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Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Agropecuária
Manejo do Solo e da Água
Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à 
Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 1 
 
Sumário 
 
1.Aspectos Gerais da Física, Química, Morfologia e Conservação do Solo 03 
1.1.Física do solo 03 
1.1.1.Textura do solo 03 
1.2. Químico do solo 04 
1.3. Morfologia do solo 05 
1.3.1. Identificação dos Horizontes-perfil de solo 06 
1.3.2. Nomenclatura dos Horizontes 08 
1.3.3. Demarcação dos Horizontes 08 
1.3.4. Limite entre Horizontais 09 
1.3.5. Outros Horizontais do solo 10 
1.4. Conservação do Solo e Água 11 
1.4.1. Planejamento Conservacionista 12 
1.4.2. Princípios Básicos 12 
2. Aptidão Agrícola das Terras 15 
3. Erosão do Solo 17 
3.1. Classificação das Erosões 18 
3.1.1. Classificação das Erosões por Fatores Ativos 19 
4. Sistemas de Cultivo Múltiplo 19 
4.1. Conceito 19 
4.2. Tipos de Cultivo Múltiplo 19 
4.3. Sistemas Agroflorestais 21 
5. Conceito de Fertilidade do Solo 24 
6. Leis da Fertilidade do Solo 24 
6.1. Lei do Mínimo 24 
6.2. Lei dos Incrementos Decrescentes 24 
6.3. Lei do Máxima (Bondoff) 25 
7. Nutrientes Essenciais para as Plantas 26 
7.1. Os Elementos Essenciais 26 
8. Macro e Micronutrientes do Solo 27 
9. Os Fertilizantes Químicos e Orgânicos e os Corretivos do Solo 29 
9.1. Calagem 29 
9.1.1. Efeitos da Calagem 29 
9.1.2. Dose de Calcário 30 
9.1.3. Dosagem de Calcário 30 
9.1.3.1. Método S.M.P. 30 
9.1.3.2. Método do Al, Ca e Mg 31 
9.1.3.3. Método de Saturação de Bases 31 
9.2. Adubação 32 
9.3. Fontes de Fertilizantes 33 
9.4. Perdas de Nutrientes 35 
9.5. Eficiência Agronômica e Econômica 36 
10. Solos Afetados por Sais 37 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à 
Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 2 
 
10.1. Aspectos Gerais 37 
10.2. Caráter Salino e Sálico 37 
10.3. Caráter Sódico e Solodico 38 
10.4. Recuperação de Solos Afetados por Sais 38 
11. Interpretação de Boletins de Análise de Água 39 
12. Adubação Orgânica 43 
12.1. Aspectos Básicos 43 
12.2. Aspectos Práticos 44 
12.3. Adubação Orgânica na Produção Rural 45 
12.4. Produção com Utilização de Resíduos Orgânicos e Compostagem 46 
13. Compostagem, Adubação Química 48 
13.1. Compostagem 48 
13.1.1. Fundamentos Básicos dos Processos de Compostagem 48 
13.1.2. Etapas da Compostagem 49 
13.1.3. Composição Química da Matéria Prima e do Composto 50 
13.2. Adubação Química 54 
13.2.1. Definição do Nutriente a Aplicar 54 
13.2.2. Classificação dos Fertilizantes 55 
14. Vantagens e Desvantagens da Adubação Química 64 
15. Uso de Defensivos Agrícolas 64 
16. Referência Bibliográfica 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à 
Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 3 
 
MANEJO DO SOLO E ÁGUA 
 
 
01. A SPECTOS GERAIS DA FÍSICA, QUÍMICA, MORFOLOGIA E CONSERVAÇÃO DOS SOLOS. 
 
 
1.1. Física do solo 
A Física do Solo constitui-se no ramo da Ciência do Solo que trata das propriedades físicas do 
solo, bem como da medida, predição e controle dos processos físicos que ocorrem no solo. 
Assim, como a Física Clássica lida com as formas e interrelações de matéria e energia, a Física 
do Solo lida com o estado e movimento da matéria e ainda com os fluxos e transformações de 
energia no solo. 
De um lado o estudo fundamental da Física do Solo procura atingir um entendimento básico 
dos mecanismos que governam o comportamento do solo e seu papel na biosfera, incluindo 
processos interrelacionados como a troca de energia terrestre e os cicios da água e materiais 
transportáveis no campo. De outro lado, a Física do Solo prática procura o manejo adequado 
do solo através da irrigação, drenagem, conservação do solo e água, preparo, aeração e 
controle da temperatura do solo, bem como o uso do material do solo para propósitos da 
engenharia. A Física do Solo é então considerada tanto uma ciência pura como aplicada, com 
uma ampla faixa de interesses, muitos dos quais participam de outros ramos da ciência do solo 
e de outras ciências interrelacionadas tais como ecologia, hidrologia, climatologia. geologia, 
sedimentologia, botânica e agronomia. A Física do Solo está intimamente relacionada à 
mecânica do solo que trata o solo principalmente como material e suporte para construções. 
Pode-se ainda definir Física do Solo como sendo o estudo das características e propriedades 
físicas do solo. As expressões “características” e “propriedades” são empregadas no sentido de 
se distinguir atributos do solo que podem ou não ser alterados com o uso e manejo do solo. 
Nesse sentido, entende-se por características os atributos intrínsecos ao objeto, que servem 
para defini-lo, independente do meio ambiente. Como exemplo podemos citar a distribuição 
de partículas por tamanho (textura do solo). Já propriedades são atributos relativos ao 
comportamento do objeto, são resultantes da interação entre características e o meio 
ambiente. Um bom exemplo de propriedade física é a retenção de água pelos solos, que 
depende do tamanho, composição e arranjo das partículas do solo. A maior parte dos atributos 
do solo referem-se a propriedades. 
1.1.1. Textura do Solo 
Uma vez introduzido o conceito de que o solo é um sistema trifásico, o enfoque agora será 
dado à fase sólida, que realmente caracteriza o solo, quando comparada com as demais. 
A fase sólida é constituída de parte mineral e parte orgânica. A parte orgânica é formada pela 
acumulação de resíduos animais e vegetais com variados graus de decomposição. Submetido a 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à 
Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 4 
 
constantes ataques dos microrganismos, o material orgânico acaba por constituir-se em 
componente transitório do solo, em constante renovação. A matéria orgânica exerce 
importante papel no comportamento físico e químico do solo, atuando em muitas 
propriedades deste. Contudo, ao estudo particular deste constituinte são reservados espaços 
em outros ramos da Ciência do Solo, tais como na Química do Solo, na Fertilidade do Solo e 
notadamente na Biologia do Solo. A parte mineral do solo é constituída de partículas unitárias 
originadas do intemperismo das rochas, apresentando diversos tamanhos, formas e 
composições. 
A Textura do Solo constitui-se numa das características físicas mais estáveis e representa a 
distribuição quantitativa das partículas do solo quanto ao tamanho. A grande estabilidade faz 
com que a textura seja considerada elemento de grande importância na descrição, 
identificação e classificação do solo. A textura confere alguma qualidade ao solo, no entanto, 
sua avaliação apresenta conotação prioritariamente quantitativa. 
Areia, Silte e Argila são as três frações texturais do solo que apresentam amplitudes detamanho variáveis em função do sistema de classificação, todos baseados em critérios 
arbitrários na separação dos tamanhos das diversas frações. Contudo, dois sistemas são 
considerados mais importantes no campo da pedologia, são eles: Sistema Norte Americano, 
desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e Sistema 
Internacional ou Atterberg desenvolvido pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo (ISSS). 
1.2. Química do solo 
Somente a análise química da planta não é suficiente para o estabelecimento da essencialidade 
de um elemento. As plantas absorvem do solo, sem muita discriminação, os elementos 
essenciais, os benéficos e os tóxicos, podendo estes últimos, inclusive levá-las à morte. "Todos 
os elementos essenciais devem estar presentes nos tecidos das plantas, mas nem todos os 
elementos presentes são essenciais". Segundo MALAVOLTA, 1980 (citando Arnon e Stout, 1939 
e lngen-Housz, século XlX), um elemento é considerado essencial quando satisfaz dois critérios 
de essencialidade: 
a) Direto - o elemento participa de algum composto ou de alguma reação, sem o qual ou sem a 
qual a planta não vive; 
b) Indireto - trata-se basicamente de um guia metodológico: 
- na ausência do elemento a planta não completa seu ciclo de vida; 
- o elemento não pode ser substituído por nenhum outro; 
- o elemento deve ter um efeito direto na vida da planta e não exercer apenas o papel de, com 
sua presença no meio, neutralizar efeitos físicos, químicos ou biológicos desfavoráveis para a 
planta. 
 
