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Aula 5 Leishmaniose



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Leishmaniose 
Tegumentar do Velho 
Mundo 
Prof. Celso Lourenço 
Introdução 
• Doença antiga – Velho mundo (Oriente, África até a 
Índia, França e Namíbia) 
• Botão-do-oriente 
• Agente etiológico – L. (L.) tropica, L. (L.) major, L. (L.) 
aethiopica; 
• Similar a L. braziliensis 
Leishmania tropica 
Leishmaniose cutânea 
antroponótica ou urbana 
Úlceras crônicas e 
indolores – podem 
demorar um ano ou mais 
pra cicatrizar 
Período de incubação – 2 
a 8 meses 
Após a cura o paciente 
adquire imunidade 
contra reinfecções 
Úlcera seca, de 
progressão lenta, 
geralmente na face – se 
não tratada pode ser 
destrutiva e desfigurante 
Leishmania major 
Leishmaniose 
cutânea zoonótica 
ou rural 
Úlceras indolores 
que evoluem 
rápido para úlcera 
úmida e múltiplas 
Período de 
incubação inferior 
a 4 meses 
Leishmania aethiopica 
Lesões 
cutâneas 
simples e 
oronasais 
Pode produzir 
leishmaniose cutânea 
difusa (LCD) 
Evolução 
lenta e 
úlceras 
tardias 
Formação de pápulas 
ou nódulos 
Não há 
formação 
de úlceras e 
não atinge a 
mucosa 
Lesão não cicatriza 
espontaneamente e é 
reincidente 
Diagnóstico 
• Semelhante ao 
utilizado na 
leishmaniose 
tegumentar 
americana 
Profilaxia 
• Controle dos 
vetores e 
reservatórios 
• Uso de 
inseticidas e 
controle de 
roedores 
• Vacinação 
(Guerra) – 
inócuo de 
material 
infectante na 
pele 
Tratamento 
• Similar ao da 
leishmaniose 
tegumentar 
americana 
LEISHMANIOSE VISCERAL 
AMERICANA 
INTRODUÇÃO 
• Leishmania donovani 
• África, Ásia, Europa e nas Américas 
• Índia – KalaAzar (doença negra) 
• Crônica, grave, de alta letalidade 
• Fatores de risco: desnutrição, uso de drogas 
imunossupressoras e HIV 
Agente Etiológico 
Leishmania 
(Leishmania) 
donovani 
Leishmania 
(Leishmania) 
infantum 
Leishmania 
(Leishmania) 
chagasi 
Nas Américas – L. chagasi 
• Doença causada por cada um dos parasitos tem 
aspectos clínicos e epidemiológicos diferentes 
Leishmaniose visceral ou 
Calazar 
Doença infecciosa 
sistêmica, de evolução 
crônica 
Febre irregular média e 
longa duração, 
esplenomegalia, 
hepatomegalia 
Anemia, leucopenia, 
trombocitopenia, 
hipergamaglobulinemia, 
hipoalbuminemia 
Emagrecimento, edema, 
estado de debilidade 
progressiva – caquexia e 
óbito 
Muitas das pessoas que 
contraem a infecção 
nunca desenvolvem a 
doença 
Leishmaniose visceral ou 
Calazar 
Anos 90 expansão da 
doença 
AIDS e outras condições 
imunossupressoras 
Uso de drogas injetáveis – 
compartilhamento de 
seringas 
Ciclo Biológico 
Fêmea Lutzomyia 
longipalpis se alimenta 
de sangue infectado 
No intestino 
amastígotas se 
transformam em 
promastígotas 
A transmissão ocorre 
quando a fêmea 
infectada se alimenta 
em vertebrado 
suscetível 
A saliva de L. 
longipalpis é inoculada 
junto com os parasitos 
Modulação da resposta 
imune 
Parasitos são 
fagocitados – se 
diferencim em 
amastígotas 
Mecanismos de Transmissão 
Picada da fêmea de 
L. longipalpis 
• Durantes o repasto 
sanguíneo 
• Bloqueio da 
probóscida – 
regurgitação dos 
parasitos 
Uso de drogas 
injetáveis 
• Compartilhamento 
de seringas e 
agulhas 
contaminadas 
 
Transfusão 
sanguínea 
• Raro – 7 casos 
foram descritos 
• O parasito precisa 
resistir às 
condições de 
estocagem 
Transmissão congênita e acidentes de laboratório 
Patogenia 
• Parasito de céls do SMF – baço, fígado, linfonodo e 
medula óssea (intestino, sangue, pulmões, rins e pele) 
• Infecção inicia na pele (alguns casos nódulo – L. 
