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Capítulo 37. SÚMULA VINCULANTE

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2017 - 07 - 18 
Curso Avançado de Processo Civil - Volume 2 - Edição 2016
OITAVA PARTE - PRECEDENTES JUDICIAIS E OUTROS MECANISMOS DE SOLUÇÃO
DE CONFLITOS REITERADOS
CAPÍTULO 37. SÚMULA VINCULANTE
Capítulo 37. SÚMULA VINCULANTE
1
37.1. A previsão constitucional
A Emenda Constitucional 45/2004 atribuiu exclusivamente ao Supremo Tribunal
Federal - e apenas em matéria constitucional - o poder de editar súmulas vinculantes (art.
103-A da CF).
A aprovação de uma súmula vinculante, depois que uma matéria já tiver sido
reiteradamente decidida pelo Supremo, depende do voto de dois terços dos seus
integrantes (art. 103-A, caput, da CF).
A proposta de uma súmula vinculante pode ser feita pelos próprios integrantes do
Supremo Tribunal Federal ou pelos legitimados nos termos da lei (v. abaixo). A
Constituição, desde logo, atribuiu aos legitimados para a ação direta de
inconstitucionalidade a legitimidade para requerer a revisão ou cancelamento da súmula
vinculante (art. 103-A, § 2.º, da CF), sem prejuízo do que viesse a dispor a lei (a qual
ampliou ainda mais essa legitimidade - v. abaixo).
A súmula vinculante "terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas" e apenas será cabível quando em relação a tais normas houver
"controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica" (art. 103-A, § 1.º, da CF).
Tal súmula vinculará os demais órgãos do Judiciário e a Administração Pública, direta e
indireta, municipal, estadual e federal (art. 103-A, caput, da CF). Ou seja, todos os demais
juízes e Tribunais terão de passar a aplicar o entendimento previsto na súmula aos casos
concretos que decidirem - nos exatos limites em vista dos quais a súmula foi editada. E os
agentes da Administração também terão o dever de aplicar tal orientação às situações
concretas com que se depararem. Quando a Administração ou o Judiciário desrespeitar a
súmula vinculante, caberá reclamação para o Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, l, e
art. 103-A, § 3.º, da CF).
Já o Poder Legislativo, no exercício de sua função normativa, não fica vinculado à
súmula. Poderá inclusive editar lei em sentido oposto ao da súmula.
A reclamação ao Supremo Tribunal Federal caberá também quando a súmula
vinculante for aplicada indevidamente (art. 103-A, § 3.º, da CF). Vale dizer: quando for
aplicada a um caso concreto que não se enquadra no previsto na súmula; quando for
distorcido o sentido e o alcance da súmula etc.
Confirmando a distinção entre a figura geral da súmula e a súmula vinculante, a
Emenda Constitucional 45 prevê ainda que as súmulas já existentes do Supremo Tribunal
Federal "somente produzirão efeito vinculante após sua confirmação por dois terços de
seus integrantes" (art. 8.º da EC 45/2004).
37.2. Natureza jurídica
2
Tal como instituída na ordem constitucional, a súmula vinculante assume a natureza
de um instrumento objetivo de controle de constitucionalidade. Ao lado da ação direta de
inconstitucionalidade, da ação declaratória de constitucionalidade e da arguição de
descumprimento de preceito fundamental, ela compõe o quadro dos instrumentos de via
direta da jurisdição constitucional brasileira.
Reitere-se que tal essência da súmula vinculante é extraível da sua própria disciplina
na Constituição. E foi confirmada - como não poderia deixar de ser - e tornada ainda mais
evidente na regulamentação empreendida pela Lei 11.417/2006, de que se trata adiante. Os
seguintes traços apontam para seu caráter de instrumento de controle direto de
constitucionalidade: (i) é de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal; (ii) deve
versar sempre sobre matéria constitucional; (iii) deve ter por objeto sempre a validade, a
eficácia ou a interpretação de normasdeterminadas; (iv) estão legitimados para requerer
sua criação, revisão ou cancelamento todos os legitimados para a ação direta de
inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade; (v) o pronunciamento
ali produzido tem força vinculante para os demais órgãos judiciários e da Administração
Pública, nos mesmos moldes que as decisões proferidas nos demais processos objetivos de
controle de constitucionalidade; (vi) admite-se a modulação dos efeitos do
pronunciamento, tal como nos demais instrumentos de controle direto; (vii) permite-se a
participação de terceiros com representatividade adequada, para participar como amici
curiae.
