Buscar

Apostila de Jornalismo - Laboratório de Redação (Gêneros jornalísticos + gramática)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UniFIAMFAAM
Centro Universitário das Faculdades Integradas Alcântara Machado
Laboratório de Redação III
Jornalismo
Profa Ana Tereza Pinto de Oliveira
Fevereiro/2015
M. C. Escher – Drawing hands (1948)
�
Curso: Comunicação Social 
Habilitação: Jornalismo
Disciplina: Laboratório de Redação III
Carga Horária: 80h
Período: 3º 
Ano: 2015
Semestre: 1
Ementa
Produção oral e escrita de textos voltados para o jornalismo. Enfatizam-se a os gêneros opinativos (editorial, artigo, resenha e crônica) e os gêneros informativos (notícia, reportagem (escolas norte-americana e europeia), perfil, entrevista, infográfico e release. A coesão e a coerência, a legibilidade (clareza, concisão, propriedade e precisão vocabulares) e a correção serão estudadas a partir da revisão sistemática dos níveis ortográfico, morfossintático, semântico e estilístico da língua portuguesa aplicada ao texto e da leitura de textos jornalísticos.
Objetivos 
Gerais: o aluno deverá ser capaz de:
•	entender e valorizar a linguagem verbal, tanto na instância da produção quanto na da recepção, como meio de organização do pensamento e instrumento indispensável da comunicação humana;
•	valorizar a leitura não apenas como atividade lúdica, mas sobretudo como recurso de ampliação de vocabulário e de aquisição de conhecimento.
Específicos: desenvolver no aluno as habilidades de:
•	produzir textos orais e escritos de forma clara, concisa, precisa, objetiva, criativa e correta, sabendo utilizar as possibilidades que a língua oferece e adequando-as ao contexto sociocomunicativo;
•	utilizar-se, com segurança, do instrumental normativo para comunicar-se, de acordo com a situação, segundo o padrão culto.
Conteúdo:
Interação
Apresentação do Plano de Ensino e programação das atividades extraclasse
O texto jornalístico / Apoio funcional: ampliação de vocabulário
Gêneros jornalísticos / Apoio funcional: ampliação de vocabulário
O gênero opinativo: editorial, carta do leitor, artigo / Apoio funcional: conectores lógicos
O gênero opinativo: editorial, carta do leitor, artigo / Apoio funcional: uso da vírgula no período simples 
O gênero opinativo: resenha e crônica / Apoio funcional: uso da vírgula no período composto por coordenação
O gênero informativo: notícia / Apoio funcional: uso da vírgula no período composto por subordinação
O gênero informativo: notícia – escolas norte-americana e europeia/ Apoio funcional: uso da vírgula com orações reduzidas e intercaladas
O gênero informativo: reportagem / Apoio funcional: uso dos demais sinais de pontuação
O gênero informativo: entrevista / Apoio funcional: colocação pronominal
Infografia / Apoio funcional: Verbo – modos, tempos e formas nominais do verbo
Assessoria de imprensa: o release / Apoio funcional: Formas nominais – particípio e gerúndio
Assessoria de imprensa: gerenciamento de crise – o comunicado à imprensa / Apoio funcional: Formas nominais – infinitivo
Aferição de leitura: OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; BARROS, Edgard Oliveira. Quem? Quando? Como? Onde? O quê? Por quê? São Paulo: Plêiade, 2010. // KOTSCHO, Ricardo; DIMENSTEIN, Gilberto. A aventura da reportagem. São Paulo: Summus, 1990.// CARVALHO, Claudia; REIS, Léa Maria Aarão. Manual prático de assessoria de imprensa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.// MAFEI, Maristela. Assessoria de imprensa. São Paulo: Contexto, 2004.
Avaliação regimental
Segunda chamada e vista de provas
Reavaliação
Metodologia
Aulas teóricas e práticas semanais, envolvendo:
- leitura e discussão de textos selecionados;
- oficina de criação de textos;
- correção e comentário dos textos produzidos;
- exercícios gramaticais.
Avaliação 
Avaliação continuada: obtida pela aplicação de diversos instrumentos de avaliação, visando identificar o estágio de desenvolvimento do aluno e motivá-lo a avançar no processo de aprendizagem: exercícios orais e escritos, participação em sala de aula, resenhas, apresentação de produto midiático (3 pontos).
Avaliação regimental: conteúdo programático (7 pontos).
Bibliografia básica
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. 
KOTSCHO, Ricardo; DIMENSTEIN, Gilberto. A aventura da reportagem. São Paulo: Summus, 1990.
SOUZA, Luiz Marques de. Compreensão e produção de textos. Petrópolis: Vozes, 2010
Bibliografia complementar: 
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa. São Paulo: ABL, 2009. Disponível em: <http://academia.org.br/vocabularioortografico)>.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. São Paulo: Ática, 1990.
LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2001.
MAFEI, Maristela. Assessoria de imprensa. São Paulo: Contexto, 2004.
RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação.Rio de Janeiro: Campus, 2001.
�
SUMÁRIO
61		�
61.1	O TEXTO JORNALÍSTICO	�
61.2	APOIO FUNCIONAL: Vocabulário	�
142		�
142.1	GÊNEROS JORNALÍSTICOS	�
142.2	APOIO FUNCIONAL: VOCABULÁRIO	�
203		�
203.1	O GÊNERO OPINATIVO: editorial, carta do leitor, artigo	�
233.2	APOIO FUNCIONAL: conectores lógicos	�
294		�
294.1	GÊNERO OPINATIVO: resenha e crônica	�
294.2	APOIO FUNCIONAL: PONTUAÇÃO – uso da vírgula no período simples	�
385		�
385.1	O GÊNERO INFORMATIVO: notícia	�
385.2	APOIO FUNCIONAL: PONTUAÇÃO – uso da vírgula no período composto por coordenação	�
416		�
416.1	O GÊNERO INFORMATIVO: escolas jornalísticas	�
416.2	APOIO FUNCIONAL: PONTUAÇÃO – uso da vírgula no período composto por subordinação	�
477		�
477.1	O GÊNERO INFORMATIVO: reportagem	�
477.2	APOIO FUNCIONAL: PONTUAÇÃO – uso da vírgula com as orações reduzidas e intercaladas	�
518		�
518.1	O GÊNERO INFORMATIVO: perfil	�
518.2	APOIO FUNCIONAL: PONTUAÇÃO – uso dos demais sinais de pontuação	�
579		�
579.1	o gênero informativo: entrevista	�
579.2	APOIO FUNCIONAL: COLOCAÇÃO PRONOMINAL	�
10.		62
10.1 INFOGRAFIA	62
10.2	APOIO FUNCIONAL: VERBO – Modos, tempos e formas nominais do verbo................................................................................................................................................................7211	................................................................................................................................................................76
11.1 ASSESSORIA DE IMPRENSA: release...........................................................................................76
8211.2	APOIO FUNCIONAL: formas nominais – particípio e gerúndio	�
12	.................................................................................................................................................................86
8612.1	ASSESSORIA DE IMPRENSA: comunicado	�
12.2	APOIO FUNCIONAL: Formas nominais – infinitivo	91
94BIBLIOGRAFIA	�
95Pequeno glossário de comunicação jornalística	��
1	
1.1	O TEXTO JORNALÍSTICO
1.2	APOIO FUNCIONAL: Vocabulário
(	O TEXTO JORNALÍSTICO
Princípios que norteiam o texto jornalístico:
(	concisão: a concisão é uma exigência do leitor que não tem tempo a perder;
(	simplicidade: a simplicidade deriva da necessidade do jornalismo de ampliar ao máximo seu espectro de público potencial;
(	comunicabilidade: a boa comunicabilidade propicia ao leitor a rápida assimilação do texto;
(	adequação ao perfil do leitor: o discurso jornalístico procura colocar-se no nível de seu leitor típico, isso inclui ajustar o repertório, a competência linguística, a sociabilidade;
(	respeito ao padrão culto da língua: essa regra é uma função da busca de sociabilidade.
Regras práticas do discurso jornalístico
Dê preferência aos substantivos e verbos. 
Evite adjetivos e advérbios. 
Palavras curtas, frases curtas, parágrafos curtos, textos curtos. 
Evite neologismos, arcaísmos, regionalismos, palavras chulas, gírias,jargões, raridades e modismos. 
Use ordem direta = S+V e CV+AA 
	sujeito (quem?) + verbo e complemento verbal (o quê?) + adjunto adverbial (quando?/ onde?/ como?/ por quê?)
Use uma frase para cada ideia. 
Não repita ideias, palavras, estruturas sintáticas. 
Busque o equilíbrio entre o discurso formal e o coloquial. 
Não use clichês. 
Use frases afirmativas, em vez de negativas. 
Use voz ativa. Evite a passiva. 
O texto a seguir está disponível em: http://www.tvl1.com.br/index.php/component/k2/item/196-noticias-a-materia-prima-do-jornalismo. 
A notícia é um formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos. É a matéria-prima do Jornalismo, normalmente reconhecida como algum dado ou evento socialmente relevante que merece publicação numa mídia. Fatos políticos, sociais, econômicos, culturais, naturais e outros podem ser notícia se afetarem indivíduos ou grupos significativos para um determinado veículo de imprensa. Geralmente, a notícia tem conotação negativa, justamente por ser excepcional, anormal ou de grande impacto social, como acidentes, tragédias, guerras e golpes de estado. Notícias têm valor jornalístico apenas quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas previamente por nenhum veículo. A "arte" do Jornalismo é escolher os assuntos que mais interessam ao público e apresentá-los de modo atraente. Nem todo texto jornalístico é noticioso, mas toda notícia é potencialmente objeto de apuração jornalística.