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Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 5 
 
• Macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S 
• Micronutrientes: B, Cl, Cu, Fe, Mn,Ni Mo e Zn 
Alguns elementos podem afetar o crescimento e desenvolvimento das plantas, embora não se 
tenha determinado condições para caracterizá-los como essenciais. MARSCHNER (1986) inclui 
nesta categoria o sódio, silício, cobalto, níquel, selênio e alumínio. O Co é essencial para a 
fixação biológica do N2 em sistemas livres e simbióticos (MARSCHNER, 1986) e a essencialidade 
do Si (TAKAHASHI & MIYAKE, 1977) e do Ni (BROWN et al., 1987) tem sido propostas. 
Os macronutrientes têm, em geral, seus teores expressos em percentagem (%) e os 
micronutrientes em partes por milhão (ppm), todos na forma elementar. A única distinção na 
classificação entre macro e micronutrientes é a concentração exigida pelas plantas. Os 
macronutrientes ocorrem em concentrações de 10 a 5.000 vezes superior à dos 
micronutrientes. EPSTEIN (1975) apresentou as concentrações médias dos nutrientes minerais 
na matéria seca, suficientes para um adequado desenvolvimento das plantas; embora, deve-se 
ter presente, porém, que muita variação existe dependendo da planta e do órgão analisado. 
Segundo MALAVOLTA (1980), às vezes os micronutrientes são referidos como “oligoelementos”, 
“elementos traços”, “elementos menores”, ou “microelementos”, tais expressões não devem 
ser utilizadas pelos seguintes motivos: oligo que dizer “raro“ e os micronutrientes são comuns 
a todas as plantas superiores; embora ocorram em pequena proporção, o resultado pode ser 
quantificado – os teores estão acima do que se considere como traços; não são “menores” nas 
suas funções, pois o crescimento e a produtividade poderão ser limitadas (diminuídos ou 
impedidos) tanto pela falta de Mo como pela de N; “microelemento” é qualquer elemento, 
nutriente ou não, que apareça em proporção considerada como muito pequena, Do mesmo 
modo “macroelemento” não é sinônimo de macronutriente: o arroz e a cana-de-açúcar 
contêm proporções de Si que não é essencial. 
1.3. Morfologia do Solo 
 
As informações morfológicas são importantes e indispensáveis para a identificação, 
classificação e interpretações dos resultados analíticos dos solos. Nestas condições, podemos 
imaginar quão distante da realidade edafológica se encontra quem procura interpretar 
resultados analíticos obtidos para fins de fertilidade, de amostras superficiais de terras 
morfologicamente desconhecidas. 
 
Para a execução das descrições morfológicas procede-se à abertura de trincheiras onde não 
existam barrancos de estrada ou outras exposições perfis de solos. Os cortes e barrancos de 
estradas quando suficientemente profundos, se prestam para as observações morfológicas, 
desde que livres da camada exterior de terra alterada pelo tempo. 
 
Uma vez escolhido o local para descrição morfológica, procede-se à exposição de toda uma 
camada edafizada até a rocha subjacente ou até uma porção do regolito não atingida pela ação 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 6 
 
dos fatores de gênese do solo. É indispensável que a escavação apresente pelo menos uma 
parede vertical igualmente iluminada. 
 
1.3.1. Identificação dos horizontes - perfil do solo 
 
Os horizontes são camadas diferenciadas que se sucedem em profundidade, definindo o perfil 
de um solo. Nem todos os solos os possuem. Quando presentes representam resultantes ou 
consequências da ação dos fatores de gênese sobre o material de origem do solo. 
 
Cada horizonte se distingue dos vizinhos por características normalmente acessíveis à 
observação. Dentre estas, são particularmente úteis a cor, textura, estrutura, consistência e a 
presença de formações especiais como carbonatos, concreções, adensamento, etc. 
 
A identificação de um horizonte é feita pela caracterização morfológica de campo. Esta, não 
raro, necessita de uma complementação com análises de amostras em laboratório. Assim, na 
descrição de perfis de solos, coletam-se amostras representativas de cada horizonte 
diferenciável, para a confirmação e caracterização analítica de laboratório. 
 
Os horizontes de um perfil do solo são formados por fenômenos de adições perdas, 
transformações e translocações, devido ao fato desses fenômenos ocorrerem com intensidades 
diferentes através do regolito. O conjunto de horizontes em uma seção vertical que vai da 
superfície até o material de origem é o perfil de solo. 
 
Assim, o perfil do solo exprime a ação conjunta dos diversos fatores responsáveis pelo seu 
aparecimento. Suas várias propriedades, tais como textura, cor, estrutura, consistência e 
sequência de horizontes, caracterizam o solo e determinam o seu valor agrícola. Solos 
diferentes possuem também perfis diferentes, por conseguinte o perfil do solo é unidade 
fundamental para seu estudo. (Figura) 
 
Perfis de solos vizinhos mostrando como as características de cada unidade variam em 
profundidade. 
 
 
Os perfis mostram as características do solo numa direção, ou seja, em profundidade. 
Se a tais características forem acrescentadas as que ocorrem nas duas dimensões laterais da 
área, teremos o corpo do solo, e o menor volume que pode ser chamado de "um solo" é 
denominado pedon. 
 
Cada horizonte é identificado por um símbolo. Os símbolos, são meras estimativas de 
transformações que se supõem, atingiram o material de origem do solo, na posição do 
horizonte. 
 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 7 
 
Quando se examina uma descrição morfológica é necessário conduzir a interpretação dos 
símbolos para as peculiaridades exibidas pelo material original do solo, no ambiente e posição 
do horizonte, porquanto essa foi a preocupação de quem procedeu ao exame morfológico e 
assinalou tais símbolos aos horizontes.Um símbolo identificando um horizonte, implica num conhecimento do processo que definiu 
esse horizonte. Esse processo produziu transformações do material de origem do solo, na 
posição do horizonte considerado. 
 
Assim, a morfologia do solo não se restringe a uma identificação de horizontes pelos valores 
absolutos de propriedades, mas também a uma interpretação do que atualmente aparece no 
corpo do solo, relativamente ao material de origem. 
 
1.3.2. Nomenclatura dos horizontes 
 
Os horizontes recebem denominações com símbolos convencionais que leve significado 
genético. Os principais símbolos usados pelo SNLCS (Serviço Nacional de Levantamento e 
Conservação de Solos) são: O, A, B, C e R, que indicam feições dominantes, de acordo com o 
grau de afastamento do material de origem. Os horizontes que recebem o símbolo O são os 
que possuem feições mais afastadas do material original e o horizonte C é o que apresenta 
aspectos mais próximos da rocha, que recebe a denominação R. 
 
Representam a natureza do afastamento (grau de diferenciação) em relação ao material de 
origem: 
 
O - horizonte orgânicos 
A,B - horizontes minerais 
C - camada do regolito 
R - Rocha 
 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 8 
 
Os horizontes principais O, A, B, C, podem ser ainda subdivididos de acordo com as 
propriedades que apresentam. As subdivisões são representadas, colocando-se números 
arábicos após as letras maiúsculas como exemplo: A1, A2, B1, B2 e C1. O número arábico que 
acompanha as Maiúsculas A, B e C indicam apenas uma sequência em profundidade e não 
requerem definições específicas. 
 
Os algarismos arábicos também são empregados para designar descontinuidades litológicas, 
tanto em horizontes como em camadas. Nesse caso, eles aparecem como prefixos. Exemplo: 
2B2, 2C1, 2C2 ... Na Figura abaixo pode-se observar um exemplo de um perfil hipotético, 
contendo a maior parte dos horizontes principais. Em nenhum caso os horizontes da Figura 2. 
estão todos presentes num perfil, mas todo perfil contém alguns deles. 
 
1.3.3. Demarcação dos horizontes 
 
Com o auxílio da cor, estrutura e de outras características mais evidenciadas ao exame 
morfológico do perfil de solo, demarcam-se os horizontes A, B e C, subdivididos ou não em 
subhorizontes. 
 
A profundidade de situação do horizonte tem por referência o topo do A1, ou do Ap. 
 
 
Perfil de solo hipotético, contendo a maior parte dos horizontes principais. 
 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 9 
 
 
 
1.3.4. Limite entre horizontes 
 
Uma vez tomadas as profundidades e espessuras no perfil em exame, pode-se 
imediatamente estudar suas transições. 
 
A transição de um horizonte para outro se refere à nitidez ou contraste de separação 
entre eles. O grau de distinção é: 
 
 
- Transição abrupta - quando a faixa de separação é mais estreita do que 2,5 cm; 
- Transição clara - quando a faixa varia entre 2,5 e 7,5 cm; 
- Transição gradual - quando a faixa varia entre 7,5 e 12,5 cm, e 
- Transição difusa - quando a faixa é mais larga do que 12,5 cm. 
 
Nas descrições, estas transições serão especificadas de acordo com a topografia da 
linha ou faixa de separação como se apresenta entre os horizontes e podem ser: 
 
 
 Horizontal ou plana 
 Ondulada ou sinuosa 
 Irregulares, e 
 Descontínua ou quebrada. 
 
