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Gestão Estratégica de Marketing Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Reitor Prof. Me. José Carlos Barbieri Vice-Reitor Prof. Dr. Hamilton Luiz Favaro Pró-Reitora Acadêmica Prof. Ma. Margareth Soares Galvão Diretor de Operações Comerciais Prof. Me. José Plínio Vicentini Diretor de Graduação Prof. Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva Diretor de Pós-Graduação e Extensão Prof. Ma. Marcela Bortoti Favero Diretor de Regulamentação e Normas Prof.. Me. Lincoln Villas Boas Macena Diretor de Operações EAD Prof. Me. Cleber José Semensate dos Santos 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP V217g Van Dal, Jorge Luiz Garcia Gestão estratégica de marketing / Jorge Luiz Garcia Van Dal. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 98 p. : il. Color. 1. Marketing. 2. Marketing de relacionamento. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD : 23 ed. 658.8 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFCV CAMPUS SEDE Avenida Advogado Horácio Raccanello Filho, 5950, Novo Centro - Maringá - PR CEP: 87.020-035 UNIFCV SEDE ADMINISTRATIVA Avenida Advogado Horácio Raccanello Filho, 5410, Maringá - PR CEP: 87.020-035 (44) 3028-4416 www.unifcv.edu.br/ As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Pexels. AUTOR Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal ● Mestre em Comunicação Social pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo). ● Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) (UniCesumar). ● Especialista em Marketing (Instituto Paranaense de Ensino). ● Especialista em Mídias Digitais (UniFatecie). ● Professor Formador EAD - UniCesumar. ● Docente do curso de MBA Marketing - Comunicação, mercado e mídia (UniCesumar). ● Professor de pós-graduação na Faculdade Cidade Verde (FCV). ● Professor de pós-graduação na Faculdade Alfa de Umuarama. ● Coordenador do curso de Marketing na UniFatecie. ● Coordenador do NEAD (Núcleo de Educação a Distância) da UniFatecie. Ampla experiência como diretor, produtor e apresentador de programas de TV e planejamento de mídia para campanhas de publicidade na região noroeste do Paraná. Apresentador de programas eleitorais e estrategista em Marketing Eleitoral. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre os conceitos fun- damentais da gestão estratégia de marketing. Além de conhecer seus principais conceitos e definições, vamos explorar as mais diversas aplicações do desenvolvimento do marketing como ferramenta estratégica para as organizações. Na unidade I começaremos a nossa jornada pelo conceito do Marketing como ferramenta de gestão. Também vamos estabelecer a importância do sistema de informação de marketing para instrumentalização por meio de dados e vamos descrever as principais estratégias de marketing a partir de seu mix. Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre análise e estratégias corporativas de negócios e entender a aplicação da Análise SWOT. Além disso, vamos compreender análise de cenários e ambientes e estabelecer a importância da análise da do setor varejista e atacadista. Depois, na unidade III vamos tratar especificamente da relação entre a inovação e estratégias competitivas. Vamos também apresentar a metodologia do planejamento estratégico, tático e operacional e conhecer as principais etapas do plano de marketing. Por último, na unidade IV, vamos conceituar e contextualizar as estruturas de mercado e conhecer os principais tipos de estratégia de acesso ao mercado. Além disso, vamos compreender as estratégias baseadas em guerra de preços e também em nichos de mercado. Muito obrigado e bom estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Conceitos Gerais UNIDADE II ................................................................................................... 28 Marketing e Análise UNIDADE III .................................................................................................. 51 Gestão e Práticas de Marketing UNIDADE IV .................................................................................................. 69 Mercado e Gestão de Marketing 3 UNIDADE I O Marketing e a Gestão de Produtos Prof. Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida Prof. Me. Alvaro Martins Fernandes Junior Plano de Estudo: ● Conceitos Gerais de Marketing; ● Marketing como ferramenta de gestão; ● Instrumentalização por meio de dados; ● Estratégias de Marketing. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar o Marketing; ● Compreender o Marketing como ferramenta de gestão; ● Estabelecer a importância do sistema de informação de marketing para instrumentalização por meio de dados; ● Descrever as principais Estratégias de Marketing a partir de seu mix. UNIDADE I Conceitos Gerais Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 4UNIDADE I Conceitos Gerais INTRODUÇÃO Nesta primeira unidade vamos abordar os conceitos fundamentais de marketing destacando o chamado mix de marketing ou 4Ps (Produto, Preço, Praça e Promoção. Como sabemos, os 4Ps representam um conceito que foi desenvolvido por Jerome McCarthy, que representa uma definição dos quatro principais grupos de atividades que formam a base fundamental para a realização das atividades de marketing. Também vamos abordar o marketing como ferramenta de gestão e observar sua evolução na administração de mercados. Para isso vamos conhecer as cinco orientações ou filosofias de marketing com base nas quais as organizações conduzem suas atividades: orientação para a produção, orientação para o produto, orientação para as vendas, orienta- ção para o marketing e orientação para o marketing societal ou holístico. Além disso, vamos estabelecer a importância do sistema de informação de marke- ting para instrumentalização por meio de dados e tratar de alguns aspectos que norteiam as estratégias de marketing baseadas em seu mix: produto, preço, praça e promoção. 5UNIDADE I Conceitos Gerais 1. CONCEITOS GERAIS DE MARKETING A palavra Marketing tem origem no termo em latim mercari, que significa comércio, ato de mercar, comercializar ou transacionar. Se analisarmos a palavra “marketing” (do inglês), vamos perceber que sua raiz “market” é traduzida como mercado. O sufixo “ing” tem uma conotação de movimento, parecido com o gerúndio do português. Se fossemos traduzir ao pé da letra a palavra marketing para o português, seria algo parecido com mercadante. Estranho, não é? Por isso, alguns autores traduzem o termo também como mercadologia. O sufixo “logia” é derivado do grego que significa es- tudo, assim como biologia significa estudo da vida. Portanto, o conceito de Marketing ou Mercadologia pode ser compreendido como estudo do mercado. Nesse sentido, se marketing é o estudo do mercado, precisamos ter claro o en- tendimento do que é o mercado. Com isso, podemos compreender melhor seu conceito. O mercado, como vamos tratar aqui, não é, necessariamente, um lugar físicoou geográfico. Trata-se de um conceito, tanto teórico quanto prático, no qual agentes econômicos ligados direta ou indiretamente realizar transações comerciais que envolvem a troca de produtos e serviços por uma unidade monetária (dinheiro) ou por outros bens e serviços. Podemos citar vários exemplos de mercados com integrantes que interagem e influen- ciam os processos de oferta e procura. Exemplo: mercado de automóveis, de medicamentos, de celulares, de roupas femininas, de artigos esportivos, de bares e restaurantes, etc. 6UNIDADE I Conceitos Gerais Por questões didáticas, vamos destacar, de forma superficial, alguns dos agentes de um mercado, como concorrentes, fornecedores, distribuidores, fabricantes, varejistas e consumidores. Claro que existem outras organizações que estão ligadas direta ou indi- retamente a cada mercado, dependendo do setor de atuação, como bancos, financeiros, empresas de seguro, etc. Agora que entendemos melhor o que é um mercado, podemos compreender que a organização que pratica o marketing é aquela que está constantemente monitorando, analisando e estudando seus concorrentes, fornecedores, consumidores, etc. Ao fazer isso, a empresa pode ter o que chamamos de vantagem competitiva nesse mercado. Pois suas decisões estratégicas serão realizadas a partir desse estudo. 