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Aula II - Regime Jurídico Funcional

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3. Regimes Jurídicos Funcionais
Regime jurídico é o conjunto de regras jurídicas que regulam certa relação jurídica, aqui, relação de natureza funcional, ou seja, relação de trabalho entre os agentes públicos e o Estado.
3.1. Regime Estatutário:
- É o conjunto de regras que regulam a relação jurídica funcional entre o servidor estatutário e o Estado.
- Possuem natureza legal, ou seja, são estabelecidos por lei específica de cada pessoa federativa – obedecem normas constitucionais. Nosso objeto de estudo: executivo – Chefe do Executivo tem competência privativa para iniciativa do projeto de lei que disponha sobre regime jurídico, art. 61, § 1º, II da CR/88.
- Natureza da relação jurídica é estatutária, ou seja, não contratual. É típica de direito público – não é negociável como as relações de dir. privado.
- Litígios entre servidor estadual/ municipal e Estado: justiça comum estadual; federais – JF.
3.2. Regime de Emprego Público:
- É o celetista. É o conjunto de normas que regulam a relação jurídica entre o Estado e o seu empregado público.
- Regido pela CLT, independente do ente federativo ao qual pertença, considerando ainda todas as derrogações contidas na CR/88.
- Natureza jurídica da relação é contratual – celebram, após realização do concurso, contrato de trabalho.
- Litígio: foro competente é a justiça do trabalho, art. 114, I da CR/88.
OBS. É entendimento pacífico que algumas carreiras não comportam, em razão da natureza da função, a incidência do regime celetista, e serão sempre estatutárias: “as funções exclusivas do Estado”, diplomacia, fiscalização, polícia, advocacia pública, carreira militar.
3.3. Regime Jurídico Especial:
- É o que vai disciplinar a relação jurídica entre Estado e os servidores temporários de que trata art. 37, IX da CR/88.
- Regidos por contrato:
a) sempre por prazo determinado;
b) a necessidade do serviço deve ser temporária, sem permanente o Estado deve realizar concurso público para sua execução;
c) situação deve ser excepcional, ou seja, fora do comum, especial.
3.4. Regime Jurídico Único:
- Antes da CR/88, ente federativo poderia adotar simultaneamente o regime estatutário e/ou celetista entre a APD e suas autarquias e fundações.
- A CR/88, redação original do art. 39, caput, determinou a instituição do RJU:
As AP do ente federativo deveriam adotar somente o estatutário ou somente CLT;
Celetista muitas vezes foi adotado pelos municípios.
- Os celetistas (não possuem os direitos dos efetivos) que se tornaram estatutários, são os chamados funções públicas – pode até ser estável, por conta do art. 19 do ADCT, mas não efetivos, pq não fizeram concurso público, que é requisito para estabilidade.
- EC n. 19/98 – extinguiu o RJU, voltando a permitir a coexistência dos dois regimes.
- Os celetistas – funções públicas – não possuem efetividade, nem estabilidade, nem direitos concedidos apenas aos efetivos.
- A EC n. 19/98: também alterou o § 1º do art. 39, que estabelecia isonomia funcional - necessidade de pagamento de remuneração igual para aqueles que ocupassem cargos com atribuições iguais ou semelhantes no mesmo Poder ou entre servidores dos 3 Poderes – Mandamento que nunca foi cumprido.
- Alguns autores entendem que apesar dessa modificação, a isonomia de vencimentos ainda está prevista na CR/88 (matéria será tratada quando estudarmos remuneração):
*art. 5º, caput e I;
* art. 37, X e XII;
* art. 40, § 7º e § 8º antes da EC n. 41/03.
4. Organização Funcional
a) Introdução
- A AP é organizada em forma de quadro funcional.
- Quadro funcional forma o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções públicas remuneradas que integram a mesma pessoa federativa.
- a partir do quadro funcional é possível saber o número de servidores públicos que integram a AP; é possível verificar o excesso ou carência de servidores, a forma de recrutamento, adequação remuneratória. Isso só é possível se a organização funcional for efetivamente realizada.
b) Carreira: é o conjunto de classes funcionais, seus integrantes/servidores ocupam diversos patamares (progressão funcional);
c) Classe: é o conjunto de cargos que possuem as mesmas atribuições.
d) Cargo: é a menor unidade de atribuição. O cargo que compõe classe é o cargo de carreira (existe a possibilidade do cargo isolado).
Ex. Carreira: Advocacia Geral da União, composta pelo procurador I classe, procurador II classe – primeira classe é composta de 300 cargos. Concurso para provimento de 300 cargos de procurador I classe – com progressão passam integrar classes II e III e assim por diante.
- Se cargo é a menor unidade de atribuições ou competências que vão ser exercidas por um agente público (art. 61, §1º- 37, II e §7º) – vínculo estatutário.
As competências são distribuídas entre as esferas de governo, entre seus respectivos órgãos e seus respectivos cargos, que o compõe.
- Os cargos são criados por lei, que definirá sua denominação, suas atribuições e fixar seu padrão de vencimento ou remuneração.