Quatro critérios de noticiabilidade influenciam na qualidade da notícia:
novidade: a notícia deve conter informações novas, e não repetir as já conhecidas; 
proximidade: quanto mais próximo do leitor for o local do evento, mais interesse a notícia gera, porque implica mais diretamente na vida do leitor; 
tamanho: tanto o que for muito grande quanto o que for muito pequeno atrai a atenção do público; 
relevância: notícia deve ser importante, ou, pelo menos, significativa. Acontecimentos banais, corriqueiros, geralmente não interessam ao público. 
Notícias chegam aos veículos de imprensa por meio de repórteres, correspondentes, agências de notícias e assessorias de imprensa. Eventualmente, amigos e conhecidos de jornalistas fornecem denúncias, sugestões de pauta, dicas e pistas, às vezes no anonimato, pelo telefone ou por "e-mail".
Trabalho do jornalista
A atividade primária do Jornalismo é a observação e descrição de eventos, conhecida como reportagem
"O quê?" – O fato ocorrido. 
"Quem?" – O personagem envolvido. 
"Quando?" – O momento do fato. 
"Onde?" – O local do fato. 
"Como?" – O modo como o fato ocorreu. 
"Por quê?" – A causa do fato. 
A essência do Jornalismo, entretanto, é a seleção e organização das informações no produto final (jornal, revista, programa de TV etc.), chamada de edição.
O trabalho jornalístico consiste em captação e tratamento escrito, oral, visual ou gráfico, da informação em qualquer uma de suas formas e variedades. O trabalho é normalmente dividido em quatro etapas distintas, cada qual com suas funções e particularidades: pauta, apuração, redação e edição.
A pauta é a seleção dos assuntos que serão abordados. É a etapa de escolha sobre quais indícios ou sugestões devem ser considerados para a publicação final. 
A apuração é o processo de averiguar informação em estado bruto (dados, nomes, números etc.). A apuração é feita com documentos e pessoas que fornecem informações, chamadas de fontes. A interação de jornalistas com suas fontes envolve frequentemente questões de confidencialidade. 
A redação é o tratamento das informações apuradas em forma de texto verbal. Pode resultar num texto para ser impresso (em jornais, revistas e sites) ou lido em voz alta (no rádio, na TV e no cinema). 
A edição é a finalização do material redigido em produto de comunicação, hierarquizando e coordenando o conteúdo de informações na forma final em que será apresentado. Muitas vezes, é a edição que confere sentido geral às informações coletadas nas etapas anteriores. No jornalismo impresso (jornais e revistas), a edição consiste em revisar e cortar textos de acordo com o espaço de impressão predefinido. A diagramação é a disposição gráfica do conteúdo e faz parte da edição de impressos. No radiojornalismo, editar significa cortar e justapor trechos sonoros junto a textos de locução, o que no telejornalismo ganha o adicional da edição de imagens em movimento. 
Estas três mídias citadas têm limites de espaço e tempo predefinidos para o conteúdo, o que impõe restrições à edição. No chamado webjornalismo, ciberjornalismo ou "jornalismo online", estes limites teoricamente não existem.
A inexistência destes limites começa pela potencialidade da interação no jornalismo online, o que provoca um apagamento entre as fronteiras que separam os papéis do emissor e do receptor, anunciando a figura do interagente. Esta prática tem se difundido como jornalismo open source, ou o jornalismo de código aberto, em que informações são apuradas, redigidas e publicadas pela comunidade sem a obrigação de serem submetidas às rígidas rotinas de produção e às estruturas organizacionais das empresas de comunicação.
De acordo com a pesquisadora Catarina Moura, da Universidade da Beira Interior (Portugal), jornalismo open source "implica, desde logo, permitir que várias pessoas (que não apenas os jornalistas) escrevam e, sem a castração da imparcialidade, deem a sua opinião, impedindo assim a proliferação de um pensamento único, como o pode ser aquele difundido pela maioria dos jornais, cuja objectividade e imparcialidade são muitas vezes máscaras de um qualquer ponto de vista que serve interesses mais particulares que apenas o de informar com honestidade e isenção o público que os lê".
Mídias e veículos de imprensa
O Jornalismo é realizado em uma grande variedade de mídias: jornais, televisão, rádio e revistas, além do mais recente jornalismo online na Internet. Cada tipo de mídia define um determinado suporte, ou seja: papel, som, celuloide ou vídeo, por radiodifusão ou teledifusão eletrônicas.
O texto
O produto da atividade jornalística é geralmente materializado em textos, que recebem diferentes nomenclaturas de acordo com sua natureza e objetivos. Uma matéria é o nome genérico de textos informativos resultantes de apuração, incluindo notícias, reportagens e entrevistas. Um artigo é um texto dissertativo ou opinativo, não necessariamente sobre notícias nem necessariamente escrito por um jornalista.
Redatores geralmente seguem uma técnica para hierarquizar as informações, apresentando-as no texto em ordem decrescente de importância. Esta técnica tem o nome de pirâmide invertida, pois a "base" (lado mais largo, mais importante) fica para cima (início do texto) e o "vértice" (lado mais fino, menos relevante) fica para baixo (fim do texto). O primeiro parágrafo, que deve conter as principais informações da matéria, chama-se lead (do inglês, principal). 
As matérias apresentam, quase sempre, relatos de pessoas envolvidas no fato, que servem para tanto validar (por terceiros) as afirmativas do jornal (técnica chamada de documentação) quanto para provocar no leitor a identificação com um personagem (empatia�). No jargão jornalístico, os depoimentos destes personagens chamam-se aspas.
Apesar de as matérias serem geralmente escritas em estilo sucinto e objetivo, devem ser revisadas antes de serem publicadas. O profissional que exerce a função de revisão, hoje figura rara nas redações, é chamado de revisor ou copy-desk.
Tipos de texto jornalístico
1	Factuais
	Notícia – de caráter objetivo, compõe-se do lead e do corpo: 
no lead tenta-se responder a seis perguntas: quem, o quê, onde, quando, por quê, como. A ausência de resposta a essas perguntas pode dever-se a dados não apurados; 
no corpo da notícia desenvolve-se gradualmente a informação em cada parágrafo, por isso a informação é cada vez mais detalhada. 
Matéria – todo texto jornalístico de descriçãoou narrativa factual. Dividem-se em matérias "quentes" (sobre um fato do dia, ou em andamento) e matérias "frias" (temas relevantes, mas não necessariamente novos ou urgentes). Existem ainda os seguintes subtipos de matérias: 
matéria leve ou feature – texto com informações pitorescas ou inusitadas, que não prejudicam ou colocam ninguém em risco; muitas vezes este tipo de matéria beira o entretenimento; 
suíte – é uma matéria que dá sequência ou continuidade a uma notícia, seja por desdobramento do fato, por conter novos detalhes ou por acompanhar um personagem; 
perfil – texto descritivo de um personagem, que pode ser uma pessoa ou uma entidade, um grupo; muitas vezes é apresentado em formato testemunhal; 
entrevista – é o texto baseado fundamentalmente nas declarações de um indivíduo a um repórter; quando a edição do texto explicita as perguntas e as respostas, sequenciadas, chama-se de pingue-pongue;
nota – texto curto sobre algum fato que seja de relevância noticiosa, mas que apenas o lead basta para descrever; muito comum em colunas;
chamada – texto muito curto na primeira página ou capa que remete à íntegra da matéria nas páginas interiores.
2	Opinativos
	Opinião ou Editorial – reflete a opinião do veículo de imprensa (não deve ser assinado por nenhum profissional individualmente) 
Artigo – texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas) 
Crônica – texto que registra uma observação ou impressão sobre fatos cotidianos; pode narrar fatos em formato de ficção 
Resenha – análise crítica e breve de um texto ou livro; recensão. Resenhar significa fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade ou textos e obras culturais.
3. Editorias e Cadernos
O trabalho em redações jornalísticas é geralmente dividido entre editorias temáticas, agrupando os assuntos mais comuns do noticiário. Assim como a classificação dos assuntos adequados a cada editoria pode variar.
Em jornais diários, as editorias podem ser organizadas em Cadernos e Suplementos, que são fascículos de encadernação separada incluídos no conjunto publicado e de periodicidade predeterminada.
