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Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 26 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA: VIBRAÇÕES MECÂNICAS (CÓDIGO: 1105021) APOSTILA DE CURSO Capítulo 2 - Vibração Livre de Sistemas Prof. Dr. Antonio Almeida Silva Campina Grande – PB 2014 Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 27 CAPÍTULO 2 – VIBRAÇÃO LIVRE DE SISTEMAS (1 GDL) Sumário: Introdução; Vibração livre de sistemas em translação não amortecido; Vibração livre de um sistema torcional não amortecido; Vibração livre com amortecimento viscoso; Lugar das raízes e condições de estabilidade; Solução analítica das equações do movimento (Simulação Matlab); Solução numérica pelo método de Runge-Kutta (Simulação Matlab). 2.1 Introdução O estudo da vibração livre de sistemas de um grau de liberdade, não amortecidos e amortecidos, é fundamental para o entendimento de questões mais avançadas de vibrações. Diz-se que um sistema sofre vibração livre quando oscila somente sob uma perturbação inicial. As oscilações de um relógio de pêndulo simples, o movimento oscilatório vertical de um sistema massa-mola após um impacto ou choque, representam alguns exemplos de vibração livre. Quando considera-se que o sistema não possui elemento de dissipação de energia durante o movimento da massa, a amplitude do movimento permanece constante ao longo do tempo; é um sistema não amortecido. Na prática, exceto no vácuo, a amplitude de vibração livre diminui gradativamente com o tempo devido à resistência oferecida pelo meio. Tais vibrações são denominadas amortecidas. O estudo da vibração livre de sistemas de um grau de liberdade, amortecidos ou não amortecidos, é fundamental para o entendimento de questões mais avançadas de vibrações. 2.2 Vibração Livre de Sistema em Translação Não Amortecido A Fig. (2.1a) mostra um sistema massa-mola que representa o sistema vibratório mais simples possível. Não há nenhuma força externa aplicada à massa; por consequência, o movimento resultante de uma perturbação inicial será vibração livre. 2.2.1 Equação do movimento pela 2 a lei de Newton Considerando a configuração de equilíbrio estático do sistema massa-mola não amortecido (Fig. 2.1a), e assumindo que a massa m se encontra fixada a uma mola de rigidez k e está apoiada sobre roletes sem atrito de modo a ter movimento de translação apenas no sentido longitudinal. Figura 2.1 – Sistema massa-mola em posição horizontal. Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 28 Supondo que a massa é deslocada a uma distancia +x em relação à sua posição de equilíbrio estático na Fig. (2.1b), a força atuante na mola será xkfs , e o diagrama de corpo livre da massa pode ser representado na Fig. (2.1c). Aplicando a segunda lei de Newton à massa m resulta na equação de movimento: 0)( xkxmouxmxktF (2.1) 2.2.2 Equação do movimento por outros métodos a) Princípio de D’Alembert Por esse princípio, os problemas de dinâmica podem ser considerados como de equilíbrio de forças (ou momentos). Assim, as equações de movimento podem ser reescritas: 0)(0)( JtMouxmtF (2.2) Os termos xm e J são tratados como uma força de inércia e um momento de inércia, respectivamente. A interpretação da Eq. (2.2) é a de que a soma das forças externas e da força de inércia que atuam no sistema é zero. A aplicação do princípio de D’Alembert, ao sistema da Fig. (2.1c) resulta na equação: 00 xkxmouxmxk (2.3) b) Princípio dos deslocamentos virtuais Esse princípio afirma que “se um sistema em equilíbrio sob a ação de um conjunto de forças for submetido a um deslocamento virtual δ, então o trabalho virtual total realizado pelas forças será zero”. Considere o sistema massa-mola em uma posição deslocada como mostrado na Fig. (2.6a). No diagrama de corpo livre da massa com as forças reativa e de inércia da Fig. (2.6b), quando a massa sofre o deslocamento virtual δx, o trabalho virtual realizado pode ser calculado da seguinte maneira: - Trabalho virtual realizado pela força da mola: xxkWs )( ; - Trabalho virtual realizado pela força de inércia: xxmWi )( ; Figura 2.6 – Massa sob deslocamento virtual. Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 29 Portanto, quando o trabalho virtual total realizado por todas as forças iguala-se a zero, e considerando que o deslocamento virtual pode ter um valor arbitrário, 0x , obtemos 00 xkxmouxxkxxm (2.4) c) Princípio da conservação da energia Diz-se que um sistema é conservativo se nenhuma energia for perdida devido a atrito ou elementos que dissipam energia. Se nenhum trabalho for realizado sobre um sistema conservativo por forças externas (com exceção da força da gravidade ou outras forças potenciais), então a energia total do sistema permanece constante. Visto que a energia do sistema vibratório é parcialmente potencial U e parcialmente cinética T, a soma dessas duas energias permanece constante. (ver Exercício_06) Assim, o princípio da conservação da energia pode ser expresso como: 0 UT dt d oucteUT (2.5) Como a energia cinética T e energia potencial U são dadas por 2 2 1 xmT e 2 2 1 xkU (2.6) A substituição da Eq. (2.6) em (2.5) também nos dá: 0 xkxm (2.7) conforme já obtida anteriormente, pela segunda lei de Newton. 