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Introdução a engenharia de segurança do trabalho

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Introdução à EngEnharIa 
dE SEgurança do trabalho
Brasília, 2011.
Elaboração
Paulo Celso dos Reis Gomes
Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Dados internacionais de Catalogração - na - Publicação CIP
Gomes. Paulo Celso dos Reis.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho./Paulo Celso dos Reis Gomes; 
Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira. Brasília: WEducacional e Cursos LTDA, 
2012.
 63 p. ; 21x29,7 cm. 
 ISBN 978-85-64221-29-1
I Engenharia II Superior Segurança do Trabalho III Introdução
 CDU 331.45
SUMÁRIO
aPrESEntação ..................................................................................................................................... 4
organIZação do CadErno dE EStudoS E PESQuISa ................................................................................. 5
Introdução ......................................................................................................................................... 7
unIdadE I
Evolução da SEgurança E SaúdE no Trabalho ........................................................................................ 9
CaPítulo 1
Como oCorrEu a Evolução hiSTóriCa da SEgurança E da SaúdE no Trabalho? ........................... 11
CaPítulo 2
Como Evoluiu a SEgurança E a SaúdE do Trabalho no braSil? .................................................. 13
CaPítulo 3
a rEgulamEnTação da EngEnharia dE SEgurança ..................................................................... 15
unIdadE II
SEgurança do Trabalho – inTrodução................................................................................................. 17
CaPítulo 4
oS aCidEnTES do Trabalho ..................................................................................................... 22
CaPítulo 5
oS riSCoS ambiEnTaiS ............................................................................................................. 26
CaPítulo 6
gESTão doS riSCoS ................................................................................................................ 42
Para (não) FInalIZar ......................................................................................................................... 57
rEFErênCIaS ..................................................................................................................................... 58
anExo
Formulário dE avaliação ambiEnTal QualiTaTiva ................................................................................... 59
4
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários 
para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica 
e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, 
adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a 
serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente 
e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios 
que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua 
caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como 
instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO 
DE ESTUDOS E PESQUISA
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma 
didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, 
entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, 
também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Pensamentos inseridos no Caderno, para provocar a reflexão sobre a prática 
da disciplina.
Para refletir
Questões inseridas para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre 
sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar 
seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você 
reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar
Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e 
sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.
abc
Sintetizando e enriquecendo nossas informações
Espaço para você fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com sua 
contribuição pessoal.
6
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas
Aprofundamento das discussões.
Praticando
Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de 
fortalecer o processo de aprendizagem.
Para (não) finalizar
Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.
Referências
Bibliografia consultada na elaboração do Caderno.
7
INTRODUÇÃO
A segurança do trabalho está relacionada a um conjunto de normas e técnicas aplicáveis em vários setores. 
Pode ser entendida como um conjunto de medidas adotadas para proteger o trabalhador em sua integridade 
e capacidade de trabalho, evitar doenças ocupacionais e minimizar acidentes de trabalho.
É definida por normas e leis. No Brasil, compõe-se de normas regulamentadoras, rurais, leis complementares, 
como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do 
Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
Atualmente, compõem o quadro de Segurança do Trabalhode uma empresa, variadas equipes com 
desempenho multidisciplinar, cuja função, pode ser desempenhada por: Técnicos de Segurança doTrabalho, 
Engenheiros de Segurança do Trabalho, Médicos do Trabalho e Enfermeiros do Trabalho.
O conjunto de profissionais que formam o quadro é denominado Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho − SESMT. Para efetivar um comprometimento eficaz na dinâmica de 
segurança de trabalho os empregados da empresa constituem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
− CIPA, cujo objetivo é prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, para tornar compatível o 
trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador, numa perspectiva permanente.
Antes de continuarmos com o estudo dos conceitos desta disciplina, convidamos você a se situar no 
contexto histórico, para que possa identificar as consequências do processo da Revolução Industrialem 
relação à melhoria das condições humanas no trabalho, as medidas de prevenção de acidentes, o aumento 
da produtividade e da qualidade dos produtos.
objetivos
 » Apresentar aos alunos as normas e procedimentos do curso.
 » Analisar a evolução da engenharia de segurança, em seus aspectos econômicos, 
políticos e sociais.
 » Conhecer a história do prevencionismo nas entidades públicas e privadas.
 » Compreender a inserção da engenharia de segurança no contexto capital x trabalho 
e o papel e as responsabilidades do engenheiro de segurança.
 » Apreender a conceituação, a classificação, as causas e as consequências dos 
acidentes do trabalho, como também os riscos inerentes às principais atividades 
laborais.
UNIDADE IEvolução da SEgurança E SaúdE no trabalho
11
CAPíTUlO 1
Como ocorreu a evolução histórica 
da Segurança e da Saúde no Trabalho?
Você deve pensarque, de modo geral, as coisas acompanham a evolução. Pois bem, de fato, isso, na 
maioria das vezes, é verdadeiro. Uma tentativa de se adequar ao novo comportamento, às atitudes, ao 
modo de pensar, vai com o tempo se ajustando e quando se percebe as coisas mudaram.
Nesse contexto, é muito importante estudar a evolução histórica dos acontecimentos, para que possamos 
identificar o processo de mudança e entender a dinâmica estabelecida.
Na história da segurança do trabalho, são encontrados indicativos muito antigos da preocupação quanto à 
preservação da vida dos trabalhadores. Hipócrates (460-357 AC) e Plínio, o Velho (23-79 DC), indicaram 
nos seus trabalhos a ocorrência de doenças pulmonares em mineiros.
No ano de 1556, Georg Bauer publicou o livro “Re De Metallica”, em que estuda as doenças e acidentes de 
trabalho relacionados à mineração e fundição de ouro e prata. O autor discute, em especial, a inalação de 
poeiras, causadora da “asma dos mineiros” que, pelos sintomas descritos, deve tratar-se de silicose. Em 
1567, Aureolus Theophrastur Bembastur von Hohenheim apresentou a primeira monografia relacionando 
trabalho com doença. (NOGUEIRA In: Fundacentro, 1981).
Em 1700, na Itália, o médico Bernardino Ramazzini, considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”, 
publicou o livro “De Morbis Artificium Diatriba”. A obra descreve com bastante profundidade as doenças 
relacionadas a cerca de cinquenta profissões, tais como: mineiros, químicos, oleiros, ferreiros, cloaqueiros, 
salineiros, joalheiros, pedreiros, entre outros.
A Revolução Industrial significou a mudança vertiginosa na história da humanidade, quando os meios de 
produção, até então dispersos e baseados na cooperação individual, passaram a concentrar-se em grandes 
fábricas, ocasionando profundas transformações sociais e econômicas.
As máquinas a vapor usavam carvão para seu acionamento, o que aumentou também o número de 
minas de carvão nos diversos países. O trabalho em condições degradantes, que era desempenhado 
pelos mineiros, contribuiu para criar na categoria uma consciência das condições desumanas a que eles 
eram submetidos. Era comum a ocorrência de incêndios, explosões, intoxicação por gases, inundações e 
desmoronamento, ocasião em que muitos trabalhadores ficavam sepultados nas galerias. Também eram 
comuns as doenças ocupacionais, tais como tuberculose, anemia e asma.
A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída, principalmente, por crianças e mulheres 
resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. Os acidentes de trabalho eram 
12
numerosos, provocados por máquinas sem qualquer proteção, movidas por correias expostas, e as 
mortes, principalmente de crianças, eram muito frequentes (NOGUEIRA In: Fundacentro, 1981).
Como você pode ver, mesmo que, aparentemente, o processo de trabalho tenha sido modificado, as 
condições de trabalho não era as melhores. Não havia nenhuma regulamentação quanto às condições 
do trabalho e do ambiente industrial, tampouco em relação à duração da jornada de trabalho. Apesar 
da jornada excessiva de trabalho não poder ser atribuído ao nascimento da grande indústria, pois já era 
verificada na atividade artesanal, esta condição foi potencializada. A partir de 1792, com a invenção do 
lampião a gás, houve uma tendência de aumento da jornada de trabalho, haja vista a possibilidade de uso 
de iluminação artificial, ainda que precária.
Em função das más condições de trabalho, o parlamento inglês criou uma comissão de inquérito que 
foi responsável pela criação, em 1802, da primeira lei de proteção aos trabalhadores, a “Lei de Saúde 
e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho diário, proibia o trabalho 
noturno, obrigava os empregadores a ventilar as fábricas e lavar suas paredes duas vezes por ano. Esta 
lei, complementada em 1819, não teve a eficiência esperada devido à oposição dos empregadores 
(NOGUEIRA In: Fundacentro, 1981).
A partir do relatório elaborado pela comissão, foi instituída na Inglaterra, em 1833, a “Lei das Fábricas” 
(FactoryAct), primeira lei realmente eficaz no campo da segurança e saúde no trabalho. A lei, aplicada 
à indústria têxtil, proibia o trabalho noturno para os menores de 18 anos, restringindo sua carga horária 
para 12 horas diárias e 69 semanais. Para menores entre 9 e 13 anos, a jornada de trabalho diária passou 
a ser de 9 horas. A idade mínima para o trabalho era de 9 anos, sendo necessário um médico atestar que 
o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua idade cronológica. As fábricas precisavam ter, 
ainda, escolas frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos.