1.3.5. Outros horizontes do solo 
 
Outros símbolos usados para indicar características facilmente reconhecíveis e 
associadas ao horizonte em questão estão indicados a seguir: (são usados em seguida à letra 
maiúscula ou ao número arábico do horizonte respectivo. Ex.: B2g, Cg). 
 
a - propriedades ândicas 
 
b - horizonte enterrado 
 
c - acumulação de concreções ou nódulos endurecidos 
 
d - acentuada decomposição de material orgânico 
 
e - escurecimento da parte externa dos agregados por matéria orgânica não associada a 
sesquióxidos 
 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 10 
 
f - material laterítico e/ou bauxítico brando (plintita) 
 
g - gleização forte 
 
h - acumulação iluvial de matéria orgânica 
 
i - incipiente desenvolvimento do horizonte B 
 
j - tiomorfismo - material palustre rico em sulfetos 
 
l - presença de carbonatos 
 
k - acumulação de carbonato de cálcio secundário 
 
m - forte cimentação 
 
n - acumulação de sódio trocável 
 
o - material orgânico mal ou não decomposto 
 
p - distúrbio provocado por aração ou outras utilizações do solo 
 
q - acumulação de sílica 
 
r - rocha branda ou saprolito 
 
s - acumulação iluvial de sesquióxidos com matéria orgânica 
 
t - acumulação de argila (liuvial, formada no próprio horizonte, ou por concentração relativa) 
 
u - modificações e acumulações antropogênicas 
v - características vérticas 
 
w - intensa alteração com inexpressiva acumulação de argila, com ou sem concentração de 
sesquióxidos 
 
x - cimentação aparente, reversível 
 
y - acumulação de sulfato de cálcio 
 
z - acumulação de sais mais solúveis em água fria que sulfato de cálcio 
 
 
 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 11 
 
1.4. Conservação do Solo e da Água 
 
O solo é um recurso natural que deve ser utilizado como patrimônio da coletividade, 
independente do seu uso ou posse. É um dos componentes vitais do meio ambiente e constitui 
o substrato natural para o desenvolvimento das plantas. 
 
A ciência da conservação do solo e da água preconiza um conjunto de medidas, objetivando a 
manutenção ou recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do solo, 
estabelecendo critérios para o uso e manejo das terras, de forma a não comprometer sua 
capacidade produtiva. 
Estas medidas visam proteger o solo, prevenindo-o dos efeitos danosos da erosão aumentando 
a disponibilidade de água, de nutrientes e da atividade biológica do solo, criando condições 
adequadas ao desenvolvimento das plantas. 
 
 
 
1.4.1.Planejamento Conservacionista 
 
 
A solução dos problemas decorrentes da erosão não depende da ação isolada de um produtor. 
A erosão produz efeitos negativos para o conjunto dos produtores rurais e para as 
comunidades urbanas. Um plano de uso, manejo e conservação do solo e da água deve contar 
com o envolvimento efetivo do produtor, do técnico, dos dirigentes e da comunidade. 
O Agrônomo e outros Profissionais das ciências agrárias e ambientais, devem ser consultados 
para elaboração do planejamento de conservação do solo e da água. 
 
1.4.2. Princípios Básicos 
 
Dentre os princípios fundamentais do planejamento de uso das terras, destaca-se um maior 
aproveitamento das águas das chuvas. Evitando-se perdas excessivas por escoamento 
superficial, podem-se criar condições para que a água pluvial se infiltre no solo. Isto, além de 
garantir o suprimento de água para as culturas, criações e comunidades, previne a erosão, 
evita inundações e assoreamento dos rios, assim como abastece os lençóis freáticos que 
alimentam os cursos de água. 
Uma cobertura vegetal adequada assume importância fundamental para a diminuição do 
impacto das gotas de chuva. Há reduçãoda velocidade das águas que escorrem sobre o 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 12 
 
terreno, possibilitando maior infiltração de água no solo e, diminuição do carreamento das 
suas partículas. 
 
 
Práticas Vegetativas 
Florestamento e reflorestamento 
Plantas de cobertura 
Cobertura morta 
Rotação de culturas 
Formação e manejo de pastagem 
Cultura em faixa 
Faixa de bordadura 
Quebra vento e bosque sombreador 
Cordão vegetativo permanente 
Manejo do mato e alternância de capinas 
 
Práticas Edáficas 
Cultivo de acordo com a capacidade de uso da terra 
Controle do fogo 
Adubação: verde, química, orgânica 
Calagem 
 
Práticas Mecânicas 
Preparo do solo e plantio em nível 
Distribuição adequada dos caminhos 
Sulcos e camalhões em pastagens 
Enleiramento em contorno 
Terraceamento 
Subsolagem 
Irrigação e drenagem 
 
A escolha dos métodos / práticas de prevenção à erosão é feita em função dos aspectos 
ambientais e sócio-econômicos de cada propriedade e região. Cada prática, aplicada 
isoladamente, previne apenas de maneira parcial o problema. Para uma prevenção adequada 
da erosão, faz-se necessária a adoção simultânea de um conjunto de práticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Técnico em Agropecuária – Manejo do Solo e da Água Página 13 
 
 
 
 
 
Apresentam-se, a seguir, comentários resumidos acerca de algumas destas práticas 
conservacionistas: 
 
Plantio em nível - neste método todas as operações de preparo do terreno, balizamento, 
semeadura, etc, são realizadas em curva de nível. No cultivo em nível ou contorno criam-se 
obstáculos à descida da enxurrada, diminuindo a velocidade de arraste, e aumentando a 
infiltração d’água no solo. Este pode ser considerado um dos princípios básicos, constituindo-se 
em uma das medidas mais eficientes na conservação do solo e da água. Porém, as práticas 
devem ser adotadas em conjunto para a maior eficiência conservacionista. 
 
Cultivo de acordo com a capacidade de uso - as terras devem ser utilizadas em função da sua 
aptidão agrícola, que pressupõe a disposição adequada de florestas / reservas, cultivos 
perenes, cultivos anuais, pastagens, etc, racionalizando, assim, o aproveitamento do potencial 
das áreas e sua conservação. 
 
Reflorestamento - áreas muito susceptíveis à erosão e de baixa capacidade de produção devem 
ser mantidas recobertas com vegetação permanente. Isto permite seu uso econômico, de 
forma sustentável, e proporciona sua conservação. Este cuidado deve ser adotado em locais 
estratégicos, que podem estar em nascentes de rios, topos de morros e/ou margem dos cursos 
d’água. 
 
Plantas de cobertura - objetivam manter o solo coberto no período chuvoso, diminuindo os 
riscos de erosão e melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo. 
 
Pastagem - o manejo racional das pastagens pode representar uma grande proteção contra os 
efeitos da erosão. O pasto mal conduzido, pelo contrário, torna-se uma das maiores causas de 
degradação de terras agrícolas. 
 
Cordões de vegetação permanente - são fileiras de plantas perenes de crescimento denso, 
dispostas em contorno. Algumas espécies recomendadas: cana-de-açúcar, capim-vetiver, erva-
cidreira, capim-gordura, etc. 
 
Controle do fogo - o fogo, apesar de ser uma das maneiras mais fáceis e econômicas de limpar 
o terreno, quando aplicado indiscriminadamente é um dos principais fatores de degradação do 
solo e do ambiente. 
 
Correção e adubação do solo - como parte de uma agricultura racional, estas práticas 
proporcionam melhoramento do sistema solo, no sentido de se dispor de uma plantação mais 
produtiva e protetora das áreas agrícolas. 
A conservação do solo e da água melhora o rendimento das culturas e garante um ambiente 
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mais saudável e produtivo, para a atual e as futuras gerações. 
 
 
 
(*) 1. Terreno desmatado. 2. Terreno cultivado morro abaixo. 3. Assoreamento de rios e 
açudes. 4. Erosão com voçoroca invade terras cultivadas. 5.Êxodo rural. 6. Lavouras cultivadas 
sem proteção. 7.Pastagem exposta à erosão. 8. Inundações 
 
 
 
(*) 1. Terreno com exploração florestal. 2. Terreno cultivado em curva de nível e outras 
práticas conservacionistas. 3. Rios e açudes livres de assoreamento. 4. Culturas com práticas 
conservacionistas. 5. Desenvolvimento de comunidades agrícolas. 6. Áreas de pastagens 
protegidas contra a erosão. 7. Áreas de pastagens protegidas. 8. Inundações controladas e 
áreas agrícolas reaproveitadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS. 
 
O uso adequado da terra deve ser o primeiro passo em direção, não apenas a uma agricultura 
correta e sustentável, mas também à conservação dos recursos naturais, especialmente o solo, 
a água e a biodiversidade. Os cuidados, portanto, com o uso equilibrado destes recursos 
devem prevalecer, evitando-se a corrida atrás do prejuízo, combatendo-se os efeitos quando, 
na realidade, pode-se evitar ou amenizar as causas. Além do mais, o uso de ações corretivas 
aos impactos ambientais e sociais negativos, onera sobremaneira o custo de sustentabilidade, 
reduzindo o poder de competitividade e lucros no agronegócio. 
 