2.2.3 Solução da equação do movimento A solução da Eq. (2.7) pode ser encontrada admitindo-se que tsts esCtxeeCtx 2)()( (2.8) onde C e s são constantes não nulas a serem determinadas pelas condições iniciais. Substituindo a Eq. (2.8) em (2.7) resulta em, 0)( 2 kmsC (2.9) Como C não pode ser zero, temos que 0kms2 e, por consequência, as raízes dessa equação característica são Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 30 m k s 21 , (2.10) Assumindo 1i , e definindo a frequência natural por mkn (2.11) Os dois valores de s dados pela Eq. (2.10) são também conhecidos como autovalores do problema. Assim, uma solução geral da Eq. (2.7) pode ser expressa como titi nn eCeCtx 21)( (2.12) onde C1 e C2 são constantes a serem determinadas a partir das condições iniciais. Usando a identidade de Euler: tsenite ti cos , a Eq. (2.12) pode ser reescrita, tensAtAtx nn 21 cos)( (2.13) onde A1 e A2 são novas constantes. Duas condições são necessárias para avaliar essas constantes. Se os valores do deslocamento )(tx e da velocidade )(tx , forem definidas como oo xex no tempo t = 0, temos a partir da Eq. (2.13), on o xAtx xAtx 2 1 )0( )0( (2.14) Assim, a solução da Eq. (2.7) em função das condições iniciais dadas A1 e A2 pode assumir a forma geral, tens x txtx n n o no cos)( (2.15) Outras formas de representação da Eq. (2.13) são obtidas, utilizando-se as formas vetoriais: senAAeAA 21 cos ou oooo AAesenAA cos21 , que podem ser expressas como )(cos)( tAtx n (2.16) ou )()( ono tensAtx (2.17) onde, as amplitudes e respectivos ângulos de fase, podem ser obtidos por Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 31 2 2 n o oo x xAA (2.18) e o no o no o x x tge x x tg 11 (2.19) A natureza da oscilação harmônica pode ser representada em gráfico, como mostra a Fig. (2.8a). Uma representação típica da Eq. (2.16) é vista na Fig. (2.8b), onde nota-se o efeito das condições iniciais em termos de deslocamento e do ângulo de fase. (ver Exercício_07) Figura 2.8 – Representação gráfica do movimento de um oscilador harmônico. Algumas observações adicionais devem ser feitas em relação ao sistema massa-mola: 1) Se o sistema massa-mola estiver na posição vertical, a frequência natural pode ser expressa por: stn g , pois a rigidez da mola, stst gmWk ; 2) Pela Eq. (2.16), a velocidade )(tx e a aceleração )(tx no tempo t podem ser obtidas como: )cos()cos()( ) 2 cos()()( 22 tAtAtx tAtenAstx nnnn nnnn (2.20) A Eq. (2.20) mostra que a velocidade está adiantada em relação ao deslocamento por 2 e a aceleração está adiantada em relação ao deslocamento por . 3) Se o deslocamento inicial ox for zero, a Eq. (2.13) torna-se tsen x tx n n o )( (2.21) Contudo, se a velocidade inicial ox for zero, a solução torna-se txtx no cos)( (2.22) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 32 2.3 Vibração Livre de um Sistema Torcional Não Amortecido Se um corpo rígido oscilar em relação a um eixo de referência (ex. sistemas engrenados), o movimento resultante será uma vibração por torção. No caso, o deslocamento do corpo é medido em termos de uma coordenada angular θ. A Fig. (2.14a) mostra um disco com momento de inércia de massa polar Jo montado em uma extremidade de um eixo circular sólido cuja outra extremidade é fixa. Seja θ o ângulo de torção do eixo. Figura 2.14 – Vibração por torção de um disco. Pela teoria da torção de eixos, temos as seguintes relações: l IG k ot onde 32 4d Io (2.23) onde: G é o módulo de elasticidade transversal, l é o comprimento do eixo, d é o diâmetro do eixo, Io é o momento de inércia polar do eixo. Se o disco for deslocado de um ângulo θ em relação a sua posição de equilíbrio, o eixo age como uma mola torcional com uma constante de elasticidade dada por l dG l IG k ot 32 4 (2.24) 2.3.1 Equação de movimento do sistema torcional A equação de movimento angular do disco em relação ao seu eixo pode ser obtida pela segunda lei de Newton. Pelo diagrama de corpo livre do disco (Fig. 2.14b), pode-se obter a equação, Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 33 0 to kJ (2.25) que podemos verificar ser idêntica à Eq. (2.7) se o momento de inércia polar do disco Jo, o deslocamento angular θ e a constante elástica torcional kt forem substituídos pela massa m, deslocamento x e constante linear k, respectivamente. Assim, a frequência natural do sistema torcional é otn Jk (2.26) É importante observar os seguintes aspectos em relação ao sistema torcional: 1) O momento de inércia de massa polar de um disco é dado por: g DWDh Jo 832 24 , onde ρ é a densidade, h é a espessura, D é o diâmetro e W o peso do disco. 2) O sistema de mola de torção-inércia mostrado na Fig. (2.14) é denominado pêndulo de torção. Uma das aplicações é em relógios mecânicos, nos quais um sistema catraca- lingueta converte oscilação regular de um pequeno pêndulo nos movimentos dos ponteiros. 