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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

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DISCIPLINA: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO
	 
1 CRESCIMENTO
Durante as duas primeiras décadas de vida, a principal atividade do organismo humano é “crescer” e “desenvolver-se.” 
O crescimento refere-se ao aumento do número e/ou do tamanho das células que compõem os diversos tecidos do organismo, o que, segundo Arruda (1993), pode ser mensurado pela realização de medidas antropométricas de estatura, de massa corporal, de dobras cutâneas, de circunferências e de diâmetros.
Desse modo, o crescimento refere-se essencialmente às transformações quantitativas, enquanto o desenvolvimento engloba simultaneamente tanto as transformações quantitativas quanto as qualitativas e é resultante de aspectos associados ao próprio processo de crescimento físico, à maturação biológica e às experiências vivenciadas no atributo considerado: desempenho motor, emocional, social, cognitivo, etc. (ROCHE & SUN, 2003).
O crescimento humano se caracteriza por 4 fases nitidamente distintas:
Fase 1 : Crescimento intra-uterino, inicia-se na concepção e vai até o nascimento.
Fase 2 :Primeira infância, vai do nascimento aos dois anos de idade, aproximadamente, caracterizando-se por um crescimento incremental, que se inicia no nascimento e estende-se até um mínimo marco inicial da fase seguinte.
Fase 3 : Segunda infância ou intermediária, período de equilíbrio e crescimento uniforme em que o acréscimo anual de peso se mantém no mesmo nível, anteriormente citado, até o início de uma nova fase de crescimento acelerado.
Fase 4 : Adolescência, fase final de crescimento, que se estende mais ou menos dos dez aos vinte anos de idade. O crescimento inicialmente se acelera, até atingir um máximo em torno dos quinze anos e, depois, declina rapidamente
 até 20 anois. 
Fase da Maturidade: Compreende a idade adulta.
Fase da Velhice ou Idade Avançada (da menopausa até o fim da vida) Menopausa Feminina (entre 45 e 55 anos) / Menopausa Masculina (por volta dos 50 anos de idade)
Monitoração do crescimento físico
Avaliação de dobras cutâneas: é a mensuração de percentual de gordura. para tal procedimento, utiliza-se o adipômetro, também chamado de compasso de dobras cutâneas. 
- Perímetros (Avaliação de circunferências): Através da medição periódica dos perímetros musculares pode controlar a evolução do desenvolvimento entre os diferentes grupos musculares que estão sendo treinados, a fim de evitar ou corrigir distorções de volume entre estes, o que acarretaria na perda da proporcionalidade, e consequentemente da harmonia do físico. É realizado com uma fita métrica. Pode ser mensurada no pescoço, tórax, cintura, quadril, coxa, braço, antebraço, panturrilha.
- ICQ – índice de cintura e quadril.
A relação da circunferência da cintura e do quadril (C/Q) pode ser usada para identificar o risco de doença cardiovascular
Homens - normal é < 1 (menor do que 1) Mulheres - normal é < 0,8 (menor que 0,8)
- Perímetro do abdômen
As mulheres com perímetro abdominal superior a 88 cm e os homens com ele superior a 102 cm, têm maior probabilidade de adoecerem em resultado da obesidade. Normal – Homem- menor que 94 cm / mulher menor que 80 cm
 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL - IMC 
O IMC é obtido a partir do peso de um indivíduo dividido por sua estatura ao quadrado. O IMC juntamente com outras variáveis, como por exemplo a circunferência da cintura, permite a identificação de risco de doenças cardiovasculares e analisam os padrões de distribuição da gordura corporal. FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NO CRESCIMENTO
É necessário considerar que fatores ambientais como alimentação, atividade física, estímulos psicossociais, patologias debilitantes e aspectos básicos de saúde pública podem modificar desfavoravelmente o que o patrimônio genético estabeleceu como predeterminante (EVELETH & TANNER, 1990).
2 DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO 
O desenvolvimento humano é um processo de crescimento e de mudança nos campos físico, comportamental, cognitivo e emocional, ao longo da vida dos seres humanos. Assim, cada fase do desenvolvimento apresenta características específicas. No entanto, cada criança apresenta características individuais e únicas, e pode atingir as fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras crianças da mesma idade, sem que isso caracterize uma anormalidade.
Na tentativa de compreender o conceito e o processo de desenvolvimento, observa-se que existem dois fatores essenciais, referidos na literatura, que necessitam de elucidações: a maturação e a experiência.
A influência de componentes genéticos parece ser indiscutível. Entretanto, faz-se necessário considerar que fatores ambientais como alimentação, atividade física, estímulos psicossociais, patologias debilitantes e aspectos básicos de saúde pública podem modificar desfavoravelmente o que o patrimônio genético estabeleceu como predeterminante
 MATURAÇÃO 
Desde o nascimento até a idade adulta, o organismo jovem passa por uma série de estágios, o que implica grau crescente de maturação. Por definição, a maturação biológica refere-se às sucessivas modificações que se processam em determinado tecido, sistema ou função até que seu estágio final seja alcançado. Portanto, a maturação deve ser entendida como o processo de amadurecimento mediante o qual se atinge o estado maduro, ou seja, a maturidade.