No caso de aptidão agrícola para o técnico em fruticultura, que deve ser entendida como uma 
ciência ou um conjunto de conhecimentos e métodos que permite estudar, analisar e avaliar 
agroecossistemas, dentro do conceito de sustentabilidade (Caporal e Costabeber, 2002). Busca 
deste modo, uma agricultura centrada em aspectos como: compatibilização entre atividades 
produtivas e potencial dos agroecossistemas; o mínimo de impacto negativo ao meio 
ambiente; e manutenção a longo prazo dos recursos naturais e da produtividade agrícola. 
Nesse contexto, o conhecimento da aptidão agrícola reveste-se de grande importância, pois é 
muito comum o uso das terras em desarmonia, ou sem considerar o seu verdadeiro potencial 
agrícola. A avaliação da aptidão agrícola reveste-se de grande importância, pois sabe-se que 
historicamente a ocupação agrícola das terras tem ocasionado problemas ambientais, 
decorrentes não só do uso indevido de áreas frágeis, mas também da sobre utilização de terras 
(uso do solo acima de sua capacidade produtiva). Sabe-se que em muitos casos, o uso de uma 
área não é conduzido de forma compatível com sua real aptidão agrícola, resultando em 
problemas de degradação de agroecossistemas, trazendo junto à perda de competitividade do 
setor agrícola e deterioração da qualidade de vida da população. 
LARACH (1990) ressalta que, embora a concepção da metodologia de aptidão agrícola tenha 
sido desenvolvida para interpretação de levantamentos generalizados, ela é suficientemente 
elástica para permitir reajustamentos, fato que pode ser de grande utilidade em projetos de 
desenvolvimento rural sustentável. 
Na avaliação da aptidão agrícola, procura-se diagnosticar o comportamento das terras para 
lavouras, nos sistemas de manejo A (baixo nível tecnológico), B (nível tecnológico médio) e C 
(nível tecnológico alto); parapastagem plantada e/ou silvicultura, no sistema de manejo B; e 
para pastagem natural, no sistema de manejo A. 
As terras sem aptidão para o uso agrícola são classificadas como de preservação da flora e 
fauna. Ressalva-se que quando a metodologia faz esse destaque, deixa explícito de que estas 
áreas possuem extrema fragilidade/limitação de uso, prestando-se somente a esse tipo de uso, 
que é o preservacionista. Não há impedimento, todavia, que outras áreas de elevado 
potencial, possam ser destinadas também a este tipo de uso. A adoção de níveis de manejo, no 
sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras, é considerada como um procedimento 
altamente válido, sobretudo em países como o Brasil, onde, numa mesma região, existe uma 
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grande variedade de condições técnicas e socioeconômicas e, conseqüentemente, 
diferenciados sistemas de manejo lado a lado (BENNEMA et al., 1964; RESENDE et al., 1995). 
A partir dos fatores limitantes (fertilidade, água, oxigênio, suscetibilidade à erosão e 
impedimento à mecanização), BENNEMA et al. (1964) consideram que o sistema de avaliação 
da aptidão agrícola tem um caráter dominantemente ecológico, sobretudo no que tange aos 
seus três primeiros fatores. 
 
Nessa mesma linha, sobre o foco da metodologia, RAMALHO FILHO & BEEK (1995) apesar de 
mencionarem aspectos referentes à relação custo/benefício e tendência econômica à longo 
prazo, deixam claro de que o objetivo maior do método reside na orientação, com vistas à 
sustentabilidade de uso das terras, no planejamento regional e nacional. 
A avaliação da aptidão agrícola baseia-se na comparação das condições oferecidas pelas terras, 
com as exigências de diversos tipos de usos. Trata-se, portanto, de um processo interpretativo 
que considera informações sobre características de meio ambiente, de atributos do solo e da 
viabilidade de melhoramento de qualidades básicas das terras. 
Assim, o seu desenho metodológico compreende três etapas, seguindo as sugestões de 
PEREIRA (2002) em relação com o preconizado por (RAMALHO FILHO & BEEK, 1995): 
a) levantamento de dados e preparação de mapas básicos (solo, relevo, clima, uso da terra); 
b) avaliação das terras com base em “tabelas de critérios”; 
c) elaboração do mapa final de aptidão agrícola das terras. 
O Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola, no Brasil, tem sido utilizado em favor de 
diferentes sistemas de produção e da pesquisa agropecuária, oriundos do chamado processo 
da modernização da agricultura, e, consequentemente, a par da dimensão social e da 
realidade genuína da produção agrícola familiar. Existem hoje circunstâncias ainda mais 
favoráveis que ensejam, pelo menos no contexto científico, a sua inclusão no estoque 
tecnológico agroecológico, fato que concorre para a aceleração de uma verdadeira transição 
agroecológica que tantos teorizam mas poucos sentem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. EROSÃO DO SOLO. 
 
O termo erosão provém do latim (erodere) e significa “corroer”. Nos estudos ligados à ciência 
da terra, o termo é aplicado aos processos de desgaste da superfície terrestre (solo ou rocha) 
pela ação da água, do vento, de queimadas, do gelo e de organismos vivos (plantas e animais), 
além da ação do homem (CAMAPUM DE CARVALHO et al., 2006). 
O processo erosivo depende de fatores externos, como o potencial de erosividade da chuva, as 
condições de infiltração e escoamento superficial e a declividade e comprimento do talude ou 
encosta e, ainda, de fatores internos, como gradiente crítico, desagregabilidade e erodibilidade 
do solo. A evolução da erosão ao longo do tempo depende de fatores tais como características 
geológicas e geomorfológicas do local, presença de trincas de origem tectônica e evolução 
físico-química e mineralógica do solo. 
Nos estudos apresentados por Camapum de Carvalho et al. (2006) determinados 
esclarecimentos são necessários para complementar os fundamentos dessa pesquisa: 
- no meio geotécnico tem-se dado grande importância ao estudo das erosões de origem 
hídrica, dita lineares, que são classificadas como ravinas (sem surgência de água) e voçorocas 
(com surgência de água). No trato dos processos erosivos, é igualmente necessário que se 
considere a origem da ação dinâmica, o local, o momento e a velocidade de ocorrência do 
processo erosivo; 
- destaca-se, no entanto, que a dinâmica dos processos erosivos está intimamente ligada à 
própria dinâmica de variáveis causais como o clima e uso do solo, sendo que, por exemplo, o 
fato da primeira, clima, depender da segunda, uso do solo, reflete a sua complexidade; 
- são exemplos dessa situação, no meio rural, o plantio e manejo do solo de modo 
inapropriado, como a não observância de curvas de nível ou o desmatamento de matas 
ciliares; 
- a erosividade da chuva e a erodibilidade do solo são dois importantes fatores físicos que 
afetam a magnitude da erosão do solo. Como visto, a erosão do solo depende de vários 
fatores. Mesmo que a chuva, a declividade do terreno e a cobertura vegetal sejam as mesmas, 
alguns solos são mais susceptíveis ao destacamento e ao transporte de partículas pelos 
agentes de erosão que outros. Essa diferença, devido às propriedades do solo, é conhecida 
como erodibilidade do solo. 
 
 
 
 
 
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3.1. Classificação das erosões 
Para Camapum de Carvalho et al. (2006) a classificação das erosões é apresentada a seguir: 
- as erosões se classificam quanto à forma como surgiram, e podem se dividir em dois grandes 
grupos: a erosão natural ou geológica e a erosão antrópica ou acelerada, sendo a geológica 
ocasionada por fatores naturais, enquanto a antrópica esta relacionada a ação humana; 
- o mais comum, no entanto, é classificar a erosão em quatro grandes grupos: erosão hídrica, 
erosão eólica, erosão glacial e erosão organogênica. 
Este material de manejo de solo dará ênfase ás erosões antrópicas de origem hídrica geradas 
pela chuva. Estas erosões são geralmente classificadas em três tipos principais: erosão 
superficial, erosão interna e erosão linear (sulco, ravina e voçoroca), segundoseu estagio de 
evolução; 
- a erosão superficial surge do escoamento da água que não se infiltra. Ela está associada ao 
transporte, seja das partículas ou agregados desprendidos do maciço pelo impacto das gotas 
de chuva, seja das partículas ou agregados arrancados pela força trativa desenvolvida entre a 
água e o solo. O poder erosivo da água em movimento e sua capacidade de transporte 
dependem da densidade e da velocidade de escoamento, bem como da espessura da lâmina 
d’água e, principalmente, da inclinação da vertente do relevo. A formação de filetes no fluxo 
superficial amplia o potencial de desprendimento e arraste das partículas de solo, dando, 
quase sempre, origem aos sulcos que evoluem para ravinas podendo chegar à condição de 
voçoroca; 
 
Os escoamentos superficiais, originados por uma chuva intensa sobre uma bacia, é uma parte 
do ciclo hidrológico local, sendo produzidos quando os componentes de recarga da bacia são 
satisfeitos. Esses componentes são a interceptação e escoamento ao longo da vegetação, o 
armazenamento no perfil do solo, a percolação profunda que atinge o aquíferoe o 
armazenamento em depressões da superfície . 
O escoamento superficial e o processo de desagregação da estrutura do solo, produzidos pelas 
gotas de chuva, constituem dois principais causadores da erosão pluvial. Como os dois 
processos são causa direta da precipitação pluviométrica que ocorre em determinado local, 
essa é considerada o elemento do clima mais importante no processo de erosão. 
 