- Emprego também é uma unidade de atribuição tal qual o cargo, contudo utilizado pelas pessoas jurídicas que adotaram o regime de pessoal celetista – vínculo contratual. São criados por lei, quando PJDPúblico.
- Função, assim como cargo ou emprego, possui atribuições específicas que serão exercidas por servidores, mas sem corresponder a uma cargo ou emprego.
Na CR/88, pode ser exercida:
a) pelos contratados por excepcional interesse público, art. 37, IX, para a qual não se exige o concurso público;
b) as funções contidas no 37, V – funções de confiança serão exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo (direção, chefia e assessoramento) recebendo gratificação por elas.
Não há exigência de concurso, mas também criada por lei, bem como sua remuneração.
= da função gratificada (JS) é aquela exercida por um servidor, sem vínculo permanente, recebe remuneração pela atividade. Ex. Cargo de assessor e recebe função gratificada para fiscalizar as licitações.
5. Classificação dos cargos:
a) Podem ser classificados em:
- cargos isolados – natureza estanque; não há progressão;
- cargos de carreira – permitem progressão funcional.
b) Em razão das garantias e características, podem ser classificados:
- vitalícios;
- cargos de provimento efetivo ou efetivo;
- cargos de provimento em comissão ou em comissão.
5.1. Cargos vitalícios: oferecem a maior garantia de permanência aos seus ocupantes. Somente podem perder o cargo, em regra, por meio de processo judicial (art. 95, I da CR/88). Não é possível a extinção do vínculo por meio de processo administrativo depois de adquirida a vitaliciedade, após 2 anos de ingresso na carreira.
- vitaliciedade é necessária em decorrência da natureza dos cargos, da necessidade de independência de atuação, sem pressão de certos grupos.
- Magistrados – art. 95, I da CR/88; MP – art. 128, § 5º, a; Conselheiros do TC – art. 73, §3º.
- É prerrogativa constitucional – não pode ser criada vitaliciedade de determinado cargo por meio de lei infraconstitucional.
5.2. Cargos efetivos: oferecem caráter de permanência, constituindo a maioria nos quadros funcionais. Proporcionam certa segurança a seus titulares depois que adquirem estabilidade – art. 41, §1º da CR/88 – com sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo, sendo assegurada ampla defesa e contraditório (+ avaliação de desempenho). Antes disso, normalmente será realizado um processo administrativo disciplinar na forma estabelecida no estatuto – demissão é penalidade!
5.3. Cargos em comissão: (cargos isolados) são de ocupação transitória, não possuem qualquer tipo de segurança. Os titulares são escolhidos/ nomeados em função da relação de confiança que existe entre ele e a autoridade competente. Por isso alguns falam em cargo de confiança.
- Não há possibilidade de adquirir estabilidade, em razão danatureza do próprio cargo, podem ser exonerados a qualquer momento, sem qualquer formalidade.
- Livre nomeação e exoneração, art. 37, II da CR/88;
- Podem ser ocupados por servidores de carreira (recrutamento limitado), de acordo com percentual estabelecido pela lei ou podem ser ocupados por qualquer pessoa (recrutamento amplo).
- A forma de recrutamento é forma de evitar o nepotismo, imoralidade e os favores políticos.
* O Conselho Nacional de Justiça determinou a proibição do nepotismo nos tribunais, para os cargos em comissão ou função gratificada: cônjuge, companheiro, parente em linha reta ou colateral até 3º grau. Exceção para aqueles que já pertenciam ao quadro funcional. Resolução fundamento no art. 103-B, §4º, II da CR/88 – moralidade e impessoalidade.
6. Criação, transformação e extinção de cargos
Regra geral: criados por lei – art. 37, II da CR/88.
- Art. 48, X da CR/88: votação do congresso com sanção do presidente da república, leis que disponham sobre a criação de empregos, cargos e funções.
- Poder Executivo: competência para iniciativa privativa do projeto de lei – Chefe.
- Criação: novo cargo, há aumento do número;
- Extinção: redução do número de cargos;
- Transformação: é a simultaneidade na criação/extinção de cargos que conservam pelo menos alguma identidade de atribuições. Deve ocorrer sem aumento de despesa e a intenção é a reorganização interna do quadro funcional. Não é possível a alteração drástica das atribuições. Só pode ocorrer por meio de lei, porque por decreto pode haver reorganização ou redistribuição dos cargos, mas transformação não, nem alteração das funções (art. 84 c/ EC 32/01). Limite seria a desfiguração do órgão.
- Exceção: art. 84, VI, b – possibilidade de extinção de cargos quando VAGOS por meio de decreto.
- Reorganização funcional da Câmara, Senado: dispensa sanção do presidente no art. 49, 51 e 52 da CR/88, competência do Congresso, Câmara e Senado para dispor sobre sua organização, criação, extinção e transformação de cargos por meio de resolução.
- Iniciativa do projeto de lei é do chefe do tribunal de cada um dos poderes, inclusive MP e TC.
7. Provimento: é o “fato administrativo” de preenchimento de um cargo. É a ocupação.
Provimento originário: ocorre com o início de uma relação jurídica estatutária. Servidor é nomeado para o exercício de um cargo público em razão da aprovação em concurso público, independentemente se já era servidor anteriormente.
