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814566 FUNDAMENTOS GERAIS DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

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Núcleo Contagem– Direito Empresarial I
A Teoria Geral das Sociedades Empresárias
Professor: Cláudio Luiz Gonçalves de Souza 
FUNDAMENTOS GERAIS DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
 1 – DA EMPRESA = significa a atividade econômica explorada pelo empresário, constituída pela produção e circulação de bens e serviços para o mercado.
Com efeito, o termo “empresa” é concebido na acepção “exercício de atividade” e, nesse sentido, atividade nada mais é do que o complexo de atos que compõem a vida empresarial.
Lado outro, a empresa pode ser exercida pelo empresário individual (pessoa natural) ou pela sociedade empresária (pessoa jurídica).
2 – DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL = O estabelecimento empresarial é a representação patrimonial do empresário ou da sociedade empresária, englobando apenas elementos do seu ativo, incluindo bens materiais e imateriais.
Consoante reza o disposto no artigo 1.142 do Código Civil Brasileiro, o estabelecimento empresarial consiste na reunião de bens para a consecução dos objetivos empresariais, senão veja-se:
“Art. 1.142 – Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.”
Sendo assim, os bens materiais compreendem coisas corpóreas imóveis ou móveis, tais como: edifícios, terrenos, veículos, mobiliários, mercadorias.
Também os bens semoventes poderão estar compondo o complexo de bens de um estabelecimento empresarial. Os semoventes são compreendidos como “bens móveis que possuem movimento próprio”, tais como: animais selvagens, domésticos ou domesticados. Além destes também podem ser considerados bens móveis os suscetíveis de remoção por força alheia, desde que não altere a substância ou destinação econômico-social da coisa, sendo que a estes dá-se o nome de bens móveis propriamente ditos. Por fim cumpre ressaltar que os bens também podem ser considerados móveis por determinação legal (energia, por exemplo) ou por antecipação (árvores que são plantadas justamente para serem cortadas no futuro).
Destarte, temos por fundamentação legal os seguintes dispositivos:Art. 82 do CC, Arts. 668, parágrafo único, III, 677, 686, III, 822, I, 993, IV, "c", 1.113, § 1º e 1.155, II do CPC.
Assim se manifesta o comando legal insculpido no artigo 82 do Código Civil Brasileiro, in verbis:
“Art. 82 – São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.”
No que tange aos bens imateriais temos as coisas incorpóreas tais como: o título do estabelecimento, ponto, a clientela, assim como os denominados bens ou direito à propriedade industrial, tais como: marcas, patentes, modelos de utilidade, desenhos industriais, indicações geográficas, etc...
O direito à propriedade industrial está ligado ao direito empresarial, não podendo ser confundido com o direito autoral, que se encontra regulado no âmbito do direito civil, todavia ambos são espécies do gênero direito de propriedade intelectual, uma vez que protegem bens incorpóreos. No Brasil, a Lei nº 9.279/96 – Lei de Propriedade Industrial (LPI) - regula os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial no país, dispondo os meios de proteção desses direitos, considerado seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico. Assim, os bens protegidos pelo direito de propriedade industrial são as invenções e os modelos de utilidade (assegurados pela carta patente) e os desenhos industriais e as marcas (garantidos pelo certificado de registro). De certo, o fenômeno da globalização faz com que o empresário industrial permaneça constantemente atento aos seus direitos no que tange ao respeito de seus concorrentes à sua exclusividade na exploração de certa tecnologia por ele criada ou sintetizada. Ocorre que o ato de concessão da proteção (patente ou registro) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial tem efeito constitutivo, assegurando ao seu titular o direito de explorar economicamente, com exclusividade, determinado bem industrial. Ainda, há repressão legal às falsas indicações geográficas e à concorrência desleal. Ademais, a finalidade desse trabalho científico é analisar o regime jurídico de proteção à propriedade industrial, à luz da doutrina, da legislação nacional e do entendimento dos tribunais superiores, tecendo, sempre que possível, uma comparação com o direito estrangeiro e remetendo-se aos marcos históricos representativos.
Em consonância com o que dispõem o artigo 5º da LPI – Lei da Propriedade Industrial, os direitos da propriedade industrial são considerados, em sua essência, bens móveis para os efeitos legais, senão veja-se:
“Art. 5º - Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos de propriedade industrial.”
Com efeito, o título do estabelecimento, por seu turno, representa o nome pelo qual o estabelecimento é conhecido (nome fantasia). Destarte, o empresário supostamente lesado pelo uso do seu nome fantasia por outrem tem, necessariamente, que provar o prejuízo suportado.
