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* Macroeconomia: Política Fiscal Macroeconomia: Política Fiscal Texto de P. Krugman Em 1998, o governo japonês terminou a construção da mais longa ponte pênsil do mundo. A ponte sobre o vão de 1.982 metros entre a ilha japonesa de Awaji e a cidade de Kobe teve um custo de construção de $7,3 bilhões. No entanto, como os céticos haviam previsto, ela atualmente tem muito pouco tráfego, cerca de 4.000 carros por dia. Em comparação, na ponte Rio-Niteroi, trafegam ~130 mil/dia. No Japão, histórias como esta são comuns. Durante os anos 90, o governo japonês gastou cerca de $1,4 trilhão em infraestrutura que incluiu muitos projetos de construção de utilidade publica duvidosa. Qual a finalidade? Macroeconomia: Política Fiscal A finalidade era sustentar a demanda agregada (DA). Durante os anos 90, o governo japonês construiu pontes, rodovias, represas, muros de contenção de maré e até garagens para estacionamento em um esforço para combater a persistente fraqueza da DA. O uso, pelo governo japonês, do gasto público em construção para estimular a economia é um exemplo de política fiscal discricionária, i.e. uso deliberado do gasto governamental ou dos impostos para administrar a DA. De fato, muitos paises tentam administrar a DA através do uso da política fiscal discricionária. Os governos também ajustam impostos na tentativa de administrar a DA: podem reduzir impostos para tentar estimular a economia ou então aumentar impostos quando acreditam que a DA está aquecida demais. Macroeconomia: Política Fiscal Macroeconomia: Política Fiscal O outro lado dos gastos … Macroeconomia: Política Fiscal Macroeconomia: Política Fiscal A política fiscal é o estudo da intervenção do Estado na atividade econômica, a fim de moderar os ciclos econômicos, utilizando como ferramentas a arrecadação de impostos e os gastos públicos => afeta a demanda. Clássicos => Desemprego e estoque opcional. Opção por horas de lazer e não haveria estoque da produção indesejado, situação que foi provada inverdadeira crise 29. Keynes => equilíbrio mrk de trabalho é apenas uma das situações possíveis. As decisões de despesas (consumo privado, investimento e gasto público) condicionam a decisão da firma produzir. Se não existir demanda, as firmas reduzem a produção, causando desemprego e jogando o país em uma recessão. Macroeconomia: Política Fiscal Gastos Públicos: Desembolso do setor público destinados ao pagamento de bens e serviços adquiridos pelo Governo: Gastos dos ministérios, secretaria e autarquias: salários, aquisição e manutenção de equipamentos, despesas gerais, etc. Gastos com transferências e subsídios. Macroeconomia: Política Fiscal Como é um modelo => hipóteses básicas: PIB = f(no. de trabalhadores empregados) Existe uma relação entre produção e volume da mão-de-obra empregada. Taxa geral de juros e nível geral de preços: constantes. Depreciação do capital é considerada inexistente. Inexistência de transferência (receita ou envio) de receita líquida para o exterior. Todos os lucros auferidos pelas empresas da economia são distribuídos aos sócios e acionistas. Macroeconomia: Política Fiscal C são gastos das famílias com a aquisição de bens de consumo, e é uma função de sua renda disponível - C = f(YD): YD = Y – T Apenas para iniciar, vamos considerar que a YD = Y Dados os pressupostos iniciais, o modelo keynesiano estrito só é válido no curto prazo, quando há rigidez nas variáveis e os preços permanecem estáveis. A relação entre consumo e renda chama-se função consumo. Y = C + I + G = DA = OA Macroeconomia: Política Fiscal Assim, o comportamento do consumo em relação à renda disponível (função consumo) pode ser representada por uma função linear do tipo: C = Ca + c Y PmgC = Δ C / Δ Y A propensão marginal a consumir (PMgC) é a quantidade adicional que os indivíduos consomem quando recebem um real adicional de renda disponível. Macroeconomia: Política Fiscal Quanto maior a renda disponível, maior o Consumo (C). Se C > Y => “despoupança” – S (poupança) é negativa – famílias gastam mais do que ganham. Se C = Y => ponto de nivelamento – não há poupança. Se C < Y => criação de poupança. Quanto maior for a taxa de juros, maior a poupança das famílias. Propensão marginal a poupar (PMgS): PMgS = ∆S / ∆Y Macroeconomia: Política Fiscal Y - C = S Macroeconomia: Política Fiscal A função consumo (mostra a relação entre consumo e renda) indica o nível de consumo planejado ou desejado (C) correspondente a cada nível de renda pessoal disponível (Yd). Mas, o gasto total agregado é a quantia que todos os agentes econômicos planejam gastar em bens e serviços nacionais. Essas unidades de gasto, em nosso modelo simplificado, são as famílias, via consumo, as empresas, via investimento, e Governo. O equilíbrio só se dará quando o gasto agregado planejado for exatamente o suficiente para absorver a quantidade ofertada, ou seja, a produção total. Macroeconomia: Política Fiscal Representa a despesa. Possui inclinação igual a PMgC (<1). Ponto de equilíbrio. Despesa é igual à renda. Quanto maior a PMgC, maior será a renda de equilíbrio. Keynes: demanda determina YE => quanto mais consumistas forem as pessoas, maior será a renda de equilíbrio. Macroeconomia: Política Fiscal Determinação da renda ou produto de equilíbrio no modelo Macroeconomia: Política Fiscal Multiplicador