Provimento derivado: ocorre com a mudança do cargo ocupado pelo servidor por outro motivo, que não o concurso. Normalmente se trata de ascensão funcional ou concurso interno. Regra geral: vedado atualmente pela nossa CR/88.
- A Lei 8112/90, em seu art. 8º enumera diversas formas de provimento (isso varia de acordo com o estatuto de cada ente, pode haver confusão de termos):
a) nomeação: ato que materializa o provimento originário ou em casos de cargo em comissão.
b) promoção: forma de provimento em que o servidor sai de seu cargo e passa a ocupar cargo na classe seguinte dentro da mesma carreira. Só é aceita porque o servidor permanece exercendo mesmas atribuições. É forma de provimento derivado. É pouco utilizada, e alguns doutrinadores não a aceitam.
c) progressão: o servidor percorre a carreira, de classe em classe, com o mesmo cargo, alterando os padrões de vencimento. É a forma mais utilizada. Ex. procurador do Estado.
	Procurador
	I Classe
	A
	II Classe
	A
	
	
	B
	
	B
	
	
	C
	
	C
d) ascensão: o servidor sofre progressão/promoção em que muda de carreira. Sai da classe final de uma carreira e vai para a inicial de outra. Há alteração do padrão de vencimento. Extinta na 8112/90, é considerado forma de provimento derivado vedada pela CR/88.
e) transferência: servidor passa a integrar cargo efetivo de mesma denominação/ atribuição, em outro quadro funcional. Também é vedado Só é possível a mudança de quadro funcional por meio de concurso público.
‘AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ASCENSÃO FUNCIONAL EFETUADA DEPOIS DO ADVENTO DA ATUAL CONSTITUIÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE.
1.‘O critério do mérito aferível por concurso público de provas ou de provas e títulos é, no atual sistema constitucional, ressalvados os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração, indispensável para cargo ou emprego público isolado ou em carreira. Para o isolado, em qualquer hipótese; para o em carreira, para o ingresso nela, que só se fará na classe inicial e pelo concurso público de provas ou de provas e títulos, não o sendo, porém, para os cargos subseqüentes que nela se escalonam até o final dela, pois, para estes, a investidura se fará pela forma de provimento que é a ‘promoção’.
Estão, pois, banidas das formas de investidura admitidas pela Constituição a ascensão e a transferência, que são formas de ingresso em carreira diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por concurso, e que não são, por isso mesmo, ínsitas ao sistema de provimento em carreira, ao contrário do que sucede com a promoção, sem a qual obviamente não haverá carreira, mas, sim, uma sucessão ascendente de cargos isolados’ (STF – ADIN 231-RJ – RTJ 144/24).
f) readaptação: servidor passa a ocupar cargo diverso do que ocupava em decorrência da necessidade de compatibilizar seu trabalho com limitação física ou psíquica sofrida. Lei 8.112/90:
 Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
 § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
 § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
g) recondução: é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em razão de insuficiência da avaliação de desempenho. Ex. “promoção mal sucedida”
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.
h) remoção: o servidor é deslocado no âmbito do mesmo quadro funcional. Ocupa mesmo cargo que passa a ser lotado em outro departamento ou localidade. Ex. Secretaria de Educação: mudança de escola.
i) redistribuição: o deslocamento é efetuado para quadro diverso. O cargo muda e lotação também. O servidor continua ocupando mesmo cargo. Ex. entre órgãos diferentes ou dentro da Administração Pública, autárquica e fundacional.
*José dos Santos Carvalho filho ressalta que a remoção e a redistribuição não são formas de provimento, pois não há mudança de cargo, mas apensa de deslocamento do servidor. De qualquer forma, por ser passível de causar prejuízos ao servidor, deve ser realizada em conformidade com os princípios da moralidade e da impessoalidade, sob pena de nulidade. 
8. Investidura: nomeação, posse e exercício. Investidura é o próprio provimento do cargo e se dá com a nomeação, posse e exercício. É composta de vários atos administrativos.
- Nomeação: provimento originário ou não no caso de cargo de provimento em comissão;
Art. 9o A nomeação far-se-á:
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
 Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargode confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
 Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
- Posse: ato pelo qual o servidor fica submetido aos direitos e deveres inerentes ao cargo. Ata de posse. É condição para exercício do cargo;
 Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
- Exercício: é o efetivo desempenho das atribuições inerentes ao cargo. É o que dá direito à contraprestação (remuneração) pelo serviço prestado.
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
9. Reingresso: É o retorno do servidor ao serviço público pela ocorrência de determinado fato jurídico previsto no estatuto funcional. Há uma extinção da relação estatutária que existia anteriormente: é forma de provimento derivado. Pode ocorrer:
a) reintegração: o servidor retorna ao seu cargo depois de reconhecida a ilegalidade de sua demissão (ato de sanção), por meio de sentença judicial transitada em julgado – art. 41, § 2º. Apenas para servidor estável, de acordo com EC n. 19/98.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Lei 8.112/90:
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
b) aproveitamento: retorno do servidor ao serviço público em razão da extinção ou da declaração de desnecessidade de seu cargo. Enquanto não ocorre o aproveitamento – fica em disponibilidade remunerada.
