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Direito Processual Civil IV

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Direito Processual Civil IV
Processo de execução e cautelar
Parte 01 – Processo de execução
Teoria Geral do Processo Executivo
1 – Princípios: entende-se como princípios informativos como as ideias, ainda que não explicitos nos textos, mas que são inquestionavelmente presentes no conjunto harmônico das disposições. Ideias estas que servem para melhor compreensão das normas e seus e objetivos. Os princípios do processo executivo são os seguintes:
Princípio nulla executio sine titulo: como o próprio nome diz, o processo de execução não pode começar sem ter um titulo, podendo ser este judicial ou extrajudicial. Se não há o titulo, a ação de execução não poderá ser interposta. Os títulos serão estudados de forma aprofundada mais adiante, mas, para nível de informação, os títulos são:
Judiciais: são aqueles elencados no artigo 475-N do CPC.
Extrajudiciais: são os elencados no artigo 585 do CPC.
Princípio da patrimonialidade: também conhecida como principio da realidade. quando se afirma que toda execução é real quer-se dizer que a atividade jurisdicional incide, direta e exclusivamente, sobre o patrimônio do devedor e não sobre a sua pessoa. Na linha deste princípio, frustra-se a execução e suspende-se o processo quando o devedor não disponha de bens patrimoniais exequíveis (artigo 791, III).
Artigo 591, CPC: define a limitação da responsabilidade do devedor ao afirmar que o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Princípio da especificidade: quando se afirma que a execução deve ser especifica quer-se dizer que toda a execução tem por um único fim propiciar o credor, na medida do possível, precisamente aquilo que obteria se a obrigação fosse cumprida pessoalmente pelo devedor. Ou seja, a execução será interposta apenas para determinado fim. Existem exceções:
Substituição da prestação pelo equivalente em dinheiro (perdas e danos) nos casos de impossibilidade de obter-se a entrega da coisa devida (artigo 627), ou de recusa na prestação de fato (artigo 633). A conversão em perdas e danos somente se dará quando requerida pelo próprio credor, ou quando se tornar impossível a tutela específica (artigos 461 §1º e 461-A, §3º).
Providências nas obrigações de fazer, não fazer ou dar:
Na hipótese de obrigações de fazer ou não fazer, a sentença há de determinar providencias concretas para assegurar o resultado prático equivalente ao do adimplemento (artigo 461, caput).
No caso de obrigações de dar, a recomendação será de expedição, em favor do credor, de mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se trate de entrega de coisa móvel ou imóvel (artigo 461-A, §2º).
Princípio do desfecho único: a sentença da execução só comportará um fim de mérito: o pagamento ou o cumprimento da obrigação. Anota-se o fato de que, nos processos de execução, nenhuma ação será julgada improcedente. Pode-se existir, de fato, impugnação sobre os elementos processuais, nunca o mérito da ação.
Princípio do contraditório: como todo processo, o contraditório é garantido ao devedor. Porém, a defesa, caso houver, nunca será de mérito e sim sobre condições processuais. Exemplo: a validade ou não de um cheque, quando assinado por terceiro ou quando for falso.
Princípio da disponibilidade: o exequente é o dono da execução e dele pode dispor a qualquer momento, enquanto objeto material (perdão da dívida, por exemplo) e processual (renúncia do processo, podendo ajuizá-la posteriormente) de direitos.
É possível a disponibilidade parcial da execução.
Princípio da menor onerosidade e menor sacrifício: expressa esse princípio através da afirmação de que a execução deve ser feita unicamente para a satisfação da pretensão do credor, e, por isso, não se permite sua transformação em instrumento de simples castigo ou sacrifício do devedor. Assim, é intolerável o uso do processo executivo apenas para causar prejuízo ao devedor, sem qualquer vantagem para o credor.
Princípio da utilidade: ao se ajuizar o processo de execução, deve o juiz examinar sua utilidade e sua viabilidade. Isso acontece porque, muitas vezes, o valor do título a ser executado não cobre sequer as despesas processuais.
2 – Requisitos do processo de execução: são os pressupostos necessários para todas as execuções. São os elementos que devem ser observados para se iniciar uma execução. Faltando qualquer um desses requisitos, a execução não poderá ser interposta.
Inadimplemento: obviamente, o inadimplemento é um dos requisitos para o processo executório, pois não há como se executar um título que foi devidamente pago ou cuja obrigação foi totalmente cumprida. Importante destacar que, se o prazo de vencimento do título ainda estiver em curso, não há o pressuposto da condição de ação, qual seja, o interesse de agir.
Titulo: Para que um título seja executável, é necessário analisar três requisitos básicos para que ele seja considerado completo. Sem os três requistos, a execução não pode ser feita, seja por perda do direito de agir ou de outras condições de ação. Assim, os requisitos do titulo executivo, seja ele judicial ou extrajudicial, para que possa ser alvo de execução são os seguintes:
Líquido: um título liquido é aquele que não deixa dúvidas em torno de seu objeto. O titulo existe quanto a algo constante em lei e que o obriga a alguém (para que alguém a cumpra). 
Certo: quando se diz que o titulo é certo, diz-se que o mesmo não deixa dúvida quanto à sua existência.
Exigível: entende-se como exigibilidade quando o pagamento do título não depende de termo ou condição, nem está sujeito a outras limitações. Quando não se deixa dúvida em torno de sua atualidade. Logicamente, o titulo deve ter vencimento, pois não se pode pleitear algo que ainda não venceu.
3 – Legitimidade: deve-se entender a legitimidade para ação de execução em torno dos sujeitos ativo (ordinário ou extraordinário) e passivo (igualmente, os sujeitos passivos ordinário e extraordinário):
Sujeitos ativos da execução: os sujeitos ativos da execução são aqueles que possuem legitimidade para ajuizar uma ação de execução. São aqueles regidos pelos artigo 566 e 567 do CPC, quais sejam:
O credor a quem a lei confere o titulo executivo (artigo 566, I). Este é o chamado sujeito ativo ordinário. A legitimação das partes será extraída, quase sempre, do próprio conteúdo titulo. Assim, no título judicial, credor ou exequente será o vencedor da causa, como tal apontado na sentença. E, no titulo extrajudicial, será a pessoa em favor de quem se contraiu a obrigação. É de se constar que o processo de execução acha-se subordinado aos mesmos princípios gerais que fundamentam o processo de conhecimento, como bem esclarece o artigo 598, quais sejam: ser capaz, ou estar representado de acordo com a lei civil pelo pai, tutor ou curador e outorgar mandato a advogado.
Os legitimados ativos extraordinários: esses legitimados ajuizarão a ação de execução apenas se o legitimado ativo ordinário, por algum motivo, não puder ajuíza-la. Os legitimados ativos extraordinários estão elencados nos artigo 566, II e 567 do CPC e são os seguintes:
Ministério Público (artigo 566, II): o Ministério Público será o legitimado ativo nos casos de o autor for menor de idade, nos casos de tomada de contas de testamento, de arrecadação de resíduos, de cumprimento de legados pios, da execução, no juízo civil, da sentença penal condenatória, entre outros.
