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LIVRO_VIDA DE PROFESSOR_Pedro Demo

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VIDA DE PROFESSOR 
 
 
 
 
 
Pedro Demo1 
Brasília, UnB, novembro de 2000. 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
I. INTRODUÇÃO........................................................................p. 02 
II. QUANTOS SÃO NO PAÍS.....................................................p. 04 
III. PERFIL DA FORMAÇÃO......................................................p. 21 
IV. O SALÁRIO DOS DOCENTES.............................................p. 35 
V. DOCENTES POR NÍVEL DE ENSINO E IDADE...................p. 50 
VI. VIDA DE PROFESSOR.........................................................p. 55 
PARA CONCLUIR.......................................................................p. 61 
BIBLIOGRAFIA............................................................................p. 62 
 
 
 
 
 
 
1 Professor Titular da Universidade de Brasília. PhD em Sociologia pela Alemanha, 1971. Pós-doutor pela UCLA, Los 
Angeles. 
 2
I. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Foi realizado em 1997 um Censo do Professor, organizado pelo Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), do Ministério de Educação e do 
Desporto (MEC), cujos dados foram revelados, em formato ainda preliminar, no primeiro 
semestre de 1998. Este texto tem como objetivo analisar de modo preliminar tais dados, 
para oferecer um perfil rudimentar do professor básico brasileiro. Cabe sempre ressaltar 
que tais dados contêm várias precariedades metodológicas usuais em tais 
levantamentos, mas mostram logo uma vantagem especial, que é a de ser um “censo”, 
ou seja, pretende cobertura geral. Mesmo que esta cobertura geral não ocorra de 
maneira completa, como é o caso, ainda assim os dados permitem induzir referências 
satisfatoriamente fundamentadas em termos estatísticos. 
Ademais, o nível dos dados é de extrema generalidade, como seria natural, não 
sendo viável extrair conclusões de estilo mais qualitativo, que somente outros gêneros 
mais tópicos de pesquisa poderiam fazer, atingindo detalhes e localizações concretas. 
Não se pode ver nisto, porém, defeito, mas característica própria desta forma de coleta 
e tratamento de dados censais. Neste sentido, é factível apenas construir um perfil 
rudimentar do professor básico brasileiro2, do qual não poderiam ser retiradas 
quaisquer ilações fatais, mas algumas indicações para possíveis análises e 
intervenções na prática educacional. 
Cumpre também dizer que este texto pretende valorizar tal tipo de esforço, 
muitas vezes estigmatizado no meio educacional como assunto excessivamente técnico 
e chato. Se existe, de um lado, a possibilidade de abuso dos dados para fins políticos 
escusos, sem falar em propensões positivistas de ver no dado empírico o que não pode 
dar3, de outro, existe também resistência inútil a análises empiricamente referenciadas, 
 
2 “Professor básico”, para os fins deste trabalho, incluem os professores dos três níveis básicos: educação infantil, 
ensino fundamental e médio. O MEC exclui da educação básica a educação infantil. 
3 Sobre esta discussão veja: DEMO, P. 1989. Metodologia Científica em Ciências Sociais. Atlas, São Paulo, capítulo 
sobre “positivismo e empirismo”. DEMO, P. 1985. Investigación Participante – Mito y realidad. Kapelusz, Buenos Aires. MINAYO, 
M.C.S. 1996. O Desafio do Conhecimento – Pesquisa qualitativa em saúde. HUCITIC, São Paulo. 
 3
como se fossem, de si, algo maléfico. Com certeza, é muito pouco o que podemos 
inferir dos dados, mas este pouco vale a pena trabalhar, dentro do melhor espírito 
crítico possível. O dia-a-dia de cada professor não pode aparecer nessas mensurações, 
mas tão-somente grandes traços, extremamente genéricos, e que permitem delinear 
perfil tentativo, sempre sujeito a contra-interpretações e a contra-inferências. As contra-
interpretações vão por conta da quadro teórico de referência que sustenta a análise, 
além do contexto ideológico de cada analista. Já as contra-inferências correm à conta 
da tessitura dos dados, dos procedimentos de coleta e tratamento, bem como da 
concepção dos questionários para levantamentos. 
Dificilmente se pode fazer deste tipo de análise algo muito prazeroso, porque o 
manuseio de dados empíricos, ainda que sempre a nível da maior simplicidade 
percentual, representa, como regra, uma atenção cansativa. Mesmo assim, temos a 
convicção de que é produtivo passar em revista esta oferta do INEP, porquanto 
possibilita reforçar os traços mais gerais da vida do professor básico e imprimir aos 
esforços teóricos tonalidade um pouco mais concreta. Uma restrição mais conhecida é 
a dificuldade de evitar dupla contagem, já que o mesmo docente pode atuar em mais de 
um nível ou modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento. Tomando em 
conta que muitos professores trabalham em vários turnos (por vezes até três) e em 
vários lugares, não se tem clareza satisfatória sobre o número. 
 
 
 
 4
 
II. QUANTOS SÃO NO PAÍS 
 
 
 
1. Segundo a Tabela 1, o país teria em 1997 por volta de 1,6 milhões de 
“funções docentes” na educação básica, incluindo desde o pré-escolar, passando pelo 
ensino fundamental, até ao médio. Trata-se do primeiro levantamento nacional deste 
teor, que faculta, quando menos, dimensionar o que há de mais comum e de mais 
diferente, em termos muito gerais. Este número de professores poderia ser maior, ou 
menor, dependendo de pelo menos duas questões mais explícitas: 
 
a) poderia ser maior, porque nem todos responderam ao questionário do censo; 
o caso que mais chamou a atenção foi a cifra de 35,2% de “não informado” no Amapá 
(Tabela 2), mas que parece ter sido uma situação isolada; esta categoria “não 
informado” ainda é dúbia, porque não dá conta dos professores que simplesmente não 
tiveram contato ou evitaram contato com os questionários; quando se trata de “não 
informado”, é o caso de professores contados, mas que podem ter suprimido 
informação sobre suas funções docentes; de modo geral, porém, a categoria da “não 
informação”, para o todo foi de apenas 1.9%, extremamente normal neste tipo de 
levantamento; 
Tabela 1: Docentes por Dependência Administrativa e Localização - Brasil e Regiões - 1997. 
Brasil Número de docentes por Localização e Dependência Administrativa 
E Localização Total Federal Estadual Municipal Particular Não 
Regiões Informado 
Brasil Total 1.617.611 0,6% 50,6% 34,2% 12,6% 1,9% 
Rural 17,7% 0,3% 22,4% 75,9% 1,3% 0,0% 
N/informado 1,9% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 1,9% 
Norte Total 7,1%% 0,8% 58,8% 31,6% 5,2% 3,5% 
Rural 25,6% 0,1% 32,1% 63,8% 0,5% 0,0% 
N/informado 3,5% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 3,5% 
Nordeste Total 29,3% 0,7% 36,8% 49,6% 10,8% 2,1% 
Rural 31,6% 0,3% 9,4% 88,9% 1,5% 0,0% 
N/informado 0,2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0,2% 
Sudeste Total 40,3% 0,5% 58,1% 24,8% 14,8% 1,6% 
Rural 8,4% 0,5% 42,0% 55,5% 1,9% 0,0% 
 5
N/informado 1,6% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 1,6% 
Sul Total 16,5% 0,9% 49,7% 34,5% 13,1% 1,8% 
Rural 15,2% 0,4% 36,9% 61,9% 0,7% 0,0% 
N/informado 1,8% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 1,8% 
Centro- Total 6,9% 0,6% 58,5% 25,7% 13,7% 1,4% 
Oeste Rural 10,8% 0,3% 22,2% 76,1% 1,3% 0,0% 
N/informado 1,4% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 1,4% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e 
em mais de um estabelecimento de ensino. 
b) poderia ser menor, porque “o mesmo docente pode atuar em mais de um 
nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento”, como consta dos 
relatórios preliminares publicados pelo INEP, à época do lançamento dos dados4; temos 
a impressão de que esta indicação possa ser mais contundente,conforme se insinua na 
Tabela 15, que fala dos docentes por níveis de ensino: aí aparece o número de 1,54 
milhão de professores, com a mesma anotação de poderia haver dupla contagem. 
2. Apenas 17.7% dos docentes atuavam na área rural, com grandes diferenças 
regionais: no Sudeste encontrávamos a menor cifra na zona rural (8.4%), enquanto no 
Nordeste a maior delas (29.3%), vindo o Norte logo atrás (25.6%). Entretanto, mesmo 
nestas regiões, tradicionalmente marcadas pela vida rural, é digno de nota que 
apareçam já cifras abaixo dos 30%, indicando a forte urbanização do país. Sem 
imaginar que a urbanização, por si, seja algo necessariamente benéfico, é no fundo 
inevitável e acaba homogeneizando as coisas, para o bem e para o mal. O lado menos 
ruim disso, é que a urbanização traz alguns proveitos para os professores, já que 
aqueles dedicados a escolas rurais, como regra, ganham salários por vezes 
inacreditáveis, sobretudo no Nordeste rural. 
Os docentes se concentram em 40.3% no Sudeste, seguindo o Nordeste com 
29.3%, e o Sul com 16.5%, enquanto as cifras menores compareciam no Centro-Oeste 
com 10.8% e no Norte com 7.1%. Em termos de docentes que atuam na zona rural, 
além das cifras elevadas no Nordeste e no Norte, são dignas de nota a cifras do Sul, 
com 15.2% ainda e o Centro-Oeste com 10.8%. Neste sentido, somente o Sudeste 
mostra cifra abaixo dos 10% (9.4%). 
 
4 MEC/INEP/SEEC. 1998. Censo do Professor – Brasil tem 1,6 milhão de professores na educação básica. Brasília, 
1998, mim., 9 pp. 
 6
3. A predominância da mulher é extremamente forte: mais de 85%. Embora seja 
um traço comum de todos os países, este tipo de cifra levanta uma expectativa dúbia, 
para dizer o mínimo5. De uma parte, pode-se ver nos sistemas educacionais básicos 
uma chance maior para a mulher, até mesmo em termos de facilidade maior de 
acomodação a horários mais flexíveis de trabalho (por exemplo, trabalhar apenas 
quatro horas ou dar algumas aulas), mas, de outra, retorna o estigma clássico, no 
sentido de que, por tratar-se de uma profissão considerada menos atrativa em termos 
de mercado (salários), empurra-se para a mulher. Com certeza é possível afirmar que, 
se fosse o caso de profissão considerada nobre economicamente falando, os homens 
se interessariam mais por ela. As coisas estão mudando, como se pode ver no assédio 
a cursos prestigiados da universidade, como medicina, cujas vagas estão sendo 
ocupadas cada vez mais pela demanda feminina. Neste caso, talvez já se pudesse falar 
de “concorrência leal”, enquanto no magistério dificilmente ainda é o caso. 
4. A rede mais numerosa, para o país, é a estadual, como 50.6% dos docentes, 
detendo, pois, ainda a maioria. Vem, a seguir, a rede municipal, com 34.2%, ou seja, 
por volta de 1/3 . A rede particular aparece com apenas 12.6%, e a federal é residual, 
com 0.6%. Neste sentido, a rede pública abarca mais de 85% dos docentes, o que 
levaria a marcar o papel do Estado na educação básica como absolutamente 
determinante. Entretanto, há variações regionais consideráveis: 
a) somente o Nordeste apresenta a cifra mais elevada na dependência 
municipal (49.6%), indicando que metade da rede de docentes exerce sua profissão 
nos municípios, restando pouco mais de 1/3 para o Estado (36.8%). As duas redes com 
cifras de docentes estaduais abaixo dos 50% são as do Nordeste e do Sul; no Sul a 
cifra é de 49.7%, ou praticamente metade. As outras três redes regionais se aproximam 
dos 60%. A rede particular é mais forte no Sudeste, com 14.8% de docentes básicos, 
vindo a seguir o Sul e o Centro-Oeste com mais ou menos 13%, o Nordeste com 10.8% 
e o Norte com somente 5.2%. Possivelmente existe aqui correlação entre a situação 
econômica regional e a proliferação maior ou menor da escola particular. A presença da 
escola particular, vista sob a ótica dos docentes, é ainda relativamente pequena. 
 
