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Sumário 1. Ação de Representação 2. Agravo de Execução 3. Agravo de Instrumento 4. Agravo Regimental 5. Alegações Finais com Preliminar 6. Alegações Finais - Crime de Ameaça 7. Alegações Finais - Estelionato 8. Alegações Finais - Furto 9. Alegações Finais - Porte Ilegal de Arma 10. Alegações Finais - Tráfico de Drogas 11. Alegações Finais com Preliminar - Crime Praticado por Funcionário Público 12. Alegações Finais de Defesa (Inexistência de Provas da Autoria) 13. Alegações Finais - Furto Qualificado 14. Alegações Finais de in dubio pro reu - inexistência de provas 15. Alegações Finais - Crime Ambiental 16. Alegações Finais - Porte Ilegal de Armas 17. Alegações Finais do Querelante 18. Alegações Finais do Querelado 19. Apelação 20. Apelação 21. Apelação com Preliminar de Prescrição Retroativa 22. Apelação 23. Arresto 24. Arresto Prévio 25. Arresto Prévio 26. Arresto 27. Arresto 28. Auto de Prisão em Flagrante 29. Carta Testemunhável 30. Correição Parcial 31. Defesa Preliminar 32. Embargos Declaratórios 33. Embargos Infringentes e de Nulidade 34. Exceção da Verdade 35. Exceção de Coisa Julgada 36. Exceção de Ilegitimidade 37. Exceção de Incompetência 38. Exceção de Litispendência 39. Exceção de Suspeição 40. Extinção da Pena 41. Habeas Corpus (Modelo 1) 42. Habeas Corpus (Modelo 2) 43. Habeas Corpus (Modelo 3) 44. Habeas Corpus (Modelo 4) 45. Habeas Corpus (Modelo 5) 46. Habeas Corpus com Pedido de Liminar (Modelo 6) 47. Habeas Corpus (Modelo 7) 48. Incidente de Falsidade Documental 49. Incidente de Insanidade Mental 50. Indulto Natalino 51. Levantamento de Fiança 52. Liberdade provisória 53. Liberdade provisória Mediante Fiança 54. Liberdade provisória sem Fiança 55. Liberdade provisória sem Fiança 56. Liberdade provisória sem Fiança 57. Pedido de Relaxamento de Flagrante e Liberdade provisória 58. Liberdade provisória Com ou Sem Fiança c/c Relaxamento de Flagrante 59. Pedido de Conversão de Liberdade provisória mediante Fiança para Liberdade provisória sem Fiança 60. Livramento Condicional 61. Memoriais 62. Notitia Criminis 63. Pedido de Diligência em Inquérito Policial 64. Pedido para Aguardar o Recurso de Apelação em Liberdade 65. Pedido de Extinção de Punibilidade 66. Pedido de Nulidade do Auto de Prisão em Flagrante por Inexistência de Queixa 67. Pedido de Prisão Albergue 68. Pedido de Prisão Domiciliar 69. Pedido de Prisão Especial 70. Pedido de Prisão Especial 71. Pedido para Preso Livrar-se Solto 72. Pedido de Restituição de Fiança 73. Prescrição Executória 74. Petição de Renúncia 75. Progressão de Regime 76. Prescrição Penal 77. Recurso em Sentido Estrito 78. Recurso Extraordinário e Especial 79. Recurso Ordinário de Habeas Corpus 80. Relaxamento de Prisão em Flagrante 81. Relaxamento de Prisão em Flagrante 82. Relaxamento de Prisão em Flagrante 83. Relaxamento de Prisão em Flagrante 84. Perempção 85. Queixa-Crime 86. Queixa-Crime 87. Queixa-Crime por Delito de Dano Qualificado 88. Queixa-Crime Substitutiva da Denúncia 89. Recurso em Sentido Estrito (Arbitramento de Fiança) 90. Recurso em Sentido Estrito 91. Recurso contra Sentença de Pronúncia - Artigos 581, IV e 588 do CPP 92. Recurso Endereçado ao Delegado Geral de Polícia para a Instauração de Inquérito Policial 93. Recurso Ordinário ao STJ 94. Requerimento de Diligências Feito pelo Indiciado 95. Requerimento para Instauração do Inquérito Policial Feito pelo Ofendido 96. Requerimento de Instauração de Inquérito Policial Feito por Procurador do Ofendido 97. Requerimento para a Instauração do Inquérito Policial feito por Representante legal do Ofendido 98. Resposta à Acusação 99. Resposta à Acusação 100. Resposta do Réu 101. Revisão Criminal 102. Revisão Criminal 103. Revisão Criminal 104. Revogação da Prisão Preventiva 105. Revogação de Prisão Preventiva e Liberdade Provisória 106. Revogação da Prisão Temporária 107. Sequestro 108. Sequestro (Embargos) 109. Sequestro (Embargos) 110. Sequestro (Pedido de Levantamento) MODELOS PRÁTICOS Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 1. Ação de Representação É a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal quanto ao interesse em que a ação penal seja iniciada. Está prevista no art. 39 do Código de Processo Penal Brasileiro. O direito de representação pode ser exercido no prazo de seis meses, contados do dia em que o ofendido ou seu representante legal soube quem é o autor do crime. Não se conta o prazo a partir do crime, mas da descoberta de seu autor. De acordo com o art. 10 do Código Penal Brasileiro, na contagem do prazo inclui-se o dia do começo (ao contrário da regra comum no processo civil, onde a contagem começa no dia útil seguinte). EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE ____________ - ___. ____________, brasileira, solteira, ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, ____________ - ___, vem perante V. Exa., por seu procurador ao fim assinado, nos termos do incluso instrumento de mandato (Doc. 1), o qual recebe intimações a Rua ____________, n° ___, sala ___, bairro ____________, CEP ______-___, Fone/Fax: (__) ___-______, na cidade de ____________, UF, nos termos do art. 5º, inciso II do CPP e Lei nº 9.099/95, apresentar REPRESENTAÇÃO CRIMINAL, contra ____________, brasileiro, casado, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, ____________ - ___, pelos seguintes fatos que passa a relatar: 01 – A representante foi vítima do representado por delitos de ameaça e perturbação da tranquilidade, cujo Processo Criminal registrou o nº ____________, no Juizado Especial desta Comarca. 02 – No dia ___ de __________ de ______, durante a audiência de transação penal, ____________ aceitou a proposta do digno representante do MP, de aplicação de 03 (três) meses de prestação de serviços à comunidade, consoante termo homologado pela Exma. Sra. Dra. Julgadora, cuja cópia segue nos autos. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 03 – Além da reprimenda imposta a ____________, o mesmo foi alertado para que não molestasse mais a representante, a qual exerce a atividade de ____________, na empresa ____________. 04 – Também foi recomendado ao representado, como medida orientadora, para que procurasse um profissional da área psiquiátrica, a fim de submeter-se a uma avaliação e tratamento. 05 - ____________ não tomou providência alguma para conter suas pretensões descabidas e perturbadoras e, para surpresa da representante, no dia ___ de ____________ de ____, por volta das ______ horas, voltou a fazer ligações para a empresa ____________, local de trabalho da vítima, insistindo através de uma das telefonistas, para falar coma a representante. A situação só foi amenizada após a vítima conversar com o representado, ouvindo o seguinte: "Sou eu ____________, mas não te preocupe, o que eu quero agora é uma vaga para trabalhar aí....". Isto se repetiu por diversas vezes. 06 - A vítima, Sra. Julgadora, está temerosa, amedrontada com esta situação. Em virtude do acontecimento ocorrido anteriormente, a representante está correndo risco de vida, pois a qualquer momento pode vir a sofrer um mal injusto e grave por parte de ____________, que mesmo com passagem recente peloJuizado Especial Criminal, não teve sua intenção delitiva amenizada. 07 - Pelo que se depreende da conduta do representado, no decorrer do Processo Criminal nº ____________ e pela brevidade com que voltou a perturbar a vítima em seu local de trabalho, não restam dúvidas de que ____________ é incapaz de controlar suas atitudes diante de uma situação, pois sua conduta causa riscos à vida não só da vítima, como também de qualquer pessoa da comunidade. Pelo exposto, requer o seguinte: a) o recebimento da presente representação criminal pelo delito do art. 65 da LCP; b) a instauração de processo criminal visando a condenação do representado; c) a determinação urgente de exame de insanidade mental, nos termos do art. 149 e seguintes do CPP, com o recolhimento de ____________, ao IPF, antes que cometa um fato mais grave contra a vítima. Nestes Termos Pede Deferimento. Local e data. Advogado OAB n° Rol de Testemunhas Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 2. Agravo de Execução EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___________. Execução criminal n° 00/10 FULANO DE TAL qualificado nos autos que se acha preso e recolhido na Cadeia Pública desta cidade, à disposição da Justiça Pública, vem, por intermédio de seu advogado e bastante procurador infra-assinado, instrumento de procuração anexo, fls... interpor o presente agravo de execução por não se conformar, data venia com a R. decisão de fls... do apenso de prisão-albergue e requerer, caso Vossa Excelência mantenha a decisão de indeferimento do pedido de concessão do regime aberto, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Alçada Criminal, oferecendo, desde já, as razões de agravo conforme documento anexo. Termos em que, P. Deferimento. Local e data. Assinatura do advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Razões do agravo Egrégio Tribunal de Alçada Criminal Colenda Câmara O agravante pleiteou o benefício do regime aberto perante o MM. Juízo de primeira instância, sendo indeferido. Entretanto, o sentenciado preenche todos os requisitos para que cumpra o restante da pena privativa de liberdade sob o benefício do regime aberto, pelo seguinte: 1. Atualmente, o sentenciado está cumprindo pena em regime semiaberto, benefício este a que fez jus quando cumpriu 1/3 da pena em estabelecimento prisional em regime fechado. 