súmulas e aos seus
precedentes em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas
repetitivas.
N.º 171. (Art. 927, II, III e IV; art. 15, CPC/2015) Os juízes e tribunais regionais do
trabalho estão vinculados aos precedentes do TST em incidente de assunção de
competência em matéria infraconstitucional relativa ao direito e ao processo do trabalho,
bem como às suas súmulas.
N.º 201. (Art. 947; art. 983; art. 984, CPC/2015) Aplicam-se ao incidente de assunção de
competência as regras previstas nos arts. 983 e 984.
N.º 202. (Art. 947, § 1.º; art. 978, CPC/2015) O órgão colegiado a que se refere o § 1.º do
art. 947 do CPC/2015 deve atender aos mesmos requisitos previstos pelo art. 978 do
CPC/2015.
N.º 334. (Art. 947, CPC/2015) Por força da expressão "sem repetição em múltiplos
processos", não cabe o incidente de assunção de competência quando couber julgamento
de casos repetitivos.
N.º 335. (Arts. 947; art. 15, CPC/2015) O incidente de assunção de competência aplica-se
ao processo do trabalho.
N.º 461. (Art. 927, § 2º; art. 947, CPC/2015) O disposto no § 2.º do art. 927 do CPC/2015
aplica-se ao incidente de assunção de competência.
N.º 467. (Art. 947; art. 179; art. 976, § 2.º; art. 982, III; art. 983, caput; art. 984, II, a,
CPC/2015) O Ministério Público deve ser obrigatoriamente intimado no incidente de
assunção de competência.
N.º 468. (Art. 947, CPC/2015) O incidente de assunção de competência aplica-se em
qualquer tribunal.
N.º 469. (Art. 947 do CPC/2015) A "grande repercussão social", pressuposto para a
instauração do incidente de assunção de competência, abrange, dentre outras,
repercussão jurídica, econômica ou política.
N.º 472. (Art. 985, I, CPC/2015) Aplica-se o inciso I do art. 985 do CPC/2015 ao
julgamento de recursos repetitivos e ao incidente de assunção de competência.
N.º 558. (Art. 988, IV, § 1.º; art. 927, III; art. 947, § 3.º, CPC/2015) Caberá reclamação
contra decisão que contrarie acórdão proferido no julgamento dos incidentes de resolução
de demandas repetitivas ou de assunção de competência para o tribunal cujo precedente
foi desrespeitado, ainda que este não possua competência para julgar o recurso contra a
decisão impugnada.
Bibliografia
Fundamental
Alexandre Freitas Câmara, O novo processo civil brasileiro, São Paulo: Atlas, 2015;
Antonio do Passo Cabral e Ronaldo Cramer (coord.), Comentários ao Novo Código de
Processo Civil, Rio de Janeiro: Forense, 2015; Humberto Theodoro Júnior, Curso de direito
processual civil, 47. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016, vol. 2; Teresa Arruda Alvim
Wambier, Fredie Didier Jr., Eduardo Talamini e Bruno Dantas (coord.), Breves comentários
ao Novo Código de Processo Civil, São Paulo: Ed. RT, 2015; _____, Maria Lúcia Lins
Conceição, Leonardo Ferres da Silva Ribeiro e Rogerio Licastro Torres de Mello, Primeiros
comentários ao Novo Código de Processo Civil: artigo por artigo, São Paulo: Ed. RT, 2015.
Complementar
Bruno Garcia Redondo, Aspectos essenciais da teoria geral do precedente judicial:
identificação, interpretação, aplicação, afastamento e superação, RePro 217/401; Eduardo
Cambi e Alencar Frederico Margraf, Casuísmos judiciários e precedentes judiciais, RePro
248/311; Eduardo Chulam, A função e relevância dos precedentes judiciais no direito
brasileiro, Revista do Instituto dos Advogados de São Paulo 32/115; Eduardo de Avelar
Lamy e Fernando Vieira Luiz, Contra o aspecto prospectivo do precedente: uma crítica
hermenêutica a Frederick Schauer, RePro 250/383; Georges Abboud e Marcos de Araújo
Cavalcanti, Interpretação e aplicação dos provimentos vinculantes do Novo Código de
Processo Civil a partir do paradigma do pós-positivismo, RePro 245/351; Guilherme Sarri
Carreira, Algumas questões a respeito da súmula vinculante e precedente judicial, RePro
199/213; Gustavo Nogueira, A recepção dos precedentes pelo Novo Código de Processo
Civil: uma utopia?, RePro 249/379; Hermes Zaneti Jr., Precedentes (treat like cases alike) e o
Novo Código de Processo Civil, RePro 235/239; Jaldemiro Rodrigues de Ataíde Jr.,
Flexibilidade, stare decisis e o desenvolvimento do anticipatory overruling no direito
brasileiro, RePro 236/279; J. Oliveira Ascenção, Fontes do direito no sistema do common
law, Doutrinas Essenciais de Direito Civil 1/351; Lucas Buril De Macêdo, Reclamação
constitucional e precedentes obrigatórios, RePro 238/413; Luiz Guilherme Marinoni,
Eficácia vinculante - a ênfase à ratio decidendi e à força obrigatória dos precedentes,
Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional 4/863; _____, Uma nova realidade diante do
projeto de CPC, Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional 10/569; Luiz Rodrigues
Wambier e Teresa Arruda Alvim Wambier, Breves comentários à 2.ª fase da reforma do
Código de Processo Civil, São Paulo: Ed. RT, 2002; Osmar Mendes Paixão Côrtes, A
reclamação no novo CPC - fim das limitações impostas pelos tribunais superiores ao
cabimento?, RePro 244/347; Pierpaolo Cruz Bottini, Mecanismos de uniformização
jurisprudencial e a aplicação da súmula vinculante, RT 865/20; Pedro Miranda de Oliveira
e Rene José Anderle, O sistema de precedentes no CPC projetado: engessamento do
direito?, RePro 232/307; Ravi Peixoto, O sistema de precedentes desenvolvido pelo
CPC/2015 - uma análise sobre a adaptabilidade da distinção (distinguishing) e da distinção
inconsistente (inconsistent distinguishing), RePro 248/331; Sabrina Nasser de Carvalho,
Decisões paradigmáticas e dever de fundamentação: técnica para a formação e aplicação
dos precedentes judiciais, RePro 249/421; Sidnei Agostinho Beneti, Assunção de
competência e fast-track recursal, RePro 171/9; Teresa Arruda Alvim Wambier,
Estabilidade e adaptabilidade como objetivos do direito: Civil law e common law, RePro
172/121.
FOOTNOTES
1
Segundo os dados do levantamento anual Justiça em Números, divulgado pelo Conselho Nacional
de Justiça, o Poder Judiciário iniciou o ano de 2014 com um estoque de 70,8 milhões de processos
© desta edição [2016]
pendentes. Somente no decorrer desse mesmo ano, foram ajuizados quase 28,9 milhões de
processos novos. Em razão do aumento da quantidade de casos novos e de casos pendentes no
ano de 2014, a Taxa de Congestionamento do Poder Judiciário foi de 71,4% (0,8 pontos
percentuais a mais do que no ano de 2013). Disponível em: [www.cnj.jus.br/programas-e-
acoes/pj-justica-em-numeros]. Acesso em: 22.03.2016.
2
Eduardo Talamini, "Repercussão geral em recurso extraordinário: nota sobre a sua
regulamentação". In: Revista Dialética de Direito Processual, v. 54, 2007. O parágrafo é transcrição
quase literal de passagem contida no n. 2, letra b, do artigo.

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