donovani) 
• L. chagasi – local da inoculação passa desapercebido 
podendo atingir os tecidos 
• Nos tecidos induzem uma infiltração focal 
• Vias de disseminação – hematogênica e/ou lnfática 
• A patogenia vai depender – fatores associados ao 
hospedeiro, ao parasito, estado imunológico e nutricional 
Patogenia 
Alterações 
esplênicas 
• Esplenomegalia 
• Característica 
típica do calazar 
Alterações hepáticas 
• Hepatomegalia - 
típica 
• Hiperplasia e 
hipertrofia das céls 
de Kupffer 
• Baixos níveis de 
albumina – 
formação de edema 
MI 
Alterações no tecido 
hemocitopoético 
• Medula óssea – 
hiperplasia e 
densamente 
parasitada 
• Diminuição da 
produção celular 
• Anemia 
Patogenia 
Alterações renais 
• Presença de 
imunocomplexos 
circulantes 
• Glomerulonefrite e 
nefrite instersticial 
• Albuminúria 
Alterações dos linfonodos 
• Encontram-se 
aumentados 
• Aumento na celularidade 
perifolicular 
• Hipergamaglobulinemia 
Alterações pulmonares 
• Espessamento dos septos 
pulmonares 
• Tosse seca 
• Broncopneumonia 
Patogenia 
Alterações no 
aparelho digestivo 
• Excessiva 
proliferação de 
céls SMF 
especialmente no 
jejuno e íleo 
• Edema e 
alongamento das 
vilosidades 
Alterações 
cutâneas 
• Descamação e 
queda de cabelos 
• Lesões nodulares 
Quadro Clínico 
Sinais sistêmicos 
Febre intermitente, 
palidez de mucosas, 
esplenomegalia 
associdada ou não a 
hepatomegalia, 
emagrecimento, 
fraqueza geral 
Fase aguda 
Tosse não 
produtiva, diarréia e 
dor abdominal 
Curso da doença 
Anemia, 
hemorragia 
gengival, edema, 
icterícia e ascite 
Doença abrupta ou 
HIV – óbito antes dos 
sinais (hemorragia 
gástricas e icterícia) 
Diversas formas 
clínicas 
(assintomática, aguda 
ou crônica) 
Forma Assintomática 
Sintomatologias pouco específicas – febre 
baixa recorrente, tosse seca, diarréia, 
sudorese, prostração 
Pode apresentar cura espontânea ou 
manter o parasito – Diagnóstico pode ser 
acidental ou epidemiológico 
Essa fase pode evoluir – desnutrição ou 
estado de imunossupressão 
Forma Aguda 
Período inicial da doença – febre alta, 
palidez de mucosas e 
hepatoesplenomegalia 
Evolução 2 meses – tosse e diarréia 
Confundida (febre tifóide, malária, 
esquistossomose) – parasitismo mais 
frequente no baço e fígado 
Forma Sintomática Crônica 
ou Calazar Clássico 
Hepatoesplenomegalia 
Ascite (aumento do abdomen) e edema 
generalizado 
Dispnéia, cefaléia, dores musculares, 
pertubações digestivas 
Emagrecimento progressivo 
Desnutrição protéico-calórica Caquexia acentuada 
Evolução prolongada 
Febre irregular Agravamento dos sintomas 
Leishmaniose dérmica 
pós-calazar 
Manifestação cutânea – L. donovani 
6 meses a 5 anos – após a cura do calazar 
Lesões – hipopigmentação, pápulas ou 
máculas, nódulos (face, tronco e 
membros) 
Diagnóstico 
Clínico 
• Sinais e sintomas 
apresentados 
• História de 
residência em área 
endêmica 
Laboratorial 
• Material aspirado 
de medula óssea, 
baço, fígado e 
linfonodo 
• Biópsia (medula 
óssea mais comum) 
Métodos 
Imunológicos 
• Alta produção de 
IgG (específica) 
• Reação de 
imunofluorescência 
indireta 
• ELISA 
Tratamento 
• Antimoniais pentavalentes (Sb5+) 
• Endovenosa ou intramuscular 
(20mg/Kg/dia) 
Quimioterapia 
• Drogas imunorreguladoras 
• Alto custo 
Imunoquimioterapia 
• Tratar as manifestações clínicas associadas 
• Anemia, desnutrição, fenômenos 
hemorrágicos 
Inespecífico 
Profilaxia e Controle 
• Diagnóstico e tratamento dos doentes 
• Eliminação dos cães com sorologia positiva 
• Combate às formas adultas do inseto vetor 
• Combate à desnutrição 
• Identificação dos portadores assintomáticos 
• Dificuldade de convencer os donos dos cães 
• Uso de coleiras impregnadas por inseticidas 
• Uso de borrifação deUBV 
• Desenvolvimento de vacina - restrito 
Leishmaniose Visceral 
Canina ou Calazar Canino 
Mais importante que a 
doença humana 
Grande contigente de 
animais com parasitos 
cutâneos 
Os cães são altamente 
suscetíveis à infecção 
Podem ser 
assintomáticos ou 
sintomáticos 
Descamação da pele, 
perda de apetite e 
peso, alopecia, 
alongamento anormal 
das unhas 
Diagnóstico, 
tratamento e profilaxia