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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL RESUMO CAFÉ

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1. INÍCIO DA ECONOMIA CAFEEIRA
1.1. Decadência da Atividade Mineradora
Breve é o período de exploração dos recursos naturais das terras brasileiras, dado ao fator de escassez natural do ouro, que, embora tenha desenvolvido uma atividade extrativista promissora, não duraria muito, e a exploração das outras regiões do Brasil, como no caso da região Norte, deu resultados de expressão comercial mínima e em quantidades restritas, que não puderam ter suas bases ampliadas pela agricultura.
1.2. Resurgimento da Atividade Agrícola
- Declíneo da atividade mineradora por causas naturais (escassez);
- Expansão da população Européia, que criava novos mercados para os produtos agrícolas produzidos no Brasil (em especial o café, tido como artigo de luxo);
1.2.1. Situação do Brasil nessa época:
- Crescimento da população vegetativa;
- Estagnação comercial (única saída = alinhar-se ao comércio internacional);
- falta de autonomia tecnológica;
- Situação fiscal precária + falta de credibilidade no mercado financeiro;
- Necessidade de encontrar produtos de exportação que tivesse como fator básico de produção a terra; obs: quase não havia capital para financiar e a mão-de-obra escrava era escassa.
	Na metade do século XVIII, o café (que tinha sido introduzido no começo do século e era cultivado por toda parte para fins de consumo local) assume importância comercial quando ocorre a falta de preços causada pela desarticulação da produção na colônia francesa do Haiti. Ao transformar o café em produto de exportação, o desenvolvimento de sua produção se concentrou na região montanhosa do vale do Paraíba (entre São Paulo e Rio de Janeiro), onde já existia uma relativa abundância de mão-de-obra consequente da atividade mineradora e era uma região próxima dos portos, o que permitia a fácil escoação do produto para os mercados internacionais, caracterizando a primeira fase da expansão cafeeira pelo reaproveitamento dos recursos preexistentes e subutilizados das economias canavieiras e mineiras.
1.3. Características principais da Economia Cafeeira
- Recursos preexistentes e subutilizados;
- Mão-de-obra escrava (provida da economia mineradora);
- Grau de capitalização muito mais baixo que a economia canavieira;
- Utilização da terra em minifúndio;
- Necessidade muito menor de reposição do capital (cultura permanente, ou seja, ao colher o café, não havia necessidade de replantar a terra, o que já poupava tempo e capital);
- formação de uma nova classe empresária formada por homens da região (na economia açucareira a classe empresária era formada por grupos situados em Portugal e Holanda, na economia cafeeira essa classe era formada desde o começo por homens com experiência comercial que acumularam alguns capitais no comércio e transporte e passaram a interessar-se pela produção do café);
- permanência do eixo dinâmico da economia na região sudeste do país, com o Rio de Janeiro representando o principal mercado de consumo do país e sendo abastecido pelos núcleos de população rural do sul de Minas (desenvolvimento das atividades produtivas desses núcleos);
- subordinação da entidade política aos interesses de um grupo econômico: A proximidade da região de desenvolvimento da atividade cafeeira com a capital do país constituía uma grande vantagem para os dirigentes da economia cafeeira, que compreendiam a enorme importância que o governo podia ter como instrumento de ação econômica.
2. O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA
	Um problema incial da expansão da economia cafeeira se dá pela inelasticidade da oferta de trabalho, cuja a mão-de-obra usada, a escrava, apresentava uma taxa de mortalidade bem superior à taxa de natalidade devido a extrema precariedade das condições de vida. A redução do abastecimento de africanos e a elevação do preço dos escravos haviam provocado uma intensificação na utilização da mão-de-obra, o que gerou um desgaste ainda maior da população escrava. Uma solução era a alocação de mão-de-obra vinda das economias de subsistência, porém, devido a dispersão dessas economias no território brasileiro, o transporte de mão-de-obra exigia uma grande mobilização de recursos, o que causava prejuízo das regiões que já estavam operando com rentabilidade reduzida.
Na Europa, a difusão da industrialização no século XIX causava uma desagregação de sucessivos segmentos econômicos preexistentes, e a medida que as novas técnicas de produção era implementadas, a mão-de-obra era realocada para alimentar o setor mecanizado, o que comprometia a oferta de mão-de-obra para as colônias. Com essa modernização da produção, houve uma intensificação do processo de urbanização, facilitando a assistência médica e social, que contribuía para um crescimento vegetativo da população, o que aumentava o nível de desemprego e reduzia os salários, levando a uma piora nas condições de vida da classe assalariada europeia. Como solução alternativa, sugeria-se fomentar uma corrente de imigração européia para as grandes lavouras, tendo em vista o enorme fluxo de população da Europa que espontaneamente se dirigia para os Estados Unidos. O problema era que a vida econômica das colônias no Brasil era extremamente precária, pois não havia mercado para os excedentes de produção, o setor monetário se atrofiava e a colônia regredia para um sistema econômico rudimentar de subsistência. Por isso, como forma de atrair os imigrantes para a colônia no Brasil, o governo imperial financiava a operação, pagando o transporte e os gastos com a instalação e promovia obras públicas artificiais para ofertar emprego aos colonos, e quase sempre, após instaladas, as colônias ficavam entregues as suas próprias forças e involuiam em simples economias de subsistência. 