Legitimação ativa derivada ou superveniente (artigo 567): o artigo 567 do CPC completa o elenco das pessoas legitimadas ativamente para a execução forçada, arrolando os casos em que estranhos à formação do titulo executivo tornam-se, posteriormente, sucessores do credor, assumindo, por isso, a posição que lhe competia no vinculo obrigacional primitivo. Logicamente, ao ingressar com a ação de execução, o sucessor deve comprovar nos autos ser o legitimo sucessor de quem o titulo designa como credor. São considerados sucessores, de acordo com o artigo 567 (onúmero refere-se ao inciso correspondente):
O espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo. Como espólio entende-se ser a pessoa formal, que representa o patrimônio deixado pelo falecido, enquanto não ultimada a partilha entre os sucessores. representado, normalmente, pelo inventariante ou pela totalidade dos herdeiros (em casos excepcionais), o espólio pode promover a execução forçada ou nela prosseguir, se já foi iniciada em vida pelo de cujus, pois o direito de ação também integra a universalidade que compõe a herança, enquanto sucessão aberta. A omissão do inventariante não impede que qualquer outro herdeiro tome a iniciativa da execução. Como herdeiro deve-se entender como a pessoa que sucede o autor da herança na totalidade dos bens. Já os sucessores serão os legatários, ou seja, aqueles que só ganharam uma espécie de doação do autor da herança (por exemplo, uma pessoa que ganha unicamente uma casa, um carro ou determinada quantia em dinheiro)
O cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre vivos. Considera-se como cessionário o beneficiário da transferência negocial de um crédito por ato inter vivos, oneroso ou gratuito. Claro que a cessão não pode se opor à natureza da obrigação, a lei ou a convenção entre as partes. Na execução forçada, o cessionário deve, além de apresentar o titulo executivo, demonstrar a cessão. Ao contrario do que se passa no processo de conhecimento, o cessionário do crédito já em execução não depende de anuência do devedor para assumir a posição processual do cedente.
O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. Diz-se credor sub-rogado aquele que paga a divida de outrem, assumindo todos os direitos, ações, privilégios e garantis do primitivo credor contra o devedor principal e seus fiadores (artigo 349, CC/02). A sub-rogação pode ser legal ou convencional. Por sub-rogação legal é aquela que decorre de lei e não depende do consentimento entre as partes. Já a sub-rogação convencional é aquela fruto de transferência expressamente ajustada entre os interessados.
Sujeitos passivos da execução: o artigo 5687 do CPC indica quem pode ser sujeito passivo da execução, arrolando:
O devedor, reconhecido como tal no título executivo. Logicamente, o primeiro legitimado passivo para a execução forçada é o devedor, reconhecido como tal no titulo executivo. Este sujeito passivo é o ordinário.
Legitimados passivos extraordinários: o CPC também elenca aqueles que, de forma subsidiária, podem fazer parte do polo passivo da execução. São os seguintes, de acordo com o artigo 568 do CPC:
O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor. Assim como o espólio pode ser sujeito ativo da execução, logicamente também pode ser sujeito passivo. Mas deve-se atentar aos limites, pois o artigo 597 diz que o espólio responderá pelas dividas do falecido, mas na proporção da herança na parte que lhe couber. Exemplo: uma pessoa que deixa um patrimônio de R$ 500.000,00, mas deixa uma dívida de R$ 750.000,00. Na execução, o seu espólio só responderá pelos R$ 500.000,00, não podendo o restante ser disponibilizado dos patrimônios dos sucessores.
O novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo. Deve-se notar que, para a transferência do titulo, o credor deve consentir sempre. Qualquer ato de transferência sem o consentimento do credor é nulo. As formas de transmissão da divida são: 
Cessão do débito: quando o devedor transfere a dívida ou obrigação.
Assunção da dívida por terceiro: como assunção de dívida, entende-se que um terceiro assumiu a obrigação de pagar o credor ou de realizar a obrigação. A assunção da dívida será possível em duas circunstâncias: em ato negocial de que participem o velho e o novo devedor e em ato unilateral do novo devedor. Quando o credor assentir com a transferência, a assunção da dívida poderá ocorrer em três situações distintas: com exoneração do primitivo devedor e com seu consentimento (novação por delegação); com exoneração do primitivo devedor, mas sem o seu consentimento (novação por expromissão); por assunção pura e simples da divida pelo novo devedor, sem excluir a responsabilidade do devedor primitivo que, de par com o assuntor, continua vinculado à obrigação, caso em que não se pode falar em novação.
O fiador judicial. Considera-se como fiador judicial aquele que presta, no curso do processo, garantia pessoal ao cumprimento da obrigação de uma das partes, conforme disposto nos artigo 826 e seguintes do CPC. Em todos os casos de execução contra o fiador, este terá direito de regresso contra o devedor. Ao fiador é assegurado o beneficio da ordem, ou seja, a faculdade de nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor (artigo 595). Assim, a execução recairá primeiro sobre os bens do afiançado e, se estes não forem suficientes, é que os bens do fiador serão executados.
O responsável tributário, assim definido na legislação própria.
4 – Competência: as regras do Código sobre competência, em matéria de execução, têm conteúdo diverso, conforme o titulo seja judicial ou extrajudicial; e, mesmo em se tratando de títulos judiciais, há variações de competência, de acordo com os tipo de sentença à executar. Os critérios para determinar a competência para a execução de títulos são os seguintes:
Títulos judiciais: de acordo com o artigo 575 do CPC, a competência para execução de titulo judicial se operará perante:
Os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária: para a execução da sentença, não importa que o feito tenha tramitado pelo Tribunal em grau de recurso, nem mesmo é relevante o fato de ter o Tribunal reformado a sentença de primeiro grau.
O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição: a regra fundamental é que a execução da sentença compete ao juízo da causa, e como tal entende-se aquele que a aprecia em primeira ou única instancia, seja juiz singular ou tribunal. Em outras palavras, o juízo de causa é o órgão judicial perante o qual se formou a relação processual ao tempo de ajuizamento do feito.
Revogado.
O juízo cível competente, quando o título executivo for sentença penal condenatória ou sentença arbitral: para facilitar o estudo, separemos as duas hipóteses.
Sentença penal condenatória: a sentença penal condenatória torna certo o dever de reparar, civilmente, o dano provocado pelo delito. Por isso, não há interesse em propor ação civil indenizatória contra o réu condenado na esfera penal. Assim, a vítima ou seus dependentes podem tomar a sentença como titulo executivo judicial para fins indenizatórios. Como o juízo criminal não possui competência para executar matéria cível, a execução será distribuída entre os juízes cíveis, dentro das regras do processo de conhecimento.
Sentença arbitral: ao juízo arbitral reconhece-se a jurisdição para proferir sentença com a mesma força dos julgados da justiça estatal, mas falta-lhe soberania para fazer cumprir forçadamente o que assenta nos respectivos arestos. Por isso, a parte interessada deverá recorrer ao Poder Judiciário para poder executar o referido titulo judicial (no caso, a sentença arbitral). A competência para execução caberá ao juízo cível que teria competência para julgar a causa. Prevalecem, portanto, as regras comuns traçadas pelo Código de Processo Civil, referentes à competência territorial.
Títulos extrajudiciais: a competência para execução de títulos extrajudiciais está no artigo 576, que dispõe que a execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o juízo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Título IV, Capítulos II e III. Ou seja, as regras atinentes à execução de titulo extrajudicial seguem as regras comuns do processo de conhecimento.
5 – Requisitos executivos:
Obrigações alternativas: Diz o artigo 571 que nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citadopara exercer a opção e realizar a prestação dentro em 10 dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentença. (...) §2º - Se a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial da execução.
Obrigações condicionais: quando houver obrigação condicional, será usado o disposto no artigo 572, qual seja: Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o credor não poderá executar a sentença sem provar que se realizou a condição ou que ocorreu o termo.
Cumulação de execuções: existe, ainda, a possibilidade de cumulação de execuções, desde que os polos da ação tenham o mesmo credor, devedor, o mesmo juízo de competência e forma idêntica do processo (artigo 573).
Inadimplemento: um dos requisitos necessários para se instaurar qualquer execução é o inadimplemento, na forma do artigo 580, que dispõe que a execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo.
5.1 – Petição inicial: a execução é um processo e se subordina ao principio geral da provocação da parte interessada. Não existe execução de oficio no processo civil. O credor deverá sempre requerer a execução para estabelecer-se a relação processual (no caso de um titulo executivo extrajudicial) ou para prosseguir nos atos de cumprimento de sentença dentro da própria relação em que ela foi proferida (para o caso de um título executivo judicial).