Art. 41, § 3º § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
** Disponibilidade: a AP deve providenciar logo o aproveitamento adequado do servidor a fim de não deixá-lo recebendo sem prestar qualquer serviço (art. 41, §3º). Ele deve voltar para um cargo com atribuições e remuneração compatível com o exercido anteriormente, inclusive escolaridade. Lei nº. 8.112/90:
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
c) reversão: Só se aplica ao servidor inativo, em duas hipóteses;
(i) restabelecimento, comprovado por laudo médico, da invalidez que fundamentou sua aposentação;
(ii) vício de legalidade do ato de aposentadoria.
* Não é permitida a reversão p/ aposentado que quer voltar a trabalhar, “abrindo mão” da sua aposentadoria. Corrente majoritária: quando o servidor é aposentado, extingue-se a relação jurídica estatutária e seu cargo fica vago. Seria então umanova investidura, que só pode ocorrer por meio de concurso. 
STF Súmula nº 685 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; DJ de 10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5. Constitucionalidade - Modalidade de Provimento - Investidura de Servidor - Cargo que Não Integra a Carreira - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
** No entanto, a Lei 8112/90 foi alterada, permitindo a reversão, no caso de interesse da Administração, desde que:
(i) haja solicitação da reversão;
(ii) aposentadoria deve ter sido voluntária e concedida nos últimos 5 anos da data do pedido, sem que o servidor tenha completado 70 anos;
(iii) servidor deveria ser estável antes de se aposentar;
(iv) haja cargo vago, senão fica como excedente.
- deve ocorrer no mesmo cargo em que houve a aposentadoria ou que seja resultado de transformação.
- item (ii) contraria CR/88, que considera a aposentadoria ato jurídico perfeito que extingue a relação jurídica. A possibilidade de reversão gera insegurança e instabilidade do quadro funcional. É forma de acesso proibida pela CR/88, no mesmo sentido da antiga readmissão (JS). Não obstante, ambos institutos muitas vezes são previstos em lei, em flagrante inconstitucionalidade e aplicados no serviço público.
 Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 9.2001)
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
10. Vacância é o fato administrativo que indica que determinado cargo está vago ou não está provido. São exemplos de extinção da relação estatutária previstos no art. 33 da Lei nº. 8.112/90:
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
IV - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - transferência (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - a juízo da autoridade competente;
II - a pedido do próprio servidor.
11. Regime Constitucional
Conforme já estudamos, a CR/88 dedica todo o seu Capítulo VII à Administração Pública, estabelecendo regras que devem ser obedecidas por todos os entes ao elaborarem seus respectivos estatutos.
A CR/88 disciplina a relação funcional entre servidores e a AP e por isso chamamos de regime constitucional.
11.1. Acessibilidade
Conceito: É o conjunto de normas e princípios que regulam o ingresso de pessoas interessadas no serviço público. Os parâmetros que regem o acesso ao serviço público acarretam vinculação para os órgãos administrativos, de modo que não pode a Administração criar permissividades ou restrições ao acesso sem previsão legal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Direito de acesso: O direito ao acesso, segundo o art. 37, I, da Constituição, é conferido aos brasileiros que preencham os requisitos legais – não há restrição entre natos e naturalizados (depois da EC 19/98). Exceção: art. 12, §3º - cargos privativos de brasileiros natos:
Art. 12(...)
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
- Em relação ao texto original, não havia qualquer menção ao estrangeiro, de forma que a doutrina majoritária entendia que o acesso era vedado, em que pese poder ser contratado, naquela época, como temporário. Logo depois, em 96, EC n. 11, passou a permitir admissão de professor estrangeiro, técnico ou cientista – art. 207 da CR/88. 
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
- Com a alteração promovida pela EC n. 19/98: ampliou possibilidade de acesso aos estrangeiros, dependendo de lei reguladora – entendimento é que deve ser editada por cada ente da federação (servidor não é matéria privativa da União).
c) Requisitos de Acesso: Há, para acesso aos cargos públicos, requisitos objetivos e subjetivos.
- Os requisitos objetivos são os que se relacionam com funções do cargo ou emprego: aferidos por meio das provas e dos títulos;
- Os requisitos são os que se relacionam à pessoa do candidato: exames físicos e psíquicos, idoneidade, boa conduta, prestação do serviço militar. Logicamente, os requisitos subjetivos não podem acarretar em discriminaçãode qualquer espécie para o candidato, nem mesmo os objetivos: representaria violação à igualdade e impessoalidade:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. MAGISTRATURA DO ESTADO DO CEARÁ. EDITAL. EXIGÊNCIA. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE JURÍDICA POR TRÊS ANOS. COMPROVAÇÃO. 1. Esta Corte consolidou o entendimento de que, para os concursos da magistratura anteriores à edição da Emenda Constitucional n.45/2004, o conceito de prática forense deve ser o mais amplo possível, de modo a compreender não apenas o exercício da advocacia e de cargo no Ministério Público, Magistratura ou outro qualquer privativo de bacharel de direito, como também as atividades desenvolvidas perante os Tribunais, os Juízos de primeira instância e até estágios nas faculdades de Direito. 2. Demonstrado pelo impetrante o exercício de cargo público em que desenvolveu atividades relacionadas à área de direito, deve ser reconhecido seu direito líquido e certo de ter cumprido a exigência prevista no Edital n. 42/2005. 3. Agravo regimental improvido.(AgRg no RMS 26.816/CE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 18/08/2011, DJe 02/09/2011)
OBS.
