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Terapia com antimicrobianos - conceitos e usos

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Antimicrobianos 
Conceito 
Os antimicrobianos são drogas que têm a capacidade de inibir o 
crescimento de microorganismos, indicadas, portanto, apenas para 
o tratamento de infecções microbianas sensíveis. 
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/conceitos.htm 
Classificação 
Antifúngicos, antiparasitários e antivirais 
1.b-Lactâmicos 
Pertencem a esse grupo: 
Penicilinas 
Cefalosporinas 
Carbapenens 
Monobactans 
Inibidor de b-lactamase 
• Penicilinas 
Descobertas em 1928, por Fleming, permanecem até hoje como 
uma excelente classe de antimicrobianos. 
 
São divididas em: 
 
penicilinas naturais ou benzilpenicilinas; 
aminopenicilinas; 
penicilinas resistentes às penicilinases; 
penicilinas de amplo espectro, as quais foram desenvolvidas na 
tentativa de evitar a aquisição de resistência das bactérias. 
• Benzilpenicilinas 
• Aminopenicilinas 
• Penicilinas 
resistentes a 
penicilase e amplo 
espectro 
• Associações 
• Cefalosporinas 
São antimicrobianos ß-lactâmicos de amplo espectro. 
São classificadas em gerações, que se referem à atividade 
antimicrobiana e características farmacocinéticas e 
farmacodinâmicas e não necessariamente à cronologia de 
comercialização. 
Primeira geração: Segunda geração: Terceira geração: Quarta geração: 
• Carbapenens 
Carbapenens disponíveis: 
 
Imipenem, meropenem e ertapenem são os carbapenens 
disponíveis atualmente na prática clínica nos EUA, Europa e 
Brasil. Apresentam amplo espectro de ação para uso em 
infecções sistêmicas e são estáveis à maioria das ß–
lactamases. 
 
Não são absorvidos por via oral, devem ser administrados por 
via endovenosa ou intramuscular. 
 
• Monobactans 
Foram descobertos em 1981 e são caracterizados por um anel 
monocíclico em sua estrutura. Têm ação bactericida e atuam 
como as penicilinas e cefalosporinas, interferindo com a 
síntese da parede bacteriana. 
 
No Brasil, temos disponível o aztreonam. 
 
Não é absorvido por via oral. 
Pode ser administrado por via intramuscular ou endovenosa. 
 
• Inibidor de b-lactamase 
Clavulanato 
Sulbactam 
Tazobactam 
2.Quinolonas 
• As primeiras quinolonas foram utilizadas no início dos anos 60, com 
a introdução do ácido nalidíxico na prática clínica. No início dos 
anos 80, com o acréscimo de um átomo de flúor na posição 6 do 
anel quinolônico, surgiram as fluorquinolonas (principal 
representante: ciprofloxacina), com aumento do espectro, para os 
bacilos gram-negativos e boa atividade contra alguns cocos gram-
positivos, porém, pouca ou nenhuma ação 
sobre Streptococcus spp., Enterococus spp. e anaeróbios. 
• Este foi um dos principais motivos para o desenvolvimento das 
novas quinolonas: levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina e 
gemifloxacina. Recentemente, foram descritas alterações nos níveis 
de glicemia com o uso dessas quinolonas mais associadas com a 
gatifloxacina, sobretudo em pacientes idosos e diabéticos, motivo 
pelo qual essa quinolona foi retirada de mercado. 
Efeitos colaterais 
• São drogas relativamente seguras e os efeitos colaterais mais comuns envolvem: 
• o trato gastrintestinal e ocorrem em 3 a 17% dos casos. Os mais freqüentes 
são: anorexia, náuseas, vômitos e desconforto abdominal. Diarréia é pouco 
freqüente e a colite associada a antimicrobiano raramente é relatada. 
• o sistema nervoso central (ocorrem em 0.9 a 11% dos casos). Mais 
frequentemente cefaléia, tontura, insônia e alterações do humor. Alucinações, 
delírios e convulsões são raras. Maior atenção com estes efeitos deve ser dada 
para pacientes idosos. As convulsões estão associadas ao uso concomitante de 
quinolonas e teofilinas ou anti-inflamatórios não hormonais. 
• alergias e reações cutâneas (em 0.4 a 2.2% dos casos). Sendo o rash cutâneo o 
mais comum. Fototoxicidade pode ocorrer com exposição à luz ultravioleta. 
• febre relacionada à droga, urticária, angioedema, reações anafiláticas e vasculite 
são incomuns. Nefrite intersticial, associada à eosinofilúria e cristalúria também é 
rara. 
• artropatias e erosões de cartilagem ocorrem em animais jovens, sobretudo com o 
uso prolongado e em altas doses, limitando o uso destas drogas em crianças. 
Entretanto, o uso desta classe de drogas em situações especiais em crianças como 
na fibrose cística tem aumentado. Nestes casos, somente artralgia reversível em 
2% dos casos foi observada. 
• leucopenia e eosinofilia ocorrem em menos de 1% dos casos, assim como elevação 
dos níveis de transaminases que ocorre em 1 a 3% dos pacientes que recebem 
quinolonas. Raramente a terapia é interrompida devido a estas alterações. 
 