Algumas dessas características, se isoladamente consideradas, não se vinculam
necessariamente a um processo objetivo de controle de constitucionalidade. É o caso da
participação de amicus curiae, aceito também em outras modalidades processuais, e da
modulação dos efeitos de decisões, igualmente admitida em alguns casos alheios ao
controle direto de constitucionalidade. No entanto, a conjugação de todos esses fatores
conduz necessariamente a um modelo processual objetivo voltado ao controle direto de
constitucionalidade.
Reconhecendo-se a inserção da súmula vinculante no rol de instrumentos de controle
objetivo de constitucionalidade, e aplicando-a efetivamente nesses moldes, é possível
reputá-la constitucional. Sua identificação como instrumento de controle direto de
constitucionalidade não só lhe define os limites de legitimidade como ainda lhe justifica a
aplicação subsidiária de regras previstas para os processos das ações diretas e da arguição
de descumprimento.
As mesmas razões que fazem com que sejam constitucionalmente legítimos os demais
instrumentos de controle direto e abstrato legitimam o instituto da súmula vinculante, nos
limites em que tal instituto está previsto atualmente entre nós (de competência exclusiva
do Supremo Tribunal Federal; restrito a questões constitucionais; versando sobre normas
determinadas...).
37.3. Matéria de cognição e objeto do processo objetivo da súmula vinculante
3
O processo objetivo de criação da súmula vinculante tem o seu específico objeto de
cognição: a avaliação de presença dos requisitos objetivos estabelecidos para a edição da
súmula vinculante e a definição da eficácia que se atribuirá ao seu enunciado e (ou) à
força vinculante (v. adiante). Não se define propriamente uma solução para uma dada
questão constitucional no processo de criação da súmula - diferentemente do que ocorre
nos outros instrumentos de controle direto. Essa solução precisa já estar estabelecida em
decisões reiteradas do Supremo Tribunal. No processo objetivo da súmula, verifica-se se
de fato existe uma solução já consolidada nesses termos; se há controvérsia grave
justificadora da emissão da súmula - e assim por diante.
O objeto do processo de edição da súmula (i.e., a providência jurisdicional buscada) é a
aposição da eficácia vinculante a um dado entendimento já estabelecido na corte em
matéria constitucional relativa a normas determinadas. A eficácia vinculante, que é anexa
no âmbito dos outros instrumentos de controle direto (v. cap. 34, acima, e cap. 39, adiante),
no processo objetivo de criação da súmula assume caráter principal. Vale dizer: é o efeito
jurídico diretamente almejado por aquele que requer a instauração do processo de
emissão da súmula (ou pela própria Corte, quando o instaura de ofício). Quanto à
distinção entre efeitos principais e efeitos anexos de um pronunciamento judicial, ver os
n. 21.10.1 e 21.10.2, acima.
Identifica-se a solução de uma questão constitucional adotada em reiteradas decisões
da Corte. Como em regra tais pronunciamentos anteriores terão sido emitidos
normalmente em sede de controle incidental, neles a solução constitucional estará situada
apenas na motivação. Então, formula-se um enunciado dessa solução e se confere a ela
força vinculante. Aliás, por vezes, a súmula vinculante é fruto da consolidação de um
entendimento que foi reiteradamente adotado no próprio controle concentradode
constitucionalidade, mas que havia ficado restrito à motivação das decisões então
tomadas - não assumindo, por isso, força vinculante. Exemplo claro disso é a Súmula
Vinculante 2 do Supremo Tribunal Federal. Depois de mais de uma decisão em sede de
controle direto em que se declarava (no decisum do acórdão) a inconstitucionalidade de
específicas leis estaduais que versavam sobre consórcios, sorteios, bingos e loterias -
sempre sob o fundamento (na motivação do acórdão) de que tal competência legislativa
pertence constitucionalmente à União - o Supremo Tribunal Federal editou tal Súmula
Vinculante para atribuir força vinculante, em caráter geral, ao entendimento, que se
extraía da motivação daqueles acórdãos, de que qualquer lei de qualquer Estado ou do DF
que verse sobre esses temas será inconstitucional.
O processo de cancelamento da súmula vinculante também tem um material cognitivo
próprio: a presença dos pressupostos justificadores da extinção da súmula (alteração no
cenário jurídico-normativo constitucional ou infraconstitucional ou mudança no substrato
social, político, cultural... que implique alteração da conformação constitucional da
questão etc.). O objeto desse processo é a extinção da súmula vinculante, vale dizer, busca-
se um provimento com eficácia constitutiva negativa (desconstitutiva).