1.1 Mix de Marketing (Produto, Preço, Praça e Promoção) O composto mercadológico, composto de marketing, mix de marketing ou também conhecido como 4Ps, se referem a um de ferramentas para que as empresas ao fazerem seu estudo e gestão consigam atingir seus objetivos, interagindo e interferindo em seus mercados-alvo. A expressão marketing mix ou composto de marketing foi utilizada pela primeira vez por James Culliton em 1948. Para descrever os principais elementos que interferem nas decisões de marketing, ele os dividiu em dois grupos: forças do ambiente – o comportamento dos clientes e consumidores; os intermediários (atacadistas e varejistas); a concorrência; o governo (força externa); elementos do marketing – o planejamento do produto; a fixação do preço; a distribuição (gestão de canais de distribuição física); a promoção, a propa- ganda, a promoção de vendas, a publicidade e a força de vendas; o serviço ao cliente; a pesquisa de marketing (BASTA, 2006, p. 33). Em 1960, McCarthy resumiu esses elementos do marketing mix ao que se conhece hoje por 4Ps: product (produto),price(preço), place (praça) e promotion (promoção). “Para ele, a noção de serviços faz parte da gestão de produtos, a pesquisa de marketing faz parte do planejamento, e as forças do ambiente são consideradas quando se elaboram as estratégias de marketing” (BASTA, 2006, p. 35). Vamos agora apresentar cada um dos 4Ps, suas características e aplicações nas estratégias de marketing: 1.1.1 Produto O Produto é considerado como qualquer objeto ou serviço colocado no mercado e é desenvolvido para desempenhar alguma função e satisfazer alguma necessidade imediata ou futura dos clientes. http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_mix http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_mix http://pt.wikipedia.org/wiki/Mix http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_mix 7UNIDADE I Conceitos Gerais É um conjunto de benefícios que satisfaz um desejo ou uma necessidade do consumidor e pelo qual ele está disposto a pagar em função de sua disponibi- lidade de recursos. Os produtos vão além de bens tangíveis. De modo geral, incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, ideias ou combinações desses elementos (BASTA, 2006, p. 34). Minadeo (2008) aponta que fazem parte do produto e contam pontos para a deci- são de compra do consumidor: a qualidade apresentada, o design, a cor e a embalagem, além do serviço de atendimento que vem embutido a essa compra. Ou seja, um produto de qualidade, seguido de um bom atendimento, vende. Os produtos também podem ser divididos em duas grandes categorias: ● tangíveis (bens materiais) – duráveis (automóveis, vestuário, máquinas indus- triais); não – duráveis (cerveja, xampu, alimentos); ● intangíveis (bens imateriais) – serviços (salão de cabelereiro, manutenção de equipamentos industriais); pessoas (um atleta, um político); locais (Rio de Janeiro, Fortale- za); organizações (Unicef, igrejas); ideias (planejamento familiar, vacinação). Para Basta (2006, p. 35) entre as principais decisões relativas à gerência da política de produto cabe salientar: marca, design e embalagens e rótulos. SAIBA MAIS Marca: a marca tem a finalidade de distinguir produtos e serviços de outros concorren- tes. Ela assegura ao titular a propriedade e o direito exclusivo, constituindo-se num ativo da organização. “A marca é um nome, signo ou símbolo, ou numa combinação desses elementos, para identificar os produtos ou serviços de um vendedor ou grupos de ven- dedores e diferenciá-los dos seus concorrentes”. As empresas que fazem uma boa gestão de marca, agregando valores intangíveis aos seus produtos por meio de estratégias de comunicação tendem a obter mais facilmente a lealdade do cliente, que muitas vezes paga mais caro por marcas de prestígio no mer- cado. Alguns analistas vêem a marca como o maior ativo de uma organização, sobre- pondo-se até mesmo aos seus produtos e às suas instalações físicas. Os profissionais de marketing devem desenvolver estratégias que mantenham ou forta- leçam a conscientização da marca, a percepção de sua qualidade e utilidade bem como as associações positivas que se prestaram ao longo do tempo. “Isso exige um inves- timento contínuo em pesquisa e desenvolvimento, uma comunicação inteligente e um excelente atendimento à rede varejista e aos clientes” (BASTA, 2006, p. 37). Fonte: Basta (2006, p. 35 - 37). 8UNIDADE I Conceitos Gerais SAIBA MAIS Preço O Preço está relacionado ao valor agregado ou unidade monetária que justifica a troca. Para o marketing, além de ser um fator decisivo de compra, o preço é o elemento que tangibiliza a transferência de posse de um produto. Nesse sentido o preço se dá, entre outros fatores, pela relação entre os benefícios oferecidos pelo produto/serviço e o valor percebido pelo consumidor, quanto maior essa relação, mais a empresa poderá cobrar pelo produto. Mas é preciso deixar bem claro que essa relação de Valor é muito relativa e está extremamente associada à capacidade da empresa de gerar valor agregado ao produto, principalmente por meio de estratégias de gestão de marca e comunicação. Para Basta (2006) antes de definir preços, a organização deve considerar quais são os objetivos de marketing relativos a seu produto (ou serviço). Quanto mais claros forem seus objetivos, mais fácil será estabelecer os preços. “As decisões de precificação de- vem ser coordenadas com o projeto, a distribuição e a promoção do produto, a fim de tornar o seu posicionamento coerente e eficaz”. Algumas organizações tomam decisões de preço utilizando a técnica do mark-up, isto é, analisam os custos inerentes à produção, comercialização, distribuição e divulgação do produto, consideram a margem de lucro pretendida e definem seu preço levando ou não em conta os preços médios praticados pelos concorrentes. Outras organizações consi- deram o preço-teto que o mercado está disposto a pagar pelo produto e, internamente, ajustam seus custos e lucros para se tornarem competitivas. Kotler e Keller (2007, p. 429) argumentam que “tradicionalmente os preços funcionam como principal determinante na escolha dos compradores”. Minadeo (2008, p. 233) com- pleta que “é o elemento mais flexível, pois pode ser ajustado para atender às condições do mercado” e está ligado não apenas a aspectos econômicos, mas também a conota- ções sociais e psicológicas, pois, para a empresa, o preço é a quantidade de dinheiro que ela está disposta a aceitar em troca do produto e, para os consumidores, é algo que eles estão dispostos a pagar em troca de um produto. As decisõessobre o preço refletem os objetivos que a empresa pretende com um produ- to ou serviço com: o público alvo, grau de serviço a oferecer, posição a conquistar junto ao consumidor e a concorrência (lei da oferta e da demanda). 9UNIDADE I Conceitos Gerais Basta (2006) lembra que às vezes a organização oferece ao cliente um preço de balcão mais baixo que o da concorrência e mesmo assim o produto é percebido como caro. Isso significa que, além do preço de balcão ou de lista, outros atributos de preço interfe- rem na decisão de compra, tais como descontos, prazo para pagamento, taxa de juros, garantias, retorno de mercadorias e serviços adicionais gratuitos. Quanto à imagem, o preço reflete os custos do produto e gera expectativa em relação à qualidade, pois culturalmente julgamos algo como “bom” ou “ruim” de acordo com “caro” ou “barato”, logo, o fato de um produto custar mais, pode transmitir imagem de qualida- de ao mercado. É fato, também, que empresas novas ou produtos novos que buscam penetração de mercado usarão as estratégias de preço baixo para ganhar adesão ou, ao contrário (skimming), quando entramos no mercado com um preço alto, justamente para nivelar por cima nossos consumidores. Praça O “P” de Praça que tem origem na tradução da palavra em inglês place pode confundir um pouco ao ser definido simplesmente como lugar, já que este “p” está relacionado não apenas com o lugar no qual o produto é encontrado, mas também com todas as ques- tões ligadas à distribuição, estocagem e logística da empresa. Praça seria, portanto a atividade de concretizar a transmissão de posse, incluindo a movimentação física, de um produto ou serviço da fábrica ou da empresa que o oferece em direção ao consumidor. Podemos defini-lo também como um conjunto de elementos que visa tornar o produto disponível para o consumidor onde e quando ele o desejar. Basta (2006) lembra que de todos os elementos que compõem o marketing mix, a distri- buição é, aos olhos do cliente ou consumidor, a menos aparente e palpável. Entretanto, para a organização, as decisões de distribuição são muito importantes pelos impactos que nos geram outros elementos do marketing mix, especialmente a longo prazo. Por exemplo: as decisões relativas à política de preços vão depender da es- colha, do tamanho e do número de intermediários, assim como as decisões relativas ao número de vendedores e à qualidade da força de vendas vão depender, entre outros fatores, do número e da capacitação dos distribui- dores. Nesse aspecto, falamos em canais de distribuição, tais canais podem ser elencados em estratégias que podem incluir atacadistas, varejistas, distribuidores, representantes de fabricantes ou distribuidores por localizações regionais. 10UNIDADE I Conceitos Gerais Uma empresa fabricante pode vender os seus produtos diretamente aos consumidores finais, mas devido aos desafios logísticos, armazenagem e até mesmo para evitar cus- tos com mão-de-obra contratada, a maioria dos fabricantes utiliza intermediários. Para Basta (2006) ao tomar essa decisão, o fabricante sabe que a venda do seu produto pode não ser realizada da maneira como ele gostaria. Além disso, assim ele também irá se afastar um pouco do consumidor final. A utilização de intermediários permite aos fabricantes reduzir substancialmente os cus- tos logísticos (estoques, transporte e armazenagem), comerciais (negociação, promo- ção e números de contatos necessários para efetuar uma venda), financeiros (riscos do financiamento) e com serviços de atendimento ao cliente. É preciso ficar atento às necessidades de distribuição de cada segmento e as mudanças ocorridas ao longo do tempo nos canais de distribuição, suas características e tipolo- gias e, ainda, conforme a mudança de hábito dos consumidores. Não podemos deixar de mencionar que a internet e as compras on-line modificaram, e muito, a forma de as empresas repensarem seus espaços (físicos e virtuais) e também a organização para distribuir os produtos observados via computador. Promoção O “P” de Promoção do mix de marketing não representa simplesmente aquela promoção de vendas que vemos aos montes no dia-a-dia nas ofertas das redes de varejo. Esse “P” vem do inglês Promotion que tem o significado de Promover o produto ou serviço no mercado. Nesse sentido a Promoção para o marketing é muito mais ampla e abrangente do que a promoção de vendas, brindes ou sorteios. Podemos expandir o conceito de Promoção para Comunicação. Nesse caso, podemos até propor uma mudança de perspectiva no “P”de Promoção para o “C” de Comunicação. A Comunicação com o mercado um comunicação mercadológica tem uma proposta mais completa e nela encontramos diversas ferramentas ou competências comunica- cionais que são utilizadas pelas empresas para atingir seus objetivos de marketing, entre elas estão: propaganda, vendas pessoal, promoção de vendas, merchandising, eventos, marketing direto, etc. Lupetti (2009, p. 23) constata que a divulgação ou a comunicação é parte integrante do processo de marketing, sendo esta que vai divulgar os resultados do processo, ou seja, os produtos e serviços da organização.