3. Glicopeptídeos 
Os principais representantes deste grupo 
são: vancomicina, teicoplanina e ramoplanina. Diversos 
glicopeptídeos estão em fase de pesquisa clínica e não são 
disponíveis no mercado nacional. 
Vancomicina 
Foi introduzida para uso clínico em 1958, mas sua utilização em 
maior escala iniciou-se nos anos 80, com o surgimento de infecções 
por estafilococos resistentes à oxacilina e redução da toxicidade por 
purificação das preparações disponíveis. 
Teicoplanina 
É amplamente utilizada na Europa para o tratamento de infecções 
por germes Gram-positivos. Quimicamente similar à vancomicina, 
mas apresenta maior lipossolubilidade que resulta em excelente 
penetração tecidual e meia-vida prolongada, entretanto, tem pouca 
penetração na barreira liquórica. 
 
Efeitos colaterais 
Vancomicina 
• Os mais comuns são: febre, calafrios e flebites associados ao período de 
infusão. 
• A Síndrome do pescoço vermelho é associada à velocidade de infusão, 
devendo-se diluir a droga e infundir em aproximadamente 1 hora. “Rash” 
e eritema máculo papular podem ocorrer em 5% dos casos. 
• Pode ocorrer leucopenia, reversível após a retirada da droga e 
ototoxicidade, especialmente em pacientes com insuficiência renal. A 
nefrotoxicidade é um efeito potencialmente grave da vancomicina. 
 
Teicoplanina 
• Os efeitos mais comuns são reações cutâneas e disfunções hepáticas 
transitórias (menos de 5% dos pacientes). 
• Pode causar dor no local da injeção. Não costuma causar tromboflebite ou 
alterações plaquetárias, ou a síndrome do pescoço vermelho. 
• A nefrotoxicidade atribuível à teicoplanina é rara, mesmo quando for 
usada junto com aminoglicosídeos ou ciclosporina. 
• A ototoxicidade também é rara. 
 
4. Oxazolidinonas 
• A linezolida representa o único membro 
comercializado dessa nova classe de 
antimicrobianos sintéticos conhecidos como 
oxazolidinonas. 
• Possui excelente atividade contra cocos gram-
positivos. Não apresenta atividade contra 
bactérias gram-negativas. 
Efeitos colaterais 
• leucogenia e plaquetogenia em tratamentos 
prolongados; 
• neurotoxicidade. 
 
5. Aminoglicosideos 
A estreptomicina foi o primeiro aminoglicosídeo 
obtido a partir do fungo Streptomyces griseus em 
1944. As principais drogas utilizadas atualmente 
em nosso meio, além da estreptomicina, são: 
• gentamicina, 
• tobramicina, 
• amicacina, 
• netilmicina, 
• paramomicina e 
• espectinomicina. 
Efeitos colaterais: 
• Nefrotoxicidade 
• Ototoxicidade 
• Paralisia neuromuscular 
6. Macrolídeos 
São um grupo de antimicrobianos quimicamente constituídos 
por um anel macrocíclico de lactona, ao qual ligam-se um 
ou mais açúcares. 
Pertencem a este grupo: 
• azitromicina, 
• claritromicina, 
• eritromicina, 
• espiramicina, 
• miocamicina, 
• roxitromicina, etc. 
O espectro de ação é semelhante, diferindo apenas na 
potência contra alguns microrganismos. 
Eritromicina 
Isolada em 1952, a partir do actinomiceto Streptomyces erythraeus, 
a eritromicina possui amplo espectro de ação queinclui bactérias gram-positivas, 
além de treponemas, micoplasma e clamídias. É inativa contra enterobacteriaceas 
e Pseudomonas spp. 
Claritromicina 
Altamente ativa contra bactérias gram-positivas, sendo 2 a 4 vezes mais ativa do que a 
eritromicina contra a maioria dos estreptococos e estafilococos sensíveis à oxacilina. A 
atividade da claritromicina contra as bactérias gram-negativas é semelhante a da 
eritromicina, embora um pouco mais ativa contra a M. catarrhalis. A atividade contra 
anaeróbios é modesta, semelhante à eritromicina. 
 
