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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA SEMESTRE 2017.2 PRÁTICA 08 VELOCIDADE DO SOM ALUNA: SARAH OLIVEIRA LUCAS MATRÍCULA: 406204 CURSO: ENGENHARIA CIVIL TURMA: 01A PROFESSOR: HEITOR FORTALEZA 2017 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2 1. AULA PRÁTICA ....................................................................................................... 3 1.1.Objetivos ................................................................................................................ 3 1.2.Material .................................................................................................................. 3 1.3.Fundamentos .......................................................................................................... 3 1.4.Procedimento ......................................................................................................... 5 1.5.Questionário .......................................................................................................... 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 10 2 Introdução O presente relatório pertencente à disciplina de física experimental irá descrever as experiências realizadas na oitava aula prática, a qual tratou da parte da física chamada ondulatória, que é responsável por estudar as características e propriedades dos movimentos das ondas. Mais especificamente nessa aula foi feito um estudo da velocidade do som, o qual é uma onda mecânica, longitudinal e tridimensional. Esse relatório está dividido em algumas partes principais: objetivos da aula; quais os materiais utilizados para a realização dos procedimentos; os fundamentos que auxiliaram a realização dos procedimentos; os experimentos que foram feitos durante a aula e um questionário referente aos resultados obtidos nos experimentos. Sabe-se que o som é uma onda presente na vida de todos os seres, e por ser algo tão normal, muitos indivíduos não o dão a devida importância. Todavia, quando o mesmo interfere no bem estar das pessoas, elas o analisam, mas não sob aspecto físico. A principal ciência que deve analisar o som e suas particularidades é a engenharia em geral, pois como é uma onda que provoca vibrações, pode interferir, seja de maneira benéfica ou maléfica, nas obras de engenharia. Um exemplo bastante interessante inerente a todos os povos para determinar a velocidade do som, são os trovões e relâmpagos, neles é possível relacionar a velocidade do som com a velocidade da luz. Durante uma tempestade, ao ver o um relâmpago demora-se alguns segundos até ouvir trovão. Isto oferece um artifício simples para descobrir a distância aproximada em que o raio caiu: ao ver o clarão basta contar os segundos até que seja ouvido o estrondo do trovão. Ao multiplicar esse tempo por 340 é possível obter uma medida, em metros, aproximada do local do raio. Para o enriquecimento desse relatório foram feitas pesquisas bibliográficas na internet, enriquecida com a análise do roteiro de aulas práticas de física do professor Nildo Loiola e também a recolha dos dados obtidos durante a aula prática. 3 1. Aula prática 1.1. Objetivos • Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância; • Comparar os valores obtidos na prática com o valores teóricos, para assim, perceber a eficácia dos experimentos. 1.2. Material Os materiais utilizados na aula para a realização dos experimentos foram: • Cano de PVC com êmbolo; • Diapasão de frequência conhecida, 400 Hz; • Martelo de borracha; • Termômetro digital; • Paquímetro; • Trena. 1.3. Fundamentos O som é um tipo de onda, em que essa nada mais é do que um movimento causado por uma perturbação. As principais características do som é que ele é uma onda mecânica, tridimensional e longitudinal. Mecânica porque necessita de um meio material para se propagar; tridimensional, pois se propaga em todas as dimensões e longitudinal por ser causado por vibrações com direção igual da propagação. No século XVII, a determinação do valor da velocidade do som era algo presente nos estudos de vários cientistas, dentre eles Isaac Newton, que realizou o seguinte experimento: uma pessoa detonava um canhão a uma distância de aproximadamente 20 km de outra pessoa. Essa última media o tempo de percepção do clarão e do som produzido pela detonação do canhão. Com esses valores Newton calculou a velocidade do som, mas desconsiderou a influência da temperatura e a densidade do ar. Posteriormente, um físico e matemático francês chamado Pierre Simon Laplace descobriu o erro que Newton havia cometido. Então novas experiências para o cálculo do valor da velocidade do som foram feitas, considerando a influência da temperatura e do meio de propagação, uma vez que as ondas sonoras se propagam mais facilmente nos sólidos, pois as suas partículas encontram-se mais próximas umas das outras, e por esse motivo a vibração propaga-se mais facilmente através destas. Atualmente com medidas mais precisas sabe-se que a velocidade do som no ar a uma temperatura de 20° C e ao nível do