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FACULDADE DOM PEDRO II CURSO DE FARMÁCIA DISCIPLINA: QUÍMICA APLICADA A FARMÁCIA PROFA. DRA. CRISTIANE FAHNING CINÉTICA QUÍMICA Cinética Química A cinética química é o estudo das velocidades e mecanismos das reações químicas. Em geral, a velocidade de uma reação é determinada: pelas propriedades dos reagentes, pelas concentrações dos reagentes, pela temperatura. A velocidade de reação mede quão rapidamente um reagente é consumido ou um produto é formado, durante a reação. Considere a reação: NO2(g) + CO(g) → CO2(g) + NO(g) A velocidade para cada substância pode ser dada como: Velocidade de consumo do NO2 = - ∆(NO2)/ ∆ t Velocidade de formação do CO2 =+ ∆ (CO2)/ ∆ t Velocidade de consumo do CO =- ∆(CO)/ ∆ t Velocidade de formação do NO = + ∆(NO)/ ∆ t Velocidade das reações Lei de velocidade A velocidade de uma reação pode ser expressa em função das concentrações dos reagentes através da Lei de Velocidade da reação, que tem a forma geral: v = k.[A]m.[B]n onde [A] e [B] são as concentrações molares dos reagentes A e B, k é constante de velocidade da reação, o expoente m é a ordem da reação em relação ao reagente A e n é a ordem da reação em relação ao reagente B Ordem de uma reação Ordem de reação é a soma dos valores das potências a que as concentrações de reagentes se encontram elevadas na equação cinética da reação (lei de velocidade). Ordem zero: se a alteração da concentração desse reagente não causa alteração na velocidade; Primeira ordem: se duplicar a concentração, duplica a velocidade da reação também; Segunda ordem: se duplicar a concentração, quadruplica a velocidade da reação também; Ordem n em relação a um reagente: se duplicar a concentração aumenta de 2n a velocidade da reação. Tempo de meia vida Tempo de meia-vida (t 1/2): é o tempo necessário para que a concentração de uma reagente diminua para metade do seu valor inicial. Dependente da ordem da reação! Resumindo... Ordem da reação Lei da velocidade Tempo de meia-vida 0 V = K t1/2 = [A]0 K 1 V = K.[A] t1/2 = ln 2 K 2 V = K.[A]2 t1/2 = 1 _ K[A]0 Exemplos: 1- A hidrólise da sulfacetamida segue cinética de primeira ordem com constante de velocidade k=9,0 x 10-6 s-1, a 120ºC. Calcular o tempo de meia-vida da sulfacetamida. 2- Em uma dada temperatura, a decomposição do N2O3 em NO2 e NO é de segunda ordem, com K = 3,2x10-4 s-1 . Considerando que a concentração inicial de N2O3 é de 10 mol/L, qual o tempo de meia vida dessa reação? 3- A sacarose (C12H22O11) se decompõe em glicose e frutose em solução ácida. A velocidade da reação é dada por: V = k[C12H22O11]. Sabendo que K = 0,208 h-1 a 25ºC, qual o tempo necessário para que 50% da concentração inicial de sacarose reaja nessa temperatura? Velocidade das reações Fatores que afetam a velocidade das reações: Concentração dos reagentes: Quanto mais concentrado mais rápido é a velocidade. Estado físico dos reagentes: A velocidade segue esta ordem: gases > soluções > líquidos puros > sólidos. Luz: A presença de luz pode acelerar certas reações químicas (FOTOSSENSÍVEIS). Fatores que afetam a velocidade das reações: Temperatura: A velocidade das reações aumenta com o aumento da temperatura. Equação de Arrhenius permite calcular a variação da constante de velocidade com a temperatura. lnK = lnA – Ea_ . 1_ R T Velocidade das reações K : Constante de velocidade A: Frequência de colisões Ea: Energia de ativação R: Constante dos gases T: temperatuta Fatores que afetam a velocidade das reações: Presença de um catalisador ou inibidor: Catalisador acelera e inibidor diminui a velocidade de uma reação química; Catalisadores/Inibidores São substâncias que, quando presentes, aumentam (catalisador) ou diminuem (inibidor) a velocidade das reações químicas, sem serem consumidos. Os catalisadores/inibidores encontram “caminhos alternativos” ou seja, outra rota reacional que apresenta uma menor energia de ativação (catalisador) ou maior energia de ativação (inibidor). Velocidade das reações Velocidade das reações Energia de ativação Energia de ativação é a energia mínima necessária para que a reação ocorra. A fim de reagir, as moléculas no estado inicial devem adquirir uma energia adicional (energia de ativação ou energia livre de ativação); a reação então e apenas nesta condição se desenvolverá espontaneamente para o estado final que possui energia menor que a do estado inicial. Catálise Enzimática Enzimas são catalisadores biológicos. As enzimas atuam apenas sobre moléculas especificas, chamadas substratos (ou seja, reagentes), deixando inalterado o resto do sistema. Uma enzima é tipicamente uma proteína de dimensões elevadas que contém um ou mais centros ativos. Nos centros ocorrem as interações com as moléculas de substrato. Os centros ativos têm estruturas compatíveis apenas com certas moléculas (modelo chave- fechadura). As reações de degradação nos medicamentos ocorrem a velocidades definidas e são de natureza química. Dependem da concentração dos reagentes, temperatura, pH, radiação ou da presença de catalizadores. oPerda de potência do fármaco oMudança de aparência física oFormas de degradação: Estabilidade de medicamentos o Hidrólise o Decomposição fotoquímica o Oxidação Aplicações da cinética Estudos de degradação térmica A matéria-prima, carbocisteína, foi analisada de acordo com o preconizado na Farmacopéia Européia (2004) e na Farmacopéia Brasileira (1988). As amostras de xarope foram analisadas no tempo zero e dispostas em estufas nas condições: 40 ºC, avaliadas nos períodos de 72, 81, 90, 100 e 120 dias; 50 ºC, analisadas nos períodos de 12, 24, 54, 72, 84 e 96 dias; 60 ºC, avaliadas nos períodos de 3, 6, 12, 18, 27 e 30 dias; 70 ºC, analisadas nos períodos de 3, 5, 9, 11, 15 e 21 dias. 1- Propriedade organolepticas: ◦ Odor: canela e rum odor desagradável ◦ Coloração: Amarela Castanho escuro 1 2 3 o Tubo 1: carbocisteína xarope (amostra de referência futura); o Tubo2: carbocisteína xarope o Tubo 3: carbocisteína xarope submetida a 50 ºC durante 96 dias. Estudos de degradação térmica 2- Contaminação microbiológica: As amostras analisadas não apresentaram contaminação microbiológica. ◦ Este dado comprova a eficiência do conservante utilizado na formulação. 3- pH e teor de carbocisteína: Temperatura (°C) Tempo (dias) pH inicial pH final Concentração inicial (mg/mL) Concentração final (mg/mL) 40 120 5,63 5,44 104 57 50 96 5,63 5,77 104 86 60 30 5,63 5,52 108 61 70 21 5,63 5,75 102 43 Estudos de degradação térmica
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