2. No dia.../.../... cumpriu 1/6 do total da pena privativa de liberdade, o que é requisito essencial para que se dê a progressão de regime e uma vez que preenche todas as condições previstas no art. 114 da Lei de Execuções Penais (LEP), não pode ser negado tal benefício. 3. O sentenciado tem emprego imediato e garantido na Construtora _____, estabelecida nesta Comarca de _____, consoante faz prova com a carta de oferecimento de emprego expedida pelo Departamento de Recursos Humanos daquela empresa fls...; sua folha de antecedentes criminais evidência a inexistência de qualquer outro crime, fls...; apresenta boa conduta carcerária, conforme atestado fornecido pela digna autoridade policial Diretora da Cadeia Pública desta comarca. Fls..., e os exames a que foi submetido dão evidência de que o mesmo apresenta condições de se reintegrar à sociedade, fls... Ex positis, é medida de justiça que se lhe conceda o benefício do regime aberto. Local e data. Assinatura do advogado – OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 3. Agravo de Instrumento O agravo de instrumento é cabível contra despacho do Presidente de Tribunal ao indeferir recurso para o STF ou STJ, ou quando esse despacho não for prolatado, sem justificativa, no prazo de 30 (trinta) dias, e quando a remessa de um processo para o Tribunal Superior for retardada sem justificação. O rito é o mesmo admitido ao antigo agravo no cível, devendo ser interposto no prazo de 10 (dez) dias com a nova redação que a Lei nº 11.187/05 deu ao art. 522 do CPC e deve ser interposto por petição, podendo o presidente do tribunal receber e mandar processar para subir ao STF ou ao STJ ou retratar-se, acolhendo o recurso anteriormente negado e mandando processá-lo. Há, ainda, seguindo o mesmo rito, o recurso de agravo nos casos tratados nos incisos XII, XVII, XIX, XX, XXI, XII, XIII e XXIV do art. 581 do CPP, os quais, em virtude da Lei de Execução Penal, art. 197, deixaram de se elencar entre as situações que permitem o recurso em sentido estrito, por estarem na fase de execução, após o trânsito. Lei n° 7.210/84 Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. JURISPRUDÊNCIA Agravo de instrumento - Interposições contra despacho que inadmite recurso extraordinário - Pedido de vista dos autos para apresentação de memorial negado ao recorrente - Admissibilidade - Ato de deliberação do relator - Agravo regimental improvido (STF) - RT 614/408. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE________ JOÃO, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de________, portador (a) do CIRG nº ______e do CPF nº_______, residente e domiciliado (a) na Rua____, nº_________, Bairro_______, Cidade_______, Estado______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua________, nº________, Bairro________, Cidade_________, Estado_____, onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos presentes autos de Recurso Especial Criminal nº____, em face da decisão de fls_________à presença de Vossa Excelência interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO "Ex positis", requer seja reformada a decisão agravada na oportunidade do juízo da retratação, em assim não ocorrendo, após as formalidades de estilo, requer seja julgado o presente recurso ao tribunal ad quem. Nesses Termos, Pede Deferimento. Local e data. Advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA JOÃO, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de_______, portador (a) do CIRG nº__e do CPF nº_________, residente e domiciliado (a) na Rua______, nº____, Bairro____, Cidade_____, Estado______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua____, nº____, Bairro____, Cidade____, Estado_____, onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos presentes autos de Recurso Especial Criminal nº____, em face da decisão de fls.____ à presença de Vossa Excelência interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO COLENDA CORTEEMÉRITOS JULGADORES DOS FATOS A decisão agravada nega seguimento ao recurso com base na inexistência de transcrição integral de acórdãos que demonstrem a divergência jurisprudencial havida. Ocorre, porém, que o translado das ementas dos referidos acórdãos, por si só, já caracteriza a divergência como exigida, dispensando assim a transcrição na íntegra dos acórdãos, o que seria em demasiado formalista e não alteraria a essência de tal demonstração, conseguindo-se, desta forma, alcançar o objetivo desejado. DO DIREITO As ementas citadas cumpriram com o seu objetivo de demonstrar divergência jurisprudencial, visto que estas reproduziram fiel e inequivocamente os seus respectivos acórdãos em seus conteúdos fundamentais. Senão vejamos: Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Neste sentido, tem-se o pensamento de SAMUEL MONTEIRO: "Todavia, além da decisão sábia, contrária a esse formalismo, cabe aqui ponderar que: b) outras vezes, do paradigma só é relevante a própria ementa, quando traduz com precisão o tema relevante do acórdão; c) dentro desse contexto, que interesse há em obrigar-se o recorrente a longas infrutíferas transcrições de trechos do acórdão paradigma, se dele aproveita-se apenas a ementa? d) ademais, se o paradigma é reproduzido no repositório oficial ou no repositório autorizado, e a ementa do paradigma satisfaz o teor fundamental do acórdão, já não está na hora de se abandonar o formalismo burocrático exagerado que poda e tolhe a garantia constitucional do acesso ao STJ?" (RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO, 1ª ed., Hemus Editora Limitada, 1992). Portanto, deve-se ter em mente o objetivo maior do recurso especial que é o de assegurar o cumprimento de um direito constitucional, para que através de uma análise mais profunda de uma determinada questão seja possível chegar a uma verdadeira Justiça. Assim, a recorrente, mesmo não tendo reproduzido os acórdãos na íntegra, não pode ter seu direito cerceado mais uma vez, mesmo porque, não se fugiu ao sentido real do recurso especial. DOS PEDIDOS Em face das razões delineadas, comprovado restou que a decisão agravada deve ser integralmente reformada, dando-se provimento total ao recurso especial em tela. Nesses Termos, Pede Deferimento. Local e data. Advogado – OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 4. Agravo Regimental O agravo regimental equivale ao agravo inominado quando os tribunais funcionam como instâncias superiores e não com competência originária. O rito é idêntico ao do agravo inominado, podendo ser interposto não só contra despacho do relator, como também do presidente. JURISPRUDÊNCIA Exceção de incompetência do tribunal - Agravo Regimental interposto pelo assistente do Ministério Público ao despacho do juiz - Legitimidade recursal - Hipótese em que a exceção pode até mesmo ser declarada de ofício pelo magistrado em qualquer fase do processo - Inteligência da Súmula 210 (STF)- RT 626/399. Excelentíssimo Senhor Desembargador ____, DD. Relator do Habeas Corpus nº____, do Egrégio Tribunal de Justiça de_____________. LUCIO, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 858 e seguintes do Regimento Interno do E. Tribunal de Justiça de________, opor AGRAVO REGIMENTAL contra a respeitável decisão de fls.____, pelos seguintes motivos: I. DA HIPÓTESE EM EXAME LUCIO, acusado da prática de estupro (art. 213, CP), ingressou com o Habeas Corpus nº____, no dia ____, distribuído e julgado pela ____.ª Câmara Criminal desse E. Tribunal, pleiteando a revogação de sua prisão preventiva, decretada pelo MM. Juiz da ____.