UNIDADE I | Evolução da SEgurança E SaúdE no Trabalho
13
CAPíTUlO 2
Como evoluiu a Segurança e a Saúde 
do Trabalho no brasil?
No Brasil Colonial, os escravos trabalhavam até 18 horas por dia, estando os proprietários no direito 
de aplicar castigos para garantir uma melhor produtividade e submissão ao trabalho. As condições de 
trabalho eram degradantes, encontrando-se muitas situações semelhantes às ocorridas na Inglaterra 
durante a revolução industrial, a partir de 1760. 
O processo de industrialização no Brasil foi lento e demorado. A revolução industrial ocorreu, somente, 
no final do século XIX, bem depois do ocorrido nos países da Europa. Embora, diante de toda experiência 
que já existia na época sobre esse processo de industrialização, os problemas por que passamos fossem 
os mesmos. 
A Lei no 3.724 de 15/01/1919 firmou-se como a primeira lei sobre indenização por acidentes de trabalho, 
sendo regulamentada pelo Decreto no 13.498, de 12/03/1919. Essa lei limitava-se ao setor ferroviário e 
reconhecia somente os elementos que caracterizavam diretamente o acidente de trabalho.
Somente no Governo de Vargas é que de fato a industrialização se efetivou. Ela se caracterizou por 
profunda reestruturação da ordem jurídica trabalhista, estando muitas das propostas da época em vigor 
até os dias atuais.
O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foi criado por meio do Decreto no 19.433, de 26/11/1930. 
Em 1932, foram criadas as Inspetorias do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, transformadas, 
no ano de 1940, em Delegacias Regionais do Trabalho.
O Decreto no 24.367, de 10/07/1934, que substituiu a Lei no 3.724 de 1919, instituiu o depósito obrigatório 
para garantia da indenização, simplificou o processo e aumentou o valor da indenização em caso de 
morte do acidentado, entendendo a doença profissional também como acidente de trabalho indenizável, 
em complementação à legislação anterior. Com o Decreto foram incluídos os industriários, trabalhadores 
agrícolas, comerciários e domésticos, sempre até determinado valor de remuneração. Por outro lado, 
foram excluídas várias outras categorias, tendo em vista o valor de seus vencimentos, tais como os 
autônomos, consultores técnicos, empregados em pequenos estabelecimentos industriais e comerciais 
sob o regime familiar.
O adicional de insalubridade foi instituído a partir do Decreto-lei no 399, de 30/04/1938, estabelecendo 
seu valor em 10, 20 e 40% do salário mínimo para graus de insalubridade mínimo, médio e máximo, 
respectivamente, conforme quadro de atividades elaboradas posteriormente.
14
A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT foi criada pelo Decreto no 5.452, de 01/05/1943, e reuniu 
a legislação relacionada com a organização sindical, previdência social, justiça e segurança do trabalho. 
A CLT, no seu Capitulo V – Da Segurança e da Medicina do Trabalho, dispõe sobre diversos temas, 
tais como a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, máquinas e equipamentos, caldeiras, 
insalubridade, medicina do trabalho, higiene industrial, entre outros. Esta legislação foi alterada em 1977 
e serviu como base para as atuais Normas Regulamentadoras.
Na década de 1950, o governo atendeu às pressões políticas dosempregados da Petrobras e concedeu 
através da Lei no 2.573, de 15/08/1955, o adicional de periculosidade aos trabalhadores que prestassem 
serviço em contato permanente com inflamáveis, correspondente a 30% do valor do salário (ROCHA; 
NUNES In: ROCHA et. al., 1993). Através do Decreto Legislativo no 24, de 29/05/1956, o Brasil ratificou 
a Convenção no 81, da Organização Internacional do Trabalho que estabelece que seus membros devam 
manter sistema de inspeção do trabalho.
O Decreto-lei no 229, de 28/02/1967, modificou a Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho 
em vários itens, destacando-se a exigência que as empresas mantivessem “Serviços Especializados em 
Segurança e em Higiene do Trabalho”.
A Lei no 6.514, de 22/12/1977, alterou o Capítulo V, Título II da Consolidação das Leis do Trabalho 
– CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, legislação válida até os dias atuais. Essa lei foi 
regulamentada através da Portaria no 3.214 de 08/06/1978, que significou o grande salto qualitativo 
nas ações prevencionistas, estimulando uma atuação mais eficaz por parte das empresas, sindicatos, 
Ministério do Trabalho, entre outros.
Em 1970, o Brasil foi campeão em acidentes de trabalho. No entanto, durante um longo período, a 
aplicação das normas relativas à segurança do trabalho modificou significativamente os números de 
acidentes ocorridos anualmente. Dados no INSS informam que durante os anos de 1971 a 1997, com 
esforço comum de todos os segmentos da nação brasileira, os acidentes de trabalho passaram do patamar 
de 17,61% ao ano para 1,58% ao ano.
Na década de 90, várias Normas Regulamentadoras foram revisadas, atendendo nova filosofia de 
necessidade de gestão da segurança e saúde ocupacional, principalmente com a NR 7 PCMSO – Programa 
de Controle Médico e Saúde Ocupacional, NR 9 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, 
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, com o PCMAT – Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
Atualmente, vários setores estão envolvidos no processo de prevencionismo, ou seja, a prevenção de 
acidentes de doenças do trabalho. Várias leis têm sido criadas no sentido de zelar pela manutenção da 
saúde do trabalhador, almejando a melhoria das condições de trabalho no Brasil.
UNIDADE I | Evolução da SEgurança E SaúdE no Trabalho
15
CAPíTUlO 3
a regulamentação da Engenharia de Segurança
Vimos anteriormente que o processo de industrialização brasileiro foi lento, entretanto, a organização 
dos segmentos sociais que estavam direta e indiretamente envolvidos no processo de prevencionismo 
conseguiu se sensibilizar para a necessidade da regulamentação da Engenharia de Segurança como 
profissionalização. Alguns decretos e leis foram importantes.
Destaca-se, inicialmente, o Decreto no 70.861, de 25/07/1972, regulamentado pela Portaria no 3.236, de 
27/07/1972. Essa legislação instituiu o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, que foi responsável 
pela criação dos primeiros cursos de formação de profissionais de segurança. 
A necessidade de formação emergencial de profissionais de segurança do trabalho foi reforçada pela 
Portaria no 3.237, de 27/07/1972, que criou a obrigatoriedade por parte das empresas de manter Serviços 
Especializados em Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. 
Essa Portaria definia como integrante dos Serviços Especializados os Engenheiros de Segurança do Trabalho, 
da seguinte forma:“São considerados Engenheiros de Segurança do Trabalho, para fins desta Portaria, 
aqueles que, possuidores de título de formação de engenheiros, comprovem uma das seguintes condições:
I – Conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho 
ou Higiene Industrial, ministrado por Universidade ou instituição especializada, 
reconhecidas e autorizadas, com currículos aprovados pelo Ministério do Trabalho e 
Previdência Social – MTPS, através do DNSHT”.
A partir de 1973, a proliferação de cursos para capacitação de profissionais de segurança e saúde foi 
significativa. Apesar da quantidade significativa de profissionais capacitados, não havia o reconhecimento 
necessário à Segurança e Saúde do Trabalhador − SST. No caso dos engenheiros, o próprio sistema 
CONFEA/CREA não reconhecia a profissão, negando-se, inclusive, a anotar na carteira do profissional 
que havia realizado a capacitação em SST. (FARO, 1982).
O anseio dos profissionais somente tornou-se realidade através da Lei no 7.410, de 27/11/1985 e o Decreto 
no 95.530, de 09/04/1986. Essa legislação permitiu o exercício da profissão de Engenheiro de Segurança 
do Trabalho, somente para aqueles portadores de curso de especialização em nível de Pós-Graduação.
O Conselho Federal de Educação fixou o currículo básico obrigatório das disciplinas e cargas horárias, 
através do Parecer no 19, de 21/01/1987. O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia 
– CONFEA, editou somente, em 1991, a Resolução no 359, que dispõe sobre o exercício profissional do 
Engenheiro de Segurança do Trabalho. A Resolução estabelece, também, as atribuições do profissional.
16
O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação, quer seja médico, técnico, 
enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é vasto.
Em geral, o engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando programas de prevenção 
de acidentes, orientando a CIPA e os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção individual; 
elaborando planos de prevenção de riscos ambientais; fazendo inspeção de segurança, laudos técnicos e 
ainda organizando e dando palestras e treinamento. Muitas vezes esse profissional também é responsável 
pela implementação de programas de meio ambiente e ecologia na empresa.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se à parte de saúde ocupacional, prevenindo doenças, 
fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, fazendo exames de admissão e periódicos 
nos empregados.
UNIDADE I | Evolução da SEgurança E SaúdE no Trabalho
UNIDADE IISEgurança do trabalho – Introdução
19
UNIDADE
SEgurança do 
trabalho – Introdução
O trabalho é considerado em algumas sociedades como fonte de satisfação e de orgulho para o ser 
humano. Podemos inferir que as doenças ocupacionais e os acidentes do trabalho prejudicam todos os 
atores sociais envolvidos no processo: trabalhador, empregador e governo.