Jornais diários de grande circulação e revistas de informação geral normalmente têm as seguintes editorias, que podem também ser tratadas em publicações especializadas:
Geral – não exatamente uma editoria, mas o departamento e a equipe de reportagem e redação que tratam de assuntos diversos, como acidentes, cataclismos, intempéries, tragédias e até crimes (estes normalmente reservados para a página Policial); 
Local ou Cidade – assuntos de interesse local ou regional; 
Nacional ou País – assuntos de outras localidades do país; 
Política – às vezes, agrupada com a anterior; 
Polícia – crimes e assuntos de segurança, às vezes incluindo também ações de Defesa Civil e Bombeiros; 
Internacional – assuntos diversos de política internacional, relações externas, diplomacia, economia internacional, cultura estrangeira e ainda assuntos diversos (como os da Geral) desde que ocorridos no exterior; 
Economia – notícias relacionadas às atividades produtivas do país, região ou cidade onde se localiza o jornal, subdivididas em subeditorias: 
Macroeconomia – políticas de Estado para economia, comércio internacional, diretrizes nacional e internacionais; câmbio e divisas, políticas de integração regional; 
Mercado Financeiro – indicadores financeiros, mercado de ações, bancos; 
Empresas – negociações entre empresas, balanços, expectativas de faturamento; 
Cultura – todas as manifestações culturais da sociedade, Cinema, Teatro, Literatura, Artes Plásticas, Televisão, Música, Quadrinhos, etc.; 
Ciência & Tecnologia – temas de interesse acadêmico-científico e de tecnologia industrial; pesquisas e descobertas científicas, inovações tecnológicas, economia e empresas de setor de alta tecnologia; 
Informática – às vezes editoria autônoma, outras incluída sob a anterior; 
Astronomia ou Espaço – idem; 
Meio Ambiente e Ecologia – idem; 
Esporte – todas as modalidades esportivas, competições, contratações, treinamentos e variedades sobre atletas e personalidades do Esporte; 
Turismo – roteiros de viagem, serviços sobre destinos turísticos; 
Automobilismo – automóveis e outros veículos motorizados, incluindo aquáticos, como lanchas e jet-skis; às vezes, inclui-se até aviação; 
Comportamento, Saúde, Família e Moda – assuntos diversos sobre comportamento social, consumo, relacionamentos, saúde e medicina; 
Educação e Vestibular – temas educacionais, pedagógicos e educativos, auxílio a material didático e pesquisa escolar, calendários de provas de acesso universitário e concursos públicos; 
Infantil e Feminino – cadernos especializados em assuntos estereotipadamente associados a gênero e faixa etária; 
Coluna Social – notas e comentários sobre vida em sociedade, geralmente sobre indivíduos de alto poder aquisitivo e "celebridades"; 
Classificados, Imóveis e Empregos – anúncios pequenos, geralmente pagos por indivíduos. 
Jornais de grande porte também costumam ter editores específicos para a Arte e a Fotografia.
(	APOIO FUNCIONAL: VOCABULÁRIO
	A riqueza vocabular permite a expressão do pensamento de maneira mais clara, fiel, flexível e precisa. Quanto mais variado o vocabulário de um indivíduo, maior a possibilidade de escolha da palavra adequada a um determinado contexto. Veja a diferença sutil de significado entre bonita, bela, linda e formosa. 
	A leitura é, sem dúvida, a principal (e mais agradável) atividade para ampliação do vocabulário, por isso a necessidade de cultivar esse hábito desde cedo. Entretanto à leitura deve associar-se a prática constante da redação, pois só se domina o sentido das palavras quando estas passam a fazer parte do vocabulário ativo, quando você passa, efetivamente, a empregá-las. O uso constante do dicionário, sobretudo de sinônimos e antônimos, também deve incorporar-se ao seu cotidiano.
	Para evitar a repetição de palavras (e assegurar a coesão dos textos), existem sinônimos (ou quase-sinônimos, uma vez que não existe o sinônimo perfeito), antônimos, hiperônimos e hipônimos. 
	Hiperônimo é o termo cujo significado é mais genérico. Por exemplo, móvel está numa relação de hiperonímia com mesa, ou seja, é mais genérico. O mesmo se pode dizer de talher em relação a faca.
Hipônimo é o termo cujo significado é menos genérico. Por exemplo, mesa está numa relação de hiponímia com móvel, ou seja, é menos genérico. O mesmo se pode dizer de faca em relação a talher.
Exercícios
1) Redistribua as seguintes palavras, partindo do mais geral (hiperônimo) para o mais específico (hipônimo)�:
a) mecânico, operário, trabalhador, torneiro
b) gado, animal, vaca, Mimosa, quadrúpede, mamífero
c) casa, cidade, continente, bairro, rua, estado, país
d) Chevrolet, veículo, carro, Impala
e) geografia, potamografia, geografia física, afluentes do Amazonas, rio Negro
2) Troque as palavras repetidas por um hiperônimo:
a) Acabamos de receber vinte termômetros clínicos. Os termômetros clínicos deverão ser encaminhados ao departamento de pediatria.
b) Comprei um novo computador. O computador, no entanto, já começou a apresentar defeitos.
c) Araras, tucanos e galos-da-serra estão sendo contrabandeados para a Europa. Como as araras, tucanos e galos-da-serra são frágeis, muitos deles morrem durante o transporte.
3) Forme pares de oposição, fazendo corresponder os nomes da primeira coluna coincidirem com os da segunda:
	Foz
Sincero
Franzino
Semelhante
Recusar 
Avançar
Além
Indigência
Frívolo
Essencial
Inflação
Imbecil
Prólogo
Amainar
Letargia
Bastardo
Efeito
Paulatino
Supérfluo
Modéstia
	1- Hipócrita
2- Diferente
3-Nascente
4- Forte
5- Aceitar
6- Recuar
7- Aquém
8- Sagaz
9- Epílogo
10- Acessório
11- Deflação
12- Opulência
13- Útil
14- Agitar
15- Necessário
16- Rápido
27- Vaidade
18- Rapidez
19- Legítimo
20- Causa
4) Relacione os adjetivos com as particularidades humanas:
(1) ímpeto vandálico				( ) que se deixa subornar
(2) homem fleumático (ou fleugmático) 	( ) que é inflexível
(3) pessoa ignóbil 				( ) que tem competência
(4) pessoa cortês 				( ) que tem agilidade
(5) solteirão taciturno 			( ) que destrói tudo
(6) governo arbitrário 			( ) que não tem nobreza
(7) nadador destro 				( ) que tem frieza de ânimo
(8) sujeito venal 				( ) que não aceita restrições
(10) indivíduo obstinado 			( ) que fala pouco
5) Assinale o sinônimo exato de cada palavra;
a) ceticismo ou cepticismo		b) elasticidade			c) aspiração
( ) indiferentismo			( ) animosidade		( ) expiração
( ) negativismo			( ) eficiência			( ) transpiração
( ) descrença			( ) flexibilidade		( ) inalação
d) nebuloso				e) rígido			f) rijo
( ) descolorido			( ) frígido			( ) idôneo
( ) turvo				( ) rápido			( ) vigoroso
( ) perturbado			( ) duro			( ) fleugmático
6) Relacione as colunas:
(1) controvérsia 	( ) ato que designa o curso de um processo, segundo as regras
(2) erário		( ) ajuste, pacto, convênio
(3) monopólio		( ) ação ou resultado de coagir; coação, ação de reprimir
(4) plenário		( ) fiscalização de tributos; fazenda pública
(5) tramitação		( ) contribuição pecuniária dada a uma instituição; auxílio, ajuda
(6) impugnação	( ) conjunto de atos e diligências com que se pretende apurar alguma 
 coisa
(7) sanção		( ) crime contra os costumes, favorecendo a prostituição
(8) revogação 		( ) assembleia ou tribunal em que tomam parte todos os 
 membros
(9) subsídio		( ) aprovação por alguma autoridade; aprovação dada a uma lei pelo 
 chefe de Estado
(10) convenção	( ) vantagem exclusiva dos indivíduos de determinado grupo; 
 privilégio, regalia
(11) sindicância	( ) debate, contestação; polêmica
(12) lenocínio		( ) privilégio exclusivo, açambarcamento
(13) prerrogativa	( ) contestação, refutação
(14) coerção		( ) anulação, extinção, invalidação
7) Quais são os antônimos?
(1) real, verdadeiro					( ) incongruente 
(2) intemperante, descomedido, imoderado		( ) ufano
(3) congruente, apropriado, conveniente		( ) abstêmio
(4) atraente, alegre, festivo				( ) hígido
(5) fácil, leve, suave					( ) quimérico 
(6) longo, extenso, prolixo				( ) árduo
(7) legítimo, legal, genuíno				( ) tétrico
(8) incerto, obscuro, inevidente			( ) espúrio 
(9) modesto, despretensioso				( ) óbvio 
(10) doentio, mórbido, débil				( ) lacônico
(11) reduzido ao essencial; em poucas palavras;	( ) sub-reptício
preciso, sucinto, resumido
(12) que usa palavras em demasia ao falar ou	( ) prolixo
escrever; que não sabe sintetizar o pensamento 
(13) feito às ocultas; furtivo, dissimulado		( ) conciso
8) Agora preencha os espaços com os antônimos encontrados:
1) Por motivos 				, deixou de manifestar-se.
2) Os missionários vão cumprir junto aos desabrigados uma 			tarefa.
3) Sinto-me 				de ver minha pátria engrandecida.
4) Agrada-nos ver um animal de aspecto				, bem de saúde.
5) É um disparate; sua vida está 				com o que ele ensina.
6) Ele é um homem 				; não fuma nem bebe.
7) Disse-me num 				bilhete o que outros me diriam com muitas palavras.
8) O comércio 				teme as fiscalizações rigorosas.
9) Aquela noite tempestuosa tinha um 				aspecto.
10) O mundo 				de Júlio Verne não tardou em tornar-se realidade.
11) Seu estilo				provocava tédio na plateia.
12) Agia às escondidas, de modo					.
13) Tem um estilo sintético, econômico				.
Relação de alguns dicionários:
AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Dicionário analógico da língua portuguesa: ideias afins. 2. ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2010.
BARBOSA, Osmar. Como adquirir um poderoso vocabulário em 30 dias. 8. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1979.
CALDAS AULETE. Dicionário eletrônico. Rio de Janeiro: Lexicon.
