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FAIMI/UNIESP 
Curso de Direito 
Disciplina: Direito do Trabalho 
Docente: Prof.ª Dra. Luciana Pimentel 
Trabalho - N1/P1:
Trabalho Autônomo, Avulso e Eventual
Grupo: Adriano Campos,
	 Gabriel Oliveira, 
 Gustavo Otoboni, 
 Janaine Peixoto,
 José Salomão,
 Vanuza Vieira.
Mirassol, 25 de Abril de 2017 
TRABALHO AUTÔNOMO
O trabalho autônomo é modalidade de relação de trabalho em que não há subordinação jurídica entre o trabalhador e o tomador de seus serviços, “o elemento diferenciador entre o empregado e o trabalhador autônomo é a subordinação”.
Em geral, o trabalhador autônomo presta serviços com profissionalismo e habitualidade estabelecendo regras para o oferecimento de seu serviço, porém se ativa por conta própria, assumindo o risco da atividade desenvolvida. A habitualidade, no caso, se refere à repetição do trabalho do autônomo, e não à frequência com que presta serviços a cada um dos tomadores.
Quanto à assunção dos riscos do empreendimento, o autônomo pode se ativar excepcionalmente com alteridade, por exemplo, no caso do consultor de empresas. Entretanto, o traço distintivo característico ante a relação de emprego é mesmo a ausência de subordinação.
O trabalhador dotado de autonomia idealiza a regra de prestação do serviço, e a ela submete o tomador na medida das necessidades deste. Observa-se que o trabalhador autônomo pode, inclusive, alterar as fórmulas de concretização dos objetivos pessoais sem dever satisfações a quem quer que seja.
O trabalho autônomo, em última análise, é caracterizado pelo fato de o trabalhador (o prestador dos serviços) ser o responsável pela definição do tempo e do modo de execução daquilo que lhe foi contratado. Se o trabalhador autônomo tem sua atividade reconhecida por lei e atua como empresário de si mesmo, diz-se existente a figura do trabalhador autônomo “profissional liberal”.
O autônomo não disponibiliza sua energia de trabalho para terceiros. É sempre dono da própria energia de trabalho. Os contratos de prestação de serviços que firma com terceiros são contratos de resultado, e não contratos de atividade.
O autônomo é definido pela Lei 8.212/1991 como a “pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não” (art. 12, V, “h”, da L ei nº 8.212/1991).
Exemplos de trabalho autônomo:
Prestação de serviços lato sensu – art. 593 e ss. do CCB (contrato de resultado). O tomador dos serviços não tem interesse na manipulação da energia de trabalho, mas sim no resultado dos serviços. Exemplo: contratação dos serviços de um marceneiro para fazer um armário em uma residência;
Empreitada – art. 610 e ss. do CCB. Na empreitada o objeto é uma obra, pelo que o contrato de resultado. Uma vez mais, o tomador dos serviços não tem interesse em manipular a energia de trabalho;
Representante comercial – regulado por lei própria (Lei n º 4.886/1965);
Profissionais liberais;
Parceiros ou meeiros.
Como ocorre sempre na seara trabalhista, eventual conduta fraudulenta do empregador, no sentido de afastar a aplicação da norma protetiva, deve ser descaracterizada, em homenagem ao princípio da primazia da realidade (art. 9º da CLT).
Trabalhador Eventual
Dispõe o inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212/91 sobre trabalhador eventual: "aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego". 
Para o autor Sergio Pinto Martins trabalhador eventual: "é a pessoa física que presta serviços esporádicos a uma ou mais de uma pessoa". 
O autor ainda ressalta dizendo que eventual é o trabalhador contratado para trabalhar em certo evento ou obra. O trabalhador deve prestar serviços em razão de necessidade esporádica de trabalho, ocasional, incerta em relação ao tomador de serviços. 
Ex: o eletricista que repara a instalação elétrica da empresa.
Eventual é o que trabalha numa atividade que não coincide com os fins da empresa. A teoria dos fins da empresa mostra que o empregado presta serviços que demandam poucas horas de trabalho por um dia, ou seja, é o trabalhador que não presta serviços para o mesmo tomador ou não se fixa numa pessoa dadora do trabalho, ele presta serviços a vários tomadores, em intervalos certos de tempo, ligados ao evento.
Eventual é a pessoa que foi contratada para trabalhar apenas em certa ocasião específica: trocar uma instalação elétrica, consertar qualquer outra coisa etc. Assim que o evento terminar, o trabalhador não irá mais à empresa que o contratou. 