Documentação: a documentação necessária para que o credor ingresse com um processo executivo são os seguintes, de acordo com o artigo 614:
O título executivo extrajudicial: logicamente não há exceção sem um titulo. O ingresso do credor em juízo para realizar obrigação constante de titulo não judicial só é possível quando a petição inicial estiver acompanhada do competente titulo executivo extrajudicial (artigo 614, I). por medida de segurança deve-se requerer ao juiz que guarde o titulo no cofre judicial, para evitar sua descaracterização ou seu extravio por terceiros ou pelo próprio devedor, colocando-se na inicial uma cópia.
Se o caso for de um titulo executivo judicial (sentença), obviamente o credor não o juntara na inicial, porquanto a execução forçada ocorrerá nos próprios autos em que se prolatou a decisão exequenda. Nesse caso, bastará fazer referência ao decisório que se encontra nos autos.
Com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa: em se tratando de execução por quantia certa, o credor deverá instruir sua pretensão com demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação. Esse demonstrativo pode ser incluído no texto da inicial como em documento a ela apensado. Esta providência deve ser feita tanto em execução de titulo extrajudicial quanto judicial.
Com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo: é certo que um título executivo, para poder ser cobrado judicialmente, precisa ser, certo, liquido e exigível. Sem a prova da verificação da condição ou ocorrência do termo não se pode falar em exigibilidade da dívida, muito menos no inadimplemento do devedor, que é pressuposto primário da execução.
Espécies executivas: de acordo com o artigo 615, existem, ainda as seguintes especies executivas:
Obrigações alternativas (artigo 615, I): de acordo com este artigo, cumpre ainda ao credor: I - Indicar a espécie de execução que prefere, quando por mais de um modo pode ser efetuada. Este é o caso de execução quando o titulo versar sobre obrigações alternativas, ou seja, quando a obrigação pode ser cumprida de mais de um jeito. Essa alternatividade pode ocorrer de clausula contratual ou de imposição da sentença condenatória. Em qualquer dos casos e execução deverá ser feita mediante opção liminar do credor por uma das alternaivas admissíveis.
Penhora de bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou usufruto (artigo 615, II): recaindo a penhora sobre bens gravados, o exequente deverá promover a intimação do terceiro, titular dos referido direitos reais. Essa intimação tem os seguintes fins:
 Enseja a oportunidade ao titular do direito real para resguardar seus privilégios durante a execução.
Outorga plena eficácia à alienação judicial do bem penhorado que, sem a ciência do privilegiado, será ato ineficaz perante ele (artigo 619).
Observação: existe a chamada certidão premonitória, elencada no artigo 615-A, para evitar que o devedor se desfaça do seu patrimônio. O artigo diz que o exequente poderá, no ato da distribuição, obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto. Tal certidão serve para “marcar” o bem. Se algum terceiro quiser comprar o bem marcado, ficará ciente que poderá perdê-lo com a execução.
Medidas acautelatórias (artigo 615, III): o inciso III do artigo 615 concede ao exequente a faculdade de pleitear medidas acautelatórias urgentes. Essas medidas visam assegurar a prática dos atos executivos do processo.
Dívida sujeita à contraprestação (artigo 615, IV): diz o inciso IV do artigo 615 que cumpre ao credor provar que adimpliu a contraprestação, que lhe corresponde, ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do credor. Ou seja, caso a execução verse sobre um titulo sujeito à contraprestação, o credor deverá comprovar que cumpriu com a sua parte para poder cobrá-la. Caso contrário, o titulo será inexigível.
Aditamento da inicial: na execução forçada, o inicio da atividade jurisdicional, como em qualquer ação, é provocado pela petição inicial, cujos requisitos se acham indicados no artigo 282, com os acréscimos eventuais elencados no artigo 615. Além disso, deve ser, obrigatoriamente, instruída com os documentos apontados no artigo 614. A omissão de algum requisito da petição torna-a incompleta. Já a omissão dos documentos, torna-a mal instruída. O juiz não poderá, liminarmente, indeferir a petição incompleta ou mal instruída. Deve acolher a petição e intimar o credor a aditá-la no prazo de dez dias, para suprir as faltas. Só depois deste prazo, caso o credor não cumpra com as diligencias, é que o magistrado poderá indeferir a petição inepta.
6 – Liquidação (artigo 475-A até 475-H): liquidação de sentença é o instituto processual destinado a tornar adequada a tutela jurisdicional executiva, mediante outorga do predicado da liquidez à obrigação, que a sentença condenatória genérica não é capaz de outorgar
Finalidade: a finalidade da liquidação é atender os requisitos da liquidez, ou seja, levantar os bens do devedor para que este possa solver a obrigação.
Momento: existem dois momentos na qual credor poderá pedir a liquidação. Poderá ser após a sentença transitada em julgado, nos casos de titulo executivo judicial, ou poderá ser no inicio da execução, quando versar sobre titulo executivo extrajudicial.
Modalidades: o processamento da liquidação faz-se, ordinariamente, nos próprios autos da ação condenatória. As modalidades de liquidação são as seguintes:
Liquidação por mero cálculo: com o artigo 475-B, permite-se que o próprio credor elabore o demonstrativo do montante da divida na data da instauração da execução desde que, logicamente, esta necessite apenas de um simples calculo aritmético. Se o executado não concordar com o calculo do credor, deverá impugná-lo com fundamento no excesso de execução. Naturalmente, o devedor deverá apontar o saldo que entende ser correto.
Memória de calculo aparentemente excessiva: antes de ordenar a citação executiva, pode o juiz, de oficio ou à requerimento das partes, submeter a memoria de calculo elaborada pela parte ao exame e conferencia do contador do juízo. De acordo com o artigo 475-B, §3º, o juiz pedirá o exame do contador quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exequenda e, ainda,nos casos de assistência judiciária. Nas duas situações, o calculo do contador será levado ao credor que poderá concordar (sendo que, nesse caso, o valor da pretensão executiva será alterado) ou não (nesse caso, o valor da pretensão permanece o mesmo mas, se houver necessidade de penhora, o valor a ser penhorado será o apresentado pelo contador).
Liquidação por arbitramento (artigo 475-C): far-se-á a liquidação por arbitramento quando:
Determinado por sentença: quando a própria sentinela condenatória determina que a liquidação se faça por arbitramento, a questão é simples e nada resta ao credor, a não ser cumprir o que foi julgado.
Convencionado pelas partes: podendo ocorrer de clausula contratual anterior à sentença ou de transação posterior ao decisório.
O exigir a natureza do objeto da liquidação: quando necessário.
Processamento: o processamento seguirá as normas gerais da prova pericial.
Intimado o devedor, o juiz deve nomear perito, marcando, desde logo, o prazo para a entrega do laudo (artigo 475-D).
As partes poderão valer-se da faculdade do artigo 421 e nomear assistentes técnicos, em cinco dias e formular quesitos.
Após a apresentação do laudo, terão as partes o prazo de dez dias para se manifestar. Diante do pronunciamento dos interessados, o juiz poderá tomar uma das seguintes atitudes:
Proferir decisão, declarando o valor da condenação ou individualizando seu objeto.
Designar audiência de instrução e julgamento (artigo 475-D, § único).
Uma vez que esta espécie de liquidação não se destina a outras provas que não a pericial (arbitramento), a audiência só poderá ser destinada a esclarecimentos do perito e assistentes, devendo ser observado o requisito prévio da formulação de quesitos, na for a e prazo do artigo 435 e seu paragrafo único.
Haverá, naturalmente, debate oral e o juiz poderá proferir a decisão liquidatória na própria audiência.
Liquidação por artigos (artigo 475-E): Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo. O credor, em petição articulada, indicará os fatos a serem provados (um em cada artigo), para servir de base à liquidação. Não cabe discussão indiscriminada e quaisquer fatos arrolados por livre arbítrio das partes. Apenas serão arrolados e articulados os fatos que tenham influência na fixação do valor da condenação ou na individualização do seu objeto. E a nenhum pretexto será licito reabrir discussão em torno da lide, definitivamente decidida na sentença de condenação (artigo 475-G).