Azitromicina 
Sua estrutura difere da eritromicina porque no anel de lactona contém um átomo de 
nitrogênio. Alguns autores podem classificá-la como um novo grupo de antimicrobiano, 
denominado de azalídeos. Este rearranjo aumentou o espectro de atividade da droga, 
garantiu um nível tecidual sustentado, superior ao nível sérico e proporcionou uma meia-
vida tecidual prolongada que permite diminuição da dose durante o tratamento. 
A azitromicina difere da eritromicina e da claritromicina por ter maior atividade contra 
bactérias gram-negativas, em particular H. influenzae. Entretanto, a maioria das 
enterobactérias são intrinsecamente resistentes, porque não conseguem penetrar na 
membrana externa efetivamente. 
Os macrolídeos são utilizados como alternativa terapêutica em 
pacientes alérgicos à penicilina, nas seguintes condições: 
• infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A, 
• pneumonia por S. pneumoniae, 
• prevenção de endocardite após procedimento odontológico, 
• infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes), 
• profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica), e 
raramente, 
• como alternativa para o tratamento da sífilis. 
 
São considerados primeira escolha no tratamento de pneumonias por 
bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella 
pneumophila, Chlamydia spp.). 
 
Efeitos colaterais 
• A seguir serão descritos os principais efeitos colaterais 
relacionados aos macrolídeos: 
• Os efeitos colaterais mais comuns dos macrolídeos 
incluem cólicas abdominais, náuseas, vômitos e 
diarréia. 
• Há relatos de hepatite colestática acompanhada por 
febre, dor abdominal, eosinofilia, hiperbilirrubinemia e 
elevação de transaminases com o uso de estolato de 
eritromicina (mais comum em adultos, principalmente 
gestante), entretanto com o uso de azitromicina e 
claritromicina as alterações são bem mais discretas e 
em menor frequência. 
• Raramente ocorrem reações alérgicas graves. 
 
7. Lincosaminas 
• A lincomicina foi isolada em 1962, a partir do Streptomyces lincolmensis. 
Posteriormente, modificações químicas produziram a clindamicina com 
potência bacteriana aumentada e melhor absorção oral. 
• A clindamicina pode ser administrada por via oral, EV ou tópica. A 
absorção intestinal é de 90%, mas é menor em idosos e alimentação não 
interfere na absorção. A via intramuscular é dolorosa, devendo ser 
evitada. Por via endovenosa atinge o pico ao final da infusão, alcançando 
altas concentrações na maioria dos tecidos; entretanto, não atravessa a 
barreira hematoencefálica. A concentração óssea é 1/3 da plasmática. 
Atravessa a placenta atingindo o feto, mas não há relatos de 
teratogenicidade. 
• A maior parte da droga é metabolizada no fígado e é eliminada com seus 
metabólitos por via biliar, onde atinge alta concentração. A meia-vida 
aumenta na presença de doença hepática e a dose deve ser ajustada 
dependendo da gravidade. Pequena parte é eliminada pelos rins, 
geralmente não requerendo ajuste de dose. Entretanto, se houver lesão 
hepática e renal concomitantes, a dose deve ser reduzida. Não é eliminada 
na diálise peritoneal ou hemodiálise. 
Efeitos colaterais 
• A seguir serão descritos os principais efeitos colaterais 
relacionados às lincosaminas: 
• por ter eliminação biliar é alta a concentração da 
clindamicina nas fezes, suprimindo a flora anaeróbica; 
• em torno de 8% dos pacientes têm diarréia. Destes, 
10% têm colite associada ao uso de antimicrobianos 
(colite pseudomembranosa), causada pelo Clostridium 
difficile, que costuma ser resistente à clindamicina; 
• exantema ocorre em 10% dos pacientes; 
• febre, eosinofilia e reações anafilactóides são raras; 
• pode ocorrer flebite após infusão endovenosa. 
 