O trabalhador é a principal vítima do acidente do trabalho ou da doença profissional. Dependendo do 
tipo e da intensidade do acidente, o trabalhador, além dos danos físicos, pode perder a profissão, sua 
autoestima e até sua vontade de viver. A questão social também deve ser percebida, com a desestruturação 
familiar estabelecida a partir da morte ou de acidente que deixe sequelas irreversíveis no trabalhador.
Para Sell (2002), as empresas que sujeitam seus trabalhadores a condições de trabalho inadequadas perdem 
em termos de qualidade, produtividade, competitividade e imagem perante a sociedade. Trabalhadores em 
más condições de trabalho não contribuem na melhoria de processos e produtos, reduzem sua disposição 
para o trabalho, não têm comprometimento com a empresa por não se sentirem parte do processo. 
Cabe ressaltar que as empresas estão sujeitas a fiscalização de organismos do governo, tais como Superintendências 
Regionais do Trabalho e Instituto Nacional da Seguridade Social, bem como sujeitas a demandas na Justiça do 
Trabalho, em termos de indenizações, ações cíveis e criminais. Essas ações públicas são fundamentais pois, 
senão, será somente o poder público, por meio da Previdência Social, que ficará responsável pelas despesas do 
tratamento médico-hospitalar, reabilitação profissional e, se for o caso, do pagamento de indenizações previstas 
na legislação previdenciária (LUCCA; FÁVERO, 1994). Segundo o INSS, as perdaspor acidentes do trabalho 
e doenças ocupacionais representam 2,2% do Produto Interno Bruto – PIB, o que significa R$ 23,6 bilhões por 
ano (Anuário Brasileiro de Proteção, 2002).
Há uma “cultura do fatalismo” introjetada em boa parte das empresas brasileiras, segundo a qual, quando 
um acidente ocorre, foi devido a uma “fatalidade” de cunho imprevisível e sem possibilidade real de ter 
sido evitado. Dependendo das crenças religiosas, essa questão transcende e pode ser associada ao destino 
ou carma de cada indivíduo. Entretanto, ao se analisar as causas dos acidentes do trabalho ocorridos em 
qualquer empresa, verifica-se, facilmente, que a maioria poderia ter sido evitada com ações simples em 
dois campos: (I) manutenção adequada das instalações e equipamentos, e (II) treinamento e capacitação 
periódica dos empregados. 
A ação de corrigir ou melhorar as questões de risco de um ambiente de trabalho pode ser definida como 
a busca pela “salubridade ambiental” daquele ambiente de trabalho. Ou seja, as iniciativas da Engenharia 
de Segurança destinam-se ao reconhecimento, avaliação, neutralização e controle dos riscos ambientais 
potenciais, originados ou existentes no ambiente de trabalho, antes que possam causar doença, 
comprometimento da saúde e do bem-estar da pessoa em seu trabalho ou são significantes para causar 
desconforto entre os membros de uma comunidade de trabalho.
II
20
Como bem afirmou Souto (1999), está na hora de corrigirmos os nossos cacoetes e titularmos 
acertadamente as ações integradas da Medicina do Trabalho e da Engenharia de Segurança do Trabalho, 
inclusive com o propósito de evitar distorções em sua aplicação: somos agentes que trabalham para a 
implantação e manutenção de condições de salubridade ambiental nos ambientes de trabalho.
PRINCIPAIS CONCEITOS 
PREVENCIONISTAS
É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR!!!!!
SAÚDE
É a sensação de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência 
de doença ou enfermidade (OMS).
A saúde não cabe apenas ao médico, pois é um problema de todo contexto social.
A saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado.
SAÚDE PÚBLICA (Winslow)
É a ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida e promover saúde e 
eficiência física e mental, por meio de esforços organizados da comunidade para o 
saneamento do meio, o controle das doenças infecto-contagiosas, a educação do 
indivíduo em princípios de higiene pessoal, a organização dos serviços médicos e 
de enfermagem para o diagnóstico precoce e tratamento preventivo das doenças e 
o desenvolvimento da maquinaria social, de modo a assegurar a cada indivíduo da 
comunidade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde
SAÚDE AMBIENTAL (OMS, 1997)
Parte da Saúde Pública que se ocupa das formas de vida, das substâncias e das 
condições em torno do homem que podem exercer alguma influência sobre sua 
saúde e o bem-estar
VIGILÂNCIA AMBIENTAL (OPAS, 1999)
Processo contínuo de coleta e análise de informações sobre saúde e ambiente, 
com o intuito de orientar a execução de ações de controle de fatores ambientais 
que ajudem na prevenção de doenças
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
21
SALUBRIDADE AMBIENTAL 
Estado de higidez (saúde) com capacidade de:
 » inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias 
veiculadas pelo meio ambiente;
 » promover condições favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar 
da população
SANEAMENTO AMBIENTAL
Conjunto das ações socioeconômicas com objetivo de alcançar níveis crescentes 
de Salubridade Ambiental, por meio de:
 » abastecimento de água potável;
 » coleta, tratamento e disposição adequada de resíduos sólidos, líquidos 
e gasosos;
 » prevenção e controle do excesso de ruído;
 » disciplina sanitária do uso e ocupação do solo;
 » drenagem urbana;
 » controle de vetores de doenças transmissíveis.
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
22
CAPíTUlO 4
os acidentes do trabalho
A definição de Acidente do Trabalho adotada pela esfera legal no Brasil afirma que é “aquele que pode 
ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional 
ou doença que cause morte, ou a perda, ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho”. Esta definição não é interessante para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho porque 
cria uma “dependência” de ocorrer um dano direto ao trabalhador, ou seja, só é considerado acidente do 
trabalho aquele que tem uma vítima com lesões. 
Neste texto, portanto, adotaremos a definição de Acidente do Trabalho usualmente utilizada pelos 
profissionais da área prevencionista, que é “toda ocorrência, inesperada ou não, que interfere no 
andamento normal do trabalho e da qual resulta lesão no trabalhador e/ou perda de tempo e/ou danos 
materiais, ou os três simultaneamente”. Adotando essa postura, estaremos analisando todo o espectro 
de causas de possíveis acidentes em uma empresa segundo o estudo de Bird (1998), com o foco em sua 
prevenção, ou seja: (I) os acidentes que tiverem vítimas (lesões sérias ou leves), (II) acidentes que só 
gerem danos à propriedade, e (III) incidentes, ou quase acidentes, que não gerem lesões nem danos mas 
apenas perda de tempo (ou “sustos”). 
Método 
convencional 
de segurança 
Planejamento 
de prevenção 
de Perdas 
 
600 
30 
10 
1 
 
Lesão séria/incapacitante
Lesões leves
Acidentes com danos
à propriedade
Incidentes não 
apresentam lesões ou
danos visíveis
Pirâmide da Segurança
Fonte: Frank Bird – International Loss Control Institute – USA
1.750.000 Eventos Analisados
23
Os acidentes de trabalho também podem ser classificados como típico ou de trajeto. O acidente típico 
ocorre com o colaborador durante o exercício de suas atividades laborais, dentro ou fora, interno ou 
externo ao ambiente de trabalho. Pode ocorrer durante uma viagem a serviço da empresa. O acidente de 
trajeto ocorre durante o trânsito do colaborador entre a casa-trabalho e trabalho-casa. O desvio do trajeto 
habitual descaracteriza o acidente de trabalho de trajeto.
Todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado!
Vale ressaltar que é obrigatória a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) relativa ao 
acidente ou doença profissional ocorrido com todo colaborador. A Lei no 8.213/91 determina no seu 
artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao 
INSS, sob pena de multa em caso de omissão. A obrigatoriedade de emissão da CAT configura esforço do 
MTE em gerar estatísticas confiáveis que possam ser utilizadas no planejamento das ações do ministério.
A avaliação de poucos fatores na caracterização das causas dos acidentes e doenças ocupacionais dificulta 
o entendimento de seus verdadeiros fatores determinantes. Para Garrigou (1999) o “gerenciamento 
individual” da segurança, associado a outros mecanismos, dificulta a compreensão do mecanismo do 
acidente e dificulta a implantação de ações de prevenção.
Uma questão fundamental é quanto à definição da culpa nos acidentes de trabalho, que normalmente 
recai sobre o trabalhador, acusando-o de cometer o famigerado “ato inseguro”. Essa atitude de colocar 
a culpa do acidente no trabalhador ainda está profundamente fixada na nossa cultura organizacional. 
Assunção e Lima (In: MENDES, 2003) identificam a atribuição de culpa ao trabalhador como forma mais 
usual de interpretação dos acidentes e doenças ocupacionais.
Apesar da expressão “ato inseguro” e toda a sua filosofia de direcionamento da culpa do acidente de 
trabalho para a própria vítima (o trabalhador), ter sido constantemente repudiada por inúmeros 
profissionais e entidades, principalmente a Fundacentro, pode-se perceber que ela ainda se faz presente 
no cotidiano das empresas.A própria legislação ainda utiliza o termo, como a Norma Regulamentadora 
número 1, no item 1.7:
1.7. Cabe ao empregador:
a)...