Fernandes, Francisco. Dicionário de sinônimos e antônimos da língua portuguesa. 39. ed. São Paulo: Globo, 2000.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico Houaiss. Rio de Janeiro: Instituto Houaiss/Objetiva, 2009.
Novo Dicionário Aurélio versão 6.0 - Dicionário Eletrônico - Conforme a Nova Ortografia [CD-ROM], Positivo Informática, 2009.
POLITO, André G. Michaelis – dicionário de sinônimos e antônimos. São Paulo: Melhoramentos, 2005.
�
2	
2.1	GÊNEROS JORNALÍSTICOS
2.2	APOIO FUNCIONAL: VOCABULÁRIO
(	GÊNEROS JORNALÍSTICOS
A principal função do texto jornalístico é informar de maneira clara, precisa, objetiva e imparcial. Porém, no domínio jornalístico – tomado como uma forma de comunicação social específica, com suas características, finalidade e gêneros discursivos próprios –, distinguem-se duas grandes categorias: o jornalismo informativo e o jornalismo opinativo, que produzem dois efeitos – o fazer saber e o fazer crer, respectivamente. Atualmente, uma terceira categoria (polêmica) começa a delinear-se, sobretudo em televisão – o infotainment (information+entertainment). Junção de jornalismo e entretenimento, tem como objetivo aumentar a popularidade e a audiência de programas midiáticos. São exemplos de infotainment o CQC e alguns programas esportivos
Ao gênero informativo pertencem os gêneros nota, notícia, reportagem, perfil, entrevista; ao opinativo, editorial, artigo, resenha, crônica, carta do leitor. 
O jornalismo informativo se pauta pela imparcialidade, pela objetividade; e o opinativo, pela subjetividade, pois emite uma opinião sobre um fato. Ambos, no entanto, primam pela linguagem clara, pela concisão, por frases curtas, pela precisão vocabular e pela correção gramatical.
Quanto à função desses gêneros, a notícia informa, por exemplo, que houve um “rolezinho” num shopping de São Paulo; a reportagem interpreta, contextualiza, dá detalhes, apoia-se em fontes especializadas para explicar por que houve esse “rolezinho”; o artigo, o editorial, o comentário opinam com base em argumentos, apoiando o “rolezinho” ou condenando-o.
Veja a diferença entre a notícia (informativa, direta, objetiva, esquema de pirâmide invertida) e o artigo (opinativo, subjetivo).
Deputado quer proibir transmissão de lutas de MMA pela televisão
Projeto de lei apresentado pelo deputado José Mentor (PT-SP) defende que programas como o UFC sejam proibidos em canais abertos ou pagos brasileiros
Mesmo depois da popularização do MMA no Brasil, a polêmica sobre o caráter do esporte, que muitos consideram violento, continua. A discussão foi parar na Câmara dos Deputados, onde tramita um Projeto de Lei que proíbe a transmissão de lutas marciais não olímpicas na TV.
Na última terça-feira, o Projeto de Lei foi discutido durante um seminário na Câmara. Caso seja aprovado, a emissora que veicular lutas de MMA estará sujeita a uma multa de R$ 150 mil, com perigo de o valor dobrar caso o descumprimento da norma ocorra novamente. A proposta prevê ainda a perda de concessão pública do canal se a infração ocorrer pela terceira vez.
O idealizador do projeto, o deputado José Mentor (PT-SP), defende há alguns anos a supressão de programas como o UFC, maior evento de MMA do mundo, da televisão brasileira, em canais abertos ou pagos.
"É importante tirar essa luta da TV, porque a única lição que ela propagandeia é a violência. São golpes violentos, joelhadas, onde o sangue é o suor, como dizem aqueles que gostam do MMA", afirmou o deputado à reportagem da Agência Brasil. (...)
Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/08/esportes/lutas/1458543-deputado-quer-proibir-transmissao-de-lutas-de-mma-pela-televisao.html.Acesso em 27 dez. 2013
Proibir o mensalão, não o MMA
Juca Kfouri
Que o MMA é sinônimo de barbárie, falta de civilidade e não é esporte nem aqui nem no quinto dos infernos é absolutamente óbvio, digam o que quiserem dizer seus adeptos.
Assim como o boxe, uma prática cujo objetivo é privar o rival de seus sentidos, não pode ser saudável, por mais que o treinamento possa ser.
Não se discute aqui tratar-se de uma prática em que os competidores estão de acordo em dela participar, na qual existem regras e busca de equilíbrio entre as partes.
Mas, de todo modo, um atentado à busca de civilidade, uma volta ao homem das cavernas, um estímulo aos piores instintos da raça humana.
E argumentos do tipo que defendem a falsa ideia de que, por exemplo, trata-se de prática menos violenta que o futebol, são simplesmente risíveis, típicas de quem já tomou tanta pancada na cabeça e perdeu milhões de neurônios.
“Ah, torcedores morrem em batalhas muito piores”, confundem alhos com bugalhos, como se o objetivo do futebol fossem tais descalabros.
Tudo isso para dizer que a tentativa do deputado do PT de São Paulo, José Mentor, em proibir a transmissão das lutas beira a simples insanidade autoritária.
Ele argumenta que, se até rinha de galo é proibida, mais sentido faz proibir seres humanos se engalfinhando, esquecido de que aos animais falta o livre-arbítrio e que alguém precisa zelar por eles.
Sim, não se sabe de um galo que tenha concordado em participar de rinhas.
Em vez de ser mentor de práticas obscurantistas por mais selvagem que seja o MMA, deveria o deputado se preocupar com suas relações mais íntimas, tais como as com o empresário Marcos Valério, o trem-pagador do mensalão, algo que manchou definitivamente a carreira do parlamentar.
Porque ainda pior que o vale-tudo foi o vale-rioduto…
Disponível em: http://blogdojuca.uol.com.br/2012/03/pribir-o-mensalao-nao-o-mma/. Acesso em: 27 dez. 2013.
(	APOIO FUNCIONAL: VOCABULÁRIO
1) Preencha o espaço com um dos verbos propostos. Depois construa a frase nominal correspondente:
Exemplo: Expor um assunto.
	 A exposição do assunto (frase nominal).
	abordar – expor – suprimir – incrementar – conceder – promulgar� – redigir – promover – exercer – rescindir – prescrever-se� – apurar – expor – emitir – infringir – depredar – persuadir – propor – deflagrar� – fornecer
1)				os atos de exceção.
2)				uma lei rigorosa.
3)				a pele ao sol.
4)				subsídios para a defesa do réu.
5)				uma entrevista.
6)				reformas constitucionais.
7)				uma ideia genial.
8)				as mercadorias numa vitrina.
9)				uma violenta revolução civil.
10)				pareceres.
11)				um assunto importante.
12)				uma resposta à nota do governador.
13)				os depósitos em cadernetas de poupança.
14)				(uma ação penal).
15)				atividades ilícitas.
16)				os votos.
17)				monumentos públicos.
18)				todas as leis do país.
19)				contratos
20)				os jurados.
2) Complete os espaços com as seguintes palavras:
	cabal – arrefecer – resquício – abjeto – chafurdar – arauto – inerente – adunco – cercear – inócuo –altruísmo –canhestra – apanágio – hostil – acervo –assédio – acuidade – acirrar – senil – antídoto 
1) O crime o tornou um ser 					, monstruoso. (vil, desprezível)
2) O 					do museu é valiosíssimo. (grande quantidade de)
3) O episódio					nosso ódio contra todos. (incitar, estimular)
4) Era dono de uma 					auditiva incrível. (agudeza de percepção)
5) Tinha o nariz 					e as barbas ralas. (curvo, revirado)
6) Tudo fazia por puro				, sem visar ao lucro. (amor ao próximo)
7) A clareza é					do espírito francês. (propriedade característica, atributo)
8) As cigarras eram os 				da liberdade e da alegria. (mensageiro, pregoeiro)
9) Sua resposta				nossos ânimos. (esfriar)
10) Fugiu ao				dos jornalistas. (insistência)
11) Deu					desempenho à sua tarefa. (completo, pleno, perfeito)
12) Seu estilo é uma imitação				de Jorge Amado. (desajeitado)
13) Suas atitudes				-lhe a liberdade. (limitar, restringir)
14) Alguns políticos novatos					num ambiente de calúnias e devassidão. (atolar-se, perverter-se)
15) O cansaço estava estampado em seu rosto 			. (envelhecido, velho)
16) O sorriso é 				 às pessoas felizes. (que é próprio ou característico de alguém ou algo, ou a ele intrínseco; específico)
17) Esse plano de salvação não vai funcionar, é inteiramente 				. (que não causa nenhum dano; que não é nocivo, que não tem a força de produzir o efeito que se pretendia) 
18) Tornou-se 			 à religião e fugiu de todas as igrejas. (que demonstra ou exprime oposição, rejeição) 
19) O melhor 				 contra o tédio é o trabalho. (medicamento que neutraliza o efeito de um veneno, (fig.) recurso, solução)
20) Havia 			 de madeira no quintal. (resíduo de algum material ou substância; vestígio) 
3) Escolha o advérbio mais adequado às seguintes maneiras de falar ou expressar-se: 
1) Afirmar algo de maneira sentenciosa e autoritária:
2) Afirmar de maneira terminante e decisiva:
3) Falar sem refletir:
4) Falar sem sofrer castigo ou punição:
5) Expor ideias de maneira superficial e apressada:
6) Dizer com palavras absolutamente necessárias:
7) Dizer com o mínimo de palavras necessárias:
8) Dizer com excesso de palavras:
9) Dizer com palavras que admitem duplo sentido:
10) Dizer com palavras que não expressam as ideias de maneira clara:
11) Expressar-se com ardor e entusiasmo:
12) Falar com o mesmo respeito que se deve às coisas sagradas, às pessoas idosas:
13) Concordar sem dizer palavra:
14) Falar sem cuidado, sem interesse:
15) Falar com humildade ou submissão:
16) Falar com orgulho ou insolência:
	tacitamente – insensatamente – displicentemente – submissamente – dogmaticamente – impunemente – peremptoriamente – perfunctoriamente – reverentemente – concisamente – veementemente – laconicamente – ambiguamente – prolixamente – arrogantemente – obscuramente 
4) Relacione a primeira coluna à segunda:
(1) rio				( ) viril
(2) chuva			( ) bélico
(3) gato			( ) pluvial
(4) marfim			( ) ebúrneo
(5) prata			( ) cutâneo
(6) ouro			( ) felino
(7) pele			( ) áureo
(8) homem			( ) argênteo
(9) guerra 			( ) fluvial
5) Preencha as lacunas com a palavra mais adequada na seguinte relação:
	observar – contemplar – avistar – enxergar – distinguir – ver – olhar – fitar – espionar
1) Tentava _______________________ na escuridão alguma forma, mas nada conseguia ________________.
