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Petição Inicial Caso 01 Prática Civil I UNISANTOS 2017 - Prof. Adriana

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Leticia Maiorano Lopes da Silva. 7º DC 2017. Prática Civil I
 EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA _ª VARA CÍVEL DE PRAIA GRANDE
MANOEL, nacionalidade, estado civil, profissão, email, portador de célula de identidade RG nº __.___.___-_, CPF nº ___.___.___-__, residente e domiciliado na Rua _________, nº __, bairro _______, na cidade de _____, Estado, CEP __.___-___, vem, por meio de seus advogados subscritores, com instrumento de mandado anexo, mui respeitosamente perante V. Exa. propor a presente
AÇÃO PAULIANA
em face de CLAUDIA, nacionalidade, estado civil, profissão, email, portador de célula de identidade RG nº __.___.___-_, CPF nº ___.___.___-__, residente e domiciliado na Rua _________, nº __, bairro _______, na cidade de _____, Estado, CEP __.___-___e BENTO, nacionalidade, estado civil, profissão, email, portador de célula de identidade RG nº __.___.___-_, CPF nº ___.___.___-__, residente e domiciliado na Rua _________, nº __, bairro _______, na cidade de _____, Estado, CEP __.___-___pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS:
Em 13/09/2016 a Sra. Cláudia emitiu ao autor nota promissória no valor de R$ 65.000,00, compromissando-se com este. No referido título de crédito, estipularam as partes o vencimento da dívida em 11/11/2016, com pagamento a ser realizado no foro do domicílio da devedora, a cidade de Praia Grande/SP. 
Na data de vencimento da dívida, a devedora, quebrando o acordado, não cumpriu com sua obrigação de pagar. 
O Sr. Manoel, portanto, procedeu com o protesto cambial e, posteriormente, ajuizou ação de execução fiscal contra a devedora, que não se manifestou, tampouco demonstrou interesse em sanar o débito em questão, deixando de indicar bens à penhora e de efetuar o devido pagamento. 
O credor, então, tomou conhecimento de uma doação realizada pela devedora a seu filho, o Sr. Bento, em 20/10/2016, tendo o negócio jurídico por objeto o único bem desembargado pertencente à Sra. Cláudia, um imóvel, sob matrícula 9876 R.7, no Cartório de Registro de Imóveis do Guarujá, avaliado em R$ 200.000,00, localizado no município do Guarujá. 
DO DIREITO:
Tendo em vista a situação supradescrita, o que se pretende com esta ação é a anulação da doação entre a Sra. Cláudia, por devedora insolvente e o Sr. Bento, pela realização de negócio fraudulento, conforme o art. 161 do Código Civil que enuncia:
“Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o 
devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.”
A nota promissória tem natureza de promessa de pagamento, sendo seu alicerce a confiança depositada pelo credor ao devedor. Constitui-se em negócio obrigacional, gerando às partes o dever de cumprimento das estipulações avençadas.
O comportamento da devedora tal qual externado pela realização de doação de seu único imóvel livre, passível de ser penhorado, traduz-se em fraude contra credores, levando em consideração a data da concretização da liberalidade. Assim, fica evidenciado que a intenção da devedora com a prática da concessão, em 20/10/2016, foi lesar o direito de crédito do Sr. Manoel, uma vez que agiu após a emissão da nota promissória, que ocorreu em 13/09/2016, revelando o intuito de não adimplir com a obrigação e de frustrar qualquer tentativa de execução da dívida. Restam presentes os requisitos que caracterizam a fraude contra credores, conforme lição do conceituado doutrinador Carlos Roberto Gonçalves, que leciona:
“Dois elementos compõem o conceito de fraude contra credores: o objetivo (eventus damni), ou seja, a própria insolvência, que constitui o ato prejudicial ao credor; e o subjetivo (consilium fraudis), que é a má-fé do devedor, a consciência de prejudicar terceiros.”
 Identificada fica a presença do vício social, haja vista a celebração da doação, a intenção de lesão ao direito do credor e a redução de Claudia à insolvência em razão da doação. A anulação da doação é a sanção cabível ao caso, como alude o Art. 158, que dispõe: 
“Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.”
DOS PEDIDOS:
Diante o exposto, requer o autor de Vossa Excelência:
Que sejam citados os réus para a devida apresentação de defesa, cuja ausência gere pena de revelia, conforme o art. 344 do Código de Processo Civil. 
A procedência do pedido a fim de se anular a doação do bem especificado nesta petição inicial, com o devido reconhecimento da fraude contra credores, seguindo o art. 171 do Código Civil.
A condenação dos requeridos ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais, com base no Art. 86, parágrafo único, NCPC;
Seja designada audiência de conciliação, conforme o Art. 319, VII, NCPC.
O protesto por todos os meios cabíveis de prova, para a devida comprovação dos fatos alegados;
Dá-se à causa o valor de R$ 200 mil.
 Termos em que,
 Pede deferimento.
 Cidade e data.
Nome e assinatura do advogado e número da OAB/Conselho Seccional

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