5 BRZEZINSKI, I. 1996. Pedagogia, Pedagogos e Formação de Professores. Papirus, Campinas. LELIS, I.A. 1988. A 
Formação da Professora Primária: Da denúncia ao anúncio. Cortez, São Paulo. VILLA, F.G. 1998. Crise do Professorado – Uma 
análise crítica. Papirus, Campinas. 
 7
b) na zona rural predominam cifras municipais, a começar pelo país: 75.9% dos 
docentes básicos, vindo a seguir a presença estadual com 22.4%; a partir daí, as cifras 
para o país se tornam residuais, inclusive na rede particular, com somente 1.3%; nas 
regiões, a maior cifra está no Nordeste rural, com 88.9% dos docentes básicos, vindo a 
seguir o Centro-Oeste com 76.1%, o Norte com 63.8%, o Sul com 61.9%, e o Sudeste 
com 55.5%; neste sentido, chama a atenção que 42% dos docentes básicos com 
atuação na zona rural sejam mantidos pelos estados no Sudeste, a maior cifra da 
tabela para este caso. 
Esta situação também é dúbia. Sendo tendência zona rural ter apenas ensino 
fundamental, sob esta ótica o Nordeste estaria, mais que as outras regiões, cumprindo 
a lei, segundo a qual o ensino fundamental é obrigação primordial dos municípios. O 
Sudeste, ao contrário, embora seja a região mais rica, estaria mais distante desta 
norma. Na prática, a questão é muito diferente: no Nordeste sucede sobretudo a 
relegação da educação básica para os municípios, sob alegações de que a rede 
estadual não teria condições, acentuando a miséria municipal, que, naturalmente, tem 
condições ainda menores. Já em outras regiões, a rede estadual se preocupou mais 
com a educação básica e não esperou pelos municípios, o que leva a verificar presença 
mais forte, também na zona rural. Vale lembrar que a rede estadual mantém, no 
Nordeste, apenas 9.4% dos docentes básicos na zona rural, enquanto, nas outras 
regiões, esta cifra é sempre superior aos 20%, com realce maior para o Sudeste que 
anota 42% de docentes básicos sustentados pela rede estadual. 
5. Olhando o panorama geral dos docentes básicos distribuídos pelas 
dependências administrativas, seria possível aventar, preliminarmente: 
a) a presença pública estatal é absoluta, restando para a rede particular apenas 
12.6% dos docentes; 
b) embora existam ainda cifras elevadas de docentes atuando na zona rural, 
sobretudo em regiões mais pobres, não ultrapassam mais os 30%, denotando o ímpeto 
acelerado da urbanização; 
c) a maior rede, em termos de docentes, ainda é a estadual para o país; quanto 
às grandes regiões, vale a mesma regra, com exceção do Nordeste; a municipalização, 
 8
neste contexto, ainda está por acontecer, até porque, onde aparecem cifras elevadas 
da rede municipal, trata-se sempre de regiões mais pobres; 
d) talvez ainda se possa afirmar que a presença da atuação estadual tende a 
ser uma garantia de maior compromisso com a educação básica; dito pelo avesso, a 
municipalização facilmente toma o rumo da relegação. 
6. Passando para o plano das grandes regiões, a Tabela 2 revela o perfil geral 
do Norte, com seus respectivos estados (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, 
Amapá e Tocantins). Para começar, o peso desta região é o menor de todos, porquanto 
apenas 7.1% dos docentes básicos aí atuam. Somente 1/4 deles exerce suas 
atividades na zona rural, o que não deixa de ser bastante surpreendente para uma 
região com densidade populacional muito rarefeita. O estado que manifesta mais 
docentes na zona rural é o Pará, com 35.2%, uma cifra inesperada, se compararmos 
com a do Estado do Amazonas, que revela só 22.9%. Neste caso, possivelmente o 
efeito da Zona Franca de Manaus, como se sabe, apressou em demasia o êxodo rural, 
tornando Manaus extremamente inchada. Por outra, o peso da cifra do Pará é 
considerável,porque é o estado que detém o maior número de docentes básicos na 
região, a saber, 42.2.%, não muito longe da metade. 
Tabela 2: Número de Docentes por Dependência Administrativa, na Região Norte – 1997. 
Unidades Funções Docentes 
da Localização Total Federal Estadual Municipal Particular Não 
Federação informado 
Brasil Total 1617611 0,6% 50,6% 34,2% 12,6% 1,9% 
Urbano 80,4% 0,7% 58,0% 25,9% 15,4% 0,0% 
Rural 17,7% 0,3% 22,4% 75,9% 1,3% 0,0% 
N/informado 1,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% - 
Norte Total 7,1% 0,8% 58,8% 31,6% 5,2% 3,5% 
Urbano 70,9% 1,1% 71,3% 20,4% 7,2% 0,0% 
Rural 25,6% 0,1% 32,1% 67,2% 0,5% 0,0% 
Rondônia Total 10,5% 0,0% 70,5% 16,7% 10,1% 2,7% 
Urbano 89,1% 0,0% 76,1% 12,6% 11,3% 0,0% 
Rural 8,2% 0,0% 32,1% 67,9% 0,0% 0,0% 
Acre Total 6,2% 0,5% 69,9% 21,4% 3,9% 4,2% 
Urbano 72,1% 0,6% 75,9% 18,0% 5,4% 0,0% 
Rural 23,7% 0,1% 64,2% 35,7% 0,0% 0,0% 
Amazonas Total 19,1% 1,3% 56,4% 34,7% 6,6% 0,9% 
Urbano 76,1% 1,7% 71,1% 18,7% 8,5% 0,0% 
Rural 22,9% 0,0% 10,0% 89,2% 0,7% 0,0% 
Roraima Total 3,5% 3,7% 89,2% 2,7% 1,6% 2,7% 
 9
Urbano 67,2% 5,6% 88,2% 3,8% 2,4% 0,0% 
Rural 30,1% 0,0% 99,4% 0,6% 0,0% 0,0% 
Pará Total 42,2% 0,9% 51,1% 41,6% 4,8% 1,6% 
Urbano 63,2% 1,5% 63,4% 27,7% 7,4% 0,0% 
Rural 35,2% 0,0% 31,1% 68,5% 0,4% 0,0% 
Amapá Total 5,0% 0,0% 57,2% 5,1% 2,5% 35,2% 
Urbano 55,8% 0,0% 89,2% 6,6% 4,3% 0,0% 
Rural 9,0% 0,0% 82,6% 16,2% 1,2% 0,0% 
Tocantins Total 13,6% 0,2% 65,1% 29,8% 3,4% 1,5% 
Urbano 71,7% 0,0% 76,7% 19,4% 3,9% 0,0% 
Rural 18,8% 1,2% 21,0% 76,4% 1,5% 0,0% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem “não informado” nos Estados. 
No outro extremo, o estado de menor peso relativo, Roraima com 3.5%, 
mostrava presença rural elevada, a segunda maior na região, com 30.1%. As menores 
cifras rurais encontram-se em Rondônia, com 8.2%, e no Amapá, com 9%. Fica difícil 
analisar o Amapá, porque, como já apontamos, comparece com percentagem 
exacerbada de “não informado”, totalmente discrepante, 10 vezes maior que a cifra da 
região (3.5%), ou seja, 35.2%. Algo deve ter ocorrido de anormal na coleta dos dados. 
Se imaginarmos que esta abstenção se distribua de modo igual no espaço, o que é 
uma expectativa pouco confiável, os dados ainda diriam alguma coisa. Com efeito, o 
perfil geral do estado não parece mudar, já que continua predominando, de longe, o 
docente estadual, com 57.2%, restando para o municipal apenas 5.1%, com referência 
ao total. Nos outros estados, a cifra estadual total vai além disso, atingindo a mais de 
70% em Rondônia e Roraima (70.5% e 89.2%, respectivamente), sem falar no Acre que 
revela 69.9%. 
7. Pará e Amazonas apresentam-se com perfil mais tradicional. Com efeito, no 
Pará aparece a menor cifra estadual (51.1%), a menor da região, acompanhada da 
maior municipal (41.6%). No Amazonas, a relação é de 56.4% para 34.7%. Poderíamos 
colocar junto também Tocantins, com 65.1% contra 29.8%. Isto pareceria revelar que 
Estados mais novos contam com apoio estadual mais próximo. No caso de Tocantins, 
ainda que tenha sido desmembrado de Goiás recentemente, já detinha uma situação 
temporalmente consolidada. Chama a atenção o caso de Roraima, com 89.2% de 
docentes estaduais, restando para o nível municipal apenas 2.7%. 
 10 
Com respeito aos docentes particulares, a região é aquela que menos os tem, 
como víamos (5.2%). O destaque fica para Rondônia, com 10.1%, vindo a seguir 
Amazonas com 6.6%, ficando os outros estados abaixo da média da região. Em 
Roraima, docentes particulares são apenas 1.6%. Provavelmente, este tipo de relação 
teria algo a ver com a pobreza da região, embora, em estados mais novos que foram 
Territórios antes, sob administração federal, a oferta estadual possa deter qualidade 
mais satisfatória. 
Na zona rural, predominam docentes municipais, em proporções muito 
elevadas nas unidades mais tradicionais, destacando-se Amazonas, com 89.2%, 
restando para os estaduais a cifra de apenas 10%. Pará chega a 68.5%, mas, de 
qualquer maneira, ainda mostra 31.1% de docentes estaduais, enquanto Tocantins, de 
modo similar, apresenta 76.4% de docentes municipais e 21% de estaduais, na zona 
rural. Já os estados mais novos mudam muito de figura: Roraima acusa 99.4% de 
docentes estaduais na zona rural, ou seja, praticamente todos, seguido de Amapá com 
82.6%; Acre mostra também uma predominância de docentes estaduais na zona rural, 
com 64.2%, mas já aprecem 35.7% de docentes municipais. O perfil de Rondônia na 
zona rural se assemelha aos estados tradicionais: 67.9% de docentes municipais e 
32.1% de docentes estaduais. 
8. Neste sentido, a região é bastante heterogênea, como seria de esperar, pela 
própria história de cada unidade federada. Enquanto os estados mais novos, mantendo 
uma presença mais forte do sistema estadual, poderiam postar-se melhor, os mais 
tradicionais acusam o perfil complicado de predominância de redes municipais, 
sobretudo na zona rural, indicando maiores dificuldades. Este tipo de situação denota 
bem a problemática de fundo da municipalização prevista na Constituição e na LDB: 
não pode ser feita pela via da relegação, no sentido de a rede estadual livrar-se das 
escolas e docentes de ensino fundamental e educação infantil6. As condições do Pará, 
para tomar o exemplo mais manifesto, sinalizam grandes desafios para a 
municipalização: além de, na zona urbana, os docentes serem em quase 30% 
municipais, na zona rural atingem a quase 70%. Este perfil parece ainda mais grave no 
 