Em se tratando do “Ponto Comercial”, este surge em decorrência da atividade exercida no estabelecimento; a partir do momento em que se cultiva uma clientela que reconhece o estabelecimento pelo seu endereço ou pela sua localidade.
Por essa razão, diante da importância do ponto comercial, o legislador criou uma norma específica para resguardar o empresário, sua empresa e a sociedade empresária que possui seu estabelecimento em imóvel alheio por meio da Lei 8.245/1991 utilizando-se da “Ação Renovatória”.
Trata-se de direito insculpido na Lei do Inquilinato, para os imóveis locados com destinação à prática mercantil, senão veja-se:
“LINQ - Lei nº 8.245 de 18 de Outubro de 1991 
Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. 
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. 
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. 
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. 
§ 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. 
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.”
Da mesma sorte, o locador não será obrigado a renovar o contrato de locação comercial, nas hipóteses definidas no artigo 52 da Lei do Inquilinato, mas também não poderá pedir o imóvel de volta para o exercício da mesma atividade comercial, conforme ressai do parágrafo 1º do indigitado dispositivo legal, conforme reproduzimos abaixo:
“Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
        I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
        1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
        2º Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 
        3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.” (grifo nosso).
Considerando-se o conceito de Clientela temos que se trata de um conjunto de pessoas que habitualmente negociam com o estabelecimento. Nesse diapasão, podemos ainda afirmar que clientela (clientes habituais) se diferencia da denominada “freguesia” que, por sua vez, representa a viabilidade de atrair futuros clientes.
3 – DO EMPRESÁRIO = Podemos considerar Empresário aquele que pratica atividade econômica organizada para a produção, transformação ou circulação de bens, assim como a prestação de serviços visando o lucro.
Destarte, o empresário poderá ser pessoa física ou jurídica. Em se tratando de pessoa jurídica, estaremos diante de uma sociedade empresária que, por sua vez, se constitui para a prática de atividade própria do empresário individual, consoante determina o disposto no artigo 982 do Código Civil Brasileiro que assim se apresenta:
“Art. 982 – Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967 C.C.B.); e simples, as demais.
Parágrafo único: Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.”
No que se concerne à pessoa física estaremos diante do empresário individual que, por seu turno, exerce profissionalmente atividade negocial conforme encontra-se disposto no artigo 966 do Código Civil Brasileiro, assim se apresentando:
“Art. 966 – Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”
Ademais disso, o empresário terá que necessariamente que estar em pleno gozo da sua capacidade civil, conforme se encontra insculpido no artigo 972 do Código Civil Brasileiro, conforme adiante disposto:
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.”
Estarão proibidos de exercer atividade empresarial:
Os funcionários públicos; 
Militares da ativa (art. 29 da Lei 6.880/80);
Deputados e Senadores (art. 54 da CF/88);
Auxiliares do empresário (leiloeiros; despachantes, corretores, despachantes aduaneiros, etc...)
Os falidos (art. 102 da Lei n. 11.101/05).
Com efeito, aquele que é impedido de exercer atividade empresarial e, mesmo assim, se encarrega de exercê-la estará desenvolvendo atividade irregular, podendo sofrer sanções. Porém, os atos por ele praticados não são nulos, tendo validade perante terceiros, devendo o impedido responder pelas obrigações contraídas.
Lado outro, os impedidos que exercem empresa estão sujeitos ao regime de falência, vez que se enquadram no conceito de empresário previsto no artigo 966 do Código Civil Brasileiro; mas eles não estarão sujeitos à recuperação judicial ou extrajudicial.
O fato de serem impedidos para o exercício da atividade empresarial não quer dizer que existem restrições de serem acionistas ou quotistas de uma sociedade empresária.
4 . DO REGISTRO DO EMPRESÁRIO – De acordo com o que dispõe o artigo 967 do Código Civil Brasileiro existe a previsão da inscrição do empresário no Regstro Público de Empresas Mercantis (RPEM) antes do início da atividade empresarial.
No entanto, em se tratando da indigitada obrigatoriedade manifestam-se duas correntes de entendimento, quais sejam:
A primeira corrente afirma que, atualmente, a matrícula (registro) não é necessária, tendo em vista que para ser considerado empresário basta apenas o exercício profissional habitual da atividade empresarial, uma vez que não é o registro que qualifica o empresário, mas a atividade que desempenha.
A segunda corrente defende que o registro é obrigatório, sendo um dos principais deveres do empresário para oficializar sua condição. Para essa corrente, a falta de registro caracteriza a prática irregular da atividade empresarial e os atos praticados seriam nulos de pleno direito; surgindo assim os empresários informais ( empresário de fato).