 
 
 
 
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3.1.1. Classificação da erosão pelos fatores ativos 
Fator Termo 
1. água - Erosão hídrica 
2. chuva - Erosão pluvial 
3. fluxo superficial - Erosão laminar 
4. fluxo concentrado - Erosão linear (sulco, ravina, voçoroca) 
5. rio - Erosão fluvial 
6. lago, reservatório - Erosão lacustrina ou límica 
7. mar - Erosão marinha 
8. geleira - Erosão glacial 
9. neve - Erosão nival 
10. vento - Erosão eólica 
11. terra, detritos - Erosão soligênica 
12. organismos - Erosão organogênica 
13. plantas - Erosão fitogênica 
14. animais - Erosão zoogênica 
15. homem Erosão antropogênica 
 
4. SISTEMAS DE CULTIVO MÚLTIPLO. 
 
4.1. Conceito 
Cultivo de duas ou mais culturas no mesmo espaço (intercultivos), que podem ser em 
sequência (cultivos sequenciais) ou não. 
 
4.2. Tipos de cultivo múltiplo 
 
1.Cultivo Multiplo mistos: duas ou mais culturas simultâneas sem um arranjo espacial; 
2. Cultivo Multiplo em fileiras: cultivo em fileiras distintas; 
3.Cultivo Multiplo em faixas: com espaçamento suficiente para permitir a execução de 
práticas culturais de forma independente, com largura adequada à interação das 
espécies; 
4. Cultivo Multiplo de revezamento: a segunda cultura é plantada antes que a primeira 
atinja a maturidade. 
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Figura: Tipos de cultivo 
 
Vantagens 
 
 Aumento da produtividade e da produção; 
 Melhor uso dos recursos disponíveis (terra, trabalho, tempo, água e nutrientes); 
 Redução dos danos causados por insetos, patógenos e plantas espontâneas; 
 Redução nos custos com insumos externos; 
 Melhores condições socioeconômicas relativas à maior estabilidade da produção, ao 
melhor estado nutricional, diversidade de alimentos; 
 Menor dano ao meio ambiente. 
 
Restrições 
 Na possibilidade de mecanização; 
 Deficiências no desenvolvimento de máquinas adaptadas a este tipo de cultivo. 
Aspectos a serem avaliados 
 
 Profundidade das raízes; 
 Morfologia radicular; 
 Ciclo de vida; 
 Área foliar; 
 Época de cultivo; 
 Espaçamento; 
 Porte e hábito das plantas; 
 Pesquisas com as espécies de interesse 
 
 
 
 
 
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4.3. Sistemas Agroflorestais 
 Sistema sustentável de manejo e cultivo da terra que procura aumentar os 
rendimentos de forma contínua, combinando a produção de cultivos florestais arbóreos 
com cultivos de campos aráveis e/ou animais de maneira simultânea ou sequencial 
sobre a mesma unidade de terra, aplicando técnicas de manejo compatíveis com as 
práticas culturais das populações locais. (ICRAF- International Center For Research in 
Agroforestry) 
 
Objetivo 
Otimizar a produção por unidade de superfície, respeitando sempre o princípio de rendimento 
contínuo, principalmente através da conservação/manutenção do potencial produtivo dos 
recursos naturais renováveis: conservação dos solos, recursos hídricos, fauna e das florestas 
nativas. (Constantin, 2009) 
Os Sistemas Agroflorestais envolvem arranjos de uso da terra e tecnologias em que plantas 
lenhosas perenes são cultivadas em associação com plantas herbáceas e/ou animais, em uma 
mesma unidade de manejo, e de acordo com um arranjo espacial, temporal ou ambos, nos 
quais deve haver tanto interações ecológicas como econômicas entre os componentes do 
sistema. (Fassbender, 1987) 
Classificação 
Agrosilvicultutal, aqueles constituídos de árvores e/ou de arbustos com culturas 
agrícolas; Silvipastoris, cultivos de árvores e/ou de arbustos com pastagens e/ou 
animais; e Agrossilvipastoris, cultivo de árvores e/ou arbustos com culturas agrícolas, 
pastagens e/ou animais (Medrado 2000). 
 
 
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Interdependência 
 
1.As árvores beneficiam o cultivo (sombreamento, disponibilidade de nutrientes, microclima 
etc) 
2.O cultivo beneficia as árvores por deslocar plantas espontâneas que poderiam interferir no 
desenvolvimento das árvores 
3.Os animais retornam alguns nutrientes ao solo através da urina e do esterco 
4.Os restos culturais e as árvores servem como fonte de proteína para os animais 
5.Os seres humanos são beneficiados: 
-Produção em uma mesma área de animais e vegetais 
-Economia de mão-de-obra para broca-e-queima 
-Utilização de madeira extraível do sistema 
-Forragem para os animais 
-Frutos da mata e do cultivo 
 
Desenhos dos Agroecossistemas 
 
1.Plantio em bordadura: quando as árvores são destinadas a: cercas-vivas, quebra-
ventos, forragem ocasional, produtos que podem ser colhidos, como lenha ou frutas. 
2.Cinturões de proteção: quando o vento é um problema. Ênfase na produção de 
culturas. 
3.Cultivos em faixas: quando a árvore é destinada a proporcionar cobertura morta de 
folhas caídas para favorecer a cultura. 
4.Árvores em áreas cultivadas: quando as árvores também têm valor agrícola, podem 
ser dispersadas no sistema de cultivo ou pastagem, uniforme ou aleatoriamente. 
5.Pousio rotativo: quando as condições do solo são tão pobres, tornando o cultivo ou 
pastoreio permanente inviável. Separa-se uma parte da área para deixar as árvores 
crescerem e recuperarem o solo. 
 
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5. CONCEITO DE FERTILIDADE DO SOLO. 
 
O manejo da fertilidade do solo visa à nutrição mineral das plantas, por isso é importante 
considerar a planta como um organismo vivo e como sua anatomia e fisiologia podem 
influenciar na sua capacidade de utilizar eficientemente os recursos (naturais ou adicionados) 
disponíveis ao seu crescimento e desenvolvimento. Logo, o manejo da fertilidade do solo deve 
ser feito como uma das práticas, que associadas às demais, pode proporcionar maior 
produtividade às culturas com menor impacto ambiental. 
O entendimento dos processos que ocorrem no solo é facilitado ao considerá-lo um sistema 
aberto, coloidal e frágil. O termo aberto leva a compreensão da continuidade dos fenômenos, 
da possibilidade de ganhos e perdas, tanto de matéria como de energia, da necessidade de 
atuação com cautela na adição de insumos e dos ciclos dos elementos químicos como um 
contínuo atmosfera-solo-hidrosfera. 
O termo coloidal induz o pensamento da reatividade físico-química dos íons ou moléculas com 
os colóides orgânicos einorgânicos do solo. Gera as diferentes possibilidades de formas dos 
nutrientes em se sorver no solo, sua capacidade para lixiviação, relaciona-se com sua 
disponibilidade e fitotoxicidade. 
O termo frágil relaciona a vida do solo. Envolve a biociclagem de nutrientes, a síntese de 
compostos orgânicos com capacidade de solubilização-quelação de nutrientes, a fixação 
biológica de nitrogênio, o armazenamento de nutrientes na biomassa, entre outras. 
 
6. LEIS DA FERTILIDADE DO SOLO. 
 
6.1. Lei do Mínimo 
 
A deficiência de um nutriente no solo, mesmo que todos os outros sejam fornecidos à planta, 
afetará o seu crescimento vegetativo. 
Na realidade, o que acontece com a agricultura é em vez da ausência total, é mais comum 
ocorrer pelo menos um nutriente disponível em quantidades insuficientes. Assim, a 
produtividade será limitada pelo nutriente que estiver em menor disponibilidade, mesmo que 
todos demais estejam presentes em quantidades adequadas. Esse princípio, conhecido como 
Lei do Mínimo ou Lei de Liebig, em homenagem ao seu idealizador (Jusrus Von Liebig, Austraia, 
1840). 
Através da visualização de um barril com tábuas laterais quebradas, pode-se entender melhor 
a lei do mínimo (Figura 6). Adicionando-se água ao barril, o nível mais elevado que se 
conseguirá atingir será aquele permitido pela tábua mais baixo. Transferido isto para a 
nutrição, quer dizer que não adianta ter, por exemplo, quantidades de molibdênio, cloro e 
cobre suficiente, se a quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio são insuficientes. Ainda 
neste exemplo, se a deficiências de nitrogênio, fósforo e potássio fossem corrigidas, a 
produção ficaria limitada pelo enxofre. 
 
