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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ANANINDEUA FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Adriane Pimentel Oliveira Elienai Ferreira Magalhães TRATAMENTO DE MINÉRIOS I MOAGEM LABORATORIAL Ananindeua 2018 Adriane Pimentel Oliveira Elienai Ferreira Magalhães TRATAMENTO DE MINÉRIOS I MOAGEM LABORATORIAL Artigo avaliativo requisitado como item imprescindível para a obtenção de nota da disciplina de Tratamento de Minérios I. Turma: Ciência e Tecnologia 2016. Docente: Reginaldo Sabóia. Ananindeua 2018 RESUMO A moagem é conhecida como fragmentação fina, o qual as partículas são reduzidas pelo impacto e compressão ao mineral. Este trabalho apresenta a importância da moagem em substâncias sólidas, para que produza a fineza desejada da amostra. Esse processo utiliza moinhos cilíndricos (barras ou bolas), pois a contaminação com um mineral (exemplo: ferro) é desfavorável às etapas seguintes. A moagem permite a fragmentação da amostra, e consequentemente ocorre o aumento da superfície de contato e melhora na eficiência das etapas a seguir, tais como, extração, aquecimento, resfriamento, desidratação, e uniformidade no tamanho das partículas facilitando à separação do componente levado as análises. Palavras-chave: Desintegração de amostras, moagem, moinhos cilíndricos. ABSTRACT Milling is known as fine fragmentation, which particles are reduced by impact and compression to the mineral. This work presents the importance of grinding in solid substances, so that it produces the desired fineness of the sample. This process uses cylindrical mills (bars or balls), as the contamination with a mineral (example: iron) is unfavorable to the following steps. The grinding allows the fragmentation of the sample, consequently the increase of the contact surface and improvement in the efficiency of the following stages, such as extraction, heating, cooling, dehydration, and uniformity in the particle size, facilitating the separation of the component taken the analyzes . Keywords: Disintegration of samples, milling, cylindrical mills. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. .. 1 2METODOLOGIA ........................................................................................................... .. 2 2.1 Moinho de Barras.......................................................................................................... 3 2.2 Moinho de Bolas............................................................................................................. 6 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 8 REFERENCIAS................................................................................................................... 9 APÊNDICE A .................................................................................................................... 10 1 1. INTRODUÇÃO Inicialmente as etapas de preparação em amostras exigem a necessidade do processo de britagem e em seguida da moagem para a fragmentação. Os ensaios de britagem e moagem têm por finalidade a redução granulométrica das amostras coletadas com pouca produção de finos. Os equipamentos utilizados na primeira etapa de britagem são britadores de mandíbulas, em que há a redução de uma granulometria abaixo de 6,0mm. Na segunda etapa de britagem são utilizados os equipamentos britadores de rolos, em que reduz a granulometria abaixo de 1,5mm ou 0,8mm considerando o tipo de minério. Por fim às etapas de britagem, as amostras devem passar por processos de homogeneização e quarteamento. E em seguida são estocadas para o próximo passo, a Moagem. Dependendo das propriedades da amostra há tipos de moinhos a serem utilizados. Os materiais quebradiços são moídos por um batedor, os materiais fibrosos são moídos por uma lâmina e os materiais duros ou quebradiços são moídos por um cortador especifico de metal. De fato interessante no processo de moagem é a possível ocorrência de problemas causados por materiais macios ou duros moídos. Os quais são resolvidos tornando a amostra mais quebradiça com gelo seco ou nitrogênio líquido, em seguida a amostra pode ser moída com facilidade. De acordo com Sampaio; “Após os ensaios de moagem, a amostra deve ser transferida do moinho para outro recipiente” evitando a contaminação e as perdas durante o manuseio. Em geral os moinhos são utilizados para redução do tamanho das partículas de amostras, em que é essencial rompê-la em tamanhos menores, a fim de atender uma metodologia específica e ao processo no qual a amostra será submetida. 