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Roteiro de projeto distribuição

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Instituto Federal de Goiás – Campus Jataí 
 Curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica 
 Disciplina: Distribuição de Energia Elétrica 
 Prof.ª: Aline Souza Rocha 
 
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Roteiro para Elaboração de Projeto de Distribuição de Energia Elétrica 
1°. A partir da potência média instalada do consumidor, determinar as bitolas dos cabos 
dos ramais de ligação (até o padrão de entrada). Esta determinação pode ser realizada 
através da Tabela 01 da NTC 04 Celg. 
 Por exemplo, se a classe de consumidor é B2, tem-se: disjuntor eletromagnético 
de 60A, entrada de cobre de PVC 16mm², aterramento em cobre nu de 16mm² e 
eletroduto do ramal de entrada de 32mm. 
2°. Determinar as potências dos transformadores de distribuição. 
 Calcular a demanda diversificada. (Demanda Diversificada: Demanda 
resultante da carga tomada em conjunto, de um grupo de unidades consumidoras.) 
 - Para loteamentos (redes novas), a demanda diversificada é estimada 
através da Tabela 01 da NTC 08 Celg, pela área do lote. Esta demanda diversificada é 
estimada individualmente. 
 
 Divide-se as quadras por regiões para estabelecer um número fixo de 
consumidores. A partir daí, multiplica-se o número de consumidores pela demanda 
diversificada individual estimada anteriormente. Então, obtém-se a potência em kVA do 
transformador para aquela região. 
 Por exemplo, para um loteamento com várias quadras, toma-se uma como 
amostra, que possui 22 lotes de área de até 400m² cada um. A demanda diversificada 
por lote será de 1kVA. Como são 22 consumidores, a demanda total será: 22 x 1,0kVA 
= 22kVA. Neste caso, deveria ser instalado um transformador de 45kVA para esta 
região. Porém, como segunda opção, pode-se adicionar mais consumidores a esta 
região para obter uma demanda média recomendada pela Celg (na nota abaixo, NTC 
08 Celg, preferencialmente transformadores de 75kVA). 
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- Para consumidores residenciais e comerciais existentes e com potências 
instaladas de até 25kW, considera-se este valor como sendo a própria demanda 
provável. A partir deste valor, a demanda diversificada deverá ser calculada e 
estimada através de um sistema da Celg, o Proj.Net, que pode ser resumido nas 
tabelas abaixo. 
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Tabela 1. 
 
 
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Tabela 2 
 
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Tabela 3 
 
 
 
 
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 Tabela 4 
 
 
 
 
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 Tabela 5 
 
 
 
 
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Tabela 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 6 
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Tabela 7 
 
 
 
 
 
 
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 Por exemplo, para um consumidor com categoria de atendimento B2, 25kW, a 
demanda provável será de 25kVA. O cálculo da corrente do consumidor será: 
Ic = 12,5kVA / 220 V = 56,8A. 
* Nota: para efeito de cálculo, toma-se a potência dos consumidores bifásicos pela 
metade e divide pela tensão considerada monofásica (fase-neutro = 220V). 
 Encontrada esta corrente do consumidor, estimar o número de consumidores 
por região e encontrar o valor da demanda diversifica nas tabelas correspondentes. 
Neste caso, observar a tabela 2, para consumidores “monofásicos” de 70ª (sempre 
valores acima do calculado); sendo 22 consumidores, a demanda diversificada será de 
1,26kVA. Multiplica-se o número de consumidores pela demanda encontrada. Ddiv = 
Dind x n° consumidores = 1,26kVA * 22 = 27,72kVA. 
 Com este valor de demanda encontrado, estipula-se a potência do transformador 
de distribuição. (Deve-se adicionar a demanda de iluminação pública para todos os 
casos) Neste caso, adota-se o transformador com potência imediatamente acima do 
encontrado, ou adiciona-se mais consumidores para se instalar um transformador de 
potência maior (o que geralmente é benéfico economicamente). 
 Para calcular a potência de iluminação pública da via para determinado 
transformador, deve-se ter a potência de cada lâmpada (para todos os casos adotar um 
valor de potência de 100kW) e multiplicar pelo número de lâmpadas que serão 
alimentadas por um transformador específico. Divide-se este valor pelo fator de 
potência que geralmente é adotado em 0,8. Portanto, um exemplo de 20 lâmpadas de 
100kW, seria obtido uma potência de 20*100kW/0,8 = 2,5kVA. Esta potência deverá 
ser somada à potência encontrada dos consumidores anteriormente. Portanto, a potência 
totala ser instalada será de Ptotal = 27,72kVA + 2,5kVA = 30,22kVA. 
Para consumidores acima de 25kW, a tabela 1 da NTC 04 Celg determina os valores de 
demanda provável. A partir daí, os cálculos são exatamente os mesmos mostrados 
anteriormente, tanto para consumidores residenciais, quanto para consumidores 
comerciais até 75kW de potência instalada. Valores acima deste, e consumidores 
industriais já devem ser dimensionadas subestações particulares. 
3°. Determinar as bitolas dos cabos de distribuição. 
 