Com efeito, a corrente mais aceita é aquela que defende a necessidade do registro nos moldes em que define o disposto no artigo 967 do Código Civil Brasileiro; como também o exercício profissional da atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (artigo 966 do Código Civil Brasileiro), tendo em vista que o registro gera uma presunção relativa do exercício de atividade empresarial que apenas se converterá em realidade com a efetiva prática profissional.
Nesse aspecto, a sociedade que opera, malgrado não tenha inscrito seus atos constitutivos no Registro Público de Empresas Mercantis é denominada de “sociedade em comum”, sendo que seus sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Ressalta-se, ainda, que tais sociedades não estão sujeitas à recuperação judicial no caso de dificuldades financeiras no desenvolvimento das suas atividades empresariais.
5. DO ARQUIVAMENTO E DA ESCRITURAÇÃO
5.1 – DO ARQUIVAMENTO = Torna-se necessário o arquivamento de determinados atos e documentos relativos à sociedade empresária para que produzam efeitos jurídicos válidos. Ressalte-se que, mesmo quando não obrigatórios, poderá o empresário e/ou a sociedade empresária arquivar atos para sua maior segurança.
Os documentos pertinentes às sociedades empresárias deverão ser arquivados nas Juntas Comerciais nos 30 (trinta) dias subseqüentes à sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento. Fora desse prazo, o arquivamento somente produzirá os seus efeitos a partir do despacho que o conceder, conforme dispõe o artigo 1.181 do Código Civil Brasileiro, a saber:
“Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios.”
 5.2 – DA ESCRITURAÇÃO = A escrituração está relacionada à obrigatoriedade de um sistema de contabilidade, manual ou informatizado, com base nos documentos e livros empresariais.
A escrituração possui dupla função:
Interna: controle gerencial das atividades empresariais;
Externa: através dos apontamentos, o Estado fiscalizará e cobrará tributos. Serve como prova perante o Poder Judiciário a respeito da atividade empresarial.
5.3 – DO LIVRO OBRIGATÓRIO COMUM = De acordo com o artigo 1.180 do Código Civil Brasileiro, temos que o Livro Diário é obrigatório, senão veja-se:
“Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizadaou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.”
Referido livro conterá todos os atos ou operações da atividade mercantil diária da empresa que, por sua vez, modifiquem a sua situação patrimonial.
5.4 – DO LIVRO OBRIGATÓRIO ESPECIAL = O Livro de Duplicatas será obrigatório sempre que o empresário adotar o regime de vendas com prazo superior a 30 dias. De acordo com o artigo 19 da Lei número 5.4747/68, o lançamento deverá ser cronológico, com número de ordem, data e valor da fatura originária, data da expedição, nome e domicílio do comprador.
Indigitado livro é obrigatório especial pois será exigido apenas em decorrência da natureza da atividade desenvolvida pelo empresário ou pela sociedade empresária.
5.5 – DOS LIVROS FACULTATIVOS = Nos moldes do artigo 1.181, parágrafo único do Código Civil Brasileiro, é permitido pelo empresário a criação de tantos livros quantos julgar necessário para o seu gerenciamento que, por seu turno, são os chamados livros não obrigatórios, senão veja-se: 
“Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios.”
5.6 – DOS LIVROS FISCAIS = Ao contrário dos demais livros, os registros fiscais não tem a função de auxiliar o empresário na administração da sua sociedade empresária ou no exercício da sua empresa, mas serve para que a fiscalização da Administração Pública possa exercer o acompanhamento e controle das atividades empresariais para efeito do cumprimento das obrigações acessórias e, mormente da obrigação principal que é o recolhimento das exações (tributos) devidas ao erário público.
Sendo assim, temos por exemplo, no âmbito do ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação de competência Estadual, uma série de livros e obrigações acessórias que são impostas às sociedades empresárias contribuintes dessa exação, em consonância com o que determina o Convênio SINIEF – Sistema Nacional de Informações Econômicas e Fiscais.
Com efeito,salvo legislação especial em contrário, o contribuinte do ICMS deverá manter, em cada estabelecimento, conforme as operações ou prestações que realizar, os seguintes livros fiscais (art. 51, Convênio SINIEF s/nº, de 15.12.70, art. 63, e Convênio SINIEF 6/89, art. 87):
I - Registro de Entradas, modelo 1;
II - Registro de Entradas, modelo 1-A;
III - Registro de Saídas, modelo 2;
IV - Registro de Saídas, modelo 2-A;
V - Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3;
VI - Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5;
VII - Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6;
VIII - Registro de Inventário, modelo 7;
IX - Registro de Apuração do ICMS, modelo 9;
X - Movimentação de Combustíveis.