** Os requisitos devem ter relação direta com as atribuições do cargo e devem ser previstos em lei, sendo vedada a exigência de requisitos que não sejam legalmente previstos:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR ESTADUAL. ESTATURA MÍNIMA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. EDITAL. ILEGALIDADE. 1. A carreira militar possui regime jurídico próprio e requisitos distintos de ingresso, razão pela qual esta Corte de Justiça tem entendido pela legitimidade da previsão em edital de estatura mínima, sem que se possa falar em violação do princípio da isonomia em razão da natureza da atividade exercida, desde que haja previsão legal específica. 2. "In casu, inexiste previsão legal de altura mínima, para ingresso na Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, uma vez que não basta, para viabilizar a adoção do critério discriminatório, a exigência genérica de "capacidade física", prevista na Lei Estadual n.º 6.218/83."(RMS 20.637/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 20/03/2006, p. 311). 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 30.786/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 28/05/2012)
*** Pessoas portadoras de necessidades especiais: art. 37, VIII da CR/88 – impõe reserva de percentual dos cargos – Lei 8112/90 – 20%. Proporciona integração social, fortalece a dignidade, igualdade de oportunidades e outros fatores. Lei 7853/99 e Decreto 3298/99 regulamentam o que são e quais casos de deficiência. Se o ente federativo não tiver estabelecido o percentual, pode fazer a fixação no edital do concurso – atribuição do cargo deve ser compatível com a deficiência.
Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portador.
§ 1o O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação obtida.
§ 2o Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subseqüente.
Art. 38. Não se aplica o disposto no artigo anterior nos casos de provimento de:
I - cargo em comissão ou função de confiança, de livre nomeação e exoneração; e
II - cargo ou emprego público integrante de carreira que exija aptidão plena do candidato.
Art. 39. Os editais de concursos públicos deverão conter:
I - o número de vagas existentes, bem como o total correspondente à reserva destinada à pessoa portadora de deficiência;
II - as atribuições e tarefas essenciais dos cargos;
III - previsão de adaptação das provas, do curso de formação e do estágio probatório, conforme a deficiência do candidato; e
IV - exigência de apresentação, pelo candidato portador de deficiência, no ato da inscrição, de laudo médico atestando a espécie e o grau ou nível da deficiência, com expressa referência ao código correspondente da Classificação Internacional de Doença - CID, bem como a provável causa da deficiência.
Art. 40. É vedado à autoridade competente obstar a inscrição de pessoa portadora de deficiência em concurso público para ingresso em carreira da Administração Pública Federal direta e indireta.
§ 1o No ato da inscrição, o candidato portador de deficiência que necessite de tratamento diferenciado nos dias do concurso deverá requerê-lo, no prazo determinado em edital, indicando as condições diferenciadas de que necessita para a realização das provas.
§ 2o O candidato portador de deficiência que necessitar de tempo adicional para realização das provas deverá requerê-lo, com justificativa acompanhada de parecer emitido por especialista da área de sua deficiência, no prazo estabelecido no edital do concurso.
Art. 41. A pessoa portadora de deficiência, resguardadas as condições especiais previstas neste Decreto, participará de concurso em igualdade de condições com os demais candidatos no que concerne:
I - ao conteúdo das provas;
II - à avaliação e aos critérios de aprovação;
III - ao horário e ao local de aplicação das provas; e
IV - à nota mínima exigida para todos os demais candidatos.
Art. 42. A publicação do resultado final do concurso será feita em duas listas, contendo, a primeira, a pontuação de todos os candidatos, inclusive a dos portadores de deficiência, e a segunda, somente a pontuação destes últimos.
Art. 43. O órgão responsável pela realização do concurso terá a assistência de equipe multiprofissional composta de três profissionais capacitados e atuantes nas áreas das deficiências em questão, sendo um deles médico, e três profissionais integrantes da carreira almejada pelo candidato.