ª Vara Criminal da Comarca de ____, por ocasião do recebimento da denúncia, baseado no fato de estar ele ameaçando testemunhas, durante a fase de investigação policial, logo, por conveniência da instrução criminal (art. 312, CPP). A ordem foi denegada, pois entendeu a Colenda Corte que a razão estava com o magistrado de primeira instância, uma vez que Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier havia relatos de testemunhas, colhidos no inquérito, no sentido de estar o indiciado buscando saber o que elas iriam dizer quando fossem ouvidas pela autoridade policial. O agravante entende, com a devida vênia, que o anterior habeas corpus foi injustamente denegado, uma vez que jamais ameaçou testemunha alguma, mas apenas conversou com algumas delas sobre os fatos que lhe foram imputados. E assim agiu por desespero, certo de que é inocente da acusação da prática de estupro, porém com ingenuidade, nunca supondo que tal situação fosse comprometer o seu direito constitucional de aguardar o julgamento em liberdade, em face da presunção de inocência. Ocorre que, ultrapassada grande parte da instrução em juízo, ouvidas as testemunhas de acusação e iniciando-se a colheita da prova de defesa, verificou-se que as mencionadas testemunhas arroladas pelo Ministério Público não confirmaram as eventuais ameaças que teriam sido feitas pelo réu, ora impetrante. Ademais, além de não terem sido ratificados, sob o crivo do contraditório em instrução judicial, os anteriores depoimentos colhidos na fase policial, pode-se constatar que a prova da acusação findou. Não subsiste, pois, motivo para a perpetuação da prisão preventiva do impetrante. Ingressando com novo pedido de habeas corpus, Vossa Excelência, entendendo tratar-se de mera reiteração do anterior, fundado no art. 202, XII, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça, indeferiu, liminarmente, o processamento da ação. Com a devida vênia, equivocou-se Vossa Excelência, pois este habeas corpus cuida de tema novo, baseado em situação fática diversa. II. DOS MOTIVOS PARA A RETRATAÇÃO OU PARA A REFORMA DA DECISÃO PELA TURMA JULGADORA O impetrante não havia ameaçado nenhuma das testemunhas arroladas pela acusação, muito embora ele jamais tenha negado que as abordou, em lugar público, indagando-lhes, ingenuamente, o que iriam dizer quando fossem, oficialmente, ouvidas. Não deveria tê-lo feito, é verdade, guardando a devida distância de todos os que iriam depor. Atuou desorientado, mas sem qualquer agressividade ou tom ríspido. Dessa situação, pois, não se pode extrair a conclusão de que houve ameaça, colocando em risco a lisura da instrução criminal e prejudicando a colheita da prova. A prisão preventiva, decretada por ocasião do recebimento da denúncia, foi açodada e injustificada, porém mantida pela ____.ª Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça, decisão contra a qual não se insurgiu o impetrante. E não o fez aguardando o momento próprio para, novamente, pleitear sua liberdade, pois havia a certeza de que as testemunhas não confirmariam, diante do juiz, terem sido ameaçadas pelo réu. Foi exatamente o que se deu. Este é o fato novo, merecedor de apreciação por essa Colenda Corte. O impetrante, primário e sem antecedentes, com emprego e residência determinados, deve ser considerado inocente até o trânsito em julgado de eventual sentença condenatória, motivo pelo qual tem o direito de permanecer em liberdade, não havendo sentido manter-se a sua custódia cautelar. Não há o preenchimento das condições previstas no art. 312 do Código de Processo Penal para a decretação e manutenção da prisão preventiva. O único fundamento que foi invocado – a pretensa ameaça a testemunhas – desfez-se porcompleto. Por derradeiro, nunca é demais lembrar que a liberdade é a regra, constituindo a prisão cautelar, a exceção. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier III. DO PEDIDO Ante o exposto, restando evidente o prejuízo para o impetrante na manutenção da prisão preventiva, bem como tendo ocorrido fato novo, ainda não apreciado pelo E. Tribunal de Justiça, aguarda-se a retratação de Vossa Excelência em relação ao indeferimento liminar do processamento do Habeas Corpus nº ____, para que seja julgado, quanto ao mérito, pelo Colegiado ou, se assim não for o entendimento adotado, espera-se seja o presente recurso submetido à apreciação da Douta Turma Julgadora, nos termos do art. 860 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça, para que seja reformada a decisão de indeferimento liminar do habeas corpus impetrado. Termos em que, Pede deferimento. Local e data. Advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 5. Alegações Finais com Preliminar EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _____________________ Processo n° 00/10 Cartório do 1° Ofício Criminal FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, que lhe move a Justiça Pública, em tramite perante esse E. Juízo e respectivo Cartório, sob o número supra, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado e bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), que a esta subscreve, a fim de apresentar suas alegações finais consoante dispõe o art. 404, parágrafo único do CPP, nos seguintes termos: PRELIMINARMENTE: NULIDADE EM PROCEDIMENTO ESPECIAL. CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. Consoante se pode observar às fls... ao acusado é imputada a prática do crime previsto no art. 321 do CP, sob a rubrica “advocacia administrativa”. Trata-se de crime de responsabilidade de funcionário público ao qual se impõe o rito processual estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP. Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. A ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER ensina que: “... a falta de notificação resulta em nulidade absoluta, pois impede a realização de fase essencial para a defesa do réu, mesmo que anterior ao recebimento da acusação. O fato de o acusado poder, depois, durante o desenvolvimento da relação jurídica processual, efetivar a sua defesa não afasta a nulidade, pois não é possível saber se, com a resposta antecipada, não poderia ter evitado a instauração da causa. Ademais, há, na espécie, interesse público da Administração em não ver seus funcionários indevidamente processados”. É essa a orientação seguida pelos nossos Tribunais, afirmando tratar-se de nulidade absoluta, porque desse modo ficaria de forma irremediável afetado o direito de defesa, entendimento defendido em diversas jurisprudências, entre as quais: RT 523/316, 527/305, 551/342, 561/326. Analisando os autos pode-se verificar que o acusado não foi notificado, nos termos do art. 514 do CPP, omissão esta que anula todos os atos processuais praticados até agora. Se por acaso não for esse o entendimento desse E. Juízo, o que se pode admitir apenas a título de argumentação, no mérito não há como se condenar o acusado. O tipo exige que o réu pleiteie, defenda interesse alheio, aproveitando-se das facilidades que sua condição de funcionário público lhe proporciona. Assim sendo, em momento algum restou provada essa atitude por parte do acusado, remanescendo assim a dúvida, motivo pelo qual se impõe a aplicação do princípio básico do Direito Penal, “in dúbio pro reo”, com a consequente absolvição do acusado por falta de provas, por se tratar da mais lídima JUSTIÇA. Termos em que, P. Deferimento. Local e data. Assinatura do advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 6. Alegações Finais - Crime de Ameaça EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______________________________ ________________, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ________, portador (a) do CIRG nº _________ e do CPF nº _________, residente e domiciliado (a) na Rua _________, nº _____, Bairro _________, Cidade _________, Estado _________, por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que responde pelo crime de ameaça, à presença de Vossa Excelência propor ALEGAÇÕES FINAIS pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DOS FATOS O acusado foi denunciado pelo suposto cometimento do delito previsto no artigo 147 do Código Penal, porque no dia ____ de ______ de ________, por volta das _____ horas e ______ minutos, na rua __________, nº __________, nessa cidade, teria ameaçado sua amásia, a Sra. __________. Finda a colheita de provas, em suas Alegações Finais pugna a Ilustre Representante do Ministério Público pela condenação do réu na sanção do dispositivo citado. O pleito todavia, não merece acolhida, fazendo-se imperativa a absolvição do réu. De fato, a prática delitiva não restou comprovada, uma vez que a palavra da vítima no contexto soa contraditória e isolada, haja vista que sequer compareceu em Juízo para confirmar as alegadas ameaças, firmando a convicção de além de não desejar a condenação do acusado, ter se arrependido da representação para a ação penal. O acusado e sua amásia vivem em harmonia, não havendo razão para sua condenação. Pelo contrário, a aplicação de qualquer sanção penal a essa altura importa em punição não apenas a __________, mas também e sobretudo a sua amásia __________, de sorte que perde razão de ser (porque não dizer o objeto) a ação penal pelo crime de ameaça quando as partes não mais encontram-se em desavenças. Mesmo que assim não fosse, cabe asseverar que apenas a prova produzida no inquérito policial apresenta-se despicienda de força a ensejar a condenação, máxime quando ela está em total descompasso com os fatos processados em juízo. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Com efeito, no caso em análise restou isolada a declaração da testemunha __________ (única por sinal ouvida em Juízo) apresentando-se em realidade lacônico quando assevera: ainda vivem como se fossem marido e mulher. (...) ________ parece-me que os três filhos continuam na casa deseu pai __________ (fls. 51). DO DIREITO "Não se justifica decisão condenatória apoiada exclusivamente em inquérito policial pois se viola o princípio constitucional do contraditório - STF (RTJ 59/786 e 67/74). No mesmo sentido, TJSP: RT 666/274; RJTJERGS 152/150: TARS: JTAERGS 80/124" (Júlio Fabbrini Mirabete, Código de Processo Penal Interpretado, pág. 39, editora Atlas, 5ª edição, 1997). Sob outro enfoque, há que se levar em conta que o delito previsto no art. 147 do Código Penal exige, para sua efetiva perpetuação, que a ameaça seja concreta, idônea e de causar mal e a pessoa. No caso, os fatos vieram à tona porque houve uma discussão entre acusado e vítima, o que descaracteriza o delito de ameaça. Com efeito, a palavra da pretensa vítima, prestada na fase do inquérito é hialina "... houve uma discussão e foi para a casa da vizinha..." (fls. 05). Outra não é a versão apresentada pela testemunha ____________, que ao ser ouvida em Juízo declarou: "... Lembro-me que no dia dos fatos a vítima discutiu com o acusado e depois foi para minha casa..." (fls. 51). A despeito do tema e nesse sentido, a jurisprudência é iterativa: O crime de ameaça não se configura quando a afirmação é proferida no calor da discussão, pois não houve, com seriedade, com idoneidade, promessa de mal futuro (TACRIM-SP - AC - Rel. Jô Tatsumi - RJD 8/74) Proferida no auge de uma discussão, a pretensa ameaça não é idônea nem capaz de intimidar. Nesse sentido, RT 531/360, 536/383, 534/412 (TACRIM-SP - AC - Rel. Bonaventura Guglielmi - JUTACRIM 98/64) No contexto, cai por terra a alegação da vítima de que o acusado estava de porte de uma arma, simplesmente porque nenhum revólver foi encontrado e o acusado não possui arma. Por derradeiro, na remota hipótese de aplicação de qualquer sanção penal (o que se admite apenas para argumentar) o fato de acusado ostentar antecedentes não pode jamais servir de causa de aumento da pena, sob pena de violação do princípio constitucional da presunção de inocência. Isso porque "inquérito policial e ação penal em curso representam hipótese de trabalho. Não registram ainda definição da situação jurídica. Impossível só por isso configurarem maus antecedentes" (STJ - RHC - Rel. Luiz Vicente Cernicchiaro - RSTJ 76/51). Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Há que se ressaltar por derradeiro, que o acusado tem três filhos com a pretensa vítima, vivendo em perfeita harmonia (fato comprovado pela declaração da testemunha ouvida em Juízo e pela inexistência de antecedentes criminais com relação aos menores) de modo que eventual condenação, ainda que a pena de multa ou no mínimo legal, viria a desagregar o convívio familiar. DOS PEDIDOS Posto isso, espera e requer a absolvição do acusado, seja pela falta de provas, seja pela inexistência de crime, como medida da mais lídima Justiça. Nesses Termos, Pede Deferimento. Local e data. Advogado – OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 7. Alegações Finais - Estelionato EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___________________. Processo n° 00/13 Cartório do 1° Ofício Criminal FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo epigrafado, por seu advogado e bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, a fim de, nos termos do art. 404, parágrafo único do CPP apresentar suas alegações finais, conforme adiante se segue: Não procede a denúncia de fls. 02 oferecida pelo ilustre representante do Ministério Público. Com efeito, consoante se depreende de tudo o que foi exposto, apurado e provado nos autos, é de se concluir, de forma indiscutível, pela não tipificação do delito previsto no art. 171, § 2°, VI, do Código Penal, que se quer imputar ao réu, razão pela qual deve o presente pedido ser julgado improcedente, absolvendo-se o acusado. Senão, vejamos: 1. DOS FATOS a) Consoante relato extraído da denúncia apresentada (fls...) em.../.../... o réu contraiu, com o Senhor BELTRANO, um empréstimo no valor de R$....... (por extenso) obrigando- se a saldá-lo em data certa, razão pela qual emitiu, em garantia, um cheque pré-datado no valor total do débito (fls....); b) Vencido o prazo convencionado para o pagamento do empréstimo, o ofendido, de posse do cheque que lhe foi dado em garantia, dirigiu-se à instituição do sacado objetivando receber o valor constante daquele título, vez que, o réu não apresentou qualquer manifestação em sentido contrário; c) Todavia, o citado cheque foi devolvido pelo banco sacado, sob o fundamento de que o mesmo não dispunha de fundos suficientes para ser pago, ou seja, para a sua liquidação, frustrando, assim, o pagamento ao credor, configurando, pois, no entender do Ministério Público, a tipificação do delito previsto no art. 171, § 2°, VI do Código Penal; d) Em que pese à “aparente” razão lógica que procura impor o entendimento esposado pela acusação, deve-se concluir pelo vício do silogismo que, diante dos fatos apurados, não admitirá conclusão de que o réu tenha cometido o delito do qual se lhe imputa a autoria. 2. CHEQUE COMO TÍTULO DE CRÉDITO. a) O cheque constitui um instituto de direito comercial, inserido no contexto mercantil entre os títulos de crédito como sendo uma de suas várias espécies; b) Deve caracterizar-se por alguns requisitos essenciais sem os quais não há se falar Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier propriamente em cheque, vez que, todos devem ser observados sob pena de, à falta de algum deles, não configurar o cheque, mas, outro título de crédito; Ex positis, nos ensinamentos de FÁBIO ULHOA COELHO: “O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacado contra um banco e com base em suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado ou decorrente de contrato de cobertura de crédito entre ambos” (In Manual de Direito Comercial, Saraiva, 2ª Ed., pág. 240) c) Como ensina RUBENS REQUIÃO que assim conceitua o cheque considerado título de crédito: “O cheque é também, como a letra de cambio, uma ordem de pagamento, mas à vista” (In Curso de Direito Comercial, Saraiva, 6ª ed., pág. 477) d) É de se ressaltar ainda, que a característica essencial para a configuração do título de crédito como sendo um cheque é ser ele uma ordem de pagamento à vista; e) Quando versa sobre cheque pré-datado RUBENS REQUIÃO assim se manifesta: “Constitui requisito essencial do cheque a indicação da data em que é passado (art. 1°, V). Essa data é importante, pois dela passa a correr o prazo de apresentação, de que resultam alguns efeitos. Por isso deve ser autentica, registrando o dia em que foi efetivamente emitido”. E conclui: “Não se admite, consequentemente, o cheque pós-datado, pois tira-lhe a natureza de meio de pagamento à vista, tornando-o um simples título de crédito, fazendo as vezes de letra de cambio” (In op. cit., pág. 503) f) No caso presente, provado nos autos está que o cheque, objeto de caracterização do estelionato, foi emitido como pré-datado (fls...) sendo tal condição confirmada pelo ofendido, em declarações prestadas às fls...., assim, quando ouvido e inquirido por esse DD. Juízo se o cheque havia sido emitido com data posterior à transação, respondeu: “O réu emitiu um cheque pré-datado para ser sacado após.... dias da data do empréstimo, pois que, à suaépoca não contava com fundos suficientes à cobertura do mesmo”. g) De se notar ainda, o fato de que a própria acusação reconheceu que o cheque fora emitido pré-datado, como garantia de dívida, consoante se depreende das razões finais apresentadas (fls...); h) Assim sendo, das provas documental e testemunhal constantes dos autos e, pelas doutrinas trazidas à colação, é de se concluir de forma indubitável, pela não caracterização do título de crédito emitido como sendo um cheque, vez que, lhe falta o requisito essencial à sua configuração que é “ordem de pagamento à vista”. 