7 – Penhora: A penhora é o primeiro ato executório praticado no cumprimento de sentença ou execução por quantia certa. Consiste em um ato judicial, emitido por um juiz e promovido por um oficial de justiça, através do qual se apreende ou se tomam os bens do devedor, para que nele se cumpra o pagamento da dívida. Por isso, deve incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.
Finalidades: a penhora possui as seguintes finalidades:
Preservar o patrimônio do devedor;
Ato preparatório de expropriação;
Estabelecer privilégios do exequente (artigo 612);
Destacar bens do devedor.
Finalidade (função) da penhora: antes de tudo, a penhora importa na individualização, apreensão e depósito de bens do devedor, que fida à disposição judicial (artigos 664 e 665), tudo com objetivo de subtrai-los à livre disponibilidade do executado e sujeita-los è expropriação. Para isso, o agente do órgão judicial vai, primeiramente, buscar ou procurar os bens do devedor respeitando, porém, a faculdade que a lei confere ao próprio credor de fazer a escolha, desde que obedecidas às preferências e demais requisitos legais de validade da nomeação de bens à penhora (artigos 652, §2º, e 655 do CPC). Individualizados os bens que deverão dar efetividade à responsabilidade patrimonial, segue o ato de apreensão deles pelo órgão executivo e a sua entrega ao depositário, que ficará responsável pela guarda e conservação dos bens penhorados e acessórios, presentes e futuros. A penhora cria para o credor que a promove a preferência que, em face dos demais credores quirografários do devedor comum, equivale a um direito real sobre os bens penhorados. Assim, pode-se reconhecer como funções da penhora:
Individualizar e apreender efetivamente os bens destinados ao fim da execução;
Conservar ditos bens, evitando sua deterioração ou desvio;
Criar a preferencia para o exequente, sem prejuízo das prelações de direito material, estabelecidas anteriormente.
Bens penhoráveis: os bens passíveis de penhora são os elencados no artigo 655 do CPC. Este rol, que é exemplificativo, indica os seguintes bens como passiveis de penhora:
Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
Veículos de via terrestre.
Bens móveis em geral.
Bens imóveis. Caso a penhora recaia sobre bens imóveis, o cônjuge do executado também será intimado (artigo 655, §2º).
Navios e aeronaves.
Ações e quotas de sociedades empresárias.
Percentual do faturamento de empresa devedora.
Pedras e metais preciosos.
Títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado.
Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado.
Outros direitos.
Bens impenhoráveis: ao contrário do rol dos bens penhoráveis, no artigo 649 temos um rol taxativo dos bens que não são passíveis de penhora, embora nenhuma impenhorabilidade seja absoluta. São os seguintes:
Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução. Os bens públicos são sempre impenhoráveis, dada a sua intrínseca inalienabilidade. Motivo este pelo qual não há penhora na execução contra a Fazenda Pública (artigo 730).
Os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida. Nesse caso, a impenhorabilidade recai sobre bens que não possuem valor excessivo e que são necessários à condições medianas de qualidade de vida do executado. Esta impenhorabilidade, no entanto, sofre limitações instituídas para se manter o privilegio dentro do razoável. Para se evitar abusos ou fraudes, existem duas exceções à esta regra:
Os bens de elevado valor: obras de artes, equipamentos eletrônicos de elevado valor, tapetes orientais, móveis de antiquário, etc.
Os bens que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida: como uma quantidade elevada de televisões, geladeiras, aparelhos de som e projeção, etc.
Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor. A justificativa aqui é a mesma do inciso II. A limitação a esta regra impõe-se de modo a dela se excluir bens de elevado valor (relógios Rolex, bebidas finas importadas, joias de ouro, por exemplo).
Os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal. Aqui, temos os vencimentos e demais verbas de natureza alimentar. em relação à todas as verbas arroladas nesse inciso, há uma ressalva legal que abre possibilidade para a penhora: se o debito em execução consistir em prestação de alimentos, torna-se cabível a penhora sobre salários, remunerações e outras verbas equivalentes (artigo 649, §2º).
Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão. Com esse inciso, entende-se que a impenhorabilidade atinge as ferramentas de trabalho e utensílios propriamente ditos e também a outros bens moveis necessários ou uteis ao exercício de qualquer profissão.
O seguro de vida. A função do seguro de vida é criar em favor de terceiro um fundo alimentar. dessa natureza jurídica é que decorre a impenhorabilidadedo seguro de vida.
Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas. Os materiais são, por antecipação, parte integrante da obra. Como tal só podem ser penhoradas se o restante também for.
A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Em suma: a pequena propriedade rural sob exploração familiar é absolutamente impenhorável, segundo o dispositivo rural elencado.
Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social. Os recursos públicos não perdem a sua impenhorabilidade, mesmo quando recebidas por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social. Porém, importante destacar, que só porque as instituições privada recebem verba pública, não a torna impenhorável, o que é impenhorável são apenas as verbas recebidas pelo ente público.
Até o limite de 40 salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. Importante destacar que, apenas o valor de 40 salários mínimos não pode ser penhorado. Se, por exemplo, na poupança houver o equivalente a 45 salários mínimos, os cinco salários excedentes são passiveis de penhora.
Os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. Em regra, os bens de partidos políticos não gozam do privilégio da impenhorabilidade. Este inciso restringe-se aos recursos públicos transferidos, na forma da lei, a partir do fundo partidário, de sorte que os demais bens integrantes do patrimônio dos partidos políticos continuam respondendo por suas dívidas.
Observação: é possível a penhora online, através de entes conhecidos como BACENJUD (para bens em dinheiro) e RENAJUD (no caso dos automóveis), por exemplo. É o que diz o artigo 655-A quando dispõe que para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução.
Penhora de bem indivisível: diz o artigo 655-B que tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
Substituição da penhora: quanto à substituição da penhora, existem dois dispositivos que tratam do assunto, o artigo 656 (quando ambas as partes podem requerer a substituição) ou nos casos do artigo 668 (quando apenas o executado pode requerer a substituição). Eis os casos:
Artigo 656: A parte poderá requerer a substituição da penhora:
Se não obedecer à ordem legal;
Se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento;
Se, havendo bens no foro da execução, outros houverem sido penhorados;
Se, havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame;
Se incidir sobre bens de baixa liquidez;
Se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem;
Se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações a que se referem os incisos I a IV do parágrafo único do artigo 668.
Artigo 668: O executado pode, no prazo de 10 dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele devedor.
Parágrafo único: Na hipótese prevista neste artigo, ao executado incumbe:
Quanto aos bens imóveis, indicar as respectivas matrículas e registros, situá-los e mencionar as divisas e confrontações;
Quanto aos móveis, particularizar o estado e o lugar em que se encontram;
Quanto aos snalidade emoventes, especificá-los, indicando o número de cabeças e o imóvel em que se encontram;
Quanto aos créditos, identificar o devedor e qualificá-lo, descrevendo a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e;
Atribuir valor aos bens indicados à penhora.
Penhora por carta (artigo 658): Se o devedor não tiver bens no foro da causa, far-se-á a execução por carta (precatória), penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação.
Segunda penhora (artigo 667): de acordo com o artigo 667, não se procede à segunda penhora, salvo se:
A primeira for anulada;
Executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do credor;
O credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens, ou por estarem penhorados, arrestados ou onerados.
8 – Meios expropriatórios: sabendo-se que a execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor, os meio expropriatórios são as formas de se atingir o fim da execução. Expropriar é o mesmo que desapropriar e consiste no ato de autoridade pública por meio do qual se retira a propriedade de alguém. 
Finalidades da expropriação: a finalidade da expropriação é atingir patrimônio do devedor e, por consequência, tirá-lo de seu acervo.
