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PoliticaFiscal 2017

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Macroeconomia: Política Fiscal
Macroeconomia: Política Fiscal
Texto de P. Krugman
Em 1998, o governo japonês terminou a construção da mais longa ponte pênsil do mundo. A ponte sobre o vão de 1.982 metros entre a ilha japonesa de Awaji e a cidade de Kobe teve um custo de construção de $7,3 bilhões. No entanto, como os céticos haviam previsto, ela atualmente tem muito pouco tráfego, cerca de 4.000 carros por dia. Em comparação, na ponte Rio-Niteroi, trafegam ~130 mil/dia.
No Japão, histórias como esta são comuns. Durante os anos 90, o governo japonês gastou cerca de $1,4 trilhão em infraestrutura que incluiu muitos projetos de construção de utilidade publica duvidosa.
Qual a finalidade? 
Macroeconomia: Política Fiscal
A finalidade era sustentar a demanda agregada (DA).
Durante os anos 90, o governo japonês construiu pontes, rodovias, represas, muros de contenção de maré e até garagens para estacionamento em um esforço para combater a persistente fraqueza da DA. O uso, pelo governo japonês, do gasto público em construção para estimular a economia é um exemplo de política fiscal discricionária, i.e. uso deliberado do gasto governamental ou dos impostos para administrar a DA. 
De fato, muitos paises tentam administrar a DA através do uso da política fiscal discricionária. Os governos também ajustam impostos na tentativa de administrar a DA: podem reduzir impostos para tentar estimular a economia ou então aumentar impostos quando acreditam que a DA está aquecida demais.
Macroeconomia: Política Fiscal
Macroeconomia: Política Fiscal
O outro lado dos gastos …
Macroeconomia: Política Fiscal
Macroeconomia: Política Fiscal
A política fiscal é o estudo da intervenção do Estado na atividade econômica, a fim de moderar os ciclos econômicos, utilizando como ferramentas a arrecadação de impostos e os gastos públicos => afeta a demanda. 
Clássicos => Desemprego e estoque opcional. 
Opção por horas de lazer e não haveria estoque da produção indesejado, situação que foi provada inverdadeira crise 29.
Keynes => equilíbrio mrk de trabalho é apenas uma das situações possíveis. 
As decisões de despesas (consumo privado, investimento e gasto público) condicionam a decisão da firma produzir. 
Se não existir demanda, as firmas reduzem a produção, causando desemprego e jogando o país em uma recessão. 
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Gastos Públicos:
Desembolso do setor público destinados ao pagamento de bens e serviços adquiridos pelo Governo:
Gastos dos ministérios, secretaria e autarquias: salários, aquisição e manutenção de equipamentos, despesas gerais, etc.
Gastos com transferências e subsídios.
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Como é um modelo => hipóteses básicas:
PIB = f(no. de trabalhadores empregados) 
Existe uma relação entre produção e volume da mão-de-obra empregada.
Taxa geral de juros e nível geral de preços: constantes.
Depreciação do capital é considerada inexistente.
Inexistência de transferência (receita ou envio) de receita líquida para o exterior.
Todos os lucros auferidos pelas empresas da economia são distribuídos aos sócios e acionistas.
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C são gastos das famílias com a aquisição de bens de consumo, e é uma função de sua renda disponível - C = f(YD):
YD = Y – T
Apenas para iniciar, vamos considerar que a YD = Y
Dados os pressupostos iniciais, o modelo keynesiano estrito só é válido no curto prazo, quando há rigidez nas variáveis e os preços permanecem estáveis.
A relação entre consumo e renda chama-se função consumo.
Y = C + I + G = DA = OA
Macroeconomia: Política Fiscal
Assim, o comportamento do consumo em relação à renda disponível (função consumo) pode ser representada por uma função linear do tipo:
			C = Ca + c Y
			
PmgC = Δ C / Δ Y
A propensão marginal a consumir (PMgC) é a quantidade adicional que os indivíduos consomem quando recebem um real adicional de renda disponível.
Macroeconomia: Política Fiscal
Quanto maior a renda disponível, maior o Consumo (C).
Se C > Y => “despoupança” – S (poupança) é negativa – famílias gastam mais do que ganham.
Se C = Y => ponto de nivelamento – não há poupança.
Se C < Y => criação de poupança.
Quanto maior for a taxa de juros, maior a poupança das famílias.
Propensão marginal a poupar (PMgS): 
PMgS = ∆S / ∆Y
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Y - C = S
Macroeconomia: Política Fiscal
A função consumo (mostra a relação entre consumo e renda) indica o nível de consumo planejado ou desejado (C) correspondente a cada nível de renda pessoal disponível (Yd).
Mas, o gasto total agregado é a quantia que todos os agentes econômicos planejam gastar em bens e serviços nacionais. Essas unidades de gasto, em nosso modelo simplificado, são as famílias, via consumo, as empresas, via investimento, e Governo.
O equilíbrio só se dará quando o gasto agregado planejado for exatamente o suficiente para absorver a quantidade ofertada, ou seja, a produção total. 
Macroeconomia: Política Fiscal
Representa a despesa.
Possui inclinação igual a PMgC (<1).
Ponto de equilíbrio.
Despesa é igual à renda.
Quanto maior a PMgC, maior será a renda de equilíbrio.
Keynes: demanda determina YE => quanto mais consumistas forem as pessoas, maior será a renda de equilíbrio.