“A comunicação mercadológica abrange toda forma de comunicação capaz de atingir um objetivo de marketing e deve ser elaborada a partir do quadro sociocultural do consumidor-alvo”. 11UNIDADE I Conceitos Gerais Portanto, a comunicação mercadológica faz parte do processo de marketing e não é o processo todo. É a comunicação mercadológica que vai divulgar os produtos e serviços da organização, mas antes dela deve existir todo um planejamento estratégico, que tem como base o quadro sociocultural do consumidor-alvo e suas necessidades, levando em conta o mercado, os concorrentes e outros fatores. O composto de comunicação combina diferentes elementos para criar a estratégia ge- ral da comunicação de marketing: propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e publicidade. Esses elementos podem ser divididos em venda pessoal e venda pessoal (propaganda, promoção de vendas e publicidade). Kotler e Keller (2007) acrescentam os eventos e experiências: atividades patrocinadas pela empresa projetadas para criar interações relacionadas ao que se quer promover. O conceito de promoção inclui ferramentas para a promoção de consumo (cupons, reem- bolso, descontos posteriores ou não, brindes ou prêmios, amostras, recompensas, tes- tes gratuitos, garantias, promoções combinadas, cruzadas, displays de ponto-de-venda e demonstrações) e de comércio (descontos, concessões de propaganda, bonificações por exposição ou propaganda cooperada). 12UNIDADE I Conceitos Gerais 2. MARKETING COMO FERRAMENTA DE GESTÃO Compreendemos no tópico anterior, que o marketing pode ser uma ferramenta de administração de mercados. Assim, voltamos à nossa definição de marketing como um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com terceiros. Nesse sentido, podemos definir a gestão de marketing como a análise, o planeja- mento, a implementação e o controle de programas desenvolvidos para criar, construir e manter trocas benéficas com compradores-alvo para que sejam alcançados os objetivos organizacionais. Assim, gestão de marketing envolve administração de demanda, que por sua vez envolve administração dos relacionamentos com os clientes. A relação entre as organizações e seus clientes tem evoluído ao longo do tempo. Existem cinco orientações ou filosofias de marketing com base nas quais as organizações conduzem suas atividades: orientação para a produção, orientação para o produto, orien- tação para as vendas, orientação para o marketing e orientação para o marketing societal ou holístico. A seguir vamos apresentar e analisar as cinco orientações com o objetivo de classificar os diferentes tipos de filosofias do mercado, avaliandoaquele mais adequado ao contexto atual: 13UNIDADE I Conceitos Gerais 2.1 Orientação para a produção Esta orientação é um dos conceitos mais antigos das relações comerciais e se sustenta no sentido que os consumidores dão preferência a produtos fáceis de encontrar e de baixo custo. Mesmo sendo um modo antigo de enxergar e se posicionar no mercado, muitas empresas ainda praticam essa filosofia, por se tratar de um modo mais “fácil”, onde a inovação, diferencial e atendimento passam longe. Kotler (2007, p. 13) lembra que esse tipo de orientação tem sentido em países em desenvolvimento, como a China, onde “o maior fabricante de PCs, a Legend, e o gigante dos eletrodomésticos Hailer aproveitam a enorme quantidade de mão-de-obra barata para dominar o mercado”. Para Basta (2006) as organizações orientadas para a produção desenvolvem pro- dutos em larga escala, que podem ser facilmente encontrados a preços baixos, seguem a lógica do fabricante e não levam em conta a qualidade nem a variedade de ofertas. De acordo com a orientação de produção, os consumidores preferem os produ- tos acessíveis e produzidos em larga escala, por serem mais baratos. Por esse motivo, nesse caso a administração deve ter como objetivo melhorar a produção e a eficiência da distribuição. Trata-se de uma das mais antigas filosofias que guiam os vendedores. É um conceito utilizado também quando a empresa deseja expandir o mercado, mas que deve ser analisado com cuidado, pois os consumidores podem até experimentar um produto de baixo preço uma vez, mas se não ficar minimamente satisfeito, dificilmente voltará a comprá-lo. 2.2 Orientação para o produto A orientação para o produto se baseia na perspectiva de que os consumidores dão preferência a produtos de qualidade e desempenho superiores ou que apresentam alguma característica de inovação. Segundo essa filosofia de mercado, os consumidores dão preferência a produtos que apresentam mais qualidades, desempenho e caracterís- ticas inovadoras. Assim, uma organização deve se esforçar para obter aperfeiçoamentos contínuos nos seus produtos. Basta (2006) comenta que com o acirramento da concorrência, as organizações passam a desenvolver produtos que ofereçam melhor qualidade e desempenho e maiores benefícios. “Essas organizações acreditam que os seus produtos são superiores e que, naturalmente, os clientes irão demandá-los”. 14UNIDADE I Conceitos Gerais As empresas orientadas ao produto podem sofrer daquilo que Theodore Levitt defi- niu na década de 1970 como “miopia em marketing”: empresas que focam o produto e suas características, sem levar em consideração as necessidades e os desejos dos clientes. Para Kotler (2007) os administradores de estradas de ferro, por exemplo, pensavam que seus usuários queriam trens e não transportes. Com isso, subestimaram o crescimento dos números de aviões, ônibus, caminhões e carros. Kotler (2007) relata que as empresas que seguem essa linha concentram-se em fabricar produtos de qualidade e em aperfeiçoá-los ao longo do tempo, mas que às vezes podem ficar presas ao aperfeiçoamento contínuo do produto e não a satisfazer às necessi- dades do consumidor. 2.3 Orientação para vendas A orientação para vendas sustenta que os consumidores não compram os produtos oferecidos pelas empresas por vontade própria. Com esse princípio, a empresa que tem sua orientação para vendas, empregam um esforço agressivo de vendas e promoção para “empurrar” os produtos aos clientes. Seu objetivo é vender aquilo que fabrica, em vez de fabricar aquilo que o mercado necessita ou deseja. Basta (2006) reforça que essa orientação parte do pressuposto de que os clientes normalmente mostram inércia e podem ser induzidos a comprar mais. Assim, a organização desenvolve um conjunto de instrumentos promocionais – venda pessoal, propaganda e promoções – com o objetivo de vender mais. Muitas vezes, porém, essa venda se resume a uma compra por impulso ou a uma única transação, não existindo, portanto, a preocupação de estabelecer um relacionamento comercial ao longo do tempo. (BASTA, 2006, p. 18). Kotler (2007) explica que a orientação de vendas é praticada de maneira mais agressiva com produtos pouco procurados, que os compradores dificilmente pensam em comprar, como seguros e jazigos funerários. O marketing fundamentado em vendas agressivas pressupõe riscos, ainda mais se o produto não gerar o mínimo de satisfação ou, pelo contrário, gerar frustração, que é o que ocorre na maioria dos casos. Se pressupõe que os clientes persuadidos a comprar um produto gostarão dele; caso isso não ocorra, imagina-se que esses clientes não vão devolvê-lo, não falarão mal dele, tampouco reclamarão a um órgão de proteção ao con- sumidor – e talvez até voltem a comprá-lo” (KOTLER, 2007, p. 13). Portanto, pode parecer um caminho mais fácil, o de empurrar seus produtos, “for- çando” o cliente a comprar algo que ele não deseja e muitas empresas, principalmente no 15UNIDADE I Conceitos Gerais varejo, tem esse tipo de prática. Mas as empresas de maior sucesso no mercado e que têm relacionamentos duradouros com seus clientes são aquelas que despertam neles o desejo por seus produtos a partir de soluções, inovações e diferenciais que façam com que as pessoas queiram comprá-los. 2.4 Orientação para o marketing A orientação para o marketing parte do princípio de que a identificação das neces- sidades e desejos dos clientes atuais e futuros deve servir de base para o desenvolvimento de produtos e serviços. “Nesse contexto, os clientes não são todos iguais, nem do ponto de vista sociodemográfico, nem do comportamental” (BASTA, 2006, p. 18). As necessidades e desejos evoluem ao longo do tempo, levando as organizações a promover mudanças. “Em vez de uma filosofia de fazer-e-vender, voltada para o produto, passamos para uma filosofia de sentir-e-responder, centrada no cliente. Em vez de caçar, o marketing passa a plantar” (KOTLER, 2007, p. 14). O que é um cliente? Um cliente é a pessoa mais importante nessa empresa - seja pessoalmente ou por correio. Um cliente não depende de nós; somos nós que dependemos dele. Um cliente não interrompe nosso trabalho; ele é o propósito dele. Ao atender um clien- te, não estamos fazendo um favor a ele; é ele quem está nos fazendo um favor, dando-nos a oportunidade de atendê-lo. Um cliente não é alguém com quem devemos argumentar ou discutir – ninguém jamais venceu uma discussão com um cliente. Um cliente é uma pessoa que nos traz seus desejos – e nosso dever é administrar esses desejos de maneira lucrativa para ele e para nós. Implementar a orientação de marketing significa muito mais do que simplesmente responder aos desejos estabelecidos dos clientes e às suas necessidades óbvias. Em- presas orientadas para o cliente pesquisam seus clientes atuais para aprender sobre seus desejos, reunir ideias para novos produtos em serviços e testar melhorias em produtos. Esse marketing orientado para o cliente em geral funciona bem quando existe uma neces- sidade nítida e quando os clientes sabem o que querem. Basta (2006) reforça que as empresas orientadas para o marketing, passam a desenvolver suas ofertas, considerando não apenas uma transação comercial, mas um relacionamento de longo prazo que traga benefícios constantes para ambas as partes. A orientação de marketing consiste em uma empresa ser mais eficaz que seus concorrentes na criação, na entrega e na comunicação de um valor superior, na percepção do cliente, em seus mercados-alvo escolhidos. 