2.3.2 Solução da equação de movimento torcional A solução geral da Eq. (2.25) pode ser obtida, como no caso da Eq. (2.7), na forma: tensAtAt nn 21 cos)( (2.27) onde ωn é dada pela Eq. (2.26) e A1 e A2 podem ser determinadas pelas condições iniciais. Se ot )0( e ot )0( as constantes são: oA 1 e noA 2 . Também podemos verificar que a Eq. (2.27) representa um movimento harmônico simples. (ver Exercício_08) 2.4 Vibração Livre com Amortecimento Viscoso 2.4.1 Equação do movimento pela segunda lei de Newton Um sistema massa-mola com um amortecedor viscoso é mostrado na Fig. (2.21a). Se x for medida em relação à posição de equilíbrio da massa m, e considerando que o elemento de amortecimento viscoso, dado pela constante c é proporcional à velocidade x , a aplicação da segunda lei de Newton, conforme o diagrama da Fig. (2.21b), nos dá 0 xkxcxmouxkxcxm (2.28) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 34 Figura 2.21 – Sistema massa-mola com amortecedor viscoso. 2.4.2 Solução geral da equação Para resolver a Eq. (2.28), admitimos uma solução na forma steCtx )( , onde C e s são constantes. A inserção dessa função e suas derivadas resultam na equação característica, 02 kscsm (2.29) cujas raízes são obtidas na forma já conhecida, m k m c m c m mkcc s 22 2,1 222 4 (2.30) Estas raízes resultam em duas soluções, ts eCtx 111 )( e ts eCtx 222 )( . Assim, a solução geral é dada pela combinação das soluções: tsts eCeCtx 21 21)( (2.31) onde C1 e C2 são constantes arbitrárias a serem determinadas pelas condições iniciais. Definições de amortecimento crítico e fator de amortecimento O amortecimento crítico cc é definido como o valor da constante de amortecimento c para o qual o radical na Eq. (2.30) torna-se nula, ou seja: nc c mmk m k mcou m k m c 2220 2 2 (2.32) Para um sistema amortecido, define-se o fator de amortecimento como a razão entre a constante de amortecimento e o amortecimento crítico: ccc . Substituindo nmc )2( , na Eq. (2.30), obtém-se outra forma de expressar as raízes, Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 35 ns )1( 22,1 (2.33) e, portanto, a solução geral dada pela Eq. (2.31), assume a forma tt nn eCeCtx 1 2 1 1 22 )( (2.34) A natureza das raízes 21 ses e o comportamento da solução, dada pela Eq. (2.31), depende do fator de amortecimento. Pode-se perceber que para o caso de 0 resulta em vibrações não amortecidas discutidas na seção 2.2. Por consequência, admitindo que 0 podemos considerar os três casos seguintes. Caso 1. Sistema subamortecido: ccc ;10 Para essa condição,)1( 2 é negativo e as raízes são complexas. Fazendo 1i , as raízes da Eq. (2.33) podem ser expressas como nis )1( 22,1 (2.35) Analogamente, a solução dada pela Eq. (2.34), pode ser descrita de outra forma, como titi nn eCeCtx )1( 2 )1( 1 22 )( (2.36) ou, após algumas manipulações algébricas, nas formas )(cos)( )()( od t o d t teXtx tseneXtx n n (2.37) onde ),( X e ),( ooX são constantes a serem determinadas pelas condições iniciais. Definindo a frequência amortecida por 21 nd , e assumindo as condições iniciais 0)0( xtx e 0)0( xtx , podemos determinar ' 2 ' 1 CeC : d ono o xx CexC ' 2 ' 1 (2.38) e, por consequência, a solução geral torna-se t xx txetx d d ono do tn sincos)( (2.39) As constantes ),( X e ),( ooX podem ser expressas como Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 36 '1'21'2'11 2' 2 2' 1 )()( CCtgeCCtg CCXX o o (2.40) Obs: O movimento descrito por essas equações é um movimento harmônico amortecido de frequência angular 21 nd ; porém por causa do fator tne , a amplitude diminui exponencialmente no tempo (Fig. 2.22). (ver Exercício_09) Figura 2.22 – Solução subamortecida. Caso 2. Sistema criticamente amortecido: ccc ;1 Nesse caso, as duas raízes da Eq. (2.33) são reais e iguais, e podem ser expressas como n c m c ss 2 21 (2.41) Por causa das raízes repetidas, a solução geral da Eq. (2.34) é dada por, tnetCCtx 21)( (2.42) A aplicação das condições iniciais: 00 )0()0( xtxextx , nesse caso, temos onoo xxCexC 21 (2.43) e a solução geral torna-se tonoo netxxxtx )( (2.44) Obs: Pode-se ver que o movimento representado pela Eq. (2.44) é aperiódico (não periódico). Visto que 0 tne quando t , o movimento eventualmente diminuirá até zero, como indica a Fig. (2.24). Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 37 Figura 2.22 – Comparação de movimentos com diferentes tipos de amortecimento. Caso 3. Sistema superamortecido: ccc ;1 A Eq. (2.33) mostra que as raízes 21 ses são reais e distintas, e são dadas por: ns )1( 22,1 (2.45) com 12 ss e negativas. Nesse caso, a solução dada pela Eq. (2.36), pode ser: tt nn eCeCtx )1( 2 )1( 1 22 )( (2.46) A Eq. (2.46) mostra que o movimento é aperiódico, independente das condições iniciais impostas ao sistema. Visto que as raízes 21 ses são ambas negativas, o movimento diminui exponencialmente com o tempo, como pode ser visto na Fig. (2.22). A natureza das raízes com a variação dos fatores de amortecimento pode ser mostrada no plano complexo, conforme a Fig. (2.25). O semicírculo representa o lugar das raízes para diferentes valores de ζ na faixa de 10 . Figura 2.25 – Lugar da raízes para diferentes fatores de amortecimento. Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 38 2.4.3 Método do decremento logarítmico O decremento logarítmico representa a taxa de redução da amplitude de uma vibração livre livremente amortecida. É definido como o logaritmo natural da razão entre duas amplitudes sucessivas. Pela Eq. (2.36), podemos expressar a razão entre duas amplitudes sucessivas 21 xex como dn dn n e e e x x t t )( 2 1 1 1 (2.47) O decremento logarítmico pode ser obtido pela Eq. (2.47): n ndn x x 2 2 1 1 2 ln ou m c d 2 2 1 2 2 (2.48) ou ainda, para pequenos fatores de amortecimento, a Eq. (2.48) pode ser aproximado por: 12 se (2.49) A Fig. (2.27) mostra a variação do decremento logarítmico dado pelas Eqs. (2.48) e (2.49), onde se observa que, para valores até 3,0 , é difícil distinguir uma curva da outra. Figura 2.25 – Variação do decremento logarítmico com amortecimento. O decremento logarítmico é adimensional e, na realidade, é outra forma do fator de amortecimento. Uma vez conhecido δ, ζ pode ser determinado resolvendo-se a Eq. (2.48): 22)2( (2.50) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 39 Se usarmos a Eq. (2.49) em vez da Eq. (2.48), obtemos: 2 (2.51) Se o amortecimento do sistema não for conhecido, podemos determiná-lo por meios experimentais medindo-se dois deslocamentos consecutivos 21 xex . (ver Exercício_10) Na verdade, o fator de amortecimento também pode ser determinado medindo-se dois ciclos separados por qualquer número de ciclos m, cuja equação geral é dada por 1 1ln 1 mx x m (2.52) que pode ser substituído na Eq. (2.50) ou Eq. (2.51) para obter o fator de amortecimento ζ. 2.5 Condições de Estabilidade e Método da Energia Considere uma barra rígida de massa uniformemente distribuída m articulada em uma das extremidades e conectada simetricamente a duas molas na outra extremidade, como mostra na Fig. (2.17a). Quando a barra for deslocada por um ângulo θ, a força resultante em cada mola será senlk ; e a força total de mola será senlk2 . A força da gravidade mgW age no sentido vertical de cima para baixo, passando pelo centro de gravidade G. O momento de inércia em relação ao ponto de rotação O devido à aceleração angular é 32mlJo . Figura 2.17 – Estabilidade de uma barra rígida. Assim, a equação de movimento da barra pode ser escrita como 0 2 cos2 3 2 senlWlsenlkml (2.53) Para pequenas oscilações, onde sen e 1cos , a Eq. (2.53) reduz-se a 0 2 312 0 2 2 3 2 2 2 2 ml Wllk ou l Wlk ml (2.54) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 40 A solução da Eq. (2.54) depende do sinal de 22 2312 mllWlk . Caso 1. Quando 02312 22 mllWlk , a solução da Eq. (2.54) representa oscilações estáveis e pode ser expressa como tensAtAt nn 21 cos)( (2.55) onde A1 e A2 são constantes e 21 2 2 2 312 ml lWlk n . Caso 2. Quando 02312 22 mllWlk , a Eq. (2.54) reduz-se para 0 , e a solução pode ser obtida diretamente integrando-se duas vezes 21)( CtCt (2.56) Para as condições iniciais oo tet )0()0( , a solução torna-se 00)( tt (2.57) A Eq. (2.57) mostra que o deslocamento angular aumenta linearmente com velocidade constante 0 . Entretanto, se 00 ,o pêndulo permanece na posição de equilíbrio 0 . Caso 3. Quando 02312 22 mllWlk , definimos 21 2 2 2 123 ml lklW e expressamos a solução da Eq. (2.54) como tt eBeBt 21)( (2.58) onde B1 e B2 são constantes. Para as condições iniciais 0 e 0 , a Eq. (2.58) torna-se tt eet 0000 2 1 )( (2.59) A Eq. (2.59) mostra que )(t aumenta exponencialmente com o tempo e, por consequência, o movimento é instável ou divergente. A razão física é que o momento restaurador devido à mola )2( 2lk , que tenta trazer o sistema para a posição de equilíbrio, é menor do que o momento não restaurador devido à gravidade ))2(( lW , que tenta afastar a massa da posição de equilíbrio. Esse típico comportamento também é conhecido como uma instabilidade divergente. (ver Exercício_11) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 41 2.6 Vibração Livre com Amortecimento de Coulomb Em muitos sistemas mecânicos são usados amortecedores de Coulomb ou de atrito seco devido a simplicidade e conveniência. A lei de Coulomb de atrito seco afirma que, quando dois corpos estão em contato, a força requerida para deslizamento é proporcional à força normal que age no plano de contato. Assim, a força de atrito F é dada por gmWNF (2.60) onde N é a força normal, W=mg e µ é o coeficiente de atrito. O valor do coeficiente de atrito depende dos materiais em contato e das condições das superfícies. Por exemplo, µ=0,1 para metal sobre metal (com lubrificação), µ=0,3 para metal sobre metal (sem lubrificação) e aproximadamente µ=1 para borracha sobre metal. 2.6.1 Equação do movimento Considere um sistema massa-mola com atrito seco como mostrado na Fig. (2.33a). Uma vez que a força de atrito varia com a direção da velocidade, precisamos considerar dois casos, como indicado nas Figs. (2.33b) e (2.33c). Figura 2.33 – Sistema massa-mola com amortecimento de Coulomb. Caso 1. Quando x é positivo e x é positiva ou quando x é negativo e x é positiva (isto é, para o meio-ciclo durante o qual a massa se movimenta da esquerda para a direita), a equação do movimento pode ser obtida pela 2ª lei de Newton (Fig. 2.33b), NxkxmouNxkxm (2.61) Esta é uma equação diferencial não homogênea de segunda ordem. A solução pode ser verificada substituindo a Eq. (2.62) na Eq. (2.61) k N tensAtAtx nn 21 cos)( (2.62) onde A1 e A2 são constantes cujos valores dependem das condições iniciais desse meio ciclo. Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 42 Caso 2. Quando x é positivo e x é negativa ou quando x é negativo e x é negativa (isto é, para o meio-ciclo durante o qual a massa se movimenta da direita para a esquerda), a equação do movimento pode ser derivada pela Fig. (2.33c), como NxkxmouNxkxm (2.63) A solução da Eq. (2.63) é dada por k N tensAtAtx nn 43 cos)( (2.64) onde A3 e A4 são constantes cujos valores dependem das condições iniciais desse meio ciclo. As Eqs. (2.62) e (2.64) indicam que em cada meio ciclo o movimento é harmônico, e a posição de equilíbrio muda de kN para kN , como mostrado na Fig. (2.34). Figura 2.34 – Movimento da massa com amortecimento de Coulomb. 2.6.2 Solução da equação do movimento As Eqs. (2.61) e (2.63) podem ser expressas como uma única equação (usando N=mg): 0)sgn( xkxgmxm (2.65) onde a função sgn(y) é definida como sendo: 1 para y>0 e -1 para y<0. Podemos ver que a Eq. (2.65) é uma função diferencial não linear para a qual não existe uma solução analítica simples. Nesse caso, deve-se optar por métodos numéricos. (ver Exercício_12) 2.7 Solução Numérica das Equações do Movimento Embora os problemas examinados até aqui tenham sido tratados como equações diferenciais lineares que podem ser resolvidas analiticamente, existem muito problemas que não podem ser resolvidos dessa forma. A equação do pêndulo simples é um exemplo. Para resolver a equação analiticamente, fez-se uso da aproximação angular sen , resultando numa solução analítica aproximada, onde as condições iniciais são válidas apenas para Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 43 pequenos ângulos )( 10 . Para os casos de condições iniciais com ângulos maiores, uma rotina de integração numérica deve ser utilizada para calcular e plotar uma solução exata da equação de movimento (ver Exercício_08). O Matlab possui diversas sub-rotinas baseadas na utilização de métodos numéricos, que podem ser usadas para a solução de sistemas de equações diferenciais ordinárias de primeira ordem. Em sistemas de equações diferenciais de ordens mais elevadas ou não homogêneas, especialmente aqueles onde as forças atuantes são transientes ou não periódicas, uma equação diferencial de ordem n pode ser convertida em um sistema de n equações diferenciais ordinárias de primeira ordem antes de usar funções Matlab. 2.7.1 Resposta no tempo pelo método de Runge-Kutta Em geral, a aplicação das leis físicas pertinentes aos vários tipos de problemas dinâmicos (mecânica dos sólidos, mecânica dos fluidos, etc.) recaem na formulação de modelos através de equações diferenciais parciais. Nesses casos, são chamados de “modelos contínuos”, que consideram um número infinito de pequenas massas distribuídas ao longo da estrutura, o que permite obter um comportamento que reproduz quase exatamente o sistema físico em questão. Infelizmente estes modelos só podem ser resolvidos para um pequeno número de casos e situações especiais, o que limita bastante as necessidades dos engenheiros, levando-os a trabalhar com modelos menos exatos. Quando se considera o meio material discreto, os modelos são denominados “modelos de parâmetros concentrados”, cujas variáveis dependentes do sistema são consideradas uniformes sobre regiões finitas do espaço. Neste caso, se trabalha com sistemas de equações diferenciais ordinárias, cujas soluções são mais simples e de fácil compreensão do fenômeno. Método de Runge-kutta aplicado na resposta de vibração livre O Matlab tem diversas funções ou solvers baseados na utilização de métodos numéricos, que podem ser usados para a solução de um sistema de equações diferenciais ordinárias de primeira ordem. Um procedimento numérico produz uma lista de valores discretos )( ii txx que aproxima uma solução tal qual a função contínua )(tx , que é a solução exata. Para dadas condições iniciais de vibração livre amortecida na forma, oo v0xex0x0xkxcxm )()(; (2.66) os valores iniciais oo vex , formam os dois primeiros pontos da solução numérica. Seja o intervalo de duração ),( fT0 cuja solução é de interesse, e o intervalo de discretização no tempo tal que nTt f . Assim a Eq. (2.66) é calculada nos valores de ).,...,.,, fn21o Ttntt2ttt0t para produzir uma representação aproximada, ou simulação da solução. Uma formulação útil para resolver problemas de primeira ordem, baseada nas derivadas de Runge-kutta, estabelece que Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva(UFCG/CCT/UAEM) 44 ),();,( );,();,( :, ttktxfk 2 t tk 2 t xfk 2 t tk 2 t xfktxfk ondekk2k2k 6 t xx n3nn4nn2nn3n n1nn2nnn1n 4n3n2n1nn1n (2.67) A soma entre parênteses na primeira das Eqs. (2.67) representa a média de 6 números, cada um resultante das inclinações médias obtidas para os