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Ação Declaratória

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1 – Ação Declaratória
 1.1 – Ação processual
Antes de adentrar no exame das questões que envolvem a matéria denominada “ação
declaratória” é importante registrar que o conceito de ação processual não pode ser
assimilado ou entendido com a mesma extensão da expressão ação no seu sentido
material.
No âmbito do direito material a ação é ato de agir, representado por exercício próprio, na
defesa, na busca ou na consolidação de um determinado direito subjetivo, portanto, será
sempre um fato, uma atitude de autotutela que, aliás, nem sempre é protegida pela lei.
A ação processual tem outra função no direito e se traduz na provocação do estado para 
que, pela prestação jurisdicional, atuação do juiz, de forma absolutamente imparcial, 
substitua as partes na solução de um conflito examinando e definindo a pretensão da 
parte. Contudo, o juiz somente agirá se provocado.
O Código de Processo Civil estabelece:
Art 1º. – A jurisdição civil, contenciosa ou voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o 
território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.
Art. 2º. – Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e formas legais. 
É certo que nem sempre as partes, autor e réu, têm direitos materiais a serem protegidos 
pela pretensão manifestada judicialmente, contudo, apesar disso, poderá existir direito de 
ação no campo processual porque este é um direito público passível de ser exercido por 
qualquer ente dotado de personalidade jurídica.
Também deverão ser considerados, ainda, entes passíveis de direitos e deveres impostos
por ficção da lei, como as sociedades de fato, ou aqueles dotados apenas de direitos, 
como o nascituro.
Artigo 2º do Código Civil – A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com 
vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Artigo 878 do CPC – apresentado o laudo que reconheça a gravidez, o juiz, por sentença, 
declarará a requerente na posse dos direitos que assistam ao nascituro.
Parágrafo único: Se à requerente não couber o exercício do pátrio poder, o juiz nomeará 
curador ao nascituro.
Em síntese, a ação processual é um direito público, 
abstrato, exercido pela parte contra o estado, exigindo que 
ele lhe preste a tutela jurisdicional, reconhecendo, 
definindo ou fazendo valer o direito material, ainda que 
seja para declarar improcedente o seu pedido ou para 
reconhecê-lo carecedor da ação pretendida.
1.2 – Natureza declaratória das ações de conhecimento
-Declaratórias
-Constitutivas
Ações de CONHECIMENTO -Condenatórias
-Mandamentais
As ações de conhecimento também se dividem em declaratórias, constitutivas, 
condenatórias ou mesmo mandamentais, dependendo da preponderância de peso dos 
efeitos pretendidos. Contudo, salvo algumas exceções, todas elas contêm, em menor ou 
maior carga, os efeitos declaratórios.
As ações meramente declaratórias não buscam condenação, constituição de um direito e 
sequer a expedição de ordens judiciais. São restritas ao reconhecimento judicial da 
existência ou da inexistência de uma relação jurídica, ou ainda da declaração judicial de 
autenticidade ou falsidade de um documento. Por exemplo, podem pretender a 
declaração de uma filiação ou de uma paternidade; a declaração da existência de uma 
sociedade de fato; a declaração da falsidade de uma assinatura ou a declaração de 
inexistência de fraude em uma negociação.
As ações constitutivas têm como objeto a criação, modificação ou extinção de uma 
relação jurídica que, a partir da decisão a ser proferida pelo juiz, venha se tornar uma 
realidade jurídica nova. Portanto, não contêm pedido de uma declaração, explícito, 
embora o reconhecimento de uma relação jurídica esteja implícito no corpo da sentença 
As ações processuais, considerando sua natureza e efeitos, têm sido 
classificadas conforme a carga preponderante de eficácia que se busca das 
respectivas sentenças. Os processualistas modernos, desprezando 
considerações outras, estabeleceram os tipos básicos das ações classificando-
as em ações de conhecimento (ou ações de cognição); ações de execução e 
ações cautelares.
As ações de conhecimento ou de cognição têm o objetivo de buscar a definição
de um direito material com base em regras jurídicas estabelecidas e em 
situações determinadas que, afinal, possam resultar em um reconhecimento 
judicial de que uma das partes é dotada de razão, portanto, detém o direito.
quando serve de suporte à convicção do julgador.