Keynesiano: Mostra como uma variação de uma unidade monetária provoca uma alteração no PIB de equilíbrio. Como fatos que alteram agregados macroeconômicos – I, G, T e X liq – afetam o crescimento econômico (produção e o emprego). Curto Prazo. O tamanho do multiplicador depende do tamanho da PMgC, isto é, da inclinação da função consumo. Quanto mais inclinada for a função, maior será o multiplicador. Macroeconomia: Política Fiscal Suponha PMgC = 0,8 e que a soma dos gastos autônomos seja igual a R$ 1.000,00: Supondo que o governo decida aumentar seus gastos em $ 100,00. Macroeconomia: Política Fiscal Fenômeno do multiplicador: refere-se ao fato de que um aumento de qualquer componente dos gastos leva a um aumento mais do que proporcional na renda de equilíbrio. Assim, temos que a variação total da renda será igual: Δ$ 100,0 no G => Δ $ 500,0 na renda de equilíbrio. Macroeconomia: Política Fiscal Multiplicador Generalizando: Keynesianos defendem a idéia de que, durante uma recessão (mais ainda, durante uma depressão), o papel do governo seria aumentar seus gastos como forma de aquecer a economia. Obs: o efeito não é tão claro se for uma recessão por choque de oferta. Macroeconomia: Política Fiscal Firmas reduzem a quantidade produzida devido a falta de demanda efetiva. Se o governo aumentar seus gastos => cria uma demanda. Esta nova demanda faria com que algumas firmas elevassem sua produção. Para aumentar a produção => contratar novos trabalhadores. Estes passariam a receber um salário => seria gasto com novos produtos. As firmas produtoras bens/serviços demandados pelos novos trabalhadores também teriam de aumentar a sua produção. Estas empresas devem, então, contratar novos trabalhadores. Assim, inicia-se um ciclo repetitivo - responsável pelo efeito multiplicador dos gastos. Macroeconomia: Política Fiscal Impostos: são pagamentos feitos por pessoas físicas e jurídicas para o Governo (federal, estadual e municipal). Serve para custear parte das despesas de administração e dos investimentos do governo em obras de infraestrutura e serviços essenciais à população, etc.). Impostos Indiretos: incidem sobre o preço das mercadorias. Impostos Diretos: incidem diretamente sobre a renda da pessoa. Macroeconomia: Política Fiscal Impacto dos impostos recaem sobre a DA: YD = Y – T Possuem ação anti-cíclica: Quando a renda nacional aumenta, os impostos aumentam mais que proporcionalmente - caem em uma faixa mais alta – YD . Quando a renda nacional cai, os impostos diminuem menos que proporcionalmente - YD . Macroeconomia: Política Fiscal Carga Tributária Líquida = total de impostos arrecadados – transferências do governo (subsídios e gastos com assistência e previdência social): T = Td + Ti – TG Poupança do Governo em Conta Corrente = carga tributária líquida – consumo do governo (G): SG = T - G Também conhecido como Resultado Primário – não inclui juros e correções monetárias – déficit nominal. É a poupança do governo que determina a sua capacidade de investimento (estradas, educação, etc.) Macroeconomia: Política Fiscal Superávit Primário: quando as receitas auferidas pela arrecadação do governo for maior do que os seus gastos (excetuando gastos com juros, correção monetária). Os R$ economizados são a garantia de que o país terá dinheiro para honrar o pagamento de juros, impedindo assim a explosão da dívida pública. Mas, deixam de ser investidos em obras públicas ou projetos sociais, que poderiam ajudar a reativar a economia ou a gerar emprego. O governo, no entanto, aposta que, no longo prazo, um superávit elevado contribua para que estrangeiros invistam no Brasil e ajudem no desenvolvimento do país. Macroeconomia: Política Fiscal Déficit Público = governo gasta mais do que ganha. Como financiar o déficit do Governo? Tradicionais: Aumento de impostos e/ou corte de gastos. Venda de títulos públicos ao setor privado e ao Bacen. Endividamento público traz uma nova categoria de gastos: rolagem e pagamento de serviços da dívida - quanto maior o estoque da dívida, maior o gasto com juros Macroeconomia: Política Fiscal Política Fiscal Expansionista: gera uma expansão mais que proporcional da demanda e do produto, caso haja capacidade ociosa na economia. Macroeconomia: Política Fiscal Política Fiscal Contracionista: gera uma redução na demanda e do produto. Macroeconomia: Política Fiscal Demanda e Oferta agregadas e o Equilíbrio macroeconômico: ponto onde PIB real e o nível geral de preços satisfazem tanto a ofertadores quanto a demandantes. O que acontece se ocorre um choque na demanda e/ou oferta agregada?? Macroeconomia: Política Fiscal Explique por quê um declínio nos gastos de investimento causado por uma mudança nas expectativas econômicas levaria também a uma queda nos gastos de consumo. Um declínio nos gastos de investimento, do mesmo modo que um aumento nos gastos de investimento, tem um efeito multiplicador no PIB real. A única diferença é que, neste caso, o PIB real cai ao invés de aumentar. A queda no investimento leva a uma queda inicial o PIB real, que leva a uma queda na renda disponível, o que leva a menores gastos de consumo, o que leva a mais uma queda no PIB real, e assim por diante. Os gastos de consumo caem como resultado indireto da queda nos gastos de investimento. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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