diferentes tempos no intervalo t . Retornando ao problema da Eq. (2.66), dividimos ambos os termos da equação pela massa m e definimos duas novas variáveis )(txx1 e )(txx2 , e substituímos x e sua derivada em termos de x1 e x2 na forma )()()( )()( tx m k tx m c tx txtx 122 21 (2.68) sujeitas às condições iniciais o1 x0x )( e o2 x0x )( . Essas duas equações acopladas, podem ser expressas na forma matricial )( )( )(; )( )( )(; 0x 0x 0x tx tx tx m c m k 10 A 2 1 2 1 (2.69) onde a matriz A é chamada de matriz de estado, e o vetor x é o vetor de estado. A posição x1 e velocidade x2 são chamadas de variáveis de estado. Usando essas definições, a Eq. (2.68) pode ser escrita na forma compacta )()( txAtx (2.70) sujeita a condição inicial x(0). Utilizando uma rotina Runge-kutta a escolha dos intervalos de tempo pode ser feita de forma automática usando a função ode23, cujo seguinte comando deve ser usado >> [t, x]=ode23('dfunc', tspan, x0) onde dfunc é o nome da função m-file cuja entrada deve ser t e x e cuja saída deve ser um vetor coluna que representa dtdx / , isto é, ),( xtf . O número de linhas no vetor coluna deve ser igual ao número de equações de primeira ordem. O vetor tspan deve conter os valores inicial e final da variável independente tempo t e, opcionalmente, quaisquer valores intermediários de t nos quais se queira a solução. O vetor x0 deve conter os valores iniciais de x(t). Um procedimento semelhante é usando a função ode45. (ver Exercícios 09 e 12) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 45 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Capítulo 2 - Vibrações Livres de Sistemas Exercício_06 (Vibração livre de Pêndulo composto – Ex. 2.66, Rao) Determine a frequência natural do pêndulo mostrado na Fig. 2.83, quando a massa da barra conectora não é desprezível em comparação com a massa do peso do pêndulo. Esboce a equação geral linearizada, usando o método da energia. Solução: Considerando o sistema não amortecido, temos a equação da Energia cinética, devido a massa da haste m e do peso M: )1.( 2 1 32 1 22 ElMl m TTT ph Analogamente, temos a equação da Energia potencial dada por: )2.()cos1()cos1( 2 ElMg l mgUUU ph Derivando a soma das Eqs. (E.1) e (E.2), 0UT dt d , obtemos a relação: )3.(0sin 23 2 Elg m Ml m M Assumindo pequenos deslocamentos, obtemos a equação linearizada: )4.(0 3 2 E l g mM mM onde, obtemos a frequência natural, dada por: lmM gmM n 3 2 . Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 46 Exercício_07 (Vibração livre não amortecida – Ex. 2.18, Rao) Um sistema massa-mola não amortecido com m=20 kg e rigidez k=500 N/m é sujeito a um deslocamento inicial de mxo 075,0 e uma velocidade inicial de smxo /10,0 . Determinar as equações e plotar curvas de deslocamento, velocidade e aceleração no Matlab. Solução: Considerando o sistema não amortecido, na equação compacta dada por, ono tensAtx )( (E.1) A frequência natural é obtida por: srad m k n /0,5 20 500 ; (E.2) A amplitude máxima Ao e o ângulo de fase Φo são: m x xA n o oo 077,0 5 1,0 )075,0( 2 2 2 2 (E.3) radtg x x tg o no o 31,175 1,0 )5)(075,0(11 (E.4) Assim, as respectivas equações de movimento, sob as condições adotadas acima, são: 31,1594,1)( 31,15cos388,0)( 31,15077,0)( tenstx ttx tenstx (E.5) Uma visualização das curvas de deslocamento, velocidade e aceleração são plotadas no Matlab, onde nota-se as diferenças de amplitude e ângulo de fase de cada uma delas. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 -0.1 0 0.1 Resposta de Deslocamento, x(t) A m pl itu de (m ) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 -0.5 0 0.5 Resposta de Velocidade, v(t) A m pl itu de (m /s ) 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 -2 0 2 Resposta de Aceleração, a(t) Tempo, (s) A m pl itu de (m /s 2 ) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 47 Exercício_08 (Equações e solução de pêndulos simples – P.2.62, Rao) Uma massa m é ligada à extremidade de uma barra de massa desprezível e entra em vibração em três configurações (Fig. 2.79). (i) Derive as expressões para a frequência natural dos pêndulos e determine qual a configuração que correspondente à mais alta frequência natural. (ii) Analise as respostas em termos de deslocamentos relativos em condições onde a solução linearizada não é válida. Solução: (a) Vibração livre: considerando um deslocamento angular θ da massa m e aplicando a 2ª lei de Newton, teremos a equação não linear, 0gmml sin (E.1) Considerando pequenos deslocamentos, sin , a Eq. (E.1) linearizada fica, 0gmml (E.2) onde, encontra-se a frequência natural, lgn (E.3) Assim, a solução geral em termos de posição angular do pêndulo simples será, ttt n n o no sincos)( (E.4) (b) Para a segunda configuração incluindo uma mola de rigidez k numa dada posição a, e aplicando a 2ª lei de Newton, obtém-se 0sinsin22 lgmakml (E.5) Considerando pequenos deslocamentos, sin , a Eq. (E.5) fica Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 48 0)( 22 glmakml (E.6) onde, da Eq. (E.6) encontra-se a frequência natural, 2 2 lm lmgak n (E.7) (c) Para a configuração do pêndulo invertido, aplicando a 2ª lei de Newton, obtém-se 0sinsin22 lgmakml (E.8) Considerando pequenos deslocamentos, sin , a Eq. (E.8) fica 0)( 22 glmakml (E.9) onde, da Eq. (E.9) encontra-se a frequência natural, 2 2 lm lmgak n (E.10) Obs: Após análise dos resultados observa-se que a configuração (b) será a que apresenta a maior frequência natural, devido ao numerador possuir os termos se somando. Por outro lado, analisando as respostas em deslocamento angular, dadas pelas Eqs. (E.1) e (E.2), atravésdas soluções analítica e numérica (Runge-kutta), para condições de deslocamentos angulares maiores, onde sin , nota-se um aumento significativo do período de vibração resultante em relação à solução obtida pela equação linearizada. 