2 2. METODOLOGIA A metodologia utilizada neste trabalho será a mesma redigida por João Alves (Engenheiro de Minas – UFPE) e Carla Napoli (Engenheira Química – Universidade Federal Fluminense) do livro Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais – CETEM/MCT, capitulo 9 - Ensaios de Moagem em Laboratório. O trabalho consiste na coleta de fragmentos de rochas para confecção de seções polidas, visando estudos mineralógicos úteis aos estudos de liberação. Esse procedimento só é possível quando o minério não está alterado, isto é, quando se trata de rocha fresca. Além disso, é indicado para estudos de determinação do grau de liberação (Herbst et al., 2003). Na seguinte etapa procede-se a britagem da amostra, conduzida com cuidado, para evitar contaminação. O operador deve remover a graxa ou óleo existente no britador ou em outro equipamento de fragmentação. Nos testes de laboratório, os equipamentos indicados para britagem primária são britadores de mandíbulas, nos quais a amostra é reduzida a uma granulometria abaixo de 6,0 mm. Na segunda etapa de britagem, utilizam-se britadores de rolos para reduzir a granulometria da amostra a valores menores que 1,5. Este procedimento permite a redução granulométrica da amostra. Na Figura 1, pode-se observar o diagrama de fluxo de etapas de preparação da amostra. Figura 1: Procedimento da etapa de preparação da amostra. Fonte: Ensaios de Moagem em Laboratório – CETEM 3 Após a britagem, a amostra passa pela homogeneização e quarteamento em alíquotas que variam entre 500 e 2.000 g, de acordo com o planejamento do estudo feito pelo pesquisador responsável pelos trabalhos de pesquisa. A obtenção dessas amostras obedece aos métodos de amostragem e preparação que são conhecidos pelo operador. As amostras são estocadas para utilização na etapa de moagem. Durante o processo de estocagem, deve ser evitada a contaminação da amostra. A ineficiência dos moinhos pequenos usados em laboratório, não é recomendável a moagem de amostras com granulometria acima de 1,5 mm. Os moinhos recomendados são os cilíndricos (barras e bolas), este para o caso das amostras, em que a contaminação com ferro é prejudicial às etapas de beneficiamento subsequentes. 2.1. Moinhode Barras. Na elaboração destas instruções foram utilizados os seguintes equipamentos: (i) uma unidade motora com velocidade controlada; (ii) um moinho de barras com diâmetro de 150 mm e comprimento de 300 mm, fabricado em aço inoxidável (Figura 2); (iii) dez barras com diâmetro de 21 mm e comprimento 293 mm, fabricadas também em aço inoxidável (Figura 2); (iv) um conjunto de peneiras de laboratório série Tyler e um peneirador vibratório (Figura 2); (v) um cronômetro para controle do tempo de moagem; (vi) baldes para coleta de amostras. 4 Figura 2: Equipamentos utilizados na moagem. (A) conjunto de peneiras e peneirador vibratório, (B) unidade motora com moinho de barras. Fonte: Ensaios de Moagem em Laboratório – CETEM O moinho de barras opera com velocidade de rotação da ordem de 65% da sua velocidade crítica (Equação 1) (Figueira et al., 2004). Esta velocidade é constante para todos os ensaios, e é essencial ser monitorada pelo operador. O mesmo deve utilizar o sistema mecânico de redução de velocidades, e um inversor de freqüência, para controlar a velocidade (rpm) do motor. A medida da velocidade de rotação do moinho é feita com auxílio de um medidor estroboscópio. Assim, conseguem-se valores confiáveis da velocidade de rotação do moinho. [1] √ Em que: Nc = velocidade critica do moinho (rpm) r = raio do moinho (m) O tempo de moagem para determinados ensaios depende da origem natural do minério. Em geral, os tempos de moagem variam em intervalos de 5 min. É sugerida a realização de ensaios com os seguintes tempos de moagem: 5; 10; 15; 20; 25; 30 min, ou mais, dependendo, da resposta do minério a essas condições de moagem. Os resultados da análise granulométrica são expostos na figura 3, sendo o valor 0 (zero) para o tempo de moagem corresponde à distribuição granulométrica do minério na alimentação do moinho. Na Figura 4, no eixo das ordenadas, estão os tempos de moagem e, nas abscissas, as percentagens passantes relativas a cada teste de moagem. 