Já a revisão da súmula vinculante consiste na conjugação das duas hipóteses: extinção
(ainda que parcial) de uma súmula vinculante anterior e produção de uma nova súmula
vinculante (no ponto em que é diferente da anterior). Portanto, a matéria de cognição, no
processo de revisão, cumula os aspectos atinentes às outras duas hipóteses. O mesmo se
diga quanto ao objeto processual: busca-se a desconstituição parcial da súmula anterior e
a produção de um novo efeito vinculante (recaindo sobre uma dicção parcialmente
distinta da que antes se tinha).
37.4. A disciplina infraconstitucional
A Lei 11.417/2006 regulamentou o art. 103-A da CF, disciplinando a edição, a revisão e o
cancelamento de enunciado da súmula vinculante. Em grande medida, a Lei 11.417/2006
apenas reitera normas que já existem no regramento constitucional da matéria.
Por outro lado, o projeto de que surgiu tal lei originou-se no Senado, mas diversas
disposições da Lei foram aprovadas apenas na Câmara dos Deputados, mediante emendas
ao projeto aprovado no Senado que não foram meramente de redação (ou seja, emendas
que concretamente alteraram o teor do projeto). Isso implica uma inconstitucionalidade
formal dessas disposições, por ofensa ao art. 65, parágrafo único, da Constituição.4
De todo modo, a seguir, destacam-se as disposições que constituem alguma novidade
(complemento, especificação etc.) em relação às regras constitucionais sobre o tema:
a) quando a proposta de súmula vinculante não tiver sido formulada pelo próprio
Procurador-Geral da República, ele será chamado a dar seu parecer sobre a questão (art.
2.º, § 2.º, da Lei 11.417/2006);
b) não apenas a edição da súmula depende de voto de 2/3 dos integrantes do Supremo
Tribunal Federal, em sessão plenária, mas também sua revisão e cancelamento (art. 2.º, §
3.º, da Lei 11.417/2006).
c) aprovada a edição, cancelamento ou revisão da súmula, em dez dias, contados da
sessão em que isso ocorrer, será publicado o respectivo enunciado no Diário da Justiça e
no Diário Oficial da União, em sessão especial de ambos (art. 2.º, § 4.º, da Lei 11.417/2006).
Pretende-se, assim, conferir ampla publicidade à súmula, à sua revisão e ao seu
cancelamento;
d) têm legitimidade para requerer a edição, revisão ou cancelamento da súmula: I - o
Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos
Deputados; IV - o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII - partido político com
representação no Congresso Nacional; VIII - confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional; IX - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais
Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os
Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais
Eleitorais e os Tribunais Militares (art. 3.º, I a XI, da Lei 11.417/2006).
Com exceção dos indicados em VI e XI, os demais coincidem com os legitimados para a
ação direta de inconstitucionalidade (aliás, foi a própria Constituição que determinou que
esses detivessem legitimidade ao menos para a revisão e o cancelamento da súmula);
e) o Município está legitimado para requerer, incidentalmente ao processo de que seja
parte, a edição, revisão ou cancelamento de súmula. Isso, contudo, não implicará a
suspensão do processo (art. 3.º, § 1.º, da Lei 11.417/2006 - aliás, tal suspensão jamais
ocorre, mesmo quando o pleito é feito por qualquer dos demais legitimados, como se vê
adiante). Note-se, então, que há uma diferença entre essa legitimidade do Município e a
dos demais.
Já os legitimados indicados em d, acima, não precisam formular necessariamente seu
requerimento a partir de um processo em curso. Podem fazê-lo autonomamente;
f) mediante decisão irrecorrível do relator, terceiros podem ser admitidos a
manifestar-se no procedimento da proposta de edição, revisão ou cancelamento de
súmula (art. 3.º, § 2.º, da Lei 11.417/2006). A lei não especifica qual o requisito para a
participação desses terceiros. É razoável interpretação no sentido de que tal regra
equivalha àquela que, nos processos de controle direto de constitucionalidade, permite a
manifestação de terceiros que demonstrem uma especial legitimidade e qualificação para
colaborar com subsídios na definição da questão. Sobre o tema, veja-se o n. 37.5, a seguir;
g) a súmula vinculante terá eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal,
também por decisão de 2/3 de seus membros, e tendo em vista razões de segurança
jurídica ou excepcional interesse público, poderá modular os efeitos dela, restringindo-os,
de modo que não abranjam certos casos (um exemplo, trazido do direito estrangeiro:
edita-se uma súmula acerca da inexigibilidade de determinada taxa municipal, mas
ressalva-se que seus efeitos vinculantes não atingirão os casos em que já houve
pagamento, sem contestação, da taxa), ou determinando que tais efeitos só ocorram a
partir de determinado momento (art. 4.º da Lei 11.417/2006).