Quando falamos em eventualidade, ou em ausência de continuidade na prestação de serviços, inexiste relação de emprego, visto que o traço marcante do contrato de trabalho é a continuidade. Havendo a prestação de serviços eventuais a uma ou mais empresas, o trabalhador será eventual. 
Ex: O pedreiro, o pintor, que fazem serviços eventuais, indo uma ou outra vez à empresa para construir um muro, pintar uma parede. 
Dois exemplos claros de trabalhadores eventuais são os chapas, que trabalham para várias empresas, carregando ou descarregando mercadorias; e os boia-fria que um dia trabalha para uma fazenda, noutro dia trabalha para outra.
Terminando o pensamento de Sergio Martins, o autor finaliza dizendo que o trabalhador eventual se distingue do trabalhador autônomo e não se confunde com o trabalhador intermitente; o autônomo presta serviços com habitualidade ao mesmo tomador de serviços, e o eventual presta serviços ocasionalmente ao mesmo tomador; não se confunde com o intermitente já que, neste, o trabalhador é empregado e trabalha a cada período de tempo. É o que ocorre, por exemplo, com uma faxineira de hotel. Ela pode trabalhar a cada temporada, em que há necessidade de mais faxineiros. 
É comum, por exemplo, restaurantes e buffets contratarem trabalhadores "eventuais" para atuarem nos finais de semana.
Nesses casos há uma solução legal e pouco utilizada. Basta registrar o contrato de trabalho do funcionário de forma diária, fazendo constar que o labor ocorrerá apenas aos Sábados e Domingos, pagando-lhe o salário diário que deverá ser proporcional ao salário mensal. 
Vale ressaltar que a Justiça do Trabalho entende que a regra é a manutenção de um contrato de trabalho. O trabalho eventual é só uma excessão e que deve ser demonstrada de forma legal.
Diferenças entre Trabalho Eventual e Temporário 
Essas duas modalidades são do contrato de trabalho por tempo determinado, mas o trabalho eventual não gera vínculo de emprego, enquanto o temporário tem sua carteira assinada como "empregado temporário". 
Além disso, o trabalho eventual exerce sua função por curto espaço de tempo, sem ser contratado da pessoa física ou da empresa que o contrata, porque não trabalha com habitualidade, todo dia.
Já o trabalhador temporário tem sua própria lei (6.019/74), e é contratado por tempo fixo, com carteira assinada, por, pelo menos, 3 (três) meses, (podendo haver uma prorrogação do contrato por mais 3 (três) meses), podendo ser ou não empregado da empresa. 
Essas são as características para você ser considerado empregado efetivo, segundo a CLT:
Habitualidade: trabalhar todo dia com carga horária definida;
Pessoalidade: o trabalho é executado pela pessoa contratada e só por ela;
Subordinação: hierarquia, tem uma chefia que manda e você segue o comando dela;
Onerosidade: pagamento de salário ou remuneração. 
Outra diferença é que o trabalho temporário pode ser realizado em regime de "terceirização" de serviço, além de, também ter direito ao salário, férias proporcionais, décimo terceiro proporcional ao tempo que trabalhou, vale-transporte, adicional noturno e horas extras. 
Agora, se foi demitido, faz jus à liberação do FGTS, mas não recebe multa de 40% e nem seguro-desemprego. 
Já os eventuais, como são esporádicos e não tem continuidade no local de trabalho, fazem jus apenas ao preço contratado para o serviço realizado e mais nada a princípio. 
Com isso, o eventualsó recebe por aquilo que produz, sem direito a verbas trabalhistas como o empregado efetivo. 
Doméstica é considerada trabalhadora eventual? 
A doméstica, será considerada empregada se for contratada com carteira assinada, já a diarista, é considerada trabalhadora eventual quando realiza sua atividade de faxina nos locais que é contratada por, no máximo, duas vezes na semana. 
O trabalhador eventual presta serviço assalariado, mas ocasional e de curta duração, isto é, não habitual, ou não repetido e nem demorado. É assegurada a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso (inciso XXXIV do artigo 7º da Constituição Federal) 
Não se fixa o eventual a nenhuma empresa, enquanto o empregado presta serviços numa única fonte de trabalho, como regra geral.
TRABALHOR AVULSO 
O trabalhador avulso corresponde à modalidade de trabalhador eventual, que oferta seu trabalho por curtos períodos de tempo, a distintos tomadores, em se fixar especificamente a qualquer um deles. 
A justificativa da classificação do trabalho avulso ser uma subespécie do trabalho eventual é a necessidade de intermediação pelo OGMO ou pelo sindicato. 
O art. 12, VI, da Lei nº 8.212/1991 traz a definição de trabalhador avulso:  
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: 
(...) 
VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento. 
Deverá haver a interveniência de um terceiro que escala o avulso para prestar seus serviços aos tomadores. Como exemplo, temos o sindicato, que é o responsável por escalar o trabalhador avulso no meio rural.  
O art. 9º, VI, do Decreto n. 3048/1999, diz que: “aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da Lei nº 8.630/1993 (...), ou do sindicato da categoria (...)”. 
Nota-se que não se pode confundir trabalhador avulso com empregado, porque o avulso não é um empregado, apesar de o art. 7º, XXXIV da Constituição Federal equipará-los para que os avulsos recebam a devida proteção trabalhista.  
O avulso tem a possibilidade de ser portuário ou não portuário. 
Entende-se como avulso não portuário o trabalhador que presta serviços para diversos tomadores, sem possuir um vínculo empregatício, obrigatoriamente intermediado pelo sindicado da categoria. Ele é conhecido vulgarmente como “chapa” e não deve ser confundido com os “chapas” que ficam sozinhos na entrada das cidades, porque estes últimos são trabalhadores eventuais não intermediados pelo sindicado. 
Também não se pode confundir a necessária intermediação do avulso pelo sindicado ou OGMO com a necessidade de sindicalização, pois são coisas absolutamente diferentes, visto que a Constituição garante a liberdade associativa e sindical no seu art. 8º, V, que diz que ninguém terá obrigação de se filiar ou se manter filiado a um sindicato. Assim, o trabalhador avulso também tem liberdade de não se filiar ao sindicato da categoria, fazendo jus, ainda assim, a intermediação da oferta de seu trabalho pelo sindicato ou pelo OGMO, conforme for a situação. 
O art. 1º da Lei nº 12.023/2009 regulamentou a atividade dos avulsos movimentadores de mercadorias em geral, ficando eles com a necessidade de serem intermediados pelo sindicato respectivo: 
Art. 1º As atividades de movimentação de mercadorias em geral exercidas por trabalhadores avulsos, para os fins desta Lei, são aquelas desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem vínculo empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para execução das atividades. 
Parágrafo único. A remuneração, a definição das funções, a composição de equipes e as demais condições de trabalho serão objeto de negociação entre as entidades representativas dos trabalhadores avulsos e dos tomadores de serviços. 
O TRABALHADOR AVULSO PORTUÁRIO 
O trabalho portuário é, nos dias de hoje, realizado tanto por empregados celetistas quanto por avulsos, conforme exposto no art. 40 da Lei nº 12.815/2013, que diz: 
Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos organizados, será realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por trabalhadores portuários avulsos. 
Antes, o trabalho portuário era monopolizado pelos sindicatos profissionais dos estivadores que escalavam os avulsos que operariam nos portos. 
Os art. 2º da Lei nº 12.815/2013 traz conceitos básicos necessários para o entendimento do trabalho nos portos: 
Art. 2º Para fins desta Lei, consideram-se: 
I – porto organizado – bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária; 
(...) 
III – instalação portuária – instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado, utilizada em movimentação de passageiros, em movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário; 
(...) 
XIII – operador portuário – pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado. 
O art. 32 da Lei nº 12.815/2013 relata o dever que o operador portuário tem de criar o Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO, que será encarregado de fornecer e controlar a mão de obra necessária ao funcionamento dos portos: 
Art. 32. Os operadores portuários devem constituir em cada porto organizado um órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário, destinado a: 
I – administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso; 
II – manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o registro do trabalhador portuário avulso; 
III – treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador portuário, inscrevendo-o no cadastro; 
IV – selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso; 
V – estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao registro do trabalhador portuário avulso; 
VI – expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e 
VII – arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos pelos operadores portuários relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários. 
Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto. 
(...) 
Art. 39. O órgão de gestão de mão de obra é reputado de utilidade pública, sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, prestar serviços a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada à gestão de mão de obra. 
Assim, o OGMO deverá recrutar, selecionar, treinar, cadastrar, registrar, organizar em escala, escalar e remunerar o trabalhador portuário. 
Tipos de trabalhadores portuários 
Existem três tipos de trabalhadores portuários. O primeiro tipo de trabalhador portuário diz respeito a empregados celetistas contratados por prazo indeterminado pelo operador portuário. O segundo tipo está relacionado aos portuários avulsos registrados pelo OGMO e escalados para trabalhar sempre que o operador portuário requisitar o trabalho. O terceiro e último tipo está ligado aos portuários avulsos cadastrados, que são chamados para trabalhar quando faltar registrados. 