0 2 4 6 8 10 12 14 -1 -0.5 0 0.5 1 Vibração livre - linearizada Tempo [s] D es lo c. a ng ul ar [r ad ] 0 2 4 6 8 10 12 14 -1 -0.5 0 0.5 1 Vibração livre não linear Tempo [s] D es lo c. a ng ul ar [r ad ] Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 49 Exercício_09 (Resposta de vibração livre amortecida, P 2.109, Rao) Um sistema massa-mola subamortecido com m=10 kg e rigidez k=1000 N/m é sujeito a um deslocamento inicial de mxo 10,0 e uma velocidade inicial de sm10xo / . Determinar a equação de deslocamento e plotar o gráfico de resposta para c=50 N.s/m usando o Matlab. Compare as respostas analítica e numérica por uma rotina Runge-Kutta. Solução: Considerando a resposta em deslocamento de um sistema subamortecido 10 , obtém-se uma forma analítica da solução dada pela Eq. (2.43): )()( tseneXtx dtn , onde obtém-se os parâmetros: msN200m2csrad10 10 1000 m k ncn /...;/ ; srad2501101250 c c 22 nd c /9,68),(;, m061 689 101025010 10 xx xX 2 2 2 d ono2 o , , ),)((, ),( rad 101025010 10 tg xx x tg 1 ono do1 0,094 ),)((, )9,68)(,( Logo, temos a solução analítica: )0,0949,68(,)( , tsene061tx t52 Obs: Nos gráficos de respostas analítica e numérica, observa-se uma boa concordância entre as curvas, inclusive na região onde ocorre o maior pico de amplitude relativa. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 Problema 2.109 Tempo, s D es lo ca m en to , m Numerica Analitica - zeta=0,25 Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 50 Exercício_10 (Projeto de amortecedor de motocicleta – Ex. 2.11, Rao) O projeto de um absorvedor de choque para uma motocicleta de m=200 kg, é idealizado na figura abaixo com as especificações da resposta no tempo. (a) Determine as constantes de rigidez e amortecimento para um período de vibração de 2 s e quando a amplitude x1 tiver de ser reduzida a um quarto em meio ciclo; (b) Determinar a velocidade inicial mínima que resulta num deslocamento máximo 250 mm. Solução: Visto que 164;4 15,1215,1 xxxxx . Por consequência, o decremento é 2 2 1 1 2 773,2)16ln(ln x x onde, obtém-se ζ =0,4037. Usando a relação do período τd=2 s, obtém-se sradn nd d /43,3 )4037,0(12 2 1 22 2 22 (a) A constante de amortecimento crítico cc pode ser obtida por msNmc nc /.54,373.1)43,3)(200(22 Assim a constante de amortecimento c é dada por msNcc c /.49,554)54,373.1)(4037,0( E a rigidez: mNmk n /26,358.2)434,3)(200( 22 (b) O deslocamento da massa atingirá seu valor máximo no tempo t1, dado por: (ver P.2.86) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 51 sttsentsen d 368,0915,0)4037,0(11 1 22 11 O envelope que passa pelos pontos máximos, é dado por mXeXeXx tn 455,0)4037,0(125,01 )368,0)(434,3)(4037,0(22 A velocidade da massa pode ser obtida, diferenciando o deslocamento ttseneXtxtseneXtx dddn t d t nn cos)()( Quando t=0, a equação acima fica smXXxtx ndo /43,1)4037,0(1)434,3)(455,0(1)0( 22 Exercício_11 (Análise de pêndulo invertido – Condição de Estabilidade) Seja o pêndulo invertido conectado a duas molas de mesma rigidez e amortecimento desprezível. (a) Derive a equação do movimento e sua frequência natural, para pequenos ângulos θ; (b) Sendo a massa M=0,5 kg, rigidez da mola k=50 N/m, comprimento l=0,5 m e massa da haste m=0,25 kg, analise a condição de estabilidade do sistema. Solução: (a) Considerando o centroide da barra na posição (l/2) e o peso da barra, e aplicando a equação do momento em relação ao pivô o, temos: )1.( 3 22 ElMl m JondeJM eqeqo )2.( 322 )2( 2 2 El m Msen l mgsenlMgsen l k l l/2 mg G k k o Mg Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 52 Assumindo pequenos ângulos, sin , obtemos a equação linearizada, )3.(0 223 2 2 E l mgMgl lk l m M Simplificando, obtém-se a equação geral na forma, )4.( )3( 22 ,0 )3( 22 E lmM mgMglk onde lmM mgMglk n (b) Substituindo os valores dados, observa-se que o sistema será estável pois, 13,65,1281,9. 