Trata-se de mecanismo também previsto nas ações direta de inconstitucionalidade e
declaratória de constitucionalidade e na arguição de descumprimento de preceito
fundamental;5
h) se for revogada ou modificada a lei em que se fundou a súmula vinculante, o
Supremo Tribunal Federal, de ofício ou a requerimento de algum dos legitimados,
promoverá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso (art. 5.º da Lei 11.417/2006);
i) a pendência do exame da proposta de edição, cancelamento ou revisão da súmula
vinculante não dá ensejo à suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão
(art. 6.º da Lei 11.417/2006);
j) conforme previsto na Constituição, cabe reclamação contra a decisão judicial ou ato
administrativo que contrariem, neguem vigência ou apliquem indevidamente a súmula
vinculante (art. 102, I, l, e art. 103-A, § 3.º, da CF). O art. 7.º, caput, da Lei 11.417/2006
reitera essa previsão e ainda ressalva que o emprego da reclamação não impede nem
prejudica o manejo dos recursos ou outros meios de impugnação cabíveis no caso. No
CPC/2015, reafirma-se o cabimento da reclamação por inobservância à súmula vinculante,
no art. 988, III, na redação dada pela Lei 13.256/2016.
k) quando se tratar de omissão ou ato administrativo, porém, a reclamação apenas
poderá ser formulada depois de esgotadas as vias administrativas de ataque ao ato (art.
7.º, § 1.º, da Lei 11.417/2006).
Note-se que, para o manejode ações judiciais contra atos administrativos, não se exige
o esgotamento das vias administrativas (a Constituição anterior estabelecia que a lei
infraconstitucional poderia estabelecer esse condicionamento para o acesso à justiça - o
que não foi seguida pela Constituição de 1988). Então, por exemplo, diante de um ato
administrativo violador de súmula vinculante, o particular pode desde logo entrar com
uma ação judicial para impugná-lo (mandado de segurança, ação de procedimento
ordinário etc.), sem antes ter de promover todos os recursos administrativos cabíveis.
Todavia, se pretender valer-se da reclamação, apenas poderá fazê-lo depois de haver
tentado corrigir o ato administrativo mediante todos os recursos administrativos
admissíveis;
l) o julgamento de procedência da reclamação, pelo Supremo Tribunal Federal,
implicará a anulação do ato administrativo ou a cassação da decisão judicial,
acompanhada da determinação, conforme o caso, de que outra decisão seja proferida
aplicando a súmula, caso a decisão anterior tenha sido errada por contrariá-la ou negar-
lhe vigência, ou não, caso o erro da decisão anterior tenha residido na indevida aplicação
da súmula (art. 7.º, § 2.º, da Lei 11.417/2006);
m) a lei estabelece ainda alterações na Lei 9.784/1999 (que regula o processo
administrativo federal), a fim de dar operacionalidade e eficácia ao caráter vinculante da
súmula. Inclusive, se o administrador público, nos casos repetitivos, não adequar suas
decisões seguintes àquilo que o Supremo Tribunal Federal já estabeleceu na Súmula, ele
será responsabilizado pessoalmente na esfera civil, administrativa e penal (art. 64-B da Lei
9.784/1999, acrescido pela Lei 11.417/2006).
37.5. As normas do Regimento Interno do STF e a garantia do contraditório
6
As três primeiras súmulas vinculantes foram objeto de um procedimento específico
público, mas nelas negou-se peremptoriamente o direito à participação em contraditório
de quaisquer setores representativos da sociedade civil - inclusive de entidades que teriam
representatividade e preparo para contribuir como amici curiae. Segundo o entendimento
da maioria do Plenário, quando proposta a sua edição pelo próprio Supremo Tribunal
Federal, o procedimento subsequente seria meramente administrativo, não se
franqueando a participação dos jurisdicionados em regime de contraditório.