16UNIDADE I Conceitos Gerais 2.5 Orientação de marketing societal ou holístico Atualmente, as organizações também se preocupam em desenvolver produtos socialmente responsáveis, que contribuam para o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento sustentável da sociedade em que atuam. O marketing societal agrega as responsabilidade da empresa preocupaçõescom a responsabilidade social e ambiental como extensão das atuais preocupações ou demandas sociais com essas questões, impulsionadas por um momento de maior consciência dos consumidores a respeito do impacto que o consumo pode gerar, apenas pelo consumo, sem levar em consideração as gerações futuras. De acordo com Kotler (2007, p. 9) esta abordagem questiona se a orientação de marketing pura deixa de considerar possíveis conflitos entre desejos do consumidor em curto prazo e seu bem-estar em longo prazo. REFLITA “Uma empresa que satisfaz as necessidades e desejos imediatos do mercado-alvo está sempre fazendo o que é melhor para os clientes no longo prazo?”. Fonte: Kotler (2007, p. 9). A orientação de marketing societal sustenta que a estratégia de marketing deveria entregar valor para os clientes, ofertando a satisfação das necessidades e desejos melhor do que a concorrência,de um modo que mantivesse ou melhorasse o bem-estar também da sociedade. De acordo com a orientação de marketing social, a organização deve determinar as necessidades, os desejos e os interesses dos mercados-alvos e então entregar valor superior aos clientes de maneira que o bem-estar do consumidor e da sociedade seja man- tido ou melhorado. Essa é a mais nova das cinco filosofias de administração de marketing. A orientação de marketing societal questiona se a orientação de marketing social pura é adequada a uma época de problemas ambientais, escassez de recursos, rápido crescimento populacional, problemas econômicos mundiais e serviços sociais negligencia- dos, se as empresas que entendem, atendem e satisfazem os desejos individuais sempre fazem o que é melhor em longo prazo para os consumidores e a sociedade. 17UNIDADE I Conceitos Gerais Essas preocupações e conflitos levam à orientação de marketing societal. Essa filosofia requer que os profissionais de marketing levem em conta três fatores na hora de estabelecer sua política de mercado: lucros da empresa, desejos dos consumidores e interesses da sociedade. No início, muitas empresas fundamentavam suas decisões de marketing no lucro em curto prazo. Só mais tarde elas começaram a perceber a importância em longo prazo de sa- tisfazer os desejos dos consumidores, o que levou ao surgimento da orientação de marketing. Essa orientação visa uma abordagem que amplie as decisões de marketing para to- das as partes envolvidas com a organização, investindo em manter uma harmonia em todos os processos de desenvolvimento, projeto ou a implementação de programas e atividades. 18UNIDADE I Conceitos Gerais 3. INSTRUMENTALIZAÇÃO POR MEIO DE DADOS (SIM) A base de um bom estudo de mercado e do desenvolvimento de estratégias bem sucedidas está intrinsecamente associada à capacidade da organização e seus gestores em coletar informações dos ambientes internos e externos e processá-las de maneira ade- quada para de fato auxiliar nas tomadas de decisão. Por isso, neste tópico vamos buscar compreender o conceito e aplicação do Sistema de Informação de Marketing (SIM) e destacar sua importância para que as organizações pos- sam tomar as melhores decisões em relação às suas estratégias competitivas e de mercado. O sistema de informações de marketing pode ser compreendido de diversas for- mas, mas que de maneira geral, muitos autores o definem como um conjunto de recursos, procedimentos e técnicas integradas, que buscam gerar, analisar, armazenar e distribuir informações de forma contínua aos gestores de uma organização. Vamos compreender que as informações coletadas e processadas por um sistema de ingormação de marketing têm origem em várias fontes, como por meio da pesquisa e de fontes como arquivos internos e serviços de inteligência de marketing, inclusive pesquisas de marketing que são combinadas e apresentadas em um for- mato capaz de ser usado prontamente para tomar decisões. De pouco adianta altas tecnologias e um ótimo sistema de informação, se não há integração desses recursos com a gestão das empresas. O Sistema de Informação de Marketing (SIM) tem como premissa, justamente a função de coletar, integrar, processar e disseminar informações internas e externas da organização que podem auxiliar na tomada de decisão. 19UNIDADE I Conceitos Gerais Segundo Kotler; Armstrong (2014, p. 148) um sistema de informação de marketing (SIM) é constituído por pessoas, equipamentos e procedimentos para coleta, classificação, análise, avaliação e distribuição de informações necessárias, precisas e atualizadas para os responsáveis pelas tomadas de decisão. De acordo com Las Casas (2017, p. 89) o Sistema de Informações de Marketing (SIM) é uma forma organizada e planejada de proporcionar informações aos executivos da empresa de maneira constante. Normalmente, o sistema utiliza-se de dados internos e externos para sua alimentação. Nesse sentido, o sistema de informação de marketing auxilia na identificação das informações necessárias e na tarefa de saber quais informações serão mais relevantes para tomada de decisão, buscando por meio de pesquisas em registros internos ou em dados externos à organização. O SIM é representado por uma linha contínua que liga o mercado à em- presa. Isso significa que o sistema gera informações constantes para que os administradores tomem suas decisões, sendo estas provenientes dos subsistemas de contabilidade, informática e inteligência de marketing (LAS CASAS, 2017, p. 89). Outras vantagens descritas do uso de um sistema de informação de marketing é a integração de informações dispersas; a recuperação de informações aparentemente perdidas e, principalmente, a redução de decisões baseadas na intuição, assim como um proporcional aumento de decisões baseadas em informações válidas. Sabemos que a falta de informação dificulta a tomada de decisões, contudo o ex- cesso pode ser ainda mais prejudicial, pois pode causar ambiguidade e confusão. Em um mundo onde as informações transitam de forma tão rápida e, muitas vezes, desordenada, ter um sistema que filtra, organiza e categoriza esse grande fluxo de dados, pode ser um diferencial estratégico para a organização. Entretanto, vale ressaltar que o Sistema de Informação de Marketing não se res- tringe a programas ou equipamentos de tecnologia da informação. Apesar desses recursos serem utilizados para processar as informações com precisão e agilidade, é preciso des- tacar que um SIM é constituído sobretudo por pessoas, das mais diversa áreas, que são fundamentais no processo de análise de informações que tem origem em diversas fontes internas e externas à organização. Entre os muitos benefícios que um sistema de informação de marketing pode trazer, podemos destacar uma melhora geral no desempenho das empresas com base em infor- mações; a seleção de informações mais adequadas para os gestores tomarem decisões; a organização das informações em categorias: produtos, segmento, clientes, departamentos, 20UNIDADE I Conceitos Gerais fornecedores etc.Para Las Casas (2017, p. 89) apesar de todos estes benefícios, muitas empresas ainda não aplicam o sistema de informação de marketing. Um dos motivos é que muitos gestores optam por deixar apenas o departamento de pesquisa funcionar como um centro de informações. Isso sobrecarrega o departamento, pois além de pesquisas específicas, encarrega-se de proporcionar aos principais executivos algumas informações básicas ou mesmo certos gráficos padronizados. O autor alerta que é necessário mais do que isto para que exista um SIM. Para Las Casas (2017, p. 90) “é necessário pensar, como ponto de partida, quais devem ser as principais funções do sistema”. O autor destaca que para ser eficiente, um sistema de informação de marketing precisa ter as seguintes funções: 1.Proporcionar a coleta de informações: esta função determina a necessida- de de pesquisar em várias fontes e arquivar as informações após passarem por um processo de seleção. 2.Processaras informações: neste caso, o sistema deve proporcionar recur- sos para que os dados sejam analisados quanto à qualidade e credibilidade, transformados em quadros e gráficos condensados e disseminados. 