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência 
aos empregados, com os seguintes objetivos:
I – prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
Esta abordagem simplificada que imputa a culpa à própria vítima traz como consequência uma avaliação 
superficial das questões de segurança e saúde. É usual os empresários justificarem o treinamento 
realizado para seus empregados com o argumento de que o propósito é conscientizar o trabalhador 
para o cumprimento das normas de segurança, ou seja, treiná-los para que não cometam atos inseguros 
(OLIVEIRA, 1999).
Segundo Garcia (In: KIEFER et. al., 2001), esse enfoque pode ser considerado como maniqueísta, pois reduz 
uma questão complexa, que envolve a exposição a diversos riscos, a uma dicotomia: o problema é o “uso 
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
24
inadequado” e a solução é a “conscientização”, no caso entendida como “treinamentos”. Ao caracterizar a questão 
da exposição aos riscos e suas consequências como basicamente um “problema de educação”, reduzindo-a à 
não observação dos “cuidados” recomendados, o que é realmente efetivado é a transferência ao trabalhador, de 
praticamente toda a responsabilidade pelas consequências ocorridas no âmbito de suas tarefas.
A resolução dos problemas de segurança por meio da “prescrição de comportamentos e de procedimentos 
seguros” (ASSUNÇÃO e LIMA. In: MENDES, 2003) é comum nas empresas e nos meios prevencionistas 
convencionais. A limitação da avaliação do ser humano e do ambiente físico e organizacional que o cerca 
tem como consequência uma igual limitação nas estratégias das ações de prevenção.
Uma última questão a ser discutida é a visão legalista da segurança e da saúde do trabalhador. Para Oliveira 
(1999) os programas de segurança e de saúde do trabalhador, na maioria das empresas, são concebidos 
e orientados normalmente para o atendimento à legislação que dispõe sobre a matéria. Assunção e Lima 
(In: MENDES, 2003) reforçam a questão da idolatria legal, alertando que as exigências das leis, muitas 
vezes, tornam-se “meros rituais”, e o cumprimento do estabelecido na legislação é colocado num patamar 
mais importante que a própria prática prevencionista. 
Podemos definir como causas dos acidentes do trabalho “qualquer fator que, se fosse removido a tempo, 
teria evitado o acidente”. O ambiente de trabalho, portanto, contém condições inadequadas para o exercício 
das tarefas pelos trabalhadores e, em algumas situações, essas condições concorrem simultaneamente 
para a ocorrência do acidente. 
Há diversas definições para as “condições inseguras” existentes em um ambiente de trabalho: (I) as falhas 
físicas de um local de trabalho que comprometem a segurança do trabalhador, das instalações e/ou dos 
equipamentos, (II)as irregularidades ou deficiências existentes no ambiente de trabalho que constituem riscos 
para a integridade física do trabalhador e para a sua saúde, bem como para os bens materiais da empresa. 
Os riscos de acidentes têm uma abrangência diversificada das situações inseguras dos locais de trabalho. 
Podemos subdividir as condições inadequadas dos ambientes de trabalho em quatro categorias:
I. o local de trabalho é inseguro;
II. o material a ser utilizado na tarefa é inseguro;
III. o equipamento ou ferramenta a ser utilizado na tarefa é inseguro;
IV. as medidas administrativas que coordenam a atividade são inseguras.
Um local pode ser inseguro devido à existência de fontes de riscos no ambiente de trabalho, que geram 
exposição dos trabalhadores a: (I) iluminação deficiente, (II) ventilação deficiente, (III) pisos escorregadios, 
(IV) escadas sem corrimão, (V) arranjo físico inadequado, (VI) espaço insuficiente, (VII) ruído excessivo, 
(VIII) vibrações excessivas, (X) umidade excessiva etc.
O material que será utilizado na atividade pode conter, intrínsecos, diversos graus de risco, como: (I) 
ser inflamável, (II) explosivo, (III) tóxico, (IV) corrosivo, (V) defeituoso, (VI) radioativo, (VII) com 
superfícies em temperaturas extremas etc.
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
25
Os equipamentos e as ferramentas que serão utilizados na atividade laboral também podem conter 
diversos graus de risco, como: (I) equipamento inadequado, (II) com defeito, (III) sem proteção, (IV) com 
proteção insuficiente, (V) falta de equipamento de proteção individual – EPI, (VI) uso de EPI inadequado, 
(VII) uso de EPI defeituoso.
E, por último, as medidas administrativas que coordenam a execução das atividades em uma empresa 
também podem gerar a exposição dos trabalhadores a diversos riscos, devido a: (I) falta de treinamento 
para a formação técnica adequada dos empregados, (II) falta de manutenção adequada das instalações e 
equipamentos, (III) processos de trabalho mal estabelecidos, (IV) atividades mal distribuídas, (V) excesso 
de horas extras, (VI) processo de comunicação deficiente, (VII) falta de acompanhamento da saúde dos 
empregados etc.
Neste texto adotaremos a definição de que as condições inseguras se constituem em fontes de riscos nos 
ambientes de trabalho, ou seja, riscos ambientais, os quais serão detalhados no próximo capítulo. Para 
reforçar o conceito de que a responsabilidade de um acidente não é exclusiva da vítima, vale verificar que 
não existem atos inseguros que não tenham sido gerados por condições inseguras anteriores.
Segundo os autores que ainda utilizam o conceito de ato inseguro como causa dos acidentes, a definição 
para esses atos é: “a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou inconscientemente, a riscos 
de acidentes”. Esses autores afirmam que ato inseguro é todo ato, consciente ou não, capaz de provocar 
dano ao trabalhador, a seus companheiros ou a máquinas, materiais e equipamentos, estando diretamente 
relacionado a falha humana.
Ao se analisar um acidente, antes de se imputar toda a responsabilidade ao trabalhador devido a seu 
“descuido”, “distração”, “indisciplina”, “ignorância”, “cansaço”, “hábito”, “preconceito”, “deficiência física” etc., 
deve-se verificar o que realmente ocasionou tal ato e, dessa forma, chegaremos a um conjunto de medidas 
administrativas inseguras que concorreram para a ocorrência do tal ato e do respectivo acidente. 
Todo ato inseguro é ocasionado por um conjunto de condições inseguras!
ALGUNS CONCEITOS LIGADOS 
AO “ATO INSEGURO”
Imprudência – É a atuação intempestiva e irrefletida. Consiste em praticar uma 
ação sem as necessárias precauções, isto é, agir com precipitação, inconsideração, 
ou inconstância. 
Imperícia – É a falta de aptidão especial, habilidade, ou experiência ou de previsão 
no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. 
Negligência – É a omissão voluntária de desinência ou cuidado, falta ou demora 
no prevenir ou obstar um dano. 
Culpa “in vigilando” – Origina da inexistência de fiscalização por parte do 
empregador sobre as atividades de seus empregados ou prepostos. 
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
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CAPíTUlO 5
os riscos ambientais
o que é risco?
Risco é qualquer variável que pode causar danos ou lesões graves ao trabalhador, inclusive a morte.
O exercício da atividade laboral sob condições inseguras existentes no ambiente de trabalho expõe o 
trabalhador a riscos que podem ser classificados em cinco categorias: (I) físicos, (II) químicos, (III) 
biológicos, (IV) ergonômicos e (V) mecânicos (ou de acidentes). Essa classificação é internacional e segue 
a simbologia dos riscos ambientais que são empregadas no Mapa de Risco (NR-05 – CIPA):
Risco físico: cor verde;
Risco químico: cor vermelha;
Risco biológico: cor marrom;
Risco ergonômico: cor amarela;
Risco de acidentes: cor azul;Para efeito da Norma Regulamentadora 9 (MTE), em seu item 9.1.5., consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. 
Os riscos ergonômicos são apresentados e discutidos na Norma Regulamentadora 17 (MTE). Os riscos 
mecânicos, entretanto, estão diluídos em diferentes normas regulamentadoras, mas pode-se visualizá-los 
com mais profundidade na Norma Regulamentadora 18 (MTE), que trata da construção civil.
Deve-se entender que a presença dos agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente pode oferecer 
riscos potenciais à saúde dos trabalhadores e gerar uma probabilidade de que eles venham a contrair uma 
doença. Mas para que isso aconteça devem concorrer vários fatores:
 » o tempo de exposição do trabalhador;
 » a concentração ou intensidade dos agentes de risco no ambiente laboral;
 » as características do agente de risco;
 » a susceptibilidade individual.
27
Cada agente de risco tem, no mínimo, uma fonte geradora do risco associada. O espaço existente entre a 
fonte do risco e o trabalhador é considerado a sua “trajetória”. Qualquer medida planejada para controlar 
a exposição do trabalhador ao risco estará centrada em, pelo menos, um destes três focos possíveis: (i) na 
fonte geradora, (ii) na trajetória, ou (iii) no trabalhador.