As várias etapas desse processo não ocorrem simultaneamente em todas as crianças e jovens com a mesma idade cronológica, ou seja, crianças e jovens de idade biológica igual podem apresentar diferenças significativas em relação ao nível maturacional. Em vista disso, para o profissional de Educação Física,, além da idade cronológica, deve considerar os estágios de maturação.
Os jovens em estado maturacional mais adiantado provavelmente serão mais altos, mais pesados, e terão maiores níveis de força e maior resistência muscular, se comparados com aqueles de maturação tardia.
As diferenças maturacionais entre os sexos se destacam entre os 9 e os 14 anos de idade, para o sexo feminino, e entre os 11 e os 16 anos, para o sexo masculino.
É preciso dizer que, apesar de a maturação ser um fenômeno essencialmente biológico, isso não impede que esse processo sofra forte influência dos contextos sociocultural e ambiental.
A experiência são fatos do meio ambiente, que podem induzir ou transformar o surgimento de certas características do desenvolvimento, predeterminadas geneticamente, por meio do processo de aprendizagem. Nesse contexto, há uma relação de intercâmbio entre a maturação, considerada como o despertar das aptidões potencialmente presentes no indivíduo, e a aprendizagem, considerada como um processo proveniente da prática e do esforço desse mesmo indivíduo.
 Guedes e Guedes (1997) colocam que, em relação às funções filogenéticas (fatores maturacionais) o desenvolvimento depende essencialmente da maturação; enquanto que em relação às funções ontogenéticas (fatores ambientais), o desenvolvimento passa a depender predominantemente das experiências vividas pelo indivíduo.
 IDADE CRONOLÓGICA “VERSUS” IDADE BIOLÓGICA
A idade cronológica refere-se aos anos de vida do jovem em relação ao calendário civil; Em contrapartida, a idade biológica corresponde ao estágio em que se encontra sua maturação biológica. Desse modo, pode-se estimar a idade biológica pela análise comparativa entre características quantitativas e qualitativas observadas no jovem.
Estágio maturacional avançado: Se a idade cronológica apresentada pelo jovem ser inferior à idade esperada para que a característica do atributo biológico considerado seja observada.
Estágio maturacional tardio: se a idade cronológica do jovem for superior à idade esperada para ocorrência do fenômeno biológico, considera-se que este apresenta.
Estágio maturacional esperado: deverá ocorrer coincidência entre a idade cronológica do jovem e a idade esperada para ocorrência do fenômeno biológico
 INDICADORES DE MATURAÇÃO
As medidas de maturação variam de acordo com o sistema biológico considerado. Geralmente,os indicadores mais utilizados são a maturação esquelética, a maturação sexual e a maturação somática.
	MATURAÇÃO ESQUELÉTICA
	Todas as crianças iniciam com um esqueleto de cartilagem e progridem até um esqueleto totalmente ossificado, adulto. No caso dos ossos tubulares (ossos longos e curtos), a maturidade é atingida quando ocorre a completa fusão das epífises com suas diáfises correspondentes; permitir predizer a estatura em adulto.1
	AS CARACTERÍSTICAS DE MATURAÇÃO SEXUAL: RELACIONADAS DIRETAMENTE COM A REPRODUÇÃO
	As características de maturação sexual primária
	 Feminino: desenvolvimento dos ovários, do útero e da vagina
	
	Masculino: desenvolvimento dos testículos, da próstata e da produção de esperma
	As características de maturação sexual secundária
	Desenvolvimento dos seios, do pênis, dos pelos faciais e pubianos, bem como a modificação da voz.
	MATURIDADE MORFOLÓGICA OU SOMÁTICA
	Baseia-se no pressuposto de que as alterações da velocidade de crescimento estatural e de outras medidas lineares, tais como altura troncocefálica (sentado) e comprimento dos membros inferiores, apresentadas por um indivíduo ao longo do seu processo de crescimento refletem a sua evolução maturacional.
Embora se acredite que a medida endócrina possa proporcionar uma avaliação mais direta das mudanças na puberdade, as exigências para a avaliação endócrina, a quantidade de hormônios envolvidos com a puberdade e os problemas práticos em obter medidas válidas são substanciais.
 A maturidade morfológica, embora bastante utilizada e de fácil aplicabilidade, ao considerar a estatura como indicador maturacional questiona a importância da genética na determinação da estatura adulta. Sua aplicabilidade fica restrita aos indivíduos cujas estaturas dos pais são conhecidas ou pode ser medida, inviabilizando-se para os demais indivíduos, a menos que seja determinada a idade óssea. No entanto, essa determinação por si só já seria suficiente para estimar a maturidade biológica. 