**** Requisitos de Inscrição X Requisitos do Cargo: Requisitos de inscrição são os necessários para que o interessado no cargo possa se inscrever no concurso, como por exemplo, apresentar identidade, pagar taxa etc. Já os requisitos do cargo são aqueles que o candidato tem que preencher para a investidura no cargo público, relacionados com a natureza das funções desempenhadas. Em regra, o momento da aferição é quando da posse no cargo público, havendo exceção reconhecida pela Jurisprudência em relação aos cargos da Magistratura e do Ministério Público, quanto a comprovação de atividade jurídica:
STJ Súmula nº 266 - 22/05/2002 - DJ 29.05.2002 -Concurso Público - Posse em Cargo Público - Diploma ou Habilitação Legal para o Exercício – Exigência - O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. MAGISTRATURA. COMPROVAÇÃO DE TRÊS ANOS, NO MÍNIMO, DE ATIVIDADE JURÍDICA, CONSIDERADA AQUELA PREVISTA EM EDITAL, DESEMPENHADA A CONTAR DA DATA DA CONCLUSÃO DO CURSO DE DIREITO. INSCRIÇÃO DEFINITIVA. MOMENTO DA COMPROVAÇÃO DA EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL. NECESSIDADE DE QUE TENHAM SE PASSADO, AO MENOS, TRÊS ANOS DA DATA DA GRADUAÇÃO EM DIREITO. 1. Para comprovação da atividade jurídica a que faz referência o art. 93, I, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, é necessário que o candidato que deseja ingressar na carreira da magistratura apresente documentação da qual se extraia que realizou atividades para cujo desempenho seja imprescindível a conclusão do bacharelado em Direito, decorrendo, daí, que, por ocasião da inscrição definitiva, momento em que deve ser feita essa comprovação, sejam passados, pelo menos, três anos da respectiva data de conclusão do curso de Direito. 2. Caso em que,na ocasião da inscrição definitiva, somente haviam se passado dois anos e três meses da data em que o recorrente concluiu o curso de Direito, evidenciado, assim, o não atendimento da exigência constitucional. 3. Recurso ordinário em mandado de segurança improvido. (RMS 31.168/PA, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 12/09/2012)
No que se refere ao grau de escolaridade, este é aferido quando da posse do candidato e, caso não comprovado o grau mínimo, o candidato é desclassificado. Pode o candidato, contudo, possuir qualificação superior à exigida para provimento no cargo:
ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO DE NÍVEL MÉDIO. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA SUPERIOR À EXIGIDA PELO EDITAL DO CONCURSO. CARGA HORÁRIA DE DISCIPLINA PREENCHIDA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM. POSSIBILIDADE. I - Regra geral, a jurisprudência reconhece o direito líquido e certo à nomeação e à posse de candidatos que possuam qualificação técnica superior à exigida pelo edital do concurso. II - No caso, a carga horária supostamente faltante para a disciplina de química foi suplantada pelas diversas disciplinas cursadas na graduação de zootecnia, somada aos estágios em laboratórios, bem assim ao exercício do cargo público de Assistente de Laboratório da UFV. (...) (AMS 0000772-18.2013.4.01.3823 / MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN, SEXTA TURMA, e-DJF1 p.203 de 22/07/2014).
 
Em alguns casos, para preenchimento de certos cargos, estabelece-se como etapa do concurso, um período de exercício antecipado das funções do cargo – “estágio” – antecedendo a nomeação – nessa hipótese, o interessado no provimento do cargo continua sendo mero candidato, estando condicionado a aprovação também nesta fase. Nesses casos, a doutrina entende que é legítima a exigência de preenchimento dos requisitos do cargo para seu exercício (ao contrário da fase da inscrição).
***** Em relação à capacitação moral do candidato: STF já decidiu que a mera existência de ação penal contra o candidato não enseja seu afastamento, com fundamento no art. 5º, LVII, da CR/88, sendo necessária a condenação com trânsito em julgado. Se já transitado deve-se observar a prescrição.
CONCURSO PÚBLICO - CAPACITAÇÃO MORAL - PROCESSO-CRIME EM ANDAMENTO. Surge motivado de forma contrária à garantia constitucional que encerra a presunção da não-culpabilidade ato administrativo, conclusivo quanto à ausência de capacitação moral, baseado, unicamente, na acusação e, portanto, no envolvimento do candidato em ação penal. (RE 194872, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 07/11/2000, DJ 02-02-2001 PP-00141 EMENT VOL-02017-04 PP-00731)
CONCURSO PÚBLICO - CAPACITAÇÃO MORAL - PROCESSO-CRIME - PRESCRIÇÃO. Uma vez declarada a prescrição da pretensão punitiva do Estado, descabe evocar a participação do candidato em crime, para se dizer da ausência da capacitação moral exigida relativamente a concurso público. (RE 212198, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 14/08/2001, DJ 16-11-2001 PP-00020 EMENT VOL-02052-02 PP-00385 RTJ VOL-00183-01 PP-00327)
****** Em relação ao sexo e a idade também há uma grande discussão, sendo o entendimento majoritário de que eles não podem, regra geral, obstar o acesso, devendo ser analisada a natureza das funções e realizar a compatibilização. Ex. a idade quando o cargo exigir esforço físico ou desgaste físico acentuado. Sum. 683 idade (magistrado mínimo de 25 anos – maturidade)
STF Súmula nº 683 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; DJ de 10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5 Limite de Idade - Inscrição em Concurso Público - Natureza das Atribuições do Cargo a Ser Preenchido - O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da , quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Recurso extraordinário. 2. Concurso público. Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul. 3. Edital que prevê a possibilidade de participação apenas de concorrentes do sexo masculino. Ausência de fundamento. 4. Violação ao art. 5º, I, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário provido. (RE 528684, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 03/09/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-232 DIVULG 25-11-2013 PUBLIC 26-11-2013)
******* Exame psicotécnico: deve permitir avaliação do resultado. Deve possui rigor técnico e científico e deve estar prevista em Lei, conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal:
TF Súmula nº 686 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; DJ de 10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5. Exame Psicotécnico - Candidato a Cargo Público- Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EXAME PSICOTÉCNICO. CONCURSO PÚBLICO. NECESSIDADE DE CRITÉRIOS OBJETIVOS. REEXAME DE PROVAS E DE CLÁUSULAS DO EDITAL. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência no sentido de que o exame psicotécnico pode ser estabelecido para concurso público desde que por lei, tendo por base critérios objetivos de reconhecido caráter científico, devendo existir, inclusive, a possibilidade de reexame. Precedentes. 2. Reexame de fatos e provas e de clausulas editalícias. Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 473719 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 17/06/2008, DJe-142 DIVULG 31-07-2008 PUBLIC 01-08-2008 EMENT VOL-02326-07 PP-01287)
******** Idoso: O acesso deve ser realizado de acordo com o art. 26 e seguintes do Estatuto do Idoso, que assim dispõe:
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.