2 25,0 5,0 2 )5,0(50 22 g m M lk e que o valor da rigidez crítica, para ocorrer a instabilidade seria mNg l mM kg m M lk c c /5,24 2 22 Exercício_12 (Resposta livre com amortecimento Coulomb – Prob. 2.121, Rao) A massa de um sistema massa-mola vibra sobre uma superfície seca com uma inclinação de 30°, em relação à horizontal, como mostra a Fig. 2.99. (a) Derive a equação de movimento; (b) Determine a resposta do sistema para os dados: m=20 kg; k=1000 N/m; µ=0,1; mxo 10,0 e smxo /5 . Solução: (a) Considerando o D.C.L. do sistema, onde: cosmgN , obtém-se as formas de solução dadas pelas Eqs. (2.61) e (2.63): Caso 1: sengmgmxkxmousengmNxkxm cos22 (E.1) Caso 2: sengmgmxkxmousengmNxkxm cos22 (E.2) Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 53 As Eqs. (E.1) e (E.2) podem ser compactadas na forma geral 02)sgn(cos sengmxkxgmxm (E.3) (b) Para as condições iniciais dadas e considerando-se: 30 , ;/0,10202000 sradn Aplicando-se a Eq. (E.3) pelo método de Runge-kutta, obtém-se uma resposta na forma: ;/)1(2))2(sgn(cos)2( );2()1( sengmxkxgf xf (E.4) 0 2 4 6 8 10 12 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 Resposta numérica - Runge/Kutta t (s) x( t) Exercício_13 (Efeito da massa de viga sobre a frequência natural – Ex. 2.9, Rao) Determine a frequência natural de vibração transversal de uma viga engastada-livre sob o efeito de uma carga concentrada P na extremidade (Fig. 2.20), sem considerar e incluindo a massa da viga. Solução: (a) Numa primeira análise, sem considerarmos o efeito da massa da viga, a frequência natural seria dadapor: Mkn onde k é a rigidez e M representa a massa principal. Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 54 (b) Considerando a massa da viga m, determinamos a massa equivalente na extremidade livre usando a equivalência de energia cinética num modelo com 1 GDL. A deflexão estática da viga em balanço sob uma carga concentrada P na extremidade, é dada por: 32 3 2 3 2 3 6 )( xlx l y xl EI xP xy máx (E.1) A máxima energia cinética da viga em si (Tmáx) é dada por dxxyT l l m máx 2 0 2 1 )( (E.2) Usando a Eq. (E.2) para expressar a variação de velocidade )(xy , como 32 3 3 2 )( xlx l y xy máx (E.3) e, por consequência, a Eq. (E.2) torna-se máx máx l máx máx yml l y l m dxxlx l y l m T 27 6 2 0 232 2 3 140 33 2 1 35 33 42 1 )3( 22 (E.4) Se meq denotar a massa equivalente da viga em balanço na extremidade livre, sua energia cinética máxima pode ser expressa como máxeqmáx ymT 2 2 1 (E.5) Igualando as Eqs. (E.4) e (E.5), obtemos mmmeq 236,014033 . Assim, a massa efetiva total que age na extremidade livre da viga em balanço é dada por eqeff mMM (E.6) onde M é a massa principal devido à carga na extremidade da viga. Portanto, a frequência natural de vibração transversal da viga é dada por mM k mM k M k eff n 236,0 140 33 (E.7) Obs: Nota-se uma redução na frequência natural devido ao acréscimo no denominador da massa efetiva. Para comprovar esse estudo, foi desenvolvido um trabalho experimental no LVI-UFCG (Silvano e Rocha, 2009). Notas de Aulas Período 2014.2: Vibrações Mecânicas – Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 55 LISTA DE EXERCÍCIOS (Cap. 2 - Vibração Livre de Sistemas) Responder as questões de revisão e resolver os problemas listados na Tabela abaixo. Questões: 01) Como saber se um sistema sofre vibração livre ou forçada? Qual a diferença entre sistemas conservativos e não conservativos? 02) Como podemos determinar a equação de movimento de um sistema vibratório? Descreva os passos necessários para a sua solução. 03) Para um sistema torcional, quais são os parâmetros equivalentes ao sistema em translação m, c e k? Ilustre com um exemplo. 04) Quais as premissas adotadas para determinar a frequência natural pelo método da energia. Exemplifique. 05) Descreva pelo menos um procedimento usado para a determinação do amortecimento. 06) De que forma podem ser classificados os sistemas estáveis e instáveis? Comente as respostas usando o mapa do lugar das raízes. 07) Quando aparece nos sistemas o amortecimento de Coulomb, e como é identificado graficamente? 08) Quantas constantes arbitrárias deve ter uma solução geral para uma equação diferencial de segunda ordem? Como elas são determinadas? Justifique. 09) Cite duas aplicações práticas do conceito de centro de percussão. Exemplifique. 10) Qual a diferença entre sistemas com amortecimento Coulomb e viscoso? Exemplifique-os. 11) A equação de movimento será a mesma quer a massa movimente-se num plano horizontal ou inclinado? Justifique. 12) Quando a massa vibra em sentido vertical, seu peso sempre pode ser ignorado na derivação da equação de movimento? Justifique. 13) O fator de perda pode ser usado para comparar a capacidade de amortecimento de diferentes materiais de engenharia? Liste alguns exemplos (ex. Tabela). 14) No caso de vibrações em pêndulo simples, como deve ser realizada a análise vibratória quando o deslocamento angular não é pequeno? Justifique com sugestão de um método. 15) No caso de vibrações em pêndulo invertido, discuta sobre a análise vibratória quando o sistema é passível de instabilidade? Justifique um método de solução. Problemas (Livro Rao): 2.2 – Sistemas de translação não amortecidos P 2.9, 2.12, 2.44, 2.53, 2.56 2.3 – Sistemas torcionais não amortecidos P 2.67, 2.69, 2.71, 2.73 2.4 - Sistemas com amortecimento viscoso P 2.87, 2.89, 2.91, 2.97, 2.108 2.5 - Condições de estabilidade e método energia P 2.74, 2.75, 2.82, 2.83 2.6 - Sistemas com amortecimento de Coulomb P 2.112, 2.114, 2.119, 2.121 2.7 – Rotinas numéricas em Matlab (*) P 2.128, 2.130 a 2.133