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ECONOMIA POLÍTICA BRASILEIRA André Gunder Frank, Caio Prado Junior, Rui Mauro Marini trazem uma nova proposta de análise da economia política brasileira. A questão do desenvolvimento que gera um subdesenvolvimento foi trabalhada por André Gunder Frank que contestava o mito do feudalismo em confronto a análise do PCB, ele foi um dos grandes pesquisadores desse tema. Rui Mauro Marini propôs contextos sobre a superexploração e o subimperialismo no Brasil, podendo se verificar que essas são as duas formas de materialização do imperialismo na América Latina. Caio Prado Junior dava destaque a discussão sobre as questões agrárias e sobre a forma de manifestação do imperialismo nas relações entre a burguesia colonial e industrial. Caio Prado Junior e Gunder Frank defendiam que no Brasil a forma de produção sempre foi capitalista. Portanto, para ter uma superação ao subdesenvolvimento é necessário passar pela ruptura da dependência e não pela modernização e industrialização da economia, o que pode implicar inclusive a ruptura com o capitalismo. Os adeptos do modelo de subdesenvolvimento destacaram a existência de relações feudais, pois ao seu ver o país estava passando por um processo de expansão capitalista mundial, que só ocorria devido ao moderno meio de exploração imperialista e capitalista. Marini conclui que a revolução na América Latina deve ter caráter socialista concordando com a visão trotskista de revolução e com Theotônio dos Santos, que dizem que somente dessa forma seria possível os países subdesenvolvidos se libertarem da dupla exploração a que estavam submetidos: os trabalhadores, por parte das burguesias locais; e o imperialismo que mantinha a pobreza entre a classe trabalhadora. A relativa estagnação econômica e a extrema vulnerabilidade externa da economia brasileira nos anos 1990 estariam dessa forma atreladas à adoção de uma estratégia de crescimento com poupança externa. Entretanto, desde meados dos anos 2000, o Brasil estaria recuperando a ideia de nação (BRESSER-PEREIRA, 2012c). Para o autor, haveria uma volta ao desenvolvimentismo, e talvez esteja se produzindo uma síntese entre os dois últimos ciclos políticos: nação e desenvolvimento e democracia e justiça social. Em grande medida, as três frentes das quais discorre ou auto resultam de um esforço de síntese para caracterizar a dinâmica nacional ocorrida a partir da segunda metade dos anos 2000 e a necessidade de ajustes estruturais para a garantia de um desenvolvimento sustentado de longo prazo. Bresser-Pereira também discute as principais diferenças entre o antigo e o novo desenvolvimentismo (2012b). Elas estariam relacionadas às mudanças que ocorreram de lá para cá, quando muitos dos países latino-americanos deixaram de ser pobres, se industrializaram e tornaram-se países de renda média. O desenvolvimentismo remete a uma percepção de programa de ação e, assim, ganha sua primeira aproximação conceitual: “[...] é uma resposta para superar o subdesenvolvimento” (FONSECA, 2014, p. 44), nos termos de Celso Furtado. O problema estrutural relevante da economia brasileira contemporânea está diretamente atrelado a sua relativa estagnação da produtividade. Segundo Cavalcante e Negri (2014), os fatores que concorreram para o ciclo de crescimento econômico e a inclusão social a partir dos anos 2000 envolviam as políticas sociais de redistribuição de renda e de valorização do salário mínimo, a expansão do crédito, a incorporação de um grande contingente de população ao mercado de trabalho e de consumo e um cenário externo de crescimento acelerado que impulsionou a valorização de commodities exportadas pelo Brasil. Entretanto, isso faz da inovação o tópico principal de uma estratégia bem-sucedida para o século XXI. Por fim, a questão crucial é que uma estratégia de desenvolvimento no século XXI deve incorporar outros elementos que não necessariamente estavam presentes no século XX.