As ações condenatórias têm como escopo obter a prestação jurisdicional que, 
reconhecendo um direito, imponha ao vencido uma obrigação, positiva ou negativa. Esta 
condenação expressada na sentença transforma-se em um título judicial passível de ser 
executado pelo credor.
As ações mandamentais são aquelas em que a parte apenas busca uma ordem judicial 
para fazer com que a outra parte faça ou deixe de fazer alguma coisa em face de um 
direito reconhecido ou um direito líquido e certo. Como exemplos podem ser assim 
consideradas as ações destinadas a obter ordens judiciais para retificação de registros 
públicos e o mandado de segurança que persegue uma ordem judicial destinada a 
compelir alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
Também se insere neste contexto os despachos, decisões ou determinações expedidos 
por uma autoridade.
Como visto, a sentença mandamental não pode ser
confundida com as decisões proferidas no processo de
cunho executivo, já que a eventualidade de
desatendimento da ordem judicial na ação mandamental
se resolve na esfera penal, por configurar crime de
desobediência, e a ordem judicial executória, se
desatendida, se resolve pela constrição patrimonial ou de
direitos.
Deve ser registrado, por oportuno, que as decisões em ações de conhecimento, além de
reconhecer o direito, poderão condenar a parte vencida a cumprir o julgado, além de
determinar providências para que o direito reconhecido possa prevalecer em face de
terceiros, e ainda determinar que terceiro pague a uma das partes e não à outra, por
exemplo. 
Entretanto, o seu conteúdo declaratório, de menor peso, que consiste no exame e no
reconhecimento do direito de uma das partes, será sempre a base ou o fundamento para
as demais decisões.
1.3 – Da ação meramente declaratória ou declaratória pura 
A ação meramente declaratória ou declaratória pura é aquela que tem como 
objetivo apenas a eliminação de incertezas sobre a existência ou inexistência 
de uma relação jurídica, ou falsidade de um documento. 
Portanto, o objetivo da parte é restrito à obtenção de uma declaração 
judicial, por consequência não conterá pedido de condenação e sequer 
pretensão de obter do juiz qualquer outra decisão para modificar ou extinguir 
relação jurídica ou ordenar qualquer obrigação.
Apenas deve ser ressalvado que poderá haver, como nos 
demais processos, o usual pedido de condenação do 
vencido nos ônus da sucumbência.
A ação declaratória pura ocorre quando a parte autora não 
pretende exercer a plenitude jurídico-processual da busca 
de seu eventual direito e procura apenas vê-lo reconhecido
pela via de uma declaração judicial.
Assim, formula o pedido simples, limitado à obtenção de uma sentença que declare a 
existência ou não da relação jurídica em questão, deixando que eventuais 
desdobramentos futuros, caso ocorram, se deem de forma amistosa ou ainda por via de 
outra ação, e esta sim, com suporte na declaração já obtida, deverá postular conteúdo 
condenatório, ou mandamental.
A sentença que declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica não obriga a 
parte vencida a reconhecê-la, mas, de qualquer forma, a declaração judicial faz coisa 
julgada e sujeita o vencido aos seus efeitos, independente do concurso de sua vontade.Artigo 4º. do CPC: O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência da relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória ainda que tenha ocorrido a violação do 
direito. 
Os efeitos da ação declaratória pura são "ex tunc", ou seja,
produz efeitos retroativos desde os fatos, diferentemente 
da ação constitutiva, que produz efeitos "ex nunc", ou seja,
produz efeitos somente a partir de sua prolação.
Este poder retroativo da ação declaratória decorre 
simplesmente do fato de que a sentença, neste caso, não 
estará criando, modificando ou extinguindo qualquer 
direito, estará apenas dando certeza, reconhecendo 
oficialmente, a existência de uma relação jurídica anterior.
Uma característica muito especial da ação declaratória pura é a sua função subsidiária de
prevenir litígios. Se a parte tem receio de que no futuro possa vir a existir algum litígio 
sobre uma questão ou outra, das quais possa pender alguma dúvida quanto à existência 
ou não de uma relação jurídica, pode ser manejada a ação declaratória, independente de 
que a outra parte já tenha se manifestado positiva ou negativamente a respeito.
Enfim, é possível o uso da ação declaratória de forma preventiva como forma ideal de 
sanar dúvida e conferir certeza a uma relação jurídica.