6 BRZEZINSKI, I. (Org.). 1997. LDB Interpretada: Diversos olhares se entrecruzam. Cortez, São Paulo. SAVIANI, D. 
1997. A Nova Lei da Educação. Cortez, São Paulo. DEMO, P. 1998. A Nova LDB - Ranços e avanços. Papirus, Campinas, 6a ed. 
 11 
Amazonas, que teria 89% de docentes municipais na zona rural, embora a zona rural 
tenha uma dimensão menor. 
9. A tabela 3 aponta a situação dos docentes no Nordeste, onde existem 9 
unidades federadas: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. 
O Estado de maior peso quantitativo é Bahia, com 23.9% dos docentes dentro 
da região, e o menor é Sergipe, com somente 4%. Entre esses extremos temos: 
Pernambuco com 14%, Ceará com 15.3%, Maranhão com 13.1%, Paraíba com 8.8%, 
Piauí com 7.7%, Rio Grande do Norte com 7.4%, e Alagoas com 5.9%. A zona rural é a 
mais presente do país, com 31.6% dos docentes, ficando para a zona urbana 66.3%. 
Os Estados, em termos de presença rural, se classificam assim: Maranhão com 37.2%, 
Ceará com 36.7%, Alagoas com 35.2%, Bahia com 33.5%, e Piauí com 30.2%, todos 
acima dos 30%; abaixo dos 30% temos: Paraíba com 28.4%, Pernambuco com 25.9%, 
Sergipe com 25.4%, e Rio Grande do Norte com 21%. 
Tabela 3: Número de Docentes por Dependência Administrativa, no Nordeste - 1997. 
Unidades Funções Docentes 
Da Localização Total Federal Estadual Municipal Particular Não 
Federação Informado 
Brasil Total 1617611 0,6% 50,6% 34,2% 12,6% 1,9% 
Urbano 80,4% 0,7% 58,0% 25,9% 15,4% 0,0% 
Rural 17,7% 0,3% 22,4% 75,9% 1,3% 0,0% 
N/informado 1,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,9% 
Nordeste Total 29,2% 0,7% 36,8% 49,6% 10,8% 2,1% 
Urbano 66,3% 0,9% 51,0% 32,6% 15,6% 0,0% 
Rural 31,6% 0,3% 9,4% 88,9% 1,5% 0,0% 
Maranhão Total 13,1% 0,4% 32,6% 53,6% 9,7% 3,6% 
Urbano 59,2% 0,6% 49,7% 34,6% 15,1% 0,0% 
Rural 37,2% 0,2% 8,5% 89,1% 2,2% 0,0% 
Piauí Total 7,7% 0,9% 43,9% 39,5% 9,7% 6,0% 
Urbano 63,8% 1,3% 64,1% 20,1% 14,5% 0,0% 
Rural 30,2% 0,3% 10,0% 88,1% 1,6% 0,0% 
Ceará Total 15,3% 0,4% 26,4% 58,0% 13,7% 1,5% 
Urbano 61,8% 0,5% 41,0% 37,0% 21,4% 0,0%Rural 36,7% 0,1% 2,8% 95,7% 1,3% 0,0% 
Rio Grande Total 7,4% 1,0% 49,2% 38,5% 10,0% 1,2% 
do Norte Urbano 77,8% 1,3% 57,5% 28,4% 12,8% 0,0% 
Rural 21,0% 0,1% 21,5% 79,5% 0,3% 0,0% 
Paraíba Total 8,8% 0,9% 40,5% 48,3% 9,8% 0,6% 
Urbano 71,0% 1,0% 51,3% 34,0% 13,7% 0,0% 
Rural 28,4% 0,5% 14,2% 85,1% 0,2% 0,0% 
 12 
Pernambuco Total 14,0% 1,1% 35,2% 47,3% 13,7% 2,6% 
Urbano 71,4% 1,4% 46,8% 33,5% 18,3% 0,0% 
Rural 25,9% 0,5% 7,1% 90,2% 2,2% 0,0% 
Alagoas Total 5,9% 1,1% 24,6% 59,5% 13,8% 1,0% 
Urbano 63,8% 1,6% 34,2% 44,3% 19,9% 0,0% 
Rural 35,2% 0,2% 7,8% 88,9% 3,1% 0,0% 
Sergipe Total 4,0% 1,3% 44,5% 43,2% 10,2% 0,9% 
Urbano 73,4% 1,4% 56,4% 28,5% 13,7% 0,0% 
Rural 25,4% 0,9% 11,4% 87,4% 0,3% 0,0% 
Bahia Total 23,9% 0,3% 40,8% 49,4% 8,1% 1,4% 
Urbano 65,1% 0,4% 56,6% 31,0% 11,9% 0,0% 
Rural 33,5% 0,2% 11,7% 87,0% 1,1% 0,0% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
10. Como vimos, para o total da região já predominava a presença do docente 
municipal, com quase 50%, restando para o estadual 36.8%. Os Estados que se 
destacam por concentrar docentes municipais são: Alagoas com quase 60% (59.5%) 
para o total, e Ceará com 58%. Maranhão também apresenta cifra acima dos 50% e 
Bahia chega quase aos 50%. Mas há estados, cuja presença estadual do docente é 
maior que a municipal, ao contrário da média para a região: destaca-se Rio Grande do 
Norte com quase metade de docentes estaduais (49.2%), seguindo-se: Piauí com 
43.9%, Sergipe com 44.5%, Bahia com 40.8%. Tratando-se da zona rural, os docentes 
municipais, como regra, superam os 80%. 
11. Quanto ao espaço da escola particular, a região como um todo aparecia 
com 10.8%, sobressaindo Ceará e Alagoas com mais de 13%, e figurando Bahia com a 
cifra menor, em torno de 8%. Essas cifras, no entanto, sobem bastante quando se 
separa a zona urbana, já que escola particular é tendencialmente fenômeno urbano. 
Assim, no Ceará, mais de 20% dos docentes básicos estariam atuando em escolas 
particulares. Tais perfis apontam para a elitização em grandes centros, sobretudo nas 
capitais, onde as escolas particulares procuram se instalar. Sob esse ângulo aparece a 
noção de “escola pobre para o pobre” e que seria tendencialmente a municipal. Não se 
pode estabelecer uma regra geral, porque existe, no espaço particular, escolas de 
baixíssima qualidade também, mas é possível afirmar com algum cuidado que é esta a 
ordem da procura: primeiro tenta-se uma escola particular, cuja decisão é marcada pelo 
orçamento familiar; depois apela-se para a escola estadual, e por fim para a municipal. 
O estigma aparece sobretudo no fato de que na zona rural existe quase que apenas 
 13 
escolas municipais, não por um efeito adequado do processo de municipalização, mas 
porque é tipicamente uma escola pobre para o pobre7. A vida de professor é conhecida 
como particularmente árdua no Nordeste, onde notícias sobre salários ínfimos são 
constantes, agravando-se sempre na zona rural. 
12. Se destacarmos, para fins de uma análise mais circunstanciada, um estado 
como Alagoas, considerado sempre como um dos mais problemáticos no Nordeste, 
podemos aventar, com a devida cautela: 
a) são quase 60% de docentes municipais, contra quase 1/4 de estaduais, o 
que já denota predominância incisiva da estrutura municipal; 
b) na zona urbana, docentes municipais predominam: 44.3%, contra 34.2%; 
c) na zona rural, os docentes municipais chegam a quase 90%; 
d) talvez esta situação concorra para a presença mais forte da escola particular 
na zona urbana, chegando a quase 20% dos docentes; 
e) tomando em conta que o peso relativo da zona rural é de 35.2%, o desafio de 
uma municipalização adequada é simplesmente ingente; 
f) esta própria estruturação revela que a situação dos docentes deve ser muito 
precária em termos profissionais. 
Colocando sob a lupa Ceará, que tem recebido algum destaque por conta de 
governos que estariam mais comprometidos com a educação básica e sobretudo com o 
combate à mortalidade infantil e problemáticas correlatas, a situação também se 
apresenta ainda dramática: 
a) o peso relativo da zona rural é enorme, chegando a 36.7%; 
b) docentes municipais também chegam a quase 60%; 
c) embora na zona urbana já predomine o docente estadual com 41%, ainda é 
expressiva a presença do docente municipal, com 37%; 
d) na zona rural, docentes municipais aparecem bem acima dos 90% (95.7%); 
e) talvez por conta disso, a presença de docentes particulares é a maior da 
região na zona urbana, com 21.4%; 
 