CONCEITOS LIGADOS 
A RISCOS NO TRABALHO
Segurança – “Situação que está livre de risco ou perigo”
Perigo – “Estado ou situação que inspira cuidado e que pode produzir danos”
Risco – “Possibilidade ou probabilidade de um perigo”
Lei de Murphy
“Se algo errado tiver de acontecer, não se preocupe, acontecerá da pior maneira”
Lei dinâmica de Murphy
“Algo errado, sob pressão, tende a piorar”
Todo o programa de segurança e prevenção somente será avaliado quando algo falhar.
Enquanto não acontecer nenhum acidente ou incidente, sempre vai parecer que o 
programa de segurança está perfeito e custando mais do que deveria.
riscos físicos
Agentes de riscos físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais 
como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e radiações ionizantes.
ruído (Contínuo e de Impacto)
É um fenômeno físico que indica uma mistura de sons, cujas frequências não seguem uma lei precisa. 
Alguns utilizam como sinônimo de barulho, mas este inclui componentes subjetivos da percepção sonora. 
É o risco profissional com maior frequência de reclamações nos ambientes laborais. Pode causar perda 
auditiva, permanente ou temporária, e trauma acústico entre outros efeitos possíveis de alterações em 
quase todos os órgãos do organismo humano. 
O ruído de impacto é aquele que se caracteriza por ser de intensidade muito alta com duração muito 
pequena, menor que um segundo, em intervalos maiores que um segundo, como, por exemplo, uma 
martelada em superfície metálica e a operação de um bate-estaca. Considera-se ruído contínuo todo 
outro tipo de ruído que não seja de impacto.
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
28
Uma dica: se o ruído ambiente prejudica a conversa entre dois trabalhadores que estão dispostos a 1,0 
metro de distância, em tom de voz normal, vale a pena solicitar uma avaliação com equipamentos pois 
esta intensidade de ruído pode ser danosa à saúde.
vibração
É o movimento, oscilação, balanço de objetos. Apenas uma pequena parcela das vibrações pode ser 
detectada pelos órgãos sensoriais humanos (tato e audição). O organismo humano está sujeito aos efeitos 
das vibrações quando elas apresentam valores específicos de amplitude e de frequência.A exposição às 
vibrações pode ocorrer de forma direta, quando há contato entre a fonte de vibração e o trabalhador (a 
operação de uma britadeira), ou de forma indireta, quando a fonte vibra as instalações física (o piso por 
exemplo) e esta vibração é transmitida ao trabalhador. 
As vibrações atuam em regiões diferentes do organismo em função das suas características, mas podem causar: 
(I) enjoo ou náuseas, (II) afundamento do tórax, (III) problemas ósteo-articulares ou angio-neurológicos 
(como artrose do cotovelo, necrose dos ossos dos dedos, deslocamentos anatômicos, problemas nervosos etc.).
temperaturas Extremas(Calor e Frio)
São as condições térmicas rigorosas em que são realizadas diversas atividades profissionais, submetendo 
os colaboradores a sua ação. Deve-se conhecer a interação térmica entre o organismo humano e o meio 
ambiente de trabalho e conhecer, também, os efeitos da exposição a essas temperaturas para que se possa 
avaliar e controlar essas interações de forma a proteger o trabalhador de seus efeitos maléficos. Vale 
ressaltar que os efeitos da exposição a temperaturas extremas são relacionados à atividade física realizada 
pelo trabalhador, em termos de taxa de metabolismo.
Com o aumento do calor ambiental, há uma sobrecarga térmica e o organismo reage para promover um 
aumento da perda de calor por reações fisiológicas. Os principais mecanismos de defesa do organismo 
ao calor intenso são: (I) a vaso-dilatação periférica que aumenta a temperatura cutânea e diminui o 
ganho de calor corporal, tanto por irradiação quanto por condução-convexão, e (II) a sudorese, cuja 
eficiência está associada à evaporação do suor gerado. Trabalhadores expostos a ambientes com calor 
intenso sofrem de fadiga, erros de percepção e raciocínio e apresentam perturbações psicológicas. Entre 
os efeitos da exposição ao calor estão: (I) a insolação, (II) a prostração térmica ou exaustão do calor, (III) 
a desidratação, (IV) as câimbras de calor e (V) o choque térmico.
A exposição a frio intenso pode gerar consequências na saúde, no conforto e na eficiência do trabalhador. 
A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção (que diminui) e a perda 
de calor (que aumenta). Os principais mecanismos de defesa do organismo ao frio intenso são a vaso-
constrição periférica, a diminuição gradual de todas as atividades fisiológicas e o tremor (cuja produção 
de calor é proporcional ao número de contrações musculares). Os efeitos dependem principalmente da 
temperatura do ar, da velocidade do ar e da variação do calor radiante. Com a temperatura do corpo abaixo 
de 29oC ocorre o fenômeno da hipotermia que pode evoluir para sonolência e coma. A morte ocorre quando 
a temperatura é inferior a 28°C, por falha cardíaca.
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
29
Pressão anormal 
A exposição à pressão anormal é definida como qualquer exposição a pressões diferentes da pressão 
atmosférica a que os trabalhadores estão normalmente expostos. A pressão acima da atmosférica é a 
alta pressão, ou condição hiperbárica, a pressão abaixo da atmosférica é a baixa pressão, ou condição 
hipobárica. A exposição de trabalhadores à condição hiperbárica é muito mais frequente e mais danosa à 
saúde humana, com diversos estudos epidemiológicos e limites estabelecidos.
Os efeitos das pressões anormais no organismo são diversos: (I) ruptura de tecidos (tímpano, alvéolos, 
vasos, pleura etc.), (II) irritação nos pulmões, (III) narcose pelo nitrogênio dissolvido no ar comprimido, 
(IV) bolhas de nitrogênio nos tecidos (dores nas juntas, suor, palidez, tontura, inconsciência, paralisias etc.).
radiação (Ionizante e não Ionizante)
As radiações são uma forma de energia que se transmite pelo espaço como ondas eletromagnéticas e, em 
alguns casos, apresenta também comportamento corpuscular. A absorção da radiação pelo organismo 
pode gerar diversas lesões e doenças. A radiação pode ser classificada em dois tipos, pois, ao atingir 
o organismo e ser absorvida, pode gerar dois efeitos principais: (I) ionização, oriunda das radiações 
ionizantes, e (II) excitação, provenientedas radiações não ionizantes. 
As radiações ionizantes podem ser naturais e artificiais, mas a sua classificação mais importante é feita em 
4 tipos: (I) alfa, (II) beta, (III) gama, e (IV) raios X. Os efeitos dependem da dose da radiação recebida pelo 
organismo, mas podem ser divididos em (I) somáticos (agudos ou crônicos), que ocorrem no organismo 
atingido, gerando doenças e danos, não se transmitindo a seus descendentes, e (II) genéticos, que são 
mutações ocorridas nos cromossomos ou gens das células germinativas que podem gerar alterações nas 
gerações futuras. Cabe ressaltar que esta classificação é uma tentativa de ordenação de fenômenos muito 
complexos e interligados, e que esta divisão pode não ser tão clara em diversos casos. O órgão normalizador 
para o exercício das atividades envolvendo radiações ionizantes no Brasil é a Comissão Nacional de Energia 
Nuclear – CNEN, com unidades descentralizadas no país, à qual recomendamos fortemente que seja 
informada e consultada sobre quaisquer potenciais fontes de risco de radiações ionizantes.
Os diversos tipos de radiações não ionizantes são classificados conforme o comprimento de onda 
e a frequência da radiação. Cabe ressaltar que, com poucas exceções, as radiações são invisíveis e 
dificilmente detectáveis pelos sentidos humanos. No caso dos efeitos térmicos provocados, a sensação 
de calor pode chegar tarde demais para denunciar o risco, portanto, é obrigatório o uso de detectores 
com o acompanhamento de profissionais qualificados. Uma classificação das radiações não ionizantes 
as divide em: (I) micro-ondas, (II) infravermelha, (III) ultravioleta, (IV) maser. Existem, ainda, muitas 
dúvidas quanto à extensão real dos efeitos nocivos da exposição à essas radiações, dividindo-os em: (I) 
efeitos térmicos, mais aparente, e (II) efeitos não térmicos, geralmente relacionados ao campo elétrico e 
magnético. O órgão mais suscetível a um dano por efeito térmico é a lente ocular.
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
30
riscos químicos
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória, ou então aqueles que, pela natureza da atividade de exposição, possam 
ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
Portanto, o risco químico está associado à exposição a substâncias, compostos ou produtos químicos em 
diferentes concentrações no ambiente na forma de:
Gases, substâncias cujo estado natural nas CNTP (Condições Naturais e Temperatura e Pressão – 25°C, 
1 atm) é o gasoso.
Vapores, substâncias cujo estado natural nas CNTP é o sólido ou líquido, mas que devido a uma alteração 
de temperatura e/ou de pressão se encontra no estado gasoso.
Poeiras, substâncias cujo estado natural nas CNTP é o sólido, em pequenas partículas (com diâmetros 
maiores que 1 mícron) resultantes da ruptura mecânica de sólidos, seja pelo simples manuseio, seja em 
consequência de operações de trituração, moagem, peneiramento, broqueamento, polimento, detonação 
etc. Como exemplo citamos poeiras de sílica, asbesto, de cereais, de carvão, de metais etc..