Forma de ingresso nos quadros do Órgão Gestor de Mão de Obra 
Para ingressar nosquadros do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), o trabalhador terá que observar o procedimento que a lei prevê. 
Segundo a lei, o trabalhador portuário deverá se habilitar junto ao OGMO e, a partir do momento em que ele se encontrar habilitado/treinado, ele deverá se cadastrar junto ao OGMO. Depois, ele será registrado como avulso portuário, de acordo com a disponibilidade de vagas e com a ordem cronológica da sua inscrição no cadastro e na forma prevista pelo OGMO. Dos registrados serão recrutados aqueles que serão contratados como empregados por prazo indeterminado pelo operador portuário. 
Escalação dos avulsos 
O operador irá requisitar ao OGMO a mão de obra que ele precisa e o trabalhador avulso registrado concorrerá ao rodízio de forma igualitária, cabendo ao OGMO escalar dentre os presentes, de forma que respeite a igualdade de oportunidades, sendo observadas as habilitações exigidas para cada função e a escolha dos mais antigos para os melhores trabalhos, conforme mostram os artigos da Lei nº 9.719/1998: 
Art. 5º A escalação do trabalhador portuário avulso, em sistema de rodízio, será feita pelo órgão gestor de mão de obra. 
Art. 6º Cabe ao operador portuário e ao órgão gestor de mão de obra verificar a presença, no local de trabalho, dos trabalhadores constantes da escala diária. 
Parágrafo único. Somente fará jus à remuneração o trabalhador avulso que, constante da escala diária, estiver em efetivo serviço. 
(...) 
Art. 8º Na escalação diária do trabalhador portuário avulso deverá sempre ser observado um intervalo mínimo de onze horas consecutivas entre duas jornadas, salvo em situações excepcionais, constantes de acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
Pagamento dos avulsos 
Sobre o pagamento dos avulsos, a lei estipula que o operador portuário terá o dever de pagar ao OGMO o valor a que se refere a remuneração e aos demais direitos trabalhistas dos avulsos portuários. Depois, o OGMO pagará aos trabalhadores sob o sistema de rasteio. 
Observa-se o art. 2º da Lei nº 9.719/1998: 
Art. 2º Para os fins previstos no art. 1º desta Lei: 
I – cabe ao operador portuário recolher ao órgão gestor de mão de obra os valores devidos pelos serviços executados, referentes à remuneração por navio, acrescidos dos percentuais relativos a décimo terceiro salário, férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, encargos fiscais e previdenciários, no prazo de vinte e quatro horas da realização do serviço, para viabilizar o pagamento ao trabalhador portuário avulso; II – cabe ao órgão gestor de mão de obra efetuar o pagamento da remuneração pelos serviços executados e das parcelas referentes a décimo terceiro salário e férias, diretamente ao trabalhador portuário avulso. 
§ 1º O pagamento da remuneração pelos serviços executados será feito no prazo de quarenta e oito horas após o término do serviço. 
§ 2º Para efeito do disposto no inciso II, o órgão gestor de mão de obra depositará as parcelas referentes às férias e ao décimo terceiro salário, separada e respectivamente, em contas individuais vinculadas, a serem abertas e movimentadas às suas expensas, especialmente para 
este fim, em instituição bancária de sua livre escolha, sobre as quais deverão incidir rendimentos mensais com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança. 
§ 3º Os depósitos a que se refere o parágrafo anterior serão efetuados no dia 2 do mês seguinte ao da prestação do serviço, prorrogado o prazo para o primeiro dia útil subsequente se o vencimento cair em dia em que não haja expediente bancário. 
§ 4º O operador portuário e o órgão gestor de mão de obra são solidariamente responsáveis pelo pagamento dos encargos trabalhistas, das contribuições previdenciárias e demais obrigações, inclusive acessórias, devidas à Seguridade Social, arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, vedada a invocação do benefício de ordem. 
§ 5º Os prazos previstos neste artigo podem ser alterados mediante convenção coletiva firmada entre entidades sindicais representativas 
dos trabalhadores e operadores portuários, observado o prazo legal para recolhimento dos encargos fiscais, trabalhistas e previdenciários. 
§ 6º A liberação das parcelas referentes a décimo terceiro salário e férias, depositadas nas contas individuais vinculadas, e o recolhimento do FGTS e dos encargos fiscais e previdenciários serão efetuados conforme regulamentação do Poder Executivo. 
Segurança e saúde do trabalhador portuário 
É competência do OGMO, do operador portuário e do empregador, conforme o caso, cumprir e fazer cumprir as normas relativas à saúde e segurança do trabalhador. 