3. DO DIREITO a) O Código Penal, no art. 171 define a conduta delituosa caracterizadora do estelionato. No mesmo sentido o § 2°, VI do citado artigo, dispõe que incorrerá nas mesmas penas quem: “Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou lhe frustra o pagamento” (meu grifo). Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier b) Assim sendo somente estará tipificado o delito em questão quando o acusado emite um cheque entendido como sendo ordem de pagamento à vista, sem provisão de fundos ou lhe frustra o pagamento. No caso presente, como demonstrado anteriormente, não há que se falar em cheque porque lhe faltam os requisitos essenciais à sua caracterização, assim, não há se falar na prática de crime de estelionato previsto no art. 171, § 2°, VI do Código Penal; c) Não havendo o cheque, não subsunção do fato ocorrido com a norma disposta no diploma penal, pela falta de adequação do primeiro ao segundo, vez que, o art. 171, § 2°, VI do Código Penal define como crime de estelionato aquele em que o cheque é emitido sem a devida provisão de fundos e, no caso sub judice, comprovado está que não houve a caracterização do título como sendo cheque, o que descaracteriza a prática do crime em pauta; d) A mais das vezes, este também é o ensinamento do professor JÚLIO FABRINI MIRABETE, embasado na jurisprudência: “Não se configura o delito, por saber a vítima da inexistência de fundos, quando o título é desvirtuado de sua finalidade específica de ordem de pagamento à vista, quando é dado em sem data ou pós-datado: quando é dado em garantia de dívida ou promessa de pagamento” (In Manual de Direito Penal, v. 2, Atlas, 6ª ed., pág. 292) (grifo meu). No mesmo sentido DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS que ensina: “O cheque é emitido para pagamento à vista. Não se trata de título como a nota promissória, em que o pagamento não é de pronto, mas a prazo. Em face disso, não há crime quando o cheque é dado como garantia de dívida. Neste caso, na verdade, não funciona como cheque, mas como título de efeitos idênticos à nota promissória, para garantia de pagamento futuro” (In Direito Penal, Saraiva) (grifo meu). 4. DA JURISPRUDÊNCIA a) Não obstante a comprovação da falta de tipificação do delito de estelionato que se pretende imputar ao réu neste caso, pede venia o acusado para trazer à colação julgados que vêm sedimentar lapidarmente a tese ora esposada: JURISPRUDÊNCIA Estelionato - Emissão de cheque sem fundos - Delito não - configurado - Título dado em garantia de dívida - Descaracterização - Ausência de Justa Causa para Ação penal - Cheque emitido sob certa condição não é ordem de pagamento à vista, mas mero título de crédito - RT 567 /380. Estelionato - Emissão de cheque sem fundos - Delito não-configurado - Título emitido para pagamento 12 dias após como garantia de obrigação - Desvirtuamento da natureza do instituto - RT 571/393. Tratando-se de cheque pós-datado, não se configura o crime do art. 171, § 2°, VI do CP, porque a pretensa vítima conhecia de antemão a inexistência de fundos no dia em que recebeu o título - RT 576/396. b) O Colendo Tribunal Regional Federal da Quinta Região decidiu em recurso de apelação criminal entre partes FULANO DE TAL, apelante e Justiça Pública Apelada, com o voto vencedor do relator Min. HUGO MACHADO, o seguinte: “... eu tenho como procedente o apelo porque a jurisprudência é tranquila no sentido de que estando o recebedor ciente de que o cheque, no momento em que o recebe, não tem suficiente provisão de fundos, não se configura o estelionato” (In JSTJ e TRF v. 12/414). Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier c) Por derradeiro, traz-se à colação a emenda do V. Acórdão proferido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, in Recurso de Habeas corpus n° 61.353-5 PR, onde a 1ª Turma por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso interposto por FULANO DE TAL, contra o Tribunal de Alçada do Estado do Paraná: “Ementa - Cheque - Emissão sem fundos - Habeas Corpus - A vítima, aceitando o cheque pré-datado para descontá-lo no banco sacado dezessete dias depois de sua emissão, concorreu para que o cheque fosse desfigurado de ordem de pagamento à vista para processo de pagamento a prazo e, assim, o fato perdeu a tipicidade do crime previsto no artigo 171, § 2°, VI do Código Penal (In JSTF, Lex 62/380-382). 5. CONCLUSÃO Ex positis requer a absolvição do réu, como medida da mais lídima JUSTIÇA. Termos em que, P. Deferimento. Local e data. Assinatura do Advogado – OAB Obs. No caso de haver somente um defensor ele pode retirar os autos mediante carga para o oferecimento das alegações finais. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 8. Alegações Finais - Furto EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _______________. Processo-crime nº 00/13. Cartório do 1° Ofício Criminal. Autora: A JUSTIÇA PÚBLICA ALEGAÇÕES FINAIS Art. 404, parágrafo único do CPP PELO DENUNCIADO: ____________________ Meritíssimo Juiz: FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, por seu advogado e bastante procurador (instrumento de procuração anexo), vem respeitosamente perante Vossa Excelência a fim de, nos termos do art. 404, parágrafo único do CPP, oferecer suas alegações finais conforme adiante se segue: 1. A denúncia atribui ao acusado o cometimento do crime de furto qualificado previsto no art. 155, parágrafo 4º, Incisos I e IV, combinado com o art. 29, ambos do Código Penal. 2. Durante a Instrução criminal ficou provada a autoria e a materialidade do fato delituoso apenas no que tange à participação do corréu BELTRANO.... Quanto a participação do acusado existem apenas indícios, baseados na confissão de BELTRANO. 3. A acusação baseia-se, tão somente nestes indícios, conforme se pode notar nas Alegações Finais de fls...: "No que tange à participação do acusado...., face a todos os indícios compilados, os quais corroborados pela confissão do corréu, BELTRANO, bem assim pelo seu desaparecimento do distrito da culpa, logo após a prática do delito, leva, seguramente, à sua responsabilidade." 4. Fica evidenciado, dessa forma, que a acusação buscou no interrogatório do corréu BELTRANO a prova da participação do denunciado. O referido interrogatório é confuso e visivelmente contraditório, onde o interrogado tenta transferir a responsabilidade de seu ato para o acusado FULANO DE TAL. 5. De se notar que no interrogatório o corréu BELTRANO afirma não ter participado de nada e nem recebeu qualquer produto do furto, conforme consta de fls....: Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier "... que o interrogado não participou em nada e nem recebeu qualquer produto desse furto..."6. Não é isso que o mesmo afirmou durante o Inquérito Policial, e nem é isso que demonstra o depoimento da testemunha. SICRANO..., de fls....: "... trazendo consigo um rádio de carro, para conserto, quando encontrou o acusado...., que, após demorada conversa,.... propôs ao interrogado, a troca de um pequeno fogão de duas bocas pelo rádio que o interrogado levava consigo..." 7. Ora, se o corréu BELTRANO não participou e nem se beneficiou do produto do furto, como pode trocar o fogão furtado por um rádio. 8. De se concluir, de forma absoluta, que suas afirmações são mentirosas. E mentira não pode servir de base para condenar. No mínimo resta dúvida na efetiva participação do Denunciado. 9. Cabe ressaltar que o corréu BELTRANO apenas alegou a participação, nada ficou provado, nem mesmo no depoimento das testemunhas. O réu na forma do art. 186 do CPP não está obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, se as responder, não está obrigado a dizer a verdade. Dessa forma, a simples confissão do corréu BELTRANO DE TAL não é suficientemente forte para condenar o acusado. 10. Como bem sabe Vossa Excelência, no Direito Penal, indícios e suposições não são suficientes para condenar uma pessoa, é necessário que se prove a autoria do crime e a sua materialidade. 