A ação declaratória pura sequer exige que haja uma oposição do demandado ou mesmo 
que seja oposta contra uma pessoa ou ente determinado. A função da ação se destinaria 
apenas a remover eventual incerteza quanto a uma relação jurídica.
A ação de usucapião, por exemplo, pode ser ajuizada pelo proprietário do imóvel apenas 
para buscar a certeza jurídica do domínio, ainda que possua escritura ou documento de 
compra. A existência de dúvida quanto a autenticidade dos documentos ou o fundado 
receio de futura argüição por terceiros quanto à eventual ilegalidade de uma relação 
jurídica, será razão suficiente para legitimar a procura da prestação jurisdicional 
declaratória.
1.4 – Ação declaratória incidental
Nesse caso a ação será incidental, ou seja, será uma 
demanda paralela em que o juiz primeiro decidirá sobre a 
questão incidente para depois examinar o direito da ação 
principal.
Estas hipóteses são previstas nos artigos 5º e 325 do 
Código de Processo Civil.
Artigo 5º do CPC: Se, no curso do processo, tornar litigiosa relação jurídica de cuja 
existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá 
requerer que o juiz a declare por sentença.
Artigo 325 do CPC: Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o 
autor poderá requerer no prazo de dez (10) dias, que sobre ele o juiz profira sentença 
incidente se da declaração da existência ou inexistência do direito depender, no todo ou 
em parte, o julgamento da lide (art. 5º).
A necessidade da ação declaratória também poderá
surgir no curso de um outro processo; quando da
juntada de um documento nos autos; quando de
uma alegação da outra parte que possa alterar ao
julgamento da lide e houver incerteza quanto à
relação jurídica alegada, ou quando a outra parte
pretender provar a falsidade do documento que
embasou a alegação, entre outras situações
similares.
1.5 – Cumulação de ações
Artigo 292 do CPC: É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, 
de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
Parágrafo primeiro: São requisitos de admissibilidade da cumulação:
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o mesmo tipo de procedimento.
Parágrafo segundo: Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de 
procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário. 
1.6 – Condições e natureza jurídica da ação declaratória
O entendimento da possibilidade jurídica do pedido no âmbito da ação declaratória não 
exige qualquer esforço para sua compreensão. É o exame de que o pedido formulado, e 
ou o bem jurídico pretendido, não estejam vedados, implícita ou explicitamente, pelo 
É possível que em um mesmo processo sejam cumuladas pretensões de cunho 
declaratório e simultaneamente condenatório ou constitutivo, ainda que o 
objeto da demanda vise, preponderantemente, obter declaração judicial de 
existência ou inexistência de relação jurídica.
Esta situação ocorre, por exemplo, quando se pretende que a justiça 
reconheça a inexistência de uma obrigação contratual, sob o argumento de 
que uma determinada cláusula é abusiva ou injurídica, e no mesmo processo a
parte pede ainda a condenação da outra na obrigação de fazer, ou não fazer, 
ou até de restituição do indébito, como consequência da declaração judicial 
pleiteada.
Não se pode abstrair de que, nesta hipótese, os pedidos "cumulados" devem 
ser compatíveis entre si e o juiz terá que ser competente para examinar todos 
eles, e mais, o procedimento deverá ser adequado a todos os pedidos ou, 
então, manejar o procedimento ordinário.
Qualquer ação para ser admitida em juízo deve estar municiada
de alguns requisitos para viabilizar a sua admissibilidade, sob 
pena de ser indeferida de plano, sem exame do mérito, apenas 
por não estar abrigada pelas condições a qual se subordina 
processualmente.
As condições básicas da ação são a possibilidade jurídica do 
pedido; a legitimidade das partes e o interesse de agir.
ordenamento jurídico vigente.
Por exemplo: se a pretensão é a declaração de validade de um casamento realizado entre
o adotado e o adotante, considerando que o casamento entre ascendentes e 
descendentes, por parentesco civil ou natural, é vedado pela lei, o pedido será 
juridicamente impossível. Portanto, sem condições de ser sequer iniciado.
Artigo 1521 do Código Civil - Não podem casar:
I - Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
Artigo 1548 do Código Civil - É nulo o casamento contraído:
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II - por infringência de impedimento.
Assim, a vedação pode decorrer de norma que considere 
injurídica a pretensão ou mesmo porque representa afronta
reflexa aos princípios básicos do sistema jurídico.