Mecanismos expropriatórios: de acordo com o artigo 467, os meios de expropriação são a adjudicação, a alienação por iniciativa popular, a alienação em hasta pública e o usufruto de bem móvel ou imóvel.
Adjudicação (artigos 685-A a 685-B): a adjudicação é uma figura assemelhada à dação em pagamento, uma forma indireta de satisfação do crédito do exequente, que se realiza pela transferência do próprio bem penhorado ao credor, para extinção de seu direito. Conceitua-se como adjudicação como ato de expropriação executiva em que o bem penhorado se transfere in natura para o credor, fora da arrematação.
Requisitos para adjudicação: qualquer que seja a natureza do bem penhorado, a sua adjudicação é possível. Mas para ser praticada eficazmente duas exigências são feitas pelo artigo 685-A: o requerimento do interessado, pois o juiz não pode impor ao credor aceitar bem diverso daquele constitutivo de seu direito. Além disso, é necessário que a oferta do pretendente à adjudicação não pode ser de preço inferior ao da avaliação.
Legitimação para adjudicar: consoante previsão do artigo 685-A, em seus parágrafos primeiro e segundo, são legitimados a requerer a adjudicação: o exequente em primeiro lugar, o credor com garantia real sobre o bem penhorado tenha ou não penhor sobre ele, além de outros credores que também tenha penhora sobre o mesmo bem.
Auto de adjudicação: o deferimento do pedido de adjudicação se dá por meio de decisão interlocutória, impugnável, portanto, por meio de agravo de instrumento. O agravo retido é inadequado à espécie. De acordo com o artigo 685-B, a adjudicação considera-se perfeita e acabada com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicante, pelo escrivão e, se for presente, pelo executado, expedindo-se a respectiva carta, se bem imóvel, ou mandado de entrega ao adjudicante, se bem móvel.
Alienação por iniciativa particular (artigo 685-C): Para se cogitar da alienação por iniciativa particular é necessário que não tenha ocorrido a adjudicação (por esta ser, preferencialmente, a primeira modalidade de expropriação), por desinteresse do exequente e dos outros legitimados previstos nos parágrafos 2º e 4º do artigo 685-A. Caberá ao exequente requerer a alienação por iniciativa particular. Em seu requerimento proporá as bases da alienação projetada, esclarecendo se pretende ele próprio promover os atos alienatórios, ou se deseja confiá-los à intermediação de um corretor profissional.
Decisões cabíveis ao juiz no deferimento da alienação: ao deferir a alienação por iniciativa particular, o magistrado definirá: o prazo dentro do qual a alienação deverá ser efetivada, a forma de publicidade a ser cumprida e se a operação será feita, o preço mínimo que não será inferior ao da avaliação (artigo 680), as condições de pagamento, as garantias, a comissão de corretagem (se for o caso de interveniência de corretor na alienação).
Formalização da alienação por iniciativa particular:este ato é feito por meio de termo lavrado nos autos da execução pelo escrivão do feito e subscrito pelo juiz, pelo exequente e pelo adquirente.
Carta de alienação: uma vez formalizado o termo a que alude o paragrafo 2º do artigo 685-C, expedir-se-á em favor do adquirente, carta de alienação.
Alienação por hasta pública (artigo 686 a 713): na concepção jurídica, hasta pública é a alienação de bens em pregão (isto é, em oferta pública) promovida pelo Poder Público. Dele se encarregará um agente especializado (o leiloeiro ou o oficial porteiro do auditório do foro). A arrematação, termo que se usa frequentemente como sinônimo de hasta pública é, com mais adequação, o ato que se conclui o pregão, adjudicando os bens ao solicitante que formulou o melhor lance.
Espécies de alienação por hasta pública: a alienação por hasta pública possui duas espécies, a saber:
Leilão: quando for o caso de bens móveis.
Praça: quando se tratar de bens imóveis (artigo 686, IV).
Usufruto de bem móvel ou imóvel (artigos 716 a 731): o usufruto é a retirada de lucros de um lugar. Diz o artigo 716 que o juiz pode conceder ao exequente o usufruto de móvel ou imóvel, quando o reputar menos gravoso ao executado e eficiente para o recebimento do crédito. Naturalmente, o usufruto recai sobre algo que gere renda.
9 – Espécies de execução:
9.1 - Execução de pagar quantia certa a devedor solvente (artigos 652 e seguintes): devedor solvente é aquele que apresenta um ativo maio que o passivo. Esta forma de execução versa sobre pessoas que possuem bens, mas que fogem do pagamento. Quando a obrigação representada no titulo executivo extrajudicial refere-se a uma importância em dinheiro, a sua realização coativa se dá por meio da execução por quantia certa. Não importa se a origem da dívida seja contratual ou extracontratual, ou que tenha como base material o negocio jurídico unilateral ou bilateral ou, ainda, o ato ilícito. O que se exige é que o fim da execução seja a obtenção do pagamento de uma quantia expressa em valor monetário.
Procedimento: o procedimento da execução de pagar quantia certa faz-se da seguinte forma:
Citação: após recebida a inicial, o juiz citará o executado para, em três dias, cumprir a obrigação, sob pena de penhora (artigo 652, caput e §1º). Se o executado pagar no prazo, encerra-se a execução.
Ausência de pagamento: se, no prazo de três dias, o executado não efetuou o pagamento, inicia-se a penhora.
Indicação de bens para penhora: a indicação de bens para penhora poderá ser feita tanto pelo executado, quanto pelo exequente, nas formas dos artigos:
Credor: a indicação de bens para penhora feita pelo credor será feita na forma do artigo 652, §2º, que diz que o credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados.
Devedor: a indicação de bens passiveis de penhora feita pelo devedor se dá na forma do artigo 652, §3º, quando dispõe que o juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora.
Redução dos honorários de sucumbência (artigo 652-A, § único): Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado (artigo 652-A, caput). No caso de integral pagamento no prazo de três dias, a verba honorária será reduzida pela metade (parágrafo único).
Devedor ausente: caso o oficial de justiça ele terá como dever arrestar bens do devedor, suficiente para garantir a execução, sempre que não conseguir localizá-lo (artigo 653). Arresto é uma medida cautelar que serve para prender o bem, de modo a garanti-lo para o pagamento da dívida.
Citação por edital (artigo 654): Compete ao credor, dentro de 10 dias, contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o artigo 652 (três dias), convertendo-se o arresto em penhora em caso de não pagamento.
Penhora: após o praz referido no artigo acima, o juiz expropriará o bem procederá à penhora do mesmo.
Entrega de dinheiro: com a penhora do bem, o credor poderá pegar a quantia que lhe é de direito, até o limite da dívida. O que sobrar deverá ser restituído ao devedor. Os artigo 612, 709 e 711 a seguir referem-se à ordem de penhora e o 710 versa sobre o pagamento.
Artigo 612: ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal (art. 751, III), realiza-se a execução no interesse do credor, que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Artigo 709: o juiz autorizará que o credor levante, até a satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados quando:
Execução for movida só a benefício do credor singular, a quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;
Não houver sobre os bens alienados qualquer outro privilégio ou preferência, instituído anteriormente à penhora.
Artigo 711: Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importância restante, observada a anterioridade de cada penhora.
Artigo 710: Estando o credor pago do principal, juros, custas e honorários, a importância que sobejar será restituída ao devedor.
9.2 – Cumprimento de sentença (artigos 475-I a 475-O):
Aplicação (artigo 475-I): a aplicação do cumprimento de sentença se fará da seguinte forma:
Por força do artigo 475-I, quando se tratar de sentença condenatória.
Deverá ser procedida conforme previsto nos artigos 461 e 461-A, no tocante às obrigações de fazer e não fazer.
 Será de acordo com os termos dos artigos 475-I a 475-R, quanto às obrigações de entrega da coisa.
Requerimento do credor: Embora o legislador, no artigo 474-B, do CPC, determine que a liquidação por mero cálculo e iniciada pelo autor frequente, ademais, também poderão ser pelo autor e pelo réu, haja vista o pleno intento executivo que visa o adimplemento obrigacional. Assim, o requerimento será feito pelo credor, nos moldes do artigo 475-B, que diz que quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.