TRABALHADOR AVULSO NÃO PORTUÁRIO 
O trabalhador avulso não portuário é aquele que não é intermediado pelo OGMO, mas sim pelo sindicato da categoria profissional da qual ele faz parte, como, por exemplo, os trabalhadores avulsos em atividades de movimentação de mercadorias em geral, regulamentados pela Lei nº 12.023/2009. 
Além do tipo de trabalhador citado no parágrafo acima, também há outros tipos de trabalhadores avulsos que não são portuários, bastando para tal que sejam trabalhadores que oferecem sua força de trabalho a diversos tomadores, por períodos breves de tempo, intermediados pelo sindicato da categoria. 
É importante conferir que os trabalhadores avulsos não portuários também podem realizar atividades em áreas portuárias, como é o caso dos integrantes da guarda portuária. A diferença é que estes trabalhadores não são regidos pela MPV nº 595/2012 e, como tal, não são intermediados pelo OGMO. Eles também não são regulamentados pela Lei nº 12.023/2009, porque esta lei só se aplica aos movimentadores de mercadorias em geral. 
Regime jurídico da Lei nº 12.023/2009 
As atividades abrangidas pela Lei nº 12.023/2009 são trazidas pelo art. 2º, que diz: 
Art. 2º São atividades da movimentação de mercadorias em geral: 
I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; 
II – operações de equipamentos de carga e descarga; 
III – pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das operações ou à sua continuidade. 
As atividades das quais o art. 2º da Lei nº 12.023/2009 terão que ser exercidas alternativamente pelos empregados dos tomadores ou pelos trabalhadores avulsos intermediados pelo sindicato da categoria profissional. 
Quem deve organizar a escala de trabalho e a folha de pagamento dos avulsos, especificando o trabalho realizado, é o sindicato. 
 Os sindicatos também devem repassar aos trabalhadores a remuneração dos avulsos, em 72 horas úteis, contadas do pagamento pelo tomador dos serviços, sob pena da responsabilização pessoal e solidária dos dirigentes. 
O sindicato e os tomadores dos serviços precisam observar as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho. 
Os tomadores de serviço devem repassar ao sindicato a remuneração contada, incluídas as demais parcelas que os avulsos tem direito, como décimo terceiro, férias, etc, no prazo de 72 horas. O tomador ficará solidariamente responsável pelo pagamento efetivo aos trabalhadores. 
O recolhimento do FGTS e encargos sociais será feito diretamente pelo tomador dos serviços. 
DIREITOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES AVULSOS 
A igualdade de direitos entre o trabalhador avulso e o empregado é garantida pelo art. 7º, XXXIV da Constituição, sendo assim garantidos aos avulsos todos os direitos trabalhistas que se encontram na Constituição.  
A Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, que dispõe sobre as atividades de movimentação de mercadorias em geral e sobre o trabalho avulso, revela em seu artigo 4º que: 
Art. 4º O sindicato elaborará a escala de trabalho e as folhas de pagamento dos trabalhadoresavulsos, com a indicação do tomador do serviço e dos trabalhadores que participaram da operação, devendo prestar, com relação a estes, as seguintes informações:  
I – os respectivos números de registros ou cadastro no sindicato;  
II – o serviço prestado e os turnos trabalhados;  
III – as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores, registrando-se as parcelas referentes a:  
a) repouso remunerado;  
b) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;  
c) 13o salário;  
d) férias remuneradas mais 1/3 (um terço) constitucional;  
e) adicional de trabalho noturno;  
f) adicional de trabalho extraordinário. 
REFERÊNCIAS 
RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. 6ª ed. São Paulo: Método, 2016. 
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 7ª ed. São Paulo: Saraiva 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 31 mar. 2017. 
BRASIL. Lei nº 12.023/2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12023.htm> Acesso em: 31. mar. 2017. 
BRASIL. Lei nº 9.719/1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9719.htm> Acesso em: 31. mar. 2017. 
BRASIL. Lei nº 12.815/2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12815.htm> Acesso em: 31. Mar. 2017. 
BRASIL. Lei nº 8.212/1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm> Acesso em: 31. Mar. 2017. 
MARTINS, S.P. Direito do Trabalho, 33ª ed. Saraiva, 2017.
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), 21ª ed. Saraiva, 2016.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAZIQAA/apostila-direito-trabalho
http://www.jornalcontabil.com.br/clt-vinculo-de-emprego-e-o-trabalho-eventual/
http://blog.sacadaslegais.com.br/tem-diferenca-entre-trabalho-eventual-e-temporario/
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/293952/trabalho-eventual

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