4 OS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO SEGUNDO PIAGET 
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (Furtado, op.cit.). São eles:
 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos) No recém nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo). Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo dentro de um cosmo "com objetos, tempo, espaço, causalidade objetivados e solidários, entre os quais situa a si mesma como um objeto específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorrem.
· 2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos): aparecimento da função simbólica, a emergência da linguagem que acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações interindividuais e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade . presença de egocentrismo.
· 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos) neste período o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes (próprios e de outrem ) e de integrá-los de modo lógico. a criança consegue raciocinar de forma coerente.
· 4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante) consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar operações mentais dentro de princípios da lógica formal. capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta: discute valores morais de seus pais e contrói os seus próprios (adquirindo, portanto, autonomia)"
De acordo com a tese piagetiana, ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir do ápice adquirido na adolescência, como enfatiza Rappaport (op.cit.:63), "esta será a forma predominante de raciocínio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistirá numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas não na aquisição de novos modos de funcionamento mental".
 5 DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Ao longo do desenvolvimento, passamos a realizar ações motoras cada vez mais complexas e com alto nível de proficiência. De acordo com Haywood e Getchell (2004), o desenvolvimento motor é um processo sequencial e contínuo relacionado à idade, em que o indivíduo progride de um movimento simples, não organizado e não habilidoso, evolui para uma habilidade motora complexa e altamente organizada e, em seguida, ajusta-se às necessidades que acompanham o envelhecimento.
A teoria do desenvolvimento motor, de David Gallahue (2005), classifica os desenvolvimento motor nas seguintes fases:
Fase motora reflexa:
No início os movimentos são involuntários(reflexo plantar e de moro), armazena e começa a processar informações mediante os estágios de codificação (período de armazenamento) e decodificação (período de processamento) das informações e passa para a fase motora rudimentar, fase de transição dos movimentos involuntários – estágio de inibição dos reflexos – para os primeiros movimentos voluntários, estágio de pré-controle. 
Fase dos movimentos rudimentares 
A seqüência de mudanças motoras desse período é previsível e predominantemente infl uenciada pelos processos maturacionais – desenvolvimento do córtex cerebral – e envolvem:
■ movimentos estabilizadores, como os de controle da cabeça, do pescoço e dos músculos do tronco;
■ movimentos manipulativos de alcançar, agarrar e soltar objetos, e
■ movimentos locomotores de arrastar, engatinhar e caminhar.
Fase motora fundamental
A melhoria do controle do movimento proporcionada pela maturação dos sistemas perceptivos e motor dá oportunidade para a criança explorar ainda mais o ambiente e, assim, conhecer melhor o seu corpo, os objetos e o ambiente que a cerca.
É denominada fase motora fundamental, por ser a base para o desenvolvimento de habilidades motoras mais complexas.
Nesta etapa, que vai dos 2 aos 7 anos de idade, é descoberta uma grande variedade de movimentos manipulativos (receber, arremessar e chutar), locomotores (correr, saltar) e estabilizadores (girar, empurrar, rolar).
A fase motora fundamental é composta por três estágios:
1) inicial: primeiras tentativas de atingir um determinado objetivo ambiental, utilizando uma determinada habilidade fundamental. O movimento apresenta uma sequência imprópria, há um grande dispêndio de energia pelo uso exagerado dos diferentes segmentos corporais e uma defi ciência da coordenação e da sequência rítmica de movimentos
 2) elementar: há uma diminuição da quantidade de erros e a melhoria das coordenações rítmicas e dos movimentos com conseqüente diminuição do dispêndio de energia. Ainda há deficiências na sincronização espaço-temporal dos movimentos. 
 3) maduro: expressam-se pela forma mecanicamente eficiente, coordenada e controlada. O padrão motor estabiliza-se e o dispêndio de energia diminui bastante(devem atingir o estágio maduro aos 5 ou 6 anos de idade)
As habilidades fundamentais, como andar, correr, saltar, arremessar, chutar, entre outras, que são consideradas naturais, dependem de oportunidade de prática, ou seja, de experiência (aprendizagem) para o alcance do estágio maduro.
Fase motora especializada: 
- Estágio transitório (7 a10 anos):As habilidades motoras são as mesmas da fase anterior, mas com forma, precisão e controle maiores, e são usadas em ambientes recreacionais, esportivos, nas aulas de Educação Física e nas atividades diárias. Descoberta e de combinação de padrões motores que possibilitam um rápido desenvolvimento de habilidades motoras mais complexas
- Estágio de aplicação (11 e 13 anos): momento de dar continuidade no processo do refinamento e do uso de habilidades mais complexas de forma mais sistemática em jogos, atividades de liderança e em atividades relacionadas com o tipo de escolha feita pelo indivíduo. Possibilita a escolha de participação em uma determinada especialidade.