Entre a quarta e a décima terceira súmulas vinculantes, a simplificação foi levada a
extremos. Nem mesmo se estabeleceu qualquer procedimento formal ou anúncio prévio
de que se deliberaria sobre a criação de uma súmula vinculante. Simplesmente sua edição
foi proposta e aprovada como um simples capítulo no bojo do julgamento de recursos
extraordinários por amostragem - ouvindo-se apenas, na própria sessão, o órgão da
Procuradoria Geral da República lá presente.
A Res. 388/2008 do Supremo Tribunal Federal pôs um fim no expediente de aprovação
instantânea e não previamente anunciada de súmulas vinculantes. As diretrizes nela
previstas foram depois reproduzidas pela ER 46/2011, que estabeleceu as regras atuais dos
arts. 354-A a 354-G do RISTF. A partir de então, ficou claramente definido um
procedimento que, embora sendo bastante simplificado e célere (desenvolve-se por via
eletrônica), não apenas assegura a observância do contraditório, como também constitui
uma sede própria e adequada para uma decisão ponderada sobre o tema.
Todas as propostas de criação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante -
provenham elas do próprio Tribunal ou de outros legitimados - devem ser publicadas no
Diário da Justiça, com abertura de prazo de cinco dias para manifestação de interessados.
Viabiliza-se, assim, a participação de terceiros revestidos de aptidão em contribuir para o
debate da questão, como amici curiae. Essa possibilidade - uma imposição da garantia
constitucional do contraditório, de resto expressamente consagrada na Lei 11.417/2006
(art. 3.º, § 2.º) que disciplinou a súmula vinculante - não vinha sendo observada, conforme
apontado acima.
A seguir, ouve-se a Procuradoria-Geral da República.
Depois disso, a proposta deve passar pela comissão de jurisprudência do Tribunal. A
seguir, é encaminhada aos demais Ministros.
Somente depois dessas etapas prévias a proposta é remetida à sessão plenária - na qual
também se poderá franquear a manifestação oral da Procuradoria-Geral e de amici curiae.
O art. 354-E do RISTF veicula uma aparente exceção a essa sistemática: "A proposta de
edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante poderá versar sobre questão com
repercussão geral reconhecida, caso em que poderá ser apresentada por qualquer
Ministro logo após o julgamento de mérito do processo, para deliberação imediata do
Tribunal Pleno na mesma sessão". Mas, nesse caso, todo o exercício do contraditório, em
termos similares aos acima indicados, já deverá ser desenvolvido por ocasião da própria
discussão da tese no procedimento do recurso com repercussão geral reconhecida (a rigor,
o dispositivo pretende referir-se não à repercussão geral considerada em si mesma, mas
ao procedimento de julgamento de recursos extraordinários repetitivos) - tendo-se em
vista, inclusive, a potencialidade de edição da súmula vinculante.
A tramitação da proposta de edição, revisão ou cancelamento de súmula deve se dar
sob a forma eletrônica, e as informações correspondentes ficarão disponíveis aos
interessados no site do Supremo Tribunal Federal na internet (art. 354-G do RISTF).
Objeto
 Eficácia vinculante a entendimento do STF
 Matéria constitucional
Natureza jurídica  Instrumento objetivo de controle de constitucionalidade
Legitimidade  O próprio STF e os legitimados para ADIn
Quem fica
vinculado
Poder Judiciário
Administração
Pública direta e
indireta
Federal
Estadual
Municipal
Disciplina infraconstitucional
Normas do RISTF -
procedimento
 Garantia do contraditório
 Publicação de todas as propostas
 Admissão de amici curiae
 Manifestação da PGR
 Comissão de jurisprudência do Tribunal
 Remessa aos Ministros → sessão plenária
Doutrina Complementar
· Alexandre Freitas Câmara (O Novo Processo..., p. 431) afirma que: "O art. 103-A da
Constituição da República estabelece que '[o] Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício
ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei'. Os
enunciados da súmula vinculante 'terão por objetivo a validade, a interpretação e a
eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública eu acarrete grave insegurança
jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica' (art. 103-A, § 1º, da
Constituição da República). Assim, preenchidos os requisitos constitucionais (controvérsia
atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública; risco de grave
insegurança jurídica e de relevante multiplicação de processos sobre a mesma questão
jurídica), e a partir de reiteradas decisões, o Supremo Tribunal Federal edita enunciados
de súmula que vinculam todos os órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública
direta ou indireta (federal, estadual, distrital ou municipal), de modo que tais órgãos
judiciários ou administrativos não podem deixar de aplicar o entendimento consolidado
em verbete de súmula vinculante. (...) Os demais enunciados de súmula, porém (chamados
tradicionalmente de enunciados de súmula persuasivos), não têm essa mesma eficácia".