3.Usar a informação fornecida: o sistema deve proporcionar as informações adequadas a cada um dos principais executivos. As necessidades são diferentes de acordo com a função, e os dados devem satisfazer a estas necessidades. Atualmente, com a integração dos departamentos de uma empresa, as informações devem ser compartilhadas entre todos os decisores (LAS CASAS, 2017, p. 90). Nesse sentido, podemos compreender que o Sistema de Informação de Marketing tem como uma de suas principais funções levantar e gerar informações relacionadas ao passado, o presente e o futuro da organização, com maior foco em perspectivas futuras, a fim de contribuir para a definição de objetivos, o alcance de metas e o desenvolvimento de estratégias de mercado. Portanto, podemos concluir que o sistema de informação de marketing pode ser considerado uma fonte de processamento e geração de informações constantes que po- dem ser utilizadas como base para os gestores tomarem suas decisões. Já a pesquisa, que também é uma fonte de informações, é utilizada para buscar dados específicos, quando as informações do SIM não são suficientes para se tomar decisões. 21UNIDADE I Conceitos Gerais 4. ESTRATÉGIAS DE MARKETING Vimos anteriormente que o composto de marketing pode ser definido como um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a organização utiliza para atuar no mercado que está inserida e influenciar as decisões dos seus consumidores por seu produto/serviço ao invés dos concorrentes. As diversas possibilidades podem ser agrupadas em quatro grupos de variáveis conhecidas como os “4Ps”: produto, preço, praça e promoção. A própria definição do composto de marketing, já pode ser considerada como es- tratégia mercadológica, pois leva em consideração o mercado como um todo, o que inclui concorrentes, fornecedores, intermediários e, claro, as necessidades dos consumidores, onde podemos criar ofertas específicas para cada público-alvo escolhido, de modo a esta- belecer um programa de Marketing Integrado. Segundo Urdan e Urdan (2006, p.28), o composto de marketing deriva das decisões estratégicas. É o que se chama de consistência vertical, correspondendo ao alinhamento entre os elementos estratégicos (mercado-alvo, posicionamento e estratégias competitivas) e os táticos (os quatro Ps)”. Na sequência, apresentamos de maneira resumida estratégias que podem ser definidas a partir de cada um dos elementos do composto de marketing: 22UNIDADE I Conceitos Gerais 4.1 Estratégias de Produto Sendo uma combinação de bens e serviços, o produto é algo que pode ser ofe- recido ao consumidor para satisfazer uma necessidade ou desejo. Nesse sentido, cabe à organização realizar o gerenciamento do seu produto ou serviço a partir de decisões quanto a sua criação, desenvolvimento, lançamento, manutenção e aprimoramento do que oferta ao mercado. “Ao planejar sua oferta ao mercado, o profissional de marketing precisa pensar em cinco níveis de produto. Cada nível agrega mais valor, e os cincos constituem uma hierarquia de valor para o cliente” (KOTLER, 2009, p. 416). ● Primeiro nível: é o início da hierarquia de valor proposta por Kotler, onde é definido ou descrito o benefício central do produto, que representa a solução proposta para a necessidade do cliente. Como exemplo, a oferta de seguros de automóvel significa a compra de“proteção” para o patrimônio do segurado. ● Segundo nível: trata-se do benefício central transformado em produto básico. Nessa etapa são definidos todos os componentes tangíveis da oferta. ● Terceiro nível: elabora-se o produto esperado, assegurando que o cliente rece- berá o produto com os atributos compatíveis com suas expectativas. ● Quarto nível: produto ampliado, procura-se meios para superar as expectativas do comprador, agregando novos atributos e benefícios, geralmente na forma de serviços que acompanham a oferta, como por exemplo, no varejo, embalagens para presentes; empresa de transportes aéreas e administradoras de cartões de compra, salas vip nos aeroportos; seguradoras de autos, serviços mecânicos de urgência, carros guincho e carros de reserva; indústria de alimentos, consultoria culinária; etc. ● Quinto nível: o produto potencial. Essa etapa deve refletir as tendências futu- ras, na busca de manter e aprofundar a diferenciação e a competitividade da oferta. Kotler aborda também o encantamento do cliente, representando o ato de surpreendê-lo, excedendo suas expectativas. 4.2 Estratégias de Preço Quando bem articuladas, as estratégias ou decisões sobre a política de preços refletem positivamente nos resultados da organização. Para Urdan; Urdan (2006, p.31) no contexto estratégico, “a gestão de preços cuida dos vários aspectos que afetam o preço fixado para os produtos da empresa. No final, as receitas geradas precisam cobrir os custos e gerar rentabilidade compatível com as expectativas dos acionistas”. 23UNIDADE I Conceitos Gerais As decisões de preço envolvem: ● Definição do nível adequado para competir no mercado; ● Políticas de descontos e reduções; ● Bonificações; formas e condições de pagamento; ● Sazonalidade, periodicidade e características das promoções; ● Políticas de troca; etc. 4.3 Estratégias de Praça As estratégias baseadas na “Praça” estão ligadas à distribuição, estocagem e logís- tica da empresa. Praça, seria portanto a atividade de concretizar a transmissão de posse, incluindo a movimentação física, de um produto ou serviço da fábrica ou da empresa que o oferece em direção ao consumidor. Podemos defini-lo também como um conjunto de elemen- tos que visa tornar o produto disponível para o consumidor onde e quando ele o desejar. Basta (2006, p. 39) nos lembra que de todos os elementos que compõem o marketing mix, a distribuição é, aos olhos do cliente ou consumidor, a menos aparente e palpável. Entretanto, para a organização, as decisões de distribuição são muito importantes pelos impactos que nos geram outros elementos do marketing mix, especialmente a longo prazo. Por exemplo: as decisões relativas à política de preços vão depender da escolha, do tamanho e do número de intermediários, assim como as decisões relativas ao número de vendedores e à qualidade da força de vendas vão depender, entre outros fatores, do número e da capacitação dos distribuidores. Do ponto de vista estratégico, o desafio é transportar, armazenar e entregar bens e serviços aos clientes onde eles estiverem. “Para que isso aconteça, existem os canais de distribuição que são conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar um produto ou serviço disponível para uso ou consumo” (KOTLER, 2009, p. 466). De acordo com Urdan e Urdan (2006, p.126) “a troca só acontece se o produto estiver no lugar, momento e forma que o consumidor espera”. Segundo os autores, atender estas condições envolve trabalho que não é simples, porque os consumidores podem estar espalhados em amplas áreas geográficas. As decisões de distribuição e logística (praça ou ponto de venda) envolvem diversos processos: 24UNIDADE I Conceitos Gerais ● logística interna e externa; ● Definições prévias quanto aos canais de distribuição (próprios, geridos por intermediários, virtuais, parcerias estabelecidas por franquias, etc.); ● Cobertura, zonas de vendas; ● níveis de estoque para atendimento; ● Transporte; etc. 4.4 Estratégias de Promoção A Promoção para o marketing é muito mais ampla e abrangente do que a promoção de vendas, brindes e sorteios. Podemos expandir o conceito de Promoção para Comunicação. Estrategicamente, o gerenciamento da promoção envolve a comunicação da em- presa com o mercado. A Comunicaçãocom o mercado ou comunicação mercadológica tem uma proposta mais completa e nela encontramos diversas ferramentas ou competências comunicacionais que são utilizadas pelas empresas para atingir seus objetivos de marke- ting, entre elas estão: propaganda, vendas pessoais, promoção de vendas, merchandising, eventos, marketing direto, etc. Para Urdan e Urdan (2006) as empresas, promovem o que fazem comunicando os atributos do produto, falando da distribuição, dos preços e de tudo mais que pode ser valo- rizado pelo mercado. As decisões estratégicas relacionadas à promoção ou comunicação podem seguir, entre outros, o seguinte roteiro: Definição dos objetivos de comunicação (imagem corporativa, posicionamento de marcas, lembrança, persuasão, informação, etc.), compatíveis com os objetivos e metas da organização; ● Análise aprofundada do perfil do público ou públicos que vão receber a comunicação; ● Elaboração da mensagem que será transmitida ao público receptor; ● Definição das ferramentas de comunicação necessárias à boa recepção e ab- sorção da mensagem (propaganda, publicidade, venda pessoal, promoção de vendas, etc.); ● Definição dos meios de comunicação (eletrônico, impresso, digital); ● Decisões de cobertura geográfica da campanha; ● Período de exposição e orçamento de investimento; ● Análise e controle da campanha de comunicação. 25UNIDADE I Conceitos Gerais Conforme apresentado neste tópico, podemos compreender que as estratégias relacionadas ao composto de marketing (produto, preço, praça e promoção) fazem parte das escolhas e tomadas de decisões do planejamento, que estão correlacionadas com as etapas anteriores e servem para ampliar as chances de se alcançar os objetivos e metas da organização. 