 
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6.2. Lei dos Incrementos Decrescentes 
 
A lei dos incrementos decrescentes foi desenvolvida por Mitscherlich na primeira década deste 
século. Considerada como uma expressão matemática de crescimento que se aplica bem a 
muitos casos de resultados experimentais de curvas de reposta. 
E o que é curva de resposta? 
É a relação entre a produção e o nutriente aplicado. 
Em estudos de fertilidade do solo e adubação, são fundamentais as curvas de respostas para 
descrever os efeitos de nutrientes aplicados sobre as produções e, também, para comparar 
diferentes fontes de um mesmo nutriente. 
Mitscherlich descreveu um grande número de trabalhos experimentais em vasos e no campo, 
testando quantidades sucessivas de nutrientes, de cada vez. Verificou que, ao adicionar 
quantidades sucessivas de nutrientes, maior incremento em produção era obtido com a 
primeira quantidade aplicada. Com aplicações sucessivas de quantidades iguais do nutriente, 
os incrementos de produção são cada vez menores, conforme ilustrados nas Figuras 7 e 8 para 
uma curva de resposta da bananeira a nitrogênio. Observa-se que, apesar de ter sido utilizado 
a mesma cultivar de bananeira mas em condições edafoclimáticas diferentes, a resposta ao 
nitrogênio com base na produtividade foi significativamente diferente entre as regiões, e 
conseqüentemente, as doses de nitrogênio para obter a máxima produtividade também 
diferiu entre as regiões. 
 
6.2. Lei do Máximo (Bondoff) 
 
Ao colocarmos um fator de produção em excesso, a produção não aumentará, tendendo 
inclusive a diminuir drasticamente. 
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Representação gráfica da lei do máximo (POTAFOS, 1998) 
 
 
 
 
 
7. Nutrientes essenciais para as plantas. 
7.1. Os elementos essenciais 
Somente a análise química da planta não é suficiente para o estabelecimento da 
essencialidade de um elemento. As plantas absorvem do solo, sem muita discriminação, os 
elementos essenciais, os benéficos e os tóxicos, podendo estes últimos, inclusive levá-las à 
morte. "Todos os elementos essenciais devem estar presentes nos tecidos das plantas, mas 
nem todos os elementos presentes são essenciais". Segundo MALAVOLTA, 1980 (citando 
Arnon e Stout, 1939 e lngen-Housz, século XlX), um elemento é considerado essencial quando 
satisfaz dois critérios de essencialidade: 
a) Direto - o elemento participa de algum composto ou de alguma reação, sem o qual 
ou sem a qual a planta não vive; 
b) Indireto - trata-se basicamente de um guia metodológico: 
- na ausência do elemento a planta não completa seu ciclo de vida; 
- o elemento não pode ser substituído por nenhum outro; 
- o elemento deve ter um efeito direto na vida da planta e não exercer apenas 
o papel de, com sua presença no meio, neutralizar efeitos físicos, químicos ou 
biológicos desfavoráveis para a planta. 
 
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A Tabela abaixo, apresenta cronologicamente um breve histórico da descoberta e 
demonstração da essencialidade dos elementos. Além do C, O e H (orgânicos), treze elementos 
(minerais) são considerados essenciais para o desenvolvimento das plantas, sendo estes 
divididos por aspectos puramente quantitativos em dois grupos: 
 Macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S 
 Micronutrientes: B, Cl, Cu, Fe, Mn,Ni, Mo e Zn 
Alguns elementos podem afetar o crescimento e desenvolvimento das plantas, embora não se 
tenha determinado condições para caracterizá-los como essenciais. MARSCHNER (1986) inclui 
nesta categoria o sódio, silício, cobalto, níquel, selênio e alumínio. O Co é essencial para a 
fixação biológica do N2 em sistemas livres e simbióticos (MARSCHNER, 1986) e a essencialidade 
do Si (TAKAHASHI & MIYAKE, 1977) e do Ni (BROWN et al., 1987) tem sido propostas. 
Descoberta e demonstração da essencialidade dos elementos 
 
 
8. MACRO E MICRONUTRIENTES DO SOLO. 
 
Os macronutrientes têm, em geral, seus teores expressos em percentagem (%) e os 
micronutrientes em partes por milhão (ppm), todos na forma elementar. A única distinção na 
classificação entre macro e micronutrientes é a concentração exigida pelas plantas. Os 
macronutrientes ocorrem em concentrações de 10 a 5.000 vezes superior à dos 
micronutrientes. EPSTEIN (1975) apresentou as concentrações médias dos nutrientes minerais 
na matéria seca, suficientes para um adequado desenvolvimento das plantas (Tabela 1.3); 
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embora, deve-se ter presente, porém, que muita variação existe dependendo da planta e do 
órgão analisado. 
 
Segundo MALAVOLTA (1980), às vezes os micronutrientes são referidos como 
“oligoelementos”, “elementos traços”, “elementos menores”, ou “microelementos”, tais 
expressões não devem ser utilizadas pelos seguintes motivos: oligo que dizer “raro“ e os 
micronutrientes são comuns a todas as plantas superiores; embora ocorram em pequena 
proporção, o resultado pode ser quantificado – os teores estão acima do que se considere 
como traços; não são “menores” nas suas funções, pois o crescimento e a produtividade 
poderão ser limitadas (diminuídos ou impedidos) tanto pela falta de Mo como pela de N; 
“microelemento” é qualquer elemento, nutriente ou não, que apareça em proporção 
considerada como muito pequena, Do mesmo modo “macroelemento” não é sinônimo de 
macronutriente: o arroz e a cana-de-açúcar contêm proporções de Si que não é essencial.Concentração média dos nutrientes minerais na matéria seca suficientes para um 
adequado desenvolvimento das plantas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. OS FERTILIZANTES QUÍMICOS E ORGÂNICOS E OS CORRETIVOS DO SOLO. 
 
9.1. Calagem 
 
A acidez do solo é normalmente refletida pelo baixo pH (entre 4 e 5,5), elevada saturação da 
alumínio e baixos teores de bases trocáveis ( soma de cálcio, magnésio, potássio e sódios 
trocáveis) . O pH é um índice que reflete o equilíbrio entre a concentração dos íons H+ e OH- 
existente na solução do solo , em determinado momento. Íons trocáveis são aqueles 
adsorvidos (adsorção é a retenção temporária de íons ou moléculas na superfície de 
substância sólida) na fração sólida do solo, mas em equilíbrio com a solução do solo e 
portanto, potencialmente disponíveis para serem absorvido pelas plantas. 
 
Em solos ácidos, as plantas têm pouco desenvolvimento de raízes, o que limita o 
aproveitamento da água e dos nutrientes adicionados ao solo, por meio dos adubos ou 
fertilizantes. É necessário corrigir a acidez para se obter melhor absorção dos nutrientes, 
melhor aproveitamento dos fertilizantes, e consequentemente, produtividades mais altas das 
plantas. O corretivo mais utilizado na agricultura brasileira é o calcário dolomítico (mistura 
natural de carbonato de cálcio e de magnésio). 
 
 
9.1.1. Efeitos da Calagem 
 
A calagem, ou seja, a aplicação e incorporação de calcário ao solo, tem os seguintes efeitos 
imediatos e diretos: 
 Aumento do pH; 
 Diminuição do teor de alumínio trocável (Al³+) e da saturação de alumínio no 
complexo de troca (expressa pelo percentual dos sítios de troca ocupados por Al); 
 Aumento do teor de cálcio (Ca²+) e magnésio (Mg ²+) trocáveis e da saturação de 
bases. 
 
Esses efeitos são explicados pelas seguintes reações que acontecem quando o calcário é 
aplicado ao solo: 
Reação 1: 
CaCO3 + H2O = Ca³ + 2 OH
- + CO2 
Reação 2: 
Al³ + 3 OH - = Al (OH)3 
Reação 3: 
 
Argila –H Argila = Ca 
 - H + 20 H - = ou +2H2O 
 Hú Húmus 
 
 
 
Argila 
Ou 
Húmus 
Argila 
Ou 
Húmus 
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Verifica-se que a reação do calcário com o solo úmido (Reação 1) produz íons hidroxilas (OH-), 
os quais reagem com alumínio trocável (Reação 2) e com o hidrogênio trocável (Reação 3). O 
resultado dessas reações é que a acidez é neutralizada, resultando num solo com maior pH, 
menos alumínio tóxico e mais cálcio e magnésio trocáveis, ou seja, um solo mais adequado 
para o crescimento das raízes e das culturas. 
 
Além desses efeitos químicos, a calagem resulta em outras melhorias para o solo, tais como: 
aumento da capacidade de troca de cátions (mais cargas negativas), favorecimento da 
atividade biológica e aproveitamento mais eficiente de nutrientes adicionados pela adubação. 
O aumento das cargas negativas reflete-se na menor lixiviação ou perda de nutrientes, 
especialmente do potássio. A atividade biológica do solo, a fixação de nitrogênio atmosférico e 
a mineralização da matéria orgânica são favorecidas com a aplicação de calcário ao solo. 
 