2) Cabral chegou a ____________________ alguns montes de terra.
3) O artista quis _____________________ por mais alguns minutos a bela estátua.
4) Nada conseguia ___________________________ na escuridão.
5) Pretendia seguir o criminoso, tentaria ___________________ a distância os seus passos.
6) O namorado queria ____________________ os olhos da amada, mergulhar naquele azul.
7) O oculista mandou-o ________________________ para o quadro de letras na parede.
8) No microscópio, pôde _____________________ as asas do inseto.
6) Substitua o verbo fazer por outros de significado mais específico:
Ex.: A árvore faz sombra na parede. – A árvore projeta sombra na parede.
1) Ontem meu irmão fez dez anos.
2)O governo vai fazer as escolas prometidas.
3) O ministro fez a carta em pedacinhos.
4)Ele se fez de bobo.
5) Maria fez o jantar.
6) A empregada fez a cama bem cedo.
7) Não devemos fazer mal a ninguém.
8) Fizemos seis pontos na loteca.
9) Fez a barba de manhã.
10) O policial fez o assaltante recuar.
7) É muito comum o uso de certas palavras que, pelo caráter genérico do seu significado, poderiam dar lugar a outras, bem mais apropriadas. Nas frases a seguir, procure substituir as palavras destacadas por outras de sentido mais preciso:
a) Para essa doença tenho um remédio muito bom.
b) Ele estava doente, mas já ficou bom.
c) Eu acho a manga umafruta boa, mas prefiro o pêssego.
d) Respeito é bom e eu gosto.
e) Ele acabou fazendo um bom acordo.
8) Leia o seguinte trecho:
	Quatro décadas atrás, a Coreia do Sul desfrutava uma situação bem menos favorável que a do Brasil. Com a economia em frangalhos e uma população iletrada, era um país paupérrimo, desprovido de recursos naturais e, aparentemente, sem futuro. (Exame, 17/7/96, p. 43)
a) Procure, no dicionário, os diferentes significados do verbo desfrutar.
b) Algum desses sentidos cabe no contexto em que o verbo foi usado no trecho da revista Exame?
c) Que verbo seria mais apropriado no lugar de desfrutava nesse trecho?
9) Preencha as lacunas com uma das seguintes palavras:
	comunicar – informar – declarar – avisar – participar
1) O diretor decidiu 					a resolução a todos.
2) A enfermeira achou melhor 				sobre os riscos da operação.
3) Queremos 				a todos o nosso casamento.
4) A testemunha resolveu 				o que havia ouvido.
5) Desejamos 					aos empregados que o salário deste mês será pago com atraso.
10) Preencha as lacunas com uma das seguintes palavras:
	Abaixar – rebaixar – baixar
1) O governo não conseguiu 						 a inflação.
2) Decidiu 						o teto da sala.
3) O general devia 					os militares acusados.
4) Tinha de 					a cabeça para passar pela porta.
11) (FGV) 
As questões de analogia aferirão sua habilidade em descobrir a relação entre palavras e em aplicar essa relação a outras palavras. Embora o teste de analogia verbal seja, em certa medida, um indicador de seu vocabulário, ele afere essencialmente sua habilidade em raciocinar. Em Matemática, esse tipo de situação é expresso como um problema de proporção, por exemplo: 2: 4 :: x : y. A seguir, tendo por base a relação existente entre as duas primeiras palavras, assinale a letra que corresponde à alternativa correta:
I - Semente : princípio ::
a) luz : noite 			c) bactéria : embrião
b) germe : infecção		d) origem : causa
II – Plástico : sensível ::
a) suave : brando		 c) branco : preto
b) quente : frio 		d) nulo : ótimo
III – Eminente : obscuro ::
a) razoável : sensato		c) notável : famigerado�
b) brilhante : insignificante 	d) tolo : estulto
IV – Aliciar : persuadir ::
a) arriscar : perder		c)subir : cair
b)chegar : ficar		d) atrair : induzir
V – Adiar : postergar ::
a) andar : parar		c) ficar : permanecer
b) pernoitar : acordar		d) sorrir : chorar		
VI – Selo : filatelia ::
a) ermo : povoado		c) falaz : carola
b)beato : carola		d) moeda : numismática
VII – Constelação : estrela ::
a) esteira : trilha		c) livro : folha
b) continente : ilha		d) afluente : arquipélago
VIII – Empreitada : tarefa ::
a) espreita : vigia		c) constituinte : assembleia
b) emboscada: atalaia�		d) construção : discurso
12) Escolha na relação abaixo o adjetivo que melhor caracterize as ações, movimentos, gestos ou atitudes de�:
	Dançarino ( ) 		(1)
ginasta ( ) 
roda-gigante ( )
lebre ( )
investida de um touro ( )
prestidigitador ( )
bêbado ( ) 
criança levada ( )
cavalo novo ( )
cavalo respirando de cansaço ( )
queda de árvore frondosa ( )
serpente ( )
respiração de pessoas idosas ( )
torneira pingando ( )
bandeira hasteada exposta ao vento ( )
vela de embarcação ( )
sangue nas veias ( )
	(1) lépido
(2) cadenciado, compassado, ritmado
(3) impetuoso
(4) ágil
(5) giratório
(6) cambaleante
(7) irrequieto
(8) fogoso
(9) violento
(10) resfolegante
(11) tremulante
(12) ofegante, arquejante
(13) entufado
(14) coleante
(15) latejante
(16) gotejante
(17) hábil, destro
�
3	
3.1	O GÊNERO OPINATIVO: editorial, carta do leitor, artigo
3.2	APOIO FUNCIONAL: conectores lógicos
(	O GÊNERO OPINATIVO: editorial, carta do leitor e artigo
Para Luiz Beltrão� é a opinião que “valoriza e engrandece a atividade do jornalista, pois quando expressa com honestidade e dignidade, com a reta intenção de orientar o leitor, sem tergiversar ou violentar a sacralidade das ocorrências, se torna fator importante na opção da comunidade pelo mais seguro caminho à obtenção do bem-estar e da harmonia social”.
O texto opinativo pressupõe um autor que tenha credibilidade, que esteja autorizado, por seu reconhecimento na sociedade, a emitir seu julgamento crítico. A valoração dos acontecimentos emerge de quatro núcleos: a) empresa, b) o jornalista, c) o colaborador e d) o leitor, constituindo, respectivamente, o editorial, o comentário, o artigo e a carta do leitor 
Editorial
Trata-se de um texto jornalístico opinativo, publicado, normalmente, sem assinatura e referente a assuntos ou acontecimentos locais, nacionais ou internacionais de maior relevância. É a “opinião” do jornal ou da revista, representa seu ponto de vista, sua ideologia e o próprio modo de fazer jornalismo. 
Freio de desarrumação
Sem anúncio prévio ou justificativa oficial, sem negociar com instituições envolvidas ou avisar jovens interessados, o governo federal decidiu mudar as regras para o financiamento do ensino superior.
Por meio de três portarias no final de dezembro, o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu, por exemplo, que o subsídio estatal será concedido apenas a quem obtiver uma nota mínima no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Fixou, ademais, um novo calendário para os repasses do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Agora, entidades que tiverem pelo menos 20 mil matrículas bancadas por verbas públicas receberão pagamentos com intervalo mínimo de 45 dias – antes eram mensais.
Ao final do ano, terão sido pagas as mensalidades de janeiro a julho. As demais devem ser reembolsadas somente em 2016.
Se as inovações do MEC se limitassem ao campo dos critérios para concessão do benefício, talvez fosse possível debater as medidas sob a perspectiva de um necessário aprimoramento do Fies.
Enquanto a exigência de uma pontuação mínima é bem-vinda por catalisar melhorias do corpo discente, outros mecanismos poderiam ter sido adotados para desestimular a procura por carreiras saturadas e incentivar inscrições em cursos estratégicos.
Contudo, a modificação no fluxo de pagamentos revela a verdadeira motivação do governo: diminuir os gastos federais para recuperar as combalidas contas públicas.