11.2. Forma de ingresso – Concurso Público
 - Conceito: Concurso é o procedimento administrativo realizado com a finalidade de aferir as aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos para o provimento dos cargos ou empregos públicos, em observância ao princípio da impessoalidade e da moralidade. Na aferição pessoal há uma verificação da capacidade intelectual, física e psíquica do interessado e, no aspecto seletivo, são escolhidos aqueles que ultrapassam as barreiras colocadas no procedimento, obedecendo sempre a ordem de classificação.
- Fundamento: Possui como fundamento o sistema de mérito, porque traduz um certame de que todos podem participar nas mesmas condições, permitindo que sejam escolhidos os melhores candidatos. Encontra respaldo em três postulados fundamentais:
O Princípio da Igualdade;
O Princípio da moralidade administrativa;
O Princípio da competição.
Como fundamento legal destaca-se o art. 37, II da Constituição de 1988, que assim dispõe:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, aoseguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
*Observa-se que não se admite a realização de concurso apenas de títulos. Devem ser de provas ou de provas e títulos. As provas medem o conhecimento do candidato.. A titulação tem como objetivo comprovar a escolaridade e alguns casos exercício de certas atividades. O entendimento é que são destinados a classificar candidatos, não podendo aprovar ou reprovar. Não é fase eliminatória. A pontuação deverá ser coerente.
- Alcance da Exigência: Abrange os cargos públicos e os empregos públicos, neste caso tanto das pessoas jurídicas de direito público como as pessoas jurídicas de direito privado. As normas que tem como objetivo garantir a investidura em cargos de carreiras distintas à ocupada pelos servidores, afastando-se da regra do concurso público, estão sujeitas à declaração de inconstitucionalidade, conforme previsto no caso da ascensão e da transferência e consolidado na Súmula 685 do STF: 
STF Súmula nº 685 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; DJ de 10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5. Constitucionalidade - Modalidade de Provimento - Investidura de Servidor - Cargo que Não Integra a Carreira - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
* O entendimento também abrange a tentativa de efetivação de servidores que ingressaram nos quadros da administração pública sem concurso público, excetuando-se a hipótese do art. 19 da ADCT (Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público). É o que ocorreu em relação à decisão do STF acerca da Lei Complementar nº. 100, que efetivava professores da rede estadual de ensino que ingressaram na carreira sem concurso público:
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 7º da Lei Complementar nº 100/2007 do Estado de Minas Gerais. Norma que tornou titulares de cargos efetivos servidores que ingressaram na administração pública sem concurso público, englobando servidores admitidos antes e depois da Constituição de 1988. Ofensa ao art. 37, inciso II, da Constituição Federal, e ao art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Modulação dos efeitos. Procedência parcial. 1. Desde a Constituição de 1988, por força do seu art. 37, inciso II, a investidura em cargo ou emprego público depende da prévia aprovação em concurso público. As exceções a essa regra estão taxativamente previstas na Constituição. Tratando-se, no entanto, de cargo efetivo, a aprovação em concurso público se impõe. 2. O art. 19 do Atos das Disposições Constitucionais Transitórias tornou estáveis os servidores que estavam em exercício há pelo menos cinco anos na data da promulgação da Constituição de 1988. A estabilidade conferida por essa norma não implica a chamada efetividade, que depende de concurso público, nem com ela se confunde. Tal dispositivo é de observância obrigatória pelos estados. Precedentes: ADI nº 289/CE, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ de 16/3/07; RE nº 199.293/SP, Relator o Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJ de 6/8/04; ADI nº 243/RN-MC, Relator o Ministro Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ de 24/8/01; RE nº 167635/PA, Relator o Ministro Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ de 7/2/97. 3. Com exceção do inciso III (que faz referência a servidores submetidos a concurso público), os demais incisos do art. 7º da Lei Complementar nº 100, de 2007, do Estado de Minas Gerais tornaram titulares de cargo efetivo servidores que ingressaram na Administração Pública com evidente burla ao princípio do concurso público (art. 37, II, CF/88). 4. Modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, nos termos do art. 27 da Lei nº 9.868/99, para, i) em relação aos cargos para os quais não haja concurso público em andamento ou com prazo de validade em curso, dar efeitos prospectivos à decisão, de modo a somente produzir efeitos a partir de doze meses, contados da data da publicação da ata de julgamento, tempo hábil para a realização de concurso público, a nomeação e a posse de novos servidores, evitando-se, assim, prejuízo à prestação de serviços públicos essenciais à população; ii) quanto aos cargos para os quais exista concurso em andamento ou dentro do prazo de validade, a decisão deve surtir efeitos imediatamente. Ficam, ainda, ressalvados dos efeitos da decisão (a) aqueles que já estejam aposentados e aqueles servidores que, até a data de publicação da ata deste julgamento, tenham preenchido os requisitos para a aposentadoria, exclusivamente para efeitos de aposentadoria, o que não implica efetivação nos cargos ou convalidação da lei inconstitucional para esses servidores, uma vez que a sua permanência no cargo deve, necessariamente, observar os prazos de modulação acima; (b) os que foram nomeados em virtude de aprovação em concurso público, imprescindivelmente, no cargo para o qual foram aprovados; e (c) a estabilidade adquirida pelos servidores que cumpriram os requisitos previstos no art. 19 do ADCT da Constituição Federal. 5. Ação direta julgada parcialmente procedente. (ADI 4876, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 26/03/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)
- Inexigibilidade: Há algumas hipóteses, previstas de forma taxativa na Constituição em que não há exigência de concurso para provimento no cargo público. Destaca-se, nesse sentido, a regra prevista no art. 94 da Constituição sobre o quinto constitucional para os tribunais e a regra do art. 73, §§1º e 2º para provimento dos cargos dos Tribunais de Contas, o provimentos dos cargos de Ministro do STF (art. 101, par. Único da CR/88) e do STJ (art. 104, parágrafo único da CR/88)
* Também não é exigível o concurso para os cargos em comissão, conforme expresso no art. 37, II da CR/88 e para os cargos temporários, de contratação por excepcional interesse público, pois a realização do concurso poderia desvirtuar o caráter temporário e/ou de urgência da contratação. 
** Atualmente, contudo, há ampla discussão acerca da necessidade de realização de “processo seletivo simplificado”, pois foi a forma eleita para o provimento nos cargos de agente de saúde e de combates a endemias, de acordo com o art. 198, § 5º da CR/88 e da Lei nº. 11.350/06.
 
- Inscrição: É a manifestação de vontade do candidato em participar da competição – não gera direito à realização, depende do interesse da Administração Pública, que só deve devolver os valores pagos, no caso de não realização das provas.
- Aprovação: O STF possuía entendimento de que a aprovação no concurso público não gerava direito subjetivo à nomeação, tendo em vista que seria ato discricionário da Administração. O direito somente surgia quando demonstrada a omissão dolosa da nomeação.
A questão hoje encontra-se superada, no sentido de que a Administração deve nomear de acordo com o número de vagas previsto no edital durante o prazo de validade do concurso:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. 1. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS: DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. 2. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. PRETERIÇÃO DE CANDIDATO.BURLA AO PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no Edital de concurso público tem direito subjetivo à nomeação durante o prazo de validade do concurso. Tema cuja repercussão geral foi reconhecida. Precedente. 2. A contratação temporária de pessoal, no período de validade do concurso público, configura preterição do candidato aprovado e intolerável burla ao princípio do concurso público.(ARE 816455 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 05/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-158 DIVULG 15-08-2014 PUBLIC 18-08-2014)
- Validade: art. 37, III da CR/88. Até 2 anos + mesmo prazo uma única vez. Esgotado prazo, todos perdem possibilidade investidura, somente com novo concurso. Não há possibilidade de prorrogação quando há perda do prazo.
* Dentro do prazo de validade, é possível a realização de outro concurso, só que os aprovados no concurso anterior tem direito à precedência na nomeação, até esgotarem seus classificados/vagas previstas no edital. Havendo vagas dentro no número previsto no edital, mesmo escoando o prazo, eles continuam com a precedência segundo o STF. 
** Havia o entendimento que a abertura de novas vagas não gerava direito a nomeação, mas ele se encontra superado, conforme manifestado pelo STJ:
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE AGENTE CONDUTOR DE VEÍCULOS. NOMEAÇÃO. CANDIDATO APROVADO FORA DO NÚMERO DE VAGAS. SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. Embora o candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital do certame possua mera expectativa de direito à nomeação, caso fique comprovado o surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do concurso, o candidato passa, então, a ter direito subjetivo a ser nomeado.
2. No caso em tela, conforme registrado pelo acórdão recorrido, o Edital do Concurso previu a existência de 3 vagas para o Cargo de Agente Condutor de Veículos. Com a criação de 20 cargos pela Lei Estadual 8.290/2007, o recorrido, aprovado em 9o. lugar, passou a ter direito líquido e certo à nomeação.
3. Agravo Regimental do ESTADO DA PARAÍBA e OUTRO desprovido.
(AgRg no AREsp 351.528/PB, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/06/2014, DJe 04/08/2014) 
***** Invalidação do concurso: há vício de legalidade. Invalidade e realizado novamente: pode ser pelo judiciário ou pela própria administração. Se ocorrer depois da investidura, participantes têm direito de defesa.

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