 
9.1.2. Dose de calcário 
 
Verifica-se que a produção de milho, sem calagem (mesmo com adubação adequada), é muito 
baixa, mas cresce com a aplicação de calcário. Observa-se também o efeito residual da 
calagem por vários anos, ou seja, a produção de milho mantém-se alta quando doses altas de 
calcário foram aplicadas no primeiro ano. Inversamente, observa-se nesta figura, um 
decréscimo de produção ou longo dos anos quando não foi aplicado calcário no primeiro ano 
ou mesmo quando doses baixas foram aplicadas. 
Como toda prática agrícola, a colagem tem dosagem ótima de calcário. Aplicações acima da 
necessidade podem causar prejuízos na produção e efeitos negativos no solo, principalmente 
na maior disponibilidade de alguns nutrientes. Por isso, e muito importante aplica a dose 
correta. 
 
 9.1.3. Dosagem de Cal 
 
Os métodos para estimar a necessidade de colagem têm como fundamento elevação de pH do 
solo ou a redução de um efeito tóxico a um nível desejado, levando em conta os componentes 
de acidez do solo. 
 
Os métodos mais utilizados são: 
 
9.1.3.1. Método SMP 
 
O método conhecido por SMP, bastante difundido no Sul do Pois, tem com principio o 
decréscimo do pH de uma solução-tampão (solução que resiste a mudança de pH) apos 
equilíbrio com o solo. Com o valor do pH SMP, utiliza-se uma tabela (ou função) dever ser 
obtida em cada região, após os dados obtidos numa região podem subestimar ou superestimar 
a necessidade real de calcário em outra região. 
 
 
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9.1.3.2. Método do Al, Ca e Mg 
 
O método baseado nos teores de alumínio, cálcio e magnésio, extraídos solução normal 
cloreto potássio é bastante utilizado no Brasil Central. Estema a necessidade de calcário (N.C.) 
em t/há, através de formula, ás vezes consideradas empíricas, tal como: 
 
N.C.=(Al+ 2)+[2-(Ca+Mg)] 
 
Sendo Al e Ca + Mg expressos em miliequivalentes/100cm de solo. 
 
 
9.1.3.3. Método de saturação de bases 
 
Este método é baseado na correlação verificada pela pesquisa entre o pH e a saturação de 
base do solo. A formula utilizada e a seguinte: 
 
 
 CTC (V2----V1) 
 N.C. = ________________ 
 100 
Onde, 
CTC=capacidade de trocar cátions obtida pelo soma de base (Ca, Mg, K, Na) e 
H + Al extraídos com acetato de cálcio 1N pH 7,0; 
V1 = Saturação de base atual do solo, obtida pela relação soma de base x 100/CTC; 
V2 = saturação de base desejada, geralmente 50% a 60%. 
 
Na relação de um método para estimar a necessidade de calcário e necessário conhecer a 
relação entre o rendimento das diferentes cultura e o pH do solo. As tabelas de recomendação 
de colagem e adubação, disponíveis em cada estado ou região, fornecem os detalhes dessa 
relação. 
 
Finalmente, deve-se ressaltar que as dose calculadas através desses métodos ou formular 
partem do principio de que o calcário a ser utiliza tem um poder Relativo de Neutralização 
Total (PRNT) de 100%. Caso o calcário tenha um índice diferente, é necessário corrigir a dose 
calculada por um fator (f), obtida pela equação: 
 
f = 1 
 PRNT 
 
9.1.4. Manejo da Calagem 
 
Uma vez definida a dose de calcário, a primeira preocupação do produtor diz respeito à 
escolha do melhor produto a ser adquirido, considerando sua qualidade e seu preço. 
 
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A qualidade de um calcário é medida pela sua composição química (teor de óxidos de calcário 
e magnésio) e pela sua granulometria (expressa pelo tamanho da das partículas de calcário). A 
combinação desses fatores é expressa pelo PRNT. Em termos gerais,um bom calcário deve ter: 
 
a) alto teor de óxido de Ca e Mg; 
b) adequada relação Ca/Mg trocáveis (em torno de 5) 
c) alta percentagem de particular fina, ou seja, ser finamente moído; 
d) preço compatível com sua qualidade ou com seu PRNT. 
 
Adquirindo o calcário, surge a necessidade de definir os procedimentos de sua aplicação ao 
terreno e incorporação ao solo. 
 
A época de aplicação varia em função das condições climáticas e do manejo da propriedade. 
Sempre que possível e recomendado aplica o calcário com antecedência de três a seis meses 
do plantio, já que e necessário tempo para sua reação com o solo. 
 
O método mais comum de aplicação é a distribuição uniforme na superfície do solo (manual 
ou com maquinas distribuidoras de calcário), com posterior incorporação. 
 
O método e a profundidade de incorporação do calcário são fatores de grande relevância e 
muitas vezes determinam o menor ou maior sucesso dessa prática. 
 
A recomendação para se obter melhor uniformidade de incorporação é a aplicação de metade 
da dose antes da lavração e a outra metade após a lavração, antes da gradagem. Essa 
recomendação é especialmente válida quando o solo é virgem (1° cultivo) e quando a dose 
recomendada é alta. 
 
De modo geral, é importante incorporar o calcário à maior profundidade possível, criando 
condições adequadas para o crescimento das raízes em camadas mais profundas de solo (Fig. 
2). Incorporações rasas (inferiores a 20 cm) resultam em concentração das raízes na superfície 
do solo, camada que seca mais rapidamente nos períodos de estiagem. 
 
O manejo da calagem, contudo, varia de propriedade para propriedade. Geralmente é função 
das condições climáticas e da disponibilidade de tempo e de maquinaria adequada. Em 
resumo, o manejo deve ser decidido pelo condutor em função desses fatores. 
 
 
9.2. Adubação 
 
A maioria dos solos agricultáveis do Brasil apresenta média a baixa capacidade de suprir os 
elementos nutritivos ou nutrientes de que as plantas precisam para produzir economicamente. 
Mesmo solo com alta fertilidade natural tendem a diminuir sua capacidade produtiva em 
consequência da extração ou retirada dos nutrientes por sucessivas colheitas e, muitas vezes, 
também em função da perda de nutrientes por lixiviação e erosão. 
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A solução para esse problema é a adubação, ou seja, a incorporação de produtos naturais ou 
industrializados que contem, em sua composição, altos teores dos nutrientes necessários para 
o desenvolvimento das plantas. 
 
Em síntese, a adubação é a pratica agrícola que trata da utilização racional dos adubos ou 
fertilizantes. 
 
Os adubos podem ser de origem orgânica ou mineral. Recentemente, tem havido discussões 
sobre adubação mineral versus adubação orgânica. Na realidade agrícola, essas formas são 
complementares e competitivas, tendo em vista que os adubos orgânicos têm como papel 
mais destacado, o melhorando das propriedades físicas e biológicas do solo, ao passo que o 
papel dos adubos minerais é a melhoria das propriedades químicas e o fornecimento de 
nutrientes, conforme se verá mais na frente. 
 
As propriedades físicas e biológicas mais influenciadas pela adubação orgânica são a 
estruturação e aeração do solo, a capacidade de retenção de água e as atividades microbianas, 
ao passo que a propriedade física mais influenciada pela adubação mineral é a capacidade de 
troca de íons. 
 
Em conjunto com a calagem, a adubação tem representado um fator importante na produção 
agrícola brasileira e representa parcela substancial no custo dessa produção. Por isso, requer 
conhecimentos e tecnologias específicas, principalmente em termos de quantidade (dose), 
fonte, época e modo de aplicação. 
 
9.3. Fontes de Fertilizantes 
 
Fertilizante ou adubo é um produto mineral ou orgânico, natural ou industrializado, 
fornecedor de um ou mais nutrientes vegetais. Existe uma grande variedade de materiais que 
podem ser usados como fertilizantes. Do ponto de vista químico, eles podem ser classificados 
em minerais, orgânicos e organo-minerais. 
 
Os fertilizantes minerais são compostos inorgânicos ou mesmo orgânicos industrializados, 
como é o caso da uréia. Esses fertilizantes podem ser simples, mistos ou complexos. 
 
Os orgânicos são compostos de origem natural, vegetal ou animal. Os principais materiais 
orgânicos usados na agricultura brasileira são: estercos, tortas, farinhas, bagaço de cana, 
palhas, adubos verdes e restos de culturas. Os fertilizantes orgânicos normalmente possuem 
baixo teor de nutrientes. Assim, seu papel principal é o de melhorar as condições do solo, tais 
como o aumento da porosidade, aeração, retenção de água, atividade microbiana e 
capacidade de retenção de nutrientes. Sua ação é dependente da aplicação de grandes 
quantidades no solo, fato que limita seu uso em virtude da pouca disponibilidade e do custo 
do produto, principalmente quando envolve transporte. 
 
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Os fertilizantes organo-minerais são resultantes da mistura de compostos orgânicos e 
minerais. Sua aplicação tem sido restrita. 
 
Do ponto de vista físico, os fertilizantes podem ser categorizados em sólidos, líquidos ou 
fluídos e gasosos. Os sólidos podem ser aplicados na forma de pó ou granulados. A grande 
maioria dos fertilizantes minerais é produzida e usada na forma sólida granulada, em virtude 
da facilidade e de manuseio e de aplicação ao solo. Os fluídos se apresentam no estado 
líquido, seja na forma de soluções ou suspensões. Os gasosos são poucos empregados no 
Brasil. 
 