Para que as colônias chegassem a constituir um êxito como política imigratória e atraíssem pelo exemplo correntes espontâneas de povoamento, teria sido necessário que as mesmas se dedicassem de imediato a atividades produtivas rentáveis. A produção para exportação estava organizada no sistema de grandes plantações, exigindo uma imobilização de capital que não era acessível aos colonos em sua etapa de instalação, e se se decidicem a plantar café, os colonos teriam que concorrer com empresas que exploravam a mão-de-obra escrava. Reconhecendo que a política de colonização do governo imperial em nada contribuía para solucionar o problema da mão-de-obra, o senador Vergueiro se decidiu a contratar diretamente trabalhadores na Europa, conseguindo do governo o financiamento do transporte e tranferindo famílias de camponeses para a sua fazenda. Tal ideia era uma simples adaptação do sistema que se organizou a emigração inglesa para os Estados Unidos. No Brasil, o custo real da imigração corria totalmente por conta do imigrante. O Estado financiava a operação, o colono hipotecava o seu futuro, firmando um contrato pelo qual se obrigava a não abandonar a fazenda antes de pagar a dívida em sua totalidade, e o fazendeiro ficava com todas as vantagens, transformando assim o sistema numa forma de servidão temporária, a qual não tinha um limite de tempo fixado, se tornando num tipo de escravidão disfarçada.
A pressão causada pela alta dos preços do café e do algodão no mercado mundial exigia mudanças amplas, começando pelo sistema de pagamento ao colono, onde era firmado uma relação de parceria, cabendo-lhe metade do risco que corria o grande senhor de terras. A partir da metade do século XIX, introduziu-se um sistema misto onde o colono garantia a parte principal da suas renda, recebendo um salário monetário anual pela realização de sua tarefa e um complemento pago no momento da colheita. O governo imperial passou a encarregar-se dos gastos do transporte dos imigrantes, cabendo apenas ao fazendeiro cobrir os gastos do imigrante durante o seu primeiro ano de atividade, lançando assim, as bases para a formação da grande corrente imigratória que tornaria possível a expansão da produção cafeeira no estado de São Paulo.
- Nessa época: Abolição da escravidão → Migração de mão-de-obra em direção às novas regiões emrápida expansão – devido a possibilidade de utilização de terras a maior distância com a introdução da estrada de ferro, as quais podiam pagar salários substancialmente mais altos. Com efeito, a abolição provocou uma efetiva redistribuição da renda em favor da mão-de-obra.
- Efeito sobre a utilização dos fatores: redução do grau de utilização da força de trabalho, a medida em que o antigo escravo poderia “comprar” o tempo de folga. Na antiga região cafeeira, onde, para reter a força de trabalho, foi necessário oferecer salários relativamente elevados, observou-se de imediato um afrouxamento nas normas de trabalho, onde o antigo escravo podia satisfazer seus gastos de subsistência com dois ou três dias de trabalho por semana.
3. NÍVEL DE RENDA E RITMO DE CRESCIMENTO
	Sendo o comércio exterior o setor dinâmico do sistema econômico, o desenvolvimento da segunda metade do século XIX não se estendeu a todo o território do país. No Nordeste, a população do sistema exportador e a população das economias de subsistência cresceram com igual intensidade, permanecendo estável o nível de renda per capita nessa segunda. Admitindo-se uma transferência de população do sistema exportador para o de subsistência, a renda média brasileira entrou em declínio devido a baixa produtividade desse setor. O setor de subsistência encontrou um mercado dentro do país capaz de absorver seus excedentes de produção, podendo assim expandir a faixa monetária das atividades produtivas de alguns setores. A região das colônias se benecifiou dessa expansão do mercado interno, colocando alguns produtos de qualidade e expandindo as zonas urbanas devido aumento da produtividade no setor pecuário.
	Observando mais de perto a região cafeeira, comprovam-se grandes movimentos demográficos dentro da mesma. A região que se integra na produção cafeeira no último quartel do século XIX apresenta a taxa extraordinária de 3,6%, pondo em evidência que o desenvolvimento da região cafeeira se realizou, durante essa etapa, com transferência de mão-de-obra das regiões de mais baixa produtividade. A rápida expansão do mercado interno na região cafeeira teria de repercurtir muito favoravelmente na produtividade do setor de subsistência, tal que a transferência de mão-de-obra do setor de subsistência para o cafeeiro significava que a importância relativa destes estava aumentando.

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