Não se discute a necessidade de reequilibrar o Orçamento. O problema está na falta de transparência e na farsa democrática.
A presidente Dilma Rousseff (PT) reelegeu-se gabando-se da expansão do ensino superior, e o Fies contribuiu para isso. Destinado a camadas sociais intermediárias, cobra juros de 3,4% anuais, entre outras condições generosas.
De 2010, quando 76 mil alunos recorreram ao programa, a 2014, quando cerca de 700 mil o fizeram, são mais de 1,8 milhão de contratos de financiamento na rede privada. Em valores corrigidos, os desembolsos nesse período saltaram de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,5 bilhões.
Quem votou em Dilma contando com essa agenda terá razão em se sentir traído. As instituições de ensino ainda tentam se articular para reduzir o desfalque, mas um baque na oferta de vagas parece inevitável. Quanto aos novos alunos, estes nem podem se inscrever no Fies, pois o site está fora do ar. 
(Folha de S.Paulo, 20 jan. 2015)
Carta do leitor 
Esse editorial suscitou algumas cartas de leitores (outro gênero opinativo, que, embora não seja escrito por um jornalista, figura nas páginas de jornais e revistas), das quais selecionamos duas. 
x (8227)
A arrogância de burocracia não tem limites. Mudanças frequentes de regras, uma das marcas registradas do país e que servem para afugentar investidores internacionais, existem porque as regras originais são mal feitas, de maneira impensada e sem pesar as consequências, como se a sociedade fosse um enorme balão de ensaio. Se a UNE não tivesse sido comprada, bem que pelo menos poderia emitir algum tipo de comunicado expressando a sua insatisfação.Spina (2563)
O Levy [Joaquim Levy, ministro da Fazenda] está contendo os programas sociais. Por que ele não mexe na estrutura do executivo? Por exemplo, apenas 15 ministérios, acabar com os 22 mil cargos de livre nomeação, vender o avião presidencial, os jatinhos, as mansões, os palácios, os carros que estão à disposição dos ministros...
(Folha de S.Paulo, 20 jan. 2015)
Artigo
Texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas, como políticos, cientistas, filósofos, etc.), o artigo é o gênero que democratiza a opinião no jornalismo, tornando-a não um privilégio da instituição jornalística e de seus profissionais, mas possibilitando seu acesso às lideranças emergentes na sociedade. Não representa, obrigatoriamente, a opinião do veículo (esta, sim, veiculada no editorial). Seus elementos constitutivos são o título, um parágrafo introdutório com a proposição do assunto sobre o qual se tomará uma posição crítica e os argumentos persuasivos, que consistem na tentativa de o emissor levar o leitor a adotar a opinião apresentada. 
Boa de apanhar
Ruy Castro
RIO DE JANEIRO – Sem querer, Dilma Rousseff está realizando um sonho que deve ter passado pela cabeça de muitas mulheres: parecer-se com alguma personagem dos sambas de Chico Buarque. Que mulher não gostaria de ser a Rita, a Madalena, a Carolina, a Bárbara, a Januária, a Joana Francesa, a Ana de Amsterdã? E que mulher não gostaria de ser aquela que desatinou, viu chegar quarta-feira, acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando e continuou sambando? Ou a que ficou diferente, ficou pra lá de pra frente e passou o cara pra trás?
Pena que, em vez daquelas mulheres maravilhosas, a personagem de Chico Buarque com quem Dilma pode estar se identificando neste momento seja a infeliz Geni –mais exatamente, a que aparece nos versos "Joga pedra na Geni / Joga bosta na Geni / Ela é feita pra apanhar / Ela é boa de cuspir".
Desde as eleições, a oposição não lhe dá sossego. Mas, como o PT bem sabe, é para isso que existe a oposição – e, agora, mais do que nunca, com o argumento de que Dilma foi eleita demonizando uma política que ela própria está praticando. Por sinal, muitos que a elegeram estão com ganas de jogar-lhe pedras ao ver seus rendimentos encolherem, os benefícios desaparecerem e os encargos subirem. Os ambientalistas, se pudessem, jogar-lhe-iam bosta. E ela ainda tem de se preocupar com o escândalo da Petrobras, cada vez mais perto do seu quintal.
Como se não bastasse, o PT, sempre cioso do poder, tenta descolar-se do fracasso de seu governo. Acabou o amor – seu antigo "companheiro de armas" José Dirceu, sua ex-ministra Marta Suplicy e até seu atual ministro Juca Ferreira surram-na diariamente, em voz alta e às claras, sob o tonitruante� silêncio de Lula. Pobre Geni, digo Dilma. Ninguém desce de um zepelim para acudi-la.
Dilma deve estar fazendo alguma coisa certa para apanhar tanto.
(Folha de S.Paulo, 28 jan. 2015)
Elabore um artigo para a seguinte notícia
Brasileiro Marco Archer é fuzilado por tráfico de drogas na Indonésia
Antes de morrer, Archer recebeu a última visita da família e foi atendido por um religioso
Foi executado, por fuzilamento, o brasileiro Marco Archer, condenado à morte por tráfico na Indonésia. A execução aconteceu neste sábado (17/1), às 15h31, horário de Brasília, apesar do apelo feito diretamente pela presidente Dilma ao presidente indonésio, Joko Widodo. Archer foi o primeiro brasileiro submetido à pena de morte por um Estado estrangeiro e o primeiro preso executado no governo de Widodo, que assumiu o país em outubro passado. 
De acordo com a execução padrão do país, os presos são encapuzados e têm pés e mãos atadas a um tronco. Eles podem ficar em pé, sentados ou ajoelhados. O fuzilamento é feito logo em seguida por um pelotão composto por 12 soldados, a uma distância de cinco a 10 metros dos condenados. Após os tiros, um médico examina se ocorreu morte, mas, se a pessoa ainda apresentar sinal de vida, um tiro é dado na cabeça. Se o preso tiver origem estrangeiro, como Archer, pode haver o traslado do corpo para o país de origem. 
A execução incluiu outros cinco condenados pelo mesmo crime: um indonésio e quatro estrangeiros de Vietnã, Nigéria, Holanda e Malauí.
Um religioso, que prestou atendimento espiritual a Marco, e a outros cinco condenados à morte na Indonésia, declarou que ele estava resignado com a pena de morte. “Todos eles estão prontos e nenhum deles entrou com pedido de protesto. Disseram que aceitaram nossa decisão legal”, afirmou Hasan Makarim antes das execuções ao Jakarta Post. 
Marco, 53, nasceu no Rio de Janeiro e era instrutor de voo livre. Ele foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína escondidos dentro de uma asa delta. A droga, porém, foi descoberta pelo raio-x do Aeroporto Internacional de Jacarta. Apesar de fugir do aeroporto, Marco foi preso após duas semanas de buscas.
(Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2015/01/17/interna_mundo,466828/brasileiro-marco-archer-e-fuzilado-por-trafico-de-drogas-na-indonesia.shtml. Acesso em: 5 fev. 2015)
(	APOIO FUNCIONAL: CONECTORES LÓGICOS
As relações entre as diferentes partes do texto são estabelecidas por diversos mecanismos linguísticos, dentre os quais destacam-se: a elipse, os pronomes e as conjunções.
(	Elipse
Omissão deliberada de palavra(s) que se subentende(m), com o intuito de assegurar a economia da expressão.
Ex.: O presidente foi o primeiro a criticar o adversário. (O presidente) Fez um discurso inflamado em que (o presidente) analisou o mandato do rival e (o presidente) estabeleceu metas para o final de sua administração. 
(	Pronomes
Vocábulos que podem substituir um substantivo ou um sintagma nominal. 
Ex.: A moça saiu furiosa, ela (a moça) surpreendera o namorado com outra. (ela = pronome pessoal) ou
 A moça, que (a moça) surpreendera o namorado com outra, saiu furiosa. (que = pronome relativo)
 China e Japão tem-se destacado no Oriente. Este (Japão) pelo alto desenvolvimento tecnológico e aquela (China) pela superpopulação. (este, aquela = pronomes demonstrativos)
(	Conjunções
A conjunção é a classe gramatical que serve para unir duas orações, acrescentando a elas uma relação lógica de explicação, de tempo, de condição, de adição, de contrário, etc. As conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas.
(	o período composto por coordenação é assim chamado porque suas orações são independentes, autônomas, isto é, cada uma tem sentido próprio. Elas não funcionam como termos de outra oração, ou seja, não desempenham uma função sintática na outra oração. Ex.: Aumentei o volume da televisão e prestei atenção, mas não consegui ouvir o depoimento do senador.
(	período composto por subordinação: caracteriza-se pela presença de uma oração principal (aquela que contém a declaração principal do período) e de outra oração (ou outras), que é (são) dependente (s) da principal. Dependente, porque exerce uma função sintática dentro da oração principal (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou aposto).
Ex.:
Os professores esperam que o governador cumpra suas promessas depois que eles voltarem ao trabalho.
1ª oração: Os professores esperam - oração principal. 
2ª oração: que o governador cumpra suas promessas - oração subordinada porque funciona como objeto direto da principal (quem espera, espera alguma coisa).
3ª oração: depois que eles voltarem ao trabalho - oração subordinada porque funciona como adjunto adverbial de tempo da oração anterior.
Exercícios
Promova a coesão destes textos:
O urso branco é um animal. O urso branco vive no Polo Norte. O urso branco mede até dois metros de altura. O urso branco chega a pesar 500 quilos. O urso branco está ameaçado de extinção. O aquecimentoglobal está provocando o degelo das calotas polares. 