Os livros Registro de Entradas, modelo 1, e Registro de Saídas, modelo 2, serão utilizados por contribuinte sujeito, simultaneamente, à legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados e do ICMS.
Os livros Registro de Entradas, modelo 1-A, e Registro de Saídas, modelo 2-A, serão utilizados por contribuinte sujeito apenas à legislação do ICMS.
O livro Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3, será utilizado por estabelecimento industrial ou a ele equiparado pela legislação federal, e por atacadista, podendo, a critério do Fisco, ser exigido de estabelecimento de contribuinte de outro setor, com as adaptações necessárias.
O livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5, será utilizado por estabelecimento que confeccionar impressos de documentos fiscais para terceiro ou para uso próprio.
Os livros Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6, Registro de Inventário, modelo 7, e Registro de Apuração do ICMS, modelo 9, serão utilizados por todos os estabelecimentos.
É facultado ao contribuinte acrescentar, nos livros fiscais, indicações de seu interesse, desde que não lhes prejudiquem a clareza.
As disposições acima não se aplica a produtor não equiparado a comerciante ou industrial, que deverá registrar as operações na forma estabelecida pela Secretaria de Fazenda Estadual.
 Da Dispensa
O livro Registro de Apuração do ICMS poderá, a critério do Fisco, ser dispensado:
1. se for adotada a Guia de Informação e Apuração do ICMS;
2. se o estabelecimento recolher o ICMS com base no regime de estimativa.
Da Autenticação
Os livros fiscais, que serão impressos e de folhas numeradas tipograficamente em ordem crescente, só serão usados depois de visados pela repartição competente do Fisco estadual.
DA ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL - EFD
O Convênio ICMS 143/2006 instituiu a Escrituração Fiscal Digital – EFD, de uso obrigatório para os contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS ou do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.
Entretanto, por força do Protocolo ICMS/CONFAZ 77/2008, a obrigatoriedade será aplicada somente aos contribuintes relacionados no respectivo protocolo, a partir de 01.01.2009, sendo facultativa aos demais contribuintes.
 6 – DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA
6.1 – DA ORIGEM = A origem da sociedade empresária deu-se no momento em que o homem percebeu que determinadas tarefas poderiam ser desenvolvidas de maneira mais eficiente se fossem realizadas por duas ou mais pessoas em comunhão de esforços e objetivos.
No Direito Romano houve as primeiras legislações a esse respeito, regulando a associação entre os herdeiros para a administração dos bens deixados por seus ascendentes que, em sua essência, se traduziram na criação das sociedades com fins específicos de arrecadação de impostos ou para a compra de escravos.
Já na Idade Média, com o mercantilismo, surgiu na Itália um modelo mais próximo do que hoje se entende por sociedade empresária, desenvolvendo-se a idéia de separação dos patrimônios dos sócios em relação ao patrimônio da sociedade. Nessa época, as sociedades eram primordialmente “intuiti personae”, ou seja, o que aproximava os sócios eram suas características pessoais e seus objetivos em comum – o denominado “affectio societatis” - existente até os dias de hoje nas chamadas sociedades de pessoas naturais.
Durante o período do Renascimento, bastava para o ingresso numa sociedade a contribuição financeira, surgindo assim as denominadas “sociedades de capital”.
6.2 – DO CONCEITO = As sociedades empresárias são as organizações econômicas dotadas de personalidade jurídica e patrimônio próprio, constituídas ordinariamente por mais de uma pessoa que, por seu turno, tem como objetivo a produção ou a troca de bens ou serviços com fins lucrativos, conforme dispõe o artigo 981 do Código Civil Brasileiro que transcrevemos a seguir:
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.”
Podemos afirmar que, na prática, a sociedade empresária assume, atualmente, duas das cinco formas admitidas na legislação em vigor no Brasil, quais sejam: a Sociedade Limitada (LTDA) ou a Sociedade Anônima (S.A.).
Não obstante, para a constituição de uma Sociedade Empresária, temos que observar a alguns requisitos necessários. 
Agente capaz
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
Forma prescrita ou não defesa em lei;
Noção de ordem pública: há de corresponderao sendo jurídico de uma determinada nação, isto é, aos princípios indispensáveis à vida em sociedade, segundo os princípios do direito nela vigente;
Pluralidade de Sócios: no direito comercial brasileiro não se admite a existência de sociedade unipessoal originária, ou seja, uma sociedade empresária tem que resultar da vontade de, no mínimo, duas pessoas. ( a tal vedação temos uma exceção, qual seja, a subsidiária integral – artigo 251 da LSA, que pode ser constituída tendo um único acionista – sociedade brasileira).