Fumos, substâncias cujo estado natural nas CNTP é o sólido, em partículas menores que as de poeira 
(diâmetros menores que 1 mícron), resultantes da condensação de vapores, geralmente após a volatilização 
de metais fundidos e quase sempre acompanhadas de oxidação. Ao contrário das poeiras, os fumos 
tendem a flocular. Os fumos podem formar-se pela volatilização de matérias orgânicas sólidas ou pela 
reação de substâncias químicas, como na combinação de ácido clorídrico e amoníaco.
Neblinas, substâncias cujo estado natural nas CNTP é o líquido, em pequenas partículas suspensas 
resultantes da ruptura mecânica de líquidos.
Névoas, substâncias cujo estado natural nas CNTPé o líquido, em partículas menores que as de neblinas 
(diâmetros entre 0,1 e 100 micra), resultantes da condensação de vapores sobre certos núcleos, ou 
ocorrências como a nebulização, borbulhento, respingo etc. Como exemplo podemos citar: névoas de 
ácido crômio, de ácido sulfúrico e de tintas pulverizadas.
Aerodispersoides, conjunto de substâncias que estão dispersas no ar na forma sólida, líquida ou gasosa.
Os danos à saúde provenientes da exposição a agentes de risco químico podem ser classificados em, oito 
categorias(adaptado de Patty, Engenharia de Ventilação Industrial): (I) irritantes, (II) asfixiantes (simples 
e químicos), (III)anestésicos (narcóticos), (IV) tóxicos sistêmicos, (V) material particulado não tóxicos 
sistêmicos, (VI) genotóxicos e mutagênicos, (VII) carcinógenos, e (VIII)embriotóxicose teratógenos.
O tipo de ação fisiológica de um agente tóxico sobre o organismo depende da concentração na qual 
está presente. Por exemplo, um vapor, numa determinada concentração, pode exercer sua principal ação 
como anestésico, enquanto que uma menor concentração do mesmo vapor pode, sem efeito anestésico, 
danificar o sistema nervoso, o sistema hematopoético, ou algum órgão visceral. Por esse motivo, é 
impossível, frequentemente,colocar-se um agente tóxico numa única classe.
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
31
Irritantes
Substâncias que produzem inflamação nos tecidos vivos quando entram em contato direto são corrosivos 
vesicantes em sua ação. Têm essencialmente o mesmo efeito sobre homens e animais, e o fator concentração 
é mais importante que o fator tempo de exposição.Os irritantes primários concentram a sua ação irritante 
(amônia, cloro, ozônio, gases lacrimogênios etc.) enquanto os secundários possuem o efeito irritante e 
têm uma ação tóxica generalizada sobre o organismo (gás sulfídrico).
asfixiantes
Exercem sua ação interferindo com a oxidação dos tecidos. Podem ser divididos em simples e químicos. 
Os simples são gases inertes que agem por diluição do oxigênio atmosférico: Dióxido de carbono, etano, 
hélio, hidrogênio, metano, nitrogênio, óxido nitroso. Os químicos impedem o transporte de oxigênio 
pelo sangue: Monóxido de carbono, cianogênio, cianeto de hidrogênio, nitrobenzeno, sulfeto de hidrogênio.
anestésicos (narcóticos)
Sua principal ação é a anestésica, sem sérios efeitos sistêmicos, tendo ação sobre o SNC(Sistema Nervoso 
Central). Alguns passam para a corrente sanguínea e, daí, para os demais órgão. Podem penetrar pela 
pele. São exemplos de anestésicos: hidrocarbonetos acetilênicos, hidrocarbonetos oleofínicos, éter etílico, 
hidrocarbonetos parafínicos, cetonas alifáticas, álcoois alifáticas.
tóxicos Sistêmicos
Incluem: (I) materiais que causam danos a um ou mais órgãos viscerais: a maioria dos 
hidrocarbonetoshalogenados; (II) materiais que causam danos ao sistema hematopoético: benzeno, 
fenóis , e em certo grau, otolueno, xilol e naftaleno; (III) materiais que causam danos ao sistema nervoso: 
dissulfeto de carbono, álcool metílico, tiofeno; (IV) não metais tóxicos inorgânicos: compostos de arsênio, 
fósforo, selênio, enxofre e fluoretos.
Material Particulado não tóxico Sistêmico
Produzem doenças em local específico do organismo, como:(I) poeiras que produzem fibrose: sílica, 
asbesto; (II) poeiras inertes: carborundo, carvão; e (III) poeiras que causam reações alérgicas: pólen, 
madeira, resinas e outras poeiras orgânicas. Existem substâncias que causam dano unicamente aos 
pulmões, incluindo aquelas que não causam nenhum tipo de ação irritante, tais como poeiras de 
asbesto, causadoras da fibrose.As poeiras que fazem parte desse grupo podem se tornar mais nocivas se 
contaminadas com bactérias ou fungos alergênicos, microtoxinas ou pólens.
agentes genotóxicos e Mutagênicos
São substâncias que podem causar dano material genético e podem, também, ser mutagênicas. Os 
mutagênicos podem causar mutações. Uma mutação é considerada como sendo qualquer modificação 
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
32
relativamente estávelno material genético, DNA (Ácido Desoxiribonucléico). Muitas das substâncias 
mutagênicas também podem dar origem a câncer (carcinógenos).
Carcinógenos:
São substâncias que podem produzir câncer, que é uma doença resultante do desenvolvimento de 
um tumor maligno e de sua invasão em tecidos vizinhos.Um tumor (neoplasma) caracteriza-se pelo 
crescimento do tecido, formando um grupo decélulas anormais no organismo. Um tumor maligno é 
composto de células que se dividem e se dispersam através do organismo.Um tumor benigno é aquele 
localizado e que não invade os tecidos vizinhos nem produz câncer.
agente Embriotóxicos e teratógenos
São substâncias capazes de induzir efeitos adversos na progênie durante o primeiro estágio da gravidez, 
ou seja, entre a concepção e a fase fetal. Os teratógenos são substâncias que, em doses que não apresentem 
toxicidade materna, podem causar danos não hereditários na progênie. Estes danos podem levar ao 
aborto. Após o nascimento, esses danos são denominados de más formações congênitas.
riscos biológicos
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre 
outros. Entretanto, devido a dificuldade de monitoramento e de avaliação, dificilmente se foca o trabalho 
de prevenção nos agentes, mas sim nas atividades que, potencialmente, expõem os trabalhadores à ação 
nociva de micro-organismos. 
Portanto, o risco biológico está associado à exposição a locais, substâncias compostos ou produtos com 
a presença de micro-organismos patogênicos em geral. Geralmente, o senso comum associa o risco 
biológico a 3 situações: (I) o contato com pacientes e/ou ambientes com doenças contagiosas, (II) a 
presença de esgotos sanitários, e (III) o contato com lixo. Entretanto, exceto na primeira situação, na qual 
o risco é real e deve ser evitado, o risco biológico na segunda e terceira só é evidente para os profissionais 
que trabalham em alguma etapa dos sistemas de esgotamento sanitário e dos serviços de limpeza urbana, 
conforme será detalhado no capítulo 5. 
A existência de sanitários e áreas de disposição temporária dos resíduos sólidos não representa, por si só, 
riscos de contaminação biológica. Na maioria das situações, a concorrência de 3 fatores simples podem 
conferir a estes locais condições satisfatórias de salubridade ambiental: (I) a manutenção e a limpeza 
adequadas desses locais, (II) a possibilidade de exposição destes locais à iluminação natural (o sol é um 
dos melhores bactericidas que existem devido à ação dos raios UVA), e (iii) a existência de mecanismos 
de ventilação natural.
As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados representam um sério 
risco aos profissionais da área da saúde. Os ferimentos com agulhas e materiais perfuro cortantes, em 
geral, são considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
33
vinte tipos de patógenos diferentes, sendo os vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), da Hepatite B e 
da Hepatite C os agentes infecciosos mais comumente envolvidos.
Segundo a Resolução no 5/93 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) infectantes 
perfuro-cortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer 
material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes. Segundo 
a mesma Resolução, infectantes não perfuro cortantes são os materiais que contenham sangue ou 
fluidos corpóreos. No caso das farmácias e drogarias são os algodões com sangue.
O risco de trabalhadores da área da saúde adquirir patógenos veiculados pelo sangue já está bem 
documentado. Os acidentes com perfuro-cortantes persistem como principal forma de transmissão de 
patógenos veiculados pelo sangue aos profissionais de saúde, contaminando acima de 25% dos acidentados 
com portadores do antígeno da hepatite B. Os trabalhadores de enfermagem são, geralmente, os mais 
atingidos pelos acidentes ocupacionais envolvendo material perfuro-cortante infectante. Os acidentes na 
área de saúde geralmente ocorrem em três situações: (I) durante a limpeza, (II) autoinoculação durante o 
trabalho ou (III) inoculação por outro profissional.