2)	As revendedoras de automóveis estão equipando cada vez mais os automóveis para vender os automóveis mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se tiver de pagar mais caro pelo automóvel, desiste de comprar o automóvel, e as revendedoras de automóveis têm prejuízo. (in: ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1990.)
3)	Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo ou biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham nas praias do mundo. Segundo uma hipótese corrente, as baleias se suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias praticariam uma espécie de eutanásia instintiva. Segundo outra hipótese corrente, as baleias se desorientariam por influência de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas.
4	 A multimídia é uma tecnologia que combina sons, imagens e textos. No futuro a multimídia apresentará recursos ainda mais sofisticados. Os preços dos equipamentos de multimídia tendem a ficar cada vez menores. Os preços dos equipamentos de multimídia continuarão inacessíveis para a maioria da população brasileira. O poder aquisitivo da maioria da população brasileira é baixo.
Emprego dos pronomes e conectores
Os conectores, elementos usados para fazer a ligação entre as partes do enunciado, estabelecem um determinado tipo de relação entre as orações e dão pistas para a leitura e compreensão dos enunciados. Eles podem ser:
(	conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas: ligam orações independentes, autônomas, que não funcionam como termos de outra oração, isto é, não desempenham uma função sintática na outra oração.
Ex.: Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções, mas não chegamos a nenhum acordo.
(	conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas: os enunciados que apresentam esses conectores caracterizam-se pela presença de uma oração principal (aquela que contém a declaração principal do período) e de outra oração (ou outras), que é (são) dependente(s) da principal. Dependente porque exerce uma função sintática dentro da 
oração principal (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou aposto).
Ex.: Os eleitores esperam que os candidatos cumpram suas promessas quando forem eleitos.
1ª oração: os eleitores esperam – oração principal. 
2ª oração: que os candidatos cumpram suas promessas – oração subordinada porque funciona como objeto direto da principal .
3ª oração: quando forem eleitos – oração subordinada porque funciona como adjunto adverbial de tempo da oração anterior .
(	pronomes relativos: são os que projetam, a uma segunda oração, um termo referido em oração anterior: que (= o/a qual os/as quais ), quem, onde, cujo/cuja/cujos/cujas .
Ex.: As flores que comprei já estão murchas.
Assim, além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido por Othon Moacyr Garcia em seu livro Comunicação em Prosa Moderna:
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente).
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Exercícios
A coesão integra um dos requisitos imprescindíveis à construção de todo e qualquer texto. Há alguns elementos que funcionam como principais agentes nesse processo, com vistas a fazer com que a mensagem se materialize de forma clara e precisa. O texto a seguir carece de tais elementos. Aponte-os.
Muito suor, pouca descoberta
O trabalho do arqueólogo tem emoções, sim. ________ não pense em Indiana Jones, bandidos e tesouros. É verdade _______ os arqueólogos passam um bom tempo em lugares excitantes, como pirâmides e ruínas. ________ as emoções acontecem mesmo é nos laboratórios, _______ _______ identificam a importância das coisas que acharam nos sítios arqueológicos. _______, é preciso persistência para encarar a profissão, _______ os resultados demoram, e muita gente passa a vida estudando sem fazer grandes descobertas. No Brasil, é necessário fazer pós-graduação, ________ não há faculdade de Arqueologia. ________, é preciso gostar de viver sem rotina, _______ o arqueólogo passa meses no laboratório e outros em campo. O prêmio é fazer descobertas que mudam a história. 
(Super for Kids, nº 1)
	porque – mas – eles – portanto – mas – além disso – que – porque – quando
2) Forme períodos compostos com os seguintesenunciados, servindo-se de conectivos adequados às relações exigidas:
2.1.
	a) O trabalhador chegou à fábrica. (ideia principal);
b) O apito já havia soado. (ideia de tempo em relação a a));
c) O trabalhador não ficou preocupado. (ideia de oposição em relação a b));
d) O trabalhador ainda tinha dez minutos para se apresentar na seção. (ideia de causa em relação a c)).
2.2.
	Não é fácil conseguir uma alimentação saudável no dia a dia. (ideia de concessão em relação à ideia principal);
Uma alimentação saudável é essencial para uma vida melhor. (ideia principal);
Uma alimentação saudável fortalece o organismo e o protege de doenças. (ideia de explicação em relação à ideia principal).
3) A partir das três frases que seguem, elabore um só período, articulando-as da maneira que julgar mais adequada. Faça isso três vezes, dando relevância, cada vez, a uma das ideias 
3.1. (in: ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1990.)
a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova Constituição.
b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil.
c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil.
3.2.
a) Alguns atletas consomem anabolizantes.
b) Alguns atletas conhecem a consequência do uso de anabolizantes.
c) Alguns atletas obedecem às exigências de seus treinadores e patrocinadores [eles exigiriam que os atletas consumam anabolizantes].
4. Complete as frases que se seguem recorrendo aos conectores lógicos apresentados, de modo a elaborar um texto coeso.
	na verdade apesar da ou seja bem como além de porque e não
A obra Os Lusíadas é uma “epopeia de imitação”, 				, não pertence ao grupo das “epopeias primitivas”. 				, o modelo da epopéia portuguesa é A Eneida 				 as obras homéricas. 				 existência de um herói individual (Vasco da Gama), o verdadeiro herói é coletivo,			é ao povo português que cabe o protagonismo�. Camões concretizou a feitura de uma obra que exalta o “nobre peito lusitano” 				 demonstrar a riqueza da língua portuguesa. O nosso épico exalta a pátria e os seus feitos, 				as ideias renascentistas.
5) Que alternativa conserva as informações contidas nos cinco períodos a seguir de forma coerente, coesa e gramaticalmente correta?
A baleia jubarte mede até 15 metros de comprimento. Ela chega a pesar 45 toneladas. Ela está ameaçada de extinção. Ela passou a ser vista no arquipélago de Abrolhos. O arquipélago de Abrolhos fica no litoral sul da Bahia.
a) Ameaçada de extinção, a jubarte – uma baleia que mede até 15 metros de comprimento e chega a pesar 45 toneladas, que passou a ser vista no arquipélago de Abrolhos, onde está ao sul do litoral da Bahia.
b) Ameaçada de extinção, a jubarte – uma baleia que mede até 15 metros de comprimento e chega a pesar 45 toneladas – passou a ser vista no arquipélago de Abrolhos, ao sul do litoral da Bahia. 
c) A jubarte, uma baleia que mede até 15 metros de comprimento e chega a pesar 45 toneladas, passou a ser vista no arquipélago de Abrolhos, ao sul do litoral da Bahia, pois está ameaçada de extinção.
d) A jubarte – uma baleia que, apesar de ameaçada de extinção, mede até 15 metros de comprimento e chega a pesar 45 toneladas –, passou a ser vista no arquipélago de Abrolhos ao sul do litoral da Bahia.
6) Nas questões 6.1. e 6.2., numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente e, depois, indique a sequência numérica correta. 
6.1.
( )	 Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo desalmado. 
( )	 Durante décadas, Friedman – que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da Universidade de Chicago – foi visto como uma espécie de pária� brilhante.
( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século.
( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial.
( )	 Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o ‘excesso de intervenção governamental’. 
(Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998)
Sequência correta:
6.2. 
( )	Nesse processo, algumas regiões do cérebro funcionam com maior intensidade, de acordo com as atividades exercidas pelo indivíduo em determinado momento. 
( )	Além disso, neurônios não utilizados degeneram. Se 90% do cérebro humano não fosse utilizado, os neurônios atrofiariam. 
( )	Tem origem incerta, foi popularizada por meios de comunicação, tenta impor "limites" a nosso cérebro, mas está equivocada. Trata-se da ideia de que usamos somente 10% da nossa capacidade cerebral. 
( )	Mesmo com os avanços da ciência, ainda não existe um método para medir o que seria essa capacidade cerebral. Do ponto de vista fisiológico, o sistema nervoso funciona 24 horas por dia. 
( )	As demais permanecem em atividades de rotina, como o controle da pressão arterial, da respiração e da temperatura do organismo. 
Sequência correta: 
7) Reúna as três orações em um período composto, usando conjunções adequadas: 
Os dias já eram quentes.//A água do mar ainda estava fria.//As praias permaneciam desertas.
8) Por que este fragmento de texto é incoerente?
Depois de acenar para os excluídos, invisíveis para o tradicionalismo, o Papa Francisco exorcizou� a pedofilia, promoveu o ecumenismo� e reatou os laços entre os Estados Unidos e Cuba. Mas continua a sua revolução corajosa, a enfrentar o anacronismo� que fez fugir da Igreja Católica uma legião de desalentados.
�
4	
4.1	GÊNERO OPINATIVO: resenha e crônica
4.2	APOIO FUNCIONAL: PONTUAÇÃO – uso da vírgula no período simples
(	GÊNERO OPINATIVO: resenha e crônica
Resenha
A resenha jornalística é um texto opinativo cuja função é orientar a escolha do leitor. Ela deve fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar seus aspectos relevantes, contextualizá-lo, descrevendo as circunstâncias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade ou textos e obras culturais. Vamos aqui tomar como referência o livro.