8. Nitroimidazólicos 
• O principal representante deste grupo de drogas 
é o metronidazol, que foi introduzido em 1959 
para o tratamento da tricomoníase vaginal. 
• O metronidazol é um bactericida potente, com 
excelente atividade contra bactérias anaeróbicas 
estritas (cocos gram-positivos, bacilos gram-
negativos, bacilos gram-positivos) e certos 
protozoários como amebíase, tricomoníase e 
giardíase. 
Efeitos colaterais 
Raramente são graves para se descontinuar a terapia. As manifestações mais 
comuns são: 
• cefaléia, náuseas, secura e gosto metálico na boca. Eventualmente 
ocorrem vômitos, diarréia e desconforto abdominal, glossite e estomatite, 
comumente associadas à candidíase; 
• zumbidos, vertigem, convulsões, ataxia cerebelar, neuropatia periférica 
são raros, ocorrendo com uso prolongado e em doses altas, levando à 
suspensão das drogas; 
• raramente ocorrem urticária, exantema maculopapular, queimação uretral 
à micção, cistite e ginecomastia. 
• Embora usado no tratamento da colite pseudomembranosa, há raros 
relatos da doença associada ao metronidazol. 
A reação tipo “dissulfiram” caracteriza-se por desconforto abdominal, 
rubor, vômitos e cefaléia e ocorre quando o paciente ingere bebidas 
alcoólicas durante o tratamento com metronidazol; embora seja incomum, 
o paciente deve ser orientado sobre este efeito. 
• É contra-indicada no primeiro trimestre da gestação (risco C), mas pode 
ser usada quando houver necessidade real nos trimestres restantes e 
durante a amamentação. 
9. Cloranfenicol 
• Por muitas décadas o cloranfenicol foi a única 
droga realmente eficaz no tratamento de 
salmoneloses, inclusive a S. typhi. 
 
Indicações clínicas 
• Tem sido usado no tratamento de infecção por 
enterococos resistentes à vancomicina. 
• Pode ser utilizada nas salmoneloses, principalmente na 
febre tifóide. 
• É alternativa no tratamento de meningite bacteriana e 
epiglotite, artrite séptica e osteomielite 
por Haemophilus influenzae em pacientes alérgicos aos 
ß-lactâmicos. 
• Indicado no tratamento de ricketsioses ou erlickiose. 
 
Efeitos colaterais 
• Reações de hipersensibilidade como erupção macular ou vesicular 
acompanhada ou não de febre são incomuns. 
• Náuseas, vômitos, alteração no paladar, diarréia e irritação anal podem 
ocorrer durante administração oral. 
• A toxicidade hematológica apresenta-se com reticulocitopenia, podendo 
evoluir com anemia, granulocitopenia e trombocitopenia. Essas alterações 
são dose-dependentes e reversíveis com a suspensão da droga. 
• Também pode apresentar-se como anemia aplástica irreversível, 
geralmente entre 3 e 12 semanas após a terapia. Embora rara, 
freqüentemente é fatal e pode ocorrer com qualquer apresentação, 
mesmo tópica. 
• A “Síndrome do bebê cinzento” é outra forma grave de toxicidade, cujos 
sinais se iniciam após 3 a 4 dias de tratamento, caracterizando-se por 
vômitos, distensão abdominal, letargia, cianose, hipotensão, respiração 
irregular, hipotermia e morte. Ocorre pela falta de capacidade do recém-
nascido conjugar e eliminar a droga. Como atravessa a placenta e é 
encontrada no leite, seu uso deve ser evitado em gestantes e lactantes. É 
contra-indicada no terceiro trimestre de gestação, devido ao risco de 
“síndrome cinzenta”. 
 