A eficiência dos diversos fertilizantes está estreitamente relacionada com suas características 
ou propriedades. Dentre estas se destacam a concentração em nutrientes e a solubilidade 
quando aplicadas ao solo. 
 
Os fertilizantes com alta concentração de nutrientes apresentam vantagens econômicas 
quanto ao armazenamento, transporte aplicação, apesar de exigirem alta tecnologia de 
produção industrial. 
 
A solubilidade reflete a capacidade de um material se dissolver em água ou outra solução 
diluída, tal como ácido nítrico ou citrato de amônio. Conforme discutido anteriormente, as 
plantas absorvem os nutrientes na forma iônica, sendo, assim, necessário que os materiais 
fertilizantes adicionados ao solo se decomponham e se dissolvam. O uso de materiais de baixa 
ou média solubilidade requer um manejo especial. 
 
A grande maioria dos fertilizantes utilizados na agricultura brasileira é de origem mineral, no 
estado sólido, na forma granulada e de alta solubilidade. A tabela 2 relaciona as principais 
fontes de fertilizantes consumidos no Brasil e suas principais características. 
 
 
9.4. Perdas de nutrientes 
 
Os nutrientes aplicados na agricultura podem ser perdidos, de várias formas. O conhecimento 
das causas dessas perdas é importante para direcionar o manejo da adubação e assim 
maximizar a eficiência dessa prática. 
 
As principais perdas são causadas por erosão, lixiviação, volatilização e fixação irreversível. 
 
A erosão é o desagregamento e o arraste do solo provocado pela água ou pelo vento. Além da 
perda de nutrientes, a erosão resulta em degradação ambiental, principalmente dos recursos 
hídricos. Seu controle é um aspecto vital no planejamento do uso da terra para a agricultura. 
 
A lixiviação é a lavagem vertical atravésdo perfil do solo, com perda de nutrientes nas águas 
de drenagem e possível poluição dessa água. Essa perda afeta principalmente os íons mais 
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fracamente retidos pelo sono, tais como: NO3-, SO4
2 e Cl-. Essa é a principal razão para o uso 
parcela de fertilizantes nitrogenados, conforme discutido posteriormente. 
 
A volatilização é a perda de nutrientes na forma de gás que evapora para a atmosfera. A mais 
importante é a volatilização da amônia gasosa (NH3), quando o fertilizante é deixado na 
superfície do solo através da aplicação em cobertura de adubos nitrogenados. A minimização 
desse tipo de perda é obtida com o enterrio do adubo ou com sua aplicação em solo úmido. 
 
A fixação é a transformação de formas solúveis de nutrientes para formas insolúveis através da 
reação do material aplicado com o solo. Essa reação do material aplicado com o solo. Essa 
reação ocorre, principalmente, com o nutriente fósforo, através de sua reação com o alumínio 
e o ferro trocáveis, presentes em solos ácidos. A maneira mais fácil de minimizar essas reações 
é pela neutralização prévia da acidez do solo, com a calagem. 
 
Definida a dose a fonte mais adequada, técnica e economicamente, para cada área ou gleba a 
ser cultivada, resta decidir sobre o melhor manejo da adubação. Neste sentido, reveste-se de 
importância a época e o modo de aplicação dos fertilizantes. 
 
A maior parte da adubação é feita na época do plantio, sendo conhecida como adubação de 
base. O fertilizante, normalmente composto N-P-K, é aplicado na mesma operação do plantio. 
Para culturas anuais, o fertilizante é incorporado alguns centímetros abaixo e ao lado da 
semente. Portanto, é aplicado em sulco. Para culturas perenes, é aplicado na cova, misturado 
ao solo. Na implantação de pastagens, os adubos são incorporados à camada arável do solo, 
tendo em vista que as pastagens são, normalmente, semeadas a lanço, em toda a superfície do 
terreno. 
 
Em complementação à adubação de base, os fertilizantes são também aplicados quando a 
cultura ou plantação já está desenvolvida. Trata-se da adubação em cobertura, mais 
praticadas para culturas perenes, tais como cafezeiro, laranjeira e outras fruteiras. Nesse caso, 
o fertilizante, na forma sólida, é aplicado na superfície de terreno (na projeção da copa), ou 
diretamente nas folhas, através da conhecida adubação foliar. As pastagens perenes também 
podem receber aplicação a lanço de fertilizantes em cobertura. 
 
 A adubação de cobertura é também praticada em culturas e pastagens anuais. A situação mais 
clássica é a aplicação de nitrogênio, nas culturas de milho, arroz e trigo. O fertilizante 
nitrogenado, comumente uréia ou sulfato de amônio, é aplicado na superfície do solo, em 
períodos que variam de 20 a 60 dias, após o plantio. Tendo em vista minimizar perdas de 
nitrogênio por volatilização de amônia para a atmosfera, é recomendável fazer algum tipo de 
incorporação desse fertilizante sem, contudo, danificar muito as raízes das plantas. 
 
Com relação ao modo de aplicação dos fertilizantes, existem um sem-número de opções, todas 
resultado da combinação de cinco maneiras clássicas: 
 
a) Em sulco, na linha de plantio (tradicional para cultivos anuais); 
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b) A lanço, com posterior incorporação na camada arável (usado mais comumente para 
pastagens); 
 
c) Em cobertura, sem incorporação ou com incorporação incipiente (tradicional para o cultivo 
de gramíneas e culturas perenes); 
 
d) Aplicação diretamente na área foliar das plantas (mais comum para culturas perenes); 
 
e) Aplicação na cova de plantio, no caso do uso de mudas como instrumento de multiplicação. 
 
Finalmente, cabe destacar aplicação de fertilizante através da água de irrigação, prática 
conhecida como fertirrigação e que envolve um manejo específico para cada tipo de irrigação 
e para cada cultura. Envolve, ainda, a escolha de fontes de fertilizantes adequados para esta 
prática. 
 
A prática da calagem e adubação fazem parte do sistema produtivo da grande maioria das 
atividades agrícolas brasileiras e tem sido responsável por uma parcela substancial do custo da 
produção agrícola. Portanto, é necessária a busca contínua da máxima eficiência agronômica e 
econômica do uso desses insumos. 
 
 
9.5. Eficiência Agronômica e Econômica 
 
Neste ponto, deve-se ressaltar que a calagem e a adubação são atividades que se 
complementam. A pesquisa tem demonstrado, com freqüência, a interação positiva entre 
essas práticas. Os rendimentos obtidos com a adição de calcário e fertilizantes são superiores à 
soma dos acréscimos simples obtidos pela aplicação separada de cada insumo. 
 
A calagem e adubação fazem parte de um conjunto complexo de praticas que compõem o 
sistema produtivo agrícola e devem ser analisados neste contexto e não isoladamente. A 
partir dessa analise, busca-se dimensionar as adubações, principalmente em termos de fonte, 
dose, época e modo de aplicação, de forma a proporcionar o melhor aproveitamento dos 
fertilizantes e o melhor retorno econômico para o produto rural. 
 
Do ponto de vista meramente agronômico, o que se busca é a máxima produção por área 
cultivada, procurando-se tirar proveito das interações positivas entre a colagem e a adubação 
e as demais praticas agrícolas. Mas agricultura deve ser uma atividade econômica, de onde se 
espera que os produtores rurais usem esses insumos para obter lucros. 
 
A recomendação de adubação deve ser feita à luz das relações de preços entre o produto a ser 
produzido e o fertilizante a ser aplicado. Conhecendo-se a curva de resposta da cultura à 
adição do fertilizante, e a relação de preços, é possível estimular a dose de máxima eficiência 
econômica, ou seja, a dose na qual é possível obter o maior retorno econômico para cada 
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unidade de fertilizante aplicado ou a dose com maior relação benefício/custo. A figura 13 
ilustra o método para se calcular essa dose, conhecendo-se a curva de resposta e os custos de 
adubação, expressos em produto ou grão. 
 
Além dos aspectos agronômicos e econômicos, tem crescido a consciência de que a calagem e 
a adubação devem estar inseridas num contexto ambiental ou de agricultura sustentável. Não 
existem dúvidas sobre os efeitos positivos dessas práticas agrícolas. Seu inadequado 
dimensionamento ou manejo, entretanto, poderá causar prejuízos ao ambiente, 
principalmente quando se pratica uma agricultura intensiva e contínua, similar as áreas 
hortícolas próximas aos centros urbanos. Assim, por exemplo, o uso excessivo de nitrogênio 
pode diminuir a qualidade das águas do subsolo para fins de consumo urbano. Portanto, 
nessas condições, é necessário planejar o uso desses insumos e prever um esquema de 
monitoramento através da análise do solo e da água. 
 
 
10. SOLOS AFETADOS POR SAIS. 
 
10.1 Aspectos Gerais 
 
Normalmente, solos afetados por sais são encontrados em zonas áridas e semi-áridas, onde a 
evaporação é superior à precipitação. A drenagem interna deficiente apresentada em alguns 
solos dessas regiões, juntamente com a excessiva evaporação produz a acumulação de sais 
solúveis e o incremento do sódio trocável na superfície e/ou