Inicio da execução forçada (artigo 475-J): o artigo 475-J impõe ao devedor a execução forçada, caso este não cumpra a obrigação em até 15 dias, acrescido de multa de 10%.
Artigo 475-J: Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.
Penhora (artigo 475-J, §1º): Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (artigos 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias.
9.3 – Execuções obrigacionais (tutela específica): existem execuções cujo teor versa não sobre pagamento, mas sim sobre alguma condição ou alguma obrigação, são as execuções obrigacionais.
Finalidade: promover o cumprimento da obrigação constante no titulo, seja ele judicial ou extrajudicial.
Característica essencial: a característica essencial das execuções obrigacionais são as especificidades da pretensão inadimplida.
Para tanto: meios coercitivos prescritos pela norma processual, quais sejam:
Artigo 621, § único: O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivovalor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.
Artigo 645: Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida. Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título, o juiz poderá reduzi-lo se excessivo.
Artigo 465, §5º: Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.
 Note que, em todos os casos, há aplicação de multa. São as chamadas astreintes.
Modalidades:
Entrega da coisa (artigo 621 a 631): as obrigações de dar (ou de entrega coisa, como diz o CPC) são modalidades de obrigação positiva, cuja prestação consiste na entrega ao credor de um bem corpóreo, seja para transferir-lhe a propriedade, seja para ceder-lhe a posse, seja para restituí-la. Em qualquer dessas modalidades, ocorrido o inadimplemento, cabível se torna a tutela judicial da execução de entrega da coisa.
Procedimento: o artigo 621 dita a norma para procedimento de entrega da coisa da seguinte forma: o devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos. Parágrafo único: o juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. Assim, podemos visualizar o seguinte procedimento:
A sentença fixará o prazo para cumprimento da obrigação (artigo 461-A, caput);
Ultrapassado o prazo, expede-se mandado para cumprimento forçado da sentença com cominação de multa (artigo 461-A, §§ 2º e 3º).
Expede-se o mandado, que poderá ser:
Mandado de busca e apreensão se for o caso de coisa móvel.
Mandado de imissão na posse se for coisa imóvel.
É possível a impugnação (artigo 475-L) por analogia, sem efeito suspensivo.
Cumprido o mandado, encerra-se a execução.
Depósito (artigo 622): com o intuito de evitar a mora, o devedor poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser opor embargos.
Mandado de imissão ou de busca e apreensão: segue a forma do artigo 625, que dispõe o seguinte: não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel.
Perdas e danos: eventuais perdas e danos ocasionados pela inadimplência do devedor é tratado no artigo 627 da seguinte forma: o credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não lhe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. Caso não conste o valor no titulo, o credor poderá apresentar estimativa (parágrafo primeiro). Serão apurados em liquidação, o valor da coisa e os prejuízos (parágrafo segundo).
Benfeitorias (artigo 628): Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositará ao requerer a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.
Entrega de coisa incerta (artigos 629 a 631): a execução para entrega de coisa incerta está prevista no artigo 629 do CPC. Tem cabimento em casos de títulos que prevejam entrega de coisas determinadas pelo gênero e quantidade. Excluem-se da execução das obrigações de dar coisa incerta, naturalmente, as de dinheiro que, embora sendo fungíveis, soa objeto de execução própria, a de quantia certa.
Citação para entrega (artigo 629): nas obrigações de dar coisa incerta, a escolha, segundo o titulo, pode ser do credor ou do devedor.
Credor: se for do credor, deverá ele individualizar as coisas devidas na inicial da execução.
Devedor: se for o devedor, será este citado para entrega-las, individualizadas a seu critério.
Importante destacar que não se abre um processo incidente para apurar o que deve ser entregue.
Impugnação da escolha (artigo 630): tanto a escolha do credor quanto a do devedor pode ser impugnadas no prazo de 48 horas seguintes à manifestação de vontade.
Prazo para entrega do devedor: o prazo para escolha do devedor é o da citação para entrega, ou seja, dez dias.
Critérios de escolha: os critérios de escolha são os elencados no Código Civil em seu artigo 244, ou seja, o devedor não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
O juiz poderá valer-se de perito, caso haja necessidade. Assim, aplica-se as regras do artigo 630.
Superada a fase de individualização das coisa genéricas, o procedimento da execução será o mesmo observado na entrega de coisa certa (artigo 631).
Procedimento: conforme todo o exposto, podemos visualizar a execução da seguinte forma:
Pedido do credor.
Citação do devedor para entregar a coisa escolhida pelo credor ou pelo próprio obrigado, conforme o caso (artigo 629).
Impugnação à escolha em 48 horas (artigo 630). Após a impugnação, temos dois desdobramentos:
Julgamento de plano.
Nomeação de perito, caso seja necessário, seguindo as normas pertinentes ao artigo 630. Após os esclarecimentos necessários, o juiz deverá julgar.
Após o julgamento, prosseguimento conforme a execução por coisa certa (artigo 631).
Obrigação de fazer (artigo 632 a 638): obrigação de fazer é a que tem por objeto a realização de um ato do devedor. Enquanto que nas obrigações de dar a prestação incide sobre coisas, nas obrigações de fazer incide sobre o comportamento do devedor.
Fungibilidade nas prestações: antes de mais nada, é necessário esclarecer o que são prestações fungíveis e infungíveis.
Prestações fungíveis: são as obrigações que podem ser realizadas por terceiros. Sendo fungível a obrigação, poderá o credor executá-la especificamente, ainda que contrário à vontade de devedor. Utilizar-se-ão, para tanto, serviços de terceiros e o devedor ficará responsável pelos gastos respectivos (artigo 633 e 634).
Prestações infungíveis: é exatamente o contrário, quando a obrigação recai apenas na pessoa do devedor. Nesses casos, a recusa ou mora do devedor importa sua conversão em perdas e danos, gerando a execução pela obrigação subsidiária.
Fato prestado: Prestado o fato, o juiz ouvirá as partes no prazo de dez dias. Não havendo impugnação, dará por cumprida a obrigação. Em caso contrário, decidirá a impugnação (artigo 635).
Procedimentos: os procedimentos abaixo são apenas para títulos extrajudiciais, os títulos judiciais cumpre-se de acordo com o comando sentencial (artigo 461):
Execução das obrigações de fazer com base em títulos executivo extrajudicial (títulos fungíveis):
Pedido do credor.
Citação do devedor com prazo assinado pelo juiz (artigo 632). Nesse caso, temos duas hipóteses.
Caso o devedor realize a prestação: caso o devedor realize a prestação no prazo fixado (artigo 632), lavra-se o termo de entrega da obra ou serviço. Ato contínuo, o juiz fará a sentença de extinção da execução, nos termos do artigo 795.
Caso o devedor não realize a prestação (artigo 633): temos duas opções
O credor cobra perdas e danos e o processo toma forma de execução por quantia certa (artigo 633, § único).
Credor pode requerer a execução da obra à custa do devedor (artigo 634). Haverá a apresentação da proposta e o juiz dará cinco dias para o executado para realizar a obra ou poderá intimar as partes para uma audiência (artigo 634, § único).
Em qualquer das duas hipóteses arroladas acima, o juiz poderá solucionar eventuais impugnações. 
A contratação para a obraserá feita através de termo nos autos.
Em seguida, iniciam-se as obras.
De acordo com o § único do artigo 634, poderá haver adiantamento pelo exequente das quantias necessárias para o custeio da obra.
Se o executado não reembolsar, cobra-se do executado as quantias necessárias, sob a forma de execução por quantia certa. O credor pode requerer autorização para conclui-la ou repará-la (artigo 636). O contratante será ouvido em cinco dias e realizará a avaliação, cabendo ao executado pegar as despesas (artigo 636, § único).