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A Celg geralmente recomenda a utilização dos cabos de 35 e 70mm². Portanto, 
pode-se determinar, de acordo com a densidade de carga, quando baixa, 35mm² e 
quando alta ou quando se trata da via onde se encontra do transformador, 70mm². A 
partir da determinação do cabo, realizar o cálculo de queda de tensão. 
4°. Realizar o cálculo de queda de tensão 
 - Estabelecer o posicionamento do transformador de distribuição (próximo 
geograficamente do centro da carga); 
 - Subdividir o traçado em trechos para efeito de cálculo de queda. Critérios: 
divisão de corrente (vide exemplo), transformador e mudança de bitola dos cabos. Cada 
ponto deste deve ser demarcado e nomeado, como mostra o exemplo abaixo. 
C Á L C U L O D E Q U E D A D E T E N S Ã O 
SERVIÇO: 
 FP: 
 
POTÊNCIA: 
 
75 kVA 
 
 PRIM.: 13800 SEC: 380 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
t2
b6
b4
b3
b2
b1
b5
a4
a3
74,5m 72m
a1
a2
25
,2
m
29,5m
21
,7m
60
m
19,
8m
66,5m105,2m18
,6
m
35
,7
m
29
,2
m
88
m
9,375kVA
0,
12
5k
VA
0,
12
5k
VA
0k
VA 4,125kVA
16,75kVA
2k
VA
13,25kVA
0k
VA
1,
12
5k
VA
1k
VA
2,
12
5k
VA
4,
12
5k
VA
1,
12
5k
VA
15
,1
m
16,375kVA
2,
12
5k
VA
T
2
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T R E C H O C A R G A 
CONDUTORES 
QUEDA DE 
TENSÃO 
Designação Comprimento 
Distribuída 
no Trecho 
Acumulada no 
fim do Trecho 
TOTAL 
( C/2+D ) B 
Unitária 
No 
Trecho 
( E x G 
) 
TOTAL 
A B C D E F G H I 
PRIMÁRIO km MVA MVA MVAxkm 
Nº AWG % % % 
SECUNDÁRIO 100 m kVA kVA kVAx100m 
t2 a1 0,72 9,38 23,00 19,935 3x1x70+70 0,0394 0,785 0,785 
a1 a2 0,25 0,00 0,13 0,032 3x1x35+35 0,0771 0,002 0,788 
a1 a3 0,30 4,13 18,75 6,140 3x1x70+70 0,0394 0,242 1,027 
a3 a4 1,68 16,75 2,00 17,430 3x1x35+35 0,0771 1,344 2,371 
 
 
t2 b1 0,75 13,25 28,00 25,796 3x1x70+70 0,0394 1,016 1,016 
b1 b2 0,15 0,00 28,00 4,228 3x1x35+35 0,0771 0,326 1,342 
b2 b3 0,29 1,13 1,00 0,456 3x1x35+35 0,0771 0,035 1,378 
b2 b4 0,36 2,13 23,75 8,858 3x1x35+35 0,0771 0,683 2,025 
b4 b5 1,05 16,75 2,13 11,046 3x1x35+35 0,0771 0,852 2,877 
b4 b6 0,88 4,13 1,13 2,805 3x1x35+35 0,0771 0,216 2,242 
 
A Celg determina que a queda de tensão não pode ultrapassar os 3%. Neste caso, 
se o total de queda em percentual for acima deste valor, muda-se a bitola dos cabos para 
outro imediatamente acima ou aumenta-se a potência do transformador que alimenta o 
trecho. 
*Para consumidores comerciais e industriais, que possuem potência instalada 
acima de 75kW, o cálculo de demanda é feito como mostra a norma NTC 04 Celg 
(trecho abaixo retirado da norma NTD 05 Celg, para cargas industriais). 
 
Como a demanda foi estimada para o caso do projeto para cargas industriais, como 
sendo 76kVA, basta estimar o valor da potência do transformador particular 
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(subestação) como sendo um valor acima do estabelecido (ou calculado, num caso real 
de projeto). 
Os cabos de AT de todos os casos são estabelecidos por norma (NTC 08 Celg). 
 
Para a iluminação pública, também para qualquer caso de projeto, deve-se 
calcular a demanda. Para o caso de projeto de cargas industriais, deverá haver um 
rebaixamento de tensão, com transformadores de potencias mínimas, de acordo com a 
demanda calculada para as lâmpadas.

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