10. Estreptograminas 
• São macromoléculas da mesma família 
dos macrolídeos e lincosaminas que, embora não possuam relação 
química, apresentam algumas propriedades semelhantes, como 
mecanismo de ação,espectro antimicrobiano, características 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas e indicações clínicas. 
• A quinopristina e dalfonopristina são derivados da pristinamicina IA 
e IIB, respectivamente. Cada derivado tem atividade antibacteriana 
limitada, mas em conjunto apresentam um marcado aumento desta 
atividade, sendo, portanto, sinérgicos, sobretudo na razão de 30/70 
(quinopristina e dalfonopristina) respectivamente. 
• Deve ser obrigatoriamente administrada por via intravenosa 
central, geralmente a cada 8 ou 12 horas, na dose de 7,5 mg/kg de 
peso. A infusão deve ser lenta, no mínimo em 1 hora, a diluição 
deve ser feita obrigatoriamente em soro glicosado a 5%. 
Efeitos colaterais 
• Quando infundida por veia periférica produz intensa dor, 
inflamação e graves flebites, por isso recomenda-se a sua 
administração por veia central. 
• Também podem ocorrer náuseas, vômitos e diarréia. 
• Artralgia e mialgia são bastante comuns e ocorrem em até 
30% dos pacientes que fazem uso deste antimicrobiano. 
Também são relatados perda de força muscular, “rash” 
cutâneo e prurido. 
• As alterações laboratoriais mais observadas são: elevação 
de creatinina, trombocitopenia, anemia, eosinofilia, 
aumento de gama glutamiltransferase, hipercalemia, 
hiperfosfatemia, hipocloremia e hiponatremia. 
11. Sulfonamidas 
A sulfacrisoidina foi o primeiro agente antimicrobiano utilizado 
clinicamente, em 1935, marcando o início da moderna era da 
quimioterapia antimicrobiana. São bacteriostáticos derivados da 
sulfanilamida, que têm estrutura similar à do ácido para-
aminobenzóico. 
 
O grupo das sulfonamidas compreende seis drogas principais: 
• sulfanilamida, 
• sulfisoxazol, 
• sulfacetamida, 
• ácido para-aminobenzóico, 
• sulfadiazina e 
• sulfametoxazol, 
Sendo as duas últimas de maior importância clínica. 
• As sulfonamidas têm efeito bacteriostático e inibem o 
metabolismo do ácido fólico, por mecanismo 
competitivo. 
• O sulfametoxazol é comumente empregado em 
associação com o trimetoprim, uma diamino-
pirimidina, associação mais conhecida como 
cotrimoxazol. O efeito das duas drogas é sinérgico, pois 
atuam em passos diferentes da síntese do ácido tetra-
hidrofólico (folínico), necessária para a síntese dos 
ácidos nucléicos. O sulfametoxazol inibe um passo 
intermediário da reação e o trimetoprim a formação do 
metabólito ativo do ácido tetra-hidrofólico no final do 
processo. 
 Efeitos colaterais 
• As manifestações mais comuns são sintomas digestivos e 
farmacodermias como erupção morbiliforme e prurido 
cutâneo. Outras reações incluem febre, cefaléia, tremores, 
nefrotoxicidade, flebite, vasculite, hipercalemia, doença do 
soro e anafilaxia. 
• Os efeitos colaterais com maior risco de vida incluem 
anormalidades hematológicas (leucopenia, 
trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e 
supressão da medula óssea) e reações cutâneas graves, 
como a dermatite exfoliativa, síndrome de Steven-Johnson 
e a necrólise epidérmica tóxica. 
• Cristalúria com conseqüente insuficiência renal pode 
ocorrer em pacientes hipoalbuminêmicos. 
• Hipercalemia reversível tem sido descrita durante o uso 
parenteral. 
 
12. Tetraciclinas 
• Antimicrobianos primariamente bacteriostáticos, 
quando em concentrações terapêuticas. 
Apresentam amplo espectro de ação, incluindo 
bactérias gram-positivas, gram-negativas aeróbias 
e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, 
micoplasma, clamídias e alguns protozoários. 
• A absorção oral das tetraciclinas é prejudicada 
pela ingesta concomitante de alimentos, 
antiácidos, leite e ferro. 
• Todas as tetraciclinas são eliminadas pela urina e 
fezes, sendo a via renal a mais importante. 
Efeitos colaterais 
• A seguir serão descritos os principais efeitos colaterais 
relacionados às tetraciclinas:podem causar reações 
alérgicas como: urticárias, exantemas, edema 
periorbitário e reações anafiláticas; 
• podem causar alterações na cor dos dentes em 
crianças, hipoplasia do esmalte dentário e crescimento 
ósseo anormal, principalmente se utilizadas durante a 
gestação; 
• os efeitos gastrintestinais mais comuns são: náuseas, 
vômitos e diarréia; 
• cefaléia, incapacidade de concentração e, em raros 
casos, hipertensão intracraniana, também são 
relatados. 
 