11. O Código de Processo Penal em seu artigo 386, inciso VI, diz que o Juiz absolverá o réu se não existir prova suficiente para a condenação, conforme ocorre no caso em tela. Ex positis, requer a absolvição do denunciado, com base no inciso VI do artigo 386 do Código de Processo Penal. Termos em que, Pede deferimento. Local e data. Assinatura do Advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 9. Alegações Finais - Porte Ilegal de Arma EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________________________ Ação Penal nº _____________ Assistência judiciária gratuita. _______________, já qualificado nos autos da AÇÃO PENAL, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA de _____________, em trâmite por este R. Juízo vem, respeitosamente, oferecer suas ALEGAÇÕES FINAIS na forma seguinte. I – DA SÍNTESE DA DEMANDA CRIMINAL A persecução penal contra o acusado cinge-se a imputação do crime de porte ilegal de arma. Consta na peça acusatória que policiais militares aleatoriamente encontraram dois indivíduos em via pública (na companhia de duas garotas), que correram ao serem abordados pela polícia. (Fazer transcrição de for o caso dos depoimentos de policiais e do interrogatório do acusado). Após ser citado, o acusado, via defesa, apresentou sua resposta preliminar no sentido da negativa de autoria e de sua primariedade. Na fase de instrução criminal todas as testemunhas afirmaram que encontraram a arma num matagal próximo ao local onde o réu foi preso. Convém dizer que estava baleado na perda, que foi AMPUTADA face a agressão policial. Em seguida interrogado, o acusado negou qualquer porte de arma. Finda a audiência una, o MM Juiz deu vista as partes para apresentarem os memoriais por escrito. II – DO DIREITO. O delito de porte ilegal de arma de fogo está previsto na Lei nº 10.826/2003 no art. 14, que assim dispõe: (transcrever). Pois bem, no compulsar dos autos desde a fase do inquérito policial, percebe-se que a verdade dos fatos é no sentido de que a conduta do ora acusado não se compatibiliza com a figura típica do delito acima, posto que o mesmo não é proprietário de arma de fogo, bem como, pelo fato de que com ele não foi encontrado nada. Observa-se também que a presente acusação é temerária uma vez que os fatos se passaram no período noturno por volta das 00h50min horas em um bairro considerado de certa periculosidade e através de uma chamada via CIOPS, o que por si só gera uma certa insegurança jurídica a todo sistema constitucional. Acrescenta-se outra falha na persecução penal o fato de que constam nos presentes autos apenas depoimentos dos policiais militares, o que se questiona, haja vista que pelos relatos havia outras pessoas no local que poderiam contribuir para elucidação do presente caso. No depoimento do conduzido, conforme fls. 124/125, o mesmo afirma que já vinha sofrendo perseguição por parte da policia e ratificou que a arma encontrada era de seu colega ______________. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Na fase judicial o acusado ratifica a negativa do porte e acrescenta que havia outras pessoas e que estas saíram correndo do local no momento da abordagem policial. Destarte, a acusação é de todo improcedente, porque a instrução criminal não caracterizou a culpabilidade do réu, cuja acusação teve fulcro em declarações exclusivas do policial. Mais ainda, a acusação do policial Jânio busca na verdade maquiar o erro deste que efetuou a prisão de um indivíduo. Palavra por palavra, não há nada que fundamente uma condenação neste termo. O ônus é da acusação que se absteve em arrolar outras testemunhas que se encontravam no local. A simples suposição de que a arma apreendida pertencia ao defendente não autoriza uma condenação nos moldes requeridos pelo Parquet, isso porque não existem provas do que alegara na denúncia. Desta forma, Excelência sobrevindo uma condenação gerará uma completa insegurança em um Estado Democrático de Direito, pois será muito cômodo para sistema policial acusar uma pessoa forjando provas, e esta vir a ser injustiçada. Registra-se mais uma vez de que o aparelho estatal tinha total condições na utilização de outros meios para solução da lide penal, que não a exclusiva palavra policial. Zaffaroni desenvolveu a “teoria da vulnerabilidade” ao aparelho repressivo, que ele expõe no livro “En Busca de Las Penas Perdidas”. Diz ele que a pessoa em estado de vulnerabilidade é aquela que o sistema penal seleciona e usa para justificar o seu exercício de poder. E o estado de vulnerabilidade decorre ou da simples condição social ou biotipo, ou do comportamento pessoal em tornar-se vulnerável pela prática de crime. Para Zaffaroni, pessoas poderosas, bem vestidas, têm alto grau de invulnerabilidade ao aparelho repressivo penal. Precisariam esforçar-se muito (praticar muitos crimes) para entrarem no sistema. Seguem algumas decisões: (transcrever). Com efeito, a prova, no dizer de Mittemayer, é a soma dos meios produtores da certeza. Ademais, não se pode perder de vista que a condenação deve sempre resultar de prova tranquila, convincente e clara. Na dúvida é preferível a ABSOLVIÇÃO do acusado como ato de mais salutar justiça, visto que vige o princípio do “in dúbio pro reo” no nosso ordenamento jurídico. Além disso, de fato impende de ser ressaltado que os art. 30 e 32 da Lei nº 10.826/2003, ao estabelecer prazo aos possuidores e proprietários de arma de fogo sem registro regularizasse a situação ou as entregassem a policia federal, criaram uma situação peculiar, pois, durante esse período (ano de 2008), a conduta de possuir de arma de fogo deixou de ser considerada típica. Evidencia-se que tal atipicidade por “abolitio criminis” diz respeito ao caso de posse de arma de fogo. III – DO PEDIDO Assim, requer alicerçado pela inexistência de prova processual suficiência para condenação, o decreto Absolutório (art. 386, VII, CPP) ao delito que lhe é imputado, por ser isto de inteira Justiça. Alternativamente, pede-se também absolvição do acusado em razão da “abolitio criminis” determinada pelo Estatuto do desarmamento. Por fim, na eventualidade de uma condenação pede-se aplicação no mínimo legal face potencialidade do delitoe primariedade do agente. Nesses Termos, Pede Deferimento. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Local e data. Advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 10. Alegações Finais - Tráfico de Drogas EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE________________. Processo nº _____________. Autor: Ministério Público. Denunciado:___________________ _________, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seus procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos do art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS Pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas. 1. DOS FATOS Segundo denúncia do Ministério Público, o denunciado encontra-se incurso nas sanções do crime prescrito no art. 33 da Lei nº 11.343/06, posto que na data de (DATA) do corrente ano, foi preso em flagrante no endereço de fls. (Nº FOLHA DO BO) sob acusação de estar praticando traficância de substância conhecida como cocaína. No local do crime – já conhecido pelas autoridades policiais como sendo uma “boca de fumo” – foram encontrados materiais pertencentes ao tráfico, além de estar presente um usuário que havia adquirido a droga momentos antes da operação policial. Ocorre que, o denunciado é apenas um usuário de drogas que estava no local tão somente para comprar e consumir a substância entorpecente. Com o denunciado nada foi encontrado, já que a polícia o abordou antes da compra e, de igual forma, foi constatado que este não dispunha de condições para estar associado ao tráfico, uma vez que toda a droga foi encontrada em local inacessível para o denunciado. Durante audiência de instrução realizada por este Douto Magistrado, através dos depoimentos dos policiais, foi constatado que o denunciado foi encontrado no local destinado para usuários – fato conhecido pela polícia – e com ele nada foi encontrado além de R$ 1,50 (um real e cinquenta centavos), para adquirir um pouco de “pó”. Ainda alegaram que sempre que alguém tocava o interfone da residência o traficante gritava para quem estivesse do lado de fora abrir o portão, não sendo uma obrigação destinada a ninguém específico, mas apenas uma condição para permanência dos usuários no local. Este fato ocorreu outras vezes, segundo a polícia, e outros usuários foram encontrados no mesmo local onde o denunciado foi preso, fazendo a mesma coisa. Verifica-se que não há nenhuma prova capaz de imputar ao denunciado a prática do crime constante na denúncia. Em síntese, são os fatos. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier MÉRITO DA ABSOLVIÇÃO NECESSÁRIA Conforme informações dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova que o denunciado tinha a intenção de vender a droga apreendida no local do crime. Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que é apenas usuário habitual e jamais se envolveu na mercancia de qualquer entorpecente. Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a autoria pela prática de tráfico de drogas, de forma que, nos termos do art. 386, V e VII do CPP, o juiz deverá absolvê-lo. As provas trazidas aos autos claramente ratificam o envolvimento do denunciado somente como usuário, estando provado que este não concorreu de forma alguma para a prática do crime constante na denúncia. Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo, torna-se incontestável então a necessidade de aplicação do princípio do in dúbio pro réu, uma vez que certa é a dúvida acerca da culpa a ele atribuída com relação à acusação de Tráfico de Drogas, pois o Réu não foi encontrado em atividade de traficância. Destarte, diante da insuficiência probatória, posto que a acusação não conseguiu demonstrar que os fatos efetivamente ocorreram para que pudessem imputar a prática delituosa ao denunciado, não conseguindo, consequentemente, demonstrar que fora a conduta do denunciado que causou a lesão ao bem juridicamente protegido, que ressai dos autos, a pretensão punitiva merece ser julgada improcedente. Nesse sentido, temos o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul 1 : APELAÇÃO CRIME. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. ABSOLVIÇÃO. IN DUBIO PRO REO. ART. 386, VI, DO CPP. A condenação do réu exige prova robusta da autoria do fato delituoso que lhe é imputado. Remanescendo dúvida, impõe-se a absolvição, com fundamento no art. 386, VI, do CPP. Sendo assim, o denunciado deve ser ABSOLVIDO, com fundamento no art. 386, inciso V do Código de Processo Penal, por não haver qualquer prova de que o Sr. Jessé tenha concorrido para o tráfico de drogas. Se este não for o entendimento, que seja ABSOLVIDO nos termos do art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, devida inexistência de provas suficientes que ensejem sua condenação pela figura do art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA USUÁRIO Em seu interrogatório, o denunciado explica o motivo de estar no local onde foi preso. Trata-se de um usuário, que estava em local “destinado para usuários” definido pelos próprios traficantes, fato este de conhecimento da polícia. Numa simples análise do art. 28 e do art. 33 da Lei nº 11.343/06 é notório que a vontade do agente e a destinação para uso pessoal do denunciado, o simples indício de materialidade do crime de trafico de drogas não é argumento suficiente para a condenação pelo delito do art. 33 da referida lei. Para iniciar a ação penal bastam indícios mas, para condenar é necessário prova. Com ele nada foi encontrado, estando apenas no local onde usa a droga que compra, fato este comprovado pelo próprio Boletim de Ocorrência lavrado pela autoridade policial e confirmado em audiência. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Além do mais trata-se de um réu primário e com residência fixa, a sua primariedade é sim uma coisa que deve ser observada, pois o denunciado não ostenta a atividade criminosa. Conforme se observa do exposto, resta por comprovada a situação do denunciado como usuário de drogas, conduta elencada no art. 28 da Lei de Drogas, e não a de traficante, conforme aduzido na denúncia. Não há prova nos autos que, de acordo com a análise dos depoimentos, do local do fato, das condições em que se desenvolveu a ação, das circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do Réu, cheguem à certeza plena de que a prática do fato era realmente tráfico de drogas, razão que demonstra caso típico de desclassificação. Do exposto, caso Vossa Excelência não vislumbre a ideia da absolvição, requer que seja desclassificada a conduta prevista na denúncia para a conduta prevista no art. 28, da Lei nº 11.343/06. DOS POSÍVEIS CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA PENA Embora nítida a tese da absolvição por não estar comprovado o crime de tráfico, e ainda, a tese da desclassificação necessária para usuário, convêm demonstrar outras situações que devem ser observadas por Vossa Excelência. Verificando a situação do denunciado, é possível concluir que o réu é primário e de bons antecedentes e possui residência fixa. Nesse sentido entende o Supremo Tribunal Federal2, senão veja-se: EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. PENA FIXADA EM PATAMAR INFERIOR A DOIS ANOS. PEDIDODE CONCESSÃO DE SURSIS. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO PARA RECONHECER A POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. 1. O Supremo Tribunal Federal assentou serem inconstitucionais os arts. 33, § 4º, e 44, caput, da Lei nº 11.343/2006, na parte em que vedavam a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo crime de tráfico de entorpecentes (HC 97.256, Rel. Min. Ayres Britto, sessão de julgamento de 1º.9.2010, Informativo/STF 598). (…) 5. Concessão de ofício para reconhecer a possibilidade de se substituir a pena privativa de liberdade aplicada ao Paciente por restritiva de direitos, desde que preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos em lei, devendo a análise ser feita pelo juízo do processo de conhecimento ou, se tiver ocorrido o trânsito em julgado, pelo juízo da execução da pena. Ainda no que tange ao entendimento do STF3: EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 33 DA LEI Nº 11.343/2006: IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier PARCIALMENTE CONCEDIDA. (…) 3. As penas restritivas de direitos são, em essência, uma alternativa aos efeitos certamente traumáticos, estigmatizantes e onerosos do cárcere. Não é à toa que todas elas são comumente chamadas de penas alternativas, pois essa é mesmo a sua natureza: constituir-se num substitutivo ao encarceramento e suas sequelas. E o fato é que a pena privativa de liberdade corporal não é a única a cumprir a função retributivo-ressocializadora ou restritivo-preventiva da sanção penal. As demais penas também são vocacionadas para esse geminado papel da retribuição- prevenção-ressocialização, e ninguém melhor do que o juiz natural da causa para saber, no caso concreto, qual o tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, ao mesmo tempo, recuperar socialmente o apenado, prevenindo comportamentos do gênero. (…) Assim, ao denunciado deve ser deferida a conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, conforme garantida pela lei penal; e ainda, que sua pena seja fixada no mínimo legal pelas circunstâncias já elencadas. DA POSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE Com base no princípio da presunção de inocência, previsto na nossa Constituição Federal em seu art. 5º, inciso LVII, requer o denunciado que responda ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado, pois as circunstâncias do fato e condições pessoais da acusada (art. 282, inciso II, CPP) lhe são favoráveis pelo fato de não haver reincidência e sua conduta social não ser em nenhum momento questionada. PEDIDO Ante o exposto, requer de Vossa Excelência que: a) Absolver o denunciado, pela ausência de provas de que este concorreu para a prática do crime, nos termos do art. 386, V do CPP. b) Caso não seja este o entendimento, que seja absolvido por não existir prova suficiente para a condenação, com base no art. 386, VII, do CPP; c) Pelo princípio da eventualidade, que seja desclassificada a conduta para a prática do art. 28 da Lei nº 11.343/06, por existirem elementos suficientes para a afirmação de que o denunciado é usuário de drogas. d) Por necessário, ad argumentum, caso Vossa Excelência entenda pela condenação, requer que a pena seja fixada no mínimo legal e que o denunciado possa apelar em liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal benefício. Nestes termos, Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Pede e aguarda Deferimento Local e Data. Advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 11. Alegações Finais com Preliminar - Crime Praticado por Funcionário Público EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _____________________ Processo n° 00/10 Cartório do 1° Ofício Criminal FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, que lhe move a Justiça Pública, em trâmite perante esse E. Juízo e respectivo Cartório, sob o número supra, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado e bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), que a esta subscreve, a fim de apresentar suas alegações finais consoante dispõe o art. 404, parágrafo único do CPP, nos seguintes termos: PRELIMINARMENTE: NULIDADE EM PROCEDIMENTO ESPECIAL. CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. Consoante se pode observar às fls... ao acusado é imputada a prática do crime previsto no art. 321 do CP, sob a rubrica “advocacia administrativa”. Trata-se de crime de responsabilidade de funcionário público ao qual se impõe o rito processual estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP. Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias. A ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER ensina que: “... a falta de notificação resulta em nulidade absoluta, pois impede a realização de fase essencial para a defesa do réu, mesmo que anterior ao recebimento da acusação. O fato de o acusado poder, depois, durante o desenvolvimento da relação jurídica processual, efetivar a sua defesa não afasta a nulidade, pois não é possível saber se, com a resposta antecipada, não poderia ter evitado a instauração da causa. Ademais, há, na espécie, interesse público da Administração em não ver seus funcionários indevidamente processados”. É essa a orientação seguida pelos nossos Tribunais, afirmando tratar-se de nulidade absoluta, porque desse modo ficaria de forma irremediável afetado o direito de defesa, entendimento defendido em diversas jurisprudências, entre as quais: RT 523/316, 527/305, 551/342, 561/326. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Analisando os autos pode-se verificar que o acusado não foi notificado, nos termos do art. 514 do CPP, omissão esta que anula todos os atos processuais praticados até agora. Se por acaso não for esse o entendimento desse E. Juízo, o que se pode admitir apenas a título de argumentação, no mérito não há como se condenar o acusado. O tipo exige que o réu pleiteie, defenda interesse alheio, aproveitando-se das facilidades que sua condição de funcionário público lhe proporciona. Assim sendo, em momento algum restou provada essa atitude por parte do acusado, remanescendo assim a dúvida, motivo pelo qual se impõe a aplicação do princípio básico do Direito Penal, “in dúbio pro reo”, com a consequente absolvição do acusado por falta de provas, por se tratar da mais lídima JUSTIÇA. Termos em que, P. Deferimento. Local e data. Assinatura do advogado – OAB Modelos PráticosWilson Vilalba Xavier 12. Alegações Finais de Defesa (Inexistência de Provas da Autoria) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _______________. Processo-crime nº 00/10. Cartório do 1° Ofício Criminal. Autora: A JUSTIÇA PÚBLICA ALEGAÇÕES FINAIS Art. 404, parágrafo único do CPP PELO DENUNCIADO:.. FULANO DE TAL.. Meritíssimo Juiz: FULANO DE TAL já qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, por seu advogado e bastante procurador (instrumento de procuração anexo) vem respeitosamente perante Vossa Excelência a fim de nos termos do art. 404, parágrafo único do CPP oferecer suas alegações finais conforme adiante se segue: 1. A denúncia atribui ao acusado o cometimento do crime de furto qualificado previsto no art. 155, parágrafo 4º, Incisos I e IV, combinado com o art. 29, ambos do Código Penal. 2. Durante a Instrução criminal ficou provada a autoria e a materialidade do fato delituoso apenas no que tange à participação do corréu BELTRANO.... Quanto a participação do acusado existem apenas indícios, baseados na confissão de BELTRANO. 3. A acusação baseia-se, tão somente nestes indícios, conforme se pode notar nas Alegações Finais de fls....: "No que tange à participação do acusado...., face a todos os indícios compilados, os quais corroborados pela confissão do corréu, BELTRANO, bem assim pelo seu desaparecimento do distrito da culpa, logo após a prática do delito, leva, seguramente, à sua responsabilidade." Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 4. Fica evidenciado, dessa forma, que a acusação buscou no interrogatório do corréu BELTRANO a prova da participação do denunciado. O referido interrogatório é confuso e visivelmente contraditório, onde o interrogado tenta transferir a responsabilidade de seu ato para o acusado FULANO DE TAL. 5. De se notar que no interrogatório o corréu BELTRANO afirma não ter participado de nada e nem recebeu qualquer produto do furto, conforme consta de fls....: "... que o interrogado não participou em nada e nem recebeu qualquer produto desse furto..." 6. Não é isso que o mesmo afirmou durante o Inquérito Policial, e nem é isso que demonstra o depoimento da testemunha. SICRANO..., de fls....: "... trazendo consigo um rádio de carro, para conserto, quando encontrou o acusado...., que, após demorada conversa,.... propôs ao interrogado, a troca de um pequeno fogão de duas bocas pelo rádio que o interrogado levava consigo..." 7. Ora, se o corréu BELTRANO não participou e nem se beneficiou do produto do furto, como pode trocar o fogão furtado por um rádio. 8. De se concluir, de forma absoluta, que suas afirmações são mentirosas. E mentira não pode servir de base para condenar. No mínimo resta dúvida na efetiva participação do Denunciado. 9. Cabe ressaltar que o corréu BELTRANO apenas alegou a participação, nada ficou provado, nem mesmo no depoimento das testemunhas. O réu na forma do art. 186 do CPP não está obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, se as responder, não está obrigado a dizer a verdade. Dessa forma, a simples confissão do corréu BELTRAN O DE TAL não é suficientemente forte para condenar o acusado. 10. Como bem sabe Vossa Excelência, no Direito Penal, indícios e suposições não são suficientes para condenar uma pessoa, é necessário que se prove a autoria do crime e a sua materialidade. 11. O Código de Processo Penal em seu artigo 386, inciso VI, diz que o Juiz absolverá o réu se não existir prova suficiente para a condenação, conforme ocorre no caso em tela. Ex positis, requer a absolvição do denunciado, com base no inciso VI do artigo 386 do Código de Processo Penal. Termos em que, Pede deferimento. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Local e data. Assinatura do advogado - OAB Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 13. Alegações Finais – Furto Qualificado Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da_______Vara Criminal da Comarca de_______________, Estado de______________ Autos nº 0000000000000000 FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos supracitados, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seu patrono in fine assinado, com fulcro no art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos seguintes termos: Preambularmente, debita-se a não apresentação anterior da presente defesa a uma falha na leitura das publicações deste subscritor. I – DA SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL O acusado foi denunciado nestes autos pela prática, em tese, do crime de furto qualificado, incurso no artigo 155, § 4°, inciso III e IV, cumulado com o artigo 29 ambos do Código Penal. Devidamente instruído o processo, o douto representante do Ministério Público Estadual ofereceu suas Alegações Finais às fls. 497/512, onde postula a procedência da denúncia para condenar o acusado ao incurso nas do artigo 155, § 4º, incisos III (com emprego de chave falsa) e IV (concurso de pessoas) do Código Penal. II – DA DEFESA a) Da absolvição pela ausência de participação dos acusados Em sede de alegações finais, o ilustre promotor de Justiça pauta sua acusação por restar- se plenamente demonstrada a “materialidade e autoria” em relação ao acusado, tendo em vista que permaneceram em silêncio na fase policial e negaram o cometimento do crime em juízo. Data máxima vênia, é necessário consignar que a fundamentação da peça do representante do parquet, nos permite concluir que o mesmo não se ateve às particularidades dos presentes autos, principalmente ao auto de prisão em flagrante. Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier Basta conferir os documentos de 33/35, e 37/39, em que os acusados, em ato contínuo de permanecer em silêncio, foram devidamente interrogados, dando todas as informações e esclarecendo como os fatos ocorreram (ainda em sede policial, no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante). Os interrogatórios dos acusados SICRANO e FULANO DE TAL Turmina são uníssonos em afirmar que não estavam presentes no momento em que ocorrera o furto, bem como que ambos não sabiam da conduta praticada pelo motorista do caminhão NONONO, uma vez que enquanto estavam na lanchonete, o Sr. NONONO permaneceu no caminhão por algum tempo. Senão Vejamos: O interrogatório de SICRANO assim relata o ocorrido: “QUE quando chegaram na cidade de Caarapó/MS o interrogando foi o primeiro a descer do caminhão e foi para o banheiro, sendo que depois foi comer um lanche sendo que FULANO já estava lanchando e logo depois chegou NONONO vindo do caminhão; QUE depois todos voltaram para o caminhão e seguiram viagem.” (fls.____) Do mesmo modo, o interrogatório de FULANO relata: “Que quando chegaram em Caarapó/MS o interrogando e SICRANO desceram e foram lanchar sendo que Cleverson ficou no caminhão, sendo que após um pequeno tempo NONONO também foi lanchar sendo que depois retornaram ao caminhão e prosseguiram viagem;” Desde a investigação policial os acusados FULANO e SICRANO informaram que eram inocentes, explicando como os fatos ocorreram e eram tão vítimas no desenrolar da
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