Se o executado pagar as parcelas adiantadas. As obras continuam e, após concluídas, as partes falam em até 10 dias.
Se o credor receber a obra, vai se lavrar o termo e a execução será extinta (artigo 795).
Se o credor impugnar a obra, o juiz decidirá. Se reconhecida a imperfeição, aplica-se o artigo 636. Improcedente a impugnação, extingue-se a execução.
Execução das obrigações de fazer infungíveis:
Pedido do credor.
Citação do devedor para fazer pessoalmente a obra, no prazo que lhe for determinado (artigo 638).
Se o devedor cumpre a obrigação: lavra-se termo nos autos e a execução é extinta por sentença.
Se o devedor não cumpre a obrigação: haverá a conversão do processo em execução por quantia certa para cobrar a indenização cabível (artigo 638, § único).
Obrigação de não fazer (artigos 642 e 643): a obrigação de não fazer é uma exigência de abstenção. A prática do ato interdito, por si só importa inexecução total da obrigação. Surge para o credor o direito de desfazer o fato ou de ser indenizado quando seus efeitos forem irremediáveis.
Artigo 642: Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfaze‑lo.
Opções ao credor: diante a situação acima, o processo executivo tenderá a umas das seguintes opções: desfazer o fato à custa do devedor ou converta-la em perdas e danos (artigo 643, caput e § único). No primeiro caso, temos uma execução de prestação de fazer e, no segundo, uma de quantia certa.
9.5 – Execuções especiais:
Execução de sentença penal condenatória (artigo 63, CPP c/c 475-N, II, CPC): a prática de um crime eventualmente pode causar um prejuízo de ordem patrimonial à vítima, facultando-lhe o direito à reparação. Trata-se da aplicação do artigo 186 do Código Civil, dispondo que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, combinado com o artigo 927 do mesmo diploma, este preconizando que aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Prevista no artigo 63 do CPP, a ação civil ex delicto, tem como pressuposto básico uma sentença penal condenatória transitada em julgado, que o transforma em título executivo judicial, a teor do exposto no artigo 475-N, II, do CPC. Trata-se de ação de execução que apenas pode ser ajuizada contra quem tiver sido condenado no processo criminal, não alcançando corréus absolvidos ou corresponsáveis civis não acionados penalmente.
Na sentença penal condenatória, o juiz fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido. 
Contudo, nada impede à vítima de apurar o valor real de seu prejuízo. Pelo contrario, dispõe o paragrafo único do artigo 63 do CPP que transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
A legitimação para propor a ação civil ex delicto pertence ao ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. O Ministério Público poderá, a requerimento do ofendido, ajuizá-la caso o mesmo seja pobre e que o custo do processo atrapalhe seu sustento.
Se a sentença criminal condenatória for desconstituída por meio de revisão criminal, temos duas hipóteses:
Se a execução ainda estiver em curso no âmbito cível: o efeito executivo deverá ser extinto em face do desaparecimento do titulo executivo consubstanciado na sentença penal condenatória.
Se a execução já foi concluída: restará ao executado que já pagou o valor exigido recobrar o montante por ação de repetição de indébito.
O réu não será citado para apresentar resposta e sim intimado.
É necessária a liquidação por artigo.
Polêmicas:
Sentença transmitida em julgado: Somente comporta execução ex delicto, desde que transitada em julgado.
Conflito entre sentença cível penal: A doutrina entende que prevalece a penal porque esta já ser um título executivo. A penal é base para o civil, já a cível na é base para o penal.
Sentença absolutória: Em razão das excludentes de ilicitudes, não se gera penalidades por excludentes de culpa penal, todavia a absolvição penal não exclui a culpabilidade civil.
Execução de sentença arbitral: Não é considerada jurisdição por ser um direito privado, por esse motivo, sua natureza jurídica é um contrato, por ser pactuada entre as partes. O CPC o inclui no rol de títulos executivos, sem condicioná-la à homologação judicial. A lei equipara a sentença arbitral à sentença judicial, mas não atribui ao órgão arbitral competência executória, a qual fica inteiramente reservada ao Poder Judiciário (artigo 475-N, IV, do CPC).
A citação para pagamento será nos moldes do artigo 475-J.
A sentença arbitral é considerada sentença pela Lei 9.610/96. Porem, pela sua natureza jurídica não é, devido à sua força contratual, encaixando no direito privado.
Execução de sentença estrangeira: a eficácia dos julgados de tribunais estrangeiros só se inicia no Brasil após a respectiva homologação pelo STJ, sendo este o seu principal requisito. Sem essa medida judicial, que é de caráter constitutivo, a sentença estrangeira não possui autoridade em nosso território, em decorrência da soberania nacional, da qual é parte integrante a função jurisdicional. Porém, após a homologação, esta se torna um titulo executivo, nacionalizando-se o julgado.
Sua execução será possível segundo as regras estabelecidas para execução da sentença nacional da mesma natureza (artigo 484).
Na verdade, o titulo executivo será a carta de sentença extraída dos autos da homologação (artigo 484).
A competência para o processamento da execução será dos juízes federais de primeiro grau de jurisdição (artigo 109, X, CR/88).
A aplicação é a do artigo 475-J, com citação.
Execução contra a Fazenda Pública: considerada por parte da doutrina como execução imprópria. 
Artigo 730: Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras: 
O juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente; 
Far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.
Artigo 731: Se o credor for preterido no seu direito de preferência, o presidente do tribunal, que expediu a ordem, poderá, depois de ouvido o chefe do Ministério Público, ordenar o sequestro da quantia necessária para satisfazer o débito.
A citação para opor embargos será, de acordo com o artigo 730, de dez dias.
Não existe expropriação patrimonial, pois a Fazenda não possui patrimônio particular, sendo tudo considerado como patrimônio público.
Artigo 100 da CR/88 (pagamento): Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil,em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o §3º deste artigo.
No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
9.6 – Execução por quantia certa contra devedor insolvente: entende-se por insolvência a incapacidade financeira de determinada pessoa física, ou seja, pessoa natural falida.
Modalidades: existem duas modalidades de insolvência:
Insolvência efetiva: quando o patrimônio do devedor for menor que a dívida. De acordo com o artigo 748, dá-se a insolvência toda vez que as dívidas excederem à importância dos bens do devedor.
Insolvência presumida: de acordo com o artigo 750, a insolvência será presumida quando:
O devedor não possuir outros bens livres e desembaraçados para nomear à penhora;
Forem arrestados bens do devedor, com fundamento no art. 813, I, II e III.
Requisitos: os requisitos para a execução contra insolvente são:
Titulo executivo;
Mora;
Declaração de insolvência que revel a situação patrimonial do devedor de impotência para satisfazer integralmente todas as obrigações exigíveis.
Efeitos da declaração de insolvência: da declaração de insolvência decorrem efeitos análogos ao da falência do empresário. Os efeitos são: o vencimento antecipado de todas as dividas; a arrecadação de todos os seus bens penhoráveis, tanto os atuais como aqueles que vieram a ser adquiridos no curso do processo; e a execução coletiva ou juízo universal do concurso de credores.
Com a abertura da insolvência, o patrimônio do devedor passa a representar uma massa vinculada à satisfação da universalidade de credores e, por isso, será submetida à administração judicial.
O insolvente perde, também, a capacidade processual ou a de ser parte.
A declaração de insolvência não resolve os contratos bilaterais, competindo ao Administrador dar-lhe cumprimento, se houver conveniência para a massa.
Características da execução coletiva: as características do processo de insolvência são as seguintes:
A universalidade, por alcançar à execução a totalidade dos bens do devedor, constituindo a massa dos bens do insolvente.
O caráter de execução coletiva, pois ao juízo da insolvência concorrerão todos os credores do devedor comum (artigo 762) e nele será realizada a transferência forçada de toda a massa para o pagamento, em rateio com os concorrentes, com observação da par condicio creditorum.