Contudo, não havendo esta vedação, mesmo que a lei não
preveja expressa proteção ao objeto do pedido, nada 
impedirá que a ação possa ser instaurada e o pedido 
apreciado pelo juiz.
A legitimidade de parte também não traz qualquer particularidade nas ações declaratórias,
impõe-se apenas que a parte que figura no polo ativo seja aquela que se julga titular do 
direito material apresentado em juízo e, da mesma forma, no polo passivo, a parte que 
estaria sujeita aos reflexos da eventual decisão que vier a ser proferida em face do 
pedido.
Esta condição decorre da norma processual que exige a existência do interesse e da 
legitimidade da parte para propor ou contestar qualquer ação.
É no requisito do interesse de agir que residem algumas particularidades que merecem
observação mais atenta quanto às ações declaratórias.
É que as controvérsias são mais agudas nas ações declaratórias porque nestas ações 
as pretensões estão vinculadas a uma situação de fato que exige exame detalhado de 
caso a caso, especialmente considerando que o interesse de agir é representado pela 
incerteza sobre a existência de uma relação jurídica.
Como nestas demandas é muito aberto o leque de possibilidades, existirá sempre o 
risco de se usar os órgãos judiciários para molestar terceiros com questões 
absolutamente impróprias e ou meramente hipotéticas.
Assim os julgadores tentam desvendar a existência do interesse processual 
submetendo o objeto do provimento judicial pretendido a um exame preliminar quanto 
a estar ou não substanciado pelointeresse-necessidade; interesse-utilidade e ou 
interesse-adequação.
O interesse-necessidade se manifesta quando a solução da dúvida ou incerteza não pode
ser resolvida pela via normal, natural ou amistosa, ou ainda quando a parte adversa reluta
em aceitar a validade da relação jurídica questionada. Assim, não há alternativa senão a 
busca do provimento jurisdicional.
O interesse-utilidade é a conformação do provimento que se busca com a utilidade que 
poderá se traduzir para a parte. Se o provimento judicial pleiteado não puder resultar em 
efetivo benefício para a parte, estará patente a carência de ação em face da inexistência 
do interesse-utilidade. Por exemplo: não haverá de ser admitido o mandado de segurança
para inscrição em determinado concurso cujo certame já se realizou.
O interesse-adequação funciona no sentido de que 
provimento pleiteado deve ser adequado para reparar a 
lesão sofrida; para declarar a existência de uma relação 
jurídica ou para anular um ato jurídico. É inadequado, por 
exemplo, o manejo de mandado de segurança contra ato 
de um diretor de uma empresa, porque, sabidamente, o 
mandado de segurança é o remédio processual adequado 
apenas para possibilitar a anulação de atos de autoridades
públicas e não de administradores privados.
Embora a adequação não esteja claramente subordinada ao vocábulo interesse, e até 
talvez, em muitos casos, seja mais conformada no requisito da possibilidade jurídica do 
pedido, são muitos os doutrinadores que adotam a inadequação como ausência de 
interesse processual.
Na ação declaratória, especialmente, o interesse de agir se consubstanciará na criação 
da certeza jurídica em relação a uma determinada relação jurídica útil ou necessária. Não 
é o mero estado de hesitação ou de indecisão exclusivamente subjetivo que autoriza a 
ação declaratória, a incerteza deve ser fundada em ato ou fato que lhe empreste sentido, 
ou que possa produzir reflexos jurídicos futuros, do contrário faltará o interesse de agir.
1.7 – Objeto da ação
Contudo, de qualquer forma, não é apropriado buscar a 
prestação jurisdicional apenas com o objetivo de se obter 
uma declaração de que a lei em abstrato é aplicável a uma
situação jurídica qualquer. É necessário que o fato 
da relação jurídica entre partes seja o esteio da ação 
declaratória.
A ação declaratória pode ser utilizada para se obter declaração de nulidade do processo 
que tiver corrido a revelia do réu por ausência de citação ou por citação nula; para 
declaração de certeza da existência ou inexistência de uma obrigação tributária; para 
declarar a ilegalidade e invalidade de cláusula contratual; para reconhecer a prescrição de
uma obrigação; para ser declarada nula duplicata que não se funda em negócio jurídico 
válido; para declarar a invalidade de cláusula testamentária; para declaração do estado de
solteiro ou da inexistência de parentesco; para declarar a exoneração de prestar 
alimentos; para reconhecer ou negar a união estável, entre outras.