26UNIDADE I Conceitos Gerais CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final desta unidade na qual podemos resgatar os conceitos funda- mentais de marketing destacando o chamado mix de marketing ou 4Ps (Produto, Preço, Praça e Promoção. Além disso, abordamos o marketing como ferramenta de gestão e observar sua evolução na administração de mercados. Para isso, apresentamos as cinco orientações ou filosofias de marketing com base nas quais as organizações conduzem suas atividades: orientação para a produção, orien- tação para o produto, orientação para as vendas, orientação para o marketing e orientação para o marketing societal ou holístico. Por último, destacamos a importância do sistema de informação de marketing para instrumentalização por meio de dados e tratamos de alguns aspectos que norteiam as estratégias de marketing baseadas em seu mix: produto, preço, praça e promoção. Estes conhecimentos foram fundamentais para iniciarmos nosso aprendizado. Antes de prosseguir para a próxima unidade, realize suas atividades de estudo e releia esse material quantas vezes considerar necessário. Faça anotações também, isso pode te auxiliar em seu processo de aprendizado. Até logo mais e bons estudos! 27UNIDADE I Conceitos Gerais MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Marketing 3.0 - As Forças Que Estão Definindo o Novo Marketing Centrado No Ser Humano Autor: Kotler, Philip Editora: Campus Sinopse: O novo modelo de marketing - Marketing 3.0 - trata os clientes não como meros clientes, mas como os seres complexos e multifacetados. Estes, por sua vez, estão escolhendo produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades de participação, criatividade, comunidade e idealismo. Neste livro, Philip Kotler, o mais influente pensador da área de marketing de todos os tempos, mostra porque o futuro do marketing está em criar produtos, ser- viços e empresas que inspirem, incluam e reflitam os valores de seus consumidores-alvo. Ele também explica o futuro do marketing e porque a maioria de seus profissionais está presa ao passado. FILME Título: Jobs Ano: 2013 Sinopse: Em 1976, Steve Jobs abandonou a faculdade e junto com seu amigo, o gênio da tecnologia Steve Wozniak, iniciaram uma revolução nos computadores com a invenção do Apple 1, o primeiro computador pessoal. Construído na garagem dos pais de Jobs, o Apple 1 e a formação da empresa Apple mudaram o mundo para sempre. Steve Jobs não se incomodava em passar por cima dos outros para atingir suas metas, o que fez com que tivesse dificuldades em manter relações amorosas e de amizade. O filme é um case de marketing e empreendedorismo baseado na inovação e na antecipação de necessidades de um mercado, praticamente criado pela Apple. 28 Plano de Estudo: ● Análise e estratégias Corporativas de Negócio e Funcionais; ● Análise SWOT; ● Análise de Cenários e Ambientes; ● Análise da do setor varejista e atacadista. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar análise e estratégias corporativas de negócios; ● Entender a aplicação da Análise SWOT; ● Compreender análise de Cenários e Ambientes; ● Estabelecer a importância da análise da do setor varejista e atacadista. UNIDADE II Marketing e Análise Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 29 INTRODUÇÃO UNIDADE II Marketing e Análise Nesta segunda unidade vamos conceituar e contextualizar análise e estratégias corporativas, observando o complexo ambiente de negócios e veremos que ao conduzir uma análise ambiental cuidadosa e constante, é possível ajustar as estratégias de marke- ting aos novos desafios e oportunidades do mercado em constante evolução. Também vamos conhecer e entender a aplicação da análise SWOT, uma ferramen- ta simples para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma organização. Além disso, vamos compreender a importância da análise de cenários e ambientes, que representa o entendimento que a empresa tem de si própria, de seus concorrentes, fornecedores, distribuidores, consumidores e de todas as variáveis internas e externas que influenciam em seus negócios. Por último, vamos estabelecer a importância da análise do setor varejista e ataca- dista, onde encontram-se os esforços em relação às estratégias de distribuição de produtos e serviços. Bons estudos! 30UNIDADE II Marketing e Análise 1. ANÁLISE E ESTRATÉGIAS CORPORATIVAS DE NEGÓCIO E FUNCIONAIS O ambiente de negócios é cada vez mais competitivo e dinâmico. Por isso, para ter sucesso, a organização precisa acompanhar as tendências, em busca de oportunidades. Para que as organizações estejam preparadas para a batalha diária em um mercado cada vez mais competitivo, é preciso que seus gestores tenham um pensamento estratégico ou filosofia estratégica. O livro A Arte da Guerra de Sun Tzu, escrito a mais de 400 (a.C.), por um general que em sua época foi considerado imbatível, devido à sua notável capacidade de enxergar o campo de batalha e conhecer o inimigo como nenhum outro. Importante destacar que, apesar de certas semelhanças e lições que são utilizadas até hoje, não se deve tratar o mundo dos negócios como um campo de batalha e nem seus competidores como inimigos, além de não ser ético, essa atitude também não é nem um pouco inteligente. Pelo contrário, a concorrência não deve ser “eliminada”, pois a compe- tição melhora o mercado como um todo. É nesse cenário que surgem as inovações, as melhorias de processo, novas práticas mais eficazes e até parcerias entre concorrentes ou fusões para se defender de novos entrantes. Na maioria das vezes, a competição beneficia em primeiro lugar o consumidor, que é a grande razão de existir de muitas empresas. Ao invés de um campo de batalha, eu prefiro comparar um mercado com um jogo de xadrez. Não vejo a concorrência como inimigos, mas sim como competidores ou jogadores competentes e desafiadores, que podem estimular o meu pensamento estratégico para que 31UNIDADE II Marketing e Análise se possa dar o próximo passo ou movimento com maestria. No tabuleiro (mercado), as pe- ças podem ser minha empresa, meus produtos e serviços, meus parceiros e fornecedores;e do outro lado, a concorrência e suas peças que disputam a preferência do consumidor. Como no jogo de xadrez, aquele que está mais preparado, que tem a melhor visão do jogo e das regras e que conhece melhor seu concorrente e seus clientes, cria as melho- res estratégias na expectativa de que as peças vão se comportar ou irão reagir conforme o planejado. Para quem sabe jogar, esse momento é conhecido como xeque-mate, mas na vida real, não é o lance final, e sim, o começo de uma nova partida. 1.1 Diagnóstico Estratégico Ao conduzir uma análise ambiental cuidadosa e constante, é possível ajustar as estratégias de marketing aos novos desafios e oportunidades do mercado em constante evolução. Para Oliveira (2015, p. 63), o diagnóstico estratégico busca responder à pergunta básica “qual é a real situação da empresa quanto a seus aspectos internos e externos?”, de modo que verifique o que a empresa tem de bom, de regular ou de ruim em seu processo administrativo. No atual ritmo de mudanças ambientais, nenhuma empresa pode conside- rar-se imune às ameaças do ambiente, tais como a obsolescência de um produto ou a saturação do mercado. Por essa razão, todas as empresas devem fazer revisões periódicas de suas estratégias de produtos versus mer- cados e outras atividades dentro de um processo contínuo de identificação das ameaças e oportunidades externas (OLIVEIRA, 2015, p. 63). O propósito de realizar um planejamento ocorre quando a organização percebe que não é possível atuar no ambiente de mercado sem ao menos observar e monitorar, de modo constante, sua dinâmica e evolução. De acordo com Oliveira (2015, p. 63), “o ponto de partida para essa percepção é a disponibilidade de diagnósticos, de análises e projeções da empresa”. Nesse sentido, o diagnóstico estratégico deve se basear na análise de informações internas e externas à empresa. De acordo com Oliveira (2015, p. 64), o diagnóstico estraté- gico corresponde a uma análise dos ambientes internos e externos da organização, a partir de algumas premissas básicas: ● deve-se considerar o ambiente e suas variáveis relevantes no qual está inserida a empresa; ● esse ambiente proporciona à empresa oportunidades que deverão ser usufruídas e ameaças que deverão ser evitadas; ● para enfrentar essa situação do ambiente externo, a empresa deverá ter pleno conhecimento de seus pontos fortes e fracos; e ● esse processo de análise interna e externa deverá ser integrado, contí- nuo e acumulativo. 