7 DEMO, P. 1996. Um Brasil Mal-Educado. Champagnat (Univ. Católica), Curitiba. 
 14 
f) parece óbvio que a municipalização, para dar-se adequadamente, não pode 
provir do município isoladamente, mas de um esforço conjunto, com participação 
decisiva do Estado e certamente também da União. 
13. Passando para o Sudeste, a Tabela 4 mostra o perfil antípoda com respeito 
ao Nordeste, a começar pelo fato de ser composta apenas por quatro unidades 
federadas: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. A zona rural 
representa, em termos de docentes, apenas 8.4% para o total da região, o menor índice 
do país, descendo para apenas 2.6% em São Paulo. Minas Gerais e Espírito Santo 
estão ainda acima dos 15%, e Rio de Janeiro já está abaixo dos 10%. Ao mesmo 
tempo, São Paulo domina a região, já que quase metade dos docentes aí estão, 
restando para Minas Gerais quase 30%, para Rio de Janeiro quase 20% e para Espírito 
Santo somente 4.8%. 
14. Docentes estaduais são, na região como um todo, quase 60%, subindo para 
65% em São Paulo, que é, assim, o estado brasileiro com maior representatividade de 
docentes estaduais. Os municipais comparecem em apenas 17.1%. Rio de Janeiro, por 
outra, discrepa bastante: acusa 41.1% de docentes municipais e 33.8% de estaduais, 
representando um “modelo” muito diferente do paulista. E aí assoma um fenômeno 
mais marcante no Sudeste, que é a presença mais forte da escola particular: na média 
da região aparecem 14.9% de docentes, a maior do país, tendo sua cifra maior no Rio 
de Janeiro, com 23%. De fato, no Rio estaria a Meca das escolas particulares, embora 
em São Paulo este fenômeno seja relevante igualmente, já que 15.6% dos docentes 
são particulares. A menor presença de docentes particulares está em Minas Gerais, 
com 8.6%, o que vem compensado com a elevada cifra de docentes estaduais, com 
63%. Talvez se possa afirmar, de novo, que a maior presença da escola particular se 
correlaciona também com a debilidade da escola pública, pelo menos até certo ponto. 
Tabela 4: Número de Docentes por Dependência Administrativa, no Sudeste - 1997. 
Unidades Funções Docentes 
Da Localização Total Federal Estadual Municipal Particular Não 
Federação Informado 
Brasil Total 1617611 0,6% 50,6% 34,2% 12,6% 1,9% 
 Urbano 80,4% 0,7% 58,0% 25,9% 15,4% 0,0% 
 Rural 17,7% 0,3% 22,4% 75,9% 1,3% 0,0% 
 N/informado 1,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,9% 
Sudeste Total 40,3% 0,5% 58,2% 24,8% 14,9% 1,6% 
 15 
 Urbano 90,0% 0,5% 60,8% 22,4% 16,4% 0,0% 
 Rural 8,4% 0,5% 42,0% 55,5% 1,9% 0,0% 
 N/informado 1,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,6% 
Minas Gerais Total 28,6% 0,6% 63,0% 26,8% 8,6% 1,0% 
 Urbano 82,2% 0,5% 70,2% 18,9% 10,3% 0,0% 
 Rural 16,7% 0,7% 31,5% 67,3% 0,4% 0,0% 
Espírito Santo Total 4,8% 1,2% 55,0% 28,1% 14,3% 1,3% 
 Urbano 81,2% 1,2% 53,1% 28,6% 17,0% 0,0% 
 Rural 17,5% 1,3% 67,8% 27,8% 3,0% 0,0% 
Rio de Total 18,5% 1,4% 33,8% 41,1% 23,0% 0,7% 
Janeiro Urbano 90,9% 1,5% 34,6% 38,8% 25,0% 0,0% 
 Rural 8,4% 0,0% 28,0% 69,5% 2,5%0,0% 
São Paulo Total 48,1% 0,0% 65,0% 17,1% 15,6% 2,4% 
 Urbano 95,1% 0,0% 66,2% 17,6% 16,2% 0,0% 
 Rural 2,6% 0,0% 82,7% 11,3% 6,1% 0,0% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
Minas Gerais e Espírito Santo, mais ou menos, seguem o “modelo” paulista: 
concentram os docentes na estrutura estadual. No Espírito Santo, na zona rural, a 
presença estadual é ainda mais expressiva: 67.8%, contra 27.8% na municipal. Esta 
condição poderia indicar que o estado teria tomado a dianteira, não deixando os 
municípios à deriva. Já Rio de Janeiro apresenta formatação própria, mas certamente 
bem mais dúbia. O docente estadual está sempre em desvantagem, em todas as 
circunstâncias: na média estadual, na zona rural e inclusive na zona urbana. Na zona 
rural, quase 70% dos docentes são municipais. A compensação para isso é a presença 
mais maciça da escola particular, mas que, sem sombra de dúvida, não serve para 
solucionar o problema das camadas mais pobres da população. Talvez tenhamos aqui 
exemplo mais cristalino da “escola pobre para o pobre”: primeiro vem a particular, onde 
estuda quem pode pagar; depois vem a estadual e por fim a municipal, onde está a 
maioria da demanda. Não deixa de ser marcante que 1/4 dos docentes na zona urbana 
sejam particulares. 
15. A região como um todo, embora represente o espaço mais rico do país, é 
dominada, nesse particular, por São Paulo, colocando-se grande distância para com as 
outras unidades, sobretudo com Espírito Santo, inclusive em termos de peso 
quantitativo dos docentes. Entretanto, apesar das diferenças notáveis, para além 
daquelas já apontados com relação ao Rio de Janeiro, é interessante acentuar que São 
Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo acenam com estrutura estadual mais satisfatória, 
 16 
o que poderia permitir, com o tempo, processo de municipalização mais conveniente. 
Ao contrário de outras regiões mais pobres, a escola pública está mais identificada com 
a estrutura estadual, do que com a municipal, insinuando uma condição mais favorável. 
Em Minas Gerais, que ainda mostra peso notável da zona rural (16.7%), a maioria dos 
docentes é municipal, por certo, mas aparecem mais de 30% estaduais. Se este 
raciocínio é correto, o estado que melhor cuida da zona rural é o Espírito Santo, porque 
nela quase 70% dos docentes são estaduais. Com efeito, nas comparações usuais 
entre estados, em termos de condições educacionais básicas, esta Unidade Federada 
nunca comparece de maneira desfavorável. 
Pode-se ainda ressaltar que, em São Paulo, encontramos a maior cifra nacional 
de docentes particulares na zona rural, com 6.1%. Ainda que, para o total, a presença 
de docentes particulares seja bem menor que a do Rio de Janeiro, como víamos, essa 
cifra poderia indicar que no interior de São Paulo existe demanda rural capaz de 
sustentar escolas pagas. E isto insinua que existem condições diversificas de zona 
rural, mesmo que a tendência é de encontrarmos nela situações sócio-econômicas mais 
desfavoráveis. A zona rural de São Paulo provavelmente tem muito pouco a ver com a 
nordestina, e mesmo a do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 
16. A Tabela 5 revela o Sul, composto de apenas três estados: Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul, todos em situação comparativamente favorável, como é 
uso ouvir e seria de esperar. A zona rural é ainda significativa, com 15.2%, 
sobressaindo Santa Catarina com quase 20%. Paraná é mais urbanizado, com 11.3% 
apenas de zona rural, em termos de docentes. O espaço particular também ocupa 
dimensão importante, com 13.1% dos docentes, certamente um pouco inferior ao caso 
do Sudeste. Nos três estados tal cifra é praticamente a mesma, indicando que a escola 
particular se articula de modo similar, com leve destaque para Rio Grande do Sul. 
Tabela 5: Número de Docentes por Dependência Administrativa, no Sul - 1997. 
Unidades Funções Docentes 
Da Localização Total Federal Estadual Municipal Particular Não 
Federação Informado 
Brasil Total 1617611 0,6% 50,6% 34,2% 12,6% 1,9% 
 Urbano 80,4% 0,7% 58,0% 25,9% 15,4% 0,0% 
 Rural 17,7% 0,3% 22,4% 75,9% 1,3% 0,0% 
 N/informado 1,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,9% 
Sul Total 16,5 0,9% 49,7% 34,5% 13,1% 1,8% 
 17 
 Urbano 82,9 1,0% 53,1% 30,3% 15,6% 0,0% 
 Rural 15,2 0,4% 36,9% 61,9% 0,7% 0,0% 
Paraná Total 37,8 1,1% 44,2% 40,6% 13,3% 0,9% 
 Urbano 87,9 1,1% 47,5% 36,4% 15,0% 0,0% 
 Rural 11,3 0,5% 21,8% 76,6% 1,1% 0,0% 
Santa Total 22,0 1,0% 53,5% 29,1% 12,2% 4,2% 
Catarina Urbano 76,4 1,2% 55,6% 27,4% 15,8% 0,0% 
 Rural 19,2 0,3% 56,9% 42,2% 0,5% 0,0% 
Rio Grande Total 40,2 0,7% 52,8% 31,8% 13,4% 1,3% 
do Sul Urbano 81,9 0,8% 57,5% 25,5% 16,2% 0,0% 
 Rural 16,7 0,5% 33,9% 65,0% 0,6% 0,0% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
 
17. Paraná apresenta configuração um pouco diferente, já que a predominância 
do docente estadual é menor, ou não é maioria, como é o caso nos outros dois 
Estados. Assim, enquanto em Santa Catarina 53.5% dos docentes são estaduais e 
29.1% municipais, e no Rio Grande do Sul 52.8% são estaduais e 31.8% municipais, no 
Paraná temos 44.2% de docentes estaduais e 40% de municipais. De todos os modos, 
a presença do docente municipal é bem mais acentuada no panorama paranaense. 
Somente na zona urbana passa a predominar o docente estadual com alguma força 
maior: 47.5% contra 36.4%. 
Aparece um destaque para Santa Catarina, nesta direção: em todas as 
circunstâncias, ou seja, para a média do estado, para a zona urbana e mesmo para a 
zona rural, os docentes estaduais sempre predominam e com expressiva vantagem, o 
que poderia insinuar a iniciativa importante do Estado para colaborar com os 
municípios. Os docentes municipais na zona rural são apenas 42.2%, contra 65% no 
Rio Grande do Sul e 76.6% no Paraná. Tomando-se em conta que Santa Catarina 
ainda detém a zona rural mais expressiva, este formato chama tanto mais a atenção. 
Talvez esta condição possa contribuir para a situação geralmente favorável 
reconhecida a este estado, mesmo sendo o menor e menos rico dos três. 
Quanto ao Paraná, embora tenha atraído a atenção nacional nos últimos 
tempos e sobretudo nos últimos anos, sua estrutura em termos da alocação dos 
docentes mostra ainda alguma distância frente aos outros estados da mesma região, 
sobretudo no que se refere ao tratamento dispensado à zona rural. Já o Rio Grande do 
 18 
Sul apresenta uma estruturação mais favorável, mesmo que a presença de 65% de 
docentes municipais na zona rural pudesse indicar um caminho mais penoso. Não se 
há de comparar estas condições com as outras regiões mais pobres, porque é notório 
que uma dose importante dos municípios revela capacidade muito mais garantida de 
auto-sustentação. Apesar das pequenas diferenças, é viável afirmar, com as devidas 
cautelas, que no Sul seria praticável um processo razoável de municipalização. 
18. No Centro-Oeste, como mostra a Tabela 6, temos logo uma questão 
específica, que é a inclusão do Distrito Federal, ou seja, de uma unidade federada de 
porte muito diverso do “normal”. Os outros estados são: Mato Grosso do Sul, Mato 
Grosso e Goiás. O peso da zona rural é pequeno, em torno dos 10%, aumentando mais 
sobretudo no Mato Grosso com 16.8% e em Goiás com 11.6%. No Distrito Federal a 
zona rural é de apenas 3.7%, em termos de docentes básicos. Docentes particulares 
comparecem, na média regional, com algo similar ao Sul, ou seja, 13.7%. Esta cifra é 
muito influenciadapelo Distrito Federal, que acusa 22.7% de docentes particulares, 
sendo notória a presença de escolas particulares em Brasília. São menos expressivas 
em Goiás, com 9.8%, mas merecem atenção em Mato Grosso do Sul, com 17.4%. 
Tabela 6: Número de Docentes por Dependência Administrativa, Centro-Oeste - 1997. 
Unidades Funções Docentes 
da Localização Total Federal Estadual Municipal Particular Não 
Federação Informado 
Brasil Total 1617611 0,6% 50,6% 34,2% 12,6% 1,9% 
 Urbano 80,4% 0,7% 58,0% 25,9% 15,4% 0,0% 
 Rural 17,7% 0,3% 22,4% 75,9% 1,3% 0,0% 
 N/informado 1,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,9% 
Centro- Total 6,9 0,6% 58,5% 25,7% 13,7% 1,4% 
Oeste Urbano 87,8 0,6% 64,0% 20,0% 15,5% 0,0% 
 Rural 10,8 0,4% 22,2% 76,1% 1,3% 0,0% 
Mato Grosso Total 18,6 0,4% 46,9% 34,7% 17,4% 0,6% 
do Sul Urbano 90,8 0,4% 50,6% 30,2% 18,8% 0,0% 
 Rural 8,5 0,3% 11,2% 85,5% 3,0% 0,0% 
Mato Grosso Total 21,3 1,1% 58,4% 27,7% 11,4% 1,4% 
 Urbano 81,8 1,2% 68,9% 16,4% 13,5% 0,0% 
 Rural 16,8 1,0% 12,3% 84,9% 1,7% 0,0% 
Goiás Total 43,3 0,3% 57,4% 31,0% 9,8% 1,4% 
 Urbano 87,0 0,4% 63,0% 25,4% 11,2% 0,0% 
 Rural 11,6 0,0% 23,0% 76,4% 0,6% 0,0% 
Distrito Total 16,9 0,6% 74,4% 0,0% 22,7% 2,3% 
Federal Urbano 94,0 0,7% 75,2% 0,0% 24,1% 0,0% 
 Rural 3,7 0,0% 99,4% 0,0% 0,6% 0,0% 
 19 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
19. Como o Distrito Federal é um caso à parte, será mais prático analisar em si. 
Primeiro, o predomínio da esfera estadual chega a 74.4% e não apresenta nada na 
esfera municipal, porque não existe em sua estrutura administrativa. Evidentemente 
que esta configuração deturpa as médias da região de modo definitivo. Segundo, a 
inexistência da estrutura municipal acaba apontando para o lado mais favorável das 
escolas do Distrito Federal, conhecido por sua oferta elevada de educação, tanto na 
rede particular, quanto na pública. Terceiro, na zona urbana a presença do docente 
particular aproxima-se de 1/4, ou seja, de cada quatro docentes, um é particular. 
Quarto, a zona rural, embora pequena, abriga apenas docentes estaduais, ao lado de 
um resíduo estatístico particular, indicando uma oportunidade certamente diferenciada. 
Como se verá mais tarde, no Distrito Federal também vigoram os maiores salários, 
donde seria de esperar que abrigasse a melhor oferta educacional do país. 
20. Quanto aos outros Estados, também existe predomínio acentuado da 
estrutura estadual: em Mato Grosso do Sul aparece a cifra menor, com 46.9% de 
docentes estaduais, contra 34.7% de municipais; em Goiás já são maioria, com 57.4% 
(contra 31% municipais) e mais ainda em Mato Grosso, com 58.4% (contra 27.7% 
municipais). Já não é o caso da zona rural, que revela sempre uma concentração 
expressiva de docentes municipais: 76.4% em Goiás, 84.9% em Mato Grosso, e 85.5% 
em Mato Grosso do Sul. Esta situação insinua que a zona rural é menos bem tratada 
que a zona urbana, marcando-a com ofertas empobrecidas. 
21. Os dados disponíveis permitem, olhando para as tabelas anteriores, sugerir: 
a) sabemos apenas de modo aproximado o número de docentes, porque 
trabalhamos, no fundo, com o conceito de “função docente”; esta situação, por outra, 
também é paradigmática, no sentido de que não é ainda uso entre nós que um docente 
se dedique a uma escola só e somente oito horas por dia; para ganhar a vida é mister 
multiplicar-se em várias jornadas, sem falar que existem docentes que apenas dão 
aulas, cá e lá, como “biscateiros”, na prática; este tipo de dedicação parcelar pode ter 
seu lado atraente, porque flexível, mas revela sobretudo o estigma de uma profissão 
relegada; 
 20 
b) a presença da escola particular pode chamar a atenção em grandes centros 
e na zona urbana como regra, mas no todo é ainda um fenômeno bastante restrito, com 
exceção de algumas tradições mais visíveis, como é o caso do Rio de Janeiro; como, 
todavia, os docentes assumem “funções docentes”, não um local específico de trabalho, 
facilmente são, ao mesmo tempo, docentes públicos e privados; 
c) onde predomina o docente municipal, como regra estamos diante de 
situações menos favoráveis, em particular nas regiões mais pobres, o que indica 
fortemente que as condições municipais são precárias; parece ser tradição mais 
positiva aquela que requisita o estado como ator fundamental de sustentação da 
educação municipal; este perfil coloca desafios extremados para o processo de 
municipalização; visivelmente, a predominância municipal, sobretudo na zona rural, 
tende a coincidir com relegação; 
d) as regiões são muito díspares entre si, e também encontramos grandes 
diferenças em cada unidade federada; a distância social entre Sudeste em primeiro 
lugar e o Sul em segundo lugar é enorme com relação ao Nordeste e Norte; o Centro-
Oeste está no meio, embora sua condição esteja muito viesada pelo Distrito Federal, 
que desconhece a estruturação municipal, abrigando um sistema calcado na presença 
estadual e particular, reconhecidamente o melhor do país em educação básica; 
e) a zona rural tem expressão já diminuída, mas é expressiva em regiões e 
estados, continuando a preocupação de predominância forte de docentes municipais 
em situação mais precária; no fundo, vai restando como problema localizado, mas ainda 
deve preocupar8. 
 
