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Toxicologia dos Medicamentos Roberto Marques Damiani Tipos de Toxicidade com Fármacos Terapêuticos Interações químicas Prevenção das Intoxicações • Redução dos erros de medicação: • Fármaco certo, paciente certo, dose certa, via certa e tempo certo. • Uso de boas práticas de medicação tem pontos de verificação obrigatórios como ter um farmacêutico, um médico e um enfermeiro; • Neste sistema, o erro só acontecerá se houver falha em todas as etapas. AINEs ANTINFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES AINEs • AÇÕES FARMACOLÓGICAS: – Efeitos antinflamatórios • Redução de prostaglandinas vasodilatadoras – Efeitos analgésicos • Menor sensibilização das terminações nociceptivas – Efeitos antipiréticos • Atuação no ponto de ajuste hipotalâmico para a temperatura Salicilatos Salicilatos • USOS Propriedades analgésicas, antitérmicas, antinflamatórias • Inibe a agregação plaquetária • MECANISMOS DE AÇÃO • Inativação irreversível da enzima cicloxigenase • Inibição de prostaglandinas e tromboxanos • Pg estimulam fibras nociceptoras e diminuem o limiar para dor, além de atuar junto a outras substâncias relacionadas a dor • Inibe a formação de TxA2 em plaquetas, o efeito persiste durante sua vida útil • TOXICOCINÉTICA • ABSORÇÃO • Difusão passiva no estômago e intestino delgado alto • Fatores limitantes: pH, alimentos. • PICO PLASMÁTICO: • 0,5 a 2h (dose única) • MEIA-VIDA • AAS: 15 - 20 min (depois é encontrado como salicilato) • doses antitérmicas: 2 a 4h • doses antinflamatórias: até 12h • doses superiores: 12 a 15h • DISTRIBUIÇÃO • Associação com lipoproteínas: 50 a 90% • Concentração até 100 g/mL – LP 90% • Concentração acima 400 g/mL – LP 50% • Hipoalbuminemia – aumenta fármaco livre e possível intoxicação • VD: 0,15 a 0,2 L/kg Salicilatos • BIOTRANSFORMAÇÃO • Hidrolisados a ácido salicílico por esterases plasmáticas e de outros tecidos por enzimas do retículo endoplasmático hepático e mitocôndrias • Posteriormente, o ácido salicílico sofre conjugação: • Com glicina −> ácido salicilúrico (75%) • Com ácido glicurônico −> salicilfenólico (10%) e acilglicurônico (5%) • EXCREÇÃO • Dependente do pH e dose absorvida • urina alcalina (pH 8,0 −> 80% de salicilato livre • urina ácida (pH 4,0 −> 10% de salicilato livre • quanto maior for a dose maior será a excreção de fármaco livre Salicilatos • TOXICODINÂMICA • ESTÍMULO DIRETO DO CENTRO RESPIRATÓRIO • Hiperventilação (hiperpnéia e taquipnéia) −> alcalose respiratória • Como mecanismo compensatório aumento da excreção renal de bicarbonato • INIBIÇÂO DA FOSFORILAÇÂO OXIDATIVA • Acidose metabólica • ALTERAÇÃO DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA • Aumento no tempo de protrombina e de sangramento • Hipofibrinogenemia • ALTERAÇÃO DA INTEGRIDADE CAPILAR • Edema cerebral e pulmonar Salicilatos Salicilatos Dose Ingerida (mg/Kg) Severidade estimada > 150 Não são esperadas reações tóxicas 150 - 200 Intoxicação leve 200 - 300 Intoxicação moderada 300 - 500 Intoxicação grave > 500 mg ou 20 a 30 g em adultos Dose tóxica letal • AVALIAÇÃO LABORATORIAL: • Gasometria arterial • Valores de referência: pH 7,35-7,45; pCO2 35-45; Bic 22-26) • Dosagem sérica de salicilatos • Frequentemente não refletem a gravidade da intoxicação. Salicilatos Salicilatos Paracetamol Paracetamol • CARACTERISTICAS e USOS: • USOS: • Analgésico, antipirético • DOSE TERAPÊUTICA: • Adultos: 0,5 – 1,0g VO, 4/4 ou 6/6h. Máximo: 4g/dia • Crianças: 10 – 15mg/kg / dose VO, 4/4 ou 6/6h • TOXICIDADE: • USO TERAPÊUTICO: Efeitos nocivos raros • DOSES EXCESSIVAS: Hepatotóxico e nefrotóxico • DOSES TÓXICAS: • Adultos: 6 – 7,5g • Dano hepático após consumo diário de 5g • Crianças: > 150 mg/kg de peso (> 200 mg/kg em crianças até 6 anos) • Óbitos: 15g • TOXICOCINÉTICA: • ABSORÇÃO • Gastrintestinal rápida e quase completa • Biodisponibilidade oral: 88% • DISTRIBUIÇÃO • Distribui-se por todos líquidos corporais -VD = 0,9L/kg • LP à 10% • Em intoxicações agudas: LP = 20 – 50% Paracetamol • TOXICOCINÉTICA: BIOTRANSFORMAÇÃO EXCREÇÃO Ácido. glicurônico (60%) Sulfato (30%) Cisteína (3%) Bioativação CIT. P 450 (4%) 90 – 100% conjugados em 24h NAPQI GSH Paracetamol N-acetil-p-benzo-quinona imina Paracetamol • TOXICODINÂMICA: • O subproduto obtido através do sistema P450 oxidase é hepatotóxico (N-acetil- benzoquinoneimina - NAPQI) • NAPQI reage com os grupamentos ─SH da glutationa (GSH), produzindo o ácido mercaptúrico-cisteína • Em superdosagem, a produção do NAPQI excede a capacidade de conjugação com GSH (70%) Paracetamol • CLÍNICA: • FASE 1 (30min a 24h) • Sintomatologia inespecífica • Anorexia, náusea, vômitos, palidez e diaforese • Mal estar geral • FASE 2 (24 a 72h) • Sintomatologia mais evidente e alterações laboratoriais • Dor no hipocôndrio direito • Elevação de enzimas hepáticas e bilirrubinas • Prolongamento do tempo de protrombina (TP) • Trombocitopenia • Função renal começa a alterar • Manifestações cardíacas – morte súbita (?) Paracetamol • CLÍNICA: • FASE 3 (72 a 96h) • CARACTERIZADA PELAS SEQUELAS DA LESÃO HEPÁTICA • Alteração da coagulação sanguínea • Icterícia, náusea e vômitos • Insuficiência renal • Encefalopatia hepática • Anúria • Coma • ÓBITO • FASE 4 (4 dias a 2 semanas) • DANO REVERSÍVEL −>RECUPERAÇÃO COMPLETA Paracetamol • AVALIAÇÃO LABORATORIAL: • Dosagem no sangue por espectrofotometria ou CLAE. • Deve ser efetuada no período entre 4-20 horas após a ingestão. Paracetamol Benzodiazepínicos • INDICAÇÃO TERAPÊUTICA: • Sedativos, hipnóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos, relaxantes musculares, coadjuvante anestésico, etc • MECANISMO DE AÇÃO: • Sítio de ação principal: sistema nervoso central • Potencializam a inibição neural mediada pelo ácido γ−aminobutírico (GABA), aumentando a frequência de abertura dos canais de cloro • Uso continuado: tolerância e dependência Benzodiazepínicos Benzodiazepínicos • TOXICOCINÉTICA: • ABSORÇÃO • Bem absorvidos no tubo gastrintestinal • Concentração máxima plasma: de 30 min a 2h • DISTRIBUIÇÃO • A maioria se liga fortemente a proteínas plasmáticas (Diazepam - 98 a 99%); podem acumular-se na gordura • Volume de distribuição aproximadamente 1,5 L/kg • BIOTRANSFORMAÇÃO • Hepática, P450 (oxidação) - subprodutos ativos e inativos. • Conjugação glicurônica - subprodutos inativos. • EXCREÇÃO • Principalmente pela via urinária, como subprodutos conjugados inativos ou livres (cerca de 2% inalterados) Benzodiazepínicos • INTERAÇÕES: • DEPRESSORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: • álcool, barbitúricos, opióides, antidepressivos, anestésicos etc - potenciam efeitos no sistema nervoso central aumentando o risco de depressão respiratória e a hipotensão. • INIBIDORES ENZIMÁTICOS (P450): • eritromicina, bloqueadores de canais de cálcio, contraceptivos orais, dissulfiram e ciprofloxacino, reduzem a eliminação dos benzodiazepínicos. • INDUTORES ENZIMÁTICOS (P450): • álcool, fenobarbital, carbamazepina, fenitoína aumentam a eliminação dos benzodiazepínicos, reduzindo seus efeitos. Benzodiazepínicos • EFEITOS CLÍNICOS à AGUDOS: • Sonolência, letargia, sedação, ataxia, confusão mental, dificuldade de fala, hipotonia, hiporreflexia e amnésia. • Ritmo e freqüência cardíaca; diâmetro e reflexo pupilar permanecem normais na ausência de hipóxia. • Raramente há coma profundo e depressão grave de funções vitais: hipotensão, hipotermia e depressão respiratória. • Excitabilidade paradoxal: alguns pacientes podem apresentar reações caracterizadas por agitação, ansiedade, nervosismo, hostilidade, agressão.Benzodiazepínicos
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