32UNIDADE II Marketing e Análise Oliveira (2015, p. 70) reforça que o conjunto das informações externas e internas da empresa formam seu sistema de informações global e apresenta as funções básicas das análises interna e externa da organização – ou seja, empresa não é uma ilha isolada do resto do mundo, pelo contrário, pois em um mundo cada vez mais globalizado e conectado, às influências externas são muitas. Por isso, a análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente, em termos de oportunidades e de ameaças, bem como a sua atual posição quanto a produtos versus mercados e, prospecti- va, quanto a sua posição em produtos versus mercados, no futuro. O ambiente empresarial não é um conjunto estável, uniforme e disciplinado, mas um conjunto bastante dinâmico em que atua, constantemente, grande quantidade de forças, de diferentes dimensões e naturezas, em direções diferentes, e que muda a cada momento pelo fato de cada uma dessas forças interferir, influenciar e interagir com as demais forças do ambiente (OLIVEI- RA, 2015, p. 70). O ambiente pode oferecer para a empresa oportunidades e ameaças. Nesse con- texto, as empresas devem procurar aproveitar as oportunidades, bem como procurar amor- tecer ou absorver as ameaças ou, simplesmente, adaptar-se a elas. Deve-se considerar que as oportunidades certas serão escolhidas se: o foco residir na maximização de oportunidades e não na minimização das ameaças e de riscos; todas as principais oportunidades forem analisadas conjunta e sistematica- mente; forem compreendidas quais oportunidades se adaptam a atividades básica da empresa; e houver equilíbrio entre oportunidades imediatas e de longo prazo (OLIVEIRA, 2015, p. 72). A análise interna também deve ser realizada com muito cuidado, pois os dados levantados deverão trazer à luz as qualidades (pontos fortes) e deficiências (pontos fracos). Essa análise deve considerar, como perspectiva para comparação, as outras empresas de seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas concorrentes potenciais. Além dos pontos fortes e fracos da empresa, devem-se considerar, os pontos neutros, que são aqueles que, em determinado momento ou situação, por falta de um critério ou parâmetro de avaliação, não estão sendo considerados nem como deficiências, nem como qualidades da empresa. Como o planejamento é um processo dinâmico, esses pontos neutros vão sendo enquadrados como pontos fortes ou pontos fracos ao longo do tempo (OLIVEIRA, 2015, p. 81). Considerando aspectos já abordados anteriormente, a determinação de pontos neutros é muito importante por duas razões: 33UNIDADE II Marketing e Análise a. O planejamento estratégico é um sistema que considera toda a empresa. E, como tal, deve considerar todos os seus componentes e partes – sub- sistemas – visando formar o todo unitário. Portanto, não se pode deixar de fora partes do sistema – empresa. E, às vezes, temos dificuldades de saber se determinado fator, variável, componente ou item é um ponto forte ou fraco da empresa. b. O aspecto do período de tempo do planejamento. E, quanto a esse assunto, já se verificou que é uma consequência da consideração e alocação de todas as variáveis, componentes e itens que compõem esse processo de planejamento. Portanto, mais uma vez fica realçado o aspecto de não se poder considerar algum aspecto do planejamento estratégico (OLIVEIRA, 2015, p. 82). É importante destacar a necessidade de interligar os fatores externos e internos à empresa, pois, evidentemente, essa ação de interligação influência em todos os fatores. Entretanto, do ponto de vista prático, é interessante fazer essa consolidação depois de concretizadas as análises dos fatores externos e internos de maneira isolada. SAIBA MAIS Naturalmente, os vários fatores ou assuntos considerados e analisados no diagnóstico estratégico devem estar integrados dentro dos princípios do enfoque sistêmico. Como exemplo, para o lançamento de um novo modelo de microcomputador, a empresa deve- rá estar preparada para responder a algumas perguntas: Departamento de marketing: existe mercado para esse novo produto? qual o tamanho do mercado para este produto? quais são as características básicas que esse produto deve ter? qual o nível da concorrência? que faixa de mercado pretende e pode atingir? qual deverá ser o preço básico de venda? de quais canais pode dispor para efetuar a distribuição? qual o custo do processo de distribuição? como será lançado o produto? qual será o custo da promoção do produto? Departamento de produção: existe capacidade para produzir o produto? na quantidade solicitada? Qual o custo da produção? Pode-se produzir na qualidade solicitada? 34UNIDADE II Marketing e Análise Departamentos de produção e de recursos humanos: existem profissionais capacitados para essa produção? Departamentos de marketing e de recursos humanos: existem profissionais para a venda do novo modelo de microcomputador? Departamentos de marketing e de finanças: qual o volume de vendas que recompõe o investimento inicial nesse produto? em que prazo? Departamentos de produção e de finanças e pela a administração: o resultado esperado do produto justifica o investimento necessário? Este jogo de perguntas serve para ilustrar a efetiva integração dos vários fatores e uni- dades organizacionais no processode diagnóstico estratégico nas empresas. E, final- mente, deve-se salientar que toda essa análise deverá ser efetuada, na medida do pos- sível, considerando-se, também, a realidade de cada um dos principais concorrentes. Fonte: Oliveira (2015, p. 94 - 95). 35UNIDADE II Marketing e Análise 2. ANÁLISE SWOT O termo SWOT é o acrônimo para Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) and Threats (ameaças). Portanto, também podemos chamá- -la de FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Trata-se de uma ferramenta simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão, utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma organização. TABELA 01 - SWOT Forças (Strengths): Vantagens internas da empresa em relação às empresas concor- rentes. Oportunidades (Opportunities): Aspectos positivos do ambiente com potencial de fazer crescer a vantagem competitiva da empresa. Fraquezas (Weaknesses): Desvantagens internas da empresa em relação às empre- sas concorrentes. Ameaças (Threats): Aspectos negativos do ambiente com potencial de comprome- ter a vantagem competitiva da empresa. Fonte: O autor. 36UNIDADE II Marketing e Análise 2.1 Ambiente interno (Forças e Fraquezas) Integração dos Processos, Padronização dos Processos, Eliminação de redundân- cia, Foco na atividade principal. O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, que não é muito difícil de ser entendido, uma vez que ele é resultado das estratégias de atuação, definidas pelos próprios membros da organização. Desta forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao máximo; e quando, for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito. ● Forças e Oportunidades - Tirar o máximo, partindo dos pontos fortes para aproveitar ao máximo as oportunidades detectadas. ● Forças e Ameaças - Tirar o máximo, partindo dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças detectadas. Segundo Oliveira (2015), as forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e relacionam-se, quase sempre, a fatores internos. Estas são particular- mente importantes para que a empresa rentabilize o que tem de positivo e reduza, por meio da aplicação de um plano de melhoria, os seus pontos fracos. 2.2 Ambiente externo (Oportunidades e Ameaças) Confiança e Confiança nos dados, Informação imediata de apoio à Gestão e Deci- são estratégica, Redução de erros. O ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas, apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monito- rá-lo com frequência, visando aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Para Oliveira (2015), as oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e es- tão relacionadas a fatores externos, que permitem a identificação de aspectos que podem constituir constrangimentos (ameaças) à implementação de determinadas estratégias, e de outros que podem constituir-se como apoios (oportunidades) para alcançar os objetivos delineados para a organização. A combinação destes dois ambientes, interno e externo, e das suas variáveis, Forças e Fraquezas; Oportunidades e Ameaças, irá facilitar a análise e a procura para a tomada de decisões na definição das estratégias de negócios da empresa. REFLITA Evitar ameaças nem sempre é possível, no entanto, pode-se fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos. Fonte: Oliveira (2015). 37UNIDADE II Marketing e Análise Esta análise está condicionada à confiabilidade e confiança nos dados, informação imediata de apoio à gestão e decisão estratégica, redução de erros. Quanto ao ambiente externo, este é constituído por forças externas que não são controláveis pela empresa, que, por sua vez, apresenta contingências que podem ser consideradas oportunidades ou ameaças aos mercados e à própria organização. Para Oliveira (2015) o ambiente externo está totalmente fora do controle da orga- nização. Mas, apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar amea- ças nem sempre é possível, no entanto pode-se fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos. Quando se estabelece as oportunidades e ameaças em uma matriz SWOT, esta- mos buscando realizar cenários futuros em um exercício de imaginação sobre a influência de fatores externos que possam trazer constrangimentos ou problemas a posição atual da organização ou podem constituir-se como apoios para alcançar os objetivos e se fortalecer no mercado. 2.3 Oportunidades Oliveira (2015, p. 69) descreve oportunidades como “variáveis externas e não con- troláveis pela empresa, que podem criar condições favoráveis para a empresa, desde que a mesma tenha condições e/ ou interesse de usufrui-las”. De acordo com SEBRAE (2014, online) é preciso tomar muito cuidado ao elaborar a lista deste tópico porque empreendedores veem oportunidades em todos os lugares. Para elaborar a lista, é preciso que a empresa tenha uma estratégia clara, com objetivos, indicado- res e metas bem definidos. Isso permitirá fazer com que as oportunidades vislumbradas para o negócio sejam priorizadas de acordo com a estratégia da empresa (SEBRAE, 2014, online). 2.4 Ameaças Oliveira (2015, p. 69) descreve as ameaças como “variáveis externas e não contro- láveis pela empresa que podem criar condições desfavoráveis para a mesma”. SEBRAE (2014, online) orienta a começar a lista de ameaças pelos problemas que o negócio pode enfrentar (ou está enfrentando) com a concorrência. Descreva, por exemplo, quais atitudes dos concorrentes podem contribuir para reduzir as vendas ou aumentar os custos da sua empresa. 