A convocação geral dos credores, por editais (artigo 761, III) como medida de ampla oportunidade do estado de insolvência do devedor e como elementos delimitador da oportunidade de os credores reclamarem seus direito no juízo universal da insolvência, sob pena de perda da preferência de direitos a cota na realização dos ativos.
A nomeação de administrador para a massa, com poderes de representação, ativa e passiva, em juízo e fora dele, e com exclusão do devedor na gestão e disponibilidade de seus bens (artigo 752 e 763).
A extinção das obrigações do insolvente, ainda que não integralmente resgatadas (artigo 778).
Legitimação: tomando por base a provocação inicial do processo, a insolvência pode ser voluntária ou necessária. O Código de Processo Civil conhece as duas espécies de insolvência.
Insolvência requerida pelo devedor: diz o artigo 753 que a declaração de insolvência pode ser requerida: I - por qualquer credor quirografário; II - pelo devedor; III - pelo inventariante do espólio do devedor. 
No caso do inciso primeiro, estabelece-se um contraditório, ficando o credor promovente como sujeito ativo e o devedor como sujeito passivo, culminando a cognição em sentença de mérito que, acolhendo o pedido, constituirá para o demandado a situação de insolvente.Nos incisos II e III não há controvérsia ou contraditório, pois o próprio devedor, ou o seu espólio, reconhece o estado deficitário de seu patrimônio e pede o reconhecimento judicial.
Para fins de legitimação, a expressão devedor deve ser entendida em sentido amplo, podendo também o fiador, sócio solidário e equivalentes serem partes na demanda. 
O Código não prevê a declaração de insolvência feita de oficio pelo juiz. Caso o juiz o faça, sua decisão será nula.
Somente os não empresários podem se submeter ao regime de insolvência civil, sob o rito de execução por quantia certa contra devedor insolvente.
Insolvência requerida pelo credor: só o credor quirografário (aquele que na possui direito real ou privilegio especial) pode requerer a insolvência do devedor.
O credor privilegiado carece de interessa processual para propo-la, visto que sua preferencia é resguardada e executável, independente do juízo universal. Caso o credor quirografário já tenha se antecipado à execução, basta ao privilegiado lançar mão de execução singular ou de simples incidente na fase de pagamento (artigos 711 a 713). Contra as preferências de direito material, não prevalece a penhora (artigo 709, II).
Ao intentar com a decretação, o credor deve demonstrar os requisitos de execução: titulo executivo e inadimplemento. Porém, se faz necessário mais um requisito, pois o credor também deve demonstrar a insolvência do devedor, embora esse requisito pode ser demonstrado no curso do processo.
Caráter facultativo da ação concursal: não há obrigatoriedade para o credor promover a execução concursal, podendo fazê-la de forma singular. Mas, caso o credor tenha optado pela execução concursal, dela não poderá abrir mão, fazendo execução singular.
Insolvência de cônjuges: de acordo com o Código Civil, artigo 1666, as dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns. Ou seja, o cônjuge não pode ser obrigado a dispor de seus bens particulares para satisfazer as dividas do outro. Mas possuem essa faculdade, caso queiram, quer tomando para si a divida, quer aderindo ao vinculo obrigacional por meio de garantias, como o aval e a fiança.
Insolvência de ambos os cônjuges: a insolvência dos cônjuges está elencada no artigo 749, que dispõe que se o devedor for casado e o outro cônjuge, assumindo a responsabilidade por dívidas, não possuir bens próprios que bastem ao pagamento de todos os credores, poderá ser declarada, nos autos do mesmo processo, a insolvência de ambos.
Competência: a competência para julgar a autoinsolvência será a do juízo da comarca onde o devedor possui seu domicílio (artigo 760), sendo também este juízo para o caso de pedido de insolvência formulado pelo credor.
Formas de defesa: de acordo com o artigo 756 nos embargos, pode o devedor alegar:
Que não paga por ocorrer alguma das causas enumeradas nos arts. 741, 742 e 745, conforme o pedido de insolvência se funde em título judicial ou extrajudicial;
Que o seu ativo é superior ao passivo.
O devedor pode, também, fazer um depósito ilisivo, que é o depósito que afasta a insolvência.
Artigos 777 e seguintes (extinção das obrigações):
Artigo 777: A prescrição das obrigações, interrompida com a instauração do concurso universal de credores, recomeça a correr no dia em que passar em julgado a sentença que encerrar o processo de insolvência.
Artigo 778: Consideram-se extintas todas as obrigações do devedor, decorrido o prazo de 5 anos, contados da data do encerramento do processo de insolvência.
Artigo 779: É lícito ao devedor requerer ao juízo da insolvência a extinção das obrigações; o juiz mandará publicar edital, com o prazo de 30 dias, no órgão oficial e em outro jornal de grande circulação.
Artigo 780: No prazo estabelecido no artigo antecedente, qualquer credor poderá opor-se ao pedido, alegando que:
Não transcorreram 5 anos da data do encerramento da insolvência;
O devedor adquiriu bens, sujeitos à arrecadação (artigo 776).
Artigo 781: Ouvido o devedor no prazo de 10 dias, o juiz proferirá sentença; havendo provas a produzir, o juiz designará audiência de instrução e julgamento.
Artigo 782: A sentença, que declarar extintas as obrigações, será publicada por edital, ficando o devedor habilitado a praticar todos os atos da vida civil.
Fluxograma do processo de execução por quantia certa contra devedor insolvente
 
9.7 – Execução de alimentos: o alimento, em sentido amplo, abrange todo o necessário ao sustento, morada, vestuário, saúde e educação do ser humano, podendo-se acrescentar a este rol o lazer, qual é considerado também essencial para o desenvolvimento sadio e equilibrado de todo indivíduo (CR/88, artigo 227). Portanto os alimentos consistem, na prestação inerente a satisfação das necessidades básicas e vitais daquele que não pode custeá-las. Sendo que essa prestação pode ser devida por força de lei (Código Civil, artigo 1.694, prevista para parentes, cônjuges ou companheiros), de convenção (artigo 1920 do Código Civil), ou em razão de um ilícito (artigos 948, II, e 950 do Código Civil).
Possibilidades: existem duas possiblidades, previstas nos artigos 732 e 733 do CPC.
Artigo 732: A execução de sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme o disposto no Capítulo IV deste Título.
Parágrafo único: Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
Artigo 733: Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 a 3 meses.
O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
Titulo em que se embasa: a execução de alimentos embasa-se por sentença ou por acordo homologado em juízo.
Qualquer recurso ligado à execução de alimentos terá apenas o efeito devolutivo.
Totalidade de execução de prestação alimentícia: a execução de alimentos é modalidade de execução por quantia certa contra devedor solvente. Recebe tratamento especial em razão de ser natureza alimentar.
Por desconto em folha de pagamento: reza o artigo 734 que quando o devedor for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o juiz mandará descontar em folha de pagamento a importância da prestação alimentícia. A comunicação será feita à autoridade, à empresa ou ao empregador por ofício, de que constarão os nomes do credor, do devedor, a importância da prestação e o tempo de sua duração (parágrafo único). 
A pensão alimentícia será fixada através de sentença, que determinará seu desconto em folha.
O requerimento também poderá ser feito por petição, sem necessidade de outro processo.
Execução coercitiva (prisão): a prisão do devedor de alimentos está elencada no artigo 733, parágrafo primeiro, do CPC, quando este diz que na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 a 3 meses.
Possibilidade do não pagamento: para que o executado não seja preso, ele deve comprovar a impossibilidade do pagamento. Caso não for justificado, é necessário à prisão.
Com o pagamento, a execução será extinta.
10 – Defesas do executado:
10.1 – Defesas típicas e respostas do executado:
Embargos do devedor (execução ou executado): cabível contra titulo executivo extrajudicial.
Natureza jurídica: ação autônoma, cognitiva e incidental.
Procedimento: está caput e no parágrafo único do artigo736, quando este dispõe que o executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá

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