5 Figura 3: Tabela dos resultados obtidos nos testes de moagem (moinho de barras), utilizando o minério de feldspato da região Borborema – Seridó/ RN. Fonte: Ensaios de Moagem em Laboratório – CETEM Figura 4: Curva de moagem do minério de feldspato pegmatítico da região Borborema- Seridó. (As aberturas das peneiras estão expressas em mm). Fonte: Ensaios de Moagem em Laboratório - CETEM Na Figura 4, é possível determinar o tempo de moagem necessário à redução granulométrica de uma amostra do feldspato, desde que as mesmas condições operacionais do ensaio sejam mantidas. No presente exemplo foi determinado o tempo de moagem para se moer uma amostra deste minério, com 80% passante na peneira com abertura de 0,295 mm. 6 2.2. Moinho de Bolas Os ensaios foram realizados em um moinho de bolas com dimensões de 185x160 mm (diâmetro X comprimento), sendo a velocidade de rotação do moinho equivalente a 65% da velocidade crítica. Na figura 5 constam os dados da carga de bolas utilizadas, assim como os resultados obtidos nos testes de moagem, nos quais foi utilizada a mesma amostra de minério de feldspato da região Borborema-Seridó, RN. Os ensaios foram realizados de modo semelhante aos feitos com o moinho de barras. O tempo de moagem para moer uma amostra de 1,0 kg de feldspato encontra-se no gráfico da Figura4. Figura 5: Tabela da quantidade, diâmetro e volume das bolas utilizadas nos testes de moagem e os resultados dos mesmos, na qual utilizou o minério de feldspato da região Borborema-Seridó, RN. Fonte: Ensaios de Moagem em Laboratório - CETEM 7 Figura 6: Curva de moagem em moinho de bolas com minério de feldspato pegmatítico da região Borborema-Seridó (As aberturas das peneiras estão expressas em mm). Fonte: Ensaio de Moagem em Laboratório – CETEM 8 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste artigo foram apresentadas as diversas formas de execução da moagem laboratorial, deixando evidente os processos e as metodologias utilizadas. Através desse trabalho foi possível observar também as vantagens da utilização da moagem laboratorial na indústria, tais como, o aumento da relação superfície/volume, aumentando, com isso, a eficiência de operações posteriores, como extração, aquecimento, desidratação, etc. A moagem é a última etapa do processo de fragmentação, é destacada como operação importante para um bom desempenho no tratamento de minérios. A quantidade e o tamanho de minerais influenciam durante o processo de moagem, dessa forma este processo requer escolhas de equipamentos adequados para ocorrer uma etapa segura durante a operação. Por fim a moagem é usada para a quebra do material, sendo assim diminuir a granulometria das partículas a fim de preparar as amostras para etapas de concentração e consequentemente para flotação. 9 REFERENCIAS SAMPAIO. J.A e BARBATO. C.N. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2004. SAMPAIO. J.A e SILVA. F.A. Análise Granulométrica por Peneiramento. Rio de Janeiro: CETEM/MCTA, 2004 BERALDO, J.L. Moagem de minérios em moinhos tubulares. (s.l.): Edgard Blucker, 1987. LUZ, A. B e LINZ, F. A. F. Introdução ao Tratamento de Minérios: 4.ed. do Livro de Tratamento de Minérios. Rio de Janeiro CETEM, 2004. CORREIA. E.R.C. Moagem de Minérios. Espírito Santo, IFES. CHAVES. A.P. Teoria e Prática do Tratamento de Minérios: Britagem, Peneiramento e Moagem. Vol. 3. 5ª Ed. São Paulo: Oficina de Textos Editora, 2012. 10 APÊNDICE A PERGUNTAS REQUISITADAS. 1-Após passar por uma moagem primária, para a caracterização do produto é aceitável que 80% da massa inicial passe por uma peneira de 500 µm. Esse produto é reduzido de tamanho novamente através de um moedor de rolos, onde agora 80% do produto final passa em uma peneira de 88 µm. Para a segunda moagem, um motor de 5HP é utilizado. Considerando agora, que 80% do produto final passe em uma peneira de 125 µm, mas com uma taxa de moagem (vazão mássica) 50% maior que a anterior, verifique se o motor instalado possui potência suficiente para operar o moedor? Considere a equação de Bond nos cálculos. Resolução: Passo 1: ( √ √ ) ̇ ( √ √ ) Passo 2: ̇ ( √ √ ) Logo, o motor determina potência insuficiente para permitir um aumento na taxa de carga de 50%, ou seja, a vazão mássica, mesmo se aumentar o diâmetro para 125 µm. Se houver o aumento a taxa de carga para 38%, é possível a execução do trabalho realizado pelo motor de 5HP. 2- A moagem do trigo está sendo realizada numa indústria com um moinho de rolos. Na operação atual, 5HP são consumidos durante o processo de fragmentação de 6,4 ton/h do trigo, desde um diâmetro de 3mm a 1mm. Um motor de 7HP está instalado para executar esse trabalho. Verifique se o mesmo motor poderia ser utilizado quando um ajuste no espaçamento entre os cilindros, de modo a reduzi-lo na metade. Considere a lei de Bond. Resolução: ( √ √ ) (√ √ ) ( √ √ ) Potência necessária 9,894 HP; logo, o motor de 7 HP não será suficiente.
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