- Estágio de utilização permanente( dos 14 anos em diante): Representa o ponto mais elevado de todas as fases e estágios anteriores, ou seja, todo esse processo foi progressivo e inter-relacionado, é possível desenvolver um repertório amplo de habilidades motoras,.
Inúmeras combinações de habilidades fundamentais formam o universo das habilidades motoras especializadas relacionadas aos esportes, à ginástica, à dança, às lutas, à recreação e ao lazer.
. 
 MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS
Os modelos tradicionalmente empregados na classificação das capacidades motoras procuram reunir as informações em dois segmentos claramente definidos: aquelas pertencentes ao grupo das capacidades motoras condicionantes e as que se identificam com o grupo das capacidades motoras coordenativas. O primeiro grupo é constituído pelo conjunto de capacidades motoras que apresenta como fator primordial as características da ação muscular, a disponibilidade de energia biológica e, por conseguinte, as condições orgânicas do jovem. No segundo grupo, o das capacidades motoras coordenativas, o ponto central refere-se aos processos de controle motor, responsável pela organização e formação dos movimentos.
Capacidades motoras coordenativas
CAPACIDADE DE ORIENTAÇÃO ESPACIAL – Determina a posição, situação e movimento do corpo no espaço e no tempo. Permite ao praticante colocar-se em situação prática, reconhecendo o espaço onde se encontra o próprio, os seus companheiros e/ou os seus adversários antecipando também a dinâmica deste processo.
CAPACIDADE DE DIFERENCIAÇÃO CINESTÉSICA – Permite descriminar e adequar os movimentos efetuados com precisão e economia, independentemente da sua dinâmica. Controla as informações provenientes da musculatura, doseando a aplicação do movimento.
CAPACIDADE DE RITMO – Permite a percepção e realização dos gestos motores no seu momento adequado. 
CAPACIDADE DE EQUILIBRIO – Permite conservar, manter e restabelecer o equilíbrio do corpo durante toda a ação motora.
CAPACIDADE DE REACÇÃO – Permite iniciar ações motoras de forma rápida e eficaz num momento determinado de expectativa.
Capacidades motoras condicionantes
FORÇA
A força “é a capacidade do ser humano de superar ou de atuar contra uma resistência exterior baseando-se nos processos nervosos e metabólicos da musculatura” (Hahn, 1988). 
Os diferentes tipos de manifestação da força:
Força Explosiva: corresponde à capacidade do sistema neuromuscular de vencer resistências com uma elevada velocidade de contração. É uma manifestação treinável através da aplicação de situações reativas contra resistências determinadas.
Força Máxima: corresponde à maior tensão que o sistema neuromuscular pode produzir numa contração voluntária máxima. Desenvolve-se primeiro pelo aumento da hipertrofia muscular .
Força de Resistência: corresponde à capacidade do organismo resistir ao aparecimento da fadiga, mantendo os níveis de produção de força em concordância com a exigência da situação. É uma manifestação que está intimamente relacionada com a capacidade orgânica da resistência, podendo a sua especificidade ser observada na caracterização desta capacidade.
RESISTÊNCIA
Bompa (2002) diz-nos que “a resistência se refere à extensão de tempo que um indivíduo consegue desempenhar um trabalho com determinada intensidade. 
VELOCIDADE
Para Castelo et al. (1996) a velocidade define-se como sendo “a capacidade de reagir, rapidamente, a um sinal ou estímulo e/ou efetuar movimentos com oposição reduzida num curto espaço de tempo. ”
Entre as diferentes manifestações de velocidade que podemos encontrar, congregamos estas em três tipos fundamentais:
FLEXIBILIDADE
Castelo et al. (1996) definem a flexibilidade como “o grau de liberdade do movimento ou tecnicamente a amplitude do movimento de uma articulação ou de um grupo de articulações”.
É de ressalvar que a flexibilidade não se assume como uma característica geral, mas sim como uma capacidade demonstrada especificamente por uma ou mais articulações.
Em suma, as Capacidades Motoras Coordenativas e Condicionais são a base para um bom desempenho motor por parte do atleta em qualquer que seja a sua modalidade, tendo sempre em conta a sua especificidade.
A resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular e a flexibilidade são componentes que caracterizam a aptidão física relacionada à saúde.
As capacidades motoras associadas aos componentes da aptidão física relacionada à saúde podem diferir consideravelmente das capacidades motoras identifi cadas com componentes relacionados ao desempenho atlético, pois esses apresentam acentuada dependência genética e demonstram elevada resistência às modificações do ambiente, enquanto aqueles da aptidão física relacionada à saúde caracterizam-se por apresentar forte influência do nível de prática habitual de atividade física.

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