Ressalte-se que no caso de sociedade composta por apenas dois sócios, quando um deles vier a falecer ou se retirar da sociedade, esta restará como sociedade unipessoal, o que não é permitido. Nesses casos, a legislação, na tentativa de viabilizar a continuidade da sociedade, concede um prazo para que a mesma se recomponha pluralmente, ou seja: 180 (cento e oitenta) dias (artigo 1.033, IV do Código Civil Brasileiro) ou 01 (um) ano (artigo 206, I da LSA).
Constituição do Capital Social: a constituição de uma sociedade inicia-se pela formação do capital social que, por sua vez, representa o primeiro patrimônio da sociedade empresária.
O capital social é o somatório das parcelas afetadas no patrimônio do sócio para ser transferido para a sociedade a fim de garantir os credores e ter numerário e bens necessários ao desenvolvimento da atividade empresária.
O capital social represente o montante de recursos que os sócios disponibilizam para a constituição da sociedade. De fato, para existir e dar início às suas atividades, a pessoa jurídica necessita de dinheiro ou bens que, lado outro, são providenciados pelos que a constituem.
O capital social é sempre expresso em moeda corrente, mas a contribuição do sócio para a sua formação pode ser realizada em dinheiro ou em qualquer outro bem suscetível de avaliação em dinheiro.
Na hipótese de transmissão de domínio, de posse ou de uso da coisa a favor da sociedade, o sócio responde pela evicção. Com efeito, a evicção é a perda total ou parcial de um bem adquirido em favor de um terceiro, que tem direito anterior, por decisão judicial, relacionada a causas de um contrato. Para ficar mais claro, um exemplo é quando alguém vende algo para um indivíduo e descobre-se que o produto não pertencia a pessoa que vendeu e sim a uma terceira, ou seja, é a venda de que produto que não lhe pertence.
A pessoa que comprou o produto pode sofrer evicção e ir para a justiça para restituir o produto a pessoa que realmente é a dona do produto, e a mesma tem direito a indenização pela pessoa que a vendeu, pelo prejuízo sofrido.
Para ocorrer uma evicção, existem alguns requisitos como: a onerosidade na aquisição da coisa; a perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada; a ignorância por parte do adquirente da litigiosidade da coisa; o direito do evictor anterior à alienação e a denunciação da lide ao alienante.
Em se tratando de cessão de crédito, o sócio responde pela solvência do devedor, consoante dispõem o artigo 1.005 do Código Civil Brasileiro que assim se manifesta in verbis:
“Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito.”
Affectio Societatis: trata-se de requisito subjetivo da existência da sociedade que, por sua vez, constitui simplesmente na vontade ( animus) de constituir a sociedade.
Co-participação nos Lucros e Perdas: a distribuição dos lucros e a responsabilidade pelas perdas atenderão à proporcionalidade da participação de cada sócio na sociedade. Sendo assim, é nula a cláusula do contrato social que exclua o sócio de participar dos lucros e das perdas manifestando-se como uma “cláusula leonina”, conforme reza o artigo 1.008 do Código Civil Brasileiro:
“Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.”
6.3 – DA CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
	Podemos estabelecer a classificação das sociedades empresárias em várias vertentes, tais como: em relação à responsabilidade dos sócios; em decorrência da sua estrutura econômica; em face da existência da personalidade jurídica ou ainda quanto a natureza do seu ato conceptivo.
	Destarte, vamos efetuar uma abordagem acerca de algumas características que influem na classificação das sociedades empresárias em apertada síntese: 
6.3.1 – Quanto à responsabilidade dos sócios: Não há como classificar de acordo com a responsabilidade da sociedade, porquanto todas têm responsabilidade ilimitada por suas obrigações. A classificação é feita de acordo com a responsabilidade dos sócios, ou seja:
Responsabilidade Ilimitada: os sócios respondem de maneira subsidiária, porém, solidária e ilimitadamente. Subsidiária em relação à sociedade, porquanto existe o benefício de ordem e solidária em relação aos sócios entre si, conforme comando legal definido no artigo 1.024 do Código Civil Brasileiro, assim se externando:
“Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.”
Exemplos:
Sociedade em nome Coletivo (artigo 1.039 do CCB):
“Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.”
Sociedade em Comum, irregular ou de fato (artigo 990 do CCB) sociedade não personificada: 
“Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.”
Responsabilidade Limitada: os sócios da sociedade limitada respondem pela integralização do capital social, e os sócios da sociedade anônima respondem pelo montante das ações por eles subscritas.
Responsabilidade Mista: é o tipo de sociedade na qual encontramos sócios que respondem ilimitadamente e sócios que respondem limitadamente pelas dívidas da sociedade.