O sangue, qualquer fluido orgânico contendo sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos, são materiais 
biológicos envolvidos na transmissão do vírus HIV. Os líquidos de serosas (peritoneal, pleural, 
pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva (em ambientes odontológicos), são 
materiais de risco indeterminado para a transmissão do vírus. Exposições a esses e outros materiais 
potencialmente infectantes que não o sangue ou material biológico contaminado com sangue devem 
ser avaliadas de forma individual. Em geral, esses materiais são considerados como de baixo risco para 
transmissão ocupacional do HIV.
Cabe esclarecer que a exposição a agentes biológicos ocorre em número muito mais expressivo em 
ambientes que utilizam sistemas de condicionamento de ar, naquilo que a Organização Mundial de 
Saúde – OMS define com Síndrome do Edifício Doente – SED. A Síndrome do Edifício Doente refere-
se à relação entre causa e efeito das condições ambientais observadas em áreas internas, com reduzida 
renovação de ar, e os vários níveis de agressão à saúde de seus ocupantes através de fontes poluentes de 
origem física, química e/ou microbiológica.
Um edifício pode ser considerado “doente” quando cerca de 20% de seus ocupantes apresentam sintomas 
transitórios associados ao tempo de permanência em seu interior, que tendem a desaparecer após curtos 
períodos de afastamento. Em alguns casos, a simples saída do local já é suficiente para que os sintomas 
desapareçam. Os principais sintomas relacionados a SED são: (I) irritação dos olhos, nariz, pele e garganta, 
(II) dores de cabeça, (III) fadiga, (IV) falta de concentração, e (V) náuseas.
Outros fatores associados à Síndrome do Edifício Doente são a elevação da taxa de absenteísmo e a 
redução na produtividade e na qualidade de vida do trabalhador. Dessa forma, a qualidade do ar de 
ambientes interiores assumiu importante papel não só em questões relativas à Saúde Pública, como 
também, no que diz respeito à Saúde Ocupacional.
No Brasil, em 1998, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, órgão regulamentador do 
sistema de saúde, publicou a Portaria no 3.523, estabelecendo, para todos os ambientes climatizados 
artificialmente de uso público e coletivo, a obrigatoriedade de elaborar e manter um plano de manutenção, 
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
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operação e controle dos sistemas de condicionamento de ar – PMOC.O PMOC estabelece, no mínimo, 
uma limpeza anual de todo o sistema e uma consequente avaliação da qualidade do ar no ambiente.
A Anvisa publicou em 2000, a Resolução no 176, contendo parâmetros biológicos, químicos e físicos por 
meio dos quais é possível avaliar a qualidade do ar interior. Atualmente, a Anvisa trabalha na definição 
de critérios para ambientes climatizados com fins especiais, como as salas de cirurgia e Unidades de 
Tratamento Intensivo de hospitais, onde o risco de contaminação pode ser fatal para pessoas com 
organismo debilitado.
Os danos à saúde provenientes da exposição a agentes de risco biológico podem ser de diferentes classes, 
dependendo de quais são os microorganismos presentes no ambiente.Tanto para os agentes de riscos 
químicos quanto para os agentes de riscos biológicos há três formas de penetração no corpo humano: 
(I) absorção, (II) inalação, e (III) ingestão. Da mesma forma que os agentes físicos e químicos, a melhor 
atuação para a prevenção sempre é, prioritariamente, na fonte e/ou na trajetória, no sentido de se evitar 
que o risco chegue ao trabalhador, situação que impõe o uso de equipamentos de proteção individual – 
EPI, cuja eficiência e eficáciasão, via de regra, discutíveis.
absorção
O contaminante, ao entrar em contato com a pele, órgão de maior superfície do corpo humano, pode ser 
absorvido causando diversas formas de alergias, ulcerações, dermatoses e outras doenças ocupacionais 
que atingem esse tecido.
Inalação.
O trato respiratório é a via mais importante pela qual os agentes biológicos e químicos entram no 
organismo. A grande maioria das intoxicações ocupacionais que afetam a estrutura interna do corpo é 
ocasionada por se respirar substâncias contidas no ar. Essas substâncias podem ficar retidas nos pulmões 
ou outras partes do trato respiratório e podem afetar esse sistema, ou passar através dos pulmões a outras 
partes do organismo, levadas pelas células fagocitárias.
A relativa enorme superfície do pulmão (90 m2 de superfície total e 70 m2 de superfície alveolar), 
em conjunto com a superfície capilar (140 m2), com seu fluxo sanguíneo contínuo, exerce uma ação 
extraordinária de absorção de determinadas substâncias presentes no ar inspirado. 
Ingestão.
A intoxicação por essa via é mais comum para os agentes biológicos e menos comum para os químicos. 
Afrequência e o grau de contato com os agentes tóxicos depositados nas mãos, alimentos e cigarros é 
muito menor que na inalação, por isso, somente substâncias altamente tóxicas como o chumbo, o arsênico 
e o mercúrio podem causar preocupações nesse sentido. Cabe ressaltar que a porção que se deposita na 
parte superior do trato respiratório é arrastada para cima pela ação ciliar, e é posteriormente engolida, 
ingressando no organismo. 
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
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O trato gastrointestinal pode ser visto como um tubo através do corpo, começando na boca e terminando 
no ânus. Apesar de estarem dentro do organismo, seus conteúdos estão essencialmente externos aos fluídos 
do corpo (sangue e linfa). Por isso, os agentes tóxicos no trato gastrointestinal podem produzir um efeito 
na superfície da mucosa que o reveste sendo absorvidos através dessa mucosa do trato gastrointestinal. 
A absorção de um tóxico pelo sangue, através do trato gastrointestinal é baixa. Os alimentos e líquidos 
misturados com o tóxico contribuem para diluí-lo e reduzem a sua absorção, devido à formação de 
material insolúvel. O intestino possui certa seletividade que tende a impedir a assimilação de substâncias, 
ou limitar a quantidade absorvida. Depois de ser absorvido pela corrente sanguínea, o material tóxico vai 
diretamente ao fígado, que, metabolicamente altera, degrada e torna inócua a maior parte das substâncias.
riscos ergonômicos
A ergonomia é a ciência que estuda a relação entre o homem e o seu ambiente de trabalho, visando o 
conforto. Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (International Ergonomics Association – 
IEA, 2000) ergonomia é “a disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre seres 
humanos e outros elementos de um sistema, e também é a profissão que aplica teoria, princípios, dados 
e métodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um sistema”. A 
Associação Internacional de Ergonomia divide a ergonomia em três domínios de especialização. São eles: 
(I) ergonomia física, (II) ergonomia cognitiva e (III) ergonomia organizacional.
A Ergonomia Física lida com as respostas do corpo humano à carga física e psicológica. Tópicos relevantes 
incluem manipulação de materiais (peso), arranjo físico de estações de trabalho, demandas do trabalho e 
fatores tais como repetição, vibração, força e postura estática, relacionada com lesões músculo-esqueléticas. 
(lesão por esforço repetitivo).
A Ergonomia Cognitiva, também conhecida engenharia psicológica, refere-se aos processos mentais, 
tais como percepção, atenção, cognição, controle motor e armazenamento e recuperação de memória, 
como eles afetam as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Tópicos relevantes 
incluem carga mental de trabalho, vigilância, tomada de decisão, desempenho de habilidades, erro 
humano, interação humano-computador e treinamento.
A Ergonomia Organizacional, ou macroergonomia, está relacionada com a otimização dos sistemas 
socio-técnicos, incluindo sua estrutura organizacional, políticas e processos. Tópicos relevantes incluem 
trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho, teoria motivacional, supervisão, 
trabalho em equipe, trabalho à distância e ética.
A ergonomia pode ser também considerada como o estudo dos aspectos do trabalho e sua relação com 
o conforto e bem-estar do trabalhador. Está mais ligada às posturas, movimentos e ritmo determinados 
pela atividade e conteúdo dessa atividade, nos seus aspectos físicos e mentais. 
A ergonomia intervém, analisando o trabalho, as posturas adotadas pelo trabalhador, sua movimentação 
e seu ritmo que de modo geral são determinados por outros fatores organizacionais. O objetivo principal 
da ergonomia é dar condições de trabalho para que haja maior conforto e bem-estar do operador a 
partir da análise da atividade. As melhorias ergonômicas se referem a vários aspectos do trabalho, tais 
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
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como: cadeiras, mesas, bancadas; o planejamento e localização de dispositivos e materiais de trabalho; 
a quantidade, qualidade e localização da iluminação; indicações sobre melhorias na organização da 
atividade, incluindo o planejamento de novos dispositivos de trabalho ou modificação nos existentes e 
alteração no ritmo de sequenciamento de várias tarefas desempenhadas pelo operador.
Entre os danos causados pela exposição aos riscos ergonômicos merecem destaque as DORT — Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (que englobam as Lesões por Esforços Repetitivos – LER). As 
DORT abrangem diversas patologias, sendo as mais conhecidas a tenossinovite, a tendinite e a bursite.
Há muitas definições para as DORT. Porém o conceito básico é o de alterações e sintomas de diversos 
níveis de intensidade nas estruturas osteomusculares (tendões, sinovias, articulações, nervos, músculos), 
além de alteração do sistema modulador da dor. Esse quadro clínico é decorrente do excesso de uso do 
sistema osteomuscular no trabalho. Apenas um fator isolado não é determinante para a ocorrência de 
DORT, mas sim uma combinação deles associados à sua frequência, intensidade e duração.