mar é igual a 343 m/s. 4 Como as ondas sonoras devem ser periódicas, vale a seguinte relação: v = λ f , em que v é a velocidade do som, λ é o comprimento de onda e f é a frequência. O estudo da propagação do som pode ser simplificado restringindo o seu movimento a uma dimensão com a utilização de um cano, o qual foi utilizado na aula prática. Esse cano funciona como uma coluna de ar que possui uma ou mais frequências naturais de vibração. Se sobre esse cano incidir uma onda cuja frequência seja igual à sua frequência natural, esse corpo tenderá a vibrar com a frequência considerada. Então se diz que o corpo está em ressonância com a onda recebida. Figura 1.1 – Equipamento utilizado para determinação da velocidade do som E é justamente a ressonância que pode ser utilizada para medir a velocidade do som no ar. Em geral, quando a onda é incidida sobre o cano, ela não é totalmente refletida em virtude de uma parte da energia que a onda transporta ser absorvida pelo mesmo. Se um diapasão a vibrar for mantido nas proximidades de um tubo de vidro cheio de ar, fechado numa das extremidades, as suas vibrações transmitem-se a essa coluna de ar gerando-se assim uma onda sonora que se reflete ao atingir a extremidade fechada do tubo. Da interferência da onda incidente com a onda refletida (de intensidade menor que a onda incidente devido a alguma absorção na extremidade fechada do tubo) resulta uma onda estacionária dentro do tubo. Uma onda estacionária é caracterizada por ter nós, pontos onde há interferência destrutiva, e ventres, pontos de amplitude máxima onde há interferência construtiva, em posições fixas. Figura 1.2 – Onda estacionária no cano Deixando o êmbolo na boca do cano e aumentando gradativamente o comprimento, após a emissão do som, é possível perceber que há intensidade máxima do som quando o comprimento é h1. Esse comprimento é medido em relação à extremidade do cano, como observado na figura que segue. 5 Figura 1.3- Posições onde ocorre ressonânciaÀ medida que o comprimento de onda dentro do cano é aumentado, é possível encontrar outro ponto de intensidade máxima, h2. A onda estacionária apresenta um nó em h2 e outro nó a uma distância h1 da extremidade aberta do cano. Sabendo que a distância entre dois nós consecutivos é meio comprimento de onda, tem-se que: h2 – h1 = λ/2 (Eq. 1.1) Sabendo que v = λ f, então: v = 2 (h2 – h1) f (Eq. 1.2) É importante considerar que o ventre que se forma na extremidade aberta do cano não se localiza exatamente nessa posição, mas um pouco fora, cerca de 0,6 do raio interno do cano, essa distância é chamada de “correção de extremidade”. Com isso, para os cálculos da prática deve-se considerar a seguinte relação: h1 + 0,6 R = λ/4. 1.4. Procedimento Inicialmente golpeamos o diapasão com o martelo de borracha. Mantemos o diapasão vibrando próximo à extremidade aberta do cano, e movimentamos o êmbolo de modo a aumentar o comprimento da coluna de ar dentro do cano. Com bastante atenção, marcamos o comprimento, h1, onde a intensidade do som foi máxima. Continuamos o movimento até obter mais dois comprimentos. Os comprimentos obtidos estão dispostos na tabela abaixo, com o objetivo de obter uma média para cada comprimento, há os valores obtidos por três equipes. Tabela 1.1- Medidas realizadas pela equipe 1 h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) 17,8 57,2 97,6 Tabela 1.2- Medidas realizadas pela equipe 2 h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) 17,1 55,5 96,5 6 Tabela 1.3- Medidas realizadas pela equipe 3 h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) 17,3 56,5 96,5 Na seguinte tabela, todos os dados obtidos estão dispostos resumidamente em uma única tabela, além da média de cada comprimento. Tabela 1.4 – Resumo dos valores obtidos e média dos mesmos Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Média (cm) h1 (cm) 17,8 17,1 17,3 17,4 h2 (cm) 57,2 55,5 56,5 56,4 h3 (cm) 97,6 96,5 96,5 96,8 Para cálculos posteriores, medimos a temperatura ambiente com um termômetro digital, obtemos 28 °C. Medimos com uma trena o comprimento máximo que a coluna de ar podia ter, hmáx=110,2 cm. E com o auxílio de um paquímetro, medimos o diâmetro interno do cano, dint = 43,1 mm. 1.5. Questionário 1. Determine a velocidade do som: Tabela 1.5 – Valores das velocidades V (m/s) A partir de h1 (médio) sem considerar a “correção de extremidade” 306,2 A partir de h1 (médio) considerando a “correção de extremidade” 329,0 A partir dos valores médios de h1 e h2 343,2 A partir dos valores médios de h2 e h3 355,5 Os cálculos de cada linha da tabela anterior são os seguintes: • v = 4h1f ==> v = 4*0,174*440 ==> v = 306,2 m/s • h1 + 0,6 R = λ/4 ==> λ = 4*(0,174+0,6*0,02155) ==> λ = 0,7477 v = λf ==> v = 0,7477 * 440 ==> v = 329,0 m/s • v = 2 (h2 – h1) f ==> v = 2 *((56,4-17,4)/100) *440 ==> v = 343,2 m/s • v = 2 (h3 – h2) f ==> v = 2 *((96,9-54,4)/100) *440 ==> v = 355,5 m/s 7 2. Determine a velocidade do som pela média dos três últimos valores da questão 1. v = (329,0 + 343,2 + 355,5)/ 3 ==> v = 342,6 m/s 3. Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica: v = 331 + 2 T/3 em m/s onde T é a temperatura ambiente, em °C. (A velocidade do som no ar a 0 °C é 331 m/s. Para cada grau centígrado acima de 0 °C, a velocidade do som aumenta 2/3 m/s). v = 331 + 2*28 /3 ==> v = 349,7 m/s 4. Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar obtido experimentalmente (questão 2) e calculado teoricamente (questão 3). 349,7 --- 100 % 342,6 --- x x = 97,9% Erro = 100% - 97,9% = 2,1 %. Como o erro < 10%, então os valores obtidos experimentalmente são aceitáveis. 5. Quais as causas prováveis dos erros cometidos na determinação experimental da velocidade do som nesta prática? Os principais fatores que influenciam na determinação da velocidade do som são temperatura e densidade de ar, todavia, especificamente nessa prática, podemos considerar que uma das principais causas dos erros cometidos foi a interferência sonora causada pelas outras equipes, pois às vezes achávamos que o barulho que estávamos escutando era no nosso cano, mas não era e isso interferia na medição correta do comprimento. 6. Será possível obterem-se novos máximos de intensidade sonora, além dos três observados, para outros comprimentos da coluna de ar dentro do cano? Raciocine ou experimente. Justifique. Não, considerando que o comprimento do cano é hmáx=110,2 cm, então o valor máximo que pode ser obtido para h é esse. Utilizando a seguinte equação e a velocidade média obtida nos experimentos, podemos achar o valor de h4: v = 2 (h4 – h3) f ==> 342,6 = 2*(h4 – 0,968)*440 ==> h4 = 135,7 cm Como h4>hmáx, então não é possível obterem-se novos valores máximos de intensidade sonora. 8 7. A velocidade do som no ar a 30° C é 351 m/s. Qual a velocidade do som no ar a essa temperatura em km/h? v = 351 * 3,6 ==> v = 1263,6 km/h 8. Quais seriam os valores de h1, h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 880 Hz? (não considerar a correção de extremidade) Considerando v = 342,6 m/s, se aumentarmos a frequência, os comprimentos devem diminuir, pois a velocidade é constante. Então, teremos: v = 4h1f ==> h1 = 342,6 / 4*880 ==> h1 = 0,0973 m ==> h1 = 9,73 cm v = 2 (h2 – h1) f ==> h2 = h1 + v/2*f ==> h2 = 0,0973 + 342,6/1760 ==> h2 = 29,19 cm v = 2 (h3 – h2) f ==> h3 = h2 + v/2*f ==> h3 = 0,2919 + 342,6/1760 ==> h3 = 48,65 cm 9 Conclusão Essa prática nos possibilitou ver através de experimentos a dificuldade em que muitos cientistas tiveram em determinar a velocidade do som na antiguidade, uma vez que não dispunham de equipamentos modernos que temos hoje. Compreendemos que são inúmeros fatores que influenciam na determinação do valor da velocidade do som, como temperatura, meio em que as ondas sonoras se propagam e outros erros inerentes ao próprio indivíduo que vai fazer a medição. No caso dessa aula prática, os alunos deveriam ter uma alta percepção sonora para detectar o ponto de maior intensidade do som, todavia, mesmo com o esse atributo, houve uma imensa dificuldade durante a aula, pois os ruídos sonoros das demais equipes estavam atrapalhando na audição. Mesmo com as dificuldades, conseguimos determinar o valor da velocidade do som, o qual foi satisfatório, pois ao aplicarmos a teoria para comparar os resultados obtidos, vimos que o percentual de erro era menor que 10%, isto é aceitável. Durante a aula aprendemos a importância da ressonância, que é o fenômeno no qual sistemas oscilantes passam a ter amplitude máxima para determinadas frequências, denominadas frequências ressonantes, onde até forças oscilantes pequenas podem produzir grandes amplitudes devido ao grande acúmulo de energia nesse estado. E essa ressonância deve sempre ser considerada nas construções, tomemos como exemplo o caso da ponte Tacoma Narrows, a qual sofreu a influência de ventos de 64 km/h, os quais levaram a ponte a oscilar muito juntamente com os cabos de sustentação, alcançando o valor de uma das frequências naturais da ponte, ou seja, entrando em ressonância. Isso culminou a quebra total da ponte, pois a estrutura não suportou tamanha força transversal e torcial. Por fim, percebemos a imensa importância desse conteúdo para nós estudantes de engenharia civil, uma vez que ao quando formos dirigir projetos de construção, devemos nos atentar para inúmeros fatores externos a que nossas construções estarão sujeitas. 10 Referências bibliográficas Autor desconhecido. “A propagação do som emdiferentes meios materiais”. Disponível em: www.explicatorium.com. Acesso em: 14/09/2017 Autor desconhecido. “Som e sua propagação”. Disponível em: www.sofisica.com.br. Acesso em: 15/09/2017 DIAS, Nildo Loiola. “Roteiros de aulas práticas de física”. Fortaleza. UFC, 2017 Introdução à análise de dados nas medidas de grandezas físicas, Coimbra, Departamento de Física da FCTUC (2003/04). JÚNIOR, Paulo do Nascimento Ferreira. “Ressonância: o curioso caso da ponte Tacoma Narrows”. Disponível em: www.portaleducacao.com.br. Acesso em: 15/09/2017 SILVA, Marco Aurélio da. “A velocidade do som”. Disponível em: www.brasilescola.uol.com.br. Acesso em: 14/09/2017
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