Exemplos: Sociedades em Comandita Simples, Sociedades em Comandita por Ações e Sociedades em Conta de Participação.
6.3.2 – Quanto à Estrutura Econômica: Depende da maior ou menor importância do affectio societatis ou do grau de dependência em relação às qualidades subjetivas dos sócios.
Por exemplo: Sociedade de Capital, onde o que importa nessas sociedades é a contribuição financeira dos sócios, não tendo nenhum significado suas características e aptidões ( Sociedades Anônimas e em Comandita por Ações).
Se todos os sócios forem pessoas jurídicas, as sociedades serão de capital, conquanto não há como estabelecer vínculo “pessoal” entre as pessoas jurídicas.
Sociedades de Pessoas, onde a formação da sociedade se dá “intuitu personae”, isto é, em razões de ordem pessoal que fazem com que determinadas pessoas se reúnam para a criação da sociedade. Podemos exemplificar com todos tipos de sociedade, excetuando-se apenas as sociedades de capital. O fator social é preponderante para a reallização do fim social; pois a incapacidade, a insolvência ou a morte do sócio poderão acarretar a dissolução da sociedade.
6.3.3 – Quanto à Existência de Personalidade Jurídica: Nesse aspecto, as sociedades poderão se manifestar da seguinte forma:
Personificadas: sociedades que possuem personalidade jurídica, o que decorre de sua constituição por documento no Registro Público de Empresas ou Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conforme preconiza o artigo 1.150 do Código Civil Brasileiro, a saber:
“Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedadesimples adotar um dos tipos de sociedade empresária.”
Não Personificadas: São as sociedades comuns, como por exemplo as Sociedades em Conta de Participação.
6.3.4 – Quanto à Natureza do Ato Conceptivo: As sociedades podem nascer de um contrato ou de um estatuto social. Sendo assim, temos os seguintes aspectos:
Sociedade Contratual: é aquela cuja constituição tem natureza contratual, ou seja, é construída conforme a vontade dos sócios. São concebidas por meio de um Contrato Social.
Exemplos: sociedade em nome coletivo; em comandita simples; limitada.
Sociedade Estatutária ou Institucional: é aquela na qual os sócios não têm plena autonomia de vontade, não cabendo ampla discussão das regras que regem a sociedade. Surgem para o mundo jurídico por meio de um Estatuto Social.
Exemplos: sociedade anônima e comandita por ações.
7 - TIPOS DE SOCIEDADES (EMPRESÁRIAS OU SIMPLES)
Os tipos societários encontram-se insculpidos na legislação pátria, podendo ser adotados e seguindo, em especial, as normas do Código Civil Brasileiro que contemplam sua origem. Alguns tipos ainda vigentes mas em desuso, outros apenas de valor histórico.
 Destarte, temos os seguintes tipos societários que podemos destacar:
7.1 – Sociedade de Capital e Indústria: Esse tipo de sociedade deixou de existir com a vigência do Código Civil Brasileiro de 2002. 
Com efeito, possuía sócios de duas categorias, ou seja, sócios capitalistas que ingressavam com o capital e os sócios de indústria que, por sua vez, ingressavam com a força do seu trabalho.
A responsabilidade dos sócios capitalistas era ilimitada, enquanto os sócios de indústria não possuíam nenhuma responsabilidade. O nome da sociedade era constituído por firma ou razão social. Na firma não podia constar o nome do sócio de indústria, mas tão somente o nome do sócio capitalista seguido da expressão (sigla) “CIA”.
7.2 – Sociedade em Nome Coletivo: Trata-se de um tipo de sociedade regulada no Código Civil Brasileiro nos artigos 1.039 a 1.044.
Com efeito, nessa modalidade a responsabilidade dos sócios é ilimitada e solidária. Tem como nome, razão social ou firma sua constituição pelo nome de um dos sócios seguido de “CIA” ou pelo nome de todos os sócios. 
Trata-se de sociedade contratual formada por pessoas naturais e, geralmente formada por familiares.
7.3 – Sociedade em Comandita Simples: Tipo de sociedade regulada pelos artigos 1.045 a 1.051 do Código Civil Brasileiro. Trata-se de uma sociedade de pessoas de responsabilidade mista.
Em outras palavras temos os Sócios Comanditários (que emprestaram o capital) e respondem limitadamente ao valor investido e os sócios Comanditados (pessoas físicas) que respondem de forma ilimitada.
Lado outro, tem-se que a administração da sociedade obrigatoriamente é exercida pelo sócio Comandidato e tem como nome firma que, por sua vez, é constituída pelo nome do sócio Comanditado seguido da expressão “CIA”, sob a forma de um Contrato Social.