13. Glicilciclinas 
• A tigeciclina, única representante do grupo das glicilciclinas. 
• A apresentação disponível é somente para uso 
endovenoso, devendo ser administrada em 1 hora (tempo 
de infusão) duas vezes ao dia. Apresenta excelente 
distribuição tecidual, sendo que as concentrações mais 
altas foram encontradas na bexiga, pulmão, cólon, baço e 
rim. É eliminada predominantemente pelas vias biliares em 
sua forma ativa. Cerca de 30% são eliminados pelos rins. 
• Os principais efeitos colaterais são náusea e vômitos. 
Outros efeitos colaterais mais raros incluem, diarréia, dor 
abdominal e cefaléia. 
14. Polimixinas 
As polimixinas são antimicrobianos polipeptídeos com mecanismo de 
ação distinto dos demais antimicrobianos utilizados atualmente. Dessa forma, a 
possibilidade de resistência cruzada com outros antimicrobianos é muito remota, 
permitindo que as polimixinas sejam ativas contra muitas espécies de bactérias 
multirresistentes. Há duas polimixinas disponíveis comercialmente, 
colistina (polimixina E) e polimixina B. 
 
Efeitos colaterais: 
• As polimixinas causam um aumento na permeabilidade das células do epitélio 
tubular renal com influxo de cátions, ánions e água, com conseqüente morte 
celular. 
• Vários estudos mostram que a eficácia clínica da colistina não é diferente de outros 
antimicrobianos utilizados no tratamento de pacientes com infecções graves por 
bactérias multirresistentes e os efeitos tóxicos podem ser controlados. Além disso, 
as formulações de colistina e polimixina B disponíveis hoje apresentam maior grau 
de pureza e com isso menor toxicidade. 
• Doses elevadas são muitas vezes necessárias devido às altas concentrações 
inibitórias apresentadas pela bactéria e baixos níveis séricos e teciduais alcançados 
por essas drogas. 
 
15. Daptomicina 
• A daptomicina é um antimicrobiano lipopeptídico cíclico, obtido 
da fermentação do Streptomyces pristinaspiralis, recentemente 
aprovado para uso clínico nos Estados Unidos. 
• É administrado unicamente por via intravenosa, alcança pico 
sérico máximo em cerca de 30 minutos. Apresenta meia-vida de 
8 horas e ligação protéica de 92%. Tem baixo volume de 
distribuição e a eliminação é predominantemente renal (78%). A 
dose recomendada é de 4,0 mg/kg em dose única, diluída em 
soro fisiológico, para ser administrada em infusão de 30 
minutos. 
• Entre seus principais efeitos colaterais merecem destaque a 
mialgia, artralgia e fraqueza muscular distal. Laboratorialmente, 
exige monitorização semanal de creatinofosfoquinase. 
16. Gemifloxacina 
• Fluoroquinolona sintética do grupo 7-pirrolidino-fluoroquinolonas, mais 
potente contra bactérias gram-positivas quando comparada com as 
fluoroquinolonas. 
• É cerca de 8 a 16 vezes mais potente que gatifloxacina e cerca de 32 vezes 
mais potente que levofloxacina contra pneumococo. 
• Como as demais fluoroquinolonas, gemifloxacina é extremamente ativa 
contra Haemophilus influenzae e contra os três principais organismos 
responsáveis por pneumonia atípica: C. pneumoniae, Mycoplasma 
pneumoniae e Legionella pneumophila. 
• A gemifloxacina está disponível apenas para uso oral (comprimidos de 320 
mg). 
 
Efeitos colaterais 
• Semelhantes às demais fluoroquinolonas, como prolongamento do 
intervalo QT e reações de hipersensibilidade. 
• Outros efeitos colaterais incluem diarréia, cefaléia e náuseas

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