· Hermes Zaneti Jr. (Comentários ao novo..., p. 1.320) aduz que:"No inciso II, o art. 927
do CPC/2015 menciona os enunciados da súmula vinculante do STF, também com eficácia
vinculante e efeito erga omnes para o Poder Judiciário e para a Administração Pública, por
expressa determinação constitucional e legal, independentemente do novo diploma
processual (art. 103-A, CF/1988). Nos dois casos, incisos I e II, o que diferencia a situação
anterior ao CPC/2015 para a atual é a criação de uma teoria dos precedentes, é a existência
de uma dogmática dos precedentes a partir da promulgação do CPC. Portanto, mesmo que
já ocorresse a presença de efeito vinculante, o modelo de precedentes que está sendo
adotado no Brasil modifica, significativamente, a eficácia de procedentes das decisões em
controle de constitucionalidade concentrado e nos enunciados da súmula vinculante".
· Humberto Theodoro Júnior (Curso..., 47. ed., vol. 2, p. 806) explica, com base na Lei
11.417/2006, que: "A súmula vinculante será extraída de decisões do STF sobre matéria
constitucional (art. 2º, caput) e terá por objeto 'a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão' (art. 2º, § 1º). O teor da
súmula obriga como lei, mas só atua em campo de interpretação de norma legal já
existente. O STF não está autorizado a proceder como órgão legislativo originário. Não
pode criar, pelo mecanismo sumular, norma que não tenha sido instituída pelo poder
legislativo, nem mesmo a pretexto de suprir lacuna do direito positivo. Na verdade, o que
obriga é a lei interpretada pelo STF em súmula de seus julgados. A súmula apenas revela o
sentido que tem a norma traçada pelo legislador. Como a Constituição confere autoridade
ao STF para tanto, descumprir o enunciado de uma súmula vinculante equivale a violar a
lei que a inspirou. Daí falar-se em súmula com efeitos vinculantes".
· Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery (Comentários..., p. 1.840) asseveram
que: "Para que o STF possa editar verbete com força vinculante, nos termos da CF 103-A e
da LSV 2.º, devem estar preenchidos os seguintes requisitos: a) a tese jurídica que se quer
afirmar em verbete da Súmula vinculante tem de dizer respeito a norma constitucional; b)
o objeto do verbete tem de ser a validade, a interpretação ou aeficácia de norma
constitucional; c) controvérsia atual entre órgãos do Poder Judiciário ou entre eles e a
administração pública sobre a validade, interpretação ou eficácia da norma constitucional
questionada; d) grave insegurança: a controvérsia atual deve ter aptidão para gerar grave
insegurança jurídica; e) relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica
acarretada pela controvérsia a respeito da norma constitucional questionada; f) reiteração
das decisões do STF no mesmo sentido da afirmação da tese jurídica objeto do verbete
vinculante; g) quorumqualificado: decisão por 2/3 dos membros do STF (oito Ministros)
afirmando a tese do verbete vinculante; h) publicação do verbete vinculante na imprensa
oficial (DOU e/ ou DJU)".
Enunciados do FPPC
N.º 2. (Art. 10; art. 927, § 1.º, CPC/2015) Para a formação do precedente, somente podem
ser usados argumentos submetidos ao contraditório.
N.º 34. (Art. 311, I, CPC/2015) Considera-se abusiva a defesa da Administração Pública,
sempre que contrariar entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no
âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou
súmula administrativa, salvo se demonstrar a existência de distinção ou da necessidade de
superação do entendimento.
N.º 55. (Art. 927, § 3.º, CPC/2015) Pelos pressupostos do § 3.º do art. 927, a modificação
do precedente tem, como regra, eficácia temporal prospectiva. No entanto, pode haver
modulação temporal, no caso concreto.
N.º 162. (Art. 489, § 1.º, CPC/2015) Para identificação do precedente, no processo do
trabalho, a decisão deve conter a identificação do caso, a suma do pedido, as alegações das
partes e os fundamentos determinantes adotados pela maioria dos membros do colegiado,
cujo entendimento tenha ou não sido sumulado.
N.º 166. (Art. 926, CPC/2015) A aplicação dos enunciados das súmulas deve ser
realizada a partir dos precedentes que os formaram e dos que os aplicaram
posteriormente.