Macroeconomia: Política Fiscal
Determinação da renda ou produto de equilíbrio no modelo
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Multiplicador Keynesiano:
Mostra como uma variação de uma unidade monetária provoca uma alteração no PIB de equilíbrio. 
Como fatos que alteram agregados macroeconômicos – I, G, T e X liq – afetam o crescimento econômico (produção e o emprego).
Curto Prazo.
O tamanho do multiplicador depende do tamanho da PMgC, isto é, da inclinação da função consumo. Quanto mais inclinada for a função, maior será o multiplicador.
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Suponha PMgC = 0,8 e que a soma dos gastos autônomos seja igual a R$ 1.000,00:
Supondo que o governo decida aumentar seus gastos em $ 100,00.
Macroeconomia: Política Fiscal
Fenômeno do multiplicador: refere-se ao fato de que um aumento de qualquer componente dos gastos leva a um aumento mais do que proporcional na renda de equilíbrio. 
Assim, temos que a variação total da renda será igual:
Δ$ 100,0 no G => Δ $ 500,0 na renda de equilíbrio.
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Multiplicador
Generalizando:
Keynesianos defendem a idéia de que, durante uma recessão (mais ainda, durante uma depressão), o papel do governo seria aumentar seus gastos como forma de aquecer a economia.
Obs: o efeito não é tão claro se for uma recessão por choque de oferta.
Macroeconomia: Política Fiscal
Firmas reduzem a quantidade produzida devido a falta de demanda efetiva. 
Se o governo aumentar seus gastos => cria uma demanda.
Esta nova demanda faria com que algumas firmas elevassem sua produção.
Para aumentar a produção => contratar novos trabalhadores. 
Estes passariam a receber um salário => seria gasto com novos produtos. 
As firmas produtoras bens/serviços demandados pelos novos trabalhadores também teriam de aumentar a sua produção.
Estas empresas devem, então, contratar novos trabalhadores. 
Assim, inicia-se um ciclo repetitivo - responsável pelo efeito multiplicador dos gastos.
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Impostos: 
são pagamentos feitos por pessoas físicas e jurídicas para o Governo (federal, estadual e municipal). 
Serve para custear parte das despesas de administração e dos investimentos do governo em obras de infraestrutura e serviços essenciais à população, etc.).
Impostos Indiretos: incidem sobre o preço das mercadorias.
Impostos Diretos: incidem diretamente sobre a renda da pessoa.
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Impacto dos impostos recaem sobre a DA: YD = Y – T
Possuem ação anti-cíclica:
Quando a renda nacional aumenta, os impostos aumentam mais que proporcionalmente - caem em uma faixa
mais alta – YD .
Quando a renda nacional cai, os impostos diminuem menos que proporcionalmente - YD .
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Carga Tributária Líquida = total de impostos arrecadados – transferências do governo (subsídios e gastos com assistência e previdência social):
 	T = Td + Ti – TG
Poupança do Governo em Conta Corrente = carga tributária líquida – consumo do governo (G):
 		SG = T - G
Também conhecido como Resultado Primário – não inclui juros e correções monetárias – déficit nominal.
É a poupança do governo que determina a sua capacidade de investimento (estradas, educação, etc.)
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Superávit Primário: quando as receitas auferidas pela arrecadação do governo for maior do que os seus gastos (excetuando gastos com juros, correção monetária).
Os R$ economizados são a garantia de que o país terá dinheiro para honrar o pagamento de juros, impedindo assim a explosão da dívida pública.
Mas, deixam de ser investidos em obras públicas ou projetos sociais, que poderiam ajudar a reativar a economia ou a gerar emprego.
O governo, no entanto, aposta que, no longo prazo, um superávit elevado contribua para que estrangeiros invistam no Brasil e ajudem no desenvolvimento do país. 
Macroeconomia: Política Fiscal
Déficit Público = governo gasta mais do que ganha.
Como financiar o déficit do Governo?
Tradicionais:
Aumento de impostos e/ou corte de gastos.
Venda de títulos públicos ao setor privado e ao Bacen.
Endividamento público traz uma nova categoria de gastos: rolagem e pagamento de serviços da dívida - quanto maior o estoque da dívida, maior o gasto com juros
Macroeconomia: Política Fiscal
Política Fiscal Expansionista: gera uma expansão mais que proporcional da demanda e do produto, caso haja capacidade ociosa na economia. 
Macroeconomia: Política Fiscal
Política Fiscal Contracionista: gera uma redução na demanda e do produto. 
Macroeconomia: Política Fiscal
Demanda e Oferta agregadas e o Equilíbrio macroeconômico: ponto onde PIB real e o nível geral de preços satisfazem tanto a ofertadores quanto a demandantes.
O que acontece se ocorre um choque na demanda e/ou oferta agregada??
Macroeconomia: Política Fiscal
Explique por quê um declínio nos gastos de investimento causado por uma mudança nas expectativas econômicas levaria também a uma queda nos gastos de consumo. 
Um declínio nos gastos de investimento, do mesmo modo que um aumento nos gastos de investimento, tem um efeito multiplicador no PIB real. A única diferença é que, neste caso, o PIB real cai ao invés de aumentar. A queda no investimento leva a uma queda inicial o PIB real, que leva a uma queda na renda disponível, o que leva a menores gastos de consumo, o que leva a mais uma queda no PIB real, e assim por diante. Os gastos de consumo caem como resultado indireto da queda nos gastos de investimento.
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