 
 
 
8 GADOTTI, M./ROMÃO, J.E. (Org.). 1993. Município e Educação. Cortez, São Paulo. ÁVILA, V.F. 1993. 
Municipalização para o Desenvolvimento. UFMS/PREG, Campo Grande. 
 21 
 
III. PERFIL DA FORMAÇÃO 
 
 
 
 
1. Ainda que não se possa fazer ilação direta e sobretudo mecânica entre nível 
de formação e qualidade do docente, principalmente porque é sempre possível 
questionar o que se entende por “formação”, de modo geral aceita-se como um dos 
indicadores mais próximos. Com efeito, as teorias da aprendizagem valorizam muito o 
professor, embora não mais como “auleiro”, pois a simples transmissão do 
conhecimento pode ser feita de modo mais pertinente e atraente pelos meios modernos 
de comunicação, ou pela parabólica que já está chegando às escolas públicas. O 
professor é requisitado como “orientador” do processo de aprendizagem do aluno, 
estabelecendo-se a velha equação maiêutica: para que um aluno possa aprender bem, 
é mister que o professor saiba aprender bem. Professor é o especialista da 
aprendizagem, não do ensino, pois esta última especialidade torna-se eletrônica9. 
Colocando as coisas nestes termos, as instituições de formação dos 
professores básicos (magistério, pedagogia e licenciaturas) representam, como 
tendência arraigada, o que há de menos “formativo”, pelo menos com respeito à 
aprendizagem. Persistem teimosamente no repasse reprodutivo de conhecimento, 
ignoram a instrumentação eletrônica, não sabem elaborar e pesquisar com mão própria. 
Não são contemporâneas, embora devessem ser instâncias típicas da 
contemporaneidade. Com tais cautelas, fazemos uma análise incipiente dos dados a 
seguir, que precisam ser tomados como indicações aproximativas e tentativas10. 
2. A Tabela 7 revela perfil genérico dos graus de formação dos docentes 
básicos do país e da Região Norte, destacando: docentes que possuem o grau 
fundamental (ensino fundamental) incompleto e completo; que possuem grau médio; 
que possuem graduação completa; e os que estariam acima da graduação, em duas 
 