N.º 170. (Art. 927, caput, CPC/2015) As decisões e precedentes previstos nos incisos do
caput do art. 927 são vinculantes aos órgãos jurisdicionais a eles submetidos.
N.º 171. (Art. 927, II, III e IV; art. 15, CPC/2015) Os juízes e Tribunais Regionais do
Trabalho estão vinculados aos precedentes do TST em incidente de assunção de
competência em matéria infraconstitucional relativa ao direito e ao processo do trabalho,
bem como às suas súmulas.
N.º 172. (Art. 927, § 1.º, CPC/2015) A decisão que aplica precedentes, com a ressalva de
entendimento do julgador, não é contraditória.
N.º 173. (Art. 927, CPC/2015) Cada fundamento determinante adotado na decisão capaz
de resolver de forma suficiente a questão jurídica induz os efeitos de precedente
vinculante, nos termos do Código de Processo Civil.
N.º 175. (Art. 927, § 2.º, CPC/2015) O relator deverá fundamentar a decisão que
inadmitir a participação de pessoas, órgãos ou entidades e deverá justificar a não
realização de audiências públicas.
N.º 294. (Art.15; art. 332 e § 1.º, CPC/2015) O julgamento liminar de improcedência,
disciplinado no art. 332, salvo com relação ao § 1.º, se aplica ao processo do trabalho
quando contrariar: a) enunciado de súmula ou de Orientação Jurisprudencial do TST; b)
acórdão proferido pelo TST em julgamento de recursos de revista repetitivos; c)
entendimento firmado em resolução de demandas repetitivas.
N.º 306. (Art. 489, § 1.º, VI, CPC/2015) O precedente vinculante não será seguido quando
o juiz ou Tribunal distinguir o caso sob julgamento, demonstrando, fundamentadamente,
tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica
diversa.
N.º 314. (Art. 926; art. 927, I e V, CPC/2015) As decisões judiciais devem respeitar os
precedentes do Supremo Tribunal Federal, em matéria constitucional, e do Superior
Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional federal.
N.º 315. (Art. 927, CPC/2015) Nem todas as decisões formam precedentes vinculantes.
N.º 316. (Art. 926, CPC/2015) A estabilidade da jurisprudência do Tribunal depende
também da observância de seus próprios precedentes, inclusive por seus órgãos
fracionários.
N.º 317. (Art. 927, CPC/2015) O efeito vinculante do precedente decorre da adoção dos
mesmos fundamentos determinantes pela maioria dos membros do colegiado, cujo
entendimento tenha ou não sido sumulado.
N.º 318. (Art. 927, CPC/2015) Os fundamentos prescindíveis para o alcance do resultado
fixado no dispositivo da decisão (obiter dicta), ainda que nela presentes, não possuem
efeito de precedente vinculante.
N.º 319. (Art. 927, CPC/2015) Os fundamentos não adotados ou referendados pela
maioria dos membros do órgão julgador não possuem efeito de precedente vinculante.
N.º 320. (Art. 927, CPC/2015) Os Tribunais poderão sinalizar aos jurisdicionados sobre a
possibilidade de mudança de entendimento da corte, com a eventual superação ou a
criação de exceções ao precedente para casos futuros.
N.º 321. (Art. 927, § 4.º, CPC/2015) A modificação do entendimento sedimentado poderá
ser realizada nos termos da Lei 11.417, de 19 de dezembro de 2006, quando se tratar de
enunciado de súmula vinculante; do regimento interno dos Tribunais, quando se tratar de
enunciado de súmula ou jurisprudência dominante; e, incidentalmente, no julgamento de
recurso, na remessa necessária ou causa de competência originária do Tribunal.
N.º 322. (Art. 927, § 4.º, CPC/2015) A modificação de precedente vinculante poderá
fundar-se,entre outros motivos, na revogação ou modificação da lei em que ele se baseou,
ou em alteração econômica, política, cultural ou social referente à matéria decidida.
N.º 323. (Art. 926; art. 927, CPC/2015) A formação dos precedentes observará os
princípios da legalidade, da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
N.º 324. (Art. 927, CPC/2015) Lei nova, incompatível com o precedente judicial, é fato
que acarreta a não aplicação do precedente por qualquer juiz ou Tribunal, ressalvado o
reconhecimento de sua inconstitucionalidade, a realização de interpretação conforme ou
a pronúncia de nulidade sem redução de texto.