7.4 – Sociedade em Comandita por Ações: Por sua vez é um tipo societário regulado pelos artigos 1.090 a 1.092 do Código Civil Brasileiro, tendo sido instituída pela Lei n. 6.404/76 (LSA). 
Trata-se de uma Sociedade de Capital cuja responsabilidade é mista, ou seja, para os sócios administradores a responsabilidade é ilimitada, podendo ingressar no patrimônio particular desses sócios, enquanto para os demais sócios a responsabilidade é limitada ao preço das ações que subscreveram ou adquiriram. 
Pode adotar como nome: firma ou denominação. No caso de adotar denominação, deverá ser sempre seguida da expressão “Comandita por Ações”.
Já em se tratando da adoção de firma, esta deverá conter tão somente os nomes dos sócios diretores ou gerentes. Trata-se de uma Sociedade Institucional ou Estatutária.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
 Nesse diapasão, torna-se importante diferenciar “firma” e “denominação”, qual seja:
Firma: a essência dessa espécie de nome empresarial é o nome civil de um ou mais sócios. Então se não aparecer o nome civil, não poderá ser firma. Em outras palavras, na firma tem que constar no mínimo um nome civil. Os nomes civis podem ser por extenso ou abreviados e havendo mais de um, se algum deles for omitido, deverá ser usada a expressão "& Cia" ou "e companhia" ao final da firma, pois se usada no início vai caracterizar sociedade anônima e esta só pode usar denominação. Também pode haver combinação dos nomes civis com o ramo de atividade desenvolvida.
Denominação: nesse caso, a essência do nome empresarial é o objeto da empresa, ou seja, o ramo de atividade desenvolvida. Se não constar o ramo de atividade não poderá ser denominação. Em outras palavras, na denominação tem que constar a atividade desenvolvida. Aqui também pode haver a combinação da atividade desenvolvida com nomes civis. Sendo assim, percebe-se que não é sempre que podemos só de olhar para o nome empresarial, saber tratar-se de firma ou denominação. Por vezes é necessário olhar no contrato social. Certo é que se no nome empresarial não constar nome civil algum, não pode ser firma; e se não constar a atividade, não pode ser denominação.
Outro fator importante é que a firma é usada para assinatura, para a sociedade contrair direitos e obrigações. Então os sócios assinarão, por exemplo, Tiago Filho e Caetano Veloso Cosméticos(exemplo de sociedade em nome coletivo), jamais podendo assinar, apesar de rotineiro, seus nomes civis. Já no caso da denominação, os sócios não podem usá-la como assinatura, então devem assinar seus nomes civis sobre a denominação escrita, carimbada ou impressa.
Quem adota só firma:- empresário individual. Ex: Caetano Veloso; C. Veloso; C. Veloso Produções; etc. - sociedade em nome coletivo. Ex: Jair Melo & Tom Braz; Jair Melo & Cia; J. Melo & Cia Veículos; etc.
- sociedade em comandita simples. Ex: João Rui, Tim Maia, Lia Silva & Cia; Rui, Maia & Silva Chocolates; etc.(aqui sempre vai haver a expressão " & Cia", para fazer referência aos sócios comanditários, uma vez que estes não figuram na firma, pois não possuem responsabilidade ilimitada.
Quem adota só denominação:- sociedade anônima. Em primeiro lugar é preciso frisar que vai ter que aparecer na denominação o tipo societário, ou seja, "Sociedade Anônima", "S.A." ou "S/A" no início, no meio ou no final da denominação, ou a expressão "companhia" ou "Cia" no início ou no meio da denominação. Ex: S/A Maremoto Eventos; Maremoto S.A. Eventos; Maremoto Eventos S.A.; Corcovado Produções Sociedade Anônima; Companhia de Shows Corcovado; Corcovado Cia. de Shows; etc.
Quem pode adotar firma ou denominação:- sociedade limitada. Nesse caso, independentemente do nome que adotar, também se faz necessária a discriminação do tipo societário por meio da expressão "limitada" ou "Ltda.". Ex: Tom Jobim & Cia. Ltda.; Jobim & Veloso Limitada; T. Jobim & Cia. Produções Ltda.; Maremoto Produções Ltda.; etc.- sociedade em comandita por ações. É obrigatória a identificação do tipo societário pela locução "comandita por ações" ou "C.A." no início ou no fim do nome. Os exemplos podem ser idem aos de cima, mas onde lê-se Ltda., leia-se C.A.
A sociedade em conta de participação está proibida de adotar nome empresarial que denuncie sua existência.
