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Curso - Psicologia Disciplina: Psicofarmacologia Resumo Aula 4- Depressão Maior e Distimia Sintomas da Depressão • Sensações intensas de melancolia, desesperança, desespero; • Incapacidade de sentir prazer em atividades usuais; • Alterações nos padrões de sono e apetite; • Perda de vigor e pensamento suicida; • Sentimentos de tristeza, infelicidade são comuns em situações de perda, separações, fracassos, conflitos nas relações interpessoais; • Ex: luto (tristeza e ansiedade, não havendo culpa e auto-acusação que caracteriza os transtornos depressivos ; • Se os sintomas não desaparecerem espontaneamente • São desproporcionais ao evento que os desencadeou ou se este inexiste • Quando o sofrimento é acentuado, compromete rotinas diárias, relações interpessoais • 15% da população é acometida pela depressão, especialmente as mulheres - Nesses casos está indicado tratamento: Psicofármacos e Psicoterapia (terapia cognitivo- comportamental e terapia interpessoal) • Depressão pode ser: - manifestação de uma doença física; - efeito colateral de medicamentos que o paciente faz uso; • Pessoas com + de 40 anos ou história familial de cardiopatia (solicitar eletrocardiograma); • Hipotireoidismo, problemas hepáticos, anemias - Descartar condições físicas ou medicamentosas - Embora nessas situações, a eliminação de fatores causais pode resultar no desaparecimento dos sintomas - Ainda assim, pode-se fazer uso de antidepressivos; • Uma vez excluído problemas médicos ou de natureza psicológica/interpessoal momentânea; • Estabelecido o diagnóstico segundo os critérios do DSM-V ou CID-10 - Pode-se iniciar o tratamento farmacológico • Regra” de acordo com o quadro depressivo - Tratamento Farmacológico +Modalidade de psicoterapia (principalmente em paciente com risco de suicídio (RS) Sintomas da Distimia • Distimia: - Tipo de depressão que se caracteriza principalmente pela falta de prazer ou divertimento na vida e pelo constante sentimento de negatividade; - Os sintomas da distimia se estendem por pelo menos dois anos; • Ela se diferencia dos outros tipos de depressão por apresentar sintomas mais leves e contínuos; Farmacoterapia da Depressão Maior e Distimia • Episódios agudos e de manutenção da depressão maior e da distimia obedece os seguintes passos: • Ensaio clínico com antidepressivo de 1ª escolha • Aumento da dose • Troca para antidepressivo de outra classe • Potencialização do antidepressivo ou combinação de antidepressivo; • Uso de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) • Eletroconvulsoterapia Modelo bastante utilizado segue 3 fases distintas do tratamento: a) Tratamento da fase aguda inclui 2 a 3 primeiros meses e tem como objetivo a diminuição dos sintomas depressivos (resposta) ou a remissão completa; b) Continuação do tratamento dos 4 a 6 meses que seguem ao tratamento da fase aguda, tem como objetivo manter a melhora obtida evitando recaídas dentro de um mesmo episódio depressivo; c) Fase de manutenção tem por objetivo evitar que novos epidódios ocorram (recorrência) e, em geral, sua duração é longa. Mecanismo dos Fármacos Antidepressivos • A > dos fármacos antidepressivos potencializa direta ou indiretamente ações da: setonina e noradrenalina no cérebro; • Isso levou à teoria das aminas biogênicas - Propõe que a depressão se deve a deficiência das monoaminas -Não explica o motivo do efeito de qq antidepressivo à neurotransmissão ocorrer imediatamente -Respostas Terapêuticas (várias semanas); • A potência dos antidepressivos no bloqueio da captação do neurotransmissor com frequência não se correlaciona com efeitos antidepressivos observados clinicamente - Sugere que a captação é só o efeito inicial do fármaco que não pode ser diretamente responsável pelo efeito antidepressivo; Classes dos Fármacos Antidepressivos Inibidores Seletivos da Captação de Serotonina (ISCSs) • Inibidores seletivos da captação de serotonina • Inibem a captação de serotonina • Seletividade 300 a 3000x maior para o transportador de serotonina do que norepinefrina • Aumenta Concentração do neurotransmissor na fenda sináptica • Menos efeitos adversos e são relativamente seguros, mesmo em dosagens excessivas • ISCSs substituíram os ADT e os IMAO como fármaco e escolha no tratamento da depressão • Ex: - Fluoxetina (daforin 20mg, fluxene 20mg, prozac 20mg, verotina 20mg, verotina gotas) • Citolopram (cipramil 20mg, denyl 20mg, procimax 20mg) • escitalopram (lexapro 10mg) • Fluvoxamina (luvox 100mg) • Paroxetina (aropax 20mg, cebrilin 10mg, pondera 20mg) • Sertralina (assert 50mg, serenata 50mg, tolrest 100mg, zoloft 50mg) Ações: precisam de 2 semanas no geral para produzir melhora significativa do humor • Com benefícios máximo até 12 semanas • Cerca de 40% (tratados 4 a 8 semanas) – não respondem ao tratamento • 80% respondem a pelo menos 1 medicamento Uso terapêutico: - Indicado para depressão; - Transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, transtornos de ansiedade generalizada; Efeitos Adversos: - Cefaléia, sudoração, ansiedade, agitação, efeito gastrintestinais (náusea, êmese e diarréia), fraqueza e cansaço, disfunções sexuais, alterações da massa corporal, distúrbios do sono (insônia e sonolência); Distúrbios do sono: Pacientes com dificuldade de dormir paroxetina e fluvoxamina; Pacientes com sonolência excessiva fluoxetina e sertralina; Uso em crianças e adolescentes: Transtorno obsessivo-compulsivo fluoxetina, sertralina e fluvoxamina Crianças com depressão fluoxetina Dosagem excessiva: • Não causa arritmia cardíaca (comparado ao risco dos ADT); • Mas convulsões podem ocorrer porque todos os antidepressivos podem reduzir o limiar convulsivo; • Alterações do estado mental usado na presença de IMAO ou outro fármaco; • Síndrome de interrupção: quando retirados subitamente- Fármaco com meia-vida mais rápida tem > risco de causar esse efeito adverso Inibidores da Captação de Serotonina e Noradrenalina (ICSNs) Venlafaxina: cloridrato de venlafaxina 75 e 100mg, eflexor (37,5, 50 e 75mg); Duloxetina: Cymbalta 30 e 60mg Eficaz no tratamento de depressão em pacientes nos quais os ISCSs foram ineficazes; Com frequência a depressão é acompanhada de sintomas dolorosos (dor lombar e muscular) contra qual os ISCSs são ineficazes; • Os ICSNs e os ADT possuem dupla ação de inibir captação de serotonina e noradrenalina; • Os ICSN - Tem pouca atividade em receptores adrenérgicos, muscarínicos e histamínicos - Assim menos efeitos adversos Venlafaxina: efeitos adversos Náusea, cefaléia, disfunção sexual, tonturas, insônias, sedação e constipação Duloxetina: efeitos adversos Náusea, xerostomia, constipação, diarréia e êmese Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Bloqueiam a captação de noradrenalina e serotonina, poderiam ser adicionados aos ICSN- Exceto pelos seus efeitos adversos Incluem: Imipramina (protótipo): depramina (25mg), tofranil 10 ou 25mg; Clomipramina: anafranil 10, 25, 75mg, CLO 10,25, 75mg; Fenatil 10 e 25mg; Doxepina: fármacias de manipulação, sinequan (suspenso) Trimipramina A escolha depende da tolerância do paciente aos efeitos adversos; São alternativas valiosas para pacientes que não respondem ao ISCSs; Mecanismos de ação 1. Inibição potente da captação dos neurotransmissores: noradrenalina e serotonina; 2. Bloqueio dos receptores: receptores serotoninégicos, α-adrenérgico, histaminérgico e metabotrópico;Ações: melhoram humor, alerta mental, atividade física; Podem ser usados para tratamento prolongado; Uso terapêutico Eficazes no tratamento de depressão moderada a grave; Efeito Adverso Bloqueio de receptores muscarínicos visão borrada, xerostomia, retenção urinária, constipação; Bloqueio de receptores α-adrenérgicos tontura, taquicardia, aumento da massa corporal, disfunção sexual; Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO) Monoamina oxidase (MAO) é uma enzima mitocondrial encontrada em nervos e outros tecidos; No neurônio funciona como válvula de segurança porque inativa o excesso de neurotransmissor; O inibidor de MAO (IMAO) pode inativar reversível ou irreversível a enzima, permitindo que as moléculas do neurotransmissores escapem da degradação; Uso limitado devido à dieta alimentar exigida; Ex: Fenelzina: Nardil 100mg Tranilcipromina: parnate 10mg, stelapar (1mg de trifluperazina + 10mg de tranilcipromina; Isocarboxazida Selegilina: cloridrato de selegilina 5mg, deprilan 5mg, elepril mg, jumexil 5 e 10mg; Uso terapêutico: • Usado em pacientes que não respondem, são alérgicos aos ADT ou apresentam forte ansiedade; • Usados no tratamento de paciente com depressão atípica (humor lábil, sensibilidade à rejeição, e distúrbio do apetite); • Tem riscos de interação com fármacos; Efeito Adverso: - Ex: tiramina presente em certos alimentos como queijos envelhecidos, carne, peixes em conserva, defumados, vinho tinto; - Normalmente inativada pela MAO - Causa liberação de grande quantidade de catecolaminas armazenadas no terminal nervoso (sinapses) - Cefaléia, rigidez do pescoço, náusea, hipertensão, arritmia, convulsão Casos Clínicos 1) Paciente 1: apresentava queixas de cansaço, tristeza sem motivo, desmotivação nas suas atividades diárias e no trabalho. Após consulta médica foi prescrito um antidepressivo (prozac) para o paciente. Este fez o uso do medicamento por 1 ano e 4 meses com melhora após 4 semanas de uso e apresentou considerável melhora dos seus sintomas e consequente remissão dos mesmos. No caso desse paciente, é possível suspender o medicamento antidepressivo? 2)Paciente 2: queixou-se de tristeza profunda, chorava sem motivo, fases de melancolia, perda do vigor físico. Assim, após avaliação médica e psicológica. O paciente foi tratado com fármaco (antidepressivo). Entretanto, após uso do medicamento, por algum tempo, esse paciente apresentou sintomas de euforia, o que levou a fazer compras acima do seu orçamento e acúmulo de dívidas. O que pode ter acontecido com esse paciente após uso do antidepressivo? Esse paciente foi diagnosticado corretamente?
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