38UNIDADE II Marketing e Análise Com isso, podemos perceber que o ambiente externo pode oferecer para a empre- sa oportunidades e ameaças. Nesse contexto, as empresas devem procurar aproveitar as oportunidades, bem como procurar amortecer ou absorver as ameaças ou, simplesmente, adaptar-se a elas. O modelo de quadrante, que será apresentado a seguir, auxilia gestores a visua- lizar o ambiente em que a empresa está inserida e, a partir disso, definir seu conjunto de estratégias, utilizando os pontos fortes – oportunidade para tomar vantagens – e os pontos fracos – ameaças a serem superados: FIGURA 1 - MATRIZ SWOT. Fonte: Adaptado pelo autor. A partir das informações levantadas e descritas em cada quadrante é preciso ana- lisar a atual posição que a empresa ou produto analisado se encontra no quadrante. Com isso é possível desenvolver estratégias específicas para cada situação, como descrito a seguir: ● Quadrante do Desenvolvimento (oportunidades e pontos fortes): se a em- presa ou produto analisado estiver posicionada nesse quadrante, aproveite para tirar o máximo de vantagem dos pontos fortes e das oportunidades detectadas. ● Quadrante do Manutenção (ameaças e pontos fortes): se a posição for iden- tificada neste quadrante, análise o que pode ser feito para tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças detectadas. 39UNIDADE II Marketing e Análise ● Quadrante do Crescimento (oportunidades e pontos fracos): nesse qua- drante é preciso ficar ainda mais atento e ligar uma luz amarela. Sendo preciso focar nas estratégias que minimizem os efeitos negativos dos pontos fracos e em simultâneo aproveitem as oportunidades detectadas. ● Quadrante do Sobrevivência (ameaças e pontos fracos): já nesse quadrante é preciso ligar o alerta vermelho e adotar estratégias para minimizar ou ultrapas- sar os pontos fracos e, tanto quanto possível, fazer face às ameaças. Como podemos verificar, a matriz SWOT ajuda a empresa na tomada de decisão,podendo maximizar as oportunidades do ambiente em torno dos pontos fortes da empresa e minimizar os pontos fracos e redução dos efeitos dos pontos fracos das ameaças. 40UNIDADE II Marketing e Análise 3. ANÁLISE DE CENÁRIOS E AMBIENTES O ambiente de negócios é cada vez mais competitivo e dinâmico. Por isso, para ter sucesso, a organização precisa acompanhar as tendências, em busca de oportunidades. Ao conduzir uma análise cuidadosa e constante, é possível ajustar as estratégias de marketing aos novos desafios e oportunidades do mercado em constante evolução. No atual ritmo de mudanças, nenhuma empresa pode considerar-se imune às ameaças do ambiente, tais como a obsolescência de um produto ou a saturação do mer- cado. Por essa razão, todas as empresas devem fazer revisões periódicas de suas estraté- gias de produtos versus mercados e outras atividades dentro de um processo contínuo de identificação das ameaças e oportunidades externas (OLIVEIRA, 2015, p. 63). A análise de cenários pode ser considerada um dos componentes mais estratégicos da organização orientada ao marketing, ou seja, ao estudo do mercado. Sendo parte inte- grante do planejamento estratégico e/ou do plano de marketing. Nesse sentido, a análise de cenários representa o entendimento que a empresa tem, em primeiro lugar, de si própria, de seus concorrentes, fornecedores, distribuidores, consumidores e de todas as variáveis internas e externas que influenciam em seus negócios. A velocidade com que as informações circulam na sociedade atual faz com que as empresas tenham que assimilar rapidamente os avanços do ambiente competitivo e tomar decisões com rapidez e assertividade, não apenas para poder inovar, mas também por uma questão de sobrevivência no mercado. Dessa maneira, é fundamental uma análise 41UNIDADE II Marketing e Análise de cenários que considere as diversas fontes de informações encontradas em uma orga- nização e no seu ambiente de negócio, bem como compreender como estas podem ser utilizadas para o alcance dos objetivos organizacionais e trazer vantagem competitiva para a empresa. É a partir do entendimento de seu ambiente de negócios e seu mercado que a empresa poderá definir seus planos, estratégias e tomar as melhores decisões quanto aos aspectos ligados a variáveis externas e internas. As empresas mais bem-sucedidas são aquelas que estão sempre observando e se adaptando às mudanças no ambiente. Durante o diagnóstico estratégico, é preciso observar as forças internas (microambiente) e forças externas (macroambiente) que afetam a capacidade da administração das empresas com seus clientes-alvo, e sua análise oferece tanto oportunidades quanto ameaças. Ao conduzir uma análise cuidadosa e constante, é possível ajustar as estratégias de marketing aos novos desafios e oportunidades do mercado, em constante evolução. Kotler (2007, p. 56) explica que o ambiente de marketing é formado por um microambiente e um macroambiente: O microambiente é constituído pelos agentes próximos a empresa que afe- tam sua capacidade de atender seus clientes – a empresa, fornecedores, intermediários, mercados de clientes, concorrentes e públicos. O macroambiente é constituído pelas forças societais mais amplas que afetam o microambiente – forças demográficas, econômicas, naturais, tecnológicas, políticas e culturais. 3.1 O Microambiente De acordo com Basta (2006, p. 23), o microambiente do marketing é formado por concorrentes, intermediários, fornecedores, entidades privadas e públicas, a seguir discriminados: ● Concorrentes atuais e potenciais: Pode-se afirmar que os concorrentes exer- cem forte influência na lucratividade, na participação de mercado (Market share) e até mesmo na viabilidade de qualquer organização. ● Fornecedores: os fornecedores interessam particularmente ao marketing por interferirem na proposta de valor que a organização pretende desenvolver para os seus clientes, seja do ponto de vista técnico, de produção e logística, seja nas atividades de custeio e na precificação de produtos, considerando diferen- tes níveis de serviços. ● Intermediários: os intermediários de marketing são os atacadistas, distribuido- res e varejistas, que representam os canais de distribuição. As atividades dos intermediários destinam-se a fazer chegar às mãos dos clientes uma vasta gama 42UNIDADE II Marketing e Análise de produtos e serviços produzidos pelos fabricantes. Entre os intermediários incluem-se organizações transportadoras ou de telecomunicações; serviços, tais como bancos, seguradoras e agências de publicidade; o comércio varejista, representado por lojas tradicionais e virtuais etc. ● Entidades privadas e públicas: A opinião pública pode afetar positiva ou ne- gativamente a competitividade de uma organização, caso esta adote ou não prática ética e socialmente responsáveis. Tal pressão se exerce através de associações ou organizações não-governamentais (ONGs). 3.2 O Macroambiente A organização e todos os outros participantes operam em um macroambiente, um conjunto de variáveis consideradas incontroláveis, ou forças sociais maiores, que afetam todo o microambiente, mas que se monitorado e analisado, pode auxiliar na construção de tendências que apresentarão oportunidades e ameaças futuras. Para Basta (2006, p. 26), todas as organizações são também afetadas por fatores externos, de modo que não há controle e sua análise não traz uma previsão exata sobre o que as organizações terão de enfrentar, mas pode ajudar no que concerne a: ● Compreensão das mudanças externas ao ambiente da organização, o que pode ser vital para a sobrevivência do negócio; ● Suporte e gerenciamento de estratégias atuais e futuras da companhia; ● Mudança de atitude dos executivos quanto à visão estratégica do negócio. O estudo constante das principais variáveis do macroambiente pode resultar em novos produtos, serviços, segmentos e tecnologias, bem como alianças estratégicas, terceirização de serviços, etc. “Planejar o futuro, por mais difícil que seja, é melhor do que deixar a organização ao sabor dos acontecimentos. Assim ela poderá aproveitar melhor as oportunidades e minimizar os riscos do setor econômico em que está inserida” (BASTA, 2006, p. 28). De acordo com Basta (2006, p. 26), os segmentos do macroambiente são os am- bientes social, econômico, político e tecnológico, como veremos a seguir: O ambiente social ou demográfico: são questões ligadas à demografia, aos estilos de vida e aos valores sociais. O estudo da demografia inclui a análise de algumas variáveis, tais como tamanho da população, faixa etária, distribuição geográfica, etnias, etc. 43UNIDADE II Marketing e Análise O ambiente econômico: para que o mercado exista, é necessário que haja pes- soas e poder de compra. Tal poder em uma economia depende da renda, dos preços, da poupança, do endividamento e da disponibilidade de crédito. Basta (2006) reforça que ao refletir sobre o impacto que as mudanças econômicas geram nos negócios, deve-se compreender a diferença entre as mudanças de ordem estrutural e as de ordem cíclica. As principais variáveis a serem consideradas, do ponto de vista econômico-estrutural. O ambiente político: segundo Kotler (2007), o ambiente político é formado pelas leis, órgãos governamentais e grupos de pressão que influenciam e limitam várias organi- zações e indivíduos. A legislação de negócios deve ser vista sempre que o empresário tiver a intenção de iniciar um novo empreendimento e tem três propósitos centrais: proteger as empresas da concorrência desleal, proteger os consumidores de práticas de negócio des- leais e proteger os interesses da sociedade do comportamento desenfreado das empresas. O ambiente tecnológico: o ambiente tecnológico muda rapidamente e por isso afeta diretamente as empresas. Muitos produtos que existem hoje, não existiam a apenas 10 ou 20 anos
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