Postura 
As posturas fixas são um fator de risco principalmente em trabalhos sedentários. No entanto, trabalhos 
mais dinâmicos, com posturas extremas de tronco como, por exemplo, abaixar-se e virar-se de lado, 
também são identificados como fatores de risco. As más posturas de extremidades superiores também se 
constituem como fatores de risco, tais como: desvios dos punhos, braços torcidos e elevação do ombro. 
Todos esses desvios são influenciados por uma série de fatores ocupacionais e individuais, incluindo a 
característica do mobiliário e do posto de trabalho.
Movimento e força 
Estes dois fatores estão correlacionados ao aparecimento de DORT nas mãos e punhos. A combinação 
de forças elevadas e alta repetitividade aumenta a magnitude da lesão mais do que qualquer uma delas 
isoladamente. Movimentos repetidos podem danificar diretamente os tendões através do frequente 
alongamento e flexão dos músculos. A força exercida durante a realização dos movimentos é outro 
determinante das lesões, como por exemplo, no levantamento, carregamento e utilização de ferramentas 
pesadas; a força necessária para cortar objetos muito duros, a utilização de parafusadoras e furadeiras.
Conteúdo de trabalho e fatores psicológicos:
A relação entre trabalho e a saúde é afetada pela organização do trabalho e fatores psicológicos relacionados 
ao trabalho, podendo contribuir para o aparecimento de disfunções músculo-esqueléticas. É possível se 
estabelecer a relação entre o trabalho, o estresse e osistema músculo-esquelético.
Características individuais:
O tipo de musculatura e as características individuais parecem manter uma relação com a incidência dos 
problemas. Portanto, as mulheres parecem ser mais suscetíveis que os homens aos problemas derivados da 
UNIDADE II | SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO
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exposição a riscos ergonômicos. A distribuição de tarefas por sexo e, consequentemente, a carga do trabalho, 
determinam o aparecimento de problemas e estão intimamente ligados às características individuais.
riscos mecânicos ou riscos de acidentes
Os tipos de acidentes mais comuns que ocorrem na realização do trabalho são: (I) queda, (II) choque 
elétrico, (III) soterramento, (IV) choque mecânico, (V) cortes e perfurações, (VI) queimaduras, (VII) 
animais peçonhentos, (viii) acidentes de trânsito, (IX) incêndio e explosão. Os riscos de acidentes se 
caracterizam pela possibilidade de lesão imediata ao trabalhador exposto. A pior exposição a risco de 
acidentes ocorre quando ele estiver em situação de risco grave (passível de causar lesão grave, incapacitante 
ou fatal) e iminente (passível de atingir o trabalhador a qualquer momento).
As quedas podem ocorrer em mesmo nível ou em níveis diferentes. As quedas em mesmo nível ocorrem, 
geralmente, por imperfeições ou irregularidades nos pisos, ou pela existência de materiais que os 
tornam escorregadios. As quedas em níveis diferentes são consideradas aquelas ocorridas partir de 2 
metros de altura, e são, ainda hoje, a principal causa dos acidentes fatais no Brasil. As quedas de níveis 
diferentes ocorrem pela falta de proteções coletivas (guarda-corpos, barreiras etc.) somada à ausência de 
equipamentos de proteção individual (cinto tipo paraquedista).
O choque elétrico é a reação do organismo à passagem da corrente elétrica e pode ocorrer pelo manuseio 
de máquinas e equipamentos ou pelo contato com instalações energizadas. Os choques são a segunda 
maior causa dos acidentes fatais no Brasil. Os riscos de acidentes dos empregados que trabalham com 
eletricidade, em qualquer das etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, 
constam da Norma Regulamentadora 10 (MTE). 
Os efeitos do choque elétrico sobre o organismo humano podem ser: (I) tetanização dos músculos, 
na qual a corrente elétrica se sobrepõe aos estímulos cerebrais, e a vítima perde o controle sobre esses 
músculos que terão uma contração enquanto o choque continuar, (II) parada respiratória, consequente 
da tetanização dos músculos responsáveis pela respiração, (III) queimaduras, com tendência a serem 
profundas e de difícil cicatrização, e (IV) fibrilação ventricular, que é um tipo de arritmia cardíaca, a qual 
acontece quando não existe sincronicidade na contração das fibras musculares cardíacas (miocárdio) 
dos ventrículos, desta maneira não existe uma contração efetiva, levando a uma consequente parada 
cardiorrespiratória e circulatória. 
O soterramento ocorre quando uma grande quantidade de material cobre um trabalhador e é a terceira 
maior causa dos acidentes fatais no Brasil. Geralmente, o senso comum leva a crer que os soterramentos 
só ocorrem em grandes profundidades, entretanto, eles são muito mais comuns na escavação de valas e 
nos trabalhos realizados próximos a taludes instáveis. Com o deslizamento dos materiais, o trabalhador 
cai, com o seu corpo saindo da posição vertical para a posição horizontal, e sua cabeça passa de uma 
altura de 1,5m para 0,30m, possibilitando a sua cobertura por completo. 
O choque mecânico ocorre devido a batidas do trabalhador: (I) contra objetos fixos, (II) ocorridas por 
objetos em movimento, (III) pela queda de objetos de níveis mais altos. O transporte de materiais com 
comprimento elevado e os locais com pé-direito baixo estão entre as principais causas das batidas. As 
quedas de objeto só ocorrem com a concorrência de dos fatores: (I) o objeto não estar preso a nenhuma 
SEGURANÇA DO TRABALHO – INTRODUÇÃO | UNIDADE II
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estrutura (estar solto, sem cordas ou correntes) e (II) não existirem anteparos que detenham a queda 
do objeto em sua trajetória. A prensagem é um tipo específico de choque mecânico que ocorre pela 
compressão do corpo (ou de partes do corpo) pela ação de dois objetos móveis ou de um objeto móvel e 
outro fixo. Atenção especial deve ser dada aos mecanismos com alta rotação (milhares de rpm) que tem 
a característica de prender cabelos compridos e roupas frouxas e puxar a vítima (ou partes de seu corpo) 
para a consequente prensagem.
Os cortes e perfurações são os acidentes de trabalho mais comuns e são consequência do manuseio de 
materiais e/ou de equipamentos perfuro cortantes. Os cortes deixam a pele aberta e devem ser fechados 
para evitar infecções. Os arranhões machucam apenas a camada superficial da pele, podem doer mais do 
que o corte, mas cicatrizam rápido. As perfurações podem ser profundas e devem ser deixadas abertas 
para não infectarem. 
As queimaduras são lesões em determinada parte do organismo, desencadeadas pelo contato com um 
agente externo. Dependendo desse agente, as queimaduras podem ser classificadas em queimaduras 
térmicas, elétricas e químicas. As queimaduras térmicas são aquelas causadas pelo contato com superfícies 
em temperaturas extremas (calor ou frio) e são as mais frequentes. 
As queimaduras são classificadas de acordo com a extensão e profundidade da lesão. A gravidade depende 
mais da extensão do que da profundidade. Uma queimadura de primeiro ou segundo grau em todo o 
corpo é mais grave do que uma queimadura de terceiro grau de pequena extensão. Saber diferenciar a 
queimadura é muito importante para que os primeiros cuidados sejam efetuados corretamente.
As queimaduras de primeiro grau são as mais superficiais e caracterizam-se por deixar a pele avermelhada 
(hiperemiada), inchada (edemaciada), e extremamente dolorida. Uma exposição prolongada ao sol pode 
desencadear este tipo de lesão. Não se formam bolhas e a pele não se desprende. Na evolução não surgem 
cicatrizes, mas elas podem deixar a pele um pouco escura no início, tendendo a se resolver por completo 
com o tempo.
As queimaduras de segundo grau têm uma profundidade intermediária, ocorrendo uma destruição 
maior da epiderme e derme, e caracterizam-se pelo aparecimento da bolha (flictena) que é a manifestação 
externa de um descolamento dermo-epidérmico. A recuperação dos tecidos é mais lente e podem deixar 
cicatrizes e manchas claras ou escuras. 
As queimaduras de terceiro grau caracterizam-se pelo aparecimento de uma zona de morte tecidual 
(necrose), há uma destruição total de todas as camadas da pele, e o local pode ficar esbranquiçado ou 
carbonizado (escuro). A dor é geralmente pequena, pois a queimadura é tão profunda que chega a danificar as 
terminações nervosas da pele. Pode ser muito grave e até fatal dependendo da porcentagem de área corporal 
afetada. Na evolução, sempre deixam cicatrizes podendo necessitar de tratamento cirúrgico e fisioterápico 
posterior para retirada de lesões e aderências que afetem a movimentação. Algumas cicatrizes podem ser 
foco de carcinomas de pele tardiamente e por isso o acompanhamento destas lesões é fundamental.
Os animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes 
ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Portanto, peçonhentos são os animais 
que injetam veneno com facilidade e de maneira ativa: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas, 
vespas, maribondos e arraias. Os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem 
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um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato (taturana), 
por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu).
Na década de 80, ocorreua falta generalizada de soros antiofídicos no

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