1.8 - Ação declaratória e a ação anulatória de débito fiscal.
Mas, a ação declaratória não é apropriada para discutir um débito tributário já lançado, 
portanto consolidado. Nesta hipótese a ação a ser manejada é a anulatória de débito 
fiscal porque o objeto da demanda já não é a incerteza da relação jurídica e sim a 
modificação da relação jurídica existente.
Em muitos casos, quando o lançamento fiscal decorre de um entendimento errôneo da 
autoridade fiscal, pode ser recomendado uma ação anulatória, em relação aos 
Atento ao que dispõe a lei, o objeto da ação declaratória 
será sempre a declaração de uma relação jurídica ou a 
autenticidade de documentos.
A doutrina ainda titubeia em definir a elasticidade da 
expressão relação jurídica, contudo, cresce a corrente que 
entende asituação jurídica seria o vocábulo mais 
apropriado para abrigar o conceito que o legislador quis 
inserir na norma.
Convém observar, contudo, que em alguns casos a ação a ser manejada não
é meramente a declaratória, por exemplo quanto aos débitos fiscais. 
A ação declaratória tributária é apropriada para definir a existência ou 
inexistência de uma relação obrigacional tributária e, por consequência, por 
força do trânsito em julgado da decisão que reconheceu a inexistência da 
relação jurídica, permitir que o contribuinte se oponha à tentativa do fisco 
em proceder a um determinado lançamento tributário.
lançamentos já efetivados, cumulada com o pedido de declaração de inexistência de 
relação jurídica tributária relativamente a algum fato gerador definido, que produziria como
efeito a impossibilidade de lançamentos fiscais futuros lastreados no mesmo suposto 
vício.
1.9 - Rito da ação declaratória 
Todavia, existem algumas situações em que as ações declaratórias adquirem uma feição 
diferenciada e, em razão das suas peculiaridades, a própria lei lhes impõe ritos 
procedimentais especiais, como exemplo as ações de usucapião, as ações de 
demarcação e as ações de consignação em pagamento.
É oportuno salientar, outrossim, que atendidos os requisitos de valores e desnecessidade 
de perícia, entre outros, conforme previstos na Lei 9.099/95, as ações declaratórias 
também poderão ser recebidas, instruídas e julgadas pelos Juizados Especiais.
1.10 - Possibilidade da reconvenção ou de outra declaratória incidente
1.11 - O valor da causa nas ações declaratórias
O rito procedimental para o trâmite da ação 
declaratória pura não é objeto de grandes 
questionamentos. No geral, tramitarão pelo rito 
ordinário ou pelo rito sumário, dependendo do valor
atribuído à causa. Sendo certo que, tratando-se de 
processos de cognição ou de conhecimento, estarão
excluídas as hipóteses de processo cautelar ou 
processo de natureza executiva.
Nas ações meramente declaratórias, para se obter uma declaração de teor 
exatamente contrário ao pretendido pelo autor, o réu não precisa reconvir, será
bastante a contestação.
Entretanto, em algumas demandas podem surgem situações em que se faça 
possível a reconvenção ou mesmo a ação declaratória incidente. Contudo, 
nestas hipóteses, a viabilidade do manejo destas ações está condicionada à 
existência de diversidade de lide. 
Por exemplo: O autor busca na ação declaratória o reconhecimento da 
existência de uma relação jurídica contratual entre Pedro e Joaquim. O réu, 
por sua vez, ajuíza ação incidental, com o objetivo de obter a declaração de 
que Joaquim era absolutamente incapaz para os atos da vida civil ao tempo da
formalização do contrato.
Nas ações declaratórias puras o valor da causa, na grande maioria dos casos, 
deverá ser o mínimo de alçada, posto que as declarações de relação jurídica e 
de reconhecimento de falsidade ou veracidade de documento geralmente não 
têm valor passível de ser estimado.
Contudo, quando se trata de obter declaração de existência de um 
determinada relação jurídica, cujo valor econômico seja expresso, em 
atendimento ao que dispõe o artigo 259, V, do Código de Processo Civil, o 
valor da causa a ser atribuído deverá ser igual ao do negócio jurídico cuja 
existência esteja sendo questionada.
Artigo 259 do CPC - O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:
V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou 
rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato.

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