Os elementos constitutivos da resenha são:
( o título (a linha fina opcional); 
( a referência bibliográfica: autor; título da obra; editora, número de páginas e preço. Sua localização é variável e sua apresentação gráfica também: ela pode aparecer entre parênteses abaixo do título, ao final da resenha, no meio do texto (como no exemplo a seguir), ou ainda em tópicos ao lado da ilustração da capa do livro;
( o resumo da obra resenhada;
( a apreciação crítica.
A resenha crítica deve responder a três perguntas do leitor:
( sobre o que é o livro (filme, CD, exposição, etc.)? 
Trata-se do resumo da obra. O jornalista responde a essa questão indicando, por exemplo, o tipo de história que o autor escreveu e a época em que ela se passa; diz algo sobre as principais personagens e indica o tipo de situação em que o autor as envolve. Neste item, o resenhador pode contextualizar a obra, referindo-se a seu autor e ao momento histórico, político e social em que foi escrita; 
( é bom?
É o momento da apreciação crítica. O jornalista responde à pergunta pela exposição de seu juízo de valor sobre o livro em relação aos outros livros da mesma categoria que já leu. Dá sua opinião, influenciada por seus conhecimentos, gostos e preferências;
( vou gostar?
Respondendo satisfatoriamente às primeira e segunda perguntas, o jornalista já terá respondido a esta terceira. Embora haja pessoas que leem para informar-se, outras para divertir-se, outras para inspirar-se..., o resenhador, mantendo seu julgamento pessoal, pode dizer ao leitor a que gosto particular o livro atende.
Veja um exemplo de resenha crítica:
MEMÓRIA – ricas lembranças de um precioso modo de vida
O Diáriode uma garota (Maria Julieta Drummond de Andrade, Record) é um texto que comove de tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias de uma adolescente em férias, no verão antigo de 41 para 42.
Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotando em um caderno de capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que o espaço é todo da menina, que se propõe a registrar nele os principais acontecimentos destas férias para mais tarde recordar coisas já esquecidas.
O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito a proclamada modéstia do texto que, ao ser concebido, tinha como destinatária única a mãe da autora, a quem o caderno deveria ser entregue quando acabado.
E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão? Foram muitos, pontilhados de muita comilança e de muita leitura: cinema, doce de leite, novena, o Tico-Tico, doce de banana, teatrinho, visita, picolés, missa, rosca, cinema de novo, sapatos novos de camurça branca, o Cruzeiro, bem-casados, romances franceses, comunhão, recorte de gravuras, Fon-Fon, espiar casamentos, bolinho de legumes, festa de aniversário, Missa do Galo, carta para a família, dor de barriga, desenho de aquarela, mingau, indigestão... Tudo parecia pouco para encher os dias de uma garota carioca em férias mineiras, das quais regressa sozinha, de avião.
Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um modo de vida que é hoje apenas um dolorido retrato na parede. Retrato, entretanto, que, graças à arte de Julieta, escapa da moldura, ganha movimentos, cheiros, risos e vida.
O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo, o tom autêntico de sua linguagem, que, se, como prometeu sua autora, evita as pompas, guarda, não obstante, o sotaque antigo do tempo em que os adolescentes que faziam diários dominavam os pronomes cujo/ cuja/ cujos/ cujas, conheciam a impessoalidade do verbo haver no sentido de existir e empregavam, sem pestanejar, o mais-que-perfeito do indicativo quando de direito...
Outra e não menor riqueza do livro é o acerto de seu projeto gráfico, aos cuidados de Raquel Braga. Aproveitando para ilustração recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e reproduzindo na capa do livro a capa marmorizada do caderno, com sua lombada e cantoneiras imitando couro, o resultado é um trabalho em que forma e conteúdo se casam tão bem casados que este Diário de uma garota acaba constituindo uma grande festa para seus leitores.
(Lajolo, Marisa. Jornal da Tarde, 18 jan. 1986)
Já pelo título, o leitor sabe que se trata de um livro de memórias. No parágrafo inicial, há uma apreciação crítica e um pequeno resumo da obra. Aparece aí também a referência bibliográfica, à qual, no entanto, para realmente desempenhar sua função informativa, faltaram o número de páginas e o preço do livro. 
O segundo parágrafo é dedicado ao resumo e o terceiro, à apreciação crítica. O quarto faz uma enumeração dos temas das crônicas que compõem o livro e o quinto volta à apreciação crítica, reforçada no sexto parágrafo por uma análise do estilo da escritora.
No último parágrafo, há uma referência elogiosa à perfeita união entre projeto gráfico e obra literária.
A presença constante da adjetivação reforça o caráter opinativo do texto.
Crônica
A crônica é o único gênero breve (de curta extensão), sem estrutura definida, produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa, seja em que veículo for. Sua finalidade é agradar aos leitores sempre dentro de um espaço igual e com a mesma localização, o que cria uma familiaridade entre o cronista e aqueles que o leem. Veja o que diz Ivan Ângelo na crônica “Autor e leitor”: “E o leitor de crônicas? A viagem é bem mais curta: encontramo-nos no elevador, no ônibus, no metrô, no jogging, no shopping, no cinema, numa enchente, num engarrafamento. É o tempo de um alô e de um olhar de cumplicidade. O cronista se vê no outro, são parceiros da circunstância, e fala de assuntos comuns nascidos desse conchavo fugaz.” (Veja SP, 26/03/2000)
Gênero que participa de dois domínios discursivos – a literatura e o jornalismo –, a crônica aproveita os recursos literários para falar sobre o fato cotidiano, de uma forma subjetiva. Mas o faz num estilo que dá a impressão de naturalidade, para isso a língua escrita deve aproximar-se da oral.
Da descrição, a crônica tem a sensibilidade impressionista; da narração, a imaginação (para o humor ou a tensão); da dissertação, o teor crítico. A crônica pode ser narrativa, narrativo-descritiva, humorística, lírica, reflexiva... Ou combinar essas variantes com as singularidades do assunto. Desenvoltura e intimidade na linguagem aproximam o texto do leitor. Toda possibilidade de criação é permitida nesse gênero, que corresponde a um flagrante do cotidiano, em seus aspectos pitorescos e inusitados, a uma abordagem humorística, a uma reflexão existencial, a uma passagem lírica ou a um comentário de interesse social.
Para o professor Antônio Candido, a fórmula da crônica é: o fato miúdo + um toque humorístico + o seu quantum satis� de poesia.
Observe esses elementos nesta crônica de Nelson Rodrigues em que o fato miúdo (a bofetada, denominada por ele de incidente mágico) toma conta da cena, em que a descrição, a narração e o comentário se casam de maneira perfeita. 
Conveniência de ser covarde
Há tempos, fui à rua Bariri, ver um jogo do Fluminense. E confesso: sempre considerei Olaria tão longínqua, remota, utópica como Constantinopla, Istambul ou Vigário Geral. Já na avenida Brasil, comecei a sentir uma nostalgia e um exílio só equiparáveis aos de Gonçalves Dias, de Casimiro de Abreu. Conclusão: recrudesceu em mim o ressentimento contra qualquer espécie de viagem. Mas, enfim, cheguei e assisti à partida. Nos primeiros trinta minutos, houve tudo, rigorosamente tudo, menos futebol. Uma vergonha de jogo, uma pelada alvar, que não valia os cinco cruzeiros do lotação. E, súbito, ocorre o episódio inesperado, o incidente mágico, que veio conferir ao match de quinta classe uma dimensão nova e eletrizante. 
Eis o fato: um jogador qualquer enfiou o pé na cara do adversário. Que fez o juiz? Arremessa-se, precipita-se com um élan de Robin Hood e vem dizer as últimas ao culpado. Então, este não conversa: esbofeteia o árbitro. Ora, um tapa não é apenas um tapa: é, na verdade, o mais transcendente, o mais importante de todos os atos humanos. Mais importante que o suicídio, que o homicídio, que tudo o mais. A partir do momento em que alguém dá ou apanha na cara, inclui, implica e arrasta os outros à mesma humilhação. Todos nós ficamos atrelados ao tapa. 
Acresce o seguinte: o som! E, de fato, de todos os sons terrenos, o único que não admite dúvidas, equívocos ou sofismas é o da bofetada. Sim, amigos: uma bofetada silenciosa, uma bofetada muda, não ofenderia ninguém, e pelo contrário: vítima e agressor cairiam um nos braços do outro, na mais profunda e inefável cordialidade. É o estalo medonho que a valoriza, que a dramatiza, que a torna irresgatável. 
Pois bem: na bofetada de Olaria não faltou o detalhe auditivo. Mas o episódio não esgotara ainda o seu horror. Restava o desenlace: a fuga do homem. Pois o juiz esbofeteado não teve meias medidas: deu no pé. Convenhamos: é empolgante um pânico assim taxativo e triunfal, sem nenhum disfarce, nenhum recato. Digo “empolgante” e acrescento: raríssimo ou, mesmo, inédito. 
Via de regra, só o heroísmo é afirmativo, é descarado. O herói tem sempre uma desfaçatez única: apresenta-se como se fosse a própria estátua equestre. Mas a covardia, não. A covardia acusa uma vergonha convulsiva. Tenho um amigo que faz o seguinte: chega em casa, tranca-se na alcova, tapa o buraco da fechadura e só então – na mais rigorosa intimidade – apanha da mulher. Mas cá fora, à luz do dia, ele é um Tartarin, um Flash Gordon, capaz de varrer choques de polícias especiais. 
Pois bem. Ao contrário dos outros covardes, que escondem,

Continue navegando