7.5– Sociedade em Conta de Participação: Efetivamente não se trata de uma sociedade, uma vez que não tem patrimônio próprio, não precisa ser constituída em documento escrito e registrada no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Com efeito, não possui personalidade jurídica; sendo que essa denominada “sociedade” se caracteriza pelo objetivo comum de duas ou mais pessoas de explorarem certa atividade.
Existem dois sócios, quais sejam:
- O ostensivo = que administra a sociedade e é responsável ilimitadamente perante terceiros.
- O oculto = cujas obrigações não ultrapassam os limites do próprio contrato e o sócio ostensivo que assume os negócios em nome próprio.
A “sociedade” existe apenas entre os sócios, razão pela qual não possui razão socialou firma. Apesar de ser uma sociedade não personificada, tem previsão no Código Civil Brasileiro, cujo artigo 991 assim se manifesta:
“Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.” 
7.6– Sociedade Limitada: 
Sociedade limitada é aquela que realiza atividade empresarial, formada por dois ou mais sócios que contribuem com moeda ou bens avaliáveis em dinheiro para formação do capital social. A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor do capital social, porém respondem solidariamente pela integralização da totalidade do capital, ou seja, cada sócio tem obrigação com a sua parte no capital social, no entanto poderá ser chamado a integralizar as quotas dos sócios que deixaram de integralizá-las.
7.7– Sociedade Anônima: 
A sociedade anônima, também chamada de companhia, é pessoa jurídica de direito privado composta por dois ou mais acionistas, de natureza eminentemente empresarial, independentemente da atividade econômica desenvolvida por ela (art. 13 da Lei n. 6.404/76), em que o capital social é dividido em ações de igual valor nominal, que são de livre negociabilidade, limitando-se a responsabilidade do acionista ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
A companhia poderá ser classificada em aberta ou fechada. O art. 4º da Lei das Sociedades Anônimas as distingue: “Para os efeitos desta lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”. A aberta é aquela em que os valores mobiliários (ações, debêntures, partes beneficiárias etc.) são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou mercado de balcão, devendo, portanto, ser registrada e ter seus valores mobiliários registrados perante a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), enquanto que a fechada não emite valores mobiliários negociáveis nesses mercados.
8 – DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS
Inicialmente, é mister que se apresente uma definição de sócio para depois estabelecer seus direitos e deveres. 
Com efeito, sócios são as pessoas físicas ou jurídicas que contribuem para a formação da sociedade. Entretanto, independente da existência de vários tipos de sociedade, todas possuem direitos e deveres comuns aos sócios.
Direito dos Sócios:
Os sócios de uma sociedade têm direito que não podem ser suprimidos e, dessa forma, mesmo que não estejam previstos no contrato social ou no estatuto, referidos direitos lhe são inerentes porquanto previstos em lei, tais como:
Direito de participação nos resultados: nos termos do artigo 1.007 do Código Civil Brasileiro os sócios têm o direito de participar dos lucros sempre que o exercício social for positivo. Indigitados lucros, normalmente, são distribuídos aos sócios de forma proporcional à sua contribuição para o capital social. No caso das Sociedades Anônimas os lucros serão divididos conforme previsão estatutária, circunstância que é permitida por lei. Assim se manifesta o artigo 1.007 do Código Civil Brasileiro, in verbis:
“Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.”
Direito de votar nas deliberações sociais: nas sociedades de pessoas, o voto é instrumento de manifestação da vontade dos sócios, sendo a regra a participação dos sócios nas deliberações sociais (artigo 1.010 do CCB). Já nas sociedades de capital, o direito de voto não é essencial, sendo inerente aos acionistas ordinários. Estes sempre terão o direito de participar das deliberações sociais, ressalvadas aquelas de competência dos administradores. Destarte, assim ressai o disposto no artigo 1.010 do Código Civil Brasileiro:
“Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital. 
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. 
§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.” 
Direito de Fiscalizar a Administração da Sociedade: é garantido aos sócios o direito de acompanhar os atos de gestão, bem como de examinar a escrituração contábil da sociedade.
O Direito de Recesso (Retirada): é garantido ao sócio o direito de sair da sociedade quando não concordar com deliberação substancial da Assembléia Geral ou da Reunião de Quotistas. Neste caso, o sócio será reembolsado do valor que lhe cabe, deixando o quadro societário da sociedade empresária, conforme preconiza o artigo 1.077 do Código Civil Brasileiro, assim se manifestando:
“Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031.”
Consoante reza o dispositivo legal, o direito de recesso deve ser exercido dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à realização da assembléia geral ou Reunião de Sócios. 
Se acaso extrapolar esse prazo, o sócio dissidente deverá ceder e/ou vender sua quota e/ou ação a terceiros, não sendo possível o exercício do direito de retirada.
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