N.º 325. (Art.15; art. 927, CPC/2015) A modificação de entendimento sedimentado pelos
Tribunais trabalhistas deve observar a sistemática prevista no art. 927, devendo se
desincumbir do ônus argumentativo mediante fundamentação adequada e específica,
modulando, quando necessário, os efeitos da decisão que supera o entendimento anterior.
N.º 326. (Art. 927; art. 15, CPC/2015) O órgão jurisdicional trabalhista pode afastar a
aplicação do precedente vinculante quando houver distinção entre o caso sob julgamento
e o paradigma, desde que demonstre, fundamentadamente, tratar-se de situação
particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica diversa.
N.º 327. (Art. 928, parágrafo único, CPC/2015) Os precedentes vinculantes podem ter
por objeto questão de direito material ou processual.
N.º 380. (Art. 8.º; art. 926; art. 927, CPC/2015) A expressão "ordenamento jurídico",
empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os precedentes vinculantes.
N.º 393. (Art. 138, 926, § 1.º; art. 927, § 2.º, CPC/2015) É cabível a intervenção de amicus
curiae no procedimento de edição, revisão e cancelamento de enunciados de súmula pelos
Tribunais.
N.º 456. (Art. 926, CPC/2015) Uma das dimensões do dever de integridade consiste em
os Tribunais decidirem em conformidade com a unidade do ordenamento jurídico.
N.º 457. (Art. 926, CPC/2015) Uma das dimensões do dever de integridade previsto no
caput do art. 926 consiste na observância das técnicas de distinção e superação dos
precedentes, sempre que necessário para adequar esse entendimento à interpretação
contemporânea do ordenamento jurídico.
N.º 458. (Art. 926; art. 927, § 1.º; art. 10, CPC/2015) Para a aplicação, de ofício, de
precedente vinculante, o órgão julgador deve intimar previamente as partes para que se
manifestem sobre ele.
N.º 459. (Art. 927, § 1.º; art. 489, § 1.º, V e VI; art. 10, CPC/2015) As normas sobre
fundamentação adequada quanto à distinção e superação e sobre a observância somente
dos argumentos submetidos ao contraditório são aplicáveis a todo o microssistema de
formação dos precedentes.
N.º 460. (Art. 927, § 1.º; art. 138, CPC/2015) O microssistema de aplicação e formação
dos precedentes deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório para
amadurecimento da tese, como a realização de audiências públicas prévias e participação
de amicus curiae.
N.º 549. (Art. 927, CPC/2015; Lei 10.259/2001) O rol do art. 927 e os precedentes da
Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais deverão ser observados
no âmbito dos Juizados Especiais.
Bibliografia
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Complementar
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defesa, RePro 120/68; Antonio Pereira Gaio Junior, Predicados da Súmula Vinculante:
objeto, eficácia e outros desdobramentos, RePro 207/25; Carla Mendonça Dias Alves da
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redação do art. 555 do CPC e a uniformização de jurisprudência, RePro 111/140; Denise
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recurso especial, recurso extraordinário e ação rescisória: o que é uma decisão contrária à
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Paula Ataíde Júnior, As novas reformas do processo civil. Leis 11.187 e 11.232 de 2005;
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FOOTNOTES
1
O exposto nesse capítulo foi essencialmente extraído de Eduardo Talamini, Novos aspectos da
jurisdição constitucional brasileira, tese de livre-docência, Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo - USP, 2008, esp. cap. 3.
2
Esse tópico constitui reprodução do item n. 3.9.1 da tese Novos aspectos da jurisdição
constitucional brasileira, de Eduardo Talamini, citada na nota 1, acima.
3
Esse tópico reproduz, na essência, o item n. 3.9.1.3 da tese Novos aspectos da jurisdição
constitucional brasileira, de Eduardo Talamini, citada na nota 1, acima.
4
A relação de tais disposições, devidamente cotejadas, está disponível no site do Instituto
Brasileiro de Direito Processual [www.direitoprocessual.org.br/site/index.php?
m=noticia&id=103&subm=&width=&mostraData=no&include=].
5
Sobre o tema, v. Eduardo Talamini, Coisa julgada e sua revisão, n. 8.2.2 a 8.2.5, p. 435-445.
6
Ver a respeito EDUARDO TALAMINI, O processo objetivo de criação, revisão e cancelamento de
súmulas vinculantes. In: Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, n. 22, dez./2008,
disponível em [www.justen.com.br//informativo.php?&informativo="22&artigo=847&l=pt#]."

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