9 DEMO, P. 1998. Questões para a Teleducação. Vozes, Petrópolis. 
10 BECKER, F. 1993. A Epistemologia do Professor – O cotidiano da escola. Vozes, Petrópolis.GARCIA, W. et alii. 
1991. Professor Leigo: Institucionalizar ou erradicar? Cadernos SENEB 3. Cortez, São Paulo. 
 22 
instâncias destacadas: os que fizeram aperfeiçoamento ou especialização (pós-
graduação lato sensu ), e os que detêm mestrado ou doutorado (pós-graduação stricto 
sensu). Olhando a situação do país como um todo, podemos ressaltar: 
a) temos ainda 7% de docentes com formação fundamental apenas; 3.7% com 
fundamental incompleta, ou seja, sequer terminaram o ensino fundamental, e 3.3% com 
ensino fundamental completo; embora tal cifra possa espantar, cabe o consolo de que 
já está bastante reduzida e, como veremos, está bastante localizada; o lado ainda 
incômodo está no fato de que teríamos, em si, normalistas disponíveis, mas por outras 
razões, a maioria escusas, não se contratam, sobretudo nos interiores, permitindo 
pagar salários indizíveis; existe certamente o problema de levar uma normalista para o 
interior, já que a tendência natural é preferir a cidade, mas possivelmente o vezo de 
pagar mal ainda prevaleça; 
b) a concentração maior dos docentes encontra-se nas cifras relativas à 
formação média, o que indicaria que ainda somos um país da “normalista”, com 43.9%, 
não muito longe da metade; como a própria LDB acena para a superação da Escola 
Normal, deparamo-nos aí com um problema candente e de enormes proporções, pelo 
menos em dois sentidos: são mais de 700 mil docentes nesta situação no país; dada a 
precariedade das instituições atuais de formação, dificilmente se poderia garantir que 
transformar uma normalista em graduada significaria um ganho real de causa, em 
termos de formação, ainda que possa haver alguma melhoria salarial pelo menos; 
Tabela 7: Número de Docentes por Grau de Formação, Brasil e Região Norte - 1997. 
Unidades Grau de Formação 
da Localização Total Fundamental Médio Gradua. Aperf./ Mestr./ Não 
Federação Incompl. Completo Especial. Doutor. Informado 
Brasil Total 1617611 3,7% 3,3% 43,9% 36,6% 11,4% 0,5% 0,5% 
 Urbano 80,4% 0,6% 1,2% 41,3% 42,4% 13,4% 0,6% 0,5% 
 Rural 17,7% 17,8% 13,2% 55,1% 10,6% 2,6% 0,1% 0,6% 
 N/inform. 1,9% 4,4% 3,6% 47,5% 33,5% 9,9% 0,5% 0,6% 
Norte Total 7,1 7,3% 9,3% 60,5% 17,7% 4,6% 0,2% 0,5% 
 Urbano 70,9 1,1% 3,4% 65,9% 23,0% 6,0% 0,2% 0,3% 
 Rural 25,6 24,8% 25,6% 45,4% 2,8% 0,6% 0,1% 0,7% 
Rondônia Total 10,5 3,0% 5,0% 59,5% 26,0% 6,2% 0,1% 0,2% 
 Urbano 89,1 1,5% 3,5% 60,5% 27,6% 6,6% 0,1% 0,1% 
 Rural 8,2 20,1% 21,9% 47,6% 8,8% 1,3% 0,0% 0,4% 
Acre Total 6,2 6,0% 12,8% 56,4% 15,7% 8,6% 0,1% 0,3% 
 Urbano 72,1 1,2% 6,1% 61,7% 19,9% 10,7% 0,1% 0,3% 
 23 
 Rural 23,7 20,3% 40,0% 40,3% 2,4% 2,1% 0,0% 0,5% 
Amazonas Total 19,1 10,2% 3,8% 61,5% 19,8% 4,1% 0,3% 0,4% 
 Urbano 76,1 0,3% 0,7% 67,8% 25,2% 5,2% 0,4% 0,4% 
 Rural 22,9 42,8% 14,0% 40,4% 1,9% 0,3% 0,1% 0,5% 
Roraima Total 3,5 1,2% 6,2% 68,0% 20,5% 3,8% 0,1% 0,3% 
 Urbano 67,2 0,3% 1,8% 65,2% 27,6% 4,6% 0,2% 0,3% 
 Rural 30,1 3,1% 16,5% 73,7% 4,6% 1,9% 0,0% 0,2% 
Pará Total 42,2 8,1% 13,8% 57,6% 16,4% 3,4% 0,2% 0,6% 
 Urbano 63,2 1,1% 4,4% 64,4% 24,3% 5,2% 0,3% 0,4% 
 Rural 35,2 20,5% 30,1% 45,6% 2,5% 0,3% 0,0% 0,9% 
Amapá Total 5,0 0,2% 0,9% 68,8% 23,4% 6,4% 0,1% 0,2% 
 Urbano 55,8 0,0% 0,2% 66,0% 26,5% 7,0% 0,0% 0,2% 
 Rural 9,0 1,4% 1,2% 87,2% 9,1% 1,2% 0,0% 0,0% 
Tocantins Total 13,5 8,7% 8,4% 66,1% 10,4% 5,8% 0,2% 0,4% 
 Urbano 79,7 2,2% 4,8% 73,6% 12,2% 6,7% 0,1% 0,4% 
 Rural 18,8 36,5% 23,3% 35,2% 2,3% 1,6% 0,5% 0,6% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
c) estamos, no momento, começando o processo de nivelamento superior das 
normalistas, mas, como sempre, em condições de extrema dubiedade: oferecem-se 
cursos muito encurtados, até mesmo de dois anos, cuja finalidade é a clássica: poder 
continuar pagando muito mal; ademais, acentuam-se as dualidades de formação 
superior: enquanto os “bons cursos” se fixam em cinco anos de duração, a pedagogia 
se permite cursos de apenas dois anos; 
d) o lado mais positivo pode ser visto no fato de que já encontramos 36.6.% de 
docentes com graduação, o que indica que, brevemente, esta situação se tornará 
majoritária, até porque, se acrescentarmos os docentes que possuem mais que 
graduação, já atingimos a praticamente 50%; mais de 10% possuem aperfeiçoamento 
ou especialização; as cifras relativas a mestrado e doutorado são diminutas (apenas 
0.5%), mas indicam que este espaço começa a abrir-se; o lado menos positivo deste 
panorama está no fato de concentrar-se regionalmente, mostrando, de novo, o 
desequilíbrio no país; 
e) no todo, porém, e tomando em conta a precariedade das instâncias de 
formação, a marca principal é a insuficiência, vista seja pela predominância relativa 
ainda da normalista, pela presença de 7% de docentes inabilitados, e mesmo pela 
presença já importante da graduação, mas muito marcada por licenciaturas em crise; 
 24 
f) as precariedades saltam à vista, quando se observa a situação sob o prisma 
da zona rural ou urbana: com efeito, docentes inabilitados são praticamente resíduo na 
zona urbana (1.8%), enquanto na zona rural chegam a 31%, ou seja, quase 1/3 dos 
docentes básicos; 17.8% não têm sequer ensino fundamental completo, que, em 
termos absolutos, são ainda mais de 50 mil docentes no país; 
g) na zona urbana, já se vê uma leve predominância do docente graduado 
sobre a normalista (42.4%, contra 41.3% respectivamente); somando aos docentes 
graduados os outros que já possuem pós-graduação lata ou estrita, ultrapassamos os 
55%; 
h) temos mais ou menos o inverso na zona rural: a normalista chega a 55.1%, 
restando para graduados apenas 10.6% e os pós-graduados a 2.7%; 
i) é esta configuração que leva a reconhecer que as precariedades mais 
gritantes estão localizadas na zona rural e, por conseqüência, em regiões mais 
marcadas pela zona rural; este reconhecimento, entretanto, não pode eludir o fato de 
que 31% de docentes inabilitados na zona rural seja algo de pouca monta. 
3. Na região Norte, a Tabela 7 acusa configurações de acentuada precariedade, 
a começar pela presença de 16.6% de docentes destituídos de habilitação mínima. 
Quase metade desses não possui sequer ensino fundamental completo. A 
concentração de docentes normalistas sobe para 60.5%, o que permite dupla visão: de 
uma parte, pode-se realçar que, tomando-se em conta as particularidades geográficas 
da região, dotada de população rarefeita e distante, este número já é uma indicação 
positiva; de outra parte, esta predominância aponta para a dificuldade extrema de 
superarmos, um dia, tal situação, levando a todas estas normalistas à formação 
superior. 
O fato mais alarmante, todavia, está na zona rural, onde mais de 50% dos 
docentes básicos são inabilitados: 24.8% com ensino fundamental incompleto e outros 
25.6% com ensino fundamental completo. A comparação com a zona urbana já denota 
a localização tendencial deste fenômeno: somente 4.5% dos docentes básicos são 
inabilitados. Assim, encontramos aqui, na zona rural da região Norte, o nódulo mais 
duro a ser superado em termos de formação docente. Em parte explica-se pela marca 
regional: presença ainda forte da zona rural e muito rarefeita. 
 25 
4. Mais de 65% dos docentes urbanos possuem ensino médio, ou seja, a 
habilitação mínima, o que já indica que graduados são relativamente poucos: 23%, aos 
quais se somam ainda pouco mais de 6% de pós-graduados. Talvez para a região tais 
dados signifiquem já algo positivo, mas tomados em si escancaram extrema 
precariedade, tendo em vista que o licenciado sinaliza representatividade muito baixa. 
Provavelmente isto vai combinar com reduzido rendimentoescolar, predominância 
relativa de escolas de 1a a 4a série e taxas muito diminutas de escolaridade da 
população. Esta perspectiva se confirma com os dados da zona rural para docentes 
graduados: aparecem aí somente 2.8%, aos quais se soma 0.7% de pós-graduados. 
5. Os estados deixam ver situações bastante diversificadas, por vezes 
surpreendentes, como é o caso do Amapá, que, na zona rural, apresenta apenas um 
resíduo de docentes inabilitados (2.6%). Apesar desta face muito positiva, uma relativa 
precariedade comparece logo no fato de que os docentes se concentram na categoria 
das normalistas em 68.8% para o total do estado, subindo para quase 90% na zona 
rural. A cifra de 23.4% de docentes graduados é bastante superior à média da Região 
(17.7%), superada apenas pela de Rondônia, que chega a 26%. Como seria de 
esperar, docentes pós-graduados aparecem em número muito reduzido (pouco mais de 
6%), mas ainda na melhor posição regional. Seja como for, este estado vale como uma 
demonstração interessante do esforço de manter pessoal qualificado, pelo menos em 
termos formais, também no interior. Se levarmos ainda em conta que o estado não 
possui uma Universidade Federal, significa esforço realmente digno de nota. 
O caso de Rondônia, embora mostre a maior cifra de docentes graduados na 
região, acusa, por outra, nada menos que 32% de docentes inabilitados na zona rural, o 
que insinua certamente o abandono dela pelo estado. A presença de pouco mais de 6% 
de docentes graduados revela uma posição mais positiva e se deve, pelo menos em 
parte, ao fato de o estado possuir uma Universidade Federal. Diga-se ainda que, na 
zona urbana, docentes inabilitados são apenas 5%, bem abaixo da média regional. 
6. Colocando na mira Pará, que detém quase metade dos docentes da Região 
(42.2%), seu perfil é ainda muito tradicional, mesmo detendo uma oferta universitária 
mais abundante. Com efeito, mais de 20% dos docentes são ainda inabilitados para o 
total, elevando-se a mais de 50% na zona rural, o que não deixa de ser um disparate 
 26 
agressivo. Somente 16.4% dos docentes são graduados (abaixo da média regional) e 
pouco mais de 4% têm alguma pós-graduação (também abaixo da média regional). Ao 
lado de mais da metade de docentes leigos na zona rural, aparece ainda a cifra de 
45.6% para normalistas, deixando docentes graduados quase que como resíduo. É 
difícil não retirar a conclusão de que a questão dos docentes, sobretudo na zona rural, 
ainda não foi enfrentada minimamente nesse estado. 
Já no Amazonas, as condições são similares. Docentes inabilitados na zona 
rural sobem a 56.8%, sendo que 42.8% possuem tão-somente o ensino fundamental 
incompleto. Aqui temos um caso típico de contratação precária de docentes, ainda que 
a desculpa das grandes distâncias e das áreas rarefeitas tenha algum sentido. Na 
prática, parece que a zona rural está literalmente abandonada. Na zona urbana, a 
situação seria bem diferente: docentes inabilitados são praticamente inexistentes (1%). 
Embora predomine a normalista (67.8%), também aparece a cifra de 25.2% de 
docentes graduados. 
No Acre, docentes inabilitados na zona rural atingem a cifra astronômica de 
60.3%, embora predominem docentes com ensino fundamental completo, ao contrário 
do Amazonas. Na zona rural o problema é bem menor: docentes inabilitados seriam 
pouco mais de 7%. Situação similar pode-se ver em Tocantins: quase 60% dos 
docentes da zona rural são inabilitados, ainda que na zona urbana esta cifra desça para 
7%. Trata-se de uma situação muito precária, sobretudo na zona rural, onde teríamos 
apenas 35.2% de docentes normalistas. Por conta disso, esse estado mostra a menor 
taxa de docentes graduados para o total na Região, com 10.4%. Esta constatação 
recoloca a análise anterior: estados mais tradicionais apresentam estruturas mais 
tradicionais. Tomando em conta Roraima, que ainda não foi visto neste momento de 
análise, sua tessitura é bem diferente, apesar de também conter áreas muito rarefeitas 
e grandes distâncias: na zona rural, docentes inabilitados são quase 20%, uma cifra 
elevada, mas na zona urbana é de apenas 2%. Mesmo que este perfil esteja muito 
abaixo daquele do Amapá, indica um cuidado um pouco mais visível com a educação 
básica, talvez porque o estado seja mais recente. 
7. A Tabela 8 apresenta o Nordeste, em termos de formação dos docentes, 
onde as precariedades também costumam ser ostensivas. Primeiro, trata-se de uma 
 27 
região com peso muito maior no concerto nacional, já que detém quase 30% dos 
docentes (o Norte detém apenas 7.1%). Segundo, não se coloca muito acima do Norte, 
havendo estados em situação ainda mais precária, sobretudo na zona rural. Pouco 
mais de 15% dos docentes ainda são leigos, para o total da Região; quase 60% são 
normalistas ou similares, havendo apenas 20.6% de docentes graduados e por volta de 
somente 5% de pós-graduados, o que denota um perfil extremamente atrasado. A 
diferença entre zona rural e urbana é também gritante: no caso de docentes 
inabilitados, na zona urbana seriam apenas pouco mais de 3%, enquanto na zona rural 
sobem para mais de 40%, uma cifra certamente alarmante. O predomínio da normalista 
é marcante em todos as circunstâncias. Levando-se em conta que todos os estados 
possuem estruturas universitárias, por vezes diversificadas, parece estranha a presença 
tão débil de docentes graduados na educação básica. 
8. A primeira marca constrangedora aparece, nos estados, no fato de que 
existem cifras elevadíssimas de docentes com ensino fundamental incompleto na zona 
rural, uma espécie de “docente leigo ao quadrado”. O estado que tem a cifra menor é 
Pernambuco, com 10.4% (ao lado de outros 7.7% com ensino fundamental completo), 
seguindo-se Rio Grande do Norte com 15.4% (ao lado de outros 13.8% com ensino 
fundamental completo). Temos aí os dois únicos estados que apresentam cifras 
inferiores a 20% para docentes inabilitados com ensino fundamental incompleto na 
zona rural. 
Tabela 8: Número de Docentes por Grau de Formação, Brasil e Região Nordeste - 1997. 
Unidades Grau de Formação 
da Localiz. Total Fundamental Médio Gradua. Aperf./ Mestr./ Não 
Federação Incompl. Completo Especial. Doutor. Informado 
Brasil Total 1617611 3,7% 3,3% 43,9% 36,6% 11,4% 0,5% 0,5% 
 Urbano 80,4% 0,6% 1,2% 41,3% 42,4% 13,4% 0,6% 0,5% 
 Rural 17,7% 17,8% 13,2% 55,1% 10,6% 2,6% 0,1% 0,6% 
 N/inform. 1,9% 4,4% 3,6% 47,5% 33,5% 9,9% 0,5% 0,6% 
Nordeste Total 29,3% 9,2% 6,7% 57,9% 20,6% 4,9% 0,2% 0,5% 
 Urbano 66,3% 1,2% 2,4% 60,4% 28,5% 6,9% 0,3% 0,4% 
 Rural 29,7% 26,0% 15,8% 52,7% 4,2% 0,7% 0,1% 0,6% 
Maranhão Total 13,1% 13,2% 6,8% 68,4% 9,2% 1,7% 0,1% 0,6% 
 Urbano 59,2% 0,9% 2,1% 79,9% 13,9% 2,6% 0,2% 0,4% 
 Rural 37,2% 33,0% 14,3% 49,6% 1,8% 0,4% 0,0% 0,8% 
Piauí Total 7,7% 13,6% 7,1% 61,6% 15,1% 2,2% 0,1% 0,4% 
 Urbano 63,8% 1,3% 2,3% 71,7% 21,1% 3,1% 0,1% 0,4% 
 28 
 Rural 30,2% 40,8% 17,5% 39,0% 2,2% 0,2% 0,0% 0,3% 
Ceará Total 15,3% 13,2% 12,6% 51,9% 11,6% 10,0% 0,2% 0,5% 
 Urbano 61,8% 1,9% 4,9% 59,6% 17,5% 15,3% 0,3% 0,5% 
 Rural 36,7% 32,1% 25,6% 39,5% 1,5% 0,8% 0,0% 0,5% 
Rio Grande Total 7,4% 4,5% 4,7% 57,5% 29,4% 3,3% 0,3% 0,3% 
do Norte Urbano 77,8% 1,5% 2,2% 55,5% 36,1% 4,1% 0,3% 0,3% 
 Rural 21,0% 15,4% 13,8% 65,1% 5,0% 0,4% 0,0% 0,3% 
Paraíba Total 8,8% 9,4% 8,3% 44,9% 29,9% 6,7% 0,4% 0,4% 
 Urbano 71,0% 1,6% 3,4% 45,1% 39,9% 9,0% 0,5% 0,4% 
 Rural 28,4% 28,5% 20,5% 44,6% 4,9% 0,6% 0,2% 0,6% 
Pernambuco Total 14,0% 3,2% 2,6% 44,3% 42,5% 6,5% 0,4% 0,4% 
 Urbano 71,4% 0,5% 0,8% 24,4% 52,5% 8,4% 0,5% 0,4% 
 Rural 25,9% 10,4% 7,7% 64,3% 15,6% 1,5% 0,1% 0,4% 
Alagoas Total 5,9% 9,8% 11,0% 54,1% 21,6% 3,0% 0,2% 0,5% 
 Urbano 63,8% 1,7% 4,6% 57,7% 30,9% 4,5% 0,3%0,4% 
 Rural 35,1% 24,3% 22,3% 47,8% 4,6% 0,4% 0,0% 0,6% 
Sergipe Total 4,0% 6,4% 8,0% 55,6% 24,1% 5,1% 0,4% 0,4% 
 Urbano 73,7% 1,4% 3,3% 56,5% 31,3% 6,6% 0,4% 0,4% 
 Rural 25,4% 20,9% 21,5% 52,5% 3,7% 0,9% 0,2% 0,4% 
Bahia Total 23,9% 8,1% 3,9% 69,2% 14,6% 3,5% 0,2% 0,6% 
 Urbano 65,1% 0,7% 1,1% 71,8% 20,8% 4,9% 0,2% 0,5% 
 Rural 33,5% 22,4% 9,5% 64,1% 2,6% 0,7% 0,1% 0,6% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
Já Piauí acusa 40.8% nesta categoria, algo inacreditável; somando-se outros 
17.5% de docentes com ensino fundamental completo, chegamos a 58.3%. É o único 
estado que atinge os 40%, mas na faixa dos 30% estão todos os outros, com exceção 
de Pernambuco e Rio Grande do Norte. Somando, nos estados, docentes leigos com 
ensino fundamental incompleto e completo, temos o seguinte mapa da miséria docente: 
Maranhão – 47.3%; Piauí – 58.3%; Ceará – 57.7%; Rio Grande do Norte – 29.2%; 
Paraíba – 49%; Pernambuco – 18.1%; Alagoas – 46.6%; Sergipe – 42.4%; Bahia – 
31.9%. Trata-se, pois, de uma faixa que vai de 18% em Pernambuco, até 58% no Piauí. 
Leve-se em conta, porém, que Pernambuco é o único estado que tem uma cifra inferior 
a 20%. 
9. Olhando para Bahia, que é o estado que mais tem docentes na Região 
(23.9%), seu perfil é marcado também por grande atraso: são mais de 30% os docentes 
leigos na zona rural; embora na zona urbana, esta cifra quase desapareça (1.8%), a 
situação mostra um abandono clamoroso da zona rural; a presença de docentes 
graduados é pequena, chegando a apenas 14.6% para o total, a 20.8% na zona 
 29 
urbana, e a meros 2.6% na zona rural; assim, em todas as circunstâncias, o docente 
preponderante é a normalista ou similar. Já Pernambuco parece ter evoluído bastante 
melhor. Além da menor cifra de docentes leigos na região, apresenta mais de 40% de 
docentes graduados, ultrapassando os 50% na zona urbana; significa dizer que, na 
zona urbana, o docente graduado já prepondera. Por outra, é difícil entender a situação 
do Ceará, considerado hoje um dos estados mais equilibrados da região: a par de ter 
uma maioria de docentes leigos na zona rural, para o total somente 11.6% dos 
docentes teriam graduação, uma cifra absolutamente irrisória, e que se torna estranha, 
quando comparada com 10% de docentes com alguma pós-graduação lata; assim, 
mesmo na zona urbana, prepondera de longe a normalista ou similar. A mesma 
pergunta cabe para Bahia, entre outros estados: como é possível haver somente 14.6% 
de docentes graduados para o total? Parece haver aí uma história encardida de 
displicência pública. 
10. A Tabela 9, por sua vez, apresenta a situação da região Sudeste, em 
termos de formação dos docentes, indicando um quadro muito diferente daquele do 
Nordeste ou do Norte. A zona rural é a de menor representatividade no país, com 
apenas 8.4%, para a média regional. Esta média tem esta dimensão por conta de Minas 
Gerais e Espírito Santo que ainda possuem uma dimensão rural significativa (por volta 
de 17%). Quanto a São Paulo, a zona rural abrange apenas 2.6%, e no Rio de Janeiro 
8.4%. Chama logo a atenção o fato de que docentes graduados já são maioria (50.8%), 
enquanto as normalistas chegam a 34.4%, ou seja, por volta de 1/3. Os docentes pós-
graduados também aparecem com alguma força, ou seja, com 12.3%. Somados aos 
graduados ultrapassamos os 60% com alguma folga. Docentes inabilitados já são 
resíduo para o total da Região: 1.1%; para a zona urbana, 0.5%, e para a zona rural 
6.8%. Esta última cifra é ainda incômoda, porque já seria mais do que tempo para ter 
sido superada. Entretanto, ela corre por conta de Minas Gerais: 11.3%. Nos outros 
estados, as cifras são ínfimas. 
11. São Paulo revela, neste particular, uma dianteira clara, além de deter quase 
metade dos docentes da região: docentes inabilitados são quase acidentais, mesmo na 
zona rural; normalistas comparecem com apenas 25.7%, e docentes graduados com 
63.7%, ou seja, ampla maioria; somando-se a isto os 9.9% de pós-graduados, 
 30 
chegamos a quase ¾ dos docentes; na zona rural, a predominância de docentes 
graduados também ocorre, com 49.6%, que acrescidos aos pós-graduados vão a 54%. 
Como víamos anteriormente, o fato de que em São Paulo a estrutura básica sempre foi 
mais estadual que municipal, pode ter favorecido a exigência crescente de nível 
superior para os docentes básicos. Na zona urbana, encontramos apenas 23.9% de 
normalistas e similares, ainda que surpreenda um pouco o número reduzido de 
docentes pós-graduados; na verdade é o menor, em termos relativos, da região. 
12. Rio de Janeiro tem perfil assemelhado, mas ainda em desvantagem clara. 
Embora docentes inabilitados sejam muito residuais, mesmo na zona rural (0.8%), 
predomina aí a normalista em 68.4%, deixando para docentes graduados a cifra de 
apenas 22.8%, ao lado de outros 7.4% pós-graduados. Para o total, existe 
predominância já bem visível dos docentes graduados e pós-graduados: 46.6% de 
graduados, mais 14.5% de pós-graduados, o que ultrapassa os 60%. Entretanto, as 
normalistas ocupam ainda quase 40% da presença nas escolas. Já Minas Gerais revela 
um perfil relativamente tradicional, puxando as médias regionais para baixo: a par de 
mais de 10% de docentes inabilitados na zona rural, as normalistas superam 
relativamente os docentes graduados (43.4%, contra 36%), ainda que, somando os 
pós-graduados (quase 17%), surja um equilíbrio mais confortável. Na zona rural, a 
predominância da normalista é de quase 70%, fazendo com que ela seja a professora 
típica do interior mineiro. Espírito Santo também concentra suas cifras na normalista e 
similares: 55.2% para o total, 50.8% para a zona urbana, e 75.7% para a zona rural. 
Tem certamente a vantagem de ter praticamente superado a manutenção de docentes 
inabilitados na zona rural. Apresenta, por outra, uma marca interessante: os docentes 
pós-graduados não são muito inferiores, em número, aos graduados (18%, contra 
25.6%), o que talvez denote um interesse local pelo aprimoramento dos docentes. Na 
verdade, a cifra de 18% de docentes pós-graduados é a maior da região e quase o 
dobro da de São Paulo. 
Tabela 9: Número de Docentes por Grau de Formação, Brasil e Região Sudeste - 1997. 
Unidades Grau de Formação 
da Localiz. Total Fundamental Médio Gradua. Aperf./ Mestr./ Não 
Federação Incompl. Completo Especial. Doutor. Informado 
Brasil Total 1617611 3,7% 3,3% 43,9% 36,6% 11,4% 0,5% 0,5% 
 Urbano 80,4% 0,6% 1,2% 41,3% 42,4% 13,4% 0,6% 0,5% 
 31 
 Rural 17,7% 17,8% 13,2% 55,1% 10,6% 2,6% 0,1% 0,6% 
 N/inform. 1,9% 4,4% 3,6% 47,5% 33,5% 9,9% 0,5% 0,6% 
Sudeste Total 40,3% 0,6% 0,5% 34,4% 50,8% 12,3% 0,8% 0,6% 
 Urbano 90,0% 0,3% 0,2% 31,5% 53,5% 13,0% 0,8% 0,6% 
 Rural 8,4% 3,7% 3,1% 65,7% 21,3% 5,4% 0,2% 0,6% 
Minas Total 28,6% 1,9% 1,2% 43,4% 36,0% 16,5% 0,4% 0,7% 
Gerais Urbano 8,2% 1,0% 0,4% 38,1% 40,4% 19,0% 0,4% 0,7% 
 Rural 16,7% 6,3% 5,0% 68,5% 14,9% 4,5% 0,1% 0,6% 
Espírito Total 4,8% 0,2% 0,4% 55,2% 25,7% 17,6% 0,4% 0,5% 
Santo Urbano 81,2% 0,1% 0,3% 50,8% 28,3% 19,4% 0,4% 0,6% 
 Rural 17,5% 0,6% 1,1% 75,7% 13,9% 8,4% 0,1% 0,3% 
Rio de Total 18,5% 0,1% 0,2% 37,9% 46,6% 13,0% 1,5% 0,6% 
Janeiro Urbano 90,9% 0,1% 0,2% 35,1% 48,9% 13,6% 1,6% 0,6% 
 Rural 8,4% 0,4% 0,4% 68,4% 22,8% 7,1% 0,3% 0,6% 
São Paulo Total 48,1% 0,1% 0,2% 25,7% 63,7% 9,1% 0,8% 0,5% 
 Urbano 95,1% 0,1% 0,2% 23,9% 64,1% 9,2% 0,8% 0,5% 
 Rural 2,6% 0,1% 0,2% 44,5% 49,6% 4,5% 0,6% 0,5% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados.13. A Região Sul, com certeza, também tem seu charme. Embora tenha uma 
zona rural significativa ainda, por volta de 15% e que chega a quase 20% em Santa 
Catarina, pode-se dizer que docentes inabilitados são praticamente apenas uma 
problemática rural: para o total são 2.6%, para a zona urbana 1.2% e para a zona rural 
10.6%. Esta última cifra constrange sem dúvida, e revela algum descaso, para dizer o 
mínimo. Olhando mais de perto a tabela, nota-se que Paraná é a fonte principal deste 
disparate: teria ainda mais de 20% de docentes inabilitados na zona rural, algo 
certamente inacreditável, levando-se em conta a situação considerada eminente deste 
estado no país. 
Tabela 10: Número de Docentes por Grau de Formação, Brasil e Região Sul - 1997. 
Unidades Grau de Formação 
Da Localiz. Total Fundamental Médio Gradua. Aperf./ Mestr./ Não 
Federação Incompl. Completo Especial. Doutor. Informado 
Brasil Total 1617611 3,7% 3,3% 43,9% 36,6% 11,4% 0,5% 0,5% 
 Urbano 80,4% 0,6% 1,2% 41,3% 42,4% 13,4% 0,6% 0,5% 
 Rural 17,7% 17,8% 13,2% 55,1% 10,6% 2,6% 0,1% 0,6% 
 N/inform. 1,9% 4,4% 3,6% 47,5% 33,5% 9,9% 0,5% 0,6% 
Sul Total 15,9% 0,8% 1,8% 34,5% 40,4% 21,5% 0,6% 0,4% 
 Urbano 83,0% 0,3% 0,9% 30,2% 43,3% 24,2% 0,7% 0,4% 
 Rural 15,2% 3,3% 7,3% 57,0% 25,0% 6,9% 0,1% 0,4% 
Paraná Total 37,8% 1,1% 2,5% 32,0% 34,6% 28,8% 0,5% 0,5% 
 Urbano 87,9% 0,3% 1,0% 29,7% 36,5% 31,4% 0,6% 0,5% 
 Rural 11,3% 6,8% 14,1% 49,2% 20,2% 9,2% 0,0% 0,5% 
 32 
Santa Total 22,0% 0,9% 2,3% 45,3% 32,5% 17,9% 0,6% 0,5% 
Catarina Urbano 76,6% 0,5% 1,5% 39,8% 36,3% 20,6% 0,8% 0,5% 
 Rural 19,2% 2,3% 5,6% 66,5% 17,6% 7,5% 0,1% 0,4% 
Rio Grande Total 40,2% 0,4% 1,0% 31,0% 50,0% 16,5% 0,7% 0,4% 
do Sul Urbano 81,9% 0,1% 0,3% 25,8% 53,7% 18,9% 0,8% 0,4% 
 Rural 16,7% 1,8% 4,0% 56,0% 32,7% 5,0% 0,1% 0,4% 
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
14. A Região como um todo, entretanto, manifesta uma folgada preponderância 
de docentes graduados e pós-graduados, acima dos 60% (40.4% de graduados, e 
22.1% de pós-graduados). É interessante notar que esta é a maior cifra do país em 
termos de docentes pós-graduados. Na zona rural, entretanto, a normalista prepondera 
com 57%, embora a cifra de mais de 7% de pós-graduados possa impressionar, por sua 
vez. A situação mais confortável aparece no Rio Grande do Sul: além de possuir cifras 
pequenas de docentes inabilitados, também na zona rural (5.8%), revela 50% de 
docentes graduados, mais 17% de pós-graduados, para o total. Na zona rural, todavia, 
a normalista prepondera com 56%, mas é interessante notar que há quase 40% de 
docentes graduados e pós-graduados, distanciando-se, neste particular, bastante dos 
outros dois estados. 
Os outros dois estados manifestam cifras mais elevadas de docentes pós-
graduados (aperfeiçoamento e especialização), chamando a atenção o caso do Paraná: 
28.8% de docentes com pós-graduação lata, o maior da Região, vindo a seguir Santa 
Catarina com 17.9%. Quanto ao Paraná, esta situação é tipicamente contraditória: 
enquanto avança na oferta de pós-graduação a seus docentes básicos, mantém mais 
de 20% de docentes inabilitados na zona rural. No todo, porém, seria possível dizer que 
a região caminha para a sofisticação docente e seria capaz de, num tempo razoável, 
superar não só os docentes inabilitados, mas igualmente a normalista. 
15. O Centro-Oeste, por sua vez, torna a análise mais difícil porque é uma 
região viesada pela presença do Distrito Federal. Suas médias, entretanto, colocam-se, 
como regra, na média nacional, permanecendo, como é o caso geograficamente, entre 
o Sudeste e o Sul, de um lado, e Norte e Nordeste, de outro. Na zona rural, embora não 
muito expressiva (10.8%), ainda havia quase 30% de docentes inabilitados, mas isto é 
problema localizado sobretudo em Mato Grosso e Goiás (29.4%, e 36.3%, 
 33 
respectivamente). Estas duas últimas cifras são, certamente, indecentes. Na média da 
região, a cifra atinge 5.6%, por força mormente do Distrito Federal que não tem 
praticamente docentes inabilitados, nem na zona rural. Assim, é pouco frutífero levar 
em conta as médias regionais, sendo preferível analisar os estados. 
16. O Distrito Federal apresenta um predomínio acentuado de docentes 
graduados (57.9%), mais outros 17.8% de pós-graduados (3/4 dos docentes ao todo). 
As normalistas comparecem com 23.4%, crescendo um pouco na zona rural (33.7%). 
Talvez se possa dizer que é bem possível, no prazo previsto pela LDB, superar a 
presença da normalista nas escolas, inclusive na zona rural, que, aliás, é residual: 
3.7%. Tais condições favorecem a fama do Distrito Federal de ser a Meca da escola 
básica, sobretudo pública. 
Mato Grosso do Sul também se destaca, frente a Goiás e Mato Grosso, 
primeiro, porque apresenta 13.5% de docentes inabilitados na zona rural, uma cifra alta, 
mas a menor da região, excetuando-se o Distrito Federal; segundo, porque o 
predomínio dos docentes graduados e pós-graduados é amplo: 45.5%, mais 23.9%, 
respectivamente. A normalista é mais numerosa apenas na zona rural, com 56.1%, o 
que seria de esperar. 
Tabela 11: Número de Docentes por Grau de Formação, Brasil e Região Centro-Oeste - 1997. 
Unidades Grau de Formação 
da Localiz. Total Fundamental Médio Gradua. Aperf./ Mestr./ Não 
Federação Incompl. Completo Especial. Doutor. Informado 
Brasil Total 1617611 3,7% 3,3% 43,9% 36,6% 11,4% 0,5% 0,5%
 Urbano 80,4% 0,6% 1,2% 41,3% 42,4% 13,4% 0,6% 0,5%
 Rural 17,7% 17,8% 13,2% 55,1% 10,6% 2,6% 0,1% 0,6%
 N/inform. 1,9% 4,4% 3,6% 47,5% 33,5% 9,9% 0,5% 0,6%
Centro- Total 6,9 2,1% 3,1% 44,7% 32,6% 16,6% 0,4% 0,6%
Oeste Urbano 87,8 0,7% 1,5% 43,6% 35,1% 18,1% 0,4% 0,5%
 Rural 10,8 12,7% 15,9% 54,2% 12,2% 4,0% 0,1% 1,0%
Mato Total 18,6 0,6% 1,3% 28,4% 45,5% 23,7% 0,2% 0,4%
Grosso Urbano 90,8 0,2% 0,6% 25,8% 47,7% 25,2% 0,2% 0,3%
do Sul Rural 8,5 4,9% 8,6% 56,1% 22,6% 6,9% 0,1% 0,8%
Mato Total 21,3 2,8% 4,3% 45,6% 28,3% 18,3% 0,2% 0,5%
Grosso Urbano 81,8 0,9% 1,6% 43,1% 32,1% 21,7% 0,2% 0,4%
 Rural 16,8 12,0% 17,4% 57,2% 9,9% 2,5% 0,1% 0,8%
Goiás Total 43,3 3,0% 4,4% 59,6% 19,4% 12,6% 0,2% 0,6%
 Urbano 87,0 1,1% 2,4% 60,5% 21,2% 14,0% 0,3% 0,5%
 Rural 11,6 17,2% 19,1% 54,1% 6,0% 2,5% 0,0% 1,1%
Distrito Total 16,9 0,1% 0,1% 23,4% 57,9% 16,8% 1,0% 0,7%
 34 
Federal Urbano 94,0 0,1% 0,1% 23,2% 58,2% 16,7% 1,0% 0,7%
 Rural 3,7 0,0% 0,0% 33,7% 48,0% 17,2% 0,1% 1,0%
Fonte: MEC/INEP/SEEC 
Nota: O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um 
estabelecimento de ensino. Sem "Não informado" nos Estados. 
Mato Grosso, por sua vez, tem quase 30% de docentes inabilitados na zona 
rural, mais 57.2% de normalistas; docentes graduados e pós-graduados na zona rural 
estão por volta dos 10%. Para o total do estado, a normalista comparece com 45.6%, e 
os graduados e pós-graduados com 36.6%, o que já evidencia uma posição menos 
confortável. Em situação ainda menos vantajosa está Goiás, a começar pela cifra 
enorme de docentes inabilitados na zona rural: 36.3% (pouco mais de 1/3). As 
normalistas dominam a cena em 59.6% para o total, restando apenas por volta de 32% 
de docentes graduados e pós-graduados. 
17. Este capítulo sobre a formação docente revela, outra vez, grandes 
disparidades regionais, além do descaso pelo interior rural, onde vigem ainda cifras 
alarmantes de docentes inabilitados. Em muitos estados, entretanto, torna-se patente a 
tendência a preferir docentes graduados e pós-graduados às normalistas, o que 
indicaria o caminho previsto na LDB. Como regra